Spelling suggestions: "subject:"[een] BLANCHITE"" "subject:"[enn] BLANCHITE""
11 |
[pt] A RELAÇÃO ENTRE O PSICÓLOGO NEGRO E O CLIENTE BRANCO EM UM PAÍS RACISTA / [en] THE RELATIONSHIP BETWEEN THE BLACK PSYCHOLOGIST AND THE WHITE CLIENT IN A RACIST COUNTRYROSANGELA FRANKLIN DOS S ROZANTE 23 May 2022 (has links)
[pt] A pesquisa teve como objetivo estudar as relações raciais intersubjetivas,
decorrentes da relação transferencial entre psicólogos negros e seus clientes
brancos. Considerou o fato de a Psicologia social e clínica, em diversas pesquisas,
ter apontado para a necessidade de os psicólogos lidarem com questões raciais,
presentes na sua prática cotidiana. A pesquisa, usando a plataforma online,
utilizou para a coleta de dados, a metodologia clínico-qualitativa, com entrevistas
individuais semiestruturadas, com 10 psicólogos (as) clínicos negros (as),a partir
do método de Análise de Conteúdo de Laurence Bardin. Percebeu-se tanto a
necessidade de compreensão de racialização quanto dos efeitos do racismo
manifesto nas estruturas psíquicas. As possibilidades de reflexões sobre processos
de intervenção, para uma psicologia atenta à manutenção da saúde mental a partir
das diversidades e de suas singularidades no racismo estrutural brasileiro. / [en] The research aimed to study the intersubjective racial relations, arising
from the transferencial relationship between black psychologists and their white
clients. It considered the fact that social and clinical psychology, in several
research studies, has pointed to the need for psychologists to deal with racial
issues, present in their daily practice. The research used the online platform for
data collection, the clinical-qualitative methodology, with semi-structured
individual interviews, with 10 black clinical psychologists, based on Laurence
Bardin s Content Analysis method. It was noticed both the need to understand
racialization and the effects of racism manifested in psychic structures. The
possibilities of reflections on processes of intervention, for a psychology attentive
to the maintenance of mental health from the diversities and their singularities in
the Brazilian structural racism.
|
12 |
[en] DIALOGUES AND TENSIONS BETWEEN THE NATIONAL COUNCIL FOR WOMEN S RIGHTS (CNDM) AND THE UNIFIED BLACK MOVEMENT (MNU): A LOOK BACK AT THE BRAZILIAN WOMEN S LETTER TO THE CONSTITUENTS AND THE MNU PAPERS / [pt] DIÁLOGOS E TENSÕES ENTRE O CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA MULHER (CNDM) E O MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO (MNU): UM OLHAR SOBRE A CARTA DAS MULHERES BRASILEIRAS AOS CONSTITUINTES E OS PERIÓDICOS DO MNUDEBORA CASTILHO MOREIRA SILVA LOBO 13 May 2022 (has links)
[pt] Em um período marcado pela repressão durante a ditadura militar no Brasil, quando houve um agravamento da situação econômica da maioria da população negra e pobre abandonada pelo Estado, movimentos sociais conseguiram obter visibilidade pela luta por direitos e pelo retorno à democracia. A partir da análise de fontes primárias – a Carta das Mulheres Brasileiras aos Constituintes elaborada
pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) e os jornais publicados pelo Movimento Negro Unificado (MNU), incluindo o documento elaborado na Convenção Nacional do Negro pela Constituinte –, foi possível perceber que, durante a elaboração da Constituição de 1988, o movimento das mulheres negras
construiu diálogos marcados por tensões com o MNU e com as mulheres pertencentes ao CNDM no movimento feminista. Isso promoveu diálogos também marcados por tensões entre o CNDM e o MNU em razão da convergência das propostas que lidam com questões sensíveis à comunidade negra, às mulheres
negras em especial, na Carta das Mulheres Brasileiras aos Constituintes e nas reivindicações presentes nos periódicos do Movimento Negro Unificado, com destaque especial para o documento da Convenção Nacional do Negro pela Constituinte. Documentos esses que influenciaram os direitos previstos na
Constituição de 1988, ameaçados atualmente em tempos de agendas reacionárias ligadas ao exercício autoritário da política. / [en] In a period marked by repression during the military dictatorship in Brazil, when there was a worsening in the economic situation of the majority of the black and poor population abandoned by the State, social movements have managed to gain visibility for the struggle for rights and for the return or democracy. From analyzing primary sources – the Brazilian Women s Letter to the Constituents prepared by the National Council for Women s Rights (CNDM) and the Unified Black Movement (MNU) papers, including the document prepared by the Black National Convention for the Constituent Assembly –, it was possible to realize that, during the elaboration of the Constitution of 1988, the Black Women s Movement has established dialogues marked by tensions with MNU and the women who belong to CNDM in the Feminist Movement. This has promoted dialogues also marked by tensions between CNDM and MNU due to the convergence of proposals that deal with sensitive issues to the black community, black women in particular,
in the Brazilian Women s Letter to the Constituents and in the demands present in the Unified Black Movement papers, with special emphasis on the document of the Black National Convention for the Constituent Assembly. These documents have influenced the rights provided for in the Constitution of 1988, which are currently threatened in times of reactionary agendas linked to the authoritarian exercise of
politics.
