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Atenção à saúde indígena no município de São Paulo / Indigenous health care in the city of São PauloCisotto, Carla, 1975- 20 August 2018 (has links)
Orientador: Elaine Pereira da Silva Tagliaferro / Dissertação (mestrado profissional) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba / Made available in DSpace on 2018-08-20T03:06:52Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2012 / Resumo: Apesar da importância atribuída ao conceito de atenção diferenciada e do aumento do número de profissionais das Equipes Multidisciplinares de Atenção à Saúde Indígena atuando no Brasil, são raras as pesquisas que visam avaliar o modo como ele vem sendo concretizado. Esta pesquisa tem por objetivo descrever o modelo de atenção diferenciada à saúde implantado nas aldeias indígenas Guarani do município de São Paulo, incluindo o histórico da implantação, os principais problemas e o modo como foram superados e os desafios que ainda precisam ser vencidos, bem como a caracterização da diferença entre o modelo municipal e o modelo nacional de atenção á saúde indígena. Por meio da coleta de dados e informações realizada mediante pesquisas documentais sobre a história da ocupação Guarani em São Paulo, pesquisa documental secundária das leis, portarias ministeriais, relatórios, sistemas de informação oficiais, planilhas e documentos internos da Secretaria Municipal da Saúde, analisou-se a implantação do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena no município de São Paulo e identificou-se suas características organizacionais. Com a utilização de um modelo de atenção diferenciada à saúde nas Terras Indígenas do município, foi possível implantar todos os Programas de Saúde preconizados pelo Ministério da Saúde e Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, a formação de Equipes Multidisciplinares de Atenção à Saúde Indígena, específicas para atuar dentro das comunidades, inclusive com Auxiliar de Saúde Bucal Indígena, Agentes Indígenas de Saúde e de Saneamento, bem como, incrementar a participação dos índios nos serviços de saúde, contribuindo para a qualidade dos serviços num contexto intercultural / Abstract: Despite the importance given to the concept of differential care and the increasing number of professionals in multidisciplinary teams of Indigenous Healthcare in Brazil, there are few studies which assess how this differential care has been implemented. The objective of this research is to describe the model of differential care implemented in the Guarani Indian villages of São Paulo, including the history of the implementation, the main problems, how they were overcome and the challenges that still need to be faced, as well as the differences between this model and the national model of indigenous health care. By collecting data and information from documentary research on the history of the Guarani occupation in São Paulo, secondary laws, government directives, reports, official information systems, spreadsheets and internal documents of the Municipal Department of Health, the implementation of the Indigenous Healthcare subsystem was analyzed and its organizational characteristics were identified. The differential health care model developed in the indigenous territories of São Paulo made the implementation of all the health programs established by the Ministry of Health and by the São Paulo Municipal Health Secretariat possible, as well as forming multidisciplinary teams of indigenous primary health care acting within the indigenous communities, including Indigenous dental auxiliary personnel, indigenous sanitation and health agents. Also, the participation of Indians in health services was fostered, contributing to the quality of the services in an intercultural context / Mestrado / Odontologia em Saude Coletiva / Mestre em Odontologia em Saúde Coletiva
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O controle da tuberculose no Parque Indígena do Xingu: protagonismo dos profissionais indígenas e vulnerabilidade / The Tuberculosis Control in the Xingu Indigenous Park: Protagonism of the Indigenous Professionals and VulnerabilityRabelo, Vânia Fernandes 17 November 2016 (has links)
Introdução: Há inúmeros documentos que confirmam o papel da tuberculose na depopulação de vários povos indígenas no mundo. No Brasil a disseminação da doença foi atribuída aos portugueses e missionários jesuítas, a partir de 1500. Há algumas particularidades no cenário sociocultural da Saúde Indígena que acabam se configurando facilitadoras para o adoecimento por tuberculose, desafiando o seu controle. No Brasil, pode-se encontrar incidência até 10 vezes maior que a população não indígena. Objetivo: A investigação teve como objetivo analisar o trabalho dos profissionais indígenas de saúde, que atuam nos territórios do Médio, Baixo e Leste Xingu, nas ações de controle da tuberculose e propor medidas para o aperfeiçoamento do Programa de Controle da Tuberculose do Distrito Sanitário Especial Indígena Xingu (DSEI Xingu). Método: Para a realização do estudo optou-se pela utilização da abordagem metodológica qualitativa. Foram realizadas entrevistas, utilizando um instrumento não estruturado para coleta dos dados. A análise do material empírico foi feita à luz do marco teórico da vulnerabilidade e do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, através da técnica de análise de discurso que permitiu a definição das categorias analíticas. Resultados: Os resultados evidenciam protagonismo dos profissionais indígenas nas ações de controle da tuberculose, influenciado pela experiência de formação profissional ofertada no local de estudo. Por outro lado, identificam-se aspectos de vulnerabilidade programática no processo de trabalho das equipes locais e da gestão do DSEI Xingu no que se refere às atividades do programa de controle da tuberculose. Conclusões: Os resultados mostram que há necessidade de reestruturação do programa através de intervenções no âmbito gerencial e assistencial, possibilitando a integralidade das ações. Nesse contexto, torna-se essencial o foco na organização do processo de trabalho, nas necessidades do território e na educação permanente para os profissionais indígenas e para os demais membros da equipe de saúde. / Introduction: There are numerous documents that confirm the role of tuberculosis in the depopulation of various indigenous peoples in the world. In Brazil, the spread of the disease has been attributed to the Portuguese and Jesuit missionaries from 1500. There are some particularities in the socio-cultural setting of the Indigenous Health that end up setting itself as facilitators to illness for tuberculosis, challenging its control. In Brazil, it can be found incidence up to 10 times greater than the non-indigenous population. Objective: The research aimed to analyze the work of indigenous health professionals who work in the Medium, Low and East Xingu territories, in the control actions of tuberculosis and propose measures to improve the Tuberculosis Control Program of the Special Indigenous Sanitary District Xingu (DSEI Xingu). Method: For the study it was chosen the use of the qualitative methodological approach. Interviews were conducted using a non-structured instrument for data collection. The analysis of the empirical material was performed in the light of the theoretical framework of vulnerability and the National Program for Tuberculosis Control, through the discourse analysis technique, which allowed the definition of analytical categories. Results: The results showed the protagonism of the indigenous professionals in control actions of tuberculosis, influenced by the training experience offered at the study site. On the other hand, aspects of programmatic vulnerability are identified in the work process of the local teams and in the management of the DSEI Xingu with regard to the activities of the tuberculosis control program. Conclusions: The results show that there is necessity to restructure the program through interventions in the management and care framework, enabling integrality of actions. In this context, it is essential the focus on the organization of the work process, the needs of the territory and permanent education for indigenous professionals and other members of the health team.
