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A transferência e a contratransferência na clínica dos estados-limite : o afeto como um recurso de elaboração do traumaSantos, Paula França dos 29 August 2016 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Clínica, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2016. / Submitted by Marianna Gomes (mariannasouza@bce.unb.br) on 2016-12-16T12:45:33Z
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2016_PaulaFrançadosSantos.pdf: 719838 bytes, checksum: d9da11a26803730dc4dee3bf6be10a78 (MD5) / Desde sua criação, a psicanálise é marcada pelas constantes discussões, construções e reelaborações de seu saber. Após a morte de Freud, a psicanálise se encontrou diante da necessidade de manter a essência da teoria freudiana e também avançá-la para os demais contextos pouco ou não abordados por Freud. É nesse contexto que surge o interesse, dentro da literatura psicanalítica, pelos denominados pacientes limítrofes, pacientes borderlines, ou estados-limite. Segundo a literatura pós-freudiana, esses pacientes são sujeitos que apresentam uma dificuldade significativa em se adaptar às regras clássicas da clínica psicanalítica, convidando seus analistas a se reinventarem diante de suas demandas. O presente trabalho elegeu esses sujeitos como objeto de estudo, retornando à busca das contribuições da teoria freudiana, em diálogo com os autores contemporâneos. Aproximamos o paciente limítrofe da teoria do trauma, tanto do trabalho de Freud, quanto do trabalho de Ferenczi, seu discípulo direto, partindo do princípio que o elemento traumático é fundamental para a compreensão dos conflitos internos de tais sujeitos. Discutimos as manifestações inconscientes de tais sujeitos, que aparecem também na clínica. Assim chegamos ao fenômeno da transferência e como ela se manifesta na lógica dos estados-limite. Partindo da manifestação transferencial em geral, discutimos a manifestação da transferência na clínica dos pacientes limítrofes e quais são as exigências que tal contexto apresenta ao analista ali presente. Por fim, discutimos um outro fenômeno que também é manifestado e salientado pela clínica psicanalítica em geral: a contratransferência. Fizemos um retrospecto da ideia da contratransferência desde a teoria freudiana, até a teoria dos demais autores contemporâneos. Partimos da ideia inicial de Freud de que a contratransferência é algo ruim em essência e deve ser evitado a qualquer custo, passamos pelas ainda contribuições de Freud acerca do papel do inconsciente do analista na relação analista-analisando, para chegarmos na ideia de que a contratransferência, quando bem manejada, pode ser um recurso técnico importante para a clínica psicanalítica do paciente limítrofe. Os estados-limite apresentam uma falha básica na capacidade de harmonizar seus afetos com as representações coerentes, portanto suas manifestações afetivas se apresentam de forma desproporcional e deslocadas de possibilidades satisfatórias de elaboração. Essas moções intensas de afeto são dirigidas também a figura do analista, que precisa ser capaz de conter tais reações intensas e manejar seus próprios afetos. Acreditamos que o afeto do analista, manifestado pela sua contratransferência, pode conter possibilidades importantes de compreensão dos afetos sem representação de seu paciente limítrofe. Discutimos nesse trabalho se o afeto do analista pode ser um recurso técnico de leitura e interpretação dos afetos dos estados-limite. Ao final do trabalho, apresentamos o fragmento de um caso clínico para auxiliar na visualização do papel da contratransferência na clínica dos estados-limite. / Since its creation, the psychoanalysis theory is marked by constant discussions, constructions and reworkings of its knowledge. After Sigmund Freud’s death, the psychoanalysis found the necessity of keeping the essence of Freud’s theory and, at the same time, moving forward to contexts that weren’t developed before. In this paradigm, we found the interest in the study of those called by psychoanalysis as borderline patients. According to the studies after Freud’s death, borderline patients are those people who have significant difficulties in adapting themselves to the classic rules of psychoanalytic clinic, inviting their analysts to adapt to their demands. This present work has chosen those patients as study object, searching for Freud’s theory contributions and also contemporary work’s help. We approached borderline patients to trauma’s theory inside Sigmund Freud’s and Sándor Ferenczi’s work because we believe that trauma is important to understand the borderline patient and their psychic conflicts. We discussed the unconscious manifestations of borderline patients, which also appeared in clinic context. In this context, we found the transfer phenomenon and how it manifests in borderline patient. We discussed first the transfer phenomenon in general terms, then we discussed transfer manifestation in borderline patient’s clinic and finally which transfer´s needs those patients direct to their analysts. At least, we discussed another clinic phenomenon, which is also manifested and evidenced in psychoanalytic clinic in general: the counter-transfer. We made a retrospect on the idea of counter-transfer since Freud’s theory until contemporary theories. We began with Freud’s first idea that counter-transfer is something bad and it should be avoided in every case. In a second moment, we discussed Freud’s idea about the importance of analyst’s unconscious in the relationship between patient and analyst, and then we reached the idea that counter-transfer could be, when it is well worked, an important technic resource to psychoanalytic clinic and to the borderline patients. We believed that analyst’s affects, when manifested by his counter-transfer, could contain certain important possibilities of comprehension of borderline patients’ affects, which normally appeared without any representation. We discussed in this work if analyst’s affects may be a technic resource to help analyst read and interpret borderline patient’s affects. At the end of this work, we presented a fragment of a clinical case to help visualize the role of counter-transfer in borderline patient’s clinic.
