Esta dissertação trata de modos de funcionamento da norma no campo da sexualidade e relações de gênero em um contexto institucional e político-social de educação para diversidade, em que reiterações e transgressões à heteronormatividade são cotidianamente exercidas. Na contemporaneidade observa-se uma acentuada discursividade acerca das diversidades sexuais e de gênero, com valorização do assunto tanto na mídia quanto na agenda de políticas públicas. Nesta conjuntura, como uma das mais legitimadas instituições de nossa época, a escola é tomada como um espaço estratégico de luta e vem sendo convocada a discutir sexualidade e relações de gênero, gerando possibilidades de tensionamentos da temática no campo da educação. Porém, discursos, instituições e práticas são organizadas de forma heteronormativa em nossa sociedade e a atuação da norma pode provocar arranjos inusitados neste contexto de um projeto de educação para diversidade. Sob a égide da inclusão escolar e através de práticas pedagógicas para diversidade, “novas” sexualidades têm se tornado inteligíveis e aceitáveis, proporcionando reconhecimento e acesso a direitos a sujeitos antes marginalizados ou considerados abjetos. Mas, se por um lado a afirmação identitária e a defesa dos direitos humanos promovem o alargamento dos limites do considerado socialmente normal e a convivência de sujeitos outrora segregados com ampliação do nosso regime democrático, por outro lado também facilitam a normalização dos sujeitos, especificando-os e conformando modos de vida. A partir de uma perspectiva pós- estruturalista com aporte principalmente dos estudos foucaultianos, utilizei estratégias etnográficas em uma escola estadual da cidade de Porto Alegre com o objetivo de apreender e analisar o funcionamento de normas de sexualidade e gênero em um contexto eminentemente preocupado com uma educação para diversidade. Discuto como a heteronormatividade atravessa o dispositivo da sexualidade e se reatualiza por meio da pressuposição de heterossexualidade, pela marcação dos sujeitos que dissidem da norma, pela reafirmação de categorizações em padrões binários de sexualidade e gênero e pela domesticação da diversidade. Como a reiteração da norma é um processo nunca idêntico ao anteriormente exercido e nem completamente acabado, a eventual transgressão à norma e emersão do novo é sempre uma possibilidade instaurada nas práticas cotidianas. / This dissertation deals of modes of operartion in the norm field of sexuality and gender relations in an institutional and political-social context of education for diversity, in which reiterations and transgressions to heteronormativity are exercised routinely. In contemporary times there is a sharp discourse about sexual and gender diversity with an appreciation of the subject both in the media and in the public policy agenda. At this juncture, as one of most legitimate institutions of our time, the school is taken as a strategic space of struggle and has been convened to discuss sexuality and gender relations, generating possibilities of the thematic tensions in the field of education. However, discourses, institutions and practices are organized in a heteronormative way in our society and the actions of the standard may cause unusual arrangements in this context of a project of education for diversity. Under the aegis of school inclusion and through pedagogical practices for diversity, "new" sexualities have become intelligible and acceptable, providing recognition and access to rights to subjects previously marginalized or considered abject. But, if on one hand the identity affirmation and defense of human rights promote the expansion of the limits considered socially normal and the coexistence of subjects yore segregated with expansion of our democratic system, on the other hand also facilitate normalization of subjects, specifying and conforming the ways of life. From a poststructuralist perspective with input primarily from Foucault studies, I used ethnographic strategies in a public school in the city of Porto Alegre with the goal of understanding and analyzing the operation of norms of sexuality and gender in a context eminently concerned with education for diversity. I discuss how heteronormativity goes through the device of sexuality and renews through the presupposition of heterosexuality, by the marking of subjects that disagree with the norm, by the reaffirmation of categorizations in binary patterns of sexuality and gender and the domestication of diversity. As the reiteration of the norm is a process never identical to the previously exercised and not quite finished, the eventual transgression of the norm and emergence of the new is always a possibility brought in daily practices.

