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"At the Still Point of the Turning World"

McClure, Faith M 13 May 2011 (has links)
The history of landscape painting in the West has dictated and reiterated a phenomenological point-of-view derived from the Cartesian coordinate plane system. After having journeyed to northern India for eight months, I became influenced by other pictorial conceptions of space, namely the radial cosmological mandalas of Tibetan Buddhism and yantras of Hinduism. Unable to fully eliminate the coordinate plane system from the recess of my mind, I embarked upon a creative journey through consciousness in which my own studio practice provided the means to construct a new orientation, not only in terms of the perceivable, external world, but within the realm of my own embodied mind.
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O papel do perspectivismo na filosofia de Nietzsche

Silva, Josemar Rodrigues da January 2007 (has links)
108f. / Submitted by Suelen Reis (suziy.ellen@gmail.com) on 2013-04-16T18:29:46Z No. of bitstreams: 1 Dissertacao Josemar Silvaseg.pdf: 549748 bytes, checksum: ab3d51db4cd45720fbd8b575d329437d (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Alice Ribeiro(malice@ufba.br) on 2013-05-07T13:50:10Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertacao Josemar Silvaseg.pdf: 549748 bytes, checksum: ab3d51db4cd45720fbd8b575d329437d (MD5) / Made available in DSpace on 2013-05-07T13:50:10Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertacao Josemar Silvaseg.pdf: 549748 bytes, checksum: ab3d51db4cd45720fbd8b575d329437d (MD5) Previous issue date: 2007 / O tema do perspectivismo na filosofia de F. Nietzsche revela sua pertinência na medida em que as discussões se ampliam e se diversificam sobre a compreensão do seu papel, transitando entre uma concepção cosmológica ou uma concepção epistemológica do perspectivismo. Compreende-se, nesta pesquisa, que Nietzsche não separa de maneira radical essas duas concepções, mas argumenta visivelmente a favor da relação entre elas. Para o filósofo, a compreensão epistemológica pressupõe a cosmológica. Nesse sentido, Nietzsche apresenta sua crítica à tradição filosófica, denunciando-a ou responsabilizando-a por preferir e efetivar uma ruptura na integração entre cosmologia e epistemologia, fazendo emergir uma civilização racionalista, moralista e, por fim, niilista. Para o autor, a afirmação do caráter perspectivista da existência, que compreende o mundo como vontade de potência, possibilita a crítica à metafísica conceitual que deposita no mundo suas figuras lingüísticas, traduzindo-o em idéia. Conseqüentemente, Nietzsche contrapõe seu perspectivismo ao subjetivismo moderno, quando este afirma a existência do sujeito pensante, esse espectro criado pela filosofia moderna, que também vê o mundo a partir de uma relação representacional fruto da oposição entre sujeito e objeto. Igualmente, o filósofo evidencia a relação desse sujeito moderno com os valores morais, identificando-o, por isso, como homem religioso. É nessa medida que o perspectivismo também se opõe aos valores morais, denunciando-os de uma esterilização humana frente ao mundo do devir, que faz emergir o niilismo. Portanto, este trabalho quer investigar o perspectivismo de Nietzsche à medida que ele é pensado dentro do seu argumento cosmológico, possibilitando, assim, compreender sua crítica aos conceitos metafísicos de verdade e de moral, tão fundamentais para tradição filosófica. / Salvador
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Two Perspectives on Perspectivism: Nietzsche's Attack on the 'In-Itself'

Grumberg, Ryan Justin 01 May 2013 (has links)
Instead of choosing between reading Nietzsche's perspectivism as a metaphysical thesis or as one relating to his critique of traditional morality, this paper intends to show that these are but two sides of the same coin. As regards the metaphysical position, I argue that perspectivism is a version of idealism that critiques the cogency of the `thing-in-itself,' thereby moving beyond the appearance/reality distinction whilst retaining the fundamental tenant that the subjective contribution to reality is irreducible. As regards Nietzsche's transvaluation of all values, I argue that the notion of perspectivism is utilized to critique the idea of the `Good in-itself,' thereby shifting the focus of morality from that of universally applicable prohibitions and obligations to a sort of virtue ethics in which the subject's unique perspective is given expression in and through their creation of values. Given that, I argue for a certain continuity in Nietzsche's thought, such that perspectivism is best seen as an argument against realism, the basic tenant of which - i.e. the inconceivability of the `in-itself' - remains constant even whilst Nietzsche's interests shift during the evolution of his writings.
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Ensaio por uma criminologia perspectivista / Essay for a perspectivist criminology

