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Resposta da pressão intra-arterial durante o exercício resistido de diferentes intensidades em hipertensos tratados com atenolol / Intra-arterial blood pressure response during resistance exercise of different intensities in hypertensives treated with atenololGomides, Ricardo Saraceni 27 March 2009 (has links)
O exercício resistido dinâmico é recomendado, em complemento ao aeróbico, para indivíduos hipertensos. O aumento da pressão arterial durante sua execução se faz, primordialmente, pelo aumento da resistência vascular periférica, porém o aumento do débito cardíaco também parece estar envolvido. A elevação da pressão arterial parece ser exacerbada em hipertensos não medicados. Entretanto, grande parte dos hipertensos está sob terapêutica medicamentosa e vários fazem uso de -bloqueadores, que reduzem o débito cardíaco pela diminuição da resposta taquicárdica e inotrópica à estimulação simpática. Assim, é possível supor que o uso de -bloqueadores reduza o aumento da pressão arterial nos exercícios resistidos. Porém, pelo nosso conhecimento, este efeito ainda não foi estudado. Assim, esta investigação teve por objetivo investigar o efeito do atenolol sobre a resposta da pressão arterial durante o exercício resistido de diferentes intensidades. Foram estudados 10 hipertensos essenciais com pressão arterial sistólica/diastólica sob placebo entre 140 e 160/90 e 105 mmHg. Os pacientes foram estudados após 6 semanas de uso de placebo e de atenolol, sendo que os indivíduos estavam cegos para a medicação. Em cada fase, os voluntários fizeram o exercício de extensão de joelhos na cadeira extensora até a exaustão, seguindo 3 protocolos realizados em ordem aleatória: a) uma série em 100% de 1RM (repetição máxima), b) três séries em 40% de 1RM e; c) três séries em 80% de 1RM. Antes, durante e após os exercícios, a pressão arterial foi medida diretamente na artéria radial. Os dados foram comparados pelo teste t student ou pela ANOVA de dois fatores para amostras repetidas. Quando necessário, foi utilizado o post-hoc de Newman-Keuls e aceito como significante o índice de P≤0,05. Verificou-se que o atenolol reduziu os valores absolutos atingidos pela pressão arterial sistólica durante a execução do exercício nas três intensidades (valores máximos: 100% = 186±4 vs. 215±7, 80% = 224±7 vs. 247±9 e 40% = 223±7 vs. 252±16, mmHg, P≤0,05). Além disso, ele reduziu o aumento desta pressão arterial na 1ª série do exercício nas 3 intensidades (100% = +38±5 vs. +54±9; 80% = +68±11 vs. +84±13 e 40% = +69±7 vs. +84±14, mmHg, P≤0,05). Em relação à pressão arterial diastólica, o atenolol diminuiu os valores máximos absolutos e o aumento desta pressão arterial (126±6 vs. 145±6 e +41±6 vs. +52±6, mmHg, P≤0,05) no exercício em 100% de 1RM, mas não a alterou nas demais intensidades. Dessa forma, é possível concluir que o atenolol foi eficaz em atenuar tanto o valor absoluto quanto a resposta da pressão arterial sistólica durante o exercício resistido de diferentes intensidades em hipertensos, conferindo-lhes uma certa proteção cardiovascular. Este achado reforça o conceito de que o aumento do débito cardíaco é um mecanismo importante para o aumento da pressão arterial sistólica durante este tipo de exercício / Dynamic resistance exercise is recommended in association to aerobic exercise for hypertensive patients. Blood pressure increase during this kind of exercise is mainly due to an increase in peripheral vascular resistance, however, an increase in cardiac output might also be involved. This blood pressure increase seems to be exacerbated in non-medicated hypertensives. Nevertheless, most of the hypertensives are taking medications, and some of them are receiving -blockers, which decreases cardiac output by the inhibition of sympathetic-induced increase on heart rate and cardiac contractility. Thus, -blockers might decrease blood pressure rise during resistance exercise which, to our knowledge, has not been studied yet. Hence, the aim of this study was to verify the effects of the selective -blocker atenolol on blood pressure increase during dynamic resistance exercise of different intensities. Ten essential hypertensives with systolic/diastolic blood pressures under placebo condition maintained among 140 and 160/90 and 105 mmHg were recruited. These volunteers were studied after 6 weeks of placebo and atenolol treatment, and they were blinded for the medication used. In each phase, the volunteers executed, in a random order, 3 protocols of knee extension exercise until fatigue: a) 1 set at 100% of 1 repetition maximum (1RM); b) 3 sets at 40% of 1RM; c) 3 sets at 80% of 1RM. Before, during and after the exercises, intra-arterial radial blood pressure was measured. Data were compared by paired student t-test and by two-way ANOVA for repeated measures. Newman-Keuls post-hoc test was applied when necessary. P≤0.05 was considered as significant. Atenolol decreased the absolute value achieved by systolic blood pressure during the exercise performed at the 3 intensities (maximum values: 100% = 186±4 vs. 215±7, 80%= 224±7 vs. 247±9 e 40% = 223±7 vs. 252±16, mmHg, P≤0.05). Moreover, atenolol also reduced systolic blood pressure increase in the first set of exercise at the 3 intensities (100% = +38±5 vs. +54±9; 80% = +68±11 vs. +84±13 e 40% = +69±7 vs. +84±14, mmHg, P≤0.05). In regard to diastolic blood pressure, atenolol decreased its absolute values and its increase during exercise performed at 100% of 1RM (126±6 vs. 145±6 e +41±6 vs. +52±6, mmHg, P≤0.05), but it did not change diastolic blood pressure at the other exercise intensities. In Conclusion, atenolol therapy was effective in reducing both, systolic blood pressure absolute values and increase during resistance exercise of different intensities in hypertensive subjects; given them some cardiovascular protection. This result enhances the belief that cardiac output increase is important for blood pressure enhancement during this kind of exercise
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Reconhecendo-se como sujeito de riscos : a consciência dos possíveis danos da tuberculoseRossetto, Maíra January 2013 (has links)
Esta pesquisa objetivou analisar a partir da percepção dos usuários aderentes ao tratamento da tuberculose, os sentidos atribuídos aos riscos da doença. O estudo foi realizado com base nas teorias sociológicas sobre ‘risco’, em especial, as que enfatizam o caráter sócio cultural do risco. O estudo com abordagem qualitativa foi desenvolvido a partir da Teoria Fundamentada em Dados. A coleta dos dados se deu por meio de entrevista semiestruturada, tendo como sujeitos 19 usuários aderentes ao tratamento para tuberculose. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da UFRGS. Os resultados foram organizados em três categorias e deram origem ao fenômeno central da teoria “Reconhecendo-se como sujeito de riscos: a consciência dos possíveis danos da tuberculose”. Para os participantes da pesquisa, “risco” tem uma conotação negativa, estando associado à possibilidade de perigo ou de dano potencial. O processo de atribuição de sentidos foi influenciado por elementos do contexto social e cultural em que esses indivíduos vivem. A inclusão dos danos potenciais da tuberculose ao portfólio pessoal de riscos não inaugurou uma nova identidade de sujeito, pois mesmo antes da comunicação do diagnóstico, os usuários já realizavam cálculos probabilísticos e ações de gerenciamento desses danos. Para além dos discursos da saúde, a tuberculose acrescentou um sentido específico para os riscos da doença, os riscos relacionais. Os riscos relacionais foram definidos como a possibilidade de danos que a tuberculose representa às interações do indivíduo doente com a sociedade, com interferência nas dimensões públicas e privadas da vida cotidiana. Na esfera pública, os participantes referiram à mudança na imagem corporal e as alterações dos papéis de gênero reconhecidos socialmente. Na esfera privada, foi enfatizada a interferência nas relações com os familiares no que diz respeito ao vínculo familiar e à saúde de outros membros da família. A onipresença do risco no cotidiano das sociedades contemporâneas resulta na constante necessidade de avaliar o presente e seus riscos e de, a partir de escolhas entre quais riscos são e não são aceitáveis, definir o caminho a seguir. Esse processo reflexivo realizado cotidianamente é produtor de identidades para o “eu”, levando, os participantes a buscaram uma identidade de sujeito preocupado com o seu cuidado e com o cuidado do outro, preservando suas relações pessoais e o convívio na sociedade. / This research aimed at analyzing, from the perception of users adhering to tuberculosis treatment, the meanings assigned to the disease risks. The study was carried out based on the sociological theories about “risk” especially those that emphasize the social and cultural character of risk. The study with qualitative approach was developed from the Data Grounded Theory. The data collection was made by means of a semi-structured interview with 19 users who adhered to the tuberculosis treatment. The project was approved by the ethics research committee of UFRGS. The results were organized into