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A contratransferência e o afeto do analistaZambelli, Cássio Koshevnikoff 19 August 2011 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2011. / Submitted by Albânia Cézar de Melo (albania@bce.unb.br) on 2011-12-05T13:23:23Z
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2011_CassioKoshevnikoffZambelli.pdf: 479894 bytes, checksum: 6d125e54baf8459b190ca759546a1ac9 (MD5) / Approved for entry into archive by LUCIANA SETUBAL MARQUES DA SILVA(lucianasetubal@bce.unb.br) on 2011-12-05T14:53:27Z (GMT) No. of bitstreams: 1
2011_CassioKoshevnikoffZambelli.pdf: 479894 bytes, checksum: 6d125e54baf8459b190ca759546a1ac9 (MD5) / Made available in DSpace on 2011-12-05T14:53:27Z (GMT). No. of bitstreams: 1
2011_CassioKoshevnikoffZambelli.pdf: 479894 bytes, checksum: 6d125e54baf8459b190ca759546a1ac9 (MD5) / A área de interesse desta dissertação é a psicanálise, mais especificamente o estudo
teórico sobre o conceito de contratransferência. O objetivo geral do trabalho consiste em delinear o aparecimento do termo contratransferência na psicanálise, mostrando como o conceito foi desenvolvido nos textos de Sigmund Freud, Sándor Ferenczi, Paula Heimann e ainda qual seria a relação na compreensão desse conceito entre esses autores. Nas obras de Freud, investigou-se a origem do termo e a sua concepção inicial, mostrando como esse conceito estava presente em suas obras por meio da disponibilidade do afeto e do inconsciente do analista, discutindo a ambiguidade da contratransferência presente na obra desse autor. Em seguida, refletiu-se sobre a noção de contratransferência em Ferenczi, evidenciando como suas ideias permitiram a abertura emocional do analista para que pudesse aprofundar a compreensão de seus pacientes, levando em consideração a sensibilidade, a empatia e o tato do analista. Por fim, refletiu-se a releitura que Heimann realizou do conceito de contratransferência em Freud. A partir dessa releitura verificou-se a forte ênfase no conceito de identificação projetiva e a ampliação da compreensão da contratransferência. Concluindo, elaborouse
considerações a respeito do entrelaçar da teoria da contratransferência nesses autores. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT / The area of interest of this dissertation is psychoanalysis, specifically the theoretical
study on the concept of countertransference. The overall objective of the work is outline
the emergence of the term countertransference in psychoanalysis, marking how the concept was developed in the articles of Sigmund Freud, Sándor Ferenczi and Paula Heimann. Also what would be the relationship of this concept among those authors. At the works of Freud, we investigate the origin of the term and its original development, showing how the concept was present in his works through the availability of affection and analyst's unconscious, discussing the ambiguity present in the work of countertransference this author. Then, is reflected the comprehension of countertransference in Ferenczi, marking how his ideas allowed the analyst's emotional openness that could deeper the understanding of their patients, taking into account sensitivity, empathy and tact of the analyst. Finally, is reflected the understanding on the concept of countertransference by Heimann. At her understanding is implied a strong emphasis on the concept of projective identification, making possible a expansion on the concept of countertransference. In conclusion, we prepared considerations about the theory’s intertwining on the concept of countertransference in these authors.
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Entre o amor da lingua e o desejo : a tarefa sem fim do tradutorBonatti, Nicia Adan 27 July 2018 (has links)
Orientador: Nina V. de Araujo Leite / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-07-27T06:52:50Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 1999 / Resumo: Nosso objeto será aqui a tradução examinada através do campo teórico da psicanálise. A tradução tem sido comumente observada a partir de um ponto de vista externo, que busca examiná-la como um processo que não inclui quem a pratica, e os resultados não podem ser, portanto, muito satisfatórios. O que nos interessa é saber o modo de produção daquele que a pratica, o tradutor, sujeito dividido, permeado por vicissitudes, movido por mecanismos que nem sempre lhe são claros, solicitado sempre a ser o autor/modificador de um texto que não lhe pertence, premido pela demanda do senso comum em ser fiel a algo que, intrinsecamente, não pode sê-lo. Essa produção é atravessada, entre outros, por processos identificatórios, processos transferenciais, pela presença de formações do inconsciente e pelo desejo que move o sujeito, em uma somatória de acontecimentos que certamente não deixam de incidir sobre o produto final. O corpus para verificação de nossas hipóteses será constituído exclusivamente pela troca epistolar entre um autor, Guimarães Rosa, e seu tradutor para o italiano, Edoardo Bizzarri, por constituir um depoimento sobre o mecanismo de construção de textos - tanto aquele da língua de partida, quanto o da língua de chegada. Através dessas cartas buscaremos rastrear não só as concepções que ambos têm sobre o que é tradução, mas os mecanismos transferenciais e as identificações em jogo que vão interferir no produto final, interessando menos as soluções encontradas em italiano que aquilo que faz questão para o tradutor. Nosso percurso será constituído por uma pequena volta pela literatura sobre tradução e psicanálise, buscando, ao menos parcialmente, onde esses campos de conhecimento cruzam-se explicitamente, oferecendo subsídios para uma teorização a respeito. Em seguida, falaremos sobre alguns conceitos da psicanálise que nos serão necessários na análise da correspondência. No terceiro capítulo, examinaremos a peculiaridade da escrita de Rosa, que coloca problemas específicos para qualquer proposta de tradução. No quarto capítulo isolaremos o que Bizzarri traz como obstáculo, como problemático na compreensão e na tradução do texto, e como Rosa responde a isso. Também faremos um levantamento dos conflitos, ainda que camuflados, que permeiam essa relação, buscando em todo esse material as incidências do inconsciente que atravessam a produção dos textos. Finalmente, a conclusão trará o que é possível depreender dessas reflexões que sirva para lançar luzes sobre o processo tradutório. / Abstract: Not informed / Doutorado / Doutor em Linguística
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A entrevista de acolhimento e o contrato de trabalho pedagógico como uma possibilidade frente à evasão escolar em um Curso Superior de Tecnologia / The acceptance interview and the educational contract work as a possibility towards school evasion rates in a Technology Superior CourseGuimarães, Sandra Lopes, 1964- 07 February 2012 (has links)
