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Nos limites da transferência: dimensões do intransferível para a psicanálise contemporânea / In the limits of the transference: dimensions of the non-transferable for contemporary psychoanalysis

Maduenho, Alexandre Augusto Martins 23 April 2010 (has links)
Em nossa pesquisa discutimos o tema da impossibilidade transferencial na clínica psicanalítica contemporânea e suas conseqüências na direção daquilo que sugerimos como o intransferível. Quando Freud iniciou suas discussões sobre a transferência, nos Estudos Sobre a Histeria e na Interpretação dos Sonhos, estava instituindo um dos conceitos que demarcaria a especificidade da psicanálise. Seus esforços se desenvolveram no sentido de trazer a transferência para o primeiro plano tanto da técnica, quanto da teoria psicanalítica, pois, seu estatuto clínico e metapsicológico definia uma idéia de sintoma neurótico e uma abordagem clínica que, assim como a proposição do inconsciente, caracterizava a singularidade da psicanálise. Entretanto, com o avanço das reflexões freudianas e, em seguida, com a contribuição dos trabalhos pós-freudianos em psicanálise, cada vez mais foram descobertas outras formas de acontecer psíquico que não dispunham de todos os recursos elaborados que a transferência pressupunha. Nesse sentido, propomos com esse trabalho a díade transferível/intransferível como forma de demarcarmos um limite e nos empenharmos na seguinte questão da nossa tese: se, de acordo com o avanço dos estudos psicanalíticos, é possível reconhecermos o estatuto do que é transferido na transferência em termos de elementos e funções, o que seria possível dizer contemporaneamente dos elementos ou estados intransferíveis? Dedicamo-nos aos estudos de tais elementos ou estados, averiguando três fontes didaticamente distintas, porém, absolutamente interligadas em suas ocorrências: as características das formações psíquicas que estão em questão no intransferível, as funções e disfunções que presidem as situações de intransferibilidades e as especificidades das histórias relacionais objetais que determinam tais impossibilidades. Para esse desenvolvimento, trabalhamos a metapsicologia freudiana proposta nos textos Formulações Sobre os Dois Princípios do Acontecer Psíquico e o Além do Princípio do Prazer e autores posteriores a Freud, com destaque especial para Green, Winnicott e Bion. Nessa escolha nos preocupamos em dar continuidade às pesquisas e ao legado de Freud deixado a nós, situado além do princípio do prazer / In our research we discuss the theme of the impossibility of transference in the contemporary psychoanalytic clinic and its consequences in the direction of that which we consider as the intransferable. When Freud started his discussions about transference, in the Studies in Histeria and in the Interpretation of Dreams, he was instituting one of the concepts that would delimit the specificity of psychoanalysis. His efforts developed in the sense of bringing the notion of transference to the first level of the technique and of the psychoanalytic theory. This is due to its clinic and metapsychologic status of the transference, which defined an idea of neurotic symptom and a clinical approach that, as the proposal of the unconscious, characterised the singularity of psychoanalysis. However, with the development of the Freudian thinking and, next, with the contribution of the studies of pos-Freudians, each time more were discovered other forms of psychic happening that did not have all the elaborated resources that the transference required. In this way, we suggest with this study a transferible/intransferable dyad as a way to demark a limit and to focus on the following question of our thesis: if with the development of the psychoanalytic studies, it is possible to recognise the status of that which is transferred in the transference in terms of elements and functions, what would it be possible to say nowadays about intransferable elements or states? We focus on the studies of those elements or states, analysing three sources didactically distinct, but, absolutely interconnected in its occurrences: the characteristics of the psychic formations that are in question in the intransferable, the functions and disfunctions that are in the situations of the intransferiabilities and the specificities of the object relations stories that determine those impossibilities. For this development we elaborate on the Freudian metapsychology proposed in the studies Formulations on the Two Principles of Mental Functioning and Beyond the Pleasure Principle and on pos-freudian authors, specially Green, Winnicott and Bion. In this choice of authors we aim to give continuity to the legacy of Freud, situated beyond the pleasure principle
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Heranças invisíveis do abandono afetivo: um estudo psicanalítico sobre as dimensões da experiência traumática / Invisible heritages of the affective abandonment: a psychoanalytic study about the dimensions of the traumatic experience

Schor, Daniel 08 April 2016 (has links)
O presente trabalho se propõe a discutir os destinos psíquicos da experiência traumática, tanto em seus aspectos defensivos, restritivos das capacidades de realização do si-mesmo, quanto no que diz respeito a seus potenciais de simbolização e transformação. Referimo-nos aqui, porém, a uma modalidade particular de traumatismo: aquela que se define por um distanciamento afetivo dos pais em relação à criança, distanciamento esse responsável pelo confronto do sujeito a uma condição de desamparo e impotência insuportáveis. O fracasso dos esforços que, no passado, o indivíduo realizou na tentativa de socorrer os pais em seu sofrimento e de recuperar seu amor deixou como herança um terrível abismo interno e, para sobreviver a essa condição, o psiquismo irá estruturar defesas sofisticadas contra a perda do sentido de si e o colapso da estrutura psíquica de que se vê permanentemente ameaçado, as quais se definem, de nosso ponto de vista, a partir de três vértices principais. Num primeiro plano de análise, pudemos reconhecer que a situação traumática para a qual não se vislumbra nenhuma possibilidade de saída torna-se para o sujeito signo de uma realidade não dimensionável, sem começo, meio e fim, ou seja, uma condição existencial definitiva e inquestionável. Num segundo, fomos levados a tratar os efeitos do abandono afetivo, também, nos termos de um fenômeno de auto-alienação, já que, em meio a uma situação de sofrimento intolerável, uma das primeiras tendências evidenciadas pelo psiquismo é a de mergulhar em um processo de transe, semelhante