|
13 |
[pt] ESCUTA NARCÍSICA, ESCUTA EMPÁTICA NA CLÍNICA MÉDICA: UM OLHAR PARA O RACISMO ESTRUTURAL E A BRANQUITUDE A PARTIR DA ANÁLISE DE NARRATIVAS APLICADA À ATENÇÃO À SAÚDE DE MULHERES NEGRAS / [en] NARCISSISTIC LISTENING AND EMPATHIC LISTENING IN MEDICAL PRACTICE: A LOOK AT STRUCTURAL RACISM AND WHITENESS BASED ON NARRATIVE ANALYSIS APPLIED TO THE HEALTHCARE OF BLACK WOMENCLARISSA FRANçA HIGGINS DE CARVALHO E SOUZA 31 October 2022 (has links)
[pt] Ao se observar o contexto da atenção à saúde das mulheres negras, percebe-se que ainda predominam profissionais brancos e brancas na medicina, provenientes das elites econômicas, apesar dos avanços nas políticas públicas de inclusão social no Brasil desde os anos 2000. Considerando esse cenário, nesta pesquisa, analisamos narrativas contadas por pacientes negras em consultas com médicas brancas, a fim de gerar inteligibilidades sobre a construção desses eventos sociais, a partir de uma abordagem interseccional. A metodologia analítica empregada é qualitativa e interpretativista. Além disso, o aporte teórico da sociolinguística interacional e da análise de narrativas está em diálogo com os estudos da linguística aplicada, da branquitude crítica e do racismo estrutural à brasileira na clínica médica e nas pesquisas acadêmicas. As análises indicam que existem diferentes formas de interagir nos encontros observados, umas mais empáticas que as outras, com dimensões de escuta que vão desde o foco na própria agenda de consulta (em detrimento das queixas narradas pela paciente), até a abertura à consideração de problemas familiares como partes da investigação clínica. A partir disso, é possível observar como o racismo estrutural está presente na organização das interações no contexto brasileiro contemporâneo, mesmo aquelas em que não verificamos a ocorrência de ofensas racistas explícitas. Por meio da análise, é possível perceber, ainda, que o racismo estrutural pode trazer impactos negativos às interações médico-paciente inter-raciais, como a infantilização de pacientes negras e o menosprezo às suas queixas e colocações circunstanciais. Em vista disso, as aplicações da pesquisa têm se direcionado rumo à recomendação de letramento racial crítico para profissionais de saúde, em geral, e da medicina, em particular. / [en] When we observe the context of healthcare for black women, it is clear that white male and white female professionals still predominate in the field of medicine and that the majority of them come from economic elites, despite advances in public policies for social inclusion in Brazil since the early 2000s. In this research we have analyzed narratives told by female black patients in medical appointments with female white doctors, in order to generate intelligibility about the construction of these social events from an intersectional approach. The methodology of the research is qualitative and interpretive. In addition, we mobilize theories of interactional sociolinguistics and narrative analysis in dialogue through the studies of applied linguistics, critical whiteness, and structural Brazilian racism both in medical practice and in academic researches. The analyzes indicate that there are different ways of interacting during the social meetings that we have observed, some more empathetic than others, with listening dimensions that range from focusing on the medical appointment agenda itself—to the detriment of the complaints narrated by the patient—to openness in considering family issues as part of clinical investigation. From this, it is possible to observe how structural racism organizes interactions in the contemporary Brazilian context, even those in which we do not see the occurrence of explicit racist offenses. Through the analysis, it is also possible to perceive that structural racism can have negative impacts on interracial physician-patient interactions, such as the infantilization of black patients and the disregard for their complaints and circumstantial statements. In view of this, we have directed the research applications towards the recommendation of critical racial literacy for health professionals, in general, and medical practitioners, in particular.
