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O \"stuprum per vim\" no direito romano / Lo stuprum per vim nel dirritto romanoCanela, Kelly Cristina 27 May 2009 (has links)
O presente trabalho analisa o stuprum per vim, ou seja, o stuprum perpetrado mediante violência, no direito romano. Trata-se de um crime de violência sexual, praticado contra homens e mulheres na Roma Antiga. Embora este crime não tivesse uma autonomia conceitual e existam poucas fontes jurídicas romanas sobre o tema, o estudo deste argumento pode certamente contribuir para uma reflexão sobre o direito moderno, diante da recente Lei n. 11.106, de 2005, e especialmente no tocante às necessárias reformas da legislação penal brasileira referente ao estupro e ao atentado violento ao pudor. Ademais são examinados alguns temas como a sexualidade feminina e a relação entre a moralidade e a lei no direito penal romano. Busca-se, diante do limitado número de fontes jurídicas e, também com o apoio de fontes literárias, reconstruir um crime que suscita interessantes reflexões para os estudiosos do direito antigo e do direito moderno. Para tanto, foi realizada uma séria revisão crítica dos romanistas que trataram deste argumento e são traçados alguns aspectos que podem servir de subsídio histórico para uma reflexão sobre as escolhas normativas da nossa legislação e para uma eventual necessidade de mudança da mesma, sempre com o objetivo de garantir a todos os cidadãos, a dignidade humana, segundo os preceitos da Constituição Federal. / Il presente lavoro analizza lo stuprum per vim, ossia lo stuprum perpetrato mediante violenza, nel diritto romano. Si tratta di un crimine di violenza sessuale, praticato contro uomini e donne della Roma antica. Nonostante questo crimine non avesse unautonomia concettuale ed esistono poche fonti giuridiche romane riguardo il tema, lo studio di questo argomento può certamente contribuire per una riflessione sul diritto moderno di fronte allá recente legge n° 11.106, del 2005, e specialmente rispetto alla necessità di riforme della legislazione penale brasiliana riferente allo stupro e allattentato violento al pudore. Oltre a ciò sono esaminati alcuni temi come la sessualità femminile e la relazione fra la morale e la legge nel diritto penale romano. Si cerca, di fronte al limitato numero di fonti giuridiche e , anche con lappoggio di fonti letterarie, ricostruire un crimine che suscita interessanti riflessioni per gli studiosi di diritto antico e di diritto moderno. Per tanto, è stata realizzata una seria revisione critica dei romanisti che trattarono questo argomento e sono tracciati alcuni aspetti che possono servire di sussidio storico per un riflessione sulle scelte normative della nostra legislazione e per una eventuale necessità di cambiamento della stessa, sempre con lobiettivo di garantire a tutti i cittadini la dignità umana, secondo i precetti della Constituzione Federale.
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O conhecimento dos profissionais médicos e enfermeiros das unidades básicas distritais de saúde de Ribeirão Preto - SP acerca da violência contra a mulher cometida por parceiro íntimo / The knowledge of nurses and physicians from primary health care of Ribeirão Preto- São Paulo, concerning violence against womenBaraldi, Ana Cyntia Paulin 02 October 2009 (has links)
A violência contra a mulher é um problema de grande prevalência no Brasil e no mundo, sendo responsável por alto índice de morbimortalidade feminina e gerando sérias conseqüências para a sociedade. Médicos e enfermeiros, por serem os primeiros contatos dessas mulheres nos serviços de saúde, ocupam um lugar privilegiado na detecção da violência de gênero e devem possuir conhecimentos suficientes para o atendimento adequado das vítimas. O objetivo deste trabalho foi identificar e comparar o conhecimento, a percepção e a atitude de médicos e enfermeiros que atuam na rede básica de saúde de Ribeirão Preto-SP, acerca da violência de gênero. Trata-se de um estudo quantitativo, transversal, comparativo, do tipo survey, realizado nas unidades distritais básicas de saúde (UBDS) do município. Foram incluídos todos os profissionais que atendem nas cinco UBDS de Ribeirão Preto, totalizando 170 médicos e 51 enfermeiros. O questionário utilizado abordava o conhecimento, o manejo dos casos e atitudes dos profissionais frente à violência de gênero, sendo aplicado por pesquisadoras treinadas. Os dados foram processados e analisados, utilizando o pacote estatístico STATA 9.0, sendo realizada distribuição simples de freqüência, Teste Qui Quadrado (X2) ou Teste exato de Fisher, para verificar associação entre as variáveis. Os resultados mostraram que um percentual significativamente maior de médicos foi capacitado para o atendimento da violência de gênero durante a graduação (p = 0,013), enquanto mais enfermeiros foram treinados nos serviços de saúde (p = 0,000). Os médicos mostraram-se mais à vontade do que os enfermeiros em discutir assuntos como a vida sexual da cliente (p = 0,048) e o uso de drogas ilícitas pela mesma (p = 0,01). Ambos tendem a infantilizar a vítima, referiram se sentir à vontade em inquirir a paciente sobre situações violentas, e concordaram que a violência pode ser causada por fatores externos, como abuso de álcool, drogas e desemprego, e por problemas psicológicos do agressor. Médicos (85,3%) e enfermeiros (78%) demonstraram alto conhecimento sobre a definição de violência, têm consciência de que investigá-la é seu papel profissional e sabem reconhecer seus sinais e sintomas. No entanto, demonstraram muito baixo conhecimento sobre sua epidemiologia, sendo o conhecimento dos enfermeiros nesse quesito menor do que o dos médicos (p = 0,035). Um percentual significativamente maior de enfermeiros obteve boa pontuação sobre as condutas que facilitam a revelação da violência (p = 0,041). Ambos demonstraram alto conhecimento do manejo dos casos confirmados de violência de gênero, e bom conhecimento dos casos em que há suspeita da mesma; um percentual significativamente maior de médicos apresentou baixo conhecimento nesses últimos (p = 0,038). Os enfermeiros acertaram mais questões relacionadas à tomada de condutas administrativas e de integração com outros serviços do que os médicos. Portanto, o estudo demonstrou que os profissionais possuem boa formação acadêmica, bom conhecimento sobre definição, diagnóstico e manejo da violência de gênero, desconhecendo sua epidemiologia. Foram encontradas diferenças significativas na formação, no conhecimento e percepção dos profissionais, em relação à violência de gênero, sendo recomendado individualizar as intervenções de acordo com as peculiaridades de cada categoria profissional. / Violence against women is a very prevalent problem in Brazil and in the whole world, and responds to an increase in morbidity and mortality of female population, carrying out serious problems for society. Physicians and nurses, who firstly make contact