a uma anestesia, cujo resultado é um estado de desorientação psíquica capaz de suspender a percepção do mal e, junto com ela, a de uma boa parcela da realidade. Consideramos ainda, num terceiro plano, o fato de que, nessa condição, o indivíduo tende a localizar em si mesmo a origem da violência que se abate sobre ele, purificando os pais e a família de todo o seu potencial enlouquecedor e o atribuindo exclusivamente a si. Tais perspectivas se apresentaram para nós como dimensões concomitantes e indissolúveis das configurações subjetivas em que podem ser reconhecidas. A partir de cada uma delas, vemo-nos diante de diferentes aspectos de organizações defensivas criadas contra a angústia de fragmentação e despersonalização gerada pela profunda insegurança a respeito da confiabilidade do objeto. Na última parte da pesquisa, buscamos apresentar possibilidades para o trabalho com pacientes traumatizados, a partir do que nos parecem ser as condições imprescindíveis à simbolização de angústias profundas produzidas pela situação traumática / The present work proposes to discuss the psychic destinies of the traumatic experience, both in their defensive aspects, restrictive of the capacities for realization of the self, and in their potential of symbolization and transformation. We make reference here, however, to a specific modality of traumatism: one which is defined by the affective distance of the parents from the children, distance responsible for the confrontation of the subject with the condition of helplessness and unbearable powerlessness. The failure of the efforts which, in the past, the individual has realized in the attempt to rescue the parents from their suffering and to recover their love left as heritage a terrible interior abyss and, to survive this condition, the psychism will structure sophisticated defences against the loss of the meaning of the self and the collapse of the psychic structure with that is seen permanently threatened, which are defined, in our point of view, from three main angles. In a first level of analysis, we could recognise that the traumatic situation for which is not glimpsed none possibility of exit turns out to be for the subject a sign of a reality which cannot be measured, without beginning, middle and end, that is, a definitive and unquestionable existential condition. In a second level, we were led to treat the effects of the affective abandonment, also, in the terms of a phenomenon of self-alienation, since, in the midst of a situation of intolerable suffering, one of the first tendencies evidenced by the psychism is to submerge in a process of trance, similar to an anesthesia, whose result is a state of psychic disorientation able to cease the perception of the evil and, with it, of a good part of the reality. We also consider, in a third level, the fact that, in this condition, the individual tends to situate in himself or herself the origin of the violence which is inflicted upon him or her, purifying the parents and the family of their whole maddening potential and laying it exclusively to himself or herself. These perspectives have been presented for us as concomitant and indissoluble dimensions of the subjective configurations in which can be recognised. From each one of them, we see us in front of different aspects of defensive organizations created against the angst of fragmentation and depersonalization engendered by the deep insecurity about the confiability of the object. In the last part of the research, we try to present possibilities for a work with traumatized patients, from that appear us to be the essential conditions for the symbolization of deep angsts produced by the traumatic situation
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Heranças invisíveis do abandono afetivo: um estudo psicanalítico sobre as dimensões da experiência traumática / Invisible heritages of the affective abandonment: a psychoanalytic study about the dimensions of the traumatic experience

Daniel Schor 08 April 2016 (has links)
O presente trabalho se propõe a discutir os destinos psíquicos da experiência traumática, tanto em seus aspectos defensivos, restritivos das capacidades de realização do si-mesmo, quanto no que diz respeito a seus potenciais de simbolização e transformação. Referimo-nos aqui, porém, a uma modalidade particular de traumatismo: aquela que se define por um distanciamento afetivo dos pais em relação à criança, distanciamento esse responsável pelo confronto do sujeito a uma condição de desamparo e impotência insuportáveis. O fracasso dos esforços que, no passado, o indivíduo realizou na tentativa de socorrer os pais em seu sofrimento e de recuperar seu amor deixou como herança um terrível abismo interno e, para sobreviver a essa condição, o psiquismo irá estruturar defesas sofisticadas contra a perda do sentido de si e o colapso da estrutura psíquica de que se vê permanentemente ameaçado, as quais se definem, de nosso ponto de vista, a partir de três vértices principais. Num primeiro plano de análise, pudemos reconhecer que a situação traumática para a qual não se vislumbra nenhuma possibilidade de saída torna-se para o sujeito signo de uma realidade não dimensionável, sem começo, meio e fim, ou seja, uma condição existencial definitiva e inquestionável. Num segundo, fomos levados a tratar os efeitos do abandono afetivo, também, nos termos de um fenômeno de auto-alienação, já que, em meio a uma situação de sofrimento intolerável, uma das primeiras tendências evidenciadas pelo psiquismo é a de mergulhar em um processo de transe, semelhante a uma anestesia, cujo resultado é um estado de desorientação psíquica capaz de suspender a percepção do mal e, junto com ela, a de uma boa parcela da realidade. Consideramos ainda, num terceiro plano, o fato de que, nessa condição, o indivíduo tende a localizar em si mesmo a origem da violência que se abate sobre ele, purificando os pais e a família de todo o seu potencial enlouquecedor e o atribuindo exclusivamente a si. Tais perspectivas se apresentaram para nós como dimensões concomitantes e indissolúveis das configurações subjetivas em que podem ser reconhecidas. A partir de cada uma delas, vemo-nos diante de diferentes aspectos de organizações defensivas criadas contra a angústia de fragmentação e despersonalização gerada pela profunda insegurança a respeito da confiabilidade do objeto. Na última parte da pesquisa, buscamos apresentar possibilidades para o trabalho com pacientes traumatizados, a partir do que nos parecem ser as condições imprescindíveis à simbolização de angústias profundas produzidas pela situação traumática / The present work proposes