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Um trabalho coletivo em educação: alfabetização: carência ou possibilidade

Fioravante, Maria de Lourdes 08 November 1983 (has links)
Submitted by Estagiário SPT BMHS (spt@fgv.br) on 2012-01-05T13:07:56Z No. of bitstreams: 1 000044832.pdf: 9886224 bytes, checksum: a485a697fb1c57099eec02ad3a069c5f (MD5) / Made available in DSpace on 2012-01-05T13:08:10Z (GMT). No. of bitstreams: 1 000044832.pdf: 9886224 bytes, checksum: a485a697fb1c57099eec02ad3a069c5f (MD5) Previous issue date: 1983 / Est-ce que le travail pédagogique, comme production collective, est vécu dans les écoles primaires et secondaires? Comment ceux qui quotidiennement expérimentent les contradictions de 'l'éducation comme droit universel' et comme mise a l'écart des classes défavorisées perçoivent la spécificité de ce travail? Ce sont ces questions qui sont ici posées, cherchant à récupérer la place de l'école comme lieu de production et de transmission de connaissances, du minimum nécessaire à la survie matérielle et culturelle de ceux qui sont en général exclus du projet éducatif. C'est pour celà que l'alphabétisation - comprise comme appropriation de la parole, comme instrument d'acquisition de nouvelles connaissances - est au centre des temps et mouvements de l'enquête; l'élément mobilisateur, convergent et rassembleur des discours, des désirs, des espoirs et des possibilités de ceux qui enseignent et apprennent dans les écoles publiques de la Quatorzième Délégation Régionale de Nova Era, dans l'Etat de Minas Gerais. La méthodologie s'est donc construite à mesure que le travail s'est réalisé dans les cours, rencontres, études spécifiques, dans les compte-rendus d'expériences et dans les discussions, confrontant tout le temps les discours du professeur, du spécialiste, des' parents, des enfants et des techniciens de la. ORE (Délégation Régionale de l'Enseignement), des auteurs et des autorités en éducation. Les textes produits, les actions réalisées et les relations vécues expriment ce dialogue et questionnent la pratique éducative d'une école qui l'enseigne même pas à lire, dans un contexte de croissante marginalisation économique, social, politique et culturelle de la plus grande partie de la population. Depuis les classes pré-scolaires jusqu'au secondaire, en passant par les 'classes spéciales' ou par l'éducation d'adultes, est-il possible de penser 'l'enseignement pour tous'? Est-il possible de comprendre et de démystifier l'alphabétisation - tâche primordiale de l'école - comme mécanisme d'exclusion des dépossédés? Une contribution au processus de perte de I' innocence d'une école 'neutre' et â la tentative de supération de son savoir-faire 'technique': tel est le sens de ce travail, vécu non comme une application d'instruments habituels d'enquête, mais comme une construction collective. L'éducation, comme acte de coopération, comme un défi à plonger dans les conditions concrètes où elle est en jeu, c'est la proposition qui parcourt toute l'enquête, dans la certitude qu'il est possible, du point de vue de l'éducateur, de construire les chemins de l'enseignement fondamental. / O trabalho pedagógico, como produção coletiva, é vivido nas escolas de 1o e 2o graus? O seu fazer específico: como e percebido pelos que cotidianamente experenciam as contra dições da 'educação como direito de todos' e como marginalização das classes menos favorecidas? são essas as questões básicas aqui colocadas, procurando resgatar o lugar da escola como produção e transmissão do conhecimento; do mínimo necessário à sobrevivência física e cultural dos que são geralmente excluídos do projeto educa cional. Por isso, a alfabetização - entendida como apropriação da palavra, como instrumento para aquisição de novos conhecimentos - é o foco dos tempos e movimentos da pesquisa, o móvel convergente e aglutinador das falas, anseios, esperanças e possibilidades dos que ensinam e aprendem nas escolas públicas da l4a. Delegacia Regional de Ensino em Nova Era, Minas Gerais. A metodologia foi-se construindo, portanto, à medida que o trabalho se realizou, nos cursos, encontros, estudos específicos, nos relatos de experiências e nas discussões, confrontando, todo o tempo, a fala do professor, do especialista, dos pais, das crianças e a dos técnicos da DRE (Delegacia Re gional de Ensino), dos autores e das autoridades pedagógicas. Os textos produzidos, as ações realizadas e as relações vividas expressam esse diálogo e colocam em questão a prática educativa de uma escola, que não ensina nem a ler, num contexto de crescente marginalização econômica, social, política e cultural da maioria da população. Desde as classes pré-escolares i -passando pelas 'classes especiais', ou pela edu cação de adultos, até o 29 grau: qual a possibilidade de se pensar o 'ensino para todos'? A alfabetização - a tarefabásica da escola - é possível compreendê-la e desmistificá-la corno mecanismo de exclusão dos despossuidos? Urna contribuição ao processo da perda da inocência de urna escola 'neutra' e à tentativa de superação do seu fazer 'técnico': eis o sentido desse trabalho, vivido, não como aplicação de instrumentos usuais 'de investigação, mas como uma construção coletivamente produzida. A educação corno ato cooperativo, corno um desafio ao mergulho nas condições concretas onde a mesma se dá, é a proposta que flui em toda a pesquisa, na certeza de que, do ponto de vista de quem o faz, é possivel construir os caminhosdo ensino fundamental.
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Geologia precambriana da região de Nova Era, extremo NE do Quadrilátero Ferrífero - MG / Not available.