Esta dissertação trata de modos de funcionamento da norma no campo da sexualidade e relações de gênero em um contexto institucional e político-social de educação para diversidade, em que reiterações e transgressões à heteronormatividade são cotidianamente exercidas. Na contemporaneidade observa-se uma acentuada discursividade acerca das diversidades sexuais e de gênero, com valorização do assunto tanto na mídia quanto na agenda de políticas públicas. Nesta conjuntura, como uma das mais legitimadas instituições de nossa época, a escola é tomada como um espaço estratégico de luta e vem sendo convocada a discutir sexualidade e relações de gênero, gerando possibilidades de tensionamentos da temática no campo da educação. Porém, discursos, instituições e práticas são organizadas de forma heteronormativa em nossa sociedade e a atuação da norma pode provocar arranjos inusitados neste contexto de um projeto de educação para diversidade. Sob a égide da inclusão escolar e através de práticas pedagógicas para diversidade, “novas” sexualidades têm se tornado inteligíveis e aceitáveis, proporcionando reconhecimento e acesso a direitos a sujeitos antes marginalizados ou considerados abjetos. Mas, se por um lado a afirmação identitária e a defesa dos direitos humanos promovem o alargamento dos limites do considerado socialmente normal e a convivência de sujeitos outrora segregados com ampliação do nosso regime democrático, por outro lado também facilitam a normalização dos sujeitos, especificando-os e conformando modos de vida. A partir de uma perspectiva pós- estruturalista com aporte principalmente dos estudos foucaultianos, utilizei estratégias etnográficas em uma escola estadual da cidade de Porto Alegre com o objetivo de apreender e analisar o funcionamento de normas de sexualidade e gênero em um contexto eminentemente preocupado com uma educação para diversidade. Discuto como a heteronormatividade atravessa o dispositivo da sexualidade e se reatualiza por meio da pressuposição de heterossexualidade, pela marcação dos sujeitos que dissidem da norma, pela reafirmação de categorizações em padrões binários de sexualidade e gênero e pela domesticação da diversidade. Como a reiteração da norma é um processo nunca idêntico ao anteriormente exercido e nem completamente acabado, a eventual transgressão à norma e emersão do novo é sempre uma possibilidade instaurada nas práticas cotidianas. / This dissertation deals of modes of operartion in the norm field of sexuality and gender relations in an institutional and political-social context of education for diversity, in which reiterations and transgressions to heteronormativity are exercised routinely. In contemporary times there is a sharp discourse about sexual and gender diversity with an appreciation of the subject both in the media and in the public policy agenda. At this juncture, as one of most legitimate institutions of our time, the school is taken as a strategic space of struggle and has been convened to discuss sexuality and gender relations, generating possibilities of the thematic tensions in the field of education. However, discourses, institutions and practices are organized in a heteronormative way in our society and the actions of the standard may cause unusual arrangements in this context of a project of education for diversity. Under the aegis of school inclusion and through pedagogical practices for diversity, "new" sexualities have become intelligible and acceptable, providing recognition and access to rights to subjects previously marginalized or considered abject. But, if on one hand the identity affirmation and defense of human rights promote the expansion of the limits considered socially normal and the coexistence of subjects yore segregated with expansion of our democratic system, on the other hand also facilitate normalization of subjects, specifying and conforming the ways of life. From a poststructuralist perspective with input primarily from Foucault studies, I used ethnographic strategies in a public school in the city of Porto Alegre with the goal of understanding and analyzing the operation of norms of sexuality and gender in a context eminently concerned with education for diversity. I discuss how heteronormativity goes through the device of sexuality and renews through the presupposition of heterosexuality, by the marking of subjects that disagree with the norm, by the reaffirmation of categorizations in binary patterns of sexuality and gender and the domestication of diversity. As the reiteration of the norm is a process never identical to the previously exercised and not quite finished, the eventual transgression of the norm and emergence of the new is always a possibility brought in daily practices.