to the victim, are in a front position to detect the violence against women; therefore, they should have enough knowledge and skills to provide them an adequate assistance. This study aimed to assess and to compare knowledge, perception and attitude of physicians and nurses from primary health care of Ribeirão Preto, São Paulo, concerning with violence against women. A survey quantitative, cross-sectional, comparative study was carried out in five basic units of district health. The sample consisted of 170 physicians and 51 nurses. The instrument used for data collection was applied by previously trained interviewers. Data were processed and analysed in Statistical Package for the STATA 9.0. The analysis involved simple frequency distribution, the Chi-Square Test (X2) or Fisher´s Exact Test to check the association between variables. It was observed that the percentage of physicians who received orientation about the problem of domestic violence during graduation was significantly higher than the observed for nurses (p=0,013); however, training at workplace was markedly more frequent than the observed for physicians (p=0,000). Doctors presented less discomfort than nurses to inquire the patient about her sexual life (p=0,048), and the use of illicit drugs (p=0,01). Both tend to play the same role in spousal assault as in child abuse; they feel comfortable on asking the patient about violence situations and both believed that alcohol or drug abuse, unemployment and husband´s psychological problems are causes of wife battering., Physicians (85,3%) and nurses (78%) demonstrated high knowledge concerning the definition of violence; they perceived their role in its investigation and both know to recognize the signs and symptoms of the problem. However, they demonstrated very low knowledge about the epidemiology of violence, and nurses seemed to know less than physicians in this item (p=0,035). A significant higher percentage of nurses obtained good scores concerning the conduct that helps the disclosure of the violence (p=0,041). Both groups demonstrated high knowledge in the management of confirmed cases of violence, and demonstrated good knowledge in the cases that violence is not confirmed. A significant higher percentage of physicians demonstrated low knowledge for suspection of violence cases (p=0,038). Nurses obtained higher scores than physicians on questions about administrative conducts and those that depend on the integration with other services. Therefore, this study demonstrated that professionals have good knowledge about definition, diagnosis and management of gender violence, but they unknown its epidemiology. We found significant differences on training skills, on knowledge and perception of health professionals concerning gender violence and recommend individualized actions to improve assistance.
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Violência doméstica e aspectos cognitivos do agressor: análise quantitativa / Intimate partner violence and cognitive aspects of the perpetrator: quantitative analysisReis, Leonardo Naves dos 21 October 2016 (has links)
A violência contra mulher, cometida por parceiro íntimo, constitui grave problema de saúde pública, entretanto, a maioria das produções acadêmicas contam somente com a participação de vítimas mulheres, ignorando importantes informações que deveriam ser obtidas a partir de agressores. Em âmbito internacional tem-se investigado a relação entre violência por parceiro íntimo e aspectos cognitivos de agressores. Nesse sentido, o presente estudo incluiu a participação dos dois parceiros com o objetivo de investigar quais seriam as táticas de resolução de conflitos empregadas por ambos; quais as diferenças entre as táticas utilizadas por homens e mulheres; e quais as diferenças entre as táticas utilizadas por casais em que se observa violência quando comparados a casais que possuem uma relação harmoniosa. Para tanto, utilizou-se do instrumento Revised Conflict Tactics Scale (CTS2). Em relação aos aspectos cognitivos dos parceiros masculinos, investigou-se, por meio do instrumento Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS-III), determinados fatores como, por exemplo, as funções verbal e executiva. Foram comparados os resultados do teste cognitivo de homens que cometeram violência contra suas parceiras com os resultados daqueles que não cometeram. Foram obtidas também informações referentes às características sociodemográficas dos casais. A amostra foi composta por 31 casais cuja esposa constava em registro policial como vítima de violência cometida pelo parceiro (grupo 1); e 31 casais que, de acordo com suas próprias percepções, afirmavam manter relação conjugal harmoniosa (grupo 2). A análise dos dados se deu de duas formas: Na primeira efetuou-se comparações entre os grupos 1 e 2, referentes às variáveis coletadas. Esta análise se deu de forma meramente descritiva e permitiu observar que, mesmo entre casais que julgam viver uma relação pacífica, são detectados comportamentos violentos. Já a segunda forma de análise desconsiderou a divisão por grupos, e utilizou para efeitos de comparação, o fato de o indivíduo ter ou não adotado condutas violentas, apuradas pelo instrumento CTS2. Esta etapa da análise dos dados empregou métodos estatísticos com a finalidade de verificar associações e correlações entre violência e determinadas variáveis. Em relação às variáveis contínuas, como por exemplo os escores obtidos no teste cognitivo, buscou-se apurar diferenças entre médias daqueles que cometeram ou não atos agressivos contra suas parceiras. Além disso por meio da análise de regressão logística, objetivou-se explorar fatores de risco e proteção à violência contra mulher por parceiro íntimo. Entre os resultados, o principal achado sugere que aspectos cognitivos, especialmente aqueles ligados às habilidades verbais e de controle dos impulsos, possivelmente exerceriam alguma influência para um desfecho violento ou não entre parceiros íntimos. Por fim, ao considerar a possível influência de aspectos cognitivos do agressor para que ocorra ou não a violência contra a mulher, o estudo conclui principalmente, que a redução dos índices de agressões contra mulheres, cometidas por seus parceiros, só poderiam reduzir de forma consistente, por meio de ações de longo prazo, especialmente aquelas dirigidas à educação inicial, uma vez que, esta constitui o caminho adequado para mudanças culturais e também para o desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas satisfatórias do sujeito / Violence against women, committed by an intimate partner, is a serious public health problem, however, most academic productions rely solely on the participation of women victims, ignoring important information that should be obtained from aggressors. On a international scope it has been researched the relation between intimate partner violence and cognitive aspects of aggressors. In that sense, this