Guarnieri, Lucia Baroni 10 September 2003 (has links)
A região de Nova Era, de ~800 km2, a NE do Quadrilátero Ferrífero, MG, na zona de transição do Cráton do São Francisco para o Cinturão Móvel Atlântico, foi mapeada em escala 1:50.000 como fundamento para estudos litoestratigráfico-estruturais, petrográficos, metamórfico-geotermobarométricos, geoquímicos e de evolução crustal precambriana. Gnaisses, migmatitos e metagranitóides TTG retrabalhados (TTG) são as rochas arqueanas mais antigas da região, de maior expressão no domínio SW. O Gnaisse Monlevade (GnM), um conjunto de gnaisses bandados e xistos vulcano-sedimentares, foi dividido em três unidades litoestratigráficas, do topo para a base, de gnaisses félsicos, metapelíticos e anfibolíticos máfico-ultramáficos predominantes, e duas litológicas, de formações ferríferas bandadas (BIF) e rochas metaultramáficas. O GnM é contínuo e correlacionado aos grupos Nova Lima e Quebra Osso do greenstone belt arqueano Rio das Velhas. Metagranitóides Borrachudos (GB) tardi-arqueanos transicionam em corpos contíguos para Metagranitóides Foliados com Fluorita (MGF) pelo principal metamorfismo regional progressivo paleoproterozóico. Têm composições de álcali feldspato granitos com fluorita hololeucocráticos e contatos gradacionais tectono-metamórficos e metassomáticos de feldspatização potássica com os TTG e gnaisses félsicos do GnM. O Gnaisse bandado heterogêneo (GnH), um biotita gnaisse atípico, ocorre nos contatos do GnM com GB/MGF. Metassedimentos do Supergrupo Minas (Smi) paleoproterozóico, quartzito-itabiríticos com hematita, metapelíticos e calciossilicáticos das formações Moeda, Cauê, Gandarela e Cercadinho encontram-se nos domínios NW e SW da região. Metagranitóides porfiríticos hololeucocráticos (MGP) com feldspato alcalino róseo facoidal grosso, encontrados num único corpo, são rochas intrusivas sinorogênicas paleoproterozóicas. Por fim, metadiabásios neoproterozóicos e diabásios mesozóicos não-deformados intrudiram, em soleiras e diques, todos os demais litotipos precambrianos. A foliação metamórfica regional principal (Sn), gerada pelo evento tectono-metamórfico principal (Dn) durante a orogênese paleoproterozóica superior pós-Minas, compressiva de E-SE para W-NW, apresenta-se, sempre, de baixos ângulos até subhorizontal, sendo mais regular nos domínios NW e SW com mergulhos, respectivamente, para W-NW e E-SE. No domínio SE, predominam caimentos para W com máximos a SW, W e NW, mas ocorrem também, com freqüência, caimentos bem definidos para NE e SE. No GnM observaram-se, também com maior freqüência no domínio SE, padrões de interferência das dobras Dn com dobras pretéritas (Dn-1) de eixos E-W até SE, vergentes para S-SW, caracterizando a deformação Dn-1 como compressiva N-S. À Sn associam-se ainda falhas inversas pseudoconcordantes como contatos entre os principais conjuntos litológicos. Assim, estas falhas de empurrão, quando vergentes para E (com caimentos W-NW), caracterizam zonas de retrocavalgamentos (falhas antitéticas) e, quando vergentes para W-NW (com caimentos E-SE), zonas de cavalgamentos frontais, do mesmo sistema colisional principal, compressivo de E-SE para W-NW, formado pela orogênese paleoproterozóica superior pós-Minas, nessa parte da borda E-SE do Cráton do São Francisco. Deformações posteriores incluíram falhas e fraturas verticais e de alto ângulo normais e inversas N-S, NW-SE e E-W, de atividade tectônica e magmática recorrente, precambriana e fanerozóica/subrecente, como mostram metadiabásios neoproterozóicos e diabásios mesozóicos associados às mesmas estruturas, e o controle destas sobre a rede de drenagem. O metamorfismo regional principal dínamo-termal progressivo pós-Minas (paleoproterozóico superior) varia na área, em geral de W para E, da fácies anfibolito inferior à média, i.e., da zona da estaurolita à zona da 1ª isógrada da sillimanita, e teve pico termal pós-cinemático. A reabsorção da granada em coronas de descompressão de plagioclásio e quartzo, em anfibolitos da parte NE da área, indica ainda taxa de exumação elevada, com despressurização isotérmica no caminho retrógrado deste metamorfismo. Seguiu-se a ele ainda retrometamorfismo em fácies xisto-verde. Em estudos geotermobarométricos do metamorfismo principal, foram identificadas temperaturas médias de 585-628 °C para pares de Gr-Bt de localidades centrais da área. No entanto, a progressão metamórfica,também indicada pelo zoneamento de granadas, não foi homogênea e regular por toda a área encontrando-se, em rochas da região NE, temperaturas Gr-Bt relativamente mais baixas, ainda que de fácies anfibolito. As pressões (geobarômetros GASP) apresentam-se de 3,2 a 4,7 kbar, com valores mais elevados, de 5,2 a 6,1 kbar, na região da usina hidrelétrica Guilman Amorin, possivelmente por efeitos de retrocavalgamentos. Estudos litogeoquímicos do GnM mostraram, para as rochas metaultramáficas, composições de komatitos e, para os anfibolitos, derivação de magmas toleiíticos variando de alto-Mg a alto-Fe. Anfibolitos das porções superiores do GnM apresentaram-se ainda enriquecidos em elementos incompatíveis quando comparados com anfibolitos das partes intermediárias e basais. Como ambientes generativos, os anfibolitos do GnM indicam dorsais oceânicas (MORB-N e E) até, eventualmente, arcos de ilhas, coerentes com a evolução geotectônica de seqüências vulcano-sedimentares arqueanas de tipo greenstone belt, como admitida para os protolitos do Gnaisse Monlevade. Os TTG apresentam padrões geoquímicos distintos dos demais metagranitóides estudados (GB, MGF, MGP, GnH e gnaisses félsicos do GnM) que, entre si, mostram-se bastante similares. As similaridades muito expressivas dos GB e MGF sustentam relações de protolitos GB transformados em MGF por metamorfismo essencialmente isoquímico. Já as similaridades de gnaisses félsicos do GnM e dos GnH comos GB/MGF devem ter sido causadas por processos metamórfico-metassomáticos aloquímicos, como também indicam os enriquecimentos dos ETRL La, Ce, Nd. A evolução crustal precambriana da região de Nova Era iniciou-se com a constituição de terrenos TTG e granito-greenstone belt no Arqueano, representados pelos TTG, GnM e GB. No Paleoproterozóico seguiu-se a deposição de tipo margem passiva dos sedimentos do Supergrupo Minas sobre o embasamento siálico arqueano e a inversão para margem ativa, numa orogênese colisional ensiálica, incluindo obducção e espessamento crustal por cavalgamentos e embricamentos frontais e retrocavalgamentos, assim como o principal metamorfismo regional progressivo. No Meso a Neoproterozóico ocorreram tectônica rúptil de soerguimento e exumação do orógeno Minas paleoproterozóico, magmatismo basáltico e, por fim, o evento tectono-termal Brasiliano; no Fanerozóico, por recorrências tectônica e magmática, reativação das estruturas rúpteis e mais um período