|
14 |
[en] RACE AND VIRTUAL INFLUENCER: A CRITICAL STUDY IN MARKETING, USING SEMIOTICS, TO UNDERSTAND WHITENESS IN DIGITAL ENVIRONMENTS / [pt] RAÇA E VIRTUAL INFLUENCER: UM ESTUDO CRÍTICO EM MARKETING, COM O USO DA SEMIÓTICA, PARA A COMPREENSÃO DA BRANQUITUDE EM AMBIENTES DIGITAISLUCAS COSTA LIMA 15 July 2024 (has links)
[pt] O projeto moderno de colonização do branco ibérico desencadeou em uma
sequência de fatos históricos que levaram a escravidão, o tráfico de africanos para
o Brasil, o genocídio de nativos e a construção de uma nova nação nas Américas.
Pouco a pouco a Branquitude, construto de poder imbuído na identidade racial do
branco, influenciou políticas públicas, a ciência, as artes e a imprensa no Brasil, e
devido a um pacto compulsório para manter privilégios, brancos se mantiveram fora
do radar como tema de estudos raciais até recentemente. Ambientes ou realidades
digitais refletem problemáticas colonialistas, e um desses reflexos é compreendido
a partir do entendimento em como os brancos são retratados e representados nestes
ambientes. Esta pesquisa tem o objetivo de analisar, a partir da perspectiva teórica
de Branquitude, como a Lu, a Virtual Influencer da Magazine Luiza, é representada
nas redes sociais. Para alcançar esse objetivo, foi realizada uma análise semiótica
de 40 publicações. Após a análise semiótica, foi realizada uma análise crítica com
base em teorias de branquitude desenvolvida por autoras brasileiras, procurando
assim verificar a existência de elementos que compõem a identidade racial de Lu. / [en] The modern white Iberian colonization project triggered a sequence of
historical events that led to slavery, the trafficking of Africans to Brazil, the
genocide of natives and the construction of a new nation in the Americas. Little by
little, the concept of Whiteness influenced public policies, science, the arts and the
press in Brazil, and due to a compulsory pact to maintain privileges, whites
remained off the radar as a subject of race studies. Digital environments or realities
reflect colonialist social problems, and one of these reflections is understood from
how whites are portrayed and represented in these environments. This research aims
to analyse, from the theoretical perspective of whiteness, how Lu, Magazine Luiza s
Virtual Influencer, is represented on social networks. To achieve this goal, a
semiotic analysis of 40 social media posts was done, within this set, we sought to
verify the existence of aesthetic elements, both visual and verbal, that compose Lu s
racial identity and reinforce structures of whiteness. After the semiotic analysis, a
critical analysis was carried out based on theories of whiteness developed by
Brazilian authors, thus seeking to verify the existence of elements that make up Lu s
racial identity and that reinforce structures of whiteness.