study included the participation of both partners in order to investigate what are the tactics of conflict resolution employed by both; what are the differences between the tactics used by couples where there is violence when compared to couples who have a harmonious relationship. Therefore, we used the Revised Conflict Tactics Scale (CTS2). About the cognitive aspects of male partners, was investigated by Wechsler Adult Intelligence Scale, (WAIS-III), certain factors such as, verbal and executive functions. We compared the results of cognitive testing of men who have committed violence against their partners with the results of those who did not commit. It were also obtained information about the sociodemographic characteristics of couples. The sample consisted of 31 couples whose wife contained in police reports as a victim of violence committed by her partner (group 1); and 31 couples who, according to their own perceptions, said to maintain harmonious marital relationship (group 2). The analysis of data was done in two ways: At first it performed comparisons between groups 1 and 2, referring to the collected variables. This analysis was merely descriptive and it allowed us to observe that even among couples who judge to be in a peaceful relationship, violent behaviors are detected. The second form of analysis disregarded the division by groups, and used for comparison purposes, the fact that the individual has or has not adopted violent behaviors, determined by CTS2. This step of data analysis used statistical methods in order to verify associations and correlations between violence and certain variables. About the continuous variables, such as the scores on cognitive testing, we sought to determine differences between average scores of those who committed or not aggressive acts against their partners. Moreover by logistic regression analysis aimed to explore risk and protection factors against violence to women by intimate partner. Among the results, the main finding suggests that cognitive aspects, especially those related to verbal skills and impulse control, possibly exert some influence to violent or not outcome among intimate partner. Finally, when considering the possible influence of cognitive aspects of the perpetrator to occur or not violence against women, the study concludes primarily that reducing levels of aggression against women committed by their partners, could only reduce consistently through long-term actions, especially those aimed at early education, since this is the appropriate way to culturaly change and to develop satisfactory social and cognitive skills of the individual
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Violência doméstica psicológica sob a perspectiva da mulher idosa: um enfoque na fenomenologia social / Psychological domestic violence from the perspective of older adult women: a focus on social phenomenologySouto, Rafaella Queiroga 16 December 2014 (has links)
Introdução: A violência doméstica psicológica perpetrada pelo familiar contra a mulher idosa é uma importante e pouco pesquisada questão de saúde pública global. Objetivo: Compreender a experiência da mulher idosa que vivencia violência doméstica psicológica. Método: Pesquisa qualitativa ancorada pela fenomenologia social de Alfred Schütz, realizada com onze mulheres idosas identificadas nos registros de dois serviços localizados no município de Campina Grande, Paraíba e um serviço localizado no município de São Bernardo do Campo, São Paulo. A coleta de dados ocorreu entre novembro de 2012 e fevereiro de 2013 por meio de entrevista aberta, norteada pelas questões: conte-me o seu dia a dia em relação à situação de violência doméstica? O que a senhora faz em relação a isso? O que a senhora pretende com essa ação? A análise dos dados foi realizada seguindo os passos adotados por pesquisadores da fenomenologia social. Resultados: O contexto vivencial da mulher idosa é marcado pela ameaça, agressões verbais, situações humilhantes, desrespeito, descaso, exploração, sentimentos negativos que impactam a sua saúde, como tristeza, raiva, sofrimento e medo. Ela manifesta compaixão pelo agressor e necessita de apoio para conviver com a violência ou tentar enfrentá-la. Quando recebe o apoio solicitado, tenta enfrentar a situação de violência, no entanto, sente-se impotente e apega-se a Deus. Sua expectativa refere-se à mudança de atitude do agressor e à possibilidade de afastar-se da situação de violência. Considerações finais: A compreensão da experiência da mulher idosa que vivencia violência doméstica psicológica pode ser utilizada pelos profissionais de saúde durante o atendimento de rotina, favorecendo a identificação de novos casos e tratando do assunto de acordo com a expectativa do sujeito envolvido. Ações voltadas para o acolhimento das vítimas e tratamento dos agressores, envolvendo profissionais (médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais), pesquisadores e poder público precisam ser consolidadas. / Introduction: Psychological domestic violence against older adult woman by a family member is an important and under-researched global public health issue. Aim: To understand the experience of older adult woman who live with psychological domestic violence. Method: This is a qualitative research supported by Alfred Schützs social phenomenology. It was conducted with eleven older adult women identified in the database of two services located at Campina Grande, Paraiba and one located at Sao Bernardo do Campo, Sao Paulo. Data collection was between November 2012 and February 2013 by open interview, using the following questions: tell me about your day-to-day related to your domestic violence situation experience? What do/did you do about that? What do you want/hope with this action? Data analysis was conducted following social phenomenological researchers` steps. Results: The older adult woman`s lived context is marked by threatening, verbal abuse, humiliating situations, disrespect, neglect, and financial abuse. Negative feelings such as sadness, anger, suffering, and fear impact her health. She manifests compassion for the aggressor, and needs help to live with the violent situation or try to face it. When she gets the needed help, she tries to face the situation but she feels powerless and ask God`s help. Her expectation is related to changing the aggressor`s behavior and the possibility of running away from the violent situation. Final considerations: Health professionals can use the understanding of the experience of the older adult woman who lives with psychological domestic violence during their regular appointments, helping with the screening and facing the subject, according to the involved subject`s expectation. Actions focused on the victims` welcome/refuge and on the aggressors` treatment, which involves professionals (physicians, nurses, psychologists and social workers), researchers and law enforcers need to be consolidated.