Esta dissertação trata de modos de funcionamento da norma no campo da sexualidade e relações de gênero em um contexto institucional e político-social de educação para diversidade, em que reiterações e transgressões à heteronormatividade são cotidianamente exercidas. Na contemporaneidade observa-se uma acentuada discursividade acerca das diversidades sexuais e de gênero, com valorização do assunto tanto na mídia quanto na agenda de políticas públicas. Nesta conjuntura, como uma das mais legitimadas instituições de nossa época, a escola é tomada como um espaço estratégico de luta e vem sendo convocada a discutir sexualidade e relações de gênero, gerando possibilidades de tensionamentos da temática no campo da educação. Porém, discursos, instituições e práticas são organizadas de forma heteronormativa em nossa sociedade e a atuação da norma pode provocar arranjos inusitados neste contexto de um projeto de educação para diversidade. Sob a égide da inclusão escolar e através de práticas pedagógicas para diversidade, “novas” sexualidades têm se tornado inteligíveis e aceitáveis, proporcionando reconhecimento e acesso a direitos a sujeitos antes marginalizados ou considerados abjetos. Mas, se por um lado a afirmação identitária e a defesa dos direitos humanos promovem o alargamento dos limites do considerado socialmente normal e a convivência de sujeitos outrora segregados com ampliação do nosso regime democrático, por outro lado também facilitam a normalização dos sujeitos, especificando-os e conformando modos de vida. A partir de uma perspectiva pós- estruturalista com aporte principalmente dos estudos foucaultianos, utilizei estratégias etnográficas em uma escola estadual da cidade de Porto Alegre com o objetivo de apreender e analisar o funcionamento de normas de sexualidade e gênero em um contexto eminentemente preocupado com uma educação para diversidade. Discuto como a heteronormatividade atravessa o dispositivo da sexualidade e se reatualiza por meio da pressuposição de heterossexualidade, pela marcação dos sujeitos que dissidem da norma, pela reafirmação de categorizações em padrões binários de sexualidade e gênero e pela domesticação da diversidade. Como a reiteração da norma é um processo nunca idêntico ao anteriormente exercido e nem completamente acabado, a eventual transgressão à norma e emersão do novo é sempre uma possibilidade instaurada nas práticas cotidianas. / This dissertation deals of modes of operartion in the norm field of sexuality and gender relations in an institutional and political-social context of education for diversity, in which reiterations and transgressions to heteronormativity are exercised routinely. In contemporary times there is a sharp discourse about sexual and gender diversity with an appreciation of the subject both in the media and in the public policy agenda. At this juncture, as one of most legitimate institutions of our time, the school is taken as a strategic space of struggle and has been convened to discuss sexuality and gender relations, generating possibilities of the thematic tensions in the field of education. However, discourses, institutions and practices are organized in a heteronormative way in our society and the actions of the standard may cause unusual arrangements in this context of a project of education for diversity. Under the aegis of school inclusion and through pedagogical practices for diversity, "new" sexualities have become intelligible and acceptable, providing recognition and access to rights to subjects previously marginalized or considered abject. But, if on one hand the identity affirmation and defense of human rights promote the expansion of the limits considered socially normal and the coexistence of subjects yore segregated with expansion of our democratic system, on the other hand also facilitate normalization of subjects, specifying and conforming the ways of life. From a poststructuralist perspective with input primarily from Foucault studies, I used ethnographic strategies in a public school in the city of Porto Alegre with the goal of understanding and analyzing the operation of norms of sexuality and gender in a context eminently concerned with education for diversity. I discuss how heteronormativity goes through the device of sexuality and renews through the presupposition of heterosexuality, by the marking of subjects that disagree with the norm, by the reaffirmation of categorizations in binary patterns of sexuality and gender and the domestication of diversity. As the reiteration of the norm is a process never identical to the previously exercised and not quite finished, the eventual transgression of the norm and emergence of the new is always a possibility brought in daily practices.