de magmatismo basáltico. / A região de Nova Era, de ~800 km2, a NE do Quadrilátero Ferrífero, MG, na zona de transição do Cráton do São Francisco para o Cinturão Móvel Atlântico, foi mapeada em escala 1:50.000 como fundamento para estudos litoestratigráfico-estruturais, petrográficos, metamórfico-geotermobarométricos, geoquímicos e de evolução crustal precambriana. Gnaisses, migmatitos e metagranitóides TTG retrabalhados (TTG) são as rochas arqueanas mais antigas da região, de maior expressão no domínio SW. O Gnaisse Monlevade (GnM), um conjunto de gnaisses bandados e xistos vulcano-sedimentares, foi dividido em três unidades litoestratigráficas, do topo para a base, de gnaisses félsicos, metapelíticos e anfibolíticos máfico-ultramáficos predominantes, e duas litológicas, de formações ferríferas bandadas (BIF) e rochas metaultramáficas. O GnM é contínuo e correlacionado aos grupos Nova Lima e Quebra Osso do greenstone belt arqueano Rio das Velhas. Metagranitóides Borrachudos (GB) tardi-arqueanos transicionam em corpos contíguos para Metagranitóides Foliados com Fluorita (MGF) pelo principal metamorfismo regional progressivo paleoproterozóico. Têm composições de álcali feldspato granitos com fluorita hololeucocráticos e contatos gradacionais tectono-metamórficos e metassomáticos de feldspatização potássica com os TTG e gnaisses félsicos do GnM. O Gnaisse bandado heterogêneo (GnH), um biotita gnaisse atípico, ocorre nos contatos do GnM com GB/MGF. Metassedimentos do Supergrupo Minas (Smi) paleoproterozóico, quartzito-itabiríticos com hematita, metapelíticos e calciossilicáticos das formações Moeda, Cauê, Gandarela e Cercadinho encontram-se nos domínios NW e SW da região. Metagranitóides porfiríticos hololeucocráticos (MGP) com feldspato alcalino róseo facoidal grosso, encontrados num único corpo, são rochas intrusivas sinorogênicas paleoproterozóicas. Por fim, metadiabásios neoproterozóicos e diabásios mesozóicos não-deformados intrudiram, em soleiras e diques, todos os demais litotipos precambrianos. A foliação metamórfica regional principal (Sn), gerada pelo evento tectono-metamórfico principal (Dn) durante a orogênese paleoproterozóica superior pós-Minas, compressiva de E-SE para W-NW, apresenta-se, sempre, de baixos ângulos até subhorizontal, sendo mais regular nos domínios NW e SW com mergulhos, respectivamente, para W-NW e E-SE. No domínio SE, predominam caimentos para W com máximos a SW, W e NW, mas ocorrem também, com freqüência, caimentos bem definidos para NE e SE. No GnM observaram-se, também com maior freqüência no domínio SE, padrões de interferência das dobras Dn com dobras pretéritas (Dn-1) de eixos E-W até SE, vergentes para S-SW, caracterizando a deformação Dn-1 como compressiva N-S. À Sn associam-se ainda falhas inversas pseudoconcordantes como contatos entre os principais conjuntos litológicos. Assim, estas falhas de empurrão, quando vergentes para E (com caimentos W-NW), caracterizam zonas de retrocavalgamentos (falhas antitéticas) e, quando vergentes para W-NW (com caimentos E-SE), zonas de cavalgamentos frontais, do mesmo sistema colisional principal, compressivo de E-SE para W-NW, formado pela orogênese paleoproterozóica superior pós-Minas, nessa parte da borda E-SE do Cráton do São Francisco. Deformações posteriores incluíram falhas e fraturas verticais e de alto ângulo normais e inversas N-S, NW-SE e E-W, de atividade tectônica e magmática recorrente, precambriana e fanerozóica/subrecente, como mostram metadiabásios neoproterozóicos e diabásios mesozóicos associados às mesmas estruturas, e o controle destas sobre a rede de drenagem. O metamorfismo regional principal dínamo-termal progressivo pós-Minas (paleoproterozóico superior) varia na área, em geral de W para E, da fácies anfibolito inferior à média, i.e., da zona da estaurolita à zona da 1ª isógrada da sillimanita, e teve pico termal pós-cinemático. A reabsorção da granada em coronas de descompressão de plagioclásio e quartzo, em anfibolitos da parte NE da área, indica ainda taxa de exumação elevada, com despressurização isotérmica no caminho retrógrado deste metamorfismo. Seguiu-se a ele ainda retrometamorfismo em fácies xisto-verde. Em estudos geotermobarométricos do metamorfismo principal, foram identificadas temperaturas médias de 585-628 °C para pares de Gr-Bt de localidades centrais da área. No entanto, a progressão metamórfica,também indicada pelo zoneamento de granadas, não foi homogênea e regular por toda a área encontrando-se, em rochas da região NE, temperaturas Gr-Bt relativamente mais baixas, ainda que de fácies anfibolito. As pressões (geobarômetros GASP) apresentam-se de 3,2 a 4,7 kbar, com valores mais elevados, de 5,2 a 6,1 kbar, na região da usina hidrelétrica Guilman Amorin, possivelmente por efeitos de retrocavalgamentos. Estudos litogeoquímicos do GnM mostraram, para as rochas metaultramáficas, composições de komatitos e, para os anfibolitos, derivação de magmas toleiíticos variando de alto-Mg a alto-Fe. Anfibolitos das porções superiores do GnM apresentaram-se ainda enriquecidos em elementos incompatíveis quando comparados com anfibolitos das partes intermediárias e basais. Como ambientes generativos, os anfibolitos do GnM indicam dorsais oceânicas (MORB-N e E) até, eventualmente, arcos de ilhas, coerentes com a evolução geotectônica de seqüências vulcano-sedimentares arqueanas de tipo greenstone belt, como admitida para os protolitos do Gnaisse Monlevade. Os TTG apresentam padrões geoquímicos distintos dos demais metagranitóides estudados (GB, MGF, MGP, GnH e gnaisses félsicos do GnM) que, entre si, mostram-se bastante similares. As similaridades muito expressivas dos GB e MGF sustentam relações de protolitos GB transformados em MGF por metamorfismo essencialmente isoquímico. Já as similaridades de gnaisses félsicos do GnM e dos GnH comos GB/MGF devem ter sido causadas por processos metamórfico-metassomáticos aloquímicos, como também indicam os enriquecimentos dos ETRL La, Ce, Nd. A evolução crustal precambriana da região de Nova Era iniciou-se com a constituição de terrenos TTG e granito-greenstone belt no Arqueano, representados pelos TTG, GnM e GB. No Paleoproterozóico seguiu-se a deposição de tipo margem passiva dos sedimentos do Supergrupo Minas sobre o embasamento siálico arqueano e a inversão para margem ativa, numa orogênese colisional ensiálica, incluindo obducção e espessamento crustal por cavalgamentos e embricamentos frontais e retrocavalgamentos, assim como o principal metamorfismo regional progressivo. No Meso a Neoproterozóico ocorreram tectônica rúptil de soerguimento e exumação do orógeno Minas paleoproterozóico, magmatismo basáltico e, por fim, o evento tectono-termal Brasiliano; no Fanerozóico, por recorrências tectônica e magmática, reativação das estruturas rúpteis e mais um período de magmatismo basáltico.