Orientador: Ana Archangelo / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação / Made available in DSpace on 2018-08-21T19:27:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2012 / Resumo: Este trabalho apresenta um estudo de caso referente a uma experiência bem sucedida, realizada pelos professores e pela coordenação do curso Superior de Tecnologia em Mecatrônica Industrial do Instituto Federal de Santa Catarina (IF-SC), Campus Florianópolis, no período de março de 2007 a dezembro de 2009. A experiência, denominada Contrato de Trabalho Pedagógico, acontece a partir da Entrevista de Acolhimento, realizada no primeiro módulo desse curso, com cada novo aluno, individualmente. Ela faz parte de um conjunto de ações integradas no curso e no Instituto Federal de Santa Catarina (IF-SC). Estas ações dizem respeito a um projeto institucional de acesso, permanência e êxito escolar. Ao mesmo tempo em que busca entender os sentidos dados à Entrevista de Acolhimento e ao Contrato de Trabalho Pedagógico, pelos professores, no Curso da Mecatrônica, a partir de seu efeito na diminuição da "Evasão Escolar" nesse curso, esta pesquisa destaca a importância desse tema tanto pelo custo social da evasão como pela falta de produção acadêmica na área que supere as questões estatísticas/indicadores. A hipótese desta pesquisa é de que a relação que se estabelece entre professor e aluno, a partir da Entrevista de Acolhimento e do Contrato de Trabalho Pedagógico, pode ser analisada à luz da Psicanálise como sendo efeito de um laço transferencial. Ou seja, entendemos que os efeitos da Entrevista de Acolhimento e do Contrato de Trabalho Pedagógico para a diminuição do índice de evasão no curso podem ser explicados, ao menos parcialmente, a partir do conceito de transferência. / Abstract: This paper presents a case study of a successful experiment, which was carried out by professors and course coordinator of Technology in Industrial Mechatronics Course at the Federal Institute of Santa Catarina (IF-SC), Campus Florianópolis, from March 2007 to December 2009. The experiment, which was called the Educational Contract Work, it occurs from the acceptance interview, held from the first module of this course, with each new student individually. It is part of a set of integrated actions in the course of Industrial Mechatronics at the Federal Institute of Santa Catarina. These actions relate to a project of institutional access, retention and academic success. At the same time it seeks to understand the meanings of the acceptance interview and Educational Contract Work, by the professors in the Course in Mechatronics, from its effect in reducing the "Dropouts" in this course, in addition this research highlights the importance of this issue by both the social cost of school evasion and the lack of academic researches in the area that exceeds statistical issues / indicators. This research hypothesis is that the established relationship between professors and students by the acceptance interview and the educational contract work can be analyzed in light of psychoanalysis as an effect of transference bond. Thus, we understand that the effects of acceptance interview and the contract work for decreasing the dropout rate in the course can be explained, at least partially, from the concept of tranference. / Mestrado / Psicologia Educacional / Mestre em Educação
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Desamparo, transferência e hospitalização em Centro de Terapia IntensivaLEVY, Elizabeth Samuel 26 June 2008 (has links)
Submitted by Cleide Dantas (cleidedantas@ufpa.br) on 2014-03-24T13:53:55Z
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Previous issue date: 2008 / O objetivo desta dissertação foi o de investigar a noção de desamparo na teoria freudiana,
articulada ao estudo de caso de três pacientes internados em Centro de Terapia Intensiva
(CTI), no Hospital Universitário João de Barros Barreto, em Belém do Pará. Na transferência,
identificou-se que a enfermidade e a internação desses pacientes produziam um sofrimento
psíquico tão intenso que os remetia à revivescência do desamparo infantil. Considerou-se que,
a escuta analítica desse sofrimento, deu suporte a esses pacientes no sentido de subjetivar essa
vivência dolorosa. Escutar o paciente pela palavra dita ou não dita, pelas linguagens possíveis
e, diante das impossibilidades reais derivadas de uso de aparelhos e sondas, colocou-nos
frente às questões sobre os processos de transferência e contratransferência nesse contexto
hospitalar, levando-nos a uma revisão de literatura sobre a ampliação de dispositivos clínicos
em ambientes não classicamente analíticos. Neste sentido, concluiu-se que um ambiente
acolhedor e seguro, constituído na e, pela transferência, permitiu aos pacientes agir
criativamente sobre seu mundo externo e interno e, buscarem uma superação, ainda que nunca
definitiva, do estado de desamparo, atribuindo novos sentidos para suas enfermidades, suas
internações e até para suas vidas. / The primary purpose of this dissertation is to investigate the concept of helplessness in
the Freudian theory, articulating it with three clinical case studies. The patients were
admitted at the Intensive Care Unit (UTI) of the Barros Barreto University Hospital, in the
city of Belem - Pará, in the Northern part of Brazil. Transference between patients ant
therapist allowed us to identify and work the intense feeling of helplessness when faced with
so much suffering during their hospitalization. We believe that, by listening to their suffering,
being it spoken by words or by any possible language in face of the reality derived from the
actual use of devices and probes we could aid them to symbolize those painful experiences.
As far as counter transference is concerned the hospital environment led us to search a
broader literature more useful when working in a strictly medical environment. In such cases,
we support the idea that, although we are not working in the classical psychoanalytical
setting, transference and a good holding and handling of the patients, allow them to act
creatively on their internal and external world, and seek to overcome, though never
definitively, their helplessness, giving new meanings to their illness, their hospitalization and
even in their lives.
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Um estudo da relação entre o vínculo parental e a transferência em psicoterapia psicanalíticaOliveira, Luciana Terra de January 2008 (has links)
Introdução: É consenso entre os psicanalistas e psicoterapeutas psicanalíticos que a transferência é um elemento central em qualquer forma de psicoterapia. O conceito de transferência, ao longo do tempo, vem se desenvolvendo e mudando. Atualmente ele se refere aos pensamentos, sentimentos, motivações e comportamentos que emergem na relação terapêutica e refletem a personalidade e o funcionamento interpessoal do paciente. A maneira com que o indivíduo se relacionou na infância com pessoas significativas cria modelos de relacionamento que são internalizados e ficam povoando seu mundo interno, servindo de modelo para as relações futuras com o mundo externo. Processos inconscientes do paciente transferem para os outros (incluindo psicoterapeutas) sentimentos e atitudes originalmente associados às figuras importantes do início da sua vida. O estudo da associação entre o modo com que a criança percebeu e vivenciou a relação com seus pais na infância e a maneira com que ela se relaciona atualmente com outras pessoas poderia esclarecer o impacto das relações precoces no desenvolvimento da personalidade e suas implicações no comportamento do sujeito. Objetivos: Este estudo tem como objetivo geral investigar a associação entre o vínculo parental percebido pelo paciente e a transferência realizada com o terapeuta em uma amostra de pacientes em psicoterapia psicanalítica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Brasil. Os objetivos específicos são avaliar a freqüência dos diferentes tipos de vínculo parental e realizar análise fatorial confirmatória do Parental Bonding Instrument para verificar se esta escala mede dois ou três fatores, já que há uma ampla discussão na literatura sobre diferentes fatores estruturais do PBI. Método: Foram incluídos neste estudo todos pacientes adultos (maiores de dezoito anos), em tratamento psicoterápico no Programa de Psicoterapia Psicanalítica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) durante o ano de 2005 e primeiro