|
15 |
[pt] EU NÃO ENTREVISTO NEGROS: NARRATIVAS (ANTI)RACISTAS, BRANQUITUDE E NEGRITUDE NO CONTEXTO CORPORATIVO / [en] I DON T INTERVIEW BLACK PEOPLE: (ANTI)RACIST NARRATIVES, WHITENESS AND BLACKNESS IN THE CORPORATE CONTEXTCLEIDE MARIA DE MELLO 10 February 2025 (has links)
[pt] Esta pesquisa surgiu em 2017, a partir de uma postagem na rede social
LinkedIn no Brasil, feita por um empresário branco denunciando a atitude racista
de um recrutador que se recusou a entrevistar um competente candidato – 32
anos, graduado em TI, inglês fluente e pós-graduado nos EUA – alegando “Não
entrevisto negros”. Essa publicação gerou mais de meio milhão de visualizações
e levantou a questão: de que adianta as/os negras/os se qualificarem se as
empresas não estão qualificadas para recebê-las/os por conta do racismo? De
orientação qualitativa interpretativista, com particular interesse em seu aspecto
social e discursivo, este estudo se propôs a investigar o racismo corporativo,
através da análise de narrativas de três CEOs (Chief Executive Officers ou
Diretoras/es Executivas/os) brancas/os que se engajaram em movimentos pela
Diversidade e Inclusão e, mais especificamente, em movimentos antirracistas,
bem como as narrativas de consultoras/es negras/os e de um representante do
Movimento Negro que, a convite dos empresários, acompanharam essas
iniciativas. Esses eventos discursivos foram transcritos e analisados com o
objetivo de compreender quais crenças e ideologias da branquitude e da negritude
estão em embate no ambiente corporativo, de que forma esses CEOs constroem
seu engajamento nos movimentos antirracistas e como essas narrativas de
engajamento, defesa e atuação pela inclusão racial em empresas emergem,
embasam e fortalecem (ou não) esses movimentos antirracistas. Essas análises
de narrativas foram feitas a partir da metodologia de laminação tripla de
observação, sendo que na primeira lâmina, foi observada a estrutura da narrativa,
na segunda, as interações entre os participantes do evento discursivo e na terceira
as condições sócio-históricas que permeiam o discurso e suas relações e
eventuais tensões entre as esferas micro e macro. Essas lâminas evidenciaram
categorias analíticas que sobressaíram nas falas da maioria dos entrevistados,
como o ponto de virada (ou o momento em que decidiram aderir ao movimento),
a escolha de metáforas auto elogiosas, as performance narrativas que emergem
de suas histórias de vida, a assimetria interacional que faz com que as/os
consultoras/es negras/os se sintam inibidas/os frente aos CEOs e finalmente, os
embates entre as esferas macro, como a lei que criminaliza o racismo na
sociedade brasileira e micro, o racismo corporativo, que impede a entrada de
profissionais negros nas empresas. Por se tratar de uma inusitada estratégia de
resistência ao racismo, historicamente protagonizada pelo Movimento Negro no
Brasil, a análise das narrativas de adesão de CEOs brancas/os, ricas/os e
hegemônicos a movimentos pró-Diversidade e Inclusão, particularmente racial,
sugere que sua motivação para esse engajamento pode vir tanto do “coração” e
sua não-aceitação da insustentável desigualdade racial, quanto das vantagens
financeiras resultantes dessa mesma diversidade e inclusão em suas empresas.
Embora ainda não se possa vislumbrar o fim do racismo, que perdura há cinco
séculos em nossa sociedade, conclui-se que qualquer movimento pró-mudança é
bem-vindo, pois permitirá a ascensão de uma geração de negras e negros que,
até agora, mesmo com qualificação acadêmica e profissional, tem sido
discriminada e mantida fora do mundo do trabalho ou em situação de subemprego. / [en] This research emerged in 2017, from a post on the LinkedIn social network in Brazil, made by a white businessman denouncing the racist attitude of a recruiter who refused to interview a competent candidate – 32 years old, graduated in IT, fluent in English and post graduated in the U.S. – claiming I don’t interview Black people. This post generated more than half a million views and raised the question: what s the point of black people qualifying if companies aren t qualified to receive them on account of racism? With an interpretative qualitative orientation, with particular interest in its social aspect, this study aimed to investigate corporate racism, through the analysis of the narratives of three white CEOs (Chief Executive Officers) who engaged in movements for Diversity and Inclusion and, more specifically, in anti-racist movements, as well as the narratives of black consultants and a representative of the Black Movement who, at the invitation of those business people, accompanied these initiatives. These discursive events were transcribed and analyzed in order to understand which beliefs and ideologies of whiteness and blackness are in conflict in the corporate environment, how these CEOs build their engagement in anti-racist movements and how thesenarratives of engagement, defense and action for racial inclusion in companies emerge, support and strengthen (or not) these anti-racist movements. These narrative analyses were carried out based on the methodology of triple lamination of observation, with the first slide observing the structure of the narrative, the second, the interactions between the participants in the discursive event and the third, the socio-historical conditions that permeate the discourse and its relations and possible tensions between the micro and macro spheres. These slides showed analytical categories that stood out in the speeches of most interviewees, such as the turning point (or the moment when they decided to join the movement), the choice of self-praising metaphors, the narrative performancethat emerge from their life stories, the interactional asymmetry that makes black consultants feel inhibited in front of white CEOs and finally, clashes between the macro spheres, such as the law that criminalizes racism in Brazilian society and micro, corporate racism, which prevents the entry of black professionals into companies. Considering it is an unusual strategy of resistance to racism, historically carried out by the Black Movement in Brazil, the analysis of the narratives of adhesion of white, rich and hegemonic CEOs to movements pro-Diversity and Inclusion, particularly racial, suggests that their motivation to this engagement can come both from the heart and their non-acceptance of unsustainable racial inequality, as well as from the financial advantages resulting from this same diversity and inclusion in their companies. Although the end of racism, which has lasted for five centuries in our society, cannot yet be seen, it is concluded that any pro-change movement is welcome, as it will allow the rise of a generation of black people who, until now, even with academic and professional qualification, has been discriminated against and kept out of the job market or in a situation of underemployment.