three categories and gave origin to the central phenomenon of the theory “Recognizing oneself as subject of risks: awareness of possible tuberculosis damages”. According to the research participants, “risk” has a negative connotation being linked to the possibility of risk or potential damage. The process of attributing meanings was influenced by elements from the social and cultural context wherein these subjects live. The inclusion of tuberculosis potential damages in the personal risks portfolio did not provide a new subject identity because even before the diagnosis communication, the users already made probability calculations and actions to manage such damages. Beyond health speeches, tuberculosis has added a specific meaning to the disease risks, i.e. the relations risks. These were defined as the possibility of damages that tuberculosis represents to the interactions of the ill subject with society which interfere in the public and private dimensions of daily life. Regarding the public realm, the participants referred to the changes in the body image and in the socially-recognized gender roles. Within the private sphere, emphasis was given to the interference in the relations with relatives as to the family bond and the health of other family members. The risk omnipresence in the daily life of contemporaneous societies results in the constant need of evaluating the present and its risks and, from the choices between which risks are acceptable and which are not, of defining the way to follow. This reflexive process, when carried out daily, produces identities for “oneself” leading the participants to search for an identity of a subject concerned with his own care and with the care of others, by preserving his personal relations and life in society. / Esta pesquisa intentó analizar los sentidos atribuidos a los riesgos de la enfermedad desde la percepción de los usuarios adherentes al tratamiento contra la tuberculosis. Es un estudio con base en las teorías sociológicas sobre ‘riesgo’, especialmente las que enfatizan su carácter social y cultural. El estudio con abordaje cualitativo fue desarrollado a partir de la Teoría Fundamentada en Datos. La recolección de los datos se dio por medio de entrevista semi-estructurada con 19 usuarios adherentes al tratamiento contra la tuberculosis. El comité de ética en pesquisa de la UFRGS aprobó el proyecto. Los resultados, organizados en tres categorías, originaron el fenómeno central de la teoría “Reconociéndose como sujeto de riesgos: la consciencia de los posibles daños de la tuberculosis”. Según los participantes de la pesquisa, “riesgo” tiene una connotación negativa, siendo asociado a la posibilidad de peligro o de daño potencial. El proceso de atribución de sentidos fue influenciado por elementos del contexto social y cultural en que eses individuos viven. La inclusión de daños potenciales de la tuberculosis en el portfolio no inauguró una nueva identidad de sujeto, pues mismo antes de la comunicación del diagnóstico, los usuarios ya realizaban cálculos de probabilidad y acciones para su manejo. Para allá de los discursos de la salud, la tuberculosis añadió un sentido específico a los riesgos de la enfermedad, lo de riesgos relacionales. Se los definieron como la posibilidad de daños que la tuberculosis representa a las interacciones del individuo enfermo con la sociedad, con interferencia en las dimensiones públicas y privadas de la vida cotidiana. Acerca de la esfera pública, los participantes refirieron el cambio en la imagen corporal y las alteraciones de los papeles de género reconocidos socialmente. En la esfera privada, enfatizaron la interferencia en las relaciones con familiares acerca del vínculo familiar y de la salud de otros miembros de la familia. La omnipresencia del riesgo en el cotidiano de las sociedades contemporáneas resulta en la constante necesidad de evaluar el presente y sus riesgos y, tras elegir cuales riesgos son y no son aceptables, de definir el camino a seguir. Ese proceso reflexivo cotidiano produce identidades para el “yo” llevando los participantes a buscar una identidad de sujeto preocupado con su cuidado y con el cuidado del otro, preservando sus relaciones personales y el convivio en sociedad.
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"Investigação sobre a adesão ao tratamento medicamentoso em pacientes com doenças inflamatórias intestinais" / Investigation on compliance to drug therapy in patients with inflammatory bowel diseases.Dewulf, Nathalie de Lourdes Souza 02 December 2005 (has links)
A adesão ao tratamento medicamentoso é um importante fator determinante no sucesso terapêutico. A adesão do paciente pode ser influenciada por fatores diversos, ligados à doença, ao tratamento, ao paciente, às condições sociais e econômicas, como também, relacionada ao sistema de saúde que o atende. Ainda que existam inúmeros estudos sobre a adesão ao tratamento em portadores com doenças crônicas, são escassas as investigações sobre este tema nas doenças inflamatórias intestinais. O presente trabalho teve o objetivo de avaliar a adesão ao tratamento medicamentoso e os possíveis fatores que a influenciam, em pacientes portadores de doenças inflamatórias intestinais (DII): doença de Crohn (DC) e retocolite ulcerativa (RCU), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), da Universidade de São Paulo. Como controles, foram investigados pacientes portadores de pancreatite crônica e insuficiência pancreática (PC), com medicação fornecida pelo hospital, tal como os pacientes portadores de DII. Foram também investigados pacientes portadores de afecções digestivas variadas (ADV), grupo no qual a medicação prescrita não era fornecida pelo hospital. Por meio de estudo transversal e indireto, foi realizada entrevista estruturada para avaliar a adesão de 110 pacientes, que foram caracterizados como apresentando maior ou menor grau de adesão. Esta classificação foi baseada no cotejo entre os dados do prontuário e os informados pelo paciente em entrevista, considerando a afirmação do paciente que usava a medicação e que conhecia o nome da droga em uso. Utilizou-se, também, o teste de Morisky, que permite avaliar o padrão de comportamento do paciente em relação ao uso diário do medicamento. Este teste consiste de quatro perguntas padronizadas relacionadas ao esquecimento, descuido com o horário de tomada do medicamento, percepção de efeitos colaterais e ausência de sintomas. Na análise dos medicamentos utilizados pelo paciente, foram observadas as seguintes proporções de pacientes classificados como menos aderentes: 15,4% em pacientes portadores de DC, 13,3% na RCU, 8,4% na PC e 16,6% nos pacientes do grupo ADV. Porém, o teste de Morisky mostrou as seguintes proporções de menos aderentes: 50% de pacientes portadores de DC, 63,3% na RCU, 54,2% na PC e 63,4% na ADV. Não houve diferenças estatisticamente significativas, entre os grupos de pacientes, tanto na análise dos medicamentos utilizados pelo paciente como pelos resultados do teste de Morisky. Em análise univariada, nenhum dos fatores demográficos, sociais, clínicos ou referentes ao tratamento medicamentoso apresentou relação estatisticamente significativa, comum a todos os grupos, que indicasse influência sobre a adesão ao tratamento. Apesar do alto grau de adesão, de acordo com a análise dos medicamentos utilizados, detectou-se alto percentual de não-adesão ao tratamento medicamentoso ligado ao comportamento habitual e independente do diagnóstico, ou do acesso gratuito aos medicamentos. Isto pode indicar a existência de um padrão específico de comportamento dos usuários do serviço, o que sugere a necessidade de maior atenção dos profissionais de saúde para o problema, bem como medidas de educação do paciente quanto ao uso dos medicamentos. / Compliance to drug therapy is an important factor determining a successful treatment. Patient compliance may be influenced by various factors related to the disease, to treatment, to the patient himself, to his socioeconomic condition, as well as to the health system. Although many studies have assessed compliance to treatment in patients with chronic diseases, few investigations are available in inflammatory bowel diseases (IBD). The objective of the present study was to assess compliance to drug therapy in patients with IBD - Crohns disease (CD) and ulcerative colitis (UC), seen at the University Hospital, Faculty of Medicine of Ribeirão Preto (HCFMRP), University of São Paulo, Brazil. Patients with chronic pancreatitis (CP) and pancreatic insufficiency who received free medication supplied by the hospital, like the IBD patients, were used as controls. Patients with various digestive affections (VDA) whose prescribed medication was not supplied by the hospital were also investigated. In a transverse and indirect study, a structured interview was applied to assess the compliance of 110 patients, who were characterized as presenting a higher or lower degree of compliance. This classification was based on a comparison of data in the medical records to the information provided by the patient in the interview, considering the patients statements that he/she actually used the medication and was capable of produce correctly its