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Geologia precambriana da região de Nova Era, extremo NE do Quadrilátero Ferrífero - MG / Not available.

Lucia Baroni Guarnieri 10 September 2003 (has links)
A região de Nova Era, de ~800 km2, a NE do Quadrilátero Ferrífero, MG, na zona de transição do Cráton do São Francisco para o Cinturão Móvel Atlântico, foi mapeada em escala 1:50.000 como fundamento para estudos litoestratigráfico-estruturais, petrográficos, metamórfico-geotermobarométricos, geoquímicos e de evolução crustal precambriana. Gnaisses, migmatitos e metagranitóides TTG retrabalhados (TTG) são as rochas arqueanas mais antigas da região, de maior expressão no domínio SW. O Gnaisse Monlevade (GnM), um conjunto de gnaisses bandados e xistos vulcano-sedimentares, foi dividido em três unidades litoestratigráficas, do topo para a base, de gnaisses félsicos, metapelíticos e anfibolíticos máfico-ultramáficos predominantes, e duas litológicas, de formações ferríferas bandadas (BIF) e rochas metaultramáficas. O GnM é contínuo e correlacionado aos grupos Nova Lima e Quebra Osso do greenstone belt arqueano Rio das Velhas. Metagranitóides Borrachudos (GB) tardi-arqueanos transicionam em corpos contíguos para Metagranitóides Foliados com Fluorita (MGF) pelo principal metamorfismo regional progressivo paleoproterozóico. Têm composições de álcali feldspato granitos com fluorita hololeucocráticos e contatos gradacionais tectono-metamórficos e metassomáticos de feldspatização potássica com os TTG e gnaisses félsicos do GnM. O Gnaisse bandado heterogêneo (GnH), um biotita gnaisse atípico, ocorre nos contatos do GnM com GB/MGF. Metassedimentos do Supergrupo Minas (Smi) paleoproterozóico, quartzito-itabiríticos com hematita, metapelíticos e calciossilicáticos das formações Moeda, Cauê, Gandarela e Cercadinho encontram-se nos domínios NW e SW da região. Metagranitóides porfiríticos hololeucocráticos (MGP) com feldspato alcalino róseo facoidal grosso, encontrados num único corpo, são rochas intrusivas sinorogênicas paleoproterozóicas. Por fim, metadiabásios neoproterozóicos e diabásios mesozóicos não-deformados intrudiram, em soleiras e diques, todos os demais litotipos precambrianos. A foliação metamórfica regional principal (Sn), gerada pelo evento tectono-metamórfico principal (Dn) durante a orogênese paleoproterozóica superior pós-Minas, compressiva de E-SE para W-NW, apresenta-se, sempre, de baixos ângulos até subhorizontal, sendo mais regular nos domínios NW e SW com mergulhos, respectivamente, para W-NW e E-SE. No domínio SE, predominam caimentos para W com máximos a SW, W e NW, mas ocorrem também, com freqüência, caimentos bem definidos para NE e SE. No GnM observaram-se, também com maior freqüência no domínio SE, padrões de interferência das dobras Dn com dobras pretéritas (Dn-1) de eixos E-W até SE, vergentes para S-SW, caracterizando a deformação Dn-1 como compressiva N-S. À Sn associam-se ainda falhas inversas pseudoconcordantes como contatos entre os principais conjuntos litológicos. Assim, estas falhas de empurrão, quando vergentes para E (com caimentos W-NW), caracterizam zonas de retrocavalgamentos (falhas antitéticas) e, quando vergentes para W-NW (com caimentos E-SE), zonas de cavalgamentos frontais, do mesmo sistema colisional principal, compressivo de E-SE para W-NW, formado pela orogênese paleoproterozóica superior pós-Minas, nessa parte da borda E-SE do Cráton do São Francisco. Deformações posteriores incluíram falhas e fraturas verticais e de alto ângulo normais e inversas N-S, NW-SE e E-W, de atividade tectônica e magmática recorrente, precambriana e fanerozóica/subrecente, como mostram metadiabásios neoproterozóicos e diabásios mesozóicos associados às mesmas estruturas, e o controle destas sobre a rede de drenagem. O metamorfismo regional principal dínamo-termal progressivo pós-Minas (paleoproterozóico superior) varia na área, em geral de W para E, da fácies anfibolito inferior à média, i.e., da zona da estaurolita à zona da 1ª isógrada da sillimanita, e teve pico termal pós-cinemático. A reabsorção da granada em coronas de descompressão de plagioclásio e quartzo, em anfibolitos da parte NE da área, indica ainda taxa de exumação elevada, com despressurização isotérmica no caminho retrógrado deste metamorfismo. Seguiu-se a ele ainda retrometamorfismo em fácies xisto-verde. Em estudos geotermobarométricos do metamorfismo principal, foram identificadas temperaturas médias de 585-628 °C para pares de Gr-Bt de localidades centrais da área. No entanto, a progressão metamórfica,também indicada pelo zoneamento de granadas, não foi homogênea e regular por toda a área encontrando-se, em rochas da região NE, temperaturas Gr-Bt relativamente mais baixas, ainda que de fácies anfibolito. As pressões (geobarômetros GASP) apresentam-se de 3,2 a 4,7 kbar, com valores mais elevados, de 5,2 a 6,1 kbar, na região da usina hidrelétrica Guilman Amorin, possivelmente por efeitos de retrocavalgamentos. Estudos litogeoquímicos do GnM mostraram, para as rochas metaultramáficas, composições de komatitos e, para os anfibolitos, derivação de magmas toleiíticos variando de alto-Mg a alto-Fe. Anfibolitos das porções superiores do GnM apresentaram-se ainda enriquecidos em elementos incompatíveis quando comparados com anfibolitos das partes intermediárias e basais. Como ambientes generativos, os anfibolitos do GnM indicam dorsais oceânicas (MORB-N e E) até, eventualmente, arcos de ilhas, coerentes com a evolução geotectônica de seqüências vulcano-sedimentares arqueanas de tipo greenstone belt, como admitida para os protolitos do Gnaisse Monlevade. Os TTG apresentam padrões geoquímicos distintos dos demais metagranitóides estudados (GB, MGF, MGP, GnH e gnaisses félsicos do GnM) que, entre si, mostram-se bastante similares. As similaridades muito expressivas dos GB e MGF sustentam relações de protolitos GB transformados em MGF por metamorfismo essencialmente isoquímico. Já as similaridades de gnaisses félsicos do GnM e dos GnH comos GB/MGF devem ter sido causadas por processos metamórfico-metassomáticos aloquímicos, como também indicam os enriquecimentos dos ETRL La, Ce, Nd. A evolução crustal precambriana da região de Nova Era iniciou-se com a constituição de terrenos TTG e granito-greenstone belt no Arqueano, representados pelos TTG, GnM e GB. No Paleoproterozóico