[pt] O fenômeno da Intolerância é complexo, duradouro e se apresenta de diferentes formas, entre elas, sua manifestação religiosa. Por isso, frente a todas essas dificuldades, ele precisa ser debatido nos vários setores da sociedade, incluindo o ambiente escolar. Assim, o presente trabalho aborda a sua discussão por intermédio da Educação Geográfica, destacando a linguagem como elemento importante para tal situação. O pensamento geográfico, elemento formador da Educação Geográfica, é determinante para a compreensão da realidade, logo permite que o fenômeno em questão seja entendido. Associado ao pensamento geográfico, a linguagem cartográfica, que constitui uma linguagem própria da Geografia, pode representar uma ferramenta valorosa no combate à Intolerância. Nessa perspectiva, vislumbramos, na Cartografia Social um caminho poderoso que pode colaborar para a transformação do cenário da Intolerância. / [en] The phenomenon of Intolerance is complex, lasting and presents itself in different ways, including its religious manifestation. Therefore, given all these difficulties, it needs to be debated in various sectors of society, including the school environment. Thus, the present work addresses its discussion through Geographic Education, highlighting language as an important element in such a situation. Geographical thinking, a formative element of Geographic Education, is crucial for understanding reality, and therefore allows the phenomenon in question to be understood. Associated with geographical thinking, the cartographic language, which is a language specific to Geography, can represent a valuable tool in the fight against Intolerance. From this perspective, we see in Social Cartography a powerful path that can contribute to the transformation of the scenario of Intolerance.

[pt] Recentemente, temos observado um aumento significativo no reconhecimento do raciocínio geográfico como crucial para a formação e atuação de docentes de Geografia. Esta pesquisa visa analisar como licenciandos em Geografia mobilizam conhecimentos adquiridos em suas formações para desenvolver aulas baseadas em raciocínios geográficos durante o estágio docente no Colégio de Aplicação da UFRJ. A estrutura da tese compreende seis capítulos. No primeiro capítulo, abordamos quais são os objetivos fundamentais da geografia como disciplina escolar. A resposta a essa questão perpassa pelo entendimento do que definimos como Raciocínio Geográfico, respaldado por diversas fontes e referências, entre as quais, Paulo Cesar da Costa Gomes, Lana Cavalcanti, Sonia Castellar e Clare Brooks. No segundo capítulo abordaremos as contribuições teóricas de dois autores do campo da educação. Em Lee Shulman buscamos identificar os diferentes conhecimentos mobilizados pela prática docente, compreendendo-a como um trabalho intelectual que envolve um amplo processo de raciocínio pedagógico. Por sua vez, Basil Bernstein nos fornece um entendimento do processo de recontextualização pedagógica, no qual os docentes transformam o conhecimento a ser ensinado a partir de diferentes princípios e códigos. O terceiro capítulo apresenta os diversos aspectos metodológicos que orientaram a pesquisa. Trata-se de um estudo de caso com método indutivo e abordagem qualitativa. Como procedimentos metodológicos foram realizadas observações de reuniões de orientação, entrevistas a respeito da relação entre as trajetórias formativas e o processo de desenvolvimento de aulas-regência e análise documental de materiais didáticos produzidos pelos licenciandos. No quarto capítulo, o foco está nas trajetórias de formação dos licenciandos. O quinto capítulo analisa o processo de elaboração das aulas-regência pelos licenciandos dentro do contexto do Estágio Supervisionado. São examinados dados sobre os fatores que influenciaram a escolha dos temas das aulas-regência, a relação com diferentes aspectos das trajetórias formativas individuais, o impacto e os conhecimentos mobilizados nas reuniões de orientação, bem como as iniciativas de pesquisa, consulta e estudo no desenvolvimento do trabalho. Por fim, o sexto capítulo se concentra na identificação e análise dos elementos geográficos presentes nas aulas-regência desenvolvidas pelos licenciandos. A pesquisa apresenta subsídios para se pensar na integração de conhecimentos essenciais aos futuros professores para que sejam capazes de destacar a relevância da disciplina geográfica no complexo contexto escolar. / [en] Recently, we have observed a significant increase in the recognition of geographical thinking as crucial for the training and performance of Geography teachers. This research aims to analyze how undergraduate students in Geography mobilize knowledge acquired in their training to develop lessons based on geographical thinking during their teaching internship at the Colégio de Aplicação da UFRJ. The structure of the thesis comprises six chapters. In the first chapter, we address the fundamental objectives of geography as a school subject. The answer to this question passes through the understanding of what we define as Geographical Thinking, supported by various sources and references. In the second