Eduardo Baker Valls Pereira 25 April 2013 (has links)
A presente dissertação ensaia propõe a aplicação do perspectivismo ameríndio, conforme trabalhado na obra do antropólogo Viveiros de Castro, enquanto posição a partir da qual atuaria o criminólogo de tal forma a potencializar o reconhecimento da alteridade na relação entre produção de saber e a figura do criminalizado ou criminalizável. Para tal, utiliza a criminalização do funk proibidão através de uma série de procedimentos legais como material primário sobre o qual se realiza este movimento. O texto se divide em três momentos principais. Primeiro, a apresentação desta chave de leitura como possível para o pensamento criminológico. Segundo, aponta de que forma os atores do sistema penal não realizam uma leitura do funk proibidão que reconheça sua alteridade para este fim, a análise do discurso é utilizada. Terceiro, propõe-se uma outra leitura do funk proibidão informada pela posição perspectivista que se mostra contrastante com aquela realizada pelo sistema penal. / This work attempts to apply the amerindian perspectivism, as discussed in the work of the anthropologist Viveiros de Castro, as a position through which the criminologist could act in such a way as to potencialize the recognition of the otherness in the relation between producing knowledge and the figure of the criminalized or criminalizable. For that, it uses as primary source the criminalization of the funk proibidão through a series of legal procedures. The text is compromised of three main parts. First, the proposal that such reading is possible for the criminological thought. Second, it points out in which way the agents of the penal system do not read the funk proibidão as to recognize its otherness for that, discourse analysis is used. Thirdly, it proposes another reading of the funk proibidão informed by the perspectivist position that shows itself as constrasting with made by the penal system.
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Ensaio por uma criminologia perspectivista / Essay for a perspectivist criminology

Eduardo Baker Valls Pereira 25 April 2013 (has links)
A presente dissertação ensaia propõe a aplicação do perspectivismo ameríndio, conforme trabalhado na obra do antropólogo Viveiros de Castro, enquanto posição a partir da qual atuaria o criminólogo de tal forma a potencializar o reconhecimento da alteridade na relação entre produção de saber e a figura do criminalizado ou criminalizável. Para tal, utiliza a criminalização do funk proibidão através de uma série de procedimentos legais como material primário sobre o qual se realiza este movimento. O texto se divide em três momentos principais. Primeiro, a apresentação desta chave de leitura como possível para o pensamento criminológico. Segundo, aponta de que forma os atores do sistema penal não realizam uma leitura do funk proibidão que reconheça sua alteridade para este fim, a análise do discurso é utilizada. Terceiro, propõe-se uma outra leitura do funk proibidão informada pela posição perspectivista que se mostra contrastante com aquela realizada pelo sistema penal. / This work attempts to apply the amerindian perspectivism, as discussed in the work of the anthropologist Viveiros de Castro, as a position through which the criminologist could act in such a way as to potencialize the recognition of the otherness in the relation between producing knowledge and the figure of the criminalized or criminalizable. For that, it uses as primary source the criminalization of the funk proibidão through a series of legal procedures. The text is compromised of three main parts. First, the proposal that such reading is possible for the criminological thought. Second, it points out in which way the agents of the penal system do not read the funk proibidão as to recognize its otherness for that, discourse analysis is used. Thirdly, it proposes another reading of the funk proibidão informed by the perspectivist position that shows itself as constrasting with made by the penal system.
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O perspectivismo e o projeto leibniziano de conciliação das filosofias / The perspectivism and the Leibnizs project of conciliation of Philosophies