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Percepções de médicos e enfermeiros acerca da violência contra a mulher: uma análise comparativa / Doctors and nurses\' perceptions of violence against women: a comparative analysisMariana Hasse 30 August 2011 (has links)
Este trabalho foi desenvolvido como subprojeto integrante da pesquisa A Interface Entre a Ocorrência e o Atendimento de Violência de Gênero Entre Mulheres Usuárias dos Serviços de Saúde da Rede Pública de Ribeirão Preto. A violência contra a mulher é uma das expressões mais perversas da subordinação feminina e gera graves conseqüências para as pessoas que vivenciam o seu ciclo. Mulheres nessa situação buscam frequentemente os serviços de saúde, que possuem um alto poder de detecção da violência. Porém, há uma série de dificuldades por parte dos profissionais, médicos e enfermeiros, em identificar e prestar assistência adequada a essas mulheres. O objetivo deste estudo foi analisar comparativamente as percepções de médicos e enfermeiros que atuam na rede de saúde de Ribeirão Preto acerca da violência contra a mulher buscando formas de aprimorar a assistência prestada. Para isso, realizamos uma pesquisa qualitativa, utilizando um banco de dados de 14 entrevistas com médicos e 10 com enfermeiros, realizadas por meio de um roteiro semi-estruturado. Por meio de análise de conteúdo temático foram identificadas as seguintes categorias: 1) Percepções sobre gênero; 2) Percepções sobre a violência contra a mulher; 3) Sobre atuação profissional; e 4) Sobre a rede de proteção. Tais categorias foram divididas em diversas subcategorias que foram analisadas a partir do referencial de gênero. Os resultados mostraram que há muitas semelhanças nas percepções relativas às questões de gênero, que são ainda bastante tradicionais. Os profissionais entendem que a violência contra a mulher ocorre devido às desigualdades perpetuadas pelo sistema social e que acabam por justificar a violência. Eles reconhecem os tipos de violência existentes e estão aptos a identificar e acolher as mulheres nos serviços de saúde, reconhecendo tais ações como suas responsabilidades. Porém, muitas vezes não o fazem por barreiras como a própria estrutura dos serviços, a falta de capacitação e aspectos emocionais, que dificultam o acolhimento e a orientação adequados. Também identificamos que a rede de apoio existente ainda é desconhecida por muitos dos profissionais e, diversas vezes, está estruturada de forma inadequada para atender às demandas existentes. Assim, é fundamental o desenvolvimento de capacitações para os profissionais da área de saúde com o objetivo de prepara-los para uma melhor assistência às mulheres em situação de violência e para o conhecimento da rede de proteção existente. Além disso, é urgente que a estrutura dos serviços seja repensada em diversos aspectos para que os princípios do SUS e as ações de humanização possam, de fato, ser colocadas em prática. / This study was conducted as part of the larger research project \"The interface between the occurrence and treatment of gender violence among women who are users of public health care in Ribeirão Preto. Violence against women is one of the most perverse forms of female subordination and leads to serious consequences to those affected by it. Women in such conditions frequently seek health care services, which are highly capable of detecting violence. However, there are a number of obstacles faced by professionals, doctors and nurses, in order to identify and provide proper assistance to these women. The objective of this study was to comparatively analyze how doctors and nurses who work in the public health care system in Ribeirão Preto perceive violence against women with a view to improving the quality of services. To attain this goal, this qualitative study made use of a database of 14 interviews with doctors and 10 with nurses following a semistructured script. Following thematic content analysis, the following categories have been established: 1) Perceptions about gender; 2) Perceptions about violence against women; 3) About the jobs; and 4) About the protection network. These categories were further divided into subcategories that were analyzed by taking gender as a reference. The findings show that there are many similarities across perceptions concerning gender issues, which are still quite traditional. Professionals believe that violence against women occurs as a result of inequalities that have been perpetuated by the social system and that ultimately justify such violence. They recognize the existing types of violence and are ready and able to identify women and offer them assistance within the health care system, which they regard to be part of their responsibilities. However, they frequently cannot do that due to barriers such as how the services are structured, lack of training, and emotional aspects, which make both reception and counseling difficult. It has also been found that the existing support network is still unknown to many professionals and, very often, that it is inadequately organized to meet current demands. Thus, it is essential to develop the skills of health care professionals in order to prepare them both to provide better assistance to women who have been affected violence and to know about the existing protection network. In addition, there is the urgent need to rethink the organization of services at various levels so that the principles of SUS - the universal health care system - and humanization actions can actually be put into practice.