chapter, we discuss the theoretical contributions of two authors from the field of education. In Lee Shulman, we seek to identify the different knowledge mobilized by teaching practice, understanding it as an intellectual work that involves a broad process of pedagogical reasoning. In turn, Basil Bernstein provides us with an understanding of the pedagogical recontextualization process, in which teachers transform the knowledge to be taught based on different principles and codes. The third chapter presents the various methodological aspects that guided the research. It is a case study with an inductive method and qualitative approach. As methodological procedures, observations of orientation meetings, interviews about the relationship between the formative trajectories and the process of developing teaching lessons, and documentary analysis of didactic materials produced by the undergraduates were carried out. The fourth chapter focuses on the formative trajectories of the undergraduates. The fifth chapter analyzes the process of elaborating the teaching lessons by the undergraduates within the context of the Supervised Internship. Data on the factors that influenced the choice of themes for the teaching lessons, the relationship with different aspects of individual formative trajectories, the impact and knowledge mobilized in the orientation meetings, as well as research, consultation, and study initiatives in the development of the work are examined. Finally, the sixth chapter focuses on identifying and analyzing the geographical elements present in the teaching lessons developed by the undergraduates. The research provides subsidies for thinking about the integration of essential knowledge for future teachers to highlight the relevance of the geographic discipline in the complex school context.

This compilation licentiate thesis focuses on geography teaching in a digital teaching and learning environment in the Swedish secondary school. Departing from a subject-didactic perspective, the aim was to explore the relation between teachers’ knowledge base, choices and usage of digital tools and geography teaching. The preconditions to develop students geographical thinking has been of specific interest. The thesis consists of two joint studies: a regional survey (n=47) and a case study based on workshops. The results from the first study formed a basis for the design of the second study. The study draws on theories on teachers’ knowledge base, pedagogical content knowledge and TPACK.  The first study focused on teachers’ view of what secondary geography education implies in a digital teaching and learning environment. The second study explored secondary social science teachers’ curriculum thinking when constructing lesson plans containing geographical analyses with subject-specific digital tools (SSDT). The results reveal that handling geographical analysis in geography education stand out as a complex content that challenges teachers’ professional management competence. The usage of digital tools and SSDTs, such as GIS, varies. Subject specific games are commonly used in geography teaching. However, SSDTs that provide great amount of geographical data, for instance GIS, are not as commonly used. Moreover, results from the second study indicate that most participating teachers engaged in geographical thinking when planning their lessons, but there is an imbedded difficulty regarding transforming such thinking into student instructions. Also, integrating the SSDTs in the lesson plans proved to be challenging for some of the teachers. This implies developing each knowledge aspect is crucial alongside developing an integration of the knowledge aspects. / Den här studien utgår från ett ämnesdidaktiskt perspektiv och undersöker relationen mellan högstadielärares kunskapsbas, val och användning av digitala verktyg och geografiundervisning. Två delstudier ligger till grund för studiens resultat. Den första delstudien består av en regional enkätstudie med SO-lärare i årskurserna 7-9, vilken undersöker lärarnas val och användning av digitala verktyg i geografiundervisningen. Resultaten från den första delstudien gav underlag och uppslag för hur nästa delstudie skulle designas. Den andra delstudien är utformad som en fallstudie, och baseras på workshops med en grupp högstadielärare. Den fokuserar på lärares planering av undervisningen där elever får göra geografiska analyser med hjälp av ämnesspecifika digitala verktyg (ÄSDV) i syfte att utveckla det geografiska tänkandet. Studien vilar på teorier om lärares kunskapsbas, TPACK och ett geografididaktiskt forskningstema, geografiskt tänkande. Resultaten visar att geografiska analyser är ett komplext ämnesinnehåll och därmed även ett utmanande inslag i geografiundervisningen. Överlag används digitala verktyg i undervisningen men ÄSDV som innehåller stor mängd geografiska data (t. ex. geografiska informationssystem), används i markant lägre utsträckning. Studien visar även att integrationen mellan olika aspekter i lärarens kunskapsbas är central för att genomföra en undervisning som utvecklar geografiskt tänkande med hjälp av digitala verktyg.