[pt] Este estudo objetiva mapear e analisar os casos de violências contra a diversidade sexual e de gênero registrados através de Boletins de Ocorrências (B.Os.) em delegacias da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Sergipe (SSP/SE) entre os anos de 2015 e 2018, verificando de que forma esses tipos de violência se apresentam na realidade sergipana, como são notificados e encaminhados pela Polícia Civil. O mapeamento foi realizado no sistema da intranet da SSP/SE com a utilização de 32 palavras-chave que serviram como fonte de busca, onde foram encontradas 5.100 denúncias oficiais notificadas em 71 delegacias (especializadas e não especializadas) da SSP/SE. Após o processo de triagem e filtragem dos dados, foram selecionados 305 B.Os. com violências de caráter homofóbico, transfóbico e homotransfóbico. O caminho metodológico utilizado pautou-se em uma análise quali-quantitativa, descritiva e documental centrada teoricamente nos conceitos de habitus, campo e capital de Pierre Bourdieu e em autores que discutem violência homotransfóbica, segurança pública e diversidade sexual e de gênero. Como resultados, observa-se que a maioria das denúncias aqui analisadas foi notificada em delegacias especializadas, apresentando 9 tipos diferenciados de opressão interseccionais, a saber: sexismo, aporofobia, racismo, sorofobia, gordofobia, preconceito contra pessoas com deficiência, ageísmo e xenofobia. Na grande maioria dos casos, a violência é reincidente de diversas tipologias e provoca graves consequências em suas vítimas e noticiantes não vítimas, atingindo a todos os agentes sociais, independentemente de sua orientação sexual, identidade de gênero características sexuais e/ou expressões de gênero. A homotransfobia é reproduzida socialmente através do habitus cis-heteronormativo sócio-historicamente construído, só podendo ser desconstruída quando vista como um problema de caráter social que demanda de todos o papel de protagonistas neste processo, demonstrando a necessidade de mudanças para muito além do que se pode operar, a partir de políticas de segurança pública. / [en] This study aims to map and analyze cases of targeted and gender diversified violence recorded through the police reports of the State Public Security Service (SSP/SE) of the State of Sergipe between the years of 2015 and 2018, verifying how these types of violence present themselves in Sergipe s reality and how they are notified and forwarded by the civil police. The mapping was carried out on the SSP / SE intranet system with the use of 32 keywords that served as a search source, where 5100 official complaints were found in 71 SSP / SE police stations (specialized and non-specialized). After sorting and filtering the data, 305 police reports with homophobic, transphobic and homotransphobic character were selected. The methodological approach used was based on a qualitative-quantitative, descriptive and documentary analysis theoretically centered on the concepts of habitus, field and capital by Pierre Bourdieu and on authors who discuss homotransphobic violence, public security and sexual and gender diversity. As a result, it was observed that most of the complaints here analyzed were notified in specialized police stations, presenting 9 different types of intersectional oppression as: sexism, aporophobia, racism, serophobia, fatphobia, ableism, ageism and xenophobia. In the vast majority of cases, violence is recurrent, occurs in several different forms and causes serious consequences for its victims and non-victim denouncers, affecting all social agents regardless of their sexual orientation, gender identity and/or sexual characteristics. Homotransphobia is socially reproduced through the sociohistorically constructed cisheteronormative habitus, which can only be deconstructed when viewed as a social problem which demands everyone s role as protagonists in this process, demonstrating the need for changes far beyond of what can be operated from public security policies.