|
16 |
[pt] BRANQUITUDE NO ENSINO DE CIÊNCIAS: TENSÕES E POSSIBILIDADES DE AVANÇO NA EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS / [en] WHITENESS IN TEACHING SCIENCES: TENSIONS AND POSSIBILITIES OF PROGRESS IN ETHNIC-RACIAL RELATIONSCAROLINE DOS SANTOS MACIEL SILVA 18 March 2025 (has links)
[pt] O trabalho apresenta os resultados da pesquisa Branquitude no Ensino de
Ciências: tensões e possibilidades de avanço na educação das Relações ÉtnicoRaciais, desenvolvida entre 2020 e 2023 com professores de Ciências e Biologia
atuantes na Educação Básica do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Entendendo o
Ensino de Ciências como campo potente para promover reflexões e mudança de
paradigmas rumo a uma sociedade antirracista, esta pesquisa investigou de que
maneira a branquitude atravessa o discurso sobre Relações Étnico-Raciais (RER) e
a narrativa de educadores de Ciências e Biologia sobre as práticas pedagógicas no
Ensino de Ciências dos Anos Finais e Ensino Médio do colégio, buscando
identificar terrenos discursivos de tensionamento ou que favoreçam possíveis
avanços no combate ao racismo a partir da prática do Ensino de Ciências. A análise
dos dados desta pesquisa apoiou-se nos referenciais teóricos das Relações ÉtnicoRaciais no Ensino de Ciências e Branquitude na Educação. A análise qualitativa das
entrevistas aponta para o enfoque da raça como tema atrelado a conteúdos
específicos do Ensino de Ciências, com destaque para os conteúdos de Corpo
Humano e Genética, além de indicar uma abordagem tangencial do tema, que entra
como um complemento das temáticas tradicionais do currículo. A instituição é
largamente percebida como diversa, entendendo-se aqui diversidade como a
presença de alunos pertencentes aos grupos raciais pretos e pardos. Apesar do pouco
ou nulo contato com a temática da RER durante a formação, os educadores buscam
informar-se sobre o tema por iniciativa própria, e o caminho mais citado foi o
contato com professores das disciplinas de História e Sociologia na busca por
referências, conteúdos e desenvolvimento de reflexões. Esse dado pode indicar que
a garantia de espaços seguros de debate dentro da escola, a troca entre pares e a
formação continuada são caminhos potentes para produzir o engajamento docente
em um Ensino de Ciências comprometido com a educação das Relações Étnico-
Raciais. A pesquisa também sugere como o conceito de branquitude permite
entender compreensões, relações e atitudes dos docentes no campo do Ensino de
Ciências diante do conceito de raça e dos conteúdos científicos, ilustrando
caminhos para desenvolvimento e ampliação do debate. / [en] This thesis elaborates on the results of the research Branquitude no Ensino
de Ciências: tensões e possibilidades de avanço na educação das Relações Étnico Raciais (Whiteness in Teaching Sciences: tensions and possibilities of progress in
Ethnic-Racial Relations), developed from 2020 to 2023 with Science and Biology
elementary school teachers in Colégio Pedro II, in Rio de Janeiro. From a
perspective of Science teaching as a powerful field to foster critical thinking and
paradigm shifts towards an anti-racist society, this work investigated the ways in
which whiteness permeates the discourse of Ethnic-Racial Relations (Relações
Étnico-Raciais, or RER) and the narratives of Science and Biology educators from
the institution on their pedagogical practices on Teaching Science for the outer
years of Elementary School and throughout High School at Pedro II. This research
aims to identify possible discursive fields of tension or ones that lead to possible
routes for change against racism through practice on teaching Sciences. Data
analysis used the theoretical background of Ethnic-Racial Relations on teaching
Science and Whiteness on Education. Qualitative data from interviews indicate a
focus on race as a topic connected to specific themes from Science curriculum,
emphasizing themes of Human Body and Genetics. They also indicate an ancillary
approach of such a theme, which is used as a complement of traditional curriculum.
