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Existência e escritura em CioranMenezes, Rodrigo Inácio Ribeiro Sá 07 March 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-03-07 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Cioran (1911-1995) is a Romanian-French thinker who would not have the right to complain about being misunderstood or even ignored, inasmuch as he begged to turn marginality into a philosophical imperative and a lifestyle. Eleven years since his death, in Paris, and one hundred since his birth, in Transylvania, this one author, the perfect stranger in more than one sense, remains largely unknown by the Brazilian audience, scholarly or not, in such a way that his shady aura, so to speak, as well as countless legends and rumors prevail about his life, personality and thought. Having said that, and apart from his own will to marginality, Cioran is a thinker who just can t and will not remain as such for much longer ignored or spurned, be it by Academia as such or by particular intellectual milieus with varied ideological outlooks. All the more when it comes to reflect upon problems which happen to be just as prevailing as worrying, such as the rise of integralism and of fanaticism, be it religious or of any other kind, atheism, skepticism and nihilism in the XXth century, anguish, despair, the metaphysical need of mankind and the sense of ultimate transcendence, suffering, death, suicide, evil, finally, a wide range of questions which are all highly relevant from a philosophical standpoint and also that of human sciences. In the first part of this inquiry, we aim at showing that philosophical pessimism and apophatic dwell mix up in the existential metaphysics of Cioran, a religious philosophy of existence which, not being guided up by the faith in revealed truths and by the adhesion to external authorities, aims to think human existence and condition according to that which is most imperious and essential, in Cioran s view, when it comes to the metaphysical animal: wisdom rather than science, deliverance by disillusion rather than salvation by faith and knowledge, the need for the absolute to the detriment of the delusions of becoming, coping with the contingency inherent to existence, namely human existence, tragically gifted with reflexive consciousness, freedom, a destiny. Cioran s organically existential thought is inseparable from, as he puts it, from his own life experience, namely the insomnia to which he accredits the merit or the fault for his blessed, for his cursed lucidity: a state of mind incompatible with life, turning life into a state of non-suicide . If there is pessimism, skepticism, nihilism, mysticism within the sum of attitudes that composes the works of Cioran, such attitudes which might as well be modalized as reactions to the problem of evil, all these tendencies emanate from insomnia-bred lucidity. Secondly, we shall turn our attention to the topic of Cioran s écriture, with everything it implies, differently than his Romanian writing, as far as style, concern for expression and the aestheticizing of discourse are concerned. We aim at showing that the Farewell to philosophy enounced by the author in A short history of decay (Précis de decomposition), parallel to his literary turn and the radicalization of the fragmentary principle that precedes his French writing, is the paradoxical expression of a negation-driven thought which, by betraying Philosophy with Poetry, Music and Mysticism, cannot help but pay an unheard-of tribute to Human thought and to Philosophy itself. Finally, we argue that Cioran s French works represent, by its form and content, the necessary consequence and exact expression of a lucid, organic thought, which discovers in the écriture de soi the very destiny of Western Philosophy, and in Style as adventure the highest form of modern-thought heroism / Cioran (1911-1995) é um pensador romeno-francês que não teria o direito de reclamar por ser incompreendido e ignorado, pois ele mesmo fez da marginalidade um imperativo filosófico e um estilo de vida. Onze anos após o seu falecimento, em Paris, e cem anos após o seu nascimento, na Transilvânia, este autor, estrangeiro em mais de um sentido, permanece em grande medida desconhecido pelo público brasileiro, acadêmico ou não, fazendo prevalecer sua aura de obscuro e um sem-número de lendas e rumores sobre a sua vida, a sua personalidade, o seu pensamento. Dito isso, e vontade de marginalidade à parte, Cioran é um pensador que não pode ser e não permanecerá sendo por muito tempo ignorado ou desprezado, seja pela Academia como pelos círculos intelectuais com as mais diversas orientações ideológicas. Ainda mais quando se trata de pensar problemáticas, tão atuais quanto preocupantes, como a ascensão do fundamentalismo e do fanatismo, religioso ou de outra natureza, o ateísmo, o ceticismo e o niilismo no século XX, a angústia, o desespero, a necessidade metafísica do homem e o sentido da transcendência, o sofrimento, a morte, o suicídio, o