seguiu-se a deposição de tipo margem passiva dos sedimentos do Supergrupo Minas sobre o embasamento siálico arqueano e a inversão para margem ativa, numa orogênese colisional ensiálica, incluindo obducção e espessamento crustal por cavalgamentos e embricamentos frontais e retrocavalgamentos, assim como o principal metamorfismo regional progressivo. No Meso a Neoproterozóico ocorreram tectônica rúptil de soerguimento e exumação do orógeno Minas paleoproterozóico, magmatismo basáltico e, por fim, o evento tectono-termal Brasiliano; no Fanerozóico, por recorrências tectônica e magmática, reativação das estruturas rúpteis e mais um período de magmatismo basáltico. / A região de Nova Era, de ~800 km2, a NE do Quadrilátero Ferrífero, MG, na zona de transição do Cráton do São Francisco para o Cinturão Móvel Atlântico, foi mapeada em escala 1:50.000 como fundamento para estudos litoestratigráfico-estruturais, petrográficos, metamórfico-geotermobarométricos, geoquímicos e de evolução crustal precambriana. Gnaisses, migmatitos e metagranitóides TTG retrabalhados (TTG) são as rochas arqueanas mais antigas da região, de maior expressão no domínio SW. O Gnaisse Monlevade (GnM), um conjunto de gnaisses bandados e xistos vulcano-sedimentares, foi dividido em três unidades litoestratigráficas, do topo para a base, de gnaisses félsicos, metapelíticos e anfibolíticos máfico-ultramáficos predominantes, e duas litológicas, de formações ferríferas bandadas (BIF) e rochas metaultramáficas. O GnM é contínuo e correlacionado aos grupos Nova Lima e Quebra Osso do greenstone belt arqueano Rio das Velhas. Metagranitóides Borrachudos (GB) tardi-arqueanos transicionam em corpos contíguos para Metagranitóides Foliados com Fluorita (MGF) pelo principal metamorfismo regional progressivo paleoproterozóico. Têm composições de álcali feldspato granitos com fluorita hololeucocráticos e contatos gradacionais tectono-metamórficos e metassomáticos de feldspatização potássica com os TTG e gnaisses félsicos do GnM. O Gnaisse bandado heterogêneo (GnH), um biotita gnaisse atípico, ocorre nos contatos do GnM com GB/MGF. Metassedimentos do Supergrupo Minas (Smi) paleoproterozóico, quartzito-itabiríticos com hematita, metapelíticos e calciossilicáticos das formações Moeda, Cauê, Gandarela e Cercadinho encontram-se nos domínios NW e SW da região. Metagranitóides porfiríticos hololeucocráticos (MGP) com feldspato alcalino róseo facoidal grosso, encontrados num único corpo, são rochas intrusivas sinorogênicas paleoproterozóicas. Por fim, metadiabásios neoproterozóicos e diabásios mesozóicos não-deformados intrudiram, em soleiras e diques, todos os demais litotipos precambrianos. A foliação metamórfica regional principal (Sn), gerada pelo evento tectono-metamórfico principal (Dn) durante a orogênese paleoproterozóica superior pós-Minas, compressiva de E-SE para W-NW, apresenta-se, sempre, de baixos ângulos até subhorizontal, sendo mais regular nos domínios NW e SW com mergulhos, respectivamente, para W-NW e E-SE. No domínio SE, predominam caimentos para W com máximos a SW, W e NW, mas ocorrem também, com freqüência, caimentos bem definidos para NE e SE. No GnM observaram-se, também com maior freqüência no domínio SE, padrões de interferência das dobras Dn com dobras pretéritas (Dn-1) de eixos E-W até SE, vergentes para S-SW, caracterizando a deformação Dn-1 como compressiva N-S. À Sn associam-se ainda falhas inversas pseudoconcordantes como contatos entre os principais conjuntos litológicos. Assim, estas falhas de empurrão, quando vergentes para E (com caimentos W-NW), caracterizam zonas de retrocavalgamentos (falhas antitéticas) e, quando vergentes para W-NW (com caimentos E-SE), zonas de cavalgamentos frontais, do mesmo sistema colisional principal, compressivo de E-SE para W-NW, formado pela orogênese paleoproterozóica superior pós-Minas, nessa parte da borda E-SE do Cráton do São Francisco. Deformações posteriores incluíram falhas e fraturas verticais e de alto ângulo normais e inversas N-S, NW-SE e E-W, de atividade tectônica e magmática recorrente, precambriana e fanerozóica/subrecente, como mostram metadiabásios neoproterozóicos e diabásios mesozóicos associados às mesmas estruturas, e o controle destas sobre a rede de drenagem. O metamorfismo regional principal dínamo-termal progressivo pós-Minas (paleoproterozóico superior) varia na área, em geral de W para E, da fácies anfibolito inferior à média, i.e., da zona da estaurolita à zona da 1ª isógrada da sillimanita, e teve pico termal pós-cinemático. A reabsorção da granada em coronas de descompressão de plagioclásio e quartzo, em anfibolitos da parte NE da área, indica ainda taxa de exumação elevada, com despressurização isotérmica no caminho retrógrado deste metamorfismo. Seguiu-se a ele ainda retrometamorfismo em fácies xisto-verde. Em estudos geotermobarométricos do metamorfismo principal, foram identificadas temperaturas médias de 585-628 °C para pares de Gr-Bt de localidades centrais da área. No entanto, a progressão metamórfica,também indicada pelo zoneamento de granadas, não foi homogênea e regular por toda a área encontrando-se, em rochas da região NE, temperaturas Gr-Bt relativamente mais baixas, ainda que de fácies anfibolito. As pressões (geobarômetros GASP) apresentam-se de 3,2 a 4,7 kbar, com valores mais elevados, de 5,2 a 6,1 kbar, na região da usina hidrelétrica Guilman Amorin, possivelmente por efeitos de retrocavalgamentos. Estudos litogeoquímicos do GnM mostraram, para as rochas metaultramáficas, composições de komatitos e, para os anfibolitos, derivação de magmas toleiíticos variando de alto-Mg a alto-Fe. Anfibolitos das porções superiores do GnM apresentaram-se ainda enriquecidos em elementos incompatíveis quando comparados com anfibolitos das partes intermediárias e basais. Como ambientes generativos, os anfibolitos do GnM indicam dorsais oceânicas (MORB-N e E) até, eventualmente, arcos de ilhas, coerentes com a evolução geotectônica de seqüências vulcano-sedimentares arqueanas de tipo greenstone belt, como admitida para os protolitos do Gnaisse Monlevade. Os TTG apresentam padrões geoquímicos distintos dos demais metagranitóides estudados (GB, MGF, MGP, GnH e gnaisses félsicos do GnM) que, entre si, mostram-se bastante similares. As similaridades muito expressivas dos GB e MGF sustentam relações de protolitos GB