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Violência doméstica contra a mulher no município de Guaxupé - MG, BrasilFRANCO, Telma Lucas Borges 26 March 2013 (has links)
A violência contra a mulher é um problema de saúde pública, uma vez que acompanha toda a sociedade e que ocorre em todos os níveis de desenvolvimento social e econômico. Os serviços de saúde e as delegacias de polícia são os locais mais frequentemente procurados por essas mulheres, ocupando, portanto, lugar de destaque no manejo desses casos. Estudo com abordagem metodológica quantitativa, do tipo descritivo, exploratório e transversal e teve como objetivo identificar a existência de violência contra a mulher no município de Guaxupé, Minas Gerais, entre as usuárias da Estratégia de Saúde da Família (ESFs) e as que registram boletim de ocorrência (BO) na Delegacia Regional da Polícia Civil. A coleta de dados foi realizada em dois momentos: primeiramente foram aplicados questionários às mulheres residentes nas áreas adstritas das ESFs e posteriormente realizou-se a avaliação da violência contra a mulher, com o estudo dos BOs, na delegacia. Foram aplicados 348 questionários às mulheres das ESFs e estabeleceu-se 95% de confiança e margem de erro de 5%. Para as análises estatísticas descritivas e analíticas foi utilizado o software SPSS, versão 17, utilizando o teste Qui-quadrado, o Exato de Fischer e o Kruskal-Wallis para explorar as relações existentes entre as variáveis do estudo. Verificou-se que 37,6% das mulheres entrevistadas sofreram violência doméstica em algum momento de suas vidas, sendo que a violência psicológica e moral foi a mais identificada entre as mesmas, seguida da violência física, sexual e patrimonial. Os principais agressores dessas mulheres foram os ex-cônjuges (37,4%) e os cônjuges (35,9%) e, no ato da agressão, 41,6% destes estavam alcoolizados. O ambiente doméstico foi o local de maior ocorrência da violência, enquanto 34,4% afirmaram ter denunciado seu agressor junto à delegacia. Num segundo momento, foram coletados 163 BOs que se enquadravam na Lei Maria da Penha, onde as vítimas eram mulheres, e estabeleceu-se 95% de confiança e margem de erro de 4,4%. A maioria das vítimas e dos agressores se encontra na faixa etária entre 20 e 34 anos e foi encontrado um baixo nível de escolaridade entre os envolvidos nas denúncias. Os finais de semana foram considerados os mais propícios para ocorrer violência contra a mulher, sendo que 49% dos BOs foram registrados aos sábados e domingos, período este em que o agressor fica mais tempo no domicílio, principalmente no período da noite, entre as 18h e 23h. Em 66,7% dos BOs não foi encontrada presença de lesão física contra a vítima, e os agressores dessas mulheres, em sua maioria, eram seus companheiros ou ex-companheiros. Relacionando os BOs com as áreas adstritas das ESFs do município percebe-se que 27,6% destes compreendem endereços correspondentes a essas áreas. Os resultados corroboram com pesquisas anteriores realizadas no país para descrever o fenômeno da violência contra a mulher e apontam para a necessidade de intervenção multiprofissional e intersetorial junto às vítimas e suas famílias, como também a criação de políticas públicas direcionadas a esses casos, de forma a promover a integralidade das ações voltadas para o bem estar e segurança dos envolvidos, tanto no âmbito judicial, quanto no da saúde. Para o município, este estudo passa a constituir os primeiros dados sobre violência contra a mulher, relacionados com o serviço de saúde, o que permitirá à saúde pública implementar ações de prevenção mais efetivas / Violence against women is a public health problem, once it accompanies the whole society and occurs at all levels of social and economic development, and the locals more often sought by those women are the police stations and the health services, occupying therefore a prominent place in the management of these cases. This research has the quantitative approach of the descriptive type, exploratory and transversal and aimed to identify the existence of violence against women in the city of Guaxupé, Minas Gerais, among users of the “Estratégia de Saúde da Família” – ESFs (Family Health Strategy) and those who have recorded a police report (PR) at the Regional Civil Police. Data collection was performed in two stages: first questionnaires were administered to women living in the nearby areas of ESFs and subsequently it was held the assessment of violence against women, with the study of PRs at the police station. 348 questionnaires were administered to women of ESFs, settled 95% confidence and a margin of error of 5%. For descriptive and analytical statistical analyzes we used SPSS software, version 17, using the chi-square test, the Fisher’s Exact, and the Kruskal-Wallis test to explore the relationships between the variables of the study. The percentage of 37,6% of the women interviewed suffered domestic violence at some point in their lives, and the moral and psychological violence were more frequently identified, pursued by the physical, sexual, and patrimonial violence. The main perpetrators of these women were former partners (37,4%) and spouses (35,9%) and in the act of aggression 41,6% of these were drunk. The domestic environment was the most frequent site of violence, while 34,4% said they had denounced their attacker to the police station. In the second phase, we collected 163 PRs that were classified under the Maria da Penha Law, those victims were women and it was established 95% confidence and a margin of error of 4,4%. Most victims and perpetrators were in the age range from 20 to 34 years and it was found a low level of education among those involved in the complaint. The weekends were considered more likely to occur violence against women, with 49% of the PRs were recorded on Saturdays and Sundays, a period in which the offender is more time at home, especially during the night from 6pm to 11pm. In 66,7% of BOs it was not found the presence of physical injury on the victim and the perpetrators of these women were mostly their partners or ex-partners. Relating the PRs with the areas connected to the ESFs of the municipality it was realized that 27,6% of these addresses corresponding to those areas. The results corroborate with previous research conducted to describe the phenomenon of violence against women and point to the need for intersectorial and multidisciplinary intervention alongside victims and their families, as well as the creation of public policies directed to these cases in order to promote the completeness of actions for the welfare and safety of those involved, both in the judiciary, as well as in healthcare. For the city of Guaxupé these become the first data on violence against women related to the health service, which will allow the implement of more effective preventive actions by the municipality.
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Percepção das mulheres sobre a violência no trabalho de parto e partoRENNÓ, Giseli Mendes 24 May 2016 (has links)
Este estudo teve como objetivo conhecer a ocorrência de violência na assistência ao trabalho de parto e parto vivenciado pelas mulheres de um município do sul de Minas Gerais. Pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo descritivo, exploratório e transversal, desenvolvido com 25 mulheres que pariram em serviço hospitalar. Os dados foram analisados utilizando a proposta de conteúdo de Bardin e duas categorias foram identificadas: violência institucional no trabalho de parto e parto e ações não farmacológicas na humanização da assistência no trabalho de parto e parto. Nas falas das mulheres foi possível identificar elementos que caracterizam a violência no trabalho de parto em física, psicológica, sexual, institucional e material. A violência é relatada como acolhimento e assistências inadequadas, o descumprimento de direitos básicos das mulheres, dos familiares e dos filhos, o uso de práticas consideradas inadequadas e prejudiciais para o trabalho de parto e parto e a ausência de métodos farmacológicos para alívio da dor. Porém, a maioria delas referiram que não foram vítimas de violência. Foram identificados elementos da humanização da assistência como acolhimento, cumprimento dos direitos das mulheres e uso de métodos não farmacológicos de alívio da dor. Assim, a violência relatada pelas mulheres foi institucional e praticada por atendentes, por médicos e profissionais de enfermagem, pela infraestrutura e está ligada às relações de poder que colocam a mulher em situação de desigualdade e vulnerabilidade diante aqueles que deveriam ser cuidadores. Contudo, as estratégias de capacitação dos profissionais de enfermagem proposta pela OMS e aderida pelo MS ainda não proporcionou, nesses locais, uma mudança significativa das experiências no parto, prevalecendo uma obstetrícia clássica e intervencionista. / This study aimed to identify the occurrence of violence on the assistance to labor and delivery underwent by women of a city in the south of Minas Gerais. Qualitative research, descriptive, exploratory and cross-sectional developed with 25 women who gave birth in hospital service. The data were analyzed using the Bardin’s content proposal and two categories were identified: institutional violence during labor and delivery, and non-pharmacological actions in the humanization of assistance during labor and delivery. In the women’s speeches was possible to identify elements that characterize the violence in labor as physical, psychological, sexual, institutional and material. The violence is reported as inadequate reception and assists, the breach of basic rights of women, family and children, the use of practices considered inappropriate and harmful to labor and delivery, and the absence of pharmacological methods for pain relief. But most of them said they were not victims of violence. Humanization of assistance elements have been identified as reception, fulfillment of women’s rights and the use of non-pharmacological methods of pain relief. Thus, the violence reported by women was institutional and practiced by attendants, by doctors and nurses, by the infrastructure and is connected to the relations of power that put women in situation of inequality and vulnerability to those who should be caretakers. However, the training strategies of nursing professionals proposed by WHO and adhered by MS has not provided in these places a significant change on the labor experiences, prevailing a classic and interventional obstetrics.
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A magnitude da violência de gênero entre mulheres trabalhadoras de restaurantes universitários / The extension of gender violence endured by women who work in university restaurantsVenâncio, Kelly Cristina Maxima Pereira 02 April 2012 (has links)
Estudo exploratório e descritivo de abordagem quantitativa sobre a magnitude da violência de gênero contra as mulheres. Ancorado na Teoria da Intervenção Práxica de Enfermagem em Saúde Coletiva, usou como categorias de análise gênero e violência de gênero. Objetivou conhecer a magnitude do fenômeno da violência de gênero cometida por parceiros íntimos entre mulheres trabalhadoras de restaurantes universitários, conhecer o perfil de produção e reprodução social dessas mulheres e os potenciais de desgaste e fortalecimento intrínsecos a essas formas de viver e trabalhar, identificar os tipos de violência que essas mulheres vivenciam e seus agressores, bem como as formas de enfrentamento utilizadas por elas frente à violência sofrida e verificar a possível relação entre os problemas de saúde apresentados pelas mulheres e a violência que vivenciam. O cenário foi a Superintendência da Coordenadoria de Assistência Social da Universidade de São Paulo (Coseas), é vinculada à Reitoria da Universidade de São Paulo. Foram entrevistadas, com instrumento semiestruturado, 91 mulheres trabalhadoras dos restaurantes vinculados à Coseas. Os resultados mostraram que os lugares onde vivem apresentam altas taxas de violência em geral e são vulneráveis socialmente. No momento produtivo, verifica-se que o trabalho formal e estável representa um forte potencial de fortalecimento. No entanto, revela-se também como potencial de desgaste, devido ao processo de trabalho espoliador que exige intenso esforço físico, o que resulta em doenças ocupacionais. A maior parte (70%) exerce função de auxiliar de cozinha e cozinheira, e 82,4% disseram ser subalternas. Cerca de 70% relataram ter sofrido violência gênero perpetrada por parceiro íntimo, destas, 66% sofreram violência psicológica, 36,3% violência física e 28,6% sexual. No enfrentamento dessa situação, 65,2% procuraram ajuda. As mais frequentes foram a ajuda familiar (46,5%) e da enfermeira de saúde mental da Coseas (23,3%). Os problemas de saúde decorrentes da violência foram referidos por 59,1%, a maior parte tendo alguma relação com a saúde mental. Os resultados indicam que a situação exige uma intervenção imediata pautada principalmente na instrumentalização dessas mulheres e no apoio do Estado e da Universidade para que se realize o enfrentamento que a realidade exige. / This is an exploratory and descriptive study that does a quantitative approach on the extension of gender violence against women. Having its basis on the Praxical Intervention Theory in Nursing of Colective Health, it has taken a few analysis categories related to gender and gender violence. This works aim was knowing the magnitude of the gender violence phenomenon as it is committed by intimate partners of women who work in college restaurants; knowing the production and reproduction social profile of these women, as well as the potential weakening and strengthening processes that are intrinsic to that way of living and working; indentifying the types of violence that these women have to cope with, as well as their aggressors (besides the ways of facing the violence they are exposed to); and, finally, verifying a possible relation between the health problems theses women develop and the violence they suffer. The place was the Social Work Bureau of the University of São Paulo (Coseas), which is part of this institution rectory. The 91 women who work at the university restaurants of the Coseas system, they were interviewed as a semi-structured instrument subjects of this study. The results have shown that the places where they live have high rate of general violence and they are socially vulnerable. In their productive moment, it is known that the formal and stable work represents a strong strengthening potential. Nevertheless, it has, at the same time, a weakening potential due to the despoiling work process that demands intense physical effort, which results in occupational diseases. Most of these women (70%) is cook or auxiliary cook. 82,4% of them consider themselves as subordinate workers. Around 70% of them have reported to be victims of gender violence committed by an intimate partner, 66% psychological violence, 36,3% physical violence and 28,6%, sexual violence. In facing this issue, 65,2% has searched help. The most frequent one was the help from someone inside the family (46,5%), and from the mental health nurse of Coseas (23,3%). The health problems that were consequences of the violence suffered were mentioned by 59,1%, and the major part had a relation with mental health. The results indicate that this situation demands an immediate intervention based especially on the providing that women with means of coping with their problems, as well as the support of the State and the University of São Paulo, so that all together can struggle to win this battle for a more respectful and honorable reality.
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A permanente vitimização de mulheres: compreensão psicodinâmica a partir de um estudo de caso / The permanent victimization of women: psychodynamic understanding based on a case studyYounes, Raquel Brandão Martins de Araujo 07 August 2014 (has links)
A violência contra as mulheres constitui um fenômeno social com dimensões múltiplas, que, apesar de ter ganhado visibilidade social há pouco, ocorre há muito tempo em todas as culturas, afetando a todas as idades e classes sociais, tendo tornado-se um problema também de saúde pública. A dominação de gênero impede que homens e mulheres pensem fora do esquema de dominação masculina, interpretando essa relação como natural. Existe um despreparo do profissional da saúde em lidar com as vítimas que recorrem ao seu serviço, que se deve possivelmente ao desconhecimento acerca de como proceder frente a esses casos e também se sabe que muitas vezes as intervenções são fracassadas por resistência das próprias mulheres. Neste trabalho, objetivou-se compreender a dificuldade das mulheres em situação de violência abandonarem as relações violentas em que se encontram por meio de um estudo de caso atendido com base no método psicanalítico. Como recurso teórico, lançamos mão da teoria da agressividade de Winnicott, que defende que os problemas de violência enfrentados pela sociedade devem-se à não integração da agressividade inata dos indivíduos. A partir da discussão clínico-teórica, objetivamos ainda, pensar nos impasses e dificuldades na atuação com mulheres que sofrem violência, como forma de contribuir com o preparo de profissionais da saúde que lidam com essas mulheres. Concluímos que a teoria de Winnicott sobre a agressividade contribui de forma substancial para a compreensão da permanente vitimização de mulheres ao revelar o lugar central que a agressividade ocupa na constituição dos seres humanos. Se esse elemento central não puder ser integrado como parte do indivíduo, ele trará graves problemas, sendo um deles, o assujeitamento constante à violência. Concluímos, ainda, que o profissional da saúde deve compreender essas mulheres como seres humanos com necessidades subjetivas e aguardar a oportunidade de elas alcançarem uma atitude construtiva para lhes mostrar a destrutividade e a agressividade humanas presentes nelas, oferencendolhes um novo modelo de vínculo. Essa é a única possibilidade que o ser humano tem de tolerar seus próprios aspectos destrutivos para Winnicott / Violence against women is a social phenomenon with multiple dimensions. Although it has gained social visibility in a short time, it has happened for a long time in all cultures, affecting all ages and social classes and it has become a public health issue. Gender domination doesn\'t allow men and women to think out of the male domination scheme, interpreting this relationship as natural. Besides, health professionals lack the skill of dealing with the victims that search for this service, which is possibly related to the ignorance of how to go along with these cases. It is also known that in many cases interventions fail in due to the women`s own resistance. The objective of this piece of work was, through a case study based on psychoanalytic method, to understand the difficulty of women living in violent situations so as to abandon the violent relationships, in which they are found. As theoretical resource, we used Winnicott\'s theory about aggressiveness, which defends that the problems concerning violence faced by society are the consequence of the non-integration of the individuals innate aggressiveness. Based on the clinical and theoretical discussion, we still aim to think of the difficulties of the work with women who suffer violence, as a form of contribution to the preparation of health professionals who deal with these women. We concluded that Winnicott\'s theory about aggressiveness helps to understand the permanent victimization of these women as it reveals central spot that aggressiveness occupies on human being constitution. If this central element cannot be integrated as part of the individual, it will bring serious problems, as the frequent subjection to violence. We still concluded that the health professional should comprehend these women as human beings with subjective needs and should wait for the opportunity for them to achieve a constructive attitude to show them the human destructiveness and aggressiveness present in themselves, offering them a new model of relationship. This is only possibility for the human being to tolerate its own destructive aspects, according to Winnicott
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A prática da amamentação entre mulheres em situação de violência por parceiro íntimo, durante a gestação atual: análise da duração do aleitamento materno exclusivo e autoeficácia materna na amamentação / .The practice of breastfeeding among women in situations of intimate partner violence, during a current gestational period: analysis of the duration of exclusive breastfeeding and maternal self-efficacy in breastfeedingMariano, Laura Marina Bandim 12 September 2014 (has links)