[ES] Cada vez son más visibles las violaciones de derechos que en todo el planeta vivimos las personas LGTBIQ+. Poco a poco, el sector de la Cooperación es cada vez más sensible a estos sistemas de opresión y dominación, provocados por un modelo dominante que es neoliberal, etnocéntrico y heteronormativo. Así pues, he planteado una aproximación a este modelo que permita comprenderlo en su complejidad para que, las acciones de apoyo a las personas y organizaciones LGTBIQ+ que se lleven a cabo, puedan generar cambios transformadores. Para poder hacer frente a dicho modelo he elaborado un marco teórico que denomino Cooperación Transformadora no Normativa la cual, desde el enfoque de la interseccionalidad, incorpora la Diversidad sexual y de género. A partir de este marco teórico, he analizado las experiencias de tres organizaciones de Euskadi. El paradigma desde el que he llevado a cabo este proceso ha sido la Investigación Acción con una perspectiva de metodología de investigación feminista y desde el enfoque dialógico. Así pues, las organizaciones participantes han sido sujetos y no objetos de investigación. Además de profundizar sobre la incorporación de la Diversidad sexual y de género en las iniciativas de Cooperación y Educación para la Transformación Social que se llevan a cabo, también he abordado su incorporación a la cultura organizacional. Junto a estas tres organizaciones he podido identificar unas conclusiones, así como unas líneas de mejora, que pueden orientar futuras prácticas de Cooperación Transformadora no Normativa, para que se puedan generar procesos de cambio social, y no una reproducción del modelo dominante. / [CA] Cada vegada són més visibles les violacions de Drets que en tot el planeta vivim les persones LGTBIQ+. A poc a poc, el sector de la Cooperació és cada vegada més sensible a aquests sistemes d'opressió i dominació, provocats per un model dominant que és neoliberal, etnocèntric i heteronormatiu. Així doncs, he plantejat una aproximació a aquest model que permeta comprendre-ho en la seua complexitat perquè, les accions de suport a les persones i organitzacions *LGTBIQ+ que es duguen a terme, puguen generar canvis transformadors. Per a poder fer front a aquest model he elaborat un marc teòric que denomine Cooperació Transformadora no Normativa la qual, des de l'enfocament de la interseccionalitat, incorpora la Diversitat sexual i de gènere. A partir d'aquest marc teòric, he analitzat les experiències de tres organitzacions d'Euskadi. El paradigma des del qual he dut a terme aquest procés ha sigut la Investigació Acció amb una perspectiva de metodologia d'investigació feminista i des de l'enfocament dialògic. Així doncs, les organitzacions participants han sigut subjectes i no objectes d'investigació. A més d'aprofundir sobre la incorporació de la Diversitat sexual i de gènere en les iniciatives de Cooperació i Educació per a la Transformació Social que es duen a terme, també he abordat si s'incorpora a la cultura organitzacional. Així doncs, al costat d'aquestes tres organitzacions he pogut identificar unes conclusions, així com una línies de millora, que poden orientar futures pràctiques de Cooperació Transformadora no Normativa. Perquè es puguen generar processos de canvi social i no una reproducció del model dominant. / [EN] The violations of rights experienced by LGTBIQ+ people all over the world are becoming more and more visible. Little by little, the cooperation sector is becoming increasingly sensitive to these systems of oppression and domination, caused by a dominant model that is neoliberal, ethnocentric and heteronormative. Therefore, I have proposed an approach to this model that allows us to understand it in its complexity so that the actions carried out in support of LGTBIQ+ people and organizations can generate transformative changes. In order to address this model, I have developed a theoretical framework that I call Non-Normative Transformative Cooperation which, from the intersectionality approach, incorporates sexual and gender diversity. Based on this theoretical framework, I have analysed the experiences of three organizations in the Basque Country. The paradigm from which I have carried out this process has been Action Research with a feminist research methodology perspective and from a dialogical approach. Thus, the participating organizations have been subjects and not objects of research. In addition to exploring the incorporation of sexual and gender diversity in the initiatives of Cooperation and Education for Social Transformation that are carried out, I have also addressed whether it is incorporated into the organizational culture. Thus, together with these three organizations, I have been able to identify some conclusions, as well as lines of improvement, that can guide future practices of non-normative Transformative Cooperation. So that processes of social change can be generated and not a reproduction of the dominant model. / Altamira Basterrechea, JF. (2024). Oportunidades para una cooperación transformadora no normativa. Un análisis desde la perspectiva interseccional de los proyectos de diversidad sexual y de género de las Organizaciones no gubernamentales para el desarrollo [Tesis doctoral]. Universitat Politècnica de València. https://doi.org/10.4995/Thesis/10251/202741