transformados em MGF por metamorfismo essencialmente isoquímico. Já as similaridades de gnaisses félsicos do GnM e dos GnH comos GB/MGF devem ter sido causadas por processos metamórfico-metassomáticos aloquímicos, como também indicam os enriquecimentos dos ETRL La, Ce, Nd. A evolução crustal precambriana da região de Nova Era iniciou-se com a constituição de terrenos TTG e granito-greenstone belt no Arqueano, representados pelos TTG, GnM e GB. No Paleoproterozóico seguiu-se a deposição de tipo margem passiva dos sedimentos do Supergrupo Minas sobre o embasamento siálico arqueano e a inversão para margem ativa, numa orogênese colisional ensiálica, incluindo obducção e espessamento crustal por cavalgamentos e embricamentos frontais e retrocavalgamentos, assim como o principal metamorfismo regional progressivo. No Meso a Neoproterozóico ocorreram tectônica rúptil de soerguimento e exumação do orógeno Minas paleoproterozóico, magmatismo basáltico e, por fim, o evento tectono-termal Brasiliano; no Fanerozóico, por recorrências tectônica e magmática, reativação das estruturas rúpteis e mais um período de magmatismo basáltico.
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Espiritualidade e natureza em alto paraíso de goiás: relações, valores e mudanças por uma sobrevivência sustentável

FONSECA, Shiguemi Mastsumiya De Belmont January 2005 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T15:06:13Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo4467_1.pdf: 3066603 bytes, checksum: a1685ecd7f9a19a961b0a3a072d851a0 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2005 / As sociedades ocidentais contemporâneas têm desenvolvido um movimento conhecido como Nova Era, onde ressurgem valores e práticas religiosas antigas e/ou de origem oriental, aliadas a uma crescente valorização da natureza enquanto espaço sagrado. O desafio de alcançar a sustentabilidade ambiental e a busca por uma vida mais próxima da dimensão espiritual se confundem e provocam deslocamentos humanos em muitas partes do mundo, então considerados centros importantes do planeta por muitos dos adeptos deste movimento, também chamado esotérico. Este trabalho foi realizado sob esta perspectiva, tendo a cidade de Alto Paraíso de Goiás como um dos cenários para a análise de uma situação onde a preservação ambiental é fundamentada na prática espiritual religiosa e na percepção do ambiente como meio de relações entre o homem e o sagrado. Suas características geográficas, assim como os fluxos migratórios e de turistas que a cidade recebeu nas últimas décadas, nortearam a formação de suas múltiplas identidades, resultando num espaço onde os símbolos que a natureza oferece são percebidos por seus habitantes tanto como oportunidades de desenvolvimento econômico, como limites para a atuação humana sobre seu meio
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A reinvenção do uso da ayahuasca nos centros urbanos

Labate, Beatriz Caiuby 27 April 2000 (has links)
Orientador: Mauro William Barbosa de Almeida / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-07-26T13:17:45Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Labate_BeatrizCaiuby_M.pdf: 34640579 bytes, checksum: 78d93619717cea7d91199a43e1283588 (MD5) Previous issue date: 2000 / Resumo: As religiões ayahuasqueirasbrasileiras, sobretudo a União do Vegetal (UDV) e o Santo Daime, vêm se espalhando pelos grandes centros urbanos brasileiros a partir das décadas de 70 e 80, respectivamente, e por outros países, sobretudo desde o final da década 80. Um desdobramento deste processo é o surgimento de novas modalidadesurbanas de consumo da ayahuasca: pequenos grupos experimentais que utilizam a bebida em atendimento psicoterapêutico em vivências no universo neuJage, em contextos relacionado às artes, como no teatro e na música, ou mesmo atividades com os moradores de rua da cidade de São Paulo (SP). Estes pequenos grupos em formação foram denominados neo-ayahuasqueiros. Tais sujeitos vivem uma tensão entre, por um lado, rejeitar os modelos religiosos tradicionais das matrizes ayahuasqueiras disponíveis e, por outro, não cair no uso representado como profano de drogas. São então fabricados novos tipos de rituais e elaborados discursiva e simbolicamente referenciais filosóficos, existenciais, terapêuticos e mesmo religiosos, que introduzem rupturas significativas no universo de consumo da ayahuasca no Brasil. Neo-ayahuasqueiros estão inseridos numa rede urbana de consumo da ayahuasca, onde há uma circulação constante de informações, conhecimentos, pessoas, substâncias e capital. Esta rede faz parte do campo ayahuasqueiro brasileiro que interliga os diversos grupos tidos como tradicionais (Alto Santo, CEFLURIS, Barquinha e UDV) e atravessa em alguns casos nossas fronteiras, atingindo curandeiros peruanos ou mesmo modernos curandeiros oriundos de países do primeiro mundo. Estas novas modalidades urbanas de consumo da bebida de origem amazônica estão ligadas a processos mais amplos que vêm ocorrendo na modernidade. A dissertação é principalmente um estudo de caso de um neo-ayahuasqueiro, o terapeuta holístico Janderson, coordenador de um centro erapêutico na cidade de São Paulo e líder de um grupo chamado de Caminho do Coração. Completamos essa etnografia com um panorama de outras tendências ayahuasqueiras urbanas, visando fornecer uma contribuição para a compreensão do campo ayahausqueiro brasileiro em suas contínuas reinvenções, assim como a respeito da natureza e dinâmica das novas religiosidades urbanas / Abstract: Brazilian ayahuascan religions, especially the União do Vegetal (UDV) and the Santo Daime, have been increasingly practiced in the large Brazilian cities since the 1970 and 1980s, respectively, and in other countries as well, mainly since the late 1980s. One outcome of this process is the appearance of new urban types of ayahuasca consumption. Many small experimental groups use the beverage as part of psychotherapeutic treatment in experiences within the new-age context, or in social groups related to the arts, the theater, and music, or even in activities carried out with street dwellers in the city of São Paulo. These small groups in formation have been called neo-ayahuascan. The subjects developing these new forms express a certain tension between a tendency to reject traditional religious models of the ayahuascan