mal, enfim, uma gama de questões altamente relevantes do ponto de vista da filosofia e também de outras disciplinas, como a psicologia e a história. Na primeira parte desta investigação, pessimismo filosófico e misticismo apofático convivem na metafísica existencial de Cioran, uma filosofia religiosa da existência que, sem se pautar pela fé em verdades relevadas e pela adesão a autoridades externas, busca pensar a condição e a existência humanas de acordo com aquilo que é mais urgente e essencial no animal metafísico, segundo o autor: a sabedoria antes que a ciência, a libertação pela desilusão e pelo não-saber antes que a salvação pela crença e pelo conhecimento, a necessidade de absoluto em detrimento da ilusão do devir, o enfrentamento da contingência inerente à existência, e particularmente à existência humana, tragicamente dotada de uma consciência, de uma liberdade, de um destino. O pensamento orgânico de Cioran é inseparável, como ele o reitera, de sua experiência de vida, notadamente a insônia à qual ele atribuiria, posteriormente, o mérito ou a culpa da sua bendita, maldita lucidez: um estado de espírito incompatível com a vida, tornando-a um estado de não-suicídio . Se há pessimismo, ceticismo, niilismo e misticismo na soma de atitudes que é a obra de Cioran, atitudes que podem ser justamente modalizadas como atitudes frente ao problema do mal, todas essas tendências emanam da lucidez gestada a partir de suas noites em branco. Em um segundo momento, nos voltaremos à questão da écriture cioraniana, com tudo o que ela implica, diferentemente da escrita romena, em termos de estilo, preocupação com a forma e estetização do discurso. Pretendemos mostrar como o Adeus à filosofia declarado por Cioran no Breviário de decomposição, concomitantemente à guinada literária e à acentuação do princípio fragmentário que precede sua obra francesa, é a expressão paradoxal de um pensamento da negação que, traindo a filosofia com a poesia, a música e a mística, não deixa de prestar uma homenagem inaudita ao pensamento e à própria Filosofia, doravante irreconhecível. Por fim, argumentamos que a obra francesa de Cioran representa, em forma e conteúdo, a consequência necessária e a expressão exata de um pensamento lúcido e orgânico que descobre na escritura de si o destino da filosofia e no estilo como aventura o grande heroísmo do escritor moderno. Em Cioran, Filosofia e Literatura se juntam numa fuga para dentro do niilismo, como forma de resistir às tentações do nada
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O discurso do poder e o poder dos discursos em ensaio sobre As intermitências da morte de José SaramagoFigueiredo, Poliana Ganan de Brites [UNESP] 26 February 2010 (has links) (PDF)
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figueiredo_pgb_me_sjrp.pdf: 368369 bytes, checksum: b02410315da7c36be8ce1d1c493bc361 (MD5) / Este trabalho propõe-se a estudar o processo de desnudamento⁄revelação dos discursos de poder, sejam eles social e historicamente reconhecidos como tais ou não, em dois romances do escritor português José Saramago: Ensaio sobre a lucidez (2004) e As intermitências da morte (2005). A linha norteadora para a análise são as reflexões de Michel Foucault referentes à idéia de que a sociedade é determinada por certas regras que a delimitam e controlam por meio dos “jogos de verdade” pertinentes a cada época. Essa “sociedade disciplinar” teria criado um sujeito apenas aparentemente livre, pois subordinado a um sistema invisível de poder. Em ambos os romances, os discursos que, aberta ou veladamente, exercem sobre a sociedade algum tipo de poder são desautorizados, destituídos de seu poder, pois o leitor é levado a enxergá-los como uma construção. Nesse mesmo sentido, a ficção – discurso assumidamente construído – volta-se para si mesma, por meio de um narrador que comenta e questiona seu próprio contar, apontando para o seu caráter estritamente ficcional, relativizando, assim, o alcance de poder de sua própria voz, já que exige do leitor um posicionamento crítico com relação a ela. Em As intermitências da morte busca-se ainda investigar, por meio dos estudos de Walter Benjamin sobre o “narrador” (contador de histórias), como o tom fabular conferido ao romance contrasta com os constantes questionamentos do narrador que, comentando mais que contando, tece, ao longo do texto, um discurso que, vez ou outra, não hesita em se auto-avaliar, num jogo de redução e ampliação das possibilidades do texto ficcional, levando o leitor a refletir sobre as dimensões possíveis do literário. A dimensão metalingüística assumida nos romances leva, também, a uma reflexão mais apurada sobre a língua e suas armadilhas, considerando-se, então, os estudos... / This work aims to study the unveiling/revelation of discourses of power, regardless if those discourses are socially and historically recognized or not, in two novels by Portuguese writer José Saramago: Seeing (2004) and Death with Interruptions (2005). The analysis is primarily based on Michel