to discuss the psychic destinies of the traumatic experience, both in their defensive aspects, restrictive of the capacities for realization of the self, and in their potential of symbolization and transformation. We make reference here, however, to a specific modality of traumatism: one which is defined by the affective distance of the parents from the children, distance responsible for the confrontation of the subject with the condition of helplessness and unbearable powerlessness. The failure of the efforts which, in the past, the individual has realized in the attempt to rescue the parents from their suffering and to recover their love left as heritage a terrible interior abyss and, to survive this condition, the psychism will structure sophisticated defences against the loss of the meaning of the self and the collapse of the psychic structure with that is seen permanently threatened, which are defined, in our point of view, from three main angles. In a first level of analysis, we could recognise that the traumatic situation for which is not glimpsed none possibility of exit turns out to be for the subject a sign of a reality which cannot be measured, without beginning, middle and end, that is, a definitive and unquestionable existential condition. In a second level, we were led to treat the effects of the affective abandonment, also, in the terms of a phenomenon of self-alienation, since, in the midst of a situation of intolerable suffering, one of the first tendencies evidenced by the psychism is to submerge in a process of trance, similar to an anesthesia, whose result is a state of psychic disorientation able to cease the perception of the evil and, with it, of a good part of the reality. We also consider, in a third level, the fact that, in this condition, the individual tends to situate in himself or herself the origin of the violence which is inflicted upon him or her, purifying the parents and the family of their whole maddening potential and laying it exclusively to himself or herself. These perspectives have been presented for us as concomitant and indissoluble dimensions of the subjective configurations in which can be recognised. From each one of them, we see us in front of different aspects of defensive organizations created against the angst of fragmentation and depersonalization engendered by the deep insecurity about the confiability of the object. In the last part of the research, we try to present possibilities for a work with traumatized patients, from that appear us to be the essential conditions for the symbolization of deep angsts produced by the traumatic situation
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Nos limites da transferência: dimensões do intransferível para a psicanálise contemporânea / In the limits of the transference: dimensions of the non-transferable for contemporary psychoanalysis

Alexandre Augusto Martins Maduenho 23 April 2010 (has links)
Em nossa pesquisa discutimos o tema da impossibilidade transferencial na clínica psicanalítica contemporânea e suas conseqüências na direção daquilo que sugerimos como o intransferível. Quando Freud iniciou suas discussões sobre a transferência, nos Estudos Sobre a Histeria e na Interpretação dos Sonhos, estava instituindo um dos conceitos que demarcaria a especificidade da psicanálise. Seus esforços se desenvolveram no sentido de trazer a transferência para o primeiro plano tanto da técnica, quanto da teoria psicanalítica, pois, seu estatuto clínico e metapsicológico definia uma idéia de sintoma neurótico e uma abordagem clínica que, assim como a proposição do inconsciente, caracterizava a singularidade da psicanálise. Entretanto, com o avanço das reflexões freudianas e, em seguida, com a contribuição dos trabalhos pós-freudianos em psicanálise, cada vez mais foram descobertas outras formas de acontecer psíquico que não dispunham de todos os recursos elaborados que a transferência pressupunha. Nesse sentido, propomos com esse trabalho a díade transferível/intransferível como forma de demarcarmos um limite e nos empenharmos na seguinte questão da nossa tese: se, de acordo com o avanço dos estudos psicanalíticos, é possível reconhecermos o estatuto do que é transferido na transferência em termos de elementos e funções, o que seria possível dizer contemporaneamente dos elementos ou estados intransferíveis? Dedicamo-nos aos estudos de tais elementos ou estados, averiguando três fontes didaticamente distintas, porém, absolutamente interligadas em suas ocorrências: as características das formações psíquicas que estão em questão no intransferível, as funções e disfunções que presidem as situações de intransferibilidades e as especificidades das histórias relacionais objetais que determinam tais impossibilidades. Para esse desenvolvimento, trabalhamos a metapsicologia freudiana proposta nos textos Formulações Sobre os Dois Princípios do Acontecer Psíquico e o Além do Princípio do Prazer e autores posteriores a Freud, com destaque especial para Green, Winnicott e Bion. Nessa escolha nos preocupamos em dar continuidade às pesquisas e ao legado de Freud deixado a nós, situado além do princípio do prazer / In our research we discuss the theme of the impossibility of transference in the contemporary psychoanalytic clinic and its consequences in the direction of that which we consider as the intransferable. When Freud started his discussions about transference, in the Studies in Histeria and in the Interpretation of Dreams, he was instituting one of the concepts that would delimit the specificity of psychoanalysis. His efforts developed in the sense of bringing the notion of transference to the first level of the technique and of the psychoanalytic theory. This is due to its clinic and metapsychologic status of the transference, which defined an idea of neurotic symptom and a clinical approach that, as the proposal of the unconscious, characterised the singularity of psychoanalysis. However, with the development of the Freudian thinking and, next, with the contribution of the studies of pos-Freudians, each time more were discovered other forms of psychic happening that did not have all the elaborated resources that the transference required. In this way, we suggest with this study a transferible/intransferable dyad as a way to demark a limit and to focus on the following question of our thesis: if with the development of the psychoanalytic studies, it is possible to recognise the status of that which is transferred in the transference in terms of elements and functions, what would it be possible to say nowadays about intransferable elements or states? We focus on the studies of those elements or states, analysing three sources didactically distinct, but, absolutely interconnected in its occurrences: the characteristics of the psychic formations that are in question in the intransferable, the functions and disfunctions that are in the situations of the intransferiabilities and the specificities of the object relations stories that determine those impossibilities. For this development we elaborate on the Freudian metapsychology proposed in the studies Formulations on the Two Principles of Mental Functioning and Beyond the Pleasure Principle and on pos-freudian authors, specially Green, Winnicott and Bion. In this choice of authors we aim to give continuity to the legacy of Freud, situated beyond the pleasure principle