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Poverty, remoteness and social mobility of the indigenous population in Mexicode Alba, Iván Guillermo González January 2017 (has links)
The thesis seeks to understand the differences between the indigenous and the non-indigenous populations in Mexico in terms of poverty and to analyse what explains these differences. The thesis departs from the official multidimensional poverty measure that has been adopted in Mexico. The thesis distinguishes from the official results in at least four areas: 1) the main poverty indicator and how it is estimated; 2) a deeper understanding of the indigenous and non-indigenous; 3) the analysis of robustness and redundancy across dimensions and; 4) the use of standard errors to compare groups and across time. This dissertation then focuses on remoteness, since a high percentage of the indigenous population live in small isolated rural communities, and there is a relationship between the locality size and the standard of living. In order to quantify the remoteness, and to be able to compare indigenous and non-indigenous populations, a measure of remoteness is proposed. Then also explores how different the social mobility for the indigenous is, compared to non-indigenous. While there are studies that allow comparisons of indigenous and non-indigenous in relation to social mobility, this thesis suggests a measure of absolute social mobility that uses the framework of the Alkire-Foster methodology for multidimensional poverty. Finally, this thesis explores the role of ethnic discrimination using the Oaxaca-Blinder decompositions. Also, an innovative method to study discrimination is also presented, based on the propensity score match techniques. At the end, this dissertation argues there is a vicious cycle of indigenous poverty in Mexico. In a nutshell, the fact that the indigenous are poorer means they rely more on state intervention while being discriminated against in the labour markets. Discrimination is an incentive to remain geographically isolated and lowers their intergenerational social mobility. As a result, the indigenous live in remote rural localities, where harder and more expensive for the state to reach. Thus, the indigenous have less access to state support. The thesis follows a mixed-methods approach, that combines quantitative analysis based on information at national level with analysis of data collected during fieldwork in 2011.
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O controle da tuberculose no Parque Indígena do Xingu: protagonismo dos profissionais indígenas e vulnerabilidade / The Tuberculosis Control in the Xingu Indigenous Park: Protagonism of the Indigenous Professionals and VulnerabilityVânia Fernandes Rabelo 17 November 2016 (has links)
Introdução: Há inúmeros documentos que confirmam o papel da tuberculose na depopulação de vários povos indígenas no mundo. No Brasil a disseminação da doença foi atribuída aos portugueses e missionários jesuítas, a partir de 1500. Há algumas particularidades no cenário sociocultural da Saúde Indígena que acabam se configurando facilitadoras para o adoecimento por tuberculose, desafiando o seu controle. No Brasil, pode-se encontrar incidência até 10 vezes maior que a população não indígena. Objetivo: A investigação teve como objetivo analisar o trabalho dos profissionais indígenas de saúde, que atuam nos territórios do Médio, Baixo e Leste Xingu, nas ações de controle da tuberculose e propor medidas para o aperfeiçoamento do Programa de Controle da Tuberculose do Distrito Sanitário Especial Indígena Xingu (DSEI Xingu). Método: Para a realização do estudo optou-se pela utilização da abordagem metodológica qualitativa. Foram realizadas entrevistas, utilizando um instrumento não estruturado para coleta dos dados. A análise do material empírico foi feita à luz do marco teórico da vulnerabilidade e do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, através da técnica de análise de discurso que permitiu a definição das categorias analíticas. Resultados: Os resultados evidenciam protagonismo dos profissionais indígenas nas ações de controle da tuberculose, influenciado pela experiência de formação profissional ofertada no local de estudo. Por outro lado, identificam-se aspectos de vulnerabilidade programática no processo de trabalho das equipes locais e da gestão do DSEI Xingu no que se refere às atividades do programa de controle da tuberculose. Conclusões: Os resultados mostram que há necessidade de reestruturação do programa através de intervenções no âmbito gerencial e assistencial, possibilitando a integralidade das ações. Nesse contexto, torna-se essencial o foco na organização do processo de trabalho, nas necessidades do território e na educação permanente para os profissionais indígenas e para os demais membros da equipe de saúde. / Introduction: There are numerous documents that confirm the role of tuberculosis in the depopulation of various indigenous peoples in the world. In Brazil, the spread of the disease has been attributed to the Portuguese and Jesuit missionaries from 1500. There are some particularities in the socio-cultural setting of the Indigenous Health that end up setting itself as facilitators to illness for tuberculosis, challenging its control. In Brazil, it can be found incidence up to 10 times greater than the non-indigenous population. Objective: The research aimed to analyze the work of indigenous health professionals who work in the Medium, Low and East Xingu territories, in the control actions of tuberculosis and propose measures to improve the Tuberculosis Control Program of the Special Indigenous Sanitary District Xingu (DSEI Xingu). Method: For the study it was chosen the use of the qualitative methodological approach. Interviews were conducted using a non-structured instrument for data collection. The analysis of the empirical material was performed in the light of the theoretical framework of vulnerability and the National Program for Tuberculosis Control, through the discourse analysis technique, which allowed the definition of analytical categories. Results: The results showed the protagonism of the indigenous professionals in control actions of tuberculosis, influenced by the training experience offered at the study site. On the other hand, aspects of programmatic vulnerability are identified in the work process of the local teams and in the management of the DSEI Xingu with regard to the activities of the tuberculosis control program. Conclusions: The results show that there is necessity to restructure the program through interventions in the management and care framework, enabling integrality of actions. In this context, it is essential the focus on the organization of the work process, the needs of the territory and permanent education for indigenous professionals and other members of the health team.
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Avaliação da acurácia de medidas antropométricas em relação ao diagnóstico de Síndrome Metabólica de Xavante do Mato Grosso, Brasil / Evaluation of the accuracy of anthropometric measurements in relation to the diagnosis of the Xavante Metabolic Syndrome from Mato Grosso, BrazilCouto, Nayara Ragi Baldoni 23 November 2018 (has links)
Objetivo: Avaliar a acurácia de medidas antropométricas que melhor identificam a Síndrome Metabólica (SM), bem como, conhecer a prevalência de sobrepeso e obesidade na população indígena adulta no Brasil. Método: Este trabalho foi dividido em duas partes: i) para identificar a melhor medida antropométrica que identifica a SM, analisou-se os seguintes componentes da SM: pressão artéria sistêmica, circunferência da cintura, relação cintura-quadril, glicemia de jejum e índices séricos de HDL-colesterol e triglicerídeos. Para classificação da SM, levaram-se em consideração os pontos de corte estabelecidos pelo National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III, International Diabetes Federation e pela Organização Mundial da Saúde. Para avaliar o desempenho das medidas antropométricas utilizou-se a curva Receiver Operating Characteristic (ROC). Para as análises estatísticas utilizaram-se os Softwares SAS 9.2 e MedCalc v12; ii) realizou-se revisão sistemática para estimar a prevalência de sobrepeso e obesidade na população indígena adulta no Brasil. A revisão foi realizada baseada nos critérios e recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses guideline - PRISMA. Para avaliação de qualidade dos estudos incluídos utilizou-se o score proposto por Downs e Black. Para a metanálise foi utilizado o Software RStudio®. Resultado: Dentre as três medidas antropométricas analisadas (índice de massa corporal, circunferência da cintura e relação cintura/altura) a relação cintura/altura apresentou o melhor desempenho para prever SM. As análises dos estudos sobre prevalência de sobrepeso e obesidade evidenciaram que o sobrepeso é mais prevalente nas etnias Parkatêjê (68%) e Aruák (52%). Enquanto que a prevalência de obesidade foi maior nas etnias Guarani, Kaiowá e Terena (31%). Considerando o efeito combinado global a prevalência de sobrepeso e obesidade foi de 45%. Conclusão: Dentre os indicadores antropométricos utilizados, a relação cintura/altura apresenta um melhor desempenho para prever SM. Aproximadamente metade (45%) dos indígenas adultos brasileiros possui excesso de peso. / Aim: To evaluate the accuracy of anthropometric measures that better identify the Metabolic Syndrome (MS), and to know the prevalence of overweight and obesity in the adult indigenous population in Brazil. Method: This work was divided into two parts: i) in order to identify the best anthropometric measure that identifies MS, the following components of MS were analyzed: systemic arterial pressure, waist circumference, waist-hip ratio, fasting glycemia and serum HDL-cholesterol and triglycerides levels. For classifying the MS, we have considered the cutoff established by the National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III, International Diabetes Federation and World Health Organization. In order to evaluate the performance of the anthropometric measurements, The Receiver Operating Characteristic (ROC) curve was used to evaluate the performance of the anthropometric measures. The statistical analyzes were performed using both the SAS 9.2 and MedCalc v12 software packages; ii) a systematic review was performed to estimate the prevalence of overweight and obesity in the adult indigenous population in Brazil. Such review followed the criteria and recommendations from the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyzes guideline - PRISMA. We have used the score proposed by Downs and Black for evaluating the quality of the included studies. For the meta-analysis, RStudio® Software package was used. Results: Amidst the three anthropometric measures analyzed (body mass index, waist circumference and waist / height ratio), the waist / height ratio presented the best performance to predict SM. The analyzes of the studies on the prevalence of overweight and obesity showed that overweight is more prevalent in the Parkatêjê (68%) and Aruák (52%) ethnic groups. Furthermore, the prevalence of obesity was higher in the Guarani, Kaiowá and Terena ethnic groups (31%). Considering the overall combined effect the prevalence of overweight and obesity was 45%. Conclusion: The waist / height ratio shows a better performance to predict MS. Approximately half (45%) of indigenous Brazilian adults are overweight.
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Prevalência de comprometimento cognitivo em adultos e idosos indígenas / The prevalence of cognitive impairment in elderly and adult indigenous populationsCarvalho, Anna Paula de 14 September 2016 (has links)
Introdução: O envelhecimento populacional vem sendo acompanhado por um aumento mundial na prevalência de demência. Entretanto, uma revisão sistemática da literatura evidenciou que pouco se sabe sobre a prevalência de demência e comprometimento cognitivo em populações etnicamente diferentes, como a indígena. Isto é, particularmente, relevante dado o aumento da expectativa de vida dessa população e, consequentemente, do número de idosos e das modificações em seu perfil de morbidade e mortalidade. Objetivo: Identificar a prevalência de comprometimento cognitivo na população indígena brasileira, caracterizando o perfil de desempenho cognitivo, de declínio cognitivo subjetivo e de humor e associando com fatores sociodemográficos, hábitos, antecedentes de saúde e humor. Método: Foram incluídos 217 indivíduos com idade igual a ou maior que 50 anos, de ambos os sexos, da etnia Mura, moradores da aldeia de Pantaleão, no município de Autazes, em Manaus - Amazonas. Os participantes foram submetidos a testes de avaliação de atenção, memória operacional, memória declarativa de curto e longo prazos, fluência verbal, habilidade visuoconstrutiva, bem como avaliação de humor, sintomas depressivos, declínio cognitivo subjetivo e desempenho funcional. Resultados: A prevalência de comprometimento cognitivo variou em função da faixa etária. A amostra total incluiu indivíduos com 50 anos de idade ou mais, a prevalência de comprometimento cognitivo foi 43,3%, nos participantes com 60 anos ou mais, a prevalência aumentou para 43,7% e para 51,1% naqueles com 65 anos ou mais. Em relação aos fatores associados, a idade e a escolaridade influenciaram as chances de comprometimento cognitivo em todas as faixas etárias. Nos participantes com 50 anos ou mais, a cada um ano de idade, aumenta em 3% a chance de comprometimento cognitivo (OR = 1,03), e a cada um ano de escolaridade esta chance diminui em 26% (OR = 0,74). Já nos participantes com 60 anos ou mais e nos com 65 anos ou mais, a cada um ano de idade, aumenta em 9% a chance de comprometimento cognitivo (OR = 1,09) e a cada um ano de escolaridade esta chance diminui em 29% (OR = 0,71). Além da idade e escolaridade, o IMC e a renda influenciaram a chance de comprometimento cognitivo nos participantes com idade 50 anos e 60 anos. A cada ponto no IMC, diminui em, aproximadamente, 10% a chance de comprometimento cognitivo (OR = 0,90). Em relação à renda, a cada unidade da renda familiar diminui em 48% a chance de comprometimento cognitivo nos idosos com idade 60 anos. Comparando com os indígenas sem comprometimento cognitivo, aqueles com comprometimento cognitivo tiveram pior desempenho em todos os testes cognitivos, exceto nos de fluência verbal e habilidade visuoconstrutiva, além de maior intensidade no declínio cognitivo subjetivo e nos sintomas depressivos (p 0,05). Conclusão: A prevalência de comprometimento cognitivo em adultos e indígenas aumenta nas faixas etárias maiores, e a chance de desenvolver algum comprometimento aumenta nos participantes mais velhos, com menor escolaridade e renda familiar. Estes achados podem contribuir para implementação de políticas públicas relacionadas ao cuidado da saúde do índio e à capacitação dos profissionais da saúde, incluindo a equipe de enfermagem, para identificação precoce de indivíduos vulneráveis ao desenvolvimento de comprometimento cognitivo. / Introduction: Population ageing has been accompanied by a worldwide increase in the pervasiveness of dementia. However, a systematic review of the literature shows that little is known about the prevalence of dementia and cognitive impairment among ethnically different, such as indigenous, populations. This is particularly relevant given the increase in life expectancy of this population and, consequently the number of elderly individuals, as well as the modification in their morbimortality profile. Objective: To identify the prevalence of cognitive impairment in the indigenous Brazilian population through an assessment of its cognitive performance profile, subjective cognitive decline and mood and associating it with sociodemographic factors, habits, health history and mood. Method: 217 individuals were included of equal to or greater than 50 years of age, of both sexes, of the Mura ethnic group, and residents of the Pantaleão village, in the municipality of Autazes, Amazonas. The participants were submitted to evaluation testing of attentiveness, operating memory, short-term and long-term declarative memory, verbal fluency, visual-constructional ability, as well as evaluation of mood, symptoms of depression, subjective cognitive decline and functional performance. Results: The prevalence of cognitive impairment varied according to age group. While in the total population sample, which included individuals 50 years of age and older, the prevalence of cognitive impairment was 43.3%, among participants 60 years or older, this prevalence increased to 43.7% and to 51.1% for those 65 years or older. In relationship to associated factors, age and schooling influenced the chances of cognitive impairment among all of the age groups. In participants of 50 years or older, for each year of age, there is a 3% increase in the chance of cognitive impairment (OR = 1,03) and for each year of schooling this chance diminishes by 26% (OR = 0,74). On the other hand, in participants of 60 years of age or more, for each year of age, there is a 9% increase in the chance of cognitive impairment (OR = 1,09) and for each year of schooling, this chance diminishes by 29% (OR = 0,71). Beyond age and schooling, the body mass index negatively influenced the chance of cognitive impairment in participants aged 50 years and 60 years. Beyond this, for each household income unit, there is a 48% decrease in the chance of cognitive impairment in the elderly participants aged 60 years. Compared with indigenous individuals without cognitive impairment, those with cognitive impairment performed worse on all cognitive tests, except those of verbal fluency and visual-constructional ability, besides a greater intensity of subjective cognitive decline and symptoms of depression (p 0.05). Conclusion: The prevalence of cognitive impairment in adults and indigenous individuals increases among older age groups and the chance of acquiring some kind of impairment increases among older participants with less schooling and lower household incomes. These findings can contribute to the implementation of public policies related to indigenous health care and the training of health professionals, including nursing teams, for the early identification of individuals vulnerable to the development of cognitive impairment.