semestre de 2006. A avaliação diagnóstica foi realizada pelos terapeutas através de entrevista clínica por ocasião de ingresso no programa. As entrevistas clínicas foram supervisionadas por médicos psiquiatras, psicoterapeutas com experiência de 15 anos em psicoterapia psicanalítica. Para medir o fator em estudo, o vínculo parental, foi aplicado o Parental Bonding Instrument- PBI e para medir o desfecho, transferência, foi aplicado o Relationship Patterns Questionnaire – RPQ. As variáveis para controle de interesse deste estudo foram variáveis sociodemográficas e variaveis clínicas: tempo e frequência de tratamento psicoterápico, tratamento psicoterápico prévio, sintomas não psicóticos, mecanismos de defesa (medidos pelo DSQ-40), gênero da dupla terapêutica e diagnóstico clínico (DSM-IV). O tamanho da amostra foi calculado, para assegurar um poder estatístico de 80% (n= 63) para detectar correlações fracas a moderadas (r>0,3). A análise dos dados foi feita no programa estatístico SPSS14 e as correlações foram analisadas pelo teste de Pearson. As variáveis que apresentaram um valor de p ≤ 0.2 em relação ao desfecho foram controladas em um modelo de regressão linear. A análise fatorial confirmatória do PBI foi feita com uma amostra de 257 mulheres adultas realizada pelo programa Amos 5.0.1 software. Destas, 139 eram pacientes recrutadas de diferentes Ambulatórios do Serviço de Psiquiatria do HCPA e 118 controles, selecionados entre funcionários do HCPA e estudantes de medicina ou de psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O método de máxima verossimilhança foi utilizado para comparar cinco diferentes estruturas fatoriais do PBI em termos de ajuste do modelo, seguindo modelo de estudo realizado por Sato et al (1999). Resultados: Em relação aos objetivos específicos verificou-se que o tipo de vínculo parental mais freqüente, segundo Parker, tanto para pai como para mãe foi o tipo 3, (vínculo com controle, sem afeto) e os resultados da análise fatorial do PBI sugeriram que o modelo estrutural de três fatores é preferível em relação ao de dois fatores. Já que, os valores do x2 para o modelo de dois fatores proposto por Parker foram significativamente maiores do que os dos quatro modelos de três fatores utilizados na comparação e o modelo Parker obteve também o menor valor de GFI (goodness-of-fit index) tanto para pai como para mãe (GFI= 0.740, GFI=0.771). Como resultado principal encontrou-se associação estatisticamente significativa somente entre o vínculo paterno e alguns padrões de transferência: amor, submissão e imposição. Quanto mais o paciente percebe seu pai como afetivo maior é o comportamento amoroso com o terapeuta (p=0,048; b=,252); também observouse correlação inversa estatisticamente significativa entre a escala de imposição e o afeto paterno, ou seja, quanto mais o paciente percebe seu pai como afetivo menor é sua percepção de comportamento impositivo do terapeuta com ele (p=0,049; b=- ,251) e quanto mais o paciente percebe seu pai como alguém que o encoraja a ter comportamento de liberdade menor é sua percepção de que o terapeuta reage de maneira submissa à ele (p=0,010; b=-,351). Conclusões: A análise fatorial do PBI, embora realizada em uma amostra apenas de pacientes mulheres, forneceu resultados semelhantes aos descritos na literatura, colaborando para melhor entendimento sobre a estrutura do instrumento em nosso meio. Foram realizadas pesquisas no Pubmed e no PsychInfo e não encontrou-se nenhum estudo quantitativo de associação entre o vínculo parental e a transferência. Os resultados encontrados reforçam a importância da qualidade do vínculo com o pai na infância na construção de padrões de relacionamentos, especialmente na relação terapêutica. A importância da identificação do terapeuta com a função paterna poderia auxiliar na compreensão da transferência-contratransferência e em um entendimento mais acurado do paciente. / Introduction: It is of consensus among psychoanalysts and psychotherapists that transference is a central element in any kind of psychotherapy. The concept of counter transference has been developing as well as changing over time. Transference is currently understood as something that refers to thoughts, feelings, motivations and behaviours that emerge during the course of the therapeutically relationship. Trasferential feelings reflect both the personality and the interpersonal behaviour of the patient towards. The way individuals related to important figures during their childhood creates models of relationship that are internalized and become part of the internal world of those individuals; patterns which will serve as models in future relationships established with the outside world. Unconscious processes Feelings and attitudes that were originally associated to important figures of the patients early years are transferred to other people – including psychotherapists- through unconscious processes. The study of the correlation between the way a child has perceived and lived his/her relationship with his/her parents during childhood and the way this person now relates to others may clarify the impact of relationships established at an early age on the development of one’s personality and its implications on ones behaviour. Objectives: The aim of this study is to investigate the correlation between the parental bonding perceived by the patients and the transference related to the therapist in a patients sample who were assessed by the Programme on Psychoanalytical Psychotherapy from Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Brazil. Specifics aims are evaluating the frequency of different types of parental bonding and performing a confirmatory factor analysis of the Parental Bonding Instrument (PBI) in our environment through a confirmatory factor analysis. We wish to verify whether this scale measures two or three factors given that there is wide discussion on the different structural factors of the PBI. Methods: Adult patients (above eighteen years of age) undergoing psychotherapy at the Psychoanalytical Psychotherapy Programme at Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA) during 2005 and the first half of 2006 were included in this research. The diagnostic evaluation was made by therapists through clinical interviews once the patients joined the programme at the HCPA. The interviews were supervised by psychiatries, psychotherapists with at least 15 years of experience. The instrument used to measure parental bond was the Parental Bonding Instrument (PBI), and Relationship Patterns Questionnaire (RPQ) was used to measure transference. The other controlled variables were sociodemographic variables and clinical variables as follows: length and frequency of the treatment, previous psychotherapeutic treatment, non-psychotic symptoms, defense mechanisms (DSQ-40), gender of the therapeutic dyad, and diagnosis (DSM-IV). The size of the sample was chosen in order to guarantee statistical power of 80% (n = 63) and the ability to detect weak and moderate correlations (r>0,3). The analysis of the data was performed using the SPSS14 software and the correlations were analyzed using the Pearson’s test. The variables that presented a p value ≤ 0.2 regarding the outcome (transference) were controlled in a linear regression model. The confirmatory factorial analysis of the PBI was made on a sample of 257 adult women. Among them, 139 were patients who were recruited from different ambulatories from the Psychiatric Service of HCPA and 118 were controls who were selected among employees of the HCPA, medical students and students of psychology. The method of maximum likelihood was used to compare five different factorial structures of the PBI, according to Sato’s study (1999). Results: The most frequent parenting style, according to Parker et al. (1979), either for father or mother, was type 3 (control without affection) and the results of the factor analysis of the PBI suggest that the structural model of three factors is preferable if compared to the structural model of two factors only. This is so for a number of reasons. First, because the values found for x2 for the two factors model proposed by Parker were significantly higher than the values found in the four models of three factors which were used in order to establish a comparison. Three factor models have also obtained the lower GFI value (goodness- of –fit index) for both fathers and mothers (GFI = 0.740, GFI=0.771). As main aim meaningful association has been found only amongst paternal bonding and some other patterns of transference such as love, submission and imposition. The more the patient perceives his/her father as affectionate, the more affectionate is his/her behavior towards the therapist (p=0.048; b=.252). A significant inverse correlation between the imposition scale and paternal affection has also been noticed. That means that the more affectionate one thought his/her father was , the less likely he/she was to perceive the impositive behaviour of the therapist towards him/her (p = 0.049; b =-.251). The more one thinks of his/her father as someone who encourages him/her to behave freely, the less likely is the patient to perceive that his/her therapist reacts in a submissive manner toward him/her (p= 0,010; b= - .351). Conclusions: Even though the factorial analysis of the Parental Bonding Instrument (PBI) was only performed in women patients it has provided similar results to those found in the literature, leading, therefore, to a better understanding of the tool. Searches on PubMed and PsychoInfo were not able to find any quantitative study that related transference to parental bond. In the present study, we tried to find an association between the patient’s parenting style and the transference developed during the therapeutic relationship. The results found make us reflect on the importance of the quality of the bond one experiences with one’s father at childhood and its impact on the construction of relationship patterns, specially the relationships established on the therapeutic setting. Therefore, the ability of the therapist to identify with the paternal role may be help him/her when it comes to understanding transference and counter transference. It may also lead to a more accurate understanding of the patient.
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O conceito de repetição na psicanálise freudiana: ressonâncias clínicas na re-elaboração simbólica do repetido / The concept of repetition in the Freudian psychoanalysis: significance in clinical re-elaboration of symbolic repeatedEsperidião Barbosa Neto 07 January 2010 (has links)
Repetição é um dos conceitos fundamentais da psicanálise. O caráter compulsivo da repetição está ligado à pulsão de morte: pura quantidade, afetos sem representações, projetados a esmo, furiosamente. O sujeito é impelido, contra sua vontade, a re-editar novas edições de acontecimentos traumáticos. A recorrência deste sofrimento, no âmbito da transferência, produz efeitos de cura. Para Freud, o tratamento consiste no uso da palavra: tanto a fala do analisando, quanto a do analista, incide sobre os afetos não representados, silenciados, mas indomados desde o trauma. A interpretação metafórica é capaz de dar nome ao indizível. O sujeito re-significa a experiência emocional à medida que os verbaliza, os atos repetitivos perdem consistência. Nesta pesquisa, de natureza teórica, trabalhou-se o conceito de repetição a partir da teoria de Freud, articulando-o ao tratamento. Contribuições de outros pesquisadores psicanalistas e Ilustrações clínicas foram utilizadas com o objetivo de caracterizar a clínica da transferência como lugar onde a compulsão à repetição pode ser tratada. Propõe-se, como conseqüência da pesquisa, um retorno à clínica. Pretende-se avançar no exame do que até aqui se fez, típico da elaboração científica, e que se constituiu o ofício de Freud. / Repetition is one of the fundamental concepts of psychoanalysis. The compulsive character of repetition is linked to the death drive: pure quantity, affection without representations, designed at random, furiously. The subject is compelled against his will, re-edit new editions of traumatic events. The recurrence of this suffering, in the transfer, took effect healing. For Freud, the treatment is the use of the word: both the speech of the analyzed and the analyst, focuses on feelings not represented, silenced, but untamed since the trauma. The metaphorical interpretation is able to name the unspeakable. The subject re-signifies the emotional experience as the verbalizations, the repetitive acts lose consistency. In this research, theoretical, we worked on the concept of repetition from Freuds theory, linking it to the treatment. Contributions from other psychoanalytic investigators and clinical illustrations were used in order to characterize the clinical transfer as where the repetition compulsion can be treated. It is, as a result of research, a return to the clinic. The aim is to advance the examination of what has been done so far, typical of scientific development, and that was the work of Freud.
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Um estudo da relação entre o vínculo parental e a transferência em psicoterapia psicanalíticaOliveira, Luciana Terra de January 2008 (has links)
Introdução: É consenso entre os psicanalistas e psicoterapeutas psicanalíticos que a transferência é um elemento central em qualquer forma de psicoterapia. O conceito de transferência, ao longo do tempo, vem se desenvolvendo e mudando. Atualmente ele se refere aos pensamentos, sentimentos, motivações e comportamentos que emergem na relação terapêutica e refletem a personalidade e o funcionamento interpessoal do paciente. A maneira com que o indivíduo se relacionou na infância com pessoas significativas cria modelos de relacionamento que são internalizados e ficam povoando seu mundo interno, servindo de modelo para as relações futuras com o mundo externo. Processos inconscientes do paciente transferem para os outros (incluindo psicoterapeutas) sentimentos e atitudes originalmente associados às figuras importantes do início da sua vida. O estudo da associação entre o modo com que a criança percebeu e vivenciou a relação com seus pais na infância e a maneira com que ela se relaciona atualmente com outras pessoas poderia esclarecer o impacto das relações precoces no desenvolvimento da personalidade e suas implicações no comportamento do sujeito. Objetivos: Este estudo tem como objetivo geral investigar a associação entre o vínculo parental percebido pelo paciente e a transferência realizada com o terapeuta em uma amostra de pacientes em psicoterapia psicanalítica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Brasil. Os objetivos específicos são avaliar a freqüência dos diferentes tipos de vínculo parental e realizar análise fatorial confirmatória do Parental Bonding Instrument para verificar se esta escala mede dois ou três fatores, já que há uma ampla discussão na literatura sobre diferentes fatores estruturais do PBI. Método: Foram incluídos neste estudo todos pacientes adultos (maiores de dezoito anos), em tratamento psicoterápico no Programa de Psicoterapia Psicanalítica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) durante o ano de 2005 e primeiro semestre de 2006. A avaliação diagnóstica foi realizada pelos terapeutas através de