Na história do pensamento geográfico há um grande equívoco na maneira pela qual é concebida a teoria do determinismo geográfico/ambiental. Isso significa que o tema tem sido tratado sob estereotipada roupagem, empobrecendo a Geografia e difamando e subestimando inúmeros geógrafos, bem como suas obras e idéias. O primeiro grande objetivo é o de demonstrar a importância histórica, científica e filosófica da idéia das influências ambientais que subjaz ao determinismo ambiental, a inevitabilidade de sua existência enquanto hipótese básica, e a impossibilidade epistemológica de se negá-la como uma hipóteses básica da Geografia, com ênfase em alguns autores rotulados de deterministas, como Hipócrates, Montesquieu, Semple e Huntington. O segundo grande objetivo é realizar uma crítica da crítica, minando algumas generalizações e equívocos dentre tantos que historicamente têm permeado o temário geográfico, e explicar o emaranhado semântico, filosófico, conceitual e epistemológico do tema das influências ambientais sobre a esfera humana, com ênfase na falsa dualidade determinismo/possibilismo. Assim, deve ser concebida como não mais que um mero prolegômeno, essencial, todavia, ao estudo da relação homem-ambiente, e em particular, ao estudo da história do pensamento geográfico, da idéia das influências ambientais e do determinismo ambiental. Ao final da pesquisa foi possível demonstrar a insustentabilidade da suposta dicotomia entre a escola determinista e a escola possibilista; a confusão conceitual, semântica e filosófica dos textos que comentam os autores deterministas; a impertinência, a leviandade e imprecisão da crítica ao determinismo, baseada mais no rótulo criado do que nas idéias em si; a riqueza de idéias de autores como Huntington e Semple, o pioneirismo possibilista de Hipócrates e Montesquieu e outros autores; a importância do modelo de modos de narrativa e dos estratagemas erísticos de Schopenhauer para a análise textual dos autores deterministas e de seus críticos, culminando com a elaboração de vinte e dois problemas essenciais de pesquisa, lançados como propostas metodológicas e epistemológicas iniciais ao estudo da história da Geografia e de suas idéias / Environmental determinism has been a controversial theme within human sciences and geography. There has been much misunderstanding and understatement concerning this fundamental explanatory hypothesis. A varied assortment of geographical works and authors have been incorrectly labeled and suffered from biased criticism and general misconceptions. The long-standing debate around environmental determinism is marked by a chaotic semantic tangle which shades its real and proper meaning. The first objective is to show the historical, philosophical and scientific importance of environmental determinism in terms of its underlying principle and hypothesis, called the idea of the environmental influences and point to its relevance as a craddle of modern geography and as valid approach to the man-milieu relationships.The second objective is to lauch a counter-criticism on those who irresponsibly dismissed environmental determinism without recognizing its underlying and unavoidable basic hypothesis and who did not read the labeled works in full. Criticism has been frequently incomplete, biased, crude, distorted, unscientific, politically oriented or naïve. The third objective is to disentangle the semantic, epistemologic and philosophic traps that threaten any attempt of covering the theme in full perspective and detail. The fourth objective is to analyse some environmentalists, such as Semple and Huntington, in order to deny the wrong labels attached to them. The fifth objective was to deconstruct the false determinism/possibilism dualism and to present a new way of interpreting this issue. The last objective was to bring a preliminary discussion of the literature of the theme, a short history of environmental ideas from the Greeks to the modern geography in the United States. After a careful analysis some myths were proven incorrect, or misleading and inaccurate at best, and as a final evaluation, twenty-one epistemological and methodological devices were listed as a contribution to the research in history of geography.

Na história do pensamento geográfico há um grande equívoco na maneira pela qual é concebida a teoria do determinismo geográfico/ambiental. Isso significa que o tema tem sido tratado sob estereotipada roupagem, empobrecendo a Geografia e difamando e subestimando inúmeros geógrafos, bem como suas obras e idéias. O primeiro grande objetivo é o de demonstrar a importância histórica, científica e filosófica da idéia das influências ambientais que subjaz ao determinismo ambiental, a inevitabilidade de sua existência enquanto hipótese básica, e a impossibilidade epistemológica de se negá-la como uma hipóteses básica da Geografia, com ênfase em alguns autores rotulados de deterministas, como Hipócrates, Montesquieu, Semple e Huntington. O segundo grande objetivo é realizar uma crítica da crítica, minando algumas generalizações e equívocos dentre tantos que historicamente têm permeado o temário geográfico, e explicar o emaranhado semântico, filosófico, conceitual e epistemológico do tema das influências ambientais sobre a esfera humana, com ênfase na falsa dualidade determinismo/possibilismo. Assim, deve ser concebida como não mais que um mero prolegômeno, essencial, todavia, ao estudo da relação homem-ambiente, e em particular, ao estudo da história do pensamento geográfico, da idéia das influências ambientais e do determinismo ambiental. Ao final da pesquisa foi possível demonstrar a insustentabilidade da suposta dicotomia entre a escola determinista e a escola possibilista; a confusão conceitual, semântica e filosófica dos textos que comentam os autores deterministas; a impertinência, a leviandade e imprecisão da crítica ao determinismo, baseada mais no rótulo criado do que nas idéias em si; a riqueza de idéias de autores como Huntington e Semple, o pioneirismo possibilista de Hipócrates e Montesquieu e outros autores; a importância do modelo de modos de narrativa e dos estratagemas erísticos de Schopenhauer para a análise textual dos autores deterministas e de seus críticos, culminando com a elaboração de vinte e dois problemas essenciais de pesquisa, lançados como propostas metodológicas e epistemológicas iniciais ao estudo da história da Geografia e de suas idéias / Environmental determinism has been a controversial theme within human sciences and geography. There has been much misunderstanding and understatement concerning this fundamental explanatory hypothesis. A varied assortment of geographical works and authors have been incorrectly labeled and suffered from biased criticism and general misconceptions. The long-standing debate around environmental determinism is marked by a chaotic semantic tangle which shades its real and proper meaning. The first objective is to show the historical, philosophical and scientific importance of environmental determinism in terms of its underlying principle and hypothesis, called the idea of the environmental influences and point to its relevance as a craddle of modern geography and as valid approach to the man-milieu relationships.The second objective is to lauch a counter-criticism on those who irresponsibly dismissed environmental determinism without recognizing its underlying and unavoidable basic hypothesis and who did not read the labeled works in full. Criticism has been frequently incomplete, biased, crude, distorted, unscientific, politically oriented or naïve. The third objective is to disentangle the semantic, epistemologic and philosophic traps that threaten any attempt of covering the theme in full perspective and detail. The fourth objective is to analyse some environmentalists, such as Semple and Huntington, in order to deny the wrong labels attached to them. The fifth objective was to deconstruct the false determinism/possibilism dualism and to present a new way of interpreting this issue. The last objective was to bring a preliminary discussion of the literature of the theme, a short history of environmental ideas from the Greeks to the modern geography in the United States. After a careful analysis some myths were proven incorrect, or misleading and inaccurate at best, and as a final evaluation, twenty-one epistemological and methodological devices were listed as a contribution to the research in history of geography.