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Da imagem ao símbolo: a escrita do nome próprio por crianças de três anos / From image to symbol: how three year old children write their proper names

Alencar, Claudia Maria Barbosa de 27 April 2012 (has links)
A presente dissertação parte da hipótese de que, por meio da análise do movimento entre o falar e o grafar, é possível entender os modos pelos quais a criança constrói o conceito do nome próprio. Ou seja, ela privilegia o estudo do momento no qual, para cada um dos informantes, o nome próprio deixou de ser uma imagem e passou a funcionar como um símbolo. A pesquisa teve por objetivo geral compreender como a simbolização do conceito de nome próprio se dá. Tomou como objeto de análise a produção de crianças em idade aproximada de três anos, alunos de uma escola pública de educação infantil de zero a três anos, no interior do Estado de São Paulo. Ao longo do ano de 2009, os informantes foram gravados em vídeo, com periodicidade mensal. As imagens foram tomadas durante a realização de uma atividade de escrita do nome próprio. A atividade teve por objetivo tanto registrar o ato da escrita do nome próprio pela criança quanto a fala produzida por ela durante a escrita. Assim, o corpus foi formado por gravações em vídeo, transcrições simples das falas nele contidas e pelas produções escritas de quatro crianças. Partindo da abordagem lacaniana, que considera o nome próprio como um traço que marca um corpo e, designando uma diferença, o inscreve em um lugar, a pesquisa procurou responder de que modo as crianças pequenas interpretam as marcas gráficas que produzem, de modo intencional ou acidental, ao serem solicitadas para escrever seu nome próprio. Na análise dos dados, buscou-se privilegiar os indícios das passagens que mostram a alternância entre os registros do psiquismo humano descritos por Lacan (real, simbólico e imaginário). Cotejando as produções das crianças, foi possível concluir que houve movimentos no e do escrito, tanto entre uma produção e outra quanto na elaboração de cada uma das produções. É possível afirmar que, aos poucos, os informantes atualizaram, no ato de escrever, seu assujeitamento às leis da linguagem e, por este motivo, puderam percorrer um caminho para se apropriar do sistema de representação escrita. Postulamos, portanto, que os traços e os riscos produzidos funcionam como significantes que interrogam a criança e a instigam a fazer reflexões a respeito da escrita. Nesse processo, a professora fez intervenções que potencializaram a reflexão a respeito da escrita e, assim, pôde sustentar o trabalho de reformulação das hipóteses a respeito da escrita como objeto do conhecimento. Com relação às alterações na relação dos informantes com o saber gerados pelo processo, pode-se dizer que eles passaram a buscar maneiras de se representar por meio de uma marca própria e singular. Concluímos, portanto, que o investimento necessário para realizar uma leitura mais atenta da escrita de crianças pequenas é válido, pois, potencialmente, pode proporcionar elementos para compreender os impasses na alfabetização dos mais velhos. / This work assumes that, through the analysis of the movement between speaking and writing, it is possible to understand the means by which the child builds the concept of proper name. In other words, it favors the study of the moment in which, to every one of the informers, the proper name was no longer an image and started operating as a symbol. The overall aim of this research was to comprehend how the concept of proper name symbolization occurs. The object of analysis was the written production of children around the age of three who are students at a nursery school in the countryside of São Paulo. During 2009, the informers were monthly recorded. The images were taken during a written activity in which the students were expected to write their own names. The aim of this activity was not only registering the act when the child writes her own name but also the speech produced while writing. Thus, the corpus was composed for video recording, simple transcriptions of the speeches recorded and four childrens written productions. We first consider Lacans approach, which considers the proper name a feature that creates a sign in a body and, as it designates a difference, signs it up in a determined place. Thus, this research aimed to answer how young children interpret the graphic marks produced by them, deliberately or accidentally, when they are asked to write their proper names. By the datas analysis, we intended to privilege the clues of the episodes that show the alternation between the human psychism registers described by Lacan (Real, Symbolic and Imaginary). By confronting the childrens productions, it was possible to conclude that there were movements in and from the written composition. It is possible to state that, little by little, the informers got up to date, when writing, their antipersonification to the language rules and, for this reason, they could cover a way in order to appropriate the written representation system. We assume, therefore, that the traces and lines produced work as significants that interrogate the child and instigate her to reflect on the written text. During this process, the teacher intervened, improving the reflection on the written text and supporting the hypotheses recast on writing as a knowledge object. In relation to the modifications in the relationship between the informers and the knowledge generated from the process, we could say that they started looking for ways to represent themselves through a singular and proper sign. We concluded, therefore, that the necessary investment in order to read more carefully young childrens productions is valuable, because it may give elements that will help comprehending the difficulties in teaching the older children how to read and write.