Foucault’s idea that society is determined by certain rules which in turn delineate and control it by means of ‘games of power’ that prove relevant to each epoch. This ‘disciplinary society’ would have produced an only apparently free subject, who is subordinated to an invisible system instead. In both the aforesaid novels, the discourses which either overtly or covertly exercise some sort of power over society are rendered nugatory, powerless, since the reader is lead to construe them as sheer construct. Therefore, fiction – an acknowledgedly constructed discourse – turns to its own axis by means of a narrator that comments and questions the very telling, demanding that the reader take up a critical position, a demand which in turn causes such a voice to get the reach of its own power into perspective. The present work also refers to Walter Benjamin’s studies on the ‘narrator’ (story teller) so as to investigate how the fabular tone the narrator assumes in Death with Interruptions (2005) contrasts with his/her constant questioning. By commenting more than telling, this narrator weaves, throughout the text, a discourse which, time and again, does not hesitate to perform a self-evaluation in a play that narrows and broadens the possibilities of the fictional text, causing the reader to reflect upon the very possible literary dimensions. Also, the metalinguistic dimension the novels assume activates a more accurate reflection upon language and its traps, which in the process leads the way into Roland Barthes’s studies that allude to language as an elemental locus of power.
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Alegorias do mundo de SaramagoRöhrig, Maiquel January 2011 (has links)
Este trabalho de literatura comparada interpreta as obras Ensaio sobre a cegueira (1995), A caverna (2000) e Ensaio sobre a lucidez (2004) a partir de uma perspectiva interdisciplinar sustentada por aproximações intertextuais entre literatura e filosofia. Meu objetivo é analisar como a ficção de Saramago dialoga com a Alegoria da caverna, de Platão, ressignificando-a por meio de um deslocamento do idealismo platônico para o campo do materialismo marxista. Para tanto, proponho uma leitura alegórica, intertextual e interdisciplinar. A literatura, parte inalienável da cultura, permitiu a Saramago aproximar o idealismo platônico do materialismo marxista e, através da linguagem literária, fundir estas visões de mundo e reconstituir ficcionalmente as ideias inerentes a elas. O trabalho analítico toma como referenciais F. Jameson (1992), W.Benjamin (1984) e I. Mészáros (2002), e enfoca aspectos do nível da narrativa, entre eles sequências, causalidades e personagens, de modo a identificar suas funções e convergências no nível da significação alegórica. Considero os textos ficcionais metonímias do real e, neste sentido, pretendo evidenciar como Saramago estabelece em sua ficção um diálogo com a referencialidade histórica do tempo presente, no qual o capitalismo rege a vida dos indivíduos e das instituições sociais através de suas práticas de produção, de sua base material e de sua ideologia. A intertextualidade foi o operador de leitura que norteou esta pesquisa, e a interdisciplinaridade, a metodologia. Na alegoria criada por Saramago, a cegueira tem na figura feminina um elemento importante. Por isso, analisei a questão do gênero a fim de pontuar como convergem, nas personagens femininas e masculinas, valorações distintas que projetam o feminino como um lugar de positividade capaz de ressignificar valores do humano. / This work of comparative literature presents an interpretative reading of Blindness (1995), The Cave (2000) and Seeing (2004) from an interdisciplinary perspective supported by the dialogue between literature and philosophy. The objective is to analyze how the fiction of Saramago rewrites Plato’s Allegory of the cave. To this end, I propose an allegorical, intertextual and interdisciplinary reading. The analytical work takes as reference F. Jameson (1992), W.Benjamin (1984) and I. Mészáros (2002), and focuses on aspects of the narrative such as sequences, causality and characters to identify its functions and its convergence on the level of allegorical meaning. I consider the novels metonymies of the real, and I intend to show how Saramago´s fiction engages with the historical present, in which capitalism rules the individuals’ life and the life of the social institutions through its practices of production, its material basis and its ideology. Intertextuality is the textual operator that guided the reading, and interdisciplinarity a key aspect of its methodology. In the allegory created by Saramago, the issue of blindness places female characters in a very special position. So, I´ve introduced the category of gender to highlight not so much the social construction of male and female characters but the different meanings attributed to them and which charge the feminine with positivity, empowering female characters to project values that resignify the human.