Celi Hirata 30 June 2008 (has links)
Com o intento de fundar a metafísica rumo ao conhecimento certo, Descartes rejeita a história precedente da filosofia. Com efeito, esta carrega consigo uma pluralidade de opiniões e disputas, o que é inaceitável face à unidade da verdade e da razão. Por isso, o progresso da filosofia em direção ao futuro só pode se dar mediante uma ruptura com o passado, ruptura que se opera por meio da dúvida metódica. Leibniz, ao contrário, defende que o avanço do conhecimento rumo à descoberta de novas verdades pode e deve retomar o que já foi anteriormente estabelecido. Isto porque, à diferença de Descartes, o autor da Monadologia possui uma outra concepção da relação entre pluralidade e unidade, o que se pode constatar de maneira privilegiada na sua tese de que cada mônada ou ser criado representa o universo inteiro de uma determinada perspectiva. Ora, como todas as representações possuem o mesmo referente o mundo , todas são verdadeiras e harmônicas entre si, de modo que o que varia é a maneira como o mundo é representado, isto é, os graus de distinção presentes na representação. Deste modo, a pluralidade dos sistemas filosóficos redunda em diferenças (de modo que uns são mais perfeitos do que outros e que haja determinadas partes mais relevantes do que outras dentro de um mesmo sistema), mas não em uma heterogeneidade radical. Ora, justamente sem a consideração de que há alguma conveniência subjacente na diversidade das filosofias, não é possível a tentativa de conciliação do que haveria de melhor entre elas, isto é, se há uma heterogeneidade irredutível, como Descartes considera, não há qualquer ponto de transigência. Assim, a fim de dar conta de como este projeto de conciliação das filosofias é possível, examinar-se-á nesta dissertação a tese de que cada mônada representa o universo inteiro de uma determinada perspectiva, exame no qual se enfatizará as noções leibnizianas de espírito, de conhecimento e de sistema / Willing to found metaphysics toward right knowledge, Descartes denies the preceding Philosophy history on the basis that the plurality of opinions and disputes this Philosophy holds is not acceptable under the unity of true and reason. As a result, Philosophy cannot evolve toward the future unless by breaking up with the past, a rupture that operates by way of the methodic doubt. Leibniz, in contrast, advocates that the evolution of knowledge toward the discovery of new truths can and should resume what was established antecedently. This is so because, unlike Descartes, the author of Monadology conceives the plurality-unity relationship in a different way, which one has the privilege to infer from his thesis that each monad or created being represents the entire universe from a certain perspective. Now, since all representations have the same referent the world , all are true and harmonic in relation to each other, and thus what varies is how the world is represented, i.e., the degrees of distinction in the representation. Therefore, the plurality of philosophic systems results in differences (where one is more perfect than another and certain parts are more relevant than others within a system) but not in a radical heterogeneity. Indeed, precisely without considering that some convenience underlies the diversity of philosophies, one cannot attempt to conciliate them in what would be the best in them, i.e., if an irreducible heterogeneity does exist, as Descartes proposes, then there is no point of convergency. Therefore, in order to apprehend how this project of conciliation of philosophies is possible, this paper will address the thesis that each monad represents the entire universe from a certain perspective, with an emphasis on Leibnizs notions of spirit, knowledge, and system
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A construção do real na obra de Joel Pizzini: uma questão de ponto de vista / -