name. The Morisky test was also used to assess the behavioral pattern of the patient regarding the daily use of the medication. This test consists of four standardized questions that evaluate forgetfulness, carelessness regarding the time when the medication should be taken, the perception of side effects, and the absence of symptoms. In the analysis of patient statements on medication in use, the proportions of patients regarded as less compliant were as follows: 15.4% of patients with CD, 13.3% of those with UC, 8.4% of those with CP, and 16.6% of those with VDA. However, the Morisky test revealed the following proportions of less compliant patients: 50% of patients with CD, 63.3% of those with UC, 54.2% of those with CP, and 63.4% of those with VDA. No statistically significant differences were observed between the four groups regarding evaluation according to either the analysis of patient statements or the results of the Morisky test. Univariate analysis revealed that none of the demographic, social, or clinical factors or the variables related to drug therapy showed statistically significant relationships, common to all groups, that would indicate their influence on compliance to treatment. Despite the high degree of compliance evaluated by patient statements on medication in use, a high degree of noncompliance to treatment linked to habitual behavior was detected. Those findings were independent on either disease type or free access to medication. This may indicate the existence of a specific behavioral pattern common to the local health system users, which suggests the need for better consideration of the problem on the part of the health professionals, as well as the need for measures of patient education regarding medication use.
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Reconhecendo-se como sujeito de riscos : a consciência dos possíveis danos da tuberculoseRossetto, Maíra January 2013 (has links)
Esta pesquisa objetivou analisar a partir da percepção dos usuários aderentes ao tratamento da tuberculose, os sentidos atribuídos aos riscos da doença. O estudo foi realizado com base nas teorias sociológicas sobre ‘risco’, em especial, as que enfatizam o caráter sócio cultural do risco. O estudo com abordagem qualitativa foi desenvolvido a partir da Teoria Fundamentada em Dados. A coleta dos dados se deu por meio de entrevista semiestruturada, tendo como sujeitos 19 usuários aderentes ao tratamento para tuberculose. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da UFRGS. Os resultados foram organizados em três categorias e deram origem ao fenômeno central da teoria “Reconhecendo-se como sujeito de riscos: a consciência dos possíveis danos da tuberculose”. Para os participantes da pesquisa, “risco” tem uma conotação negativa, estando associado à possibilidade de perigo ou de dano potencial. O processo de atribuição de sentidos foi influenciado por elementos do contexto social e cultural em que esses indivíduos vivem. A inclusão dos danos potenciais da tuberculose ao portfólio pessoal de riscos não inaugurou uma nova identidade de sujeito, pois mesmo antes da comunicação do diagnóstico, os usuários já realizavam cálculos probabilísticos e ações de gerenciamento desses danos. Para além dos discursos da saúde, a tuberculose acrescentou um sentido específico para os riscos da doença, os riscos relacionais. Os riscos relacionais foram definidos como a possibilidade de danos que a tuberculose representa às interações do indivíduo doente com a sociedade, com interferência nas dimensões públicas e privadas da vida cotidiana. Na esfera pública, os participantes referiram à mudança na imagem corporal e as alterações dos papéis de gênero reconhecidos socialmente. Na esfera privada, foi enfatizada a interferência nas relações com os familiares no que diz respeito ao vínculo familiar e à saúde de outros membros da família. A onipresença do risco no cotidiano das sociedades contemporâneas resulta na constante necessidade de avaliar o presente e seus riscos e de, a partir de escolhas entre quais riscos são e não são aceitáveis, definir o caminho a seguir. Esse processo reflexivo realizado cotidianamente é produtor de identidades para o “eu”, levando, os participantes a buscaram uma identidade de sujeito preocupado com o seu cuidado e com o cuidado do outro, preservando suas relações pessoais e o convívio na sociedade. / This research aimed at analyzing, from the perception of users adhering to tuberculosis treatment, the meanings assigned to the disease risks. The study was carried out based on the sociological theories about “risk” especially those that emphasize the social and cultural character of risk. The study with qualitative approach was developed from the Data Grounded Theory. The data collection was made by means of a semi-structured interview with 19 users who adhered to the tuberculosis treatment. The project was approved by the ethics research committee of UFRGS. The results were organized into three categories and gave origin to the central phenomenon of the theory “Recognizing oneself as subject of risks: awareness of possible tuberculosis damages”. According to the research participants, “risk” has a negative connotation being linked to the possibility of risk or potential damage. The process of attributing meanings was influenced by elements from the social and cultural context wherein these subjects live. The inclusion of tuberculosis potential damages in the personal risks portfolio did not provide a new subject identity because even before the diagnosis communication, the users already made probability calculations and actions to manage such damages. Beyond health speeches, tuberculosis has added a specific meaning to the disease risks, i.e. the relations risks. These were defined as the possibility of damages that tuberculosis represents to the interactions of the ill subject with society which interfere in the public and private dimensions of daily life. Regarding the public realm, the participants referred to the changes in the body image and in the socially-recognized gender roles. Within the private sphere, emphasis was given to the interference in the relations with relatives as to the family bond and the health of other family members. The risk omnipresence in the daily life of contemporaneous societies results in the constant need of evaluating the present and its risks and, from the choices between which risks are acceptable and which are not, of defining the way to follow. This reflexive process, when carried out daily, produces identities for “oneself” leading the participants to search for an identity of a subject concerned with his own care and with the care of others, by preserving his personal relations and life in society. / Esta pesquisa intentó analizar los sentidos atribuidos a los riesgos de la enfermedad desde la percepción de los usuarios adherentes al tratamiento contra la tuberculosis. Es un estudio con base en las teorías sociológicas sobre ‘riesgo’, especialmente las que enfatizan su carácter social y cultural. El estudio con abordaje cualitativo fue desarrollado a partir de la Teoría Fundamentada en Datos. La recolección de los datos se dio por medio de entrevista semi-estructurada con 19 usuarios adherentes al tratamiento contra la tuberculosis. El comité de ética en pesquisa de la UFRGS aprobó el proyecto. Los resultados, organizados en tres categorías, originaron el fenómeno central de la teoría “Reconociéndose como sujeto de riesgos: la consciencia de los posibles daños de la tuberculosis”. Según los participantes de la pesquisa, “riesgo” tiene una connotación negativa, siendo asociado a la posibilidad de peligro o de daño potencial. El proceso de atribución de sentidos fue influenciado por elementos del contexto social y cultural en que eses individuos viven. La inclusión de daños potenciales de la tuberculosis en el portfolio no inauguró una nueva identidad de sujeto, pues mismo antes de la comunicación del diagnóstico, los usuarios ya realizaban cálculos de probabilidad y acciones para su manejo. Para allá de los discursos de la salud, la tuberculosis añadió un sentido específico a los riesgos de la enfermedad, lo de riesgos relacionales. Se los definieron como la posibilidad de daños que la tuberculosis representa a las interacciones del individuo enfermo con la sociedad, con interferencia en las dimensiones públicas y privadas de la vida cotidiana. Acerca de la esfera pública, los participantes refirieron el cambio en la imagen corporal y las alteraciones de los papeles de género reconocidos socialmente. En la esfera privada, enfatizaron la interferencia en las relaciones con familiares acerca del vínculo familiar y de la salud de otros miembros de la familia. La omnipresencia del riesgo en el cotidiano de las sociedades contemporáneas resulta en la constante necesidad de evaluar el presente y sus riesgos y, tras elegir cuales riesgos son y no son aceptables, de definir el camino a seguir. Ese proceso reflexivo cotidiano produce identidades para el “yo” llevando los participantes a buscar una identidad de sujeto preocupado con su cuidado y con el cuidado del otro, preservando sus relaciones personales y el convivio en sociedad.
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Reconhecendo-se como sujeito de riscos : a consciência dos possíveis danos da tuberculoseRossetto, Maíra January 2013 (has links)
Esta pesquisa objetivou analisar a partir da percepção dos usuários aderentes ao tratamento da tuberculose, os sentidos atribuídos aos riscos da doença. O estudo foi realizado com base nas teorias sociológicas sobre ‘risco’, em especial, as que enfatizam o caráter sócio cultural do risco. O estudo com abordagem qualitativa foi desenvolvido a partir da Teoria Fundamentada em Dados. A coleta dos dados se deu por meio de entrevista semiestruturada, tendo como sujeitos 19 usuários aderentes ao tratamento para tuberculose. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da UFRGS. Os resultados foram organizados em três categorias e deram origem ao fenômeno central da teoria “Reconhecendo-se como sujeito de riscos: a consciência dos possíveis danos da tuberculose”. Para os participantes da pesquisa, “risco” tem uma conotação negativa, estando associado à possibilidade de perigo ou de dano potencial. O processo de atribuição de sentidos foi influenciado por elementos do contexto social e cultural em que esses indivíduos vivem. A inclusão dos danos potenciais da tuberculose ao portfólio pessoal de riscos não inaugurou uma nova identidade de sujeito, pois mesmo antes da comunicação do diagnóstico, os usuários já realizavam cálculos probabilísticos e ações de gerenciamento desses danos. Para além dos discursos da saúde, a tuberculose acrescentou um sentido específico para os riscos da doença, os riscos relacionais. Os riscos relacionais foram definidos como a possibilidade de danos que a tuberculose representa às interações do indivíduo doente com a sociedade, com interferência nas dimensões públicas e privadas da vida cotidiana. Na esfera pública, os participantes referiram à mudança na imagem corporal e as alterações dos papéis de gênero reconhecidos socialmente. Na esfera privada, foi enfatizada a interferência nas relações com os familiares no que diz respeito ao vínculo familiar e à saúde de outros membros da família. A onipresença do risco no cotidiano das sociedades contemporâneas resulta na constante necessidade de avaliar o presente e seus riscos e de, a partir de escolhas entre quais riscos são e não são aceitáveis, definir o caminho a seguir. Esse processo reflexivo realizado cotidianamente é produtor de identidades para o “eu”, levando, os participantes a buscaram uma identidade de sujeito preocupado com o seu cuidado e com o cuidado do outro, preservando suas relações pessoais e o convívio na sociedade. / This research aimed at analyzing, from the perception of users adhering to tuberculosis treatment, the meanings assigned to the disease risks. The study was carried out based on the sociological theories about “risk” especially those that emphasize the social and cultural character of risk. The study with qualitative approach was developed from the Data Grounded Theory. The data collection was made by means of a semi-structured interview with 19 users who adhered to the tuberculosis treatment. The project was approved by the ethics research committee of UFRGS. The results were organized into three categories and gave origin to the central phenomenon of the theory “Recognizing oneself as subject of risks: awareness of possible tuberculosis damages”. According to the research participants, “risk” has a negative connotation being linked to the possibility of risk or potential damage. The process of attributing meanings was influenced by elements from the social and cultural context wherein these subjects live. The inclusion of tuberculosis potential damages in the personal risks portfolio did not provide a new subject identity because even before the diagnosis communication, the users already made probability calculations and actions to manage such damages. Beyond health speeches, tuberculosis has added a specific meaning to the disease risks, i.e. the relations risks. These were defined as the possibility of damages that tuberculosis represents to the interactions of the ill subject with society which interfere in the public and private dimensions of daily life. Regarding the public realm, the participants referred to the changes in the body image and in the socially-recognized gender roles. Within the private sphere, emphasis was given to the interference in the relations with relatives as to the family bond and the health of other family members. The risk omnipresence in the daily life of contemporaneous societies results in the constant need of evaluating the present and its risks and, from the choices between which risks are acceptable and which are not, of defining the way to follow. This reflexive process, when carried out daily, produces identities for “oneself” leading the participants to search for an identity of a subject concerned with his own care and with the care of others, by preserving his personal relations and life in society. / Esta pesquisa intentó analizar los sentidos atribuidos a los riesgos de la enfermedad desde la percepción de los usuarios adherentes al tratamiento contra la tuberculosis. Es un estudio con base en las teorías sociológicas sobre ‘riesgo’, especialmente las que enfatizan su carácter social y cultural. El estudio con abordaje cualitativo fue desarrollado a partir de la Teoría Fundamentada en Datos. La recolección de los datos se dio por medio de entrevista semi-estructurada con 19 usuarios adherentes al tratamiento contra la tuberculosis. El comité de ética en pesquisa de la UFRGS aprobó el proyecto. Los resultados, organizados en tres categorías, originaron el fenómeno central de la teoría “Reconociéndose como sujeto de riesgos: la consciencia de los posibles daños de la tuberculosis”. Según los participantes de la pesquisa, “riesgo” tiene una connotación negativa, siendo asociado a la posibilidad de peligro o de daño potencial. El proceso de atribución de sentidos fue influenciado por elementos del contexto social y cultural en que eses individuos viven. La inclusión de daños potenciales de la tuberculosis en el portfolio no inauguró una nueva identidad de sujeto, pues mismo antes de la comunicación del diagnóstico, los usuarios ya realizaban cálculos de probabilidad y acciones para su manejo. Para allá de los discursos de la salud, la tuberculosis añadió un sentido específico a los riesgos de la enfermedad, lo de riesgos relacionales. Se los definieron como la posibilidad de daños que la tuberculosis representa a las interacciones del individuo enfermo con la sociedad, con interferencia en las dimensiones públicas y privadas de la vida cotidiana. Acerca de la esfera pública, los participantes refirieron el cambio en la imagen corporal y las alteraciones de los papeles de género reconocidos socialmente. En la esfera privada, enfatizaron la interferencia en las relaciones con familiares acerca del vínculo familiar y de la salud de otros miembros de la familia. La omnipresencia del riesgo en el cotidiano de las sociedades contemporáneas resulta en la constante necesidad de evaluar el presente y sus riesgos y, tras elegir cuales riesgos son y no son aceptables, de definir el camino a seguir. Ese proceso reflexivo cotidiano produce identidades para el “yo” llevando los participantes a buscar una identidad de sujeto preocupado con su cuidado y con el cuidado del otro, preservando sus relaciones personales y el convivio en sociedad.
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Resposta da pressão intra-arterial durante o exercício resistido de diferentes intensidades em hipertensos tratados com atenolol / Intra-arterial blood pressure response during resistance exercise of different intensities in hypertensives treated with atenololRicardo Saraceni Gomides 27 March 2009 (has links)
O exercício resistido dinâmico é recomendado, em complemento ao aeróbico, para indivíduos hipertensos. O aumento da pressão arterial durante sua execução se faz, primordialmente, pelo aumento da resistência vascular periférica, porém o aumento do débito cardíaco também parece estar envolvido. A elevação da pressão arterial parece ser exacerbada em hipertensos não medicados. Entretanto, grande parte dos hipertensos está sob terapêutica medicamentosa e vários fazem uso de -bloqueadores, que reduzem o débito cardíaco pela diminuição da resposta taquicárdica e inotrópica à estimulação simpática. Assim, é possível supor que o uso de -bloqueadores reduza o aumento da pressão arterial nos exercícios resistidos. Porém, pelo nosso conhecimento, este efeito ainda não foi estudado. Assim, esta investigação teve por objetivo investigar o efeito do atenolol sobre a resposta da pressão arterial durante o exercício resistido de diferentes intensidades. Foram estudados 10 hipertensos essenciais com pressão arterial sistólica/diastólica sob placebo entre 140 e 160/90 e 105 mmHg. Os pacientes foram estudados após 6 semanas de uso de placebo e de atenolol, sendo que os indivíduos estavam cegos para a medicação. Em cada fase, os voluntários fizeram o exercício de extensão de joelhos na cadeira extensora até a exaustão, seguindo 3 protocolos realizados em ordem aleatória: a) uma série em 100% de 1RM (repetição máxima), b) três séries em 40% de 1RM e; c) três séries em 80% de 1RM. Antes, durante e após os exercícios, a pressão arterial foi medida diretamente na artéria radial. Os dados foram comparados pelo teste t student ou pela ANOVA de dois fatores para amostras repetidas. Quando necessário, foi utilizado o post-hoc de Newman-Keuls e aceito como significante o índice de P≤0,05. Verificou-se que o atenolol reduziu os valores absolutos atingidos pela pressão arterial sistólica durante a execução do exercício nas três intensidades (valores máximos: 100% = 186±4 vs. 215±7, 80% = 224±7 vs. 247±9 e 40% = 223±7 vs. 252±16, mmHg, P≤0,05). Além disso, ele reduziu o aumento desta pressão arterial na 1ª série do exercício nas 3 intensidades (100% = +38±5 vs. +54±9; 80% = +68±11 vs. +84±13 e 40% = +69±7 vs. +84±14, mmHg, P≤0,05). Em relação à pressão arterial diastólica, o atenolol diminuiu os valores máximos absolutos e o aumento desta pressão arterial (126±6 vs. 145±6 e +41±6 vs. +52±6, mmHg, P≤0,05) no exercício em 100% de 1RM, mas não a alterou nas demais intensidades. Dessa forma, é possível concluir que o atenolol foi eficaz em atenuar tanto o valor absoluto quanto a resposta da pressão arterial sistólica durante o exercício resistido de diferentes intensidades em hipertensos, conferindo-lhes uma certa proteção cardiovascular. Este achado reforça o conceito de que o aumento do débito cardíaco é um mecanismo importante para o aumento da pressão arterial sistólica durante este tipo de exercício / Dynamic resistance exercise is recommended in association to aerobic exercise for hypertensive patients. Blood pressure increase during this kind of exercise is mainly due to an increase in peripheral vascular resistance, however, an increase in cardiac output might also be involved. This blood pressure increase seems to be exacerbated in non-medicated hypertensives. Nevertheless, most of the hypertensives are taking medications, and some of them are receiving -blockers, which decreases cardiac output by the inhibition of sympathetic-induced increase on heart rate and cardiac contractility. Thus, -blockers might decrease blood pressure rise during resistance exercise which, to our knowledge, has not been studied yet. Hence, the aim of this study was to verify the effects of the selective -blocker atenolol on blood pressure increase during dynamic resistance exercise of different intensities. Ten essential hypertensives with systolic/diastolic blood pressures under placebo condition maintained among 140 and 160/90 and 105 mmHg were recruited. These volunteers were studied after 6 weeks of placebo and atenolol treatment, and they were blinded for the medication used. In each phase, the volunteers executed, in a random order, 3 protocols of knee extension exercise until fatigue: a) 1 set at 100% of 1 repetition maximum (1RM); b) 3 sets at 40% of 1RM; c) 3 sets at 80% of 1RM. Before, during and after the exercises, intra-arterial radial blood pressure was measured. Data were compared by paired student t-test and by two-way ANOVA for repeated measures. Newman-Keuls post-hoc test was applied when necessary. P≤0.05 was considered as significant. Atenolol decreased the absolute value achieved by systolic blood pressure during the exercise performed at the 3 intensities (maximum values: 100% = 186±4 vs. 215±7, 80%= 224±7 vs. 247±9 e 40% = 223±7 vs. 252±16, mmHg, P≤0.05). Moreover, atenolol also reduced systolic blood pressure increase in the first set of exercise at the 3 intensities (100% = +38±5 vs. +54±9; 80% = +68±11 vs. +84±13 e 40% = +69±7 vs. +84±14, mmHg, P≤0.05). In regard to diastolic blood pressure, atenolol decreased its absolute values and its increase during exercise performed at 100% of 1RM (126±6 vs. 145±6 e +41±6 vs. +52±6, mmHg, P≤0.05), but it did not change diastolic blood pressure at the other exercise intensities. In Conclusion, atenolol therapy was effective in reducing both, systolic blood pressure absolute values and increase during resistance exercise of different intensities in hypertensive subjects; given them some cardiovascular protection. This result enhances the belief that cardiac output increase is important for blood pressure enhancement during this kind of exercise
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"Investigação sobre a adesão ao tratamento medicamentoso em pacientes com doenças inflamatórias intestinais" / Investigation on compliance to drug therapy in patients with inflammatory bowel diseases.Nathalie de Lourdes Souza Dewulf 02 December 2005 (has links)
A adesão ao tratamento medicamentoso é um importante fator determinante no sucesso terapêutico. A adesão do paciente pode ser influenciada por fatores diversos, ligados à doença, ao tratamento, ao paciente, às condições sociais e econômicas, como também, relacionada ao sistema de saúde que o atende. Ainda que existam inúmeros estudos sobre a adesão ao tratamento em portadores com doenças crônicas, são escassas as investigações sobre este tema nas doenças inflamatórias intestinais. O presente trabalho teve o objetivo de avaliar a adesão ao tratamento medicamentoso e os possíveis fatores que a influenciam, em pacientes portadores de doenças inflamatórias intestinais (DII): doença de Crohn (DC) e retocolite ulcerativa (RCU), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), da Universidade de São Paulo. Como controles, foram investigados pacientes portadores de pancreatite crônica e insuficiência pancreática (PC), com medicação fornecida pelo hospital, tal como os pacientes portadores de DII. Foram também investigados pacientes portadores de afecções digestivas variadas (ADV), grupo no qual a medicação prescrita não era fornecida pelo hospital. Por meio de estudo transversal e indireto, foi realizada entrevista estruturada para avaliar a adesão de 110 pacientes, que foram caracterizados como apresentando maior ou menor grau de adesão. Esta classificação foi baseada no cotejo entre os dados do prontuário e os informados pelo paciente em entrevista, considerando a afirmação do paciente que usava a medicação e que conhecia o nome da droga em uso. Utilizou-se, também, o teste de Morisky, que permite avaliar o padrão de comportamento do paciente em relação ao uso diário do medicamento. Este teste consiste de quatro perguntas padronizadas relacionadas ao esquecimento, descuido com o horário de tomada do medicamento, percepção de efeitos colaterais e ausência de sintomas. Na análise dos medicamentos utilizados pelo paciente, foram observadas as seguintes proporções de pacientes classificados como menos aderentes: 15,4% em pacientes portadores de DC, 13,3% na RCU, 8,4% na PC e 16,6% nos pacientes do grupo ADV. Porém, o teste de Morisky mostrou as seguintes proporções de menos aderentes: 50% de pacientes portadores de DC, 63,3% na RCU, 54,2% na PC e 63,4% na ADV. Não houve diferenças estatisticamente significativas, entre os grupos de pacientes, tanto na análise dos medicamentos utilizados pelo paciente como pelos resultados do teste de Morisky. Em análise univariada, nenhum dos fatores demográficos, sociais, clínicos ou referentes ao tratamento medicamentoso apresentou relação estatisticamente significativa, comum a todos os grupos, que indicasse influência sobre a adesão ao tratamento. Apesar do alto grau de adesão, de acordo com a análise dos medicamentos utilizados, detectou-se alto percentual de não-adesão ao tratamento medicamentoso ligado ao comportamento habitual e independente do diagnóstico, ou do acesso gratuito aos medicamentos. Isto pode indicar a existência de um padrão específico de comportamento dos usuários do serviço, o que sugere a necessidade de maior atenção dos profissionais de saúde para o problema, bem como medidas de educação do paciente quanto ao uso dos medicamentos. / Compliance to drug therapy is an important factor determining a successful treatment. Patient compliance may be influenced by various factors related to the disease, to treatment, to the patient himself, to his socioeconomic condition, as well as to the health system. Although many studies have assessed compliance to treatment in patients with chronic diseases, few investigations are available in inflammatory bowel diseases (IBD). The objective of the present study was to assess compliance to drug therapy in patients with IBD - Crohns disease (CD) and ulcerative colitis (UC), seen at the University Hospital, Faculty of Medicine of Ribeirão Preto (HCFMRP), University of São Paulo, Brazil. Patients with chronic pancreatitis (CP) and pancreatic insufficiency who received free medication supplied by the hospital, like the IBD patients, were used as controls. Patients with various digestive affections (VDA) whose prescribed medication was not supplied by the hospital were also investigated. In a transverse and indirect study, a structured interview was applied to assess the compliance of 110 patients, who were characterized as presenting a higher or lower degree of compliance. This classification was based on a comparison of data in the medical records to the information provided by the patient in the interview, considering the patients statements that he/she actually used the medication and was capable of produce correctly its name. The Morisky test was also used to assess the behavioral pattern of the patient regarding the daily use of the medication. This test consists of four standardized questions that evaluate forgetfulness, carelessness regarding the time when the medication should be taken, the perception of side effects, and the absence of symptoms. In the analysis of patient statements on medication in use, the proportions of patients regarded as less compliant were as follows: 15.4% of patients with CD, 13.3% of those with UC, 8.4% of those with CP, and 16.6% of those with VDA. However, the Morisky test revealed the following proportions of less compliant patients: 50% of patients with CD, 63.3% of those with UC, 54.2% of those with CP, and 63.4% of those with VDA. No statistically significant differences were observed between the four groups regarding evaluation according to either the analysis of patient statements or the results of the Morisky test. Univariate analysis revealed that none of the demographic, social, or clinical factors or the variables related to drug therapy showed statistically significant relationships, common to all groups, that would indicate their influence on compliance to treatment. Despite the high degree of compliance evaluated by patient statements on medication in use, a high degree of noncompliance to treatment linked to habitual behavior was detected. Those findings were independent on either disease type or free access to medication. This may indicate the existence of a specific behavioral pattern common to the local health system users, which suggests the need for better consideration of the problem on the part of the health professionals, as well as the need for measures of patient education regarding medication use.
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Análise da associação entre letramento funcional em saúde e adesão ao tratamento medicamentoso da hipertensão arterial sistêmicaCarvalho, Tatiana Resende 21 March 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-03-21 / Estudo transversal realizado com 340 usuários hipertensos, acompanhados pela Estratégia Saúde da Família do município de São João del-Rei, selecionados a partir do registro das fichas de acompanhamento dos agentes comunitários de saúde, por amostragem aleatória simples. Os objetivos do estudo foram analisar a associação entre letramento funcional em saúde e adesão ao tratamento medicamentoso da HAS; descrever os níveis de letramento funcional em saúde da população de estudo; estimar a prevalência da não adesão ao tratamento medicamentoso da HAS e analisar os fatores associados à não adesão ao tratamento medicamentoso da HAS. A coleta de dados ocorreu entre os meses de junho à setembro de 2017 e foi realizada através de um formulário com questões estruturadas acerca dos fatores socioeconômicos, relacionados ao paciente, à doença, ao tratamento, à equipe e ao serviço de saúde. A avaliação da adesão ao tratamento medicamentoso foi feita através da Escala de Adesão Terapêutica de oito itens de Morisky (MMAS-8) e o nível de letramento funcional em saúde foi medido pelo B-TOFHLA. As análises estatísticas foram feitas utilizando-se o teste qui-quadrado e modelos de regressão de Poisson para estimar as razões de prevalência brutas e ajustadas, os respectivos intervalos de confiança (IC95%) e p-valor. A prevalência de não adesão ao tratamento farmacológico da HAS foi de 24,1% (IC 95%: 19,7 – 28,5). Os fatores associados à não adesão à terapia medicamentosa foram a credibilidade na importância dos medicamentos para o tratamento da HAS, a frequência na tomada dos medicamentos para a doença por dia, a compreensão das orientações e explicações dadas pelos profissionais de saúde e a dificuldade em conversar com os profissionais. Baixo letramento funcional em saúde foi encontrado em 80,2% dos hipertensos entrevistados. A proporção de usuários não aderentes ao tratamento com baixo letramento funcional em saúde foi 77% superior à proporção de usuários não aderentes à terapia medicamentosa com letramento funcional em saúde adequado (RP=1,77; IC95%:0,93 – 3,75). Os resultados mostram que mudanças baseadas na complexidade do regime terapêutico, uma adequada assistência à saúde, baseada nas particularidades de cada indivíduo, levando-se em conta a influência que o mesmo recebe do meio que o cerca podem contribuir para o aumento da adesão ao tratamento medicamentoso da HAS. É possível supor ainda que, identificando-se as limitações apresentadas pelos usuários em relação ao acesso e à compreensão das informações e orientações que lhe são repassadas, a equipe de saúde pode elaborar estratégias que favoreçam o processo de comunicação entre profissionais de saúde e usuários do sistema, compensando assim os baixos níveis de letramento funcional em saúde, fazendo com que as informações e orientações necessárias ao manejo e ao acompanhamento da doença sejam mais facilmente compreendidas pelos usuários. / This is a cross-sectional study performed with 340 hypertensive users who have been monitored by the Family Health Care Service from the city of São João del-Rei. They have been selected based on the follow-up records of the community health agents by simple random sampling. The aim of the study is to analyze the association between Functional Health Literacy and the adherence to the medical treatment for HAS (hypertension); to describe the levels of functional health literacy in the evaluated population; to estimate the predominant non-adherence to the drug treatment for hypertension and to analyze the factors that are connected to the non-adherence to the medical treatment for hypertension. Data collection has happened between June and September 2017 and it was carried out by using a questionnaire with questions about socioeconomic factors related to the patient, to their disease, to their treatment, the team who have assisted them and the health care service itself.
The evaluation in order to measure the adherence to the drug treatment was carried out via the 8-item Morisky Medication Adherence Scale (MMAS-8) and the Functional Health Literacy level was measured by the B-TOFHLA. Statistical analyzes have been performed using the chi-square test and Poisson regression models in order to estimate crude and adjusted prevalence ratios, confidence intervals (IC95%), and p-value. The predominance of non-adherence to the pharmacological treatment for HAS was 24.1% (IC95%: 19.7-28.5). The main factors associated with the non-adherence to the drug therapy were: trustworthiness regarding the importance of drugs for the treatment of HAS, the frequency the user takes the prescribed medicine per day, the understanding of the instructions and explanations given by the health care professionals, and the struggle in talking to the professionals. Low functional health literacy has been found in 80.2% of the hypertensive patients who have been interviewed. The non-adherence ratio among patients with low functional health literacy is 77% higher than the proportion of non-adherence among patients with adequate functional health literacy (PR = 1.77, IC 95%: 0.93-3.75). The results have shown that changes based on the complexity of the therapeutic regime and an adequate health care provision based on the specificities of each individual, taking into account the influence that the patient gets from the environment he comes from can contribute to raise the levels of medication adherence for HAS. It is also possible to assume that, by identifying the patients limitations regarding the access and the overall comprehension of the information and instructions that are passed on to them, it allows the healthcare team to prepare and implement strategies that may favor the communication process between the healthcare professionals and users of the system, thus compensating for the low levels of functional health literacy and making the information and general guidelines that are necessary for the management and follow-up of the disease more easily understood by its users.
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Avaliação da taxa de dispensação de isoniazida utilizada no tratamento preventivo de tuberculose em serviço especializado em HIV/aids / Evaluation of withdrawal of isoniazid for preventive treatment of tuberculosis in HIV/aids outpatient clinicSantana, Claudinei Alves 30 June 2014 (has links)
INTRODUÇÃO: A Tuberculose (TB) e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) são, individualmente, grandes ameaças à saúde pública. As epidemias de AIDS e TB são sinérgicas e criaram uma crise de grandes proporções e desafios para o manejo clínico dos doentes, serviços de saúde e órgãos governamentais. A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é um dos principais fatores de risco para TB. O tratamento de pacientes com HIV ou aids e TB requer o uso concomitante de medicamentos tuberculostáticos e antirretrovirais, e as dificuldades a serem superadas incluem alto número de comprimidos, adesão aos tratamentos, interações medicamentosas com possibilidade de sobreposição de efeitos tóxicos e síndrome de reconstituição imune inflamatória. Uma forma de prevenção da TB é o Tratamento Preventivo com Isoniazida (TPI) nos pacientes com Infecção Latente por Mycobacterium tuberculosis (ILMTb), para os quais taxas de adesão de 80% ou mais são adequadas. A baixa adesão ao TPI diminui a sua efetividade. Neste cenário, avaliar a adesão ao TPI é de grande importância. O Serviço de Farmácia pode ser um instrumento altamente eficiente para realizar esta avaliação, através do acompanhamento das taxas de dispensação de isoniazida (INH) prescrita como TPI. OBJETIVO: Avaliar a taxa de adesão ao TPI em sujeitos com HIV ou aids e ILMTb, através da dispensação de INH. MÉTODO: Foram incluídos sujeitos que apresentaram prescrição do medicamento INH no período de 01/07/2008 a 30/06/2011 na farmácia do Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes HIV/Aids da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SEAP HIV/Aids). As informações sobre sexo, idade, acompanhamento médico, uso de antirretrovirais, doenças concomitantes, intercorrências, datas de início e término do TPI foram obtidas do prontuário e informações sobre prescrição e dispensação de INH foram obtidas do Sistema de Informações de Gerenciamento Hospitalar (SIGH). RESULTADOS: Foram incluídos na análise 161 sujeitos, 78,9% (127) do sexo masculino, com idade média de 46 anos, 84,5% (136) deles acompanhados por médicos assistentes, 92,5% (149) utilizavam drogas antirretrovirais, 77,6% (125) apresentavam doenças concomitantes e 12,4% (20) sofreram intercorrências durante o TPI. Observou-se aumento transitório de enzimas hepáticas que não justificava a suspensão do TPI. A taxa de adesão foi de 96%. A prescrição eletrônica da INH nem sempre acompanhou, temporalmente, as datas, registradas em prontuário, de início e fim do TPI. A análise de concomitância entre início e fim do TPI e a prescrição de INH foi realizada para 90% (146) dos sujeitos para os quais estas informações eram disponíveis. Para 8,7% (14) dos sujeitos a prescrição eletrônica foi posterior à data de início de TPI; para 56,2% (82) dos sujeitos a prescrição de INH ultrapassou a data de término do TPI no prontuário e para 17,1% (25) dos sujeitos a prescrição de INH foi encerrada antes do término do TPI no prontuário. Não foram observadas associações estatísticas significativas entre o desfecho e as variáveis de interesse. CONCLUSÃO: Adesão é um comportamento complexo, assim como sua avaliação. Identificamos elevada taxa de adesão ao TPI entre sujeitos que vivem com HIV/aids; a frequência de hepatotoxicidade foi baixa e, quando ocorreu, transitória. Salientamos o descompasso entre o projeto terapêutico de TPI, registrado em prontuário, e a sua concretização, através da prescrição da INH. A prescrição eletrônica é um instrumento concebido para elevar a qualidade e agilizar a assistência; entretanto, pode expor o paciente a prescrição inadequada. Para evitá-lo devem ser adotadas medidas de segurança que, sem dificultar a prescrição, possam aprimorá-la constantemente, conforme os protocolos de tratamento disponíveis e os conhecimentos atualizados / BACKGROUND: Tuberculosis (TB) and Acquired Immunodeficiency Syndrome (AIDS) are major threats to public health. The Aids and TB epidemics are synergistic, bring great challenges for the clinical management of patients, health services and governments. Infection with Human Immunodeficiency Virus (HIV) is a major risk for TB. The treatment of coinfected patients requires antituberculosis and antiretroviral drugs administered concomitantly. These patients are defied by the high number of tablets, adherence, drugs interactions, overlapping toxicities and immune reconstitution inflammatory syndrome. The isoniazid preventive therapy (IPT) is recommended to reduce the risk of TB in HIV/aids patients with Mycobacterium tuberculosis Latent Infection (MTbLI). Adherence rates of 80% or more are adequate. Low adherence to the IPT reduces its effectiveness. Assessing adherence to the IPT is of great importance in this setting, and the withdrawal of INH from the pharmacy can be used for this purpose. OBJECTIVE: To evaluate the adherence to the IPT in subjects with HIV/Aids and MTbLI, followed at Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes HIV/ Aids (SEAP HIV/Aids), an HIV/aids outpatient clinic, through the withdrawal of INH from the pharmacy. METHODS: subjects with HIV/Aids and MTbLI who had a prescription of INH for IPT from 01/07/2008 to 30/06/2011 were included. Information about sex, age, medical conditions, antiretrovirals, comorbidities, IPT period, intercurrences during the IPT and withdrawal of INH from the pharmacy were retrieved from the medical files and the system of information and hospital management (SIGH). RESULTS: 161 subjects were included in the study, 78,9% (127) of them males, with a mean age of 46 years, 84,5 % (136) of them assisted by infectologists, 92,5% ( 149) taking antiretrovirals, 77,6% (125) with comorbidities and 12,4% (20) with intercurrences during the IPT; a low and transient increase of liver enzymes that not led to discontinuation of the IPT was observed. The adherence rate was 96%. The evaluation of concordance between the periods of ITP and prescription of INH was performed for 90% (146) of subjects for whom this information was available. The electronic prescription of INH was not coincident with the period of IPT registered in medical files for most subjects. To 8,7% (14) of the subjects the electronic prescription was made after the beginning of IPT, for 56,2% (82) of the subjects the prescription of INH exceeded the date of completion of the IPT and for 17,1% (25) of the subjects the prescription of INH ended before the end of the IPT registered in medical files. No statistically significant associations between the outcome and the variables of interest were observed. CONCLUSION: Adherence is a complex behavior, as well as their evaluation. We found a high adherence rate to IPT among HIV/Aids subjects with MTbLI, with a low and transient grade of hepatotoxicity. Although the electronic prescription is an instrument designed to improve the quality of the health care, it can expose patients to inappropriate prescription. To avoid this, security measures should be adopted, in order to improve it constantly, according to the protocols of treatment available and updated knowledge, without hampering medical prescription