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O Evangelho do poder em José Saramago / The Evangel of the power in Jose saramagoAlexandre Vincenzo Barone 21 February 2006 (has links)
O propósito deste trabalho é uma tentativa de leitura a partir de três obras de José Saramago: O Evangelho Segundo Jesus Cristo, A Caverna e o Ensaio Sobre a Lucidez. Buscamos analisar nessas obras algumas estruturas do poder de nossa sociedade e mostrar como esse poder influi e reflete nos homens. Para tanto, é feita uma análise sobre a sociedade atual onde foram desenvolvidos aspectos históricos, sócio-filosóficos, como também as particularidades da escrita saramaguiana que faz uma construção textual coesa, onde os vínculos subjetivos das personagens reforçam a grande mensagem de intervenção de sua obra, que é a busca sem limites pela emancipação humana. / The objective of this essay is to try, based on the follwing works of José Saramago The Gospel Accordind to Jesus Christ, The Cave and Awakening, to analyse the structures of power that exists in our society, such as described in these books, and to show how this power influnces and reflects on mankind.
Therefore, a detailed analysis of todays society is made, with the development of historical, social and philosophical aspects, as much as, an analysis on the particularities of José Saramago writing style, where the characterss subjective links enhances the message held within the texte, which is mankinds unlimited search for amancipation.
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O Evangelho do poder em José Saramago / The Evangel of the power in Jose saramagoAlexandre Vincenzo Barone 21 February 2006 (has links)
O propósito deste trabalho é uma tentativa de leitura a partir de três obras de José Saramago: O Evangelho Segundo Jesus Cristo, A Caverna e o Ensaio Sobre a Lucidez. Buscamos analisar nessas obras algumas estruturas do poder de nossa sociedade e mostrar como esse poder influi e reflete nos homens. Para tanto, é feita uma análise sobre a sociedade atual onde foram desenvolvidos aspectos históricos, sócio-filosóficos, como também as particularidades da escrita saramaguiana que faz uma construção textual coesa, onde os vínculos subjetivos das personagens reforçam a grande mensagem de intervenção de sua obra, que é a busca sem limites pela emancipação humana. / The objective of this essay is to try, based on the follwing works of José Saramago The Gospel Accordind to Jesus Christ, The Cave and Awakening, to analyse the structures of power that exists in our society, such as described in these books, and to show how this power influnces and reflects on mankind.
Therefore, a detailed analysis of todays society is made, with the development of historical, social and philosophical aspects, as much as, an analysis on the particularities of José Saramago writing style, where the characterss subjective links enhances the message held within the texte, which is mankinds unlimited search for amancipation.
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Alegorias do mundo de SaramagoRöhrig, Maiquel January 2011 (has links)
Este trabalho de literatura comparada interpreta as obras Ensaio sobre a cegueira (1995), A caverna (2000) e Ensaio sobre a lucidez (2004) a partir de uma perspectiva interdisciplinar sustentada por aproximações intertextuais entre literatura e filosofia. Meu objetivo é analisar como a ficção de Saramago dialoga com a Alegoria da caverna, de Platão, ressignificando-a por meio de um deslocamento do idealismo platônico para o campo do materialismo marxista. Para tanto, proponho uma leitura alegórica, intertextual e interdisciplinar. A literatura, parte inalienável da cultura, permitiu a Saramago aproximar o idealismo platônico do materialismo marxista e, através da linguagem literária, fundir estas visões de mundo e reconstituir ficcionalmente as ideias inerentes a elas. O trabalho analítico toma como referenciais F. Jameson (1992), W.Benjamin (1984) e I. Mészáros (2002), e enfoca aspectos do nível da narrativa, entre eles sequências, causalidades e personagens, de modo a identificar suas funções e convergências no nível da significação alegórica. Considero os textos ficcionais metonímias do real e, neste sentido, pretendo evidenciar como Saramago estabelece em sua ficção um diálogo com a referencialidade histórica do tempo presente, no qual o capitalismo rege a vida dos indivíduos e das instituições sociais através de suas práticas de produção, de sua base material e de sua ideologia. A intertextualidade foi o operador de leitura que norteou esta pesquisa, e a interdisciplinaridade, a metodologia. Na alegoria criada por Saramago, a cegueira tem na figura feminina um elemento importante. Por isso, analisei a questão do gênero a fim de pontuar como convergem, nas personagens femininas e masculinas, valorações distintas que projetam o feminino como um lugar de positividade capaz de ressignificar valores do humano. / This