entrevista clínica por ocasião de ingresso no programa. As entrevistas clínicas foram supervisionadas por médicos psiquiatras, psicoterapeutas com experiência de 15 anos em psicoterapia psicanalítica. Para medir o fator em estudo, o vínculo parental, foi aplicado o Parental Bonding Instrument- PBI e para medir o desfecho, transferência, foi aplicado o Relationship Patterns Questionnaire – RPQ. As variáveis para controle de interesse deste estudo foram variáveis sociodemográficas e variaveis clínicas: tempo e frequência de tratamento psicoterápico, tratamento psicoterápico prévio, sintomas não psicóticos, mecanismos de defesa (medidos pelo DSQ-40), gênero da dupla terapêutica e diagnóstico clínico (DSM-IV). O tamanho da amostra foi calculado, para assegurar um poder estatístico de 80% (n= 63) para detectar correlações fracas a moderadas (r>0,3). A análise dos dados foi feita no programa estatístico SPSS14 e as correlações foram analisadas pelo teste de Pearson. As variáveis que apresentaram um valor de p ≤ 0.2 em relação ao desfecho foram controladas em um modelo de regressão linear. A análise fatorial confirmatória do PBI foi feita com uma amostra de 257 mulheres adultas realizada pelo programa Amos 5.0.1 software. Destas, 139 eram pacientes recrutadas de diferentes Ambulatórios do Serviço de Psiquiatria do HCPA e 118 controles, selecionados entre funcionários do HCPA e estudantes de medicina ou de psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O método de máxima verossimilhança foi utilizado para comparar cinco diferentes estruturas fatoriais do PBI em termos de ajuste do modelo, seguindo modelo de estudo realizado por Sato et al (1999). Resultados: Em relação aos objetivos específicos verificou-se que o tipo de vínculo parental mais freqüente, segundo Parker, tanto para pai como para mãe foi o tipo 3, (vínculo com controle, sem afeto) e os resultados da análise fatorial do PBI sugeriram que o modelo estrutural de três fatores é preferível em relação ao de dois fatores. Já que, os valores do x2 para o modelo de dois fatores proposto por Parker foram significativamente maiores do que os dos quatro modelos de três fatores utilizados na comparação e o modelo Parker obteve também o menor valor de GFI (goodness-of-fit index) tanto para pai como para mãe (GFI= 0.740, GFI=0.771). Como resultado principal encontrou-se associação estatisticamente significativa somente entre o vínculo paterno e alguns padrões de transferência: amor, submissão e imposição. Quanto mais o paciente percebe seu pai como afetivo maior é o comportamento amoroso com o terapeuta (p=0,048; b=,252); também observouse correlação inversa estatisticamente significativa entre a escala de imposição e o afeto paterno, ou seja, quanto mais o paciente percebe seu pai como afetivo menor é sua percepção de comportamento impositivo do terapeuta com ele (p=0,049; b=- ,251) e quanto mais o paciente percebe seu pai como alguém que o encoraja a ter comportamento de liberdade menor é sua percepção de que o terapeuta reage de maneira submissa à ele (p=0,010; b=-,351). Conclusões: A análise fatorial do PBI, embora realizada em uma amostra apenas de pacientes mulheres, forneceu resultados semelhantes aos descritos na literatura, colaborando para melhor entendimento sobre a estrutura do instrumento em nosso meio. Foram realizadas pesquisas no Pubmed e no PsychInfo e não encontrou-se nenhum estudo quantitativo de associação entre o vínculo parental e a transferência. Os resultados encontrados reforçam a importância da qualidade do vínculo com o pai na infância na construção de padrões de relacionamentos, especialmente na relação terapêutica. A importância da identificação do terapeuta com a função paterna poderia auxiliar na compreensão da transferência-contratransferência e em um entendimento mais acurado do paciente. / Introduction: It is of consensus among psychoanalysts and psychotherapists that transference is a central element in any kind of psychotherapy. The concept of counter transference has been developing as well as changing over time. Transference is currently understood as something that refers to thoughts, feelings, motivations and behaviours that emerge during the course of the therapeutically relationship. Trasferential feelings reflect both the personality and the interpersonal behaviour of the patient towards. The way individuals related to important figures during their childhood creates models of relationship that are internalized and become part of the internal world of those individuals; patterns which will serve as models in future relationships established with the outside world. Unconscious processes Feelings and attitudes that were originally associated to important figures of the patients early years are transferred to other people – including psychotherapists- through unconscious processes. The study of the correlation between the way a child has perceived and lived his/her relationship with his/her parents during childhood and the way this person now relates to others may clarify the impact of relationships established at an early age on the development of one’s personality and its implications on ones behaviour. Objectives: The aim of this study is to investigate the correlation between the parental bonding perceived by the patients and the transference related to the therapist in a patients sample who were assessed by the Programme on Psychoanalytical Psychotherapy from Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Brazil. Specifics aims are evaluating the frequency of different types of parental bonding and performing a confirmatory factor analysis of the Parental Bonding Instrument (PBI) in our environment through a confirmatory factor analysis. We wish to verify whether this scale measures two or three factors given that there is wide discussion on the different structural factors of the PBI. Methods: Adult patients (above eighteen years of age) undergoing psychotherapy at the Psychoanalytical Psychotherapy Programme at Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA) during 2005 and the first half of 2006 were included in this research. The diagnostic evaluation was made by therapists through clinical interviews once the patients joined the programme at the HCPA. The interviews were supervised by psychiatries, psychotherapists with at least 15 years of experience. The instrument used to measure parental bond was the Parental Bonding Instrument (PBI), and Relationship Patterns Questionnaire (RPQ) was used to measure transference. The other controlled variables were sociodemographic variables and clinical variables as follows: length and frequency of the treatment, previous psychotherapeutic treatment, non-psychotic symptoms, defense mechanisms (DSQ-40), gender of the therapeutic dyad, and diagnosis (DSM-IV). The size of the sample was chosen in order to guarantee statistical power of 80% (n = 63) and the ability to detect weak and moderate correlations (r>0,3). The analysis of the data was performed using the SPSS14 software and the correlations were analyzed using the Pearson’s test. The variables that presented a p value ≤ 0.2 regarding the outcome (transference) were controlled in a linear regression model. The confirmatory factorial analysis of the PBI was made on a sample of 257 adult women. Among them, 139 were patients who were recruited from different ambulatories from the Psychiatric Service of HCPA and 118 were controls who were selected among employees of the HCPA, medical students and students of psychology. The method of maximum likelihood was used to compare five different factorial structures of the PBI, according to Sato’s study (1999). Results: The most frequent parenting style, according to Parker et al. (1979), either for father or mother, was type 3 (control without affection) and the results of the factor analysis of the PBI suggest that the structural model of three factors is preferable if compared to the structural model of two factors only. This is so for a number of reasons. First, because the values found for x2 for the two factors model proposed by Parker were significantly higher than the values found in the four models of three factors which were used in order to establish a comparison. Three factor models have also obtained the lower GFI value (goodness- of –fit index) for both fathers and mothers (GFI = 0.740, GFI=0.771). As main aim meaningful association has been found only amongst paternal bonding and some other patterns of transference such as love, submission and imposition. The more the patient perceives his/her father as affectionate, the more affectionate is his/her behavior towards the therapist (p=0.048; b=.252). A significant inverse correlation between the imposition scale and paternal affection has also been noticed. That means that the more affectionate one thought his/her father was , the less likely he/she was to perceive the impositive behaviour of the therapist towards him/her (p = 0.049; b =-.251). The more one thinks of his/her father as someone who encourages him/her to behave freely, the less likely is the patient to perceive that his/her therapist reacts in a submissive manner toward him/her (p= 0,010; b= - .351). Conclusions: Even though the factorial analysis of the Parental Bonding Instrument (PBI) was only performed in women patients it has provided similar results to those found in the literature, leading, therefore, to a better understanding of the tool. Searches on PubMed and PsychoInfo were not able to find any quantitative study that related transference to parental bond. In the present study, we tried to find an association between the patient’s parenting style and the transference developed during the therapeutic relationship. The results found make us reflect on the importance of the quality of the bond one experiences with one’s father at childhood and its impact on the construction of relationship patterns, specially the relationships established on the therapeutic setting. Therefore, the ability of the therapist to identify with the paternal role may be help him/her when it comes to understanding transference and counter transference. It may also lead to a more accurate understanding of the patient.
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Um estudo da relação entre o vínculo parental e a transferência em psicoterapia psicanalíticaOliveira, Luciana Terra de January 2008 (has links)
Introdução: É consenso entre os psicanalistas e psicoterapeutas psicanalíticos que a transferência é um elemento central em qualquer forma de psicoterapia. O conceito de transferência, ao longo do tempo, vem se desenvolvendo e mudando. Atualmente ele se refere aos pensamentos, sentimentos, motivações e comportamentos que emergem na relação terapêutica e refletem a personalidade e o funcionamento interpessoal do paciente. A maneira com que o indivíduo se relacionou na infância com pessoas significativas cria modelos de relacionamento que são internalizados e ficam povoando seu mundo interno, servindo de modelo para as relações futuras com o mundo externo. Processos inconscientes do paciente transferem para os outros (incluindo psicoterapeutas) sentimentos e atitudes originalmente associados às figuras importantes do início da sua vida. O estudo da associação entre o modo com que a criança percebeu e vivenciou a relação com seus pais na infância e a maneira com que ela se relaciona atualmente com outras pessoas poderia esclarecer o impacto das relações precoces no desenvolvimento da personalidade e suas implicações no comportamento do sujeito. Objetivos: Este estudo tem como objetivo geral investigar a associação entre o vínculo parental percebido pelo paciente e a transferência realizada com o terapeuta em uma amostra de pacientes em psicoterapia psicanalítica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Brasil. Os objetivos específicos são avaliar a freqüência dos diferentes tipos de vínculo parental e realizar análise fatorial confirmatória do Parental Bonding Instrument para verificar se esta escala mede dois ou três fatores, já que há uma ampla discussão na literatura sobre diferentes fatores estruturais do PBI. Método: Foram incluídos neste estudo todos pacientes adultos (maiores de dezoito anos), em tratamento psicoterápico no Programa de Psicoterapia Psicanalítica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) durante o ano de 2005 e primeiro semestre de 2006. A avaliação diagnóstica foi realizada pelos terapeutas através de entrevista clínica por ocasião de ingresso no programa. As entrevistas clínicas foram supervisionadas por médicos psiquiatras, psicoterapeutas com experiência de 15 anos em psicoterapia psicanalítica. Para medir o fator em estudo, o vínculo parental, foi aplicado o Parental Bonding Instrument- PBI e para medir o desfecho, transferência, foi aplicado o Relationship Patterns Questionnaire – RPQ. As variáveis para controle de interesse deste estudo foram variáveis sociodemográficas e variaveis clínicas: tempo e frequência de tratamento psicoterápico, tratamento psicoterápico prévio, sintomas não psicóticos, mecanismos de defesa (medidos pelo DSQ-40), gênero da dupla terapêutica e diagnóstico clínico (DSM-IV). O tamanho da amostra foi calculado, para assegurar um poder estatístico de 80% (n= 63) para detectar correlações fracas a moderadas (r>0,3). A análise dos dados foi feita no programa estatístico SPSS14 e as correlações foram analisadas pelo teste de Pearson. As variáveis que apresentaram um valor de p ≤ 0.2 em relação ao desfecho foram controladas em um modelo de regressão linear. A análise fatorial confirmatória do PBI foi feita com uma amostra de 257 mulheres adultas realizada pelo programa Amos 5.0.1 software. Destas, 139 eram pacientes recrutadas de diferentes Ambulatórios do Serviço de Psiquiatria do HCPA e 118 controles, selecionados entre funcionários do HCPA e estudantes de medicina ou de psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O método de máxima verossimilhança foi utilizado para comparar cinco diferentes estruturas fatoriais do PBI em termos de ajuste do modelo, seguindo modelo de estudo realizado por Sato et al (1999). Resultados: Em relação aos objetivos específicos verificou-se que o tipo de vínculo parental mais freqüente, segundo Parker, tanto para pai como para mãe foi o tipo 3, (vínculo com controle, sem afeto) e os resultados da análise fatorial do PBI sugeriram que o modelo estrutural de três fatores é preferível em relação ao de dois fatores. Já que, os valores do x2 para o modelo de dois fatores proposto por Parker foram significativamente maiores do que os dos quatro modelos de três fatores utilizados na comparação e o modelo Parker obteve também o menor valor de GFI (goodness-of-fit index) tanto para pai como para mãe (GFI= 0.740, GFI=0.771). Como resultado principal encontrou-se associação estatisticamente significativa somente entre o vínculo paterno e alguns padrões de transferência: amor, submissão e imposição. Quanto mais o paciente percebe seu pai como afetivo maior é o comportamento amoroso com o terapeuta (p=0,048; b=,252); também observouse correlação inversa estatisticamente significativa entre a escala de imposição e o afeto paterno, ou seja, quanto mais o paciente percebe seu pai como afetivo menor é sua percepção de comportamento impositivo do terapeuta com ele (p=0,049; b=- ,251) e quanto mais o paciente percebe seu pai como alguém que o encoraja a ter comportamento de liberdade menor é sua percepção de que o terapeuta reage de maneira submissa à ele (p=0,010; b=-,351). Conclusões: A análise fatorial do PBI, embora realizada em uma amostra apenas de pacientes mulheres, forneceu resultados semelhantes aos descritos na literatura, colaborando para melhor entendimento sobre a estrutura do instrumento em nosso meio. Foram realizadas pesquisas no Pubmed e no PsychInfo e não encontrou-se nenhum estudo quantitativo de associação entre o vínculo parental e a transferência. Os resultados encontrados reforçam a importância da qualidade do vínculo com o pai na infância na construção de padrões de relacionamentos, especialmente na relação terapêutica. A importância da identificação do terapeuta com a função paterna poderia auxiliar na compreensão da transferência-contratransferência e em um entendimento mais acurado do paciente. / Introduction: It is of consensus among psychoanalysts and psychotherapists that transference is a central element in any kind of psychotherapy. The concept of counter transference has been developing as well as changing over time. Transference is currently understood as something that refers to thoughts, feelings, motivations and behaviours that emerge during the course of the therapeutically relationship. Trasferential feelings reflect both the personality and the interpersonal behaviour of the patient towards. The way individuals related to important figures during their childhood creates models of relationship that are internalized and become part of the internal world of those individuals; patterns which will serve as models in future relationships established with the outside world. Unconscious processes Feelings and attitudes that were originally associated to important figures of the patients early years are transferred to other people – including psychotherapists- through unconscious processes. The study of the correlation between the way a child has perceived and lived his/her relationship with his/her parents during childhood and the way this person now relates to others may clarify the impact of relationships established at an early age on the development of one’s personality and its implications on ones behaviour. Objectives: The aim of this study is to investigate the correlation between the parental bonding perceived by the patients and the transference related to the therapist in a patients sample who were assessed by the Programme on Psychoanalytical Psychotherapy from Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Brazil. Specifics aims are evaluating the frequency of different types of parental bonding and performing a confirmatory factor analysis of the Parental Bonding Instrument (PBI) in our environment through a confirmatory factor analysis. We wish to verify whether this scale measures two or three factors given that there is wide discussion on the different structural factors of the PBI. Methods: Adult patients (above eighteen years of age) undergoing psychotherapy at the Psychoanalytical Psychotherapy Programme at Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA) during 2005 and the first half of 2006 were included in this research. The diagnostic evaluation was made by therapists through clinical interviews once the patients joined the programme at the HCPA. The interviews were supervised by psychiatries, psychotherapists with at least 15 years of experience. The instrument used to measure parental bond was the Parental Bonding Instrument (PBI), and Relationship Patterns Questionnaire (RPQ) was used to measure transference. The other controlled variables were sociodemographic variables and clinical variables as follows: length and frequency of the treatment, previous psychotherapeutic treatment, non-psychotic symptoms, defense mechanisms (DSQ-40), gender of the therapeutic dyad, and diagnosis (DSM-IV). The size of the sample was chosen in order to guarantee statistical power of 80% (n = 63) and the ability to detect weak and moderate correlations (r>0,3). The analysis of the data was performed using the SPSS14 software and the correlations were analyzed using the Pearson’s test. The variables that presented a p value ≤ 0.2 regarding the outcome (transference) were controlled in a linear regression model. The confirmatory factorial analysis of the PBI was made on a sample of 257 adult women. Among them, 139 were patients who were recruited from different ambulatories from the Psychiatric Service of HCPA and 118 were controls who were selected among employees of the HCPA, medical students and students of psychology. The method of maximum likelihood was used to compare five different factorial structures of the PBI, according to Sato’s study (1999). Results: The most frequent parenting style, according to Parker et al. (1979), either for father or mother, was type 3 (control without affection) and the results of the factor analysis of the PBI suggest that the structural model of three factors is preferable if compared to the structural model of two factors only. This is so for a number of reasons. First, because the values found for x2 for the two factors model proposed by Parker were significantly higher than the values found in the four models of three factors which were used in order to establish a comparison. Three factor models have also obtained the lower GFI value (goodness- of –fit index) for both fathers and mothers (GFI = 0.740, GFI=0.771). As main aim meaningful association has been found only amongst paternal bonding and some other patterns of transference such as love, submission and imposition. The more the patient perceives his/her father as affectionate, the more affectionate is his/her behavior towards the therapist (p=0.048; b=.252). A significant inverse correlation between the imposition scale and paternal affection has also been noticed. That means that the more affectionate one thought his/her father was , the less likely he/she was to perceive the impositive behaviour of the therapist towards him/her (p = 0.049; b =-.251). The more one thinks of his/her father as someone who encourages him/her to behave freely, the less likely is the patient to perceive that his/her therapist reacts in a submissive manner toward him/her (p= 0,010; b= - .351). Conclusions: Even though the factorial analysis of the Parental Bonding Instrument (PBI) was only performed in women patients it has provided similar results to those found in the literature, leading, therefore, to a better understanding of the tool. Searches on PubMed and PsychoInfo were not able to find any quantitative study that related transference to parental bond. In the present study, we tried to find an association between the patient’s parenting style and the transference developed during the therapeutic relationship. The results found make us reflect on the importance of the quality of the bond one experiences with one’s father at childhood and its impact on the construction of relationship patterns, specially the relationships established on the therapeutic setting. Therefore, the ability of the therapist to identify with the paternal role may be help him/her when it comes to understanding transference and counter transference. It may also lead to a more accurate understanding of the patient.
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O conceito de repetição na psicanálise freudiana: ressonâncias clínicas na re-elaboração simbólica do repetido / The concept of repetition in the Freudian psychoanalysis: significance in clinical re-elaboration of symbolic repeatedBarbosa Neto, Esperidião 07 January 2010 (has links)
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