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Atenção à saúde bucal de povos do Parque Indígena do Xingu, Brasil, no período de 2004 a 2013 / Oral health care of population of the Xingu Indigenous Park, Brasil, from 2004 to 2013.Lemos, Pablo Natanael 22 June 2016 (has links)
Introdução - Desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), muitas mudanças ocorreram nas políticas públicas voltadas aos povos indígenas. A intensa luta dos movimentos indígenas subsidiou a proposta da criação e organização do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena em 1999, sendo a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) designada como gestora e executora das ações de saúde indígena no país, no período de 1999 a 2010. Após 2010, a responsabilidade pela saúde indígena foi atribuída a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI). Em 2011, a Política Nacional de Saúde Bucal definiu a reorganização do modelo de atenção em saúde bucal para os povos indígenas, propondo-se que seja planejada a partir de um diagnóstico das condições de saúde-doença e subsidiada pela epidemiologia e informações sobre o território indígena, além de acompanhar o impacto das ações por meio de indicadores adequados. Objetivo - Analisar componentes de saúde bucal da Política Nacional de Saúde Indígena com foco na atenção à saúde bucal das comunidades do Xingu, considerando as tendências da cárie dentária entre crianças e jovens e as ações implementadas no período de 2004 a 2013. Método - Pesquisa com abordagem qualiquantitativa, do tipo estudo de caso, com o uso de dados secundários do Distrito Sanitário Especial Indígena Xingu e do Projeto Xingu, da Universidade Federal de São Paulo, a partir dos quais foram gerados indicadores de avaliação. Foi analisada a evolução, nesse período, dos indicadores de cobertura de primeira consulta odontológica programática, tratamento odontológico básico concluído, proporção de exodontia em relação aos procedimentos, média da ação coletiva de escovação dental supervisionada do Baixo, Médio e Leste Xingu. Foram utilizados os índices de experiência de cárie dentária (CPO-D e ceo-d) para as idades de 5 e 12 anos e no grupo etário de 15 a 19 anos, a partir de inquéritos epidemiológicos, realizados em 2007 e 2013, utilizando a padronização preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Para contextualizar os indicadores, foi realizada uma revisão da produção científica sobre saúde bucal dos povos indígenas no Brasil no período de 1999 a 2014, bem como a análise de propostas relacionadas à saúde bucal dos povos indígenas nas cinco Conferências Nacionais de Saúde Indígena (1986 a 2013), na 3ª Conferência Nacional de Saúde Bucal (2004) e nas 13ª e 14ª Conferências Nacionais de Saúde (2007 e 2011). Resultados - Observou-se uma cobertura de primeira consulta odontológica programática maior que 60 por cento em todos os anos analisados, exceto nos anos de 2009 e 2010 com uma cobertura de 44,68 por cento e 53,41 por cento , respectivamente. O indicador de tratamento odontológico básico concluído apresentou um aumento significativo entre os anos 2006 e 2008, de 44,89 para 79,93. A proporção de exodontia em relação aos procedimentos apontou queda de 24,26 em 2004 para 3,84 em 2011. A média da ação coletiva de escovação dental supervisionada foi o indicador com maior variabilidade (de 1,25 a 23,27) entre os anos. Os valores de ceo-d e CPO-D indicaram padrões diferentes de cárie dentária entre os grupos. Foram examinados 368 pacientes em 2007 e 423 em 2013. Aos 5 anos, apresentou-se uma média de ceo-d de 6,43 em 2007 e 5,85 em 2013. Aos 12 anos de idade, média de CPO-D de 2,54 em 2007 e 2,78 em 2013. No grupo etário de 15 a 19 anos, verificou-se uma média de 6,89 em 2007 e 4,65 em 2013, sendo o único grupo com diferença estatisticamente significante (p<0,05). O Índice de Cuidados Odontológicos diminui em todos os grupos entre 2007 e 2013, sendo que aos 5 anos houve uma diminuição de 21,74 por cento para 7,14 por cento , aos 12 anos de 44,09 por cento para 16,35 por cento e de 63,14 por cento para 41,14 por cento no grupo etário de 15 a 19 anos. Conclusão - Este estudo descreve avanços e dificuldades na implementação do programa de saúde bucal no Baixo, Médio e Leste Xingu, com implicações importantes para programas de saúde bucal em áreas indígenas e para a produção de indicadores válidos nos serviços de atenção à saúde indígena. As estratégias de intervenções e parcerias com instituições privadas e públicas identificadas para melhorar a organização dos serviços, a equidade e o acesso da população indígena à saúde bucal, buscaram diminuir os entraves burocráticos e as iniquidades de saúde. A busca da integralidade da atenção através de parcerias com a própria comunidade e com outros setores foi realizada através de estratégias sensíveis às especificidades locais. Os resultados refletem uma tendência de diminuição da cárie nos dentes permanentes, apresentando um declínio da média de CPO-D no grupo etário de 15 a 19 anos e de avanços do programa. A efetiva diferenciação proposta nas conferências nacionais e nas políticas direcionadas aos povos indígenas, não tem se concretizado integralmente. O direito e o acesso à saúde para os povos indígenas são grandes desafios, sendo ainda tratados de forma homogênea e não diferenciada. Sugere-se a incorporação efetiva da realização de levantamentos epidemiológicos de saúde bucal que sejam específicos para cada realidade e que os programas busquem tecnologias, determinantes e especificidades no cotidiano do trabalho, para buscar minimizar os impactos que a sociedade nacional envolvente vem produzindo na saúde indígena. / Introduction - Since the creation of the Unified Health System (SUS), many changes have taken place in public policies related to indigenous population in Brazil. The intense struggle of the indigenous movements supported the proposal of the creation and organization of the Subsystem of the Indigenous Healthcare in 1999. The National Health Foundation (FUNASA) has been designated as manager and executor of actions indigenous health in the country, from 1999 to 2010. After 2010, responsibility for indigenous health was awarded the Indigenous Health Special Secretariat (SESAI). In 2011, the National Oral Health Policy defined the reorganization of the oral health care model for indigenous population, proposing that it be planned from a diagnosis of the health-disease conditions and subsidized by the epidemiology and information on the indigenous territory, monitor the impact of actions through appropriate indicators. Objective Analyze oral health component of the National Indigenous Health Policy focused on attention of oral health of the Xingu Indigenous Park, considering the trends of tooth decay among children and youth and the actions from 2004 to 2013. Method - research with quali-quantitative approach, the case study type, using secondary data from the Xingu Indigenous Special Sanitary District and the Xingu Project at the Federal University of São Paulo, from which evaluation indicators were generated. It was analyzed the evolution of the first programmatic dental consultation coverage indicators, basic dental treatment finished, extraction of proportion in relation to the procedures, average collective action of supervised toothbrushing the Lower, Middle and East Xingu. The indices of dental caries experience (DMFT and dmft) were used for ages 5 and 12 years and those aged 15-19 years from epidemiological surveys conducted in 2007 and 2013, using the standardization recommended by the World Health Organization (WHO). To contextualize the indicators, a review of scientific literature on oral health of indigenous population in Brazil from 1999 to 2014 was carried out and an analysis of proposals related to the oral health of indigenous population in five National Conference of Indigenous Health (1986 to 2013), the 3rd National Conference on Oral Health (2004) and the 13th and 14th National Health Conferences (2007 and 2011). Results - It was observed a cover of first programmatic dental consultation greater than 60 per cent in all years studied, except in 2009 and 2010 with a cover of 44.68 per cent and 53.41 per cent , respectively. The basic dental treatment finished indicator showed a significant increase between 2006 and 2008, from 44.89 to 79.93. The proportion of extraction for procedures faced decrease of 24.26 in 2004 to 3.84 in 2011. The average of collective action of supervised toothbrushing was the indicator with the highest variability (1.25 to 23.27) among years. The values of dmft and DMFT showed different patterns of dental caries between groups. 368 patients were examined in 2007 and 423 in 2013. At 5 years old, performed an average of dmft of 6.43 in 2007 and 5.85 in 2013. At 12 years old, a DMFT average of 2.54 in 2007 and 2.78 in 2013. In the age group 15-19 years of 6.89 in 2007 and 4.65 in 2013, the only group with a statistically significant difference (p < 0.05). The Dental Care index decreased in all groups between 2007 and 2013, and to 5 years old there was a decrease of 21.74 per cent to 7.14 per cent , to 12 years old 44.09 per cent to 16.35 per cent and 63 14 per cent to 41.14 per cent in the age group 15-19 years. Conclusion - This study shows progress and difficulties in the implementation of oral health program in the Lower, Middle and East Xingu, with important implications for oral health programs in indigenous territories and to produce valid indicators in care services for indigenous health. The strategies of interventions and partnerships with private and public institutions identified to improve the organization of services, equity and access of the indigenous population to oral health, sought to reduce the bureaucratic barriers and health inequities. The pursuit of integrality care through partnerships with the community and other sectors was conducted through sensitive strategies to local conditions. The results reflect a trend of reduction in decay in permanent teeth, showing a decline in DMFT average in the age group 15-19 years and the progress of the program. The effective differentiation proposed in national conferences and targeted policies on indigenous population, has not fully realized. The right and access to health care for indigenous population are major challenges still being treated evenly and undifferentiated. It is suggested the effective incorporation to carry out epidemiological surveys of oral health that are specific to each reality and that programs seek technologies, and specific determinants in daily work, to seek to minimize the impacts that nacional society surrounding has produced in indigenous health.