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Avaliação da taxa de dispensação de isoniazida utilizada no tratamento preventivo de tuberculose em serviço especializado em HIV/aids / Evaluation of withdrawal of isoniazid for preventive treatment of tuberculosis in HIV/aids outpatient clinicClaudinei Alves Santana 30 June 2014 (has links)
INTRODUÇÃO: A Tuberculose (TB) e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) são, individualmente, grandes ameaças à saúde pública. As epidemias de AIDS e TB são sinérgicas e criaram uma crise de grandes proporções e desafios para o manejo clínico dos doentes, serviços de saúde e órgãos governamentais. A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é um dos principais fatores de risco para TB. O tratamento de pacientes com HIV ou aids e TB requer o uso concomitante de medicamentos tuberculostáticos e antirretrovirais, e as dificuldades a serem superadas incluem alto número de comprimidos, adesão aos tratamentos, interações medicamentosas com possibilidade de sobreposição de efeitos tóxicos e síndrome de reconstituição imune inflamatória. Uma forma de prevenção da TB é o Tratamento Preventivo com Isoniazida (TPI) nos pacientes com Infecção Latente por Mycobacterium tuberculosis (ILMTb), para os quais taxas de adesão de 80% ou mais são adequadas. A baixa adesão ao TPI diminui a sua efetividade. Neste cenário, avaliar a adesão ao TPI é de grande importância. O Serviço de Farmácia pode ser um instrumento altamente eficiente para realizar esta avaliação, através do acompanhamento das taxas de dispensação de isoniazida (INH) prescrita como TPI. OBJETIVO: Avaliar a taxa de adesão ao TPI em sujeitos com HIV ou aids e ILMTb, através da dispensação de INH. MÉTODO: Foram incluídos sujeitos que apresentaram prescrição do medicamento INH no período de 01/07/2008 a 30/06/2011 na farmácia do Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes HIV/Aids da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SEAP HIV/Aids). As informações sobre sexo, idade, acompanhamento médico, uso de antirretrovirais, doenças concomitantes, intercorrências, datas de início e término do TPI foram obtidas do prontuário e informações sobre prescrição e dispensação de INH foram obtidas do Sistema de Informações de Gerenciamento Hospitalar (SIGH). RESULTADOS: Foram incluídos na análise 161 sujeitos, 78,9% (127) do sexo masculino, com idade média de 46 anos, 84,5% (136) deles acompanhados por médicos assistentes, 92,5% (149) utilizavam drogas antirretrovirais, 77,6% (125) apresentavam doenças concomitantes e 12,4% (20) sofreram intercorrências durante o TPI. Observou-se aumento transitório de enzimas hepáticas que não justificava a suspensão do TPI. A taxa de adesão foi de 96%. A prescrição eletrônica da INH nem sempre acompanhou, temporalmente, as datas, registradas em prontuário, de início e fim do TPI. A análise de concomitância entre início e fim do TPI e a prescrição de INH foi realizada para 90% (146) dos sujeitos para os quais estas informações eram disponíveis. Para 8,7% (14) dos sujeitos a prescrição eletrônica foi posterior à data de início de TPI; para 56,2% (82) dos sujeitos a prescrição de INH ultrapassou a data de término do TPI no prontuário e para 17,1% (25) dos sujeitos a prescrição de INH foi encerrada antes do término do TPI no prontuário. Não foram observadas associações estatísticas significativas entre o desfecho e as variáveis de interesse. CONCLUSÃO: Adesão é um comportamento complexo, assim como sua avaliação. Identificamos elevada taxa de adesão ao TPI entre sujeitos que vivem com HIV/aids; a frequência de hepatotoxicidade foi baixa e, quando ocorreu, transitória. Salientamos o descompasso entre o projeto terapêutico de TPI, registrado em prontuário, e a sua concretização, através da prescrição da INH. A prescrição eletrônica é um instrumento concebido para elevar a qualidade e agilizar a assistência; entretanto, pode expor o paciente a prescrição inadequada. Para evitá-lo devem ser adotadas medidas de segurança que, sem dificultar a prescrição, possam aprimorá-la constantemente, conforme os protocolos de tratamento disponíveis e os conhecimentos atualizados / BACKGROUND: Tuberculosis (TB) and Acquired Immunodeficiency Syndrome (AIDS) are major threats to public health. The Aids and TB epidemics are synergistic, bring great challenges for the clinical management of patients, health services and governments. Infection with Human Immunodeficiency Virus (HIV) is a major risk for TB. The treatment of coinfected patients requires antituberculosis and antiretroviral drugs administered concomitantly. These patients are defied by the high number of tablets, adherence, drugs interactions, overlapping toxicities and immune reconstitution inflammatory syndrome. The isoniazid preventive therapy (IPT) is recommended to reduce the risk of TB in HIV/aids patients with Mycobacterium tuberculosis Latent Infection (MTbLI). Adherence rates of 80% or more are adequate. Low adherence to the IPT reduces its effectiveness. Assessing adherence to the IPT is of great importance in this setting, and the withdrawal of INH from the pharmacy can be used for this purpose. OBJECTIVE: To evaluate the adherence to the IPT in subjects with HIV/Aids and MTbLI, followed at Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes HIV/ Aids (SEAP HIV/Aids), an HIV/aids outpatient clinic, through the withdrawal of INH from the pharmacy. METHODS: subjects with HIV/Aids and MTbLI who had a prescription of INH for IPT from 01/07/2008 to 30/06/2011 were included. Information about sex, age, medical conditions, antiretrovirals, comorbidities, IPT period, intercurrences during the IPT and withdrawal of INH from the pharmacy were retrieved from the medical files and the system of information and hospital management (SIGH). RESULTS: 161 subjects were included in the study, 78,9% (127) of them males, with a mean age of 46 years, 84,5 % (136) of them assisted by infectologists, 92,5% ( 149) taking antiretrovirals, 77,6% (125) with comorbidities and 12,4% (20) with intercurrences during the IPT; a low and transient increase of liver enzymes that not led to discontinuation of the IPT was observed. The adherence rate was 96%. The evaluation of concordance between the periods of ITP and prescription of INH was performed for 90% (146) of subjects for whom this information was available. The electronic prescription of INH was not coincident with the period of IPT registered in medical files for most subjects. To 8,7% (14) of the subjects the electronic prescription was made after the beginning of IPT, for 56,2% (82) of the subjects the prescription of INH exceeded the date of completion of the IPT and for 17,1% (25) of the subjects the prescription of INH ended before the end of the IPT registered in medical files. No statistically significant associations between the outcome and the variables of interest were observed. CONCLUSION: Adherence is a complex behavior, as well as their evaluation. We found a high adherence rate to IPT among HIV/Aids subjects with MTbLI, with a low and transient grade of hepatotoxicity. Although the electronic prescription is an instrument designed to improve the quality of the health care, it can expose patients to inappropriate prescription. To avoid this, security measures should be adopted, in order to improve it constantly, according to the protocols of treatment available and updated knowledge, without hampering medical prescription
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