The institution is widely perceived as diverse, understanding diversity as the
presence of students to black and brown ethnicities. Despite having few or no
contact with RER topics on their academic education, educators seek information
on the topics on their own, and the most recurrent path was contact with History
and Sociology teachers, by asking for reference, content and the development of
critical thinking. This might signal a call for safe spaces for debate within the
school, exchange amongst peers and continued education as powerful paths to
foster teacher motivation towards Science teaching engaged in teaching of Ethnic-
Racial Relations. This research also indicates how the concept of whiteness allows
us to perceive beliefs, relations and attitudes of teachers of Science-related fields
vis-à-vis the concept of race and the scientific topics, leading to paths for the
development and expansion of the debate.
|
17 |
[en] BETWEEN LIVING AND DEAD: A DOCUMENTARY ETHNOGRAPHY ON THE ROLE OF THE JUDICIARY IN FIFTEEN POLICE OPERATIONS IN THE FAVELAS OF THE NORTH ZONE OF RIO DE JANEIRO / [es] ENTRE VIDAS Y MUERTOS: ETNOGRAFÍA DOCUMENTAL SOBRE EL PAPEL DEL PODER JUDICIAL EN LAS OPERACIONES POLICIALES EN LAS FAVELAS DE LA ZONA NORTE DE RÍO DE JANEIRO / [pt] ENTRE VIVOS E MORTOS: UMA ETNOGRAFIA DOCUMENTAL SOBRE A ATUAÇÃO DA MAGISTRATURA EM QUINZE OPERAÇÕES POLICIAIS NAS FAVELAS DA ZONA NORTE DO RIO DE JANEIROLUCIANA COSTA FERNANDES 20 September 2023 (has links)
[pt] Há mais de três décadas, as operações policiais direcionam o uso de recursos pelo
Governo do estado do Rio de Janeiro, encontrando na política de drogas uma das suas
maiores agendas. Angariando os recursos do léxico neoliberal da punição e do autoritarismo
mundialmente emergentes, intensificam a relação entre exclusão territorial e violência, pela
via da criminalização e da matança, que são regra na gestão pública em territórios de favelas.
Orgânica às políticas urbanas em grandes centros, essa relação tem renovado a doxa das
colonialidades, fixando as fronteiras raciais das precariedades através da matriz da
espetacularização, da brutalidade e da descartabilidade antinegras. No complexo
organograma de agências que têm tornado as operações policiais não só possíveis, como
também centrais para o projeto que concluem, o judiciário e, especialmente, juízes/as têm
assumido papel de cada vez maior protagonismo. Por isso, nesta tese, pesquiso o papel da
magistratura nas operações policiais em favelas da zona norte do Rio de Janeiro, a partir de
quinze ações penais envolvendo os crimes da Lei de drogas (Lei 11.343/2006), que
anunciaram este contexto, foram sentenciadas no primeiro semestre de 2019 e tramitaram
na comarca da capital do TJRJ. Considero essas operações como instrumentos da gestão
urbano racializada na cidade do Rio, que adere aos termos das atuais políticas de inimizade
(MBEMBE, 2020), bem como explicita o conteúdo da soberania branca que essas elites
mantém pela via da atividade judicial cotidiana. No primeiro capítulo, recupero a genealogia
da magistratura a partir do marco dos estudos decoloniais e afrodiaspóricos em uma revisão
bibliográfica. Depois, me utilizando da etnografia documental, analiso os dados empíricos
para estudar o modo como discursividades produziram narrativas sobre territórios de favelas
(capítulo 02) e sujeitos (capítulo 03). Discursos esses que desvelam a relação entre a
governabilidade das operações e o pacto narcísico da branquitude, que têm possibilitado, à
magistratura, ser uma das principais agências responsáveis pela soberania necropolítica em
nosso território. / [en] For more than three decades, police operations have directed the use of resources by
the Government of the state of Rio de Janeiro, having drug policy as one of its biggest agents.