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Esse trabalho se desenvolve a partir da identificação de uma trama de atores, discursos e jogos de poder no cenário brasileiro contemporâneo, na constituição de uma nova categoria social para as politicas públicas brasileiras, os adolescentes LGBT. O processo de construção desse adolescente LGBT está articulado a um processo mais amplo de constituição dessa nova população denominada LGBT, como sujeitos de direitos especiais para o conjunto de atores que configuram o Estado brasileiro na sua multiplicidade e contradições. A construção dessa nova categoria social se dá a partir do entrecruzamento de vários atores e múltiplas concepções e moralidades em relação à sexualidade e ao gênero, articuladas a questões ligadas à forma como os jovens são vistos e tratados pelo mundo adulto. O trabalho discute como diferentes atores ligados à formulação e implementação de políticas públicas lidam com esse jovem e que discursos são acionados. A primeira parte do trabalho apresenta um panorama de como a articulação entre diversidade sexual e de gênero e adolescência se apresenta (ou não) em documentos relacionados ao campo dos direitos humanos e políticas sociais, a partir das seguintes áreas programáticas e políticas setoriais: (i) Direitos da Criança e do Adolescente; (ii) Direitos da Juventude; (iii) Direitos da População LGBT; (iv) Direitos Humanos; (v) Saúde; (vi) Assistência Social; (vii) Educação. A segunda parte do trabalho se propõe a acompanhar os embates em relação à articulação entre diversidade sexual e de gênero e adolescência a partir de duas experiências: (i) apresento e discuto a trajetória do Projeto Escola sem Homofobia, ligado ao Ministério da Educação, e a polêmica produzida por sua elaboração, remontando ao conjunto de atores, arenas e disputas que ele envolveu; (ii) a partir da experiência dos Centros de Cidadania LGBT do Estado do Rio de Janeiro, serviços governamentais previstos no Programa Rio sem Homofobia, apresento e discuto o conjunto de discursos e atores institucionais que interpelam e são acionados pelos Centros, a partir das demandas trazidas e/ou relacionadas aos adolescentes. / This work stems from the identification of a network of actors, discourses and power plays in contemporary Brazilian society, the formation of a new social category to Brazilian public policy, the "LGBT teens." The process of constructing this "LGBT teen" is hinged to a wider process of constitution of this new population called "LGBT" as subjects of special rights for the set of actors that shape the Brazilian "state" - in its multiplicity and contradictions. The construction of this new social category starts from the intersection of several actors and multiple conceptions and morals regarding sexuality and gender, articulated to issues regarding the way young people are viewed and treated by the adult world. The paper discusses how different actors linked to the formulation and implementation of public policies deal with these young people and the discourses triggered by them. The first part of the paper presents an overview of how the relationship between sexual and gender diversity and adolescence presents itself (or not) in documents related to the field of human rights and social policies, from the following programmatic and sectoral policy areas: (i) Children and Adolescents rights, (ii) Youth rights (iii) LGBT rights, (iv) human rights, (v) health, (vi) social services, (vii) education. The second part of the study aims to monitor the conflicts related to the relationship between sexual and gender diversity and adolescence based on two experiences: (i) I present and discuss the history of the School without Homophobia Project, linked to the Ministry of Education, and the controversy generated by its development, going back to the set of actors, arenas and disputes that it involved, (ii) from the Centers for LGBT Citizenship of the State of Rio de Janeiro, government services provided in the Rio without Homophobia program, I present and discuss the set of discourses and institutional actors that challenge and are triggered by the Centers due to demands brought up by and/or related to teenagers.

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Esse trabalho se desenvolve a partir da identificação de uma trama de atores, discursos e jogos de poder no cenário brasileiro contemporâneo, na constituição de uma nova categoria social para as politicas públicas brasileiras, os adolescentes LGBT. O processo de construção desse adolescente LGBT está articulado a um processo mais amplo de constituição dessa nova população denominada LGBT, como sujeitos de direitos especiais para o conjunto de atores que configuram o Estado brasileiro na sua multiplicidade e contradições. A construção dessa nova categoria social se dá a partir do entrecruzamento de vários atores e múltiplas concepções e moralidades em relação à sexualidade e ao gênero, articuladas a questões ligadas à forma como os jovens são vistos e tratados pelo mundo adulto. O trