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O momento marginalista: uma arqueologia do pensamento econômico do século XIX / The marginalist moment: an archeology of economic thought of the nineteenth centurySampaio, Pedro Ivan Moreira de 15 March 2019 (has links)
Esta dissertação de mestrado tem como objetivo apontar alguns indícios de uma transformação epistêmica a partir dos escritos de três economistas marginalistas: Menger, Jevons e Walras. Trata-se de um estudo dos discursos do saber econômico do final do século XIX, orientado por um uso do pensamento de Michel Foucault. O texto foi dividido em um capítulo de introdução, três de desenvolvimento e um capítulo de considerações finais. A introdução deste estudo dedicou-se à apresentação de um quadro geral da Economia Política da primeira metade do século XIX. A partir do pensamento de David Ricardo e também de Karl Marx, foi possível reconstituir o contexto teórico no qual um saber baseado na teoria do valor-trabalho e constituído por uma antropologia fundante é capaz de ordenar sua intelecção pela figura do homem. Esta introdução teve como propósito a apresentação do cenário teórico no qual o pensamento marginalista pôde se constituir. O primeiro capítulo de desenvolvimento do estudo tratou da caracterização do chamado momento marginalista, pontuando sua singularidade frente ao pensamento econômico do século XIX. Também foi exibida neste capítulo a teoria marginalista do valor, como uma ruptura com a teoria do valor-trabalho. Com esta análise, indicou-se a pretensão dos marginalistas de refundação da Ciência Econômica. Para além disso, a emergência de uma teoria do valor ancorada nos julgamentos individuais dos agentes econômicos propiciou o destaque de três características marcantes do pensamento marginalista: a constituição de novas bases para a cientificidade do saber econômico, uma nova orientação do eixo temporal, bem como um deslocamento do lugar ocupado pelo homem na inteligibilidade da economia. O segundo capítulo centrou-se no estudo da troca e dos preços nos escritos dos autores marginalistas. Esta leitura permitiu compreender o papel de destaque que a esfera da circulação de bens passou a ter no momento marginalista. No mais, também foi salientado como a maneira de constituição dos preços pôde representar uma forma de governo da pluralidade dos julgamentos individuais de valor. Com esta análise se indicou a maneira pela qual essa Ciência Econômica dos marginalistas produziu sua validade universal. O último capítulo de desenvolvimento deste trabalho debruçou-se sobre a concepção de mercado emergente no momento marginalista. Com o estudo do equilíbrio geral do mercado e da Lei de Walras, caracterizou-se o mercado como uma máquina capaz de ordenar toda a economia. Ao fim deste capítulo indicou-se o aparecimento desta concepção de mercado como um acontecimento, capaz de tomar o lugar ocupado pelo homem na ordenação saber econômico. Como considerações finais, apontou-se no momento marginalista a constituição de um saber que funda sua cientificidade no governo da multiplicidade de julgamentos individuais de valor. Também foi pontuado como o pensamento marginalista foi capaz de ordenar a economia de modo a atribuir às expectativas no futuro a constituição de sua conjuntura presente. Por fim, indicou-se que o mercado no momento marginalista funciona como uma máquina que se alimenta da liberdade fundadora do valor. Estes três eixos: a ciência, o tempo e o mercado, foram destacados neste estudo como indícios de uma transformação epistêmica. / The overarching goal of this masters dissertation is to uncover indications of an epistemic transformation found within the writings of three marginalist economists: Menger, Jevons and Walras. The diagnosis of this phenomenon was entirely guided by Foucaults thought framework. This text is divided into an introductory chapter, three development chapters, and closing remarks. The introductory chapter presents a general framework of the Political Economy in the early 19th century. Building from David Ricardos and Karl Marxs lines of thought, it was possible to reconstruct a theoretical framework guided by the labor theory of value and constituted by foundational anthropology enabling its understanding through the figure of man. In this introduction, the goal was to present the theoretical context in which marginalist thought can be built. The first development chapter addresses the characterization of the marginalist moment, punctuating its singularity from the perspective of the 19th century economic framework. Furthermore, this chapter presents the marginalist theory of value, as a rupture from the labor theory of value. This analysis revealed the marginalists pretention of economics refoundation. In addition, the emergence of a value theory based on the individual judgments of each economic agent propitiated the constitution of new bases for the scientificity of economic knowledge, a new orientation to the time axis, as well dislocation of the place occupied by man in the intelligibility of the economy. The second chapter focuses on trade and pricing in the writings of marginalist authors. Through this study, an understanding emerged of the prominent role that the circulation of goods played in the \"marginalist moment\". Moreover, a case is made for how price determination has represented a form of governance of the plurality of individual judgments of value. This analysis revealed how Economic Science of the marginalists established its universal validity. The last chapter of this work focuses on how market conceptualization ultimately emerged in the \"marginalist moment\". In light of the markets general equilibrium and Walras Law, the market is characterized in this chapter as a machine capable of commanding the entire economy. At the end of this chapter, market conceptualization is indicated as an event capable of taking mans place at the economic knowledges ordination. The final remarks present the argument that the \"marginalist moment\" marks the establishment of a knowledge framework that bases its scientificity on the governance of the multiplicity of individual judgments of value. It is also punctuated how marginalist thinking was able to command the economy with the goal of attributing the constitution of its current situation to future expectations. Lastly, the market in the \"marginalist moment\" is presented as a machine that feeds on the founding freedom of value. These three axes: science, time and the market, were highlighted in this study as signs of an epistemic transformation.
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A linguagem estética das "investigações filosóficas" de Ludwig Wittgenstein e o curso de filosofia da UFBA : um diálogo entre a obra e um caso aula.Oliveira, Kleber Lopes de January 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006 / Uma investigação sobre acontecimentos em aulas do curso de Filosofia da UFBA, através da observação de estudantes sob a regência do educador Dante Augusto Galeffi na disciplina Metodologia e Prática de Ensino em Filosofia-I, do semestre 2003.2, na FACED - Faculdade de Educação/UFBA, e o diálogo entre as linguagens achadas nas aulas com a obra Investigações Filosóficas, do filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein. Entretanto, não apenas com esta obra, mas também com outras obras esclarecedoras de epistéme, de competência estabelecida e requerida pela tradição filosófica moderna, sendo que para Wittgenstein, especificamente, a Filosofia não precisa ficar aprisionada em tradições autoritárias de verdades, pois elas, as verdades, são circunstanciais, são perspectivísticas. Além disto, diante as observações feitas na linguagem dos estudantes citados acima, um autoritarismo tradicional no processo do educar em Filosofia na UFBA parece se estabelecer enquanto cultura vigente. Há uma urgência, percebe-se, em se rever conceitos historicamente postos do que seja Filosofia, esta podendo ser, dentre outras formas libertárias e concretas, a relação entre mestres-aprendizes; o próprio filosofar, com os textos; com a vida, no intuito de se gerar pensamentos que ainda não foram pensados. / Salvador
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A metafísica platônica como estética inteligível: considerações sobre imagem e visão nos livros VI e VII da RepúblicaCurbani, Weriquison Simer 26 July 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-07-26 / The study consists in investigate how aesthetics arises as significant element in the composition of the dialogue Republic. It pass through this work from the beginning to the end
framing it in beauty. There are numerous passages that mention the archaic poets, it worships the music, as such as the art of the Muses, the appreciation of harmony, the rhythm, by the symmetry, finally, there is in the Republic a aesthetic care in its architecture. Having seen, then, that beauty occupies a considerable place in the dialogue, we look for to valorize it and put it in evidence from the artistic, to forge a path that lead us, increasingly, to face the beauty
as something not be restricted to the sensible, since, in the case of Plato, the most splendorous beauty lies in the intelligible. In this sense, we propose to take the Platonic metaphysics of ideas as intelligible aesthetic, aiming at finding the beautiful supersensible possible be contemplated by the philosophical intellect. This is because the ideas are intelligible forms , which are shown in its perfection to the intellect. The idea is essentially one single unit, which sensible objects imitates and receives their being. In other words, the idea is the aspect that presents itself to the intellect of the philosopher. And with this intention of taking Platonic
metaphysics as intelligible aesthetic, we made some considerations about image and vision . Such considerations follow in the direction of taking the image as a metaphor, as
figurative language used as a resource to leads to souls to intelligible, and vision, means intellectual vision, a philosophical view. Finally, we will see, the activity of philosopher will
consist to see the beautiful scenery of the ideas in intelligible / O estudo consiste, primeiramente, em investigar o quanto a estética se coloca como elemento significativo para a composição do diálogo República, perpassando a obra do início ao fim e, por assim dizer, emoldurando-a em beleza. São inúmeras as passagens que fazem menção aos poetas arcaicos, a reverência à música como arte das Musas, o apreço pela harmonia, pelo ritmo, pela simetria, enfim, há na República um cuidado estético em sua arquitetura. Havendo
constatado, então, que o belo ocupa um lugar considerável dentro do diálogo, buscamos valorizá-lo e evidenciá-lo a partir do artístico, propriamente dito, para trilharmos um caminho
que nos conduzisse, cada vez mais, a encarar o belo como algo que não se restringisse ao sensível, uma vez que, em se tratando de Platão, a beleza mais esplendorosa reside no
inteligível. Neste sentido, propomos tomar a metafísica platônica das ideias como estética inteligível, objetivando apontar para o belo suprassensível possível de ser contemplado pelo intelecto filosófico. Isso porque, as ideias são formas inteligíveis , que se fazem mostráveis em sua perfeição ao intelecto. A ideia é essência, a unidade singular da qual os objetos sensíveis imitam e recebem seu ser. Em outras palavras, a ideia é o aspecto que se apresenta
ao intelecto do filósofo. E junto a essa investida de tomar a metafísica platônica como estética inteligível, fazemos algumas considerações sobre imagem e visão , tais considerações
seguem na direção de tomar a imagem como metáfora, como linguagem figurada utilizada como recurso para dar encaminhamento às almas até o inteligível e, visão, quer dizer visão intelectiva, visão filosófica. Por fim, veremos, a atividade do filósofo consistirá em um ver a bela paisagem das ideias no inteligível
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