Raising the resources of the neoliberal lexicon of punishment and authoritarianism emerging
worldwide, they intensify the relationship between territorial exclusion and violence, through
criminalization and killing, which are the rule in favela territories. Organic to urban policies in
large centers, this relationship binomial has been renewing, here, the doxa of colonialities,
fixing the racial boundaries of precariousness through the matrix of spectacularization,
brutality and anti-black disposability that the project rearticulates. In the complex
organizational chart of agencies that have made police operations not only possible, but also
central to the project they complete, the judiciary and, especially, judges have assumed an
increasingly prominent role. Therefore, in this thesis, I research the role of the judiciary in
police operations in favelas in the north zone of Rio de Janeiro, based on fifteen criminal cases
involving crimes under the Drug Law (11.343/2006) which announced this context, were
sentenced in the first half of 2019 and processed in the judicial district of the capital of TJRJ.
I consider this policy as an instrument of racialized urban management in the city of Rio, which
adheres to the terms of the current policies of enmity (MBEMBE, 2020), as well as explains
the content of white sovereignty that these elites maintain through everyday judicial activity.
In the first chapter, I recover the genealogy of this bureaucracy, from the framework of
decolonial and afrodiasporic studies in a bibliographic review. Then, I bring the empirical data,
which I mobilize through documental ethnography, to study the way in which discursivities
produced narratives about favela territories (chapter 02) and subjects (chapter 03). These
discourses reveal the relationship between the governability of operations and the narcissistic
pact of whiteness, which have made it possible for the judiciary to be one of the main agencies
responsible for the management of necropolitical sovereignty in our territory. / [es] Durante más de tres décadas, los operativos policiales han dirigido el uso de recursos por
parte del Gobierno del estado de Río de Janeiro, encontrando en la política de drogas uno de
sus mayores agentes. Aprovechando los recursos del léxico neoliberal de castigo y
autoritarismo emergente a nivel mundial, intensifican la relación entre la exclusión territorial y
la violencia, a través de la criminalización y el asesinato, que son la regla en los territorios de
las favelas. Orgánica a las políticas urbanas en los grandes centros, esta relación ha
renovado, aquí, la doxa de las colonialidades, fijando las fronteras raciales de la precariedad
através de la matriz de espectacularización, brutalidad y desechabilidad antinegra que
rearticula el proyecto. En el complejo organigrama de las agencias que han hecho que las
operaciones policiales no solo sean posibles, sino también fundamentales para el proyecto
que llevan a cabo, el poder judicial y, especialmente, los jueces han asumido un papel cada
vez más destacado. Por lo tanto, en esta tesis, investigo el papel del poder judicial en los
operativos policiales en las favelas del norte de Río de Janeiro, a partir de quince casos
penales que involucran delitos tipificados en la Ley de Drogas (11.343/2006), que anunció
este contexto, fueron sentenciado en el primer semestre de 2019 y procesado en el distrito
de la capital de TJRJ. Considero esta política como un instrumento de gestión urbana
racializada en la ciudad de Río, que se adhiere a los términos de las actuales políticas de
enemistad (MBEMBE, 2020), además de explicar el contenido de la soberanía blanca que
estas élites mantienen através de la actividad judicial cotidiana. En el primer capítulo recupero
la genealogía de esta burocracia, desde el marco de los estudios decoloniales y
afrodiaspóricos en una revisión bibliográfica. Luego, utilizando la etnografía documental,
analizo los datos empíricos para estudiar la forma en que las discursividades produjeron
narrativas sobre los territorios de las favelas (capítulo 02) y los sujetos (capítulo 03). Estos
discursos revelan la relación entre la gobernabilidad de las operaciones y el pacto narcisista
de blanquitud, que han posibilitado que el poder judicial sea uno de los principales órganos
encargados de la gestión de la soberanía necropolítica en nuestro territorio.
|
Page generated in 0.0254 seconds