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Tecendo encontros e diferenças: um estudo psicanalítico sobre a agressividade e sua articulação com a constituição psíquica

Melo, Clarisse Carneiro Cavalcanti de 07 November 2011 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-28T20:37:55Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Clarisse Carneiro Cavalcanti de Melo.pdf: 1105876 bytes, checksum: 723f07f1c21418199478ccc2afd5b73c (MD5) Previous issue date: 2011-11-07 / This paper aims to research the concept of aggression both as a condition of development and as a barrier for the psychic constitution. I try to articulate this concept with the relationships established between the child and their love objects, exploring more precisely the anguishes of loss and separations from the object. I work with the hypothesis that when the process of separation from the object of love can be well experienced, it opens up something like a psychic space into the ego that allows the recognition of a difference between ego and object. I also try to think about the deviations of those processes of separation from the maternal object in which some dynamics are supported, dynamics where the separation of the object is equated to fantasies of expulsion and rejection, situation that is fertile ground to create psychological barriers to psychic growth causing a banishment of the contact with the anguishes related to the loss of the object. The basic idea of this work is that, when aggression can not be experienced based on a psychic-well-being, it can easily turns into something that fills out the consciousness of the separation from the objet of love. This prevents the contact with the feelings of the object s dependency, feelings of helplessness, rejection, abandonment and with the anguishes of loss and separation, making impossible for them to be recognized and worked-through. Therefore, aggression cannot become a source of creative power. It creates an obstacle to psychic development, for the expansion and growth of the mind. In this way, aggression can even be used as an attempt to immobilize the object, eliminating the anguishes of the objet loss, leading to circular psychic movements that prevent the contact with a discriminated object, paralyzing the psychic operation. We looked also to discuss, throughout this work, the different possibilities of aggressions transformation, opening the horizon to some symbolic destinations, for the development of the thought and for the repair. This research is based on a psychoanalytical approach, and in this journey, authors like Sigmund Freud, Donald Winnicott, Melanie Klein, and many others contemporaries like Andre Green, Jean Michel Quinodoz, Luis Claudio Figueiredo, Renato Mezan, Elisa Cintra, to name a few, were my fellows, in which work I found evidence to support this thesis theoretically. Far from exhausting the subject of study proposed here, this paper aims to trouble it, in order to broaden discussions and clinicaltheoretical joints around the same / Este trabalho tem como objetivo pesquisar o conceito da agressividade tanto como condição de desenvolvimento quanto como entrave do acontecer psíquico. Para tanto, procuro articular o conceito estudado às relações estabelecidas entre a criança e seus objetos de amor, explorando mais propriamente os processos de elaboração das angústias de perda e separação do objeto. Trabalho com a hipótese de que quando o processo de separação do objeto de amor pode ser vivenciado com tranquilidade, abrese um espaço psíquico no ego que permite o reconhecimento e o acolhimento de uma mínima diferença entre ego e objeto. A partir de recortes clínicos, procuro pensar sobre os extravios do processo de separação do objeto materno em se sustentam dinâmicas onde a separação do objeto fica equacionada a fantasias de expulsão e rejeição, situação que constitui terreno fértil para que a agressividade seja experimentada de forma a criar obstáculos ao crescimento psíquico, ao provocar um tamponamento das angústias relacionadas à perda do objeto. A ideia de base deste trabalho é a de que, quando a agressividade não pode ser experimentada em uma base psíquica de bem-estar, ela pode se converter facilmente em uma forma de preencher a consciência da separação do objeto de amor, obturando o contato com sentimentos de dependência do objeto, de desamparo, rejeição e abandono e com as angústias de perda e de separação, impossibilitando que estas possam ser reconhecidas e elaboradas. Desta forma, a agressividade não pode se converter em potência criativa e cria um entrave para o desenvolvimento psíquico, para a expansão e para o crescimento da mente. Pode inclusive ser utilizada a serviço de uma tentativa de imobilizar o objeto de amor e eliminar sua perda, conduzindo o psiquismo a movimentos paralisantes e circulares que impedem o contato com um objeto discriminado, com as diferenças vitalizantes. Procuro ainda discutir, ao longo deste trabalho, as possíveis transformações da agressividade, abrindo o horizonte para os destinos simbólicos, para o pensamento e para a reparação. Esta pesquisa se fundamenta no referencial psicanalítico e, nesta jornada, foram meus companheiros autores como Sigmund Freud, Donald Winnicott, Melanie Klein e tantos outros contemporâneos como André Green, Jean Michel Quinodoz, Luis Claudio Figueiredo, Renato Mezan, Elisa Cintra, para citar apenas alguns, nos quais encontrei elementos para sustentar teoricamente este trabalho. Longe de exaurir o objeto de estudo aqui proposto, visa-se antes problematizá-lo, no intuito de ampliar as reflexões e as articulações teórico-clínicas em torno do mesmo
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O dispositivo conto de fadas na clínica com crianças que apresentam déficit de simbolização / The fairy tale’s dispositif on clinical with children with symbolization loss

Lima, Roberta Bergamo 05 April 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2015-03-05T19:37:25Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 5 / Banco Santander / Banespa / Esta dissertação, ‘O dispositivo conto de fadas na clínica com crianças que apresentam déficit de simbolização’ tem como objetivo discutir a utilização dos contos de fadas como possibilidade de intervenção na clínica psicanalítica infantil, especialmente nas situações associadas a falhas no processo de simbolização. Esse déficit está presente em todas aquelas situações onde há a impossibilidade de elaboração dos sentimentos através do pensamento e das palavras, ficando prejudicadas as formas de expressão. Para o entendimento do processo de simbolização, bem como de seu déficit, apoiamo-nos na teoria de desenvolvimento emocional de Winnicott, que considera que a partir da interação mãe-bebê surge a possibilidade de desenvolvimento simbólico. Dessa maneira, na presença de um cuidador atento, interessado e emocionalmente engajado, o bebê pode constituir seu espaço psíquico. Por sua vez, os contos de fadas podem ser considerados como um cenário, onde a criança pode simbolizar seus conflitos e, portanto, nutrir se