Clarissa Oliveira Nanchery 03 December 2013 (has links)
Esta pesquisa pode ser considerada um ensaio analítico a partir de questões de cunho filosófico que transbordam no documentário contemporâneo e encontram um diálogo muito fértil com a obra de Joel Pizzini. A nossa proposta é abordar a obra deste cineasta, especificamente o filme 500 Almas (2004) como inspiração para repensar o real, no documentário, enquanto uma questão de ponto de vista. Para tanto, torna-se necessário entender tal questão como um gesto de implicações mais profundas, comparativamente às teorizações cinematográficas e literárias acerca deste elemento. Trata-se, quiçá, de outra forma de conceber o ponto de vista no cinema, orientada pelo perspectivismo filosófico - pensamento presente nas reflexões de Leibniz, Nietsche, Deleuze e posteriormente assimilado pelo perspectivismo ameríndio com Viveiros de Castro - que amplia e reverbera o seu significado não se limitando à expressão ou fixação do ponto de vista de um sujeito autor. Trata-se da possibilidade acarretada pelo documentário, uma forma que é por pressuposto híbrida, de questionar, de produzir verdades, de repensar a distinção entre essência e aparência, entre real e invenção. Estas questões são problematizadas a partir de autores como Comolli e Guy Gauthier que pensam o documentário contemporâneo e as implicações de outros sujeitos e elementos envolvidos no filme que se faz em fricção com o real: a mise-en-scène dos sujeitos filmados, os sujeitos espectadores, a montagem criativa. Ao analisar o filme 500 Almas, observamos de que forma esses e outros elementos são engendrados para constituir o ponto de vista do real. / This research can be considered as an analytical essay from matter of philosophical that abound in contemporary documentary and find a very fruitful dialogue with the work of Joel Pizzini. Our proposal is to address the work of this director, specifically the film 500 Almas (2004) as inspiration for rethinking the real as a matter of the point of view. Therefore, it is necessary to understand this issue as a gesture of deeper implications, compared to cinematographic and literary theorizing about this element. It is, perhaps, another way of conceiving the point of view in cinema, guided by philosophical perspectivism - present thought the reflections of Leibniz, Nietzsche, Deleuze and subsequently assimilated by amerindian perspectivism with Viveiros de Castro - which expands and reverberates your meaning not limited to the expression or fastening point of view of an individual author. It brought about the possibility for the documentary, which is a form of hybrid assumption, to question, to produce truths, to rethink the distinction between essence and appearance, between real and invention. These questions are problematized from authors such as Comolli and Guy Gauthier who think contemporary documentary and implications for other subjects and elements involved in the film that is in friction with the real: the mise-en-scène of the subjects filmed, the subjects spectators, the creative mounting. When analyzing the film 500 Almas, we observe how these and other elements are interwoven to build the point of view of the real.
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[en] AT THE BORDELINE OF THE OTHER: ANTROPOPHAGIC UPRISINGS / [pt] NA FRONTEIRA DO OUTRO: MOTINS ANTROPOFÁGICOS

LUIS FELIPE DOS SANTOS CARVALHO 04 May 2011 (has links)
[pt] Este ensaio-tese parte da minha inquietação acerca dos modos de relacionamento entre o mesmo e os outros, entre o sujeito e o objeto, em suma, entre os processos de subjetivação da modernidade / colonialidade e as alteridades ou outras gnosiologias não ocidentais. Como se colocar diante de outras ontologias, outras epistemologias e outras éticas ao deparar-se com esses modos diferentes de saber e de agir? Seria inviável essa investigação do campo de confronto entre diferenças, campo que incorpora [encorpora] no debate a potência de ação de cada conceito, afeto e percepto, sem repensar a fórmula da tese de doutorado e da pesquisa acadêmica. Optei, então, por uma escrita múltipla e fragmentária menos presa à disciplina formal e diacrônica e mais experimental para produzir efeitos sincrônicos, explorando a idéia dos giros da espiral que se estendem ao infinito. Enfatizo que se trata não tanto de definir e classificar identidades e sujeitos na relação com o outro e, sim, de entrar na onda dos devires e da encorporaçãoaglomeração- devoração da antropofagia num movimento relacional, contínuo e de diferenciação. Deste modo, outros eus se enunciam através de amotinações que visam descolonizar o pensamento. / [en] This essay-thesis comes from my restlessness about the way the relationship between me and the others , between the subject and the object, insummary, between the subjectivizing process of the modernity / coloniality and the alterity or other non occidental gnosiologies. How to behave in front of the other ontologies, other epistemologies and other ethics when facing this different ways of knowledge and action? It would be impossible this investigation from the field of confront between differences, field that incorporates [embodies] at the debate the power of action of each concept , affection and perception, without rethinking the formula of the doctorate thesis and the academic research. I choose, in that case, for a multiple and fragmented writing less tightened to the formal and diachronic discipline and more experimental in order to produce synchronic effects, exploring the idea of the turns of the spiral which extend to the infinity. I emphasize that it does not deal with defining or classifying identities and subjects in relation with the other but in entering in the wave of becoming-intense and of emboding-gatherig-devouring of anthropophagy in a relational movement , continuous and differentiated. In this way, other me introduce themselves through the uprisings which aim to decolonize the thought.
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Nietzsche: Style and Perspectivism

Paton, Blake Alexander 04 1900 (has links)
Friedrich Nietzsche represents a radical departure from alroost all of the philosophical tradition which preceded him. His stylistic differences from the tradition in philosophy find their basis in his perspectivism1 a strong form of relativism. Perspectivism is the theory that there are an indefinite number of different perspectives on the world, none of which can legitimately claim to be the true definition of it. Nietzsche bases a number of interesting arguments about language, truth and logic on perspectivism. His perspectivism is problematic because it cannot be asserted as true without also encountering a paradox: if perspectivism is a definitive perspective on the world, then perspectivism is false. Nietzsche found a method of dealing with this paradox through his writing style itself, viz. through his style he exenplifies perspectivism without seriously asserting it. That means that his style constantly refers to and serves as an exanple of perspectivism, and yet he never plainly asserts that perspectivism is a true description of the world. Nietzsche's style is intended to distinguish him from the rest of the philosophical tradition because he thought that was the only way to have his ideas accepted: on his own terms standing in opposition to the rest of the tradition, especially Socrates. / Thesis / Master of Arts (MA)
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[en] LANGUAGE, CHILDHOOD AND PERSPECTIVISM IN WITTGENSTEIN S LATE WRITINGS / [pt] LINGUAGEM, INFÂNCIA E PERSPECTIVISMO NOS ESCRITOS MADUROS DE WITTGENSTEIN

CÉLIA CÂMARA DE ARAÚJO 27 October 2016 (has links)
[pt] Esta pesquisa examina cenas de alteridade radical entre crianças e adultos nos escritos maduros de Wittgenstein. Demonstra-se como tais cenas ajudam a construir uma visão da linguagem como forma de vida, capaz de recusar tanto o universalismo como o relativismo, em benefício de uma compreensão perspectivista. Os escritos de Ludwig Wittgenstein posteriores ao Tractatus Logico-Philosophicus, obra escrita ainda nos seus anos de juventude, são mais frequentemente compreendidos como um pensamento que tende ao relativismo, opondo-se, portanto, frontalmente ao trabalho inicial do filósofo. Esta pesquisa aponta para uma filosofia única, nos termos da interpretação que lhe dá o filósofo e pesquisador brasileiro Bento Prado Jr., para quem o télos da filosofia wittgensteiniana jamais se modificou. Assim, nem universalismo, nem relativismo seriam contemplados pelo pensamento de Wittgenstein, havendo, isto sim, uma filosofia perspectiva, aproximável, sob certos aspectos, daquelas que encontramos, por exemplo, em Nietzsche e Deleuze. Para melhor entendimento do perspectivismo na filosofia de Wittgenstein, e, em consonância com o projeto de pesquisa a que nos vinculamos, procedeu-se à análise do que se pode chamar de cenas de alteridade radical nos escritos wittgensteinianos – experimentos de pensamento que comparecem com muita frequência nos últimos escritos do filósofo. Trata-se de cenas imaginárias que figuram encontros, perplexidades e incompreensões entre selvagens e civilizados, loucos e sãos, orientais e ocidentais, crianças e adultos, e assim por diante. Nesses experimentos, manifesta-se o rigor do trabalho crítico de Wittgenstein sobre a linguagem e o significado, sempre concomitante à sua crítica da metafísica. Este trabalho se concentrou na identificação e análise de cenas relacionadas à alteridade adulto vs. criança, assumindo que o conceito de infância pode ser alargado em relação ao período cronológico a que frequentemente está vinculado, como propõe o filósofo italiano Giorgio Agamben. Averiguou-se, a partir do exame dessas cenas, em que medida essa alteridade funciona como índice de perspectivismo nos escritos da fase mais madura de Wittgenstein e em que medida as cenas de alteridade deixam entrever a ideia wittgensteiniana de forma de vida. Para compreender a elusiva noção de forma de vida em Wittgenstein, não nos esquivamos também de um encontro com a antropologia – área cujas preocupações centrais estão reconhecidamente presentes nos escritos do filósofo vienense. Privilegiamos, nesse encontro, o trabalho etnofilosófico do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro. A análise do Corpus wittgensteiniano em contágio com a etnofilosofia de Viveiros de Castro indica pontos de convergência entre o pensamento de Wittgenstein – e o das filosofias perspectivistas em geral – e a cosmologia ameríndia tal como apresentada por Viveiros de Castro. A pesquisa empreendida dá a ver uma modalidade wittgensteiniana de perspectivismo, as formas singulares com que o filósofo permite acolher uma multiplicidade de mundos na recusa básica da ideia de visão do mundo, na implosão da partição sujeito/objeto, no laço entre filosofia e poesia. / [en] This research focuses specifically on the examination of scenes of extreme alterity between children and adults, with the aim of demonstrating the way in which these scenes help to construct a vision of language as a form of life, managing to reject universalism as well as relativism, favouring instead a perspectivist understanding. Ludwig Wittgenstein s writings post-Tractatus Logico-Philosophicus, a work he completed in his younger years, are more often than not interpreted with a way of thinking which tends towards relativism and which directly contradicts the first work of the philosopher, most commonly interpreted as a work that tends towards universalism. This research points towards a singular philosophy, in terms of the interpretation put forward by Brazilian researcher and philosopher Bento Prado Jr., according to whom the telos of Wittgensteinian philosophy has never wavered. Thereby, neither universalism nor relativism are contemplated in the Wittgensteinian thinking, rather a perspective philosophy, comparable in certain aspects to the philosophy of, for example, Nietzsche and Deleuze. For a better understanding of perspectivism in Wittgenstein s philosophy, in harmony with the research project that we have adhered to, an analysis of what can be called scenes of radical alterity in Wittgenstinian writing has been undertaken – a type of thought experiment that occurs with great frequency in the late work of the philosopher. This appears in the form of imaginary scenes which depict encounters, perplexities and misunderstandings between savage and civilised individuals, crazy and sane individuals, easterners and westerners, children and adults, and so on. In these experiments, the rigour of Wittgenstein s critical work on language and meaning manifests itself, ever concomitant to his criticism of metaphysics. This work has been centered on the identification and analysis of scenes relating to adult versus child alterity, by assuming that the concept of childhood may be extended in relation to the chronological period with which it is frequently associated, as Italian philospher Giorgio Agamben proposes. The examination of such scenes has allowed the investigation into the extent to which this alterity works as an indication of perspectivism in the late writings of Wittgenstein and the extent to which the scenes of alterity illustrate the Wittgensteinian idea of the form of life. In order to understand the elusive notion of form of life according to Wittgenstein, we also must not avoid the ties to anthropology – the central questions of which are demonstrably present in the writings of the Viennese philosopher. In doing this, we give privilege to the ethnophilosophical work of anthropologist Eduardo Viveiros de Castro. The analysis of the Wittgensteinian corpus, coupled with the ethnophilosophy of Viveiros de Castro, indicates points of convergence between Wittgensteinian thought – and that of perspectivist philosophers in general – and Amerindian cosmology such as that presented by Viveiros de Castro. The research carried out sheds light on a Wittgensteinian form of perspectivism, the singular forms with which the philosopher allows the existance multiple worlds in the basic rejection of the idea of a world vision, in the implosion of the subject/object partition, in the ties between philosophy and poetry.

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