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O aleitamento materno e a alimentação infantil entre os indígenas da região oeste do estado de São Paulo: um movimento entre a tradição e interculturalidade / Breastfeeding and infant feeding among indigenous people of the Western Region of the state of São Paulo : a movement between tradition and interculturality.Silva, Larissa Mandarano da 27 February 2014 (has links)
A população indígena brasileira sofre um acelerado e complexo processo de mudanças nos diversos aspectos de sua vida, inclusive quanto à prática de amamentação, à alimentação e ao reflexo no estado nutricional infantil, decorrentes do contato com não indígenas. Diante disso, buscou-se conhecer a prática da amamentação, da alimentação e o estado nutricional de crianças indígenas com até cinco anos de idade, em uma aldeia localizada na região oeste do estado de São Paulo. Realizou-se um estudo etnográfico, segundo os pressupostos teórico e metodológicos de Cliford Geertz 1, com a associação estatística para a descrição do estado nutricional das 24 crianças que atendiam aos critérios do estudo e 31 mulheres, mães e familiares das crianças do estudo, que auxiliavam nos cuidados alimentares das crianças. Os dados objetivos, sobre o estado nutricional infantil, foram coletados em prontuários, por medidas antropométricas das crianças e entrevistas estruturadas com as mães; os qualitativos foram obtidos por meio de entrevistas em profundidade com as mães, avós e bisavós. A análise das narrativas obtidas resultou em um conjunto de categorias antropológicas agrupadas em dois temas: Aleitamento: tradições e crenças indígenas e As comidas indígenas: reflexo da interculturalidade, dos quais emergiu o tema central: A alimentação infantil, o movimento entre a tradição e a interculturalidade. A alimentação infantil, considerando a prática da amamentação e da oferta de alimentos para as crianças, neste estudo, aparece em um movimento entre a tradição e a interculturalidade, em que inexiste o aleitamento exclusivo, mas há manutenção de aleitamento materno para crianças até aos cinco anos. O leite de vaca in natura é considerado o que sustenta, mas amamentar é um costume mantido pelas mulheres, para nutrir também a dimensão emocional da criança. Os chás são oferecidos, precocemente, para a cura de doenças. Os leites industrializados e os aditivos lácteos são inseridos na comunidade em situações específicas pelos não indígenas. Os alimentos sólidos são introduzidos às crianças com idade entre os quatro e seis meses, sendo escolhidos conforme a sua disponibilidade no cultivo doméstico e possibilidade de aquisição. A principal comida consumida é o caldo de feijão misturado com arroz ou batata cozida amassada. As tradições se misturam aos novos hábitos decorrentes do contato com a cultura não indígena. Isso já é refletido no estado nutricional das crianças com o surgimento de casos de sobrepeso infantil. / Brazilian indigenous people suffers a rapid and complex process of changes in many aspects of your life, even regarding breastfeeding practices, nutrition and the effects on infant nutritional status resulting from contact with non-indigenous people. Therefore, it was aimed to investigate the practice of breastfeeding, feeding and nutritional status of indigenous children younger than five years old in a village located in the western region of the State of São Paulo. Was conducted an ethnographic study according to the theoretical and methodological assumptions of Clifford Geertz, with statistical association to describe the nutritional status of 24 children who met the study criteria and 31 women, mothers and families of the children in the study, who assisted in nutritional care of children. Objective data on child nutritional status were collected from medical records by anthropometric measures and structured interviews with mothers; qualitative data were obtained through in-depth interviews with mothers, grandmothers and great-grandmothers. The analysis of the narratives obtained resulted in a set of anthropological categories grouped into two themes: Breastfeeding: traditions and indigenous beliefs e Indigenous meals: the interculturality reflection, from which emerged the central theme: Infant feeding, movement between tradition and interculturality. Infant feeding, considering breastfeeding and children provision of food, in this study, appears in a movement between tradition and interculturality, in which exclusive breastfeeding does not exist, but there is maintenance of maternal food for children up to five years old. Cows milk in natura is considered what sustains, but breastfeeding is a custom maintained by women to also nurture the emotional dimension of the child. Teas are offered routinely to cure diseases. The Industrialized milk and the milk additives are inserted in specific situations in the community by non-indigenous people. Solid food are introduced to children aged between four and six months, chosen according to their availability in the domestic cultivation and possibility of acquisition. The main food consumed is the bean soup mixed with rice or mashed baked potato. Traditions mingle with new habits resulting from contact with non-indigenous culture. This is already reflected in the nutritional status of children with the emergence of cases of childhood overweight.
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Perfil de morbidade da população indígena infantil referenciada para a Casa de Saúde Indígena (CASAI) de Rio Branco / Morbidity profile of indigenous children referred to the Indigenous Nursing House (CASAI) of Rio BrancoDantas, Fernanda Lage Lima 22 November 2010 (has links)
RESUMO Pouco se conhece sobre o perfil epidemiológico da população indígena infantil, principalmente na Amazônia Ocidental. O conhecimento das morbidades e da demanda aos serviços auxilia na estruturação dos sistemas de saúde. A Casa de Saúde Indígena (CASAI) funciona como unidade de apoio, recebendo os indígenas referenciados para tratamento de saúde na rede do Sistema Único de Saúde. A CASAI de Rio Branco atende aos indígenas dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei) do Alto Rio Purus e do Alto Rio Juruá. Com o objetivo de traçar o perfil epidemiológico das crianças indígenas referenciadas no Estado do Acre e adjacências, foram avaliados todos os prontuários das crianças menores de 10 anos de idade que passaram pela CASAI de Rio Branco entre janeiro de 2003 e dezembro de 2007. As causas mais freqüentes de internação na CASAI foram as doenças infecciosas e parasitárias (cap. I do CID 10) com 19por cento , seguidas das doenças do aparelho respiratório (cap. X do CID 10) com 16,5por cento . A malária foi a quinta causa mais encontrada. Em 23por cento dos casos não foi encontrado