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Da imagem ao símbolo: a escrita do nome próprio por crianças de três anos / From image to symbol: how three year old children write their proper names

Claudia Maria Barbosa de Alencar 27 April 2012 (has links)
A presente dissertação parte da hipótese de que, por meio da análise do movimento entre o falar e o grafar, é possível entender os modos pelos quais a criança constrói o conceito do nome próprio. Ou seja, ela privilegia o estudo do momento no qual, para cada um dos informantes, o nome próprio deixou de ser uma imagem e passou a funcionar como um símbolo. A pesquisa teve por objetivo geral compreender como a simbolização do conceito de nome próprio se dá. Tomou como objeto de análise a produção de crianças em idade aproximada de três anos, alunos de uma escola pública de educação infantil de zero a três anos, no interior do Estado de São Paulo. Ao longo do ano de 2009, os informantes foram gravados em vídeo, com periodicidade mensal. As imagens foram tomadas durante a realização de uma atividade de escrita do nome próprio. A atividade teve por objetivo tanto registrar o ato da escrita do nome próprio pela criança quanto a fala produzida por ela durante a escrita. Assim, o corpus foi formado por gravações em vídeo, transcrições simples das falas nele contidas e pelas produções escritas de quatro crianças. Partindo da abordagem lacaniana, que considera o nome próprio como um traço que marca um corpo e, designando uma diferença, o inscreve em um lugar, a pesquisa procurou responder de que modo as crianças pequenas interpretam as marcas gráficas que produzem, de modo intencional ou acidental, ao serem solicitadas para escrever seu nome próprio. Na análise dos dados, buscou-se privilegiar os indícios das passagens que mostram a alternância entre os registros do psiquismo humano descritos por Lacan (real, simbólico e imaginário). Cotejando as produções das crianças, foi possível concluir que houve movimentos no e do escrito, tanto entre uma produção e outra quanto na elaboração de cada uma das produções. É possível afirmar que, aos poucos, os informantes atualizaram, no ato de escrever, seu assujeitamento às leis da linguagem e, por este motivo, puderam percorrer um caminho para se apropriar do sistema de representação escrita. Postulamos, portanto, que os traços e os riscos produzidos funcionam como significantes que interrogam a criança e a instigam a fazer reflexões a respeito da escrita. Nesse processo, a professora fez intervenções que potencializaram a reflexão a respeito da escrita e, assim, pôde sustentar o trabalho de reformulação das hipóteses a respeito da escrita como objeto do conhecimento. Com relação às alterações na relação dos informantes com o saber gerados pelo processo, pode-se dizer que eles passaram a buscar maneiras de se representar por meio de uma marca própria e singular. Concluímos, portanto, que o investimento necessário para realizar uma leitura mais atenta da escrita de crianças pequenas é válido, pois, potencialmente, pode proporcionar elementos para compreender os impasses na alfabetização dos mais velhos. / This work assumes that, through the analysis of the movement between speaking and writing, it is possible to understand the means by which the child builds the concept of proper name. In other words, it favors the study of the moment in which, to every one of the informers, the proper name was no longer an image and started operating as a symbol. The overall aim of this research was to comprehend how the concept of proper name symbolization occurs. The object of analysis was the written production of children around the age of three who are students at a nursery school in the countryside of São Paulo. During 2009, the informers were monthly recorded. The images were taken during a written activity in which the students were expected to write their own names. The aim of this activity was not only registering the act when the child writes her own name but also the speech produced while writing. Thus, the corpus was composed for video recording, simple transcriptions of the speeches recorded and four childrens written productions. We first consider Lacans approach, which considers the proper name a feature that creates a sign in a body and, as it designates a difference, signs it up in a determined place. Thus, this research aimed to answer how young children interpret the graphic marks produced by them, deliberately or accidentally, when they are asked to write their proper names. By the datas analysis, we intended to privilege the clues of the episodes that show the alternation between the human psychism registers described by Lacan (Real, Symbolic and Imaginary). By confronting the childrens productions, it was possible to conclude that there were movements in and from the written composition. It is possible to state that, little by little, the informers got up to date, when writing, their antipersonification to the language rules and, for this reason, they could cover a way in order to appropriate the written representation system. We assume, therefore, that the traces and lines produced work as significants that interrogate the child and instigate her to reflect on the written text. During this process, the teacher intervened, improving the reflection on the written text and supporting the hypotheses recast on writing as a knowledge object. In relation to the modifications in the relationship between the informers and the knowledge generated from the process, we could say that they started looking for ways to represent themselves through a singular and proper sign. We concluded, therefore, that the necessary investment in order to read more carefully young childrens productions is valuable, because it may give elements that will help comprehending the difficulties in teaching the older children how to read and write.