matrixes already in existence, and the avoidance of falling into uses seen simply as profane drug consumption. As a result, new kinds of rituals, as well as philosophical, existential, therapeutic, and even religious frames of reference are built up discursivelyand symbolically, thus introducing significant ruptures in ayahuasca consumption patterns in Brazil. Neo-ayahuascans belong to an urban network of participants which provides constant interchange of information, knowledge, persons, substances, and funds. This network is part of the Brazilian ayahuascan field, which interconnects the various groups considered traditional (Alto Santo, CEFLURIS, Barquinha, and UDV). It has also crossed the Brazilian borders to reach Peruvian witch doctors and even modem psychic healers in developed countries. These new urban modalities of consumption of this beverage of Amazon origin are related to broader processes which have been taking place in times of modernity. The present dissertation is basically a case study of a neo-ayahuascan, the holistic therapist Janderson, who is the coordinator of a therapeutic center in the city of São Paulo and the leader of a group called Path of the Heart (Caminho do Coração). We have completed this ethnography with a panorama of other urban ayahuascan trends, intended not only as a contribution to understanding the Brazilian ayahuascan field in its continuous re-inventions, but also as an investigation into the nature and dynamics of new urban religiosities / Mestrado / Mestre em Antropologia Social
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Entre caboclos, preto-velhos e cores: a imersão dos sujeitos no universo místico-religioso do Vale do Amanhecer

Pereira de Oliveira, Amurabi 31 January 2011 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T23:15:31Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo9053_1.pdf: 4591887 bytes, checksum: b05aad58f5bc75ee8ccf8e0778cd99b0 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2011 / Esta pesquisa tem como objetivo pesquisar os processos de imersão dos sujeitos, no universo místico-religioso do Vale do Amanhecer denominação fundada no final dos anos 60, em Planaltina, cidade satélite de Brasília, por Neiva Chaves Zelaya, mais conhecida como Tia Neiva em Pernambuco, tomando como campo empírico a realidade vivenciada pelos adeptos dos templos de Dois Irmãos, em Recife, e em São Lourenço da Mata. Buscase realizar uma análise bourdieusiana, através da qual são investigados os sistemas de percepção e de interpretação dos sujeitos, e de como os agentes sociais adotam práticas diferencidas, na dinâmica religiosa, a partir de suas diversas trajetórias, e da distribuição heterogênea de capital simbólico, em termos de volume e de estrutura entre os mesmos, o que se reverbera, também, em uma lógica de pertencimento que se dá a partir da própria relação com o corpo, através do qual há uma internalização dos sistemas de classificação social. Tomando a classificação existente no movimento, que diferencia os sujeitos a partir do tipo de mediunidade desenvolvida, e do sexo, investigamos como estas classificações se sobrepõem, ao mesmo tempo em que transparecem e reforçam as estruturas de dominação existentes em outros campos, apontando para a relativa autonomia dos mesmos, sendo o principal motor, em termos de práticas sociais, que permite a reprodução de tais estruturas sociais, os próprios rituais religiosos presentes no Vale
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Desencanto e reencanto do ser humano em Goiânia: O Círculo Holístico Ágape. / Disenchantmentment and reenchantment of the human being in Goiânia: the Holístic Ágape Circle.

Oliveira, Helyda Di 23 March 2003 (has links)
Made available in DSpace on 2016-07-27T13:49:04Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Helyda Di Oliveira.pdf: 531543 bytes, checksum: 905d07eb9a6271ccae96f40e070e5f35 (MD5) Previous issue date: 2003-03-23 / The context of the modern society is based on disenchantment and reenchantment. Disenchantment, caused by the extreme rationality, promoter of the secularization that controls the human being by the super valorization of the reason of the science, hindering him of the transcendent and of the mystery that exists in his life, favoring the disenchantment. Reenchantment emerged by the necessity of remeaning the life, through the rethinking of the values related to the sacred, propitiating a new meeting with the magic and the transcendent, promoter factors of reenchantment. In the antecedent period to the secularization, the sacred was searched and lived in religious rituals; nowadays, in the modern times, it is lsearched in a diffuse way and not necessarily institutional. In the context of modernity, the sacred is presented in the New Age Moviment that is characterized as a phenomenon that corresponds the post-traditional religiosity with the notion of a phenomenon that matches a new religious perception . The field of observation and search occurred in Holistic AgapeCircle, in Goiânia. The purpose of this work is to outline the both sides of a process that arises in modern life. If there is disenchantment, is because, in some point inthe past, there was the enchantment. / O contexto da sociedade moderna é de desencanto e reencanto. Desencanto, causado pela extrema racionalidade, promotora da secularização que domina o ser humano através da super valorização da razão e da ciência, tolhendo-o do transcendente e do mistério que há em sua vida, favorecendo o desencantamento. Reencanto aflorado pela necessidade de ressignificar a vida, através do repensar de valores relacionados ao sagrado, propiciando um reencontro com a magia e com o transcendente, fatores promotores de reencanto. No período antecedente à secularização, o sagrado era buscado e vivenciado em rituais religioso; agora, na modernidade, ele é buscado de maneira difusa e não necessariamente institucional. Na modernidade, o sagrado se apresenta no Movimento Nova Era caracterizado como religiosidade pós-tradicional com a noção de um fenômeno que corresponde a uma nova consciência religiosa . O campo de observação e pesquisa ocorreu no Círculo Holístico Ágape, em Goiânia. O objetivo deste trabalho é esboçar os dois lados de um processo que eclode na vida moderna. Se há desencanto, é porque algum dia já houve o encanto.