work of comparative literature presents an interpretative reading of Blindness (1995), The Cave (2000) and Seeing (2004) from an interdisciplinary perspective supported by the dialogue between literature and philosophy. The objective is to analyze how the fiction of Saramago rewrites Plato’s Allegory of the cave. To this end, I propose an allegorical, intertextual and interdisciplinary reading. The analytical work takes as reference F. Jameson (1992), W.Benjamin (1984) and I. Mészáros (2002), and focuses on aspects of the narrative such as sequences, causality and characters to identify its functions and its convergence on the level of allegorical meaning. I consider the novels metonymies of the real, and I intend to show how Saramago´s fiction engages with the historical present, in which capitalism rules the individuals’ life and the life of the social institutions through its practices of production, its material basis and its ideology. Intertextuality is the textual operator that guided the reading, and interdisciplinarity a key aspect of its methodology. In the allegory created by Saramago, the issue of blindness places female characters in a very special position. So, I´ve introduced the category of gender to highlight not so much the social construction of male and female characters but the different meanings attributed to them and which charge the feminine with positivity, empowering female characters to project values that resignify the human.
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Alegorias do mundo de SaramagoRöhrig, Maiquel January 2011 (has links)
Este trabalho de literatura comparada interpreta as obras Ensaio sobre a cegueira (1995), A caverna (2000) e Ensaio sobre a lucidez (2004) a partir de uma perspectiva interdisciplinar sustentada por aproximações intertextuais entre literatura e filosofia. Meu objetivo é analisar como a ficção de Saramago dialoga com a Alegoria da caverna, de Platão, ressignificando-a por meio de um deslocamento do idealismo platônico para o campo do materialismo marxista. Para tanto, proponho uma leitura alegórica, intertextual e interdisciplinar. A literatura, parte inalienável da cultura, permitiu a Saramago aproximar o idealismo platônico do materialismo marxista e, através da linguagem literária, fundir estas visões de mundo e reconstituir ficcionalmente as ideias inerentes a elas. O trabalho analítico toma como referenciais F. Jameson (1992), W.Benjamin (1984) e I. Mészáros (2002), e enfoca aspectos do nível da narrativa, entre eles sequências, causalidades e personagens, de modo a identificar suas funções e convergências no nível da significação alegórica. Considero os textos ficcionais metonímias do real e, neste sentido, pretendo evidenciar como Saramago estabelece em sua ficção um diálogo com a referencialidade histórica do tempo presente, no qual o capitalismo rege a vida dos indivíduos e das instituições sociais através de suas práticas de produção, de sua base material e de sua ideologia. A intertextualidade foi o operador de leitura que norteou esta pesquisa, e a interdisciplinaridade, a metodologia. Na alegoria criada por Saramago, a cegueira tem na figura feminina um elemento importante. Por isso, analisei a questão do gênero a fim de pontuar como convergem, nas personagens femininas e masculinas, valorações distintas que projetam o feminino como um lugar de positividade capaz de ressignificar valores do humano. / This work of comparative literature presents an interpretative reading of Blindness (1995), The Cave (2000) and Seeing (2004) from an interdisciplinary perspective supported by the dialogue between literature and philosophy. The objective is to analyze how the fiction of Saramago rewrites Plato’s Allegory of the cave. To this end, I propose an allegorical, intertextual and interdisciplinary reading. The analytical work takes as reference F. Jameson (1992), W.Benjamin (1984) and I. Mészáros (2002), and focuses on aspects of the narrative such as sequences, causality and characters to identify its functions and its convergence on the level of allegorical meaning. I consider the novels metonymies of the real, and I intend to show how Saramago´s fiction engages with the historical present, in which capitalism rules the individuals’ life and the life of the social institutions through its practices of production, its material basis and its ideology. Intertextuality is the textual operator that guided the reading, and interdisciplinarity a key aspect of its methodology. In the allegory created by Saramago, the issue of blindness places female characters in a very special position. So, I´ve introduced the category of gender to highlight not so much the social construction of male and female characters but the different meanings attributed to them and which charge the feminine with positivity, empowering female characters to project values that resignify the human.
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