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A questão da simbolização na psicossomática: estudo com pacientes portadores de transtorno neurovegetativo somatoforme e de transtorno de pânico / The issue of symbolization in Psychosomatics: study of patients with somatoform autonomic dysfunction and panic disorder

Valente, Guilherme Borges 12 July 2012 (has links)
A Psicossomática se constituiu como campo de saber tendo como uma de suas principais influências as contribuições de Freud a respeito da relação entre mente e corpo. Desde Alexander até os teóricos de orientação psicanalítica mais atuais, a questão da somatização, no sentido lato, vem sendo discutida e, apesar das divergências teóricas, o que sempre está em pauta nas somatizações é o comprometimento da capacidade de simbolização do sujeito frente às vicissitudes da vida. Essa mesma característica é central nas neuroses atuais, de forma que há possível associação entre a somatização e a neurose atual. Dessa forma, os objetivos principais são verificar se esse comprometimento na capacidade de simbolização está presente e como se apresenta em sujeitos com somatização e em sujeitos com neurose atual. Para se realizar o estudo, foram eleitos dois transtornos que são representantes das categorias acima citadas: nas somatizações, vamos pensar a partir dos transtornos somatoformes, utilizando a subcategoria dos transtornos neurovegetativos somatoformes, elegendo a Síndrome do Intestino Irritável; e nas Neuroses Atuais, o Transtorno de Pânico (Neurose de Angústia). Os resultados vão permitir uma comparação, a partir da capacidade de simbolização, entre essas duas categorias e a verificação de maiores relações entre ambas, assim como relação com alexitimia, pensamento operatório e personalidade tipo A, características geralmente associadas a esses tipos de pacientes. A pesquisa foi feita a partir de estudos bibliográficos e psicodiagnóstico dos sujeitos da pesquisa, com entrevista semi-dirigida, aplicação de pranchas do TAT, escalas de alexitimia (TAS e OAS) e entrevista para Personalidade tipo A. Foram utilizados três sujeitos com Síndrome do Intestino Irritável e dois com Transtorno de Pânico. Nos sujeitos da pesquisa, quando aparece comprometimento na capacidade de simbolização, as histórias no TAT são mais curtas, descritivas, concretas, com introdução de nenhum ou poucos elementos externos à prancha, dificuldade na resolução de conflito, personagens pouco integrados, ausência de referências afetivas ou afetividade negativa, prejuízo da integração do ego, com predomínio de pensamento do tipo operatório. Pensar o comprometimento da capacidade de simbolização em pacientes com somatização a partir do pensamento operatório faz sentido, visto que os sujeitos apresentaram tal forma de pensamento, embora apresentem variações significativas na intensidade e frequência de funcionamento metal do tipo operatório. Contudo, definir o paciente com somatização ou com neurose atual necessariamente como alexitímico é insuficiente, visto que nem todos apresentaram tal característica. Pela análise de dados dos sujeitos, há pacientes os quais o comprometimento na capacidade de simbolização funciona como defesa psíquica diante da angústia, de forma a prejudicar a integração do ego em razão de manter um funcionamento mental mais estável; e há os que esse comprometimento é característico do funcionamento mental. Compreendendo o funcionamento psicológico que há por trás das somatizações o comprometimento da capacidade de simbolização e as formas como se configura na dinâmica psíquica do sujeito como defesa psíquica ou como característica do funcionamento mental pode-se estabelecer métodos de abordagens e técnicas psicoterápicas mais eficientes e condizentes com pacientes com somatizações / The Psychosomatic constituted itself as a field of knowledge has as one of his major influences the contributions of Freud on the relationship between mind and body. From Alexander to the psychoanalytic theoristis more current, the issue of somatization in the broadest sense, has been discussed and, despite the theoretical differences, is always at hand in somatization the impaired ability of symbolization of the subject facing the vicissitudes of life. This same feature is central to the actual neurosis, so that there is a possible association between somatization and actual neurosis. Thus, the main objectives are to determine if that impairment in the ability of symbolization is present and how shown in subjects with somatization and in subjects with actual neurosis. To perform the study, two disorders that are elected representatives of the categories mentioned above: in somatization, we think from the somatoform disorders, using the subcategory of somatoform autonomic dysfunction, electing the Irritable Bowel Syndrome, and in Actual Neurosis, the Panic Disorder (Anxiety Neurosis). The results will allow a comparison, from the capacity for symbolization, between these two categories and the verification of relations between the two, as well as compared with alexithymia, operational thinking and type A personality, characteristics associated with these types of patients. The survey was conducted from bibliographic studies and psychodiagnostic research subjects, with semi-directed interview, application of TAT cards scales of alexithymia (TAS and OAS) and interview for Type A Personality. We used three subjects with Irritable Bowel Syndrome and two with Panic Disorder. In the research subjects, when it appears impairment in the ability of symbolization, the TAT stories are shorter, descriptive, concrete, with few or no introduction of foreign elements to the board, difficulty in conflict resolution, low integrated characters, no references affective or negative affectivity, impaired ego integration, with a predominance of thought like operatory. Thinking the impaired ability of symbolization in patients with somatization from operational thinking makes sense, because the subjects had this way of thinking, although they have shown significant variations in intensity and frequency of operation of the metal type operatory. However, defining the patient with somatization or actual neurosis necessarily as alexithymic is insufficient, since not everyone had such a feature. For the data analysis of the subjects, there are patients who compromise the ability to symbolizing as psychic defense in the face of anguish, in order to undermine the integration of the ego to maintain a more stable mental functioning, and there are that this commitment is characteristic of mental functioning. Understanding the psychological functioning that is behind the somatization - the impaired ability of symbolization - and the ways to configure the psychic dynamics of the subject - such as defense or as a psychological characteristic of mental functioning - can establish methods of psychotherapeutic approaches and techniques more efficient and consistent with patients with somatization
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Repercussões da intervenção psicológica em pacientes com Síndrome do Intestino Irritável / Repercussions of psychological intervention on patients with irritable bowel syndrome

Valente, Guilherme Borges 16 December 2016 (has links)
Na Psicossomática, dentro do modelo biopsicossocial, entende-se que respostas psicológicas a condições de vida podem interagir com fatores somáticos existentes, alterando a susceptibilidade e manifestação da doença, o que se mostra evidente nas somatizações, como na Síndrome do Intestino Irritável (SII), onde há alteração da motilidade intestinal e no formato das fezes, acompanhada de dores abdominais. O funcionamento mental associado às somatizações, no qual a pessoa apresenta dificuldade em relacionar o adoecimento com seu universo psicológico, é que a capacidade de simbolização, ou seja, a construção de representações mentais para o alívio do estado emocional, é afetada, cronificando as alterações fisiológicas correspondentes. O objetivo da pesquisa foi verificar se o atendimento clínico psicológico, baseado na técnica da Psicoterapia Breve Operacionalizada (PBO), com ênfase na promoção da capacidade de simbolização em relação a determinadas questões significativas, pode contribuir para a melhora dos sintomas no quadro clínico de pacientes com SII. O método utilizado na pesquisa foi o clínico-qualitativo, a partir do estudo de caso de duas pacientes adultas, com o diagnóstico principal de transtorno neurovegetativo somatoforme, portadoras de SII. A intervenção psicológica foi estruturada em três fases: 1) psicodiagnóstico, composto por entrevista semi-dirigida, Sistema Diagnóstico Adaptativo Operacionalizado (SISDAO) e Teste de Apercepção Temática (TAT), questionário de avaliação clínica da SII; 2) psicoterapia breve, em doze sessões; 3) reavaliação após seis meses. A capacidade de simbolização da primeira participante era comprometida fundamentalmente relacionada à sua dificuldade em lidar com a perda da mãe quando criança, num luto não elaborado. Apresentava dores abdominais forte, a cada dois ou três dias, evacuando uma vez ao dia e quando em crise, duas ou três vezes por dia. A segunda participante apresentou uma capacidade de simbolização que passava a ser comprometida quando o conflito entre o desejo de ser aceita por sua família, em especial sua mãe, e o de rompimento tornava-se insuportável. Apresentava dores moderada, a cada cinco dias, evacuando quatro vezes ao dia e, quando em crise, seis vezes ao dia. A intervenção clinico psicológica em pacientes com SII, baseada na técnica da PBO, com elaboração da demanda psicológica e das questões significativas que comprometiam a capacidade de simbolização, possibilitou a elaboração psicológica dos estados emocionais que estariam influenciando os sintomas da SII, de forma que contribuiu para a melhora do quadro clínico das participantes. Após seis meses da psicoterapia, a primeira participante apresentou dores fracas a cada cinco dias, frequência única de evacuação por dia, não apresentou crises. A segunda participante estava evacuando uma a duas vezes por dia, dores fracas a cada cinco dias e crises ocorriam em menor frequência. O modelo de intervenção mostrou-se vantajoso para as participantes da pesquisa, de forma que seu uso no tratamento clinico psicológica para pacientes com SII, levando em consideração as especificidades do funcionamento mental associado às somatizações, apresenta-se promissor / In Psychosomatics, within the biopsychosocial model, it is understood that psychological responses to living conditions may interact with existing somatic factors, altering the susceptibility and manifestations of diseases, which is evidenced in somatizations, such as the case of Irritable Bowel Syndrome (IBS), where there is altered intestinal motility and stool format, accompanied by abdominal pain. The mental functioning associated with somatizations, in which a person presents difficulties in associating the illness to their psychological universe, that is, the capacity of symbolization, i.e. the construction of mental representations for the relief of the emotional state is affected, cronifying the physiological changes. The research objective was to determine whether psychological clinical care, based on the technique of Operationalized Brief Psychotherapy (OBP), with emphasises on promoting symbolization capacity regarding certain significant issues, can contribute to the improvement of symptoms in clinical condition of patients with IBS. The method used in the study was the clinical-qualitative, from the case study of two female adult patients with primary diagnosis of somatoform autonomic disorder, suffering from IBS. Psychological intervention was structured in three phases: 1) psychodiagnosis, composed of semi-directed interview, Operationalized Adaptive Diagnostic System (OADS) and Thematic Apperception Test (TAT), questionnaire of clinical evaluation of IBS; 2) brief psychotherapy split in twelve sessions; 3) re-evaluation after six months. The symbolization capacity of the first participant was compromised primarily because of her difficulty dealing with the loss of her mother when a child, in a non-elaborated mourning. The patient presented strong abdominal pains, every two or three days, evacuating once a day and when in crisis, two or three times a day. The second participant presented a symbolization capacity that began to be compromised when the conflict between the desire to be accepted by her family, especially her mother, and the disruption became unbearable. She felt moderate pain, every five days, evacuating four times a day, and when in crisis, six times a day. Psychological clinical intervention in patients with IBS, based on the technique of OADS, with development of psychological demand and significant issues that compromised the capacity of symbolization, allowed the psychological development of emotional states that would influence the symptoms of IBS, so it contributed to the improvement of the clinical condition of the participants. After six months of psychotherapy, the first participant presented weak pains every five days, single daily stool frequency, no crisis. The second participant was evacuating once or twice a day, felt weak pains every five days and crisis occurred less frequently. The intervention model was advantageous to the participants, so that its use in clinical psychological treatment for IBS patients presents promising, taking into account the specifics of mental functioning associated with somatization

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