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A deusa não conhece fronteiras e fala todas as línguas: um estudo sobre a religião Wicca nos estados unidos e no Brasil

Terzetti Filho, Celso Luiz 15 September 2016 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2016-11-01T11:27:48Z No. of bitstreams: 1 Celso Luiz Terzetti Filho.pdf: 1806807 bytes, checksum: 187cff518ca2190267819f5e227c3b4f (MD5) / Made available in DSpace on 2016-11-01T11:27:48Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Celso Luiz Terzetti Filho.pdf: 1806807 bytes, checksum: 187cff518ca2190267819f5e227c3b4f (MD5) Previous issue date: 2016-09-19 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Created in England at the end of the first half of the twentieth century Wicca was widespread in the United States from the 60's, and in Brazil from the end of the 90s. Based on the works of the founder, Gerald B. Gardner, productions of American and Brazilian groups as well as field observations in Brazil and the United States, this study sought to identify the elements and ideas that contributed to the deterritorialization of religion and its reception in different contexts. Our thesis is that through the combination of two project identities Wicca previously restricted to a nationalist interpretation has been reoriented to a global context / Surgida na Inglaterra no final da primeira metade do século XX a Wicca foi amplamente difundida nos Estados Unidos a partir da década de 60, e no Brasil a partir do final da década de 90. Partindo da análise das obras do fundador, Gerald B. Gardner, das produções de grupos estadunidenses e brasileiros, bem como observações de campo no Brasil e nos Estados Unidos, esta pesquisa buscou identificar os elementos e ideias que contribuíram para a desterritorialização da religião e sua recepção em diferentes contextos. Nossa tese é a de que através da articulação de duas identidades de projeto a Wicca antes restrita a uma interpretação nacionalista foi reorientada para um contexto global
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Wicca e corporeidade: "a bruxaria moderna e o imaginário do corpo" / Wicca and corporeality: modern witchcraft and the imaginary of the body

Alves, Ana Carolina Chizzolini 23 May 2011 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-25T19:20:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Ana Carolina Chizzolini Alves.pdf: 11558279 bytes, checksum: cd623a65eec9ca5df0e2639eab694153 (MD5) Previous issue date: 2011-05-23 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The aim of the present research is to examine the relations established between corporeality and Wicca the modern witchcraft. Such relations can be explored due to a new imaginary of the body, originated from the western society history, with the advent of Modernity, and still developed nowadays. This new imaginary goes a long way toward new religious movements known as The New Age. The so-called New Age represents a sort of fertile ground upon which new religions, from a tradition-based perspective, have steadily strengthened and established in the western part of the world, combining oriental symbols, mixing beliefs freely and promoting creativity among their followers. This is the case of Wicca, which is presented as old witchcraft merging into everyday urban elements. Wicca is closely related to a religion of corporeality because, in the same way as a New Age moviment, the body is viewed as the core of practice, and a means of social transformation Wicca aims at. Ecological, psychological and corporeal transformation, making its followers´ bodies a magical extension of nature / Esta pesquisa tem como objetivo analisar as relações tecidas entre Corporeidade e Wicca a bruxaria moderna. Entendemos que tais relações são possíveis devido à construção de um novo imaginário do corpo, advindo da história da sociedade ocidental, na chegada da modernidade e desenvolvido em nossos dias. Este novo imaginário se constrói e se legitima no espaço dos Novos Movimentos Religiosos que chamamos de Nova Era. Este espaço, a Nova Era, é o lugar promissor de desenvolvimento das novas religiões que, com uma roupagem antiga, se fortaleceram e se estabeleceram no Ocidente combinando símbolos orientais, mesclando crenças com muita liberdade e promovendo a criatividade de seus adeptos. Este é o caso da Wicca, que se apresenta como uma antiga arte de bruxaria e hoje é praticada adaptando-se confortavelmente aos elementos urbanos do cotidiano. Falar de Wicca é falar de uma religião de corporeidade porque, assim como uma religião de Nova Era, o corpo está no centro das práticas e é instrumento para a realização da transformação social que a Wicca pretende alcançar. Transformação ecológica, psicológica e corporal, fazendo do corpo de seus adeptos e adeptas uma extensão mágica da natureza
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Bruxaria e identidade de projeto: motivações para a adesão ao neopaganismo no Rio de Janeiro / Witchcraft and identity project: motivations for joining the neopaganism in Rio de Janeiro

Welington Pinheiro da Silva 03 June 2014 (has links)
O presente trabalho investiga as motivações para a escolha do neopaganismo como religião por indivíduos de contextos diferenciados na cidade do Rio de Janeiro e adjacências. Foram etnografados rituais e eventos públicos neopagãos na cidade durante o período de 2012 a 2014. Também foram realizadas entrevistas com neopagãos e analisada sua literatura religiosa. A pesquisa concentrou-se, sobretudo, nas atividades e vivências do coven Chuva Vernal, de Wicca Xamânica. Como conclusão sugerem-se duas hipóteses principais sobre quais elementos explicariam a motivação para aderir e permanecer nessa religião: a lógica da distinção, discutida por Simmel, e o conceito, usado por Manuel Castells, de identidade de projeto. / This study investigates the motivations for the choice of neo-paganism as a religion by individuals of different contexts in the city of Rio de Janeiro and surrounding areas. Neopagan rituals and public events in the city were ethnographed during the period 2012-2014. Interviews were conducted and analyzed their religious literature. The research focused mainly on the activities and experiences of the Chuva Vernal Coven, a group of Shamanic Wicca. As a conclusion we suggest two main hypotheses about which factors explain the motivation to join and stay in this religion: the logic of distinction, discussed by Simmel, and the concept of project identity, used by Manuel Castells.

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