A violência por parceiro íntimo (VPI), durante a fase gravídico-puerperal da mulher, pode ter consequências sérias e desastrosas tanto para a saúde das mulheres como para seus conceptos/neonatos. Algumas dificuldades das mães, durante o aleitamento materno, podem estar relacionadas, direta ou indiretamente, à atitude de agressão por parte do parceiro, independente de ocorrer antes, durante e/ou depois da gestação. Este estudo teve como objetivo analisar a prática da amamentação entre mulheres em situação de VPI, durante a gestação atual, usuárias de um serviço de pré-natal da rede pública quanto à duração do aleitamento materno exclusivo (AME), ao nível de autoeficácia materna para amamentar e aos fatores relacionados ao início, estabelecimento da amamentação e desmame precoce. Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo-exploratório, desenvolvido no CRSM-MATER, situado em Ribeirão Preto - SP, com aprovação da Comissão de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, nº 1421/2011. Os dados foram coletados no período de maio de 2012 a maio de 2013. As mulheres participantes do estudo foram recrutadas a partir de um inquérito sobre prevalência de VPI na gestação, aplicado no pré-natal para 358 gestantes, além de dados sociodemográficos e ginecológicos. Na internação, as informações sobre variáveis obstétricas, neonatais e de amamentação foram coletadas no prontuário. Com 30 dias de pós-parto, as mulheres foram acompanhadas no domicílio, quando foi aplicado o Instrumento Breastfeeding Self-Efficacy Scale (BSES), e com 70 dias após o parto, por contato telefônico, para obter informações sobre a amamentação. Os dados foram analisados pelo programa estatístico SAS ® 9.0, com análise fundamentada na estatística descritiva, utilizando-se o Teste Exato de Fisher, t-Student e Análise de Variância. Verificamos que 17,59% das participantes relataram algum tipo de VPI, durante a gestação atual, sendo 94% por violência psicológica, 42%, física e 2%, sexual. A média de idade foi de 24,5 anos e de estudo, 8,94 anos, renda familiar média de 2,61 salários-mínimos. Na alta hospitalar, 88% dos bebês estavam em AME, reduzindo para 55,32% e 40% com 30 e 70 dias após o parto, respectivamente. A média de duração do AME foi de 19,08 dias. E 54% das mulheres apresentaram alta autoeficácia na amamentação. Não houve associação do nível de autoeficácia na amamentação e da duração do AME com o tipo de VPI, na gestação atual. Verificamos associação da duração do AME com o nível de autoeficácia na amamentação com 30 e 70 dias, após o parto. Dentre os fatores relacionados ao início, estabelecimento da amamentação e desmame precoce, observamos associação estatisticamente significativa do nível de autoeficácia na amamentação com o Apgar de 1º minuto, a presença de intercorrências com o recém-nascido (RN) e a separação da mãe durante a internação. Concluímos que a análise da autoeficácia na amamentação entre mulheres em situação de VPI, na gestação atual, possibilitou identificar fatores relacionados à amamentação que podem ter influências negativas e positivas sobre o início e estabelecimento da amamentação, bem como para o desmame precoce. A BSES é um instrumento que pode ser usado tanto em pesquisas como no planejamento de uma assistência mais efetiva / Intimate Partner Violence (IPV) during the pregnancy-puerperal phase can have serious and disastrous consequences for women and their neonates. Some difficulties for mothers during breastfeeding, may be related directly or indirectly to the act of aggression by the partner before, during or after gestation. This study\'s objective is to analyze breastfeeding in the IPV situation during current gestation among users of a prenatal service from the public health care in relation to the duration of the exclusive breastfeeding (EBF), the level of maternal self-efficacy to breastfeed, and breastfeeding factors related to its initiation, establishment, and early weaning. The present study is quantitative and descriptive-exploratory, developed at CRSM-MATER, situated in Ribeirão Preto, Sao Paulo, with the approval of the Ethics Committee on Human Research, no. 1421/2011. The data were collected from May 2012 to May 2013. The participating women (n=358) were recruited from an inquiry about the prevalence of IPV during their gestation, applied in pre-natal. Socio-demographic and gynecological data were also considered. At admission, information about obstetric variations, neonatal and breast-feeding were collected. In the 30th day from postpartum, the Breastfeeding Self- Efficacy Scale (BSES) instrument was applied in person in the home. Within 70 days postpartum, information about breast-feeding was obtained via telephone. The data were analyzed in using SAS® version 9.0 statistical software, with an analysis grounded in descriptive statisticz, utilizing the Fisher\'s exact test, Student\'s t-test and Variance Analysis. The average age was 24.5 years and 8.94 studying years, average family income was 2.61 minimum wage. It was verified that 17.59% of the participants reported some kind of IPV during gestation, with 94% of these cases reporting psychological, 42% physical and 2% sexual violence. At hospital discharge, 88% of neonates were in EBF, reduced to 55.32% and 40% at 30 and 70 days postpartum, respectively. The average duration of EBF was 19.08 days. 54% of the women presented high self-efficacy in breast-feeding. There was no association between the kind of IPV in the current gestation with the level of self-efficacy in breast-feeding or with the duration of EBF. There was however, an association between the duration of the EBF and the level of self-efficacy in breast-feeding at 30 and 70 days postpartum. Among breast-feeding characteristics, there were significant associations between the level of self-efficacy in breast-feeding with the Apgar of 1st minute, neonatal complications and maternal separation during hospitalization. We conclude that self-efficacy in breastfeeding among women in situations of IPV during gestation can influence breastfeeding beginning, breastfeeding establishment and early weaning. The present study establishes the utility of the BSES as a research instrument in this context, which may help guide the development of strategies for more effective assistance
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