registro sobre a causa da internação. Houve aumento na participação das malformações congênitas (cap. XVII do CID 10) 8 nos anos finais do estudo, sugerindo um processo de transição epidemiológica. Observou-se predominância de crianças menores de dois anos de idade (44por cento ), principalmente no primeiro ano de vida (26,5por cento ), com poucos recém nascidos (3,9por cento ). Quase a totalidade das crianças atendidas (95por cento ) era moradora de aldeias. As diferenças culturais entre as etnias e a dificuldade de acesso às aldeias foram os principais fatores determinantes da demanda e do tipo de morbidade que chega a CASAI / There is little information available about the epidemiological profile of the indigenous children population, mainly in the Western Amazon Region. Knowledge about morbidity and demand to health services assists in the structuring of health systems. The Indigenous Nursing House (CASAI) works as a support unit, receiving the indigenous people referred for health treatment in the network of the Brazilian Public Health System (SUS). The CASAI of Rio Branco serves the indigenous population from two Special Indigenous Sanitary Districts (DSEI): Alto Rio Purus and Alto Rio Jurua. Aiming to outline the epidemiological profile of referred indigenous children in Acre and nearby areas, we evaluated medical records of all children under 10 years of age who have passed the CASAI of Rio Branco from January 2003 to December 2007. The most frequent causes of hospitalization in the CASAI were infectious and parasitic diseases (Chapter I of International Classification of Diseases - 10º edition) with 19per cent, followed by respiratory diseases (chapter X of the ICD-10) with 16.5per cent. Malaria was the fifth most frequent cause. In 23per cent of cases the 10 cause of hospitalization was not found on records. There was an increased participation of congenital malformations (Chapter XVII of ICD-10) in the final years of the study, suggesting an epidemiological transition process. A high prevalence of children under two years of age (44per cent) was observed, mainly in the first year of life (26.5per cent), with few newborns (3.9per cent). Almost all the children enrolled (95per cent) were resident in villages in the forest. Cultural differences between ethnic and difficult access to villages were the main determinants of demand and the type of morbidity that comes to CASAI
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A Síndrome Metabólica Como Evidência de Adoecimentos na Etnia Krikati do Estado do Maranhão Brasil.Theodoro Neto, Osvaldo José 15 March 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-03-15 / The International Conference on Primary Health Care discussed health actions
under the focus of integrative practices, which was accepted by the VIII National
Health Conference in 1988. Among other things the territory, culture and
relationships would be the focus for the construction of new health policies. In this
context the study of illnesses emphasis on obesity and metabolic syndrome
among the Krikati Ethnicity, must embark upon reading the territory and its cultural
manifestations. The objective of this research was to carry out a descriptive study
with a quantitative approach about the illnesses among the Krikatis, emphasizing
in obesity and metabolic syndrome. The research was carried out in the Krikatis
village in the municipality of São José in Montes Altos - MA. A total of 70 subjects
representing 76 families who were enrolled in the Indigenous Family Health
Strategy participated in this study. All participants were above 18 years of age.
The body mass index was observed in 80% of the subjects as far from the ideal
body weight. The waist circumference denoted that 86% of the Krikatis were at risk
for metabolic syndrome (p <0.01). Blood pressure occurred with 73% of normal
levels (p <0.01). CBG in the 89% of subjects had values within the normal range (p
<0.01). 54% of the females exhibited risk for MS at 93% of males also were at risk
for MS (p <0.03). Of the 26 patients who had MS, the prevalence among females
was 37% and 38% in males. Our results indicated that the MS in the Krikatis
community was twice the average in other indigenous groups, and that has
become an urgent matter of public health locally. Therefore, effective actions
should be implemented to deal with and contain this morbidity within São Jose
Village. / A Conferência Internacional sobre Cuidados Primários em Saúde discutiu ações
em saúde sob o foco das práticas integrativas, o que foi aceito pela VIII
Conferência Nacional de Saúde em 1988. Entre outras coisas o território, cultura e
relações seria o foco para construção de novas políticas de saúde. Neste contexto
o estudo sobre os adoecimentos destacando-se a obesidade e a síndrome
metabólica entre os sujeitos da Etnia Krikati, deve ancorar-se na leitura do
território e suas manifestações culturais. O objetivo desta pesquisa foi estudar os
adoecimentos entre os sujeitos da etnia Krikati, dando ênfase na obesidade e na
síndrome metabólica. Um estudo de natureza descritiva com abordagem
quantitativa. Pesquisa desenvolvida na Aldeia São José no município de Montes
Altos MA. Os 70 sujeitos da pesquisa foram representantes de 76 famílias
cadastrados na Estratégia de Saúde da Familia Indígena acima dos 18 anos de
idade. Observou-se no relato da coordenadora da ESFI e pela observação feita
no território que há um maior consumo de alimentos industrializados que podem
estar oferecendo carga energética acima do necessário; e que foi reduzido
atividades como a pesca, caça e plantio, principalmente depois da implantação da
Bolsa Familia. Quanto ao índice de massa corporal observou-se 80% dos sujeitos
estão fora do peso ideal. Quanto ao parâmetro da cintura abdominal 86% estão
em risco para síndrome metabólica (p<0,01). Na verificação da pressão arterial
73% cursam com valores dentro da normalidade (p<0,01). Na glicemia capilar os
89% dos sujeitos apresentaram valores dentro da normalidade (p< 0,01). Porém,
quando se verificou o parâmetro cintura x altura, o sexo feminino apresenta 54%
de sujeitos em risco para SM em detrimento de 93% no sexo masculino (p<0,03).
No índice cintura x quadril 97% dos sujeitos do sexo masculino apresentam risco
para SM; enquanto que no sexo feminino temos 87%. Dos 26 sujeitos que
apresentaram a SM a prevalência entre o sexo feminino é de 37%, já no
masculino 38%. Estes tiveram maiores médias nos parâmetros comparados com
os que não apresentaram a SM. Os resultados obtidos apontam que a SM na
Etnia Krikati, é o dobro da média verificada em outros povos indígenas, e que é
um caso de saúde pública, devendo ser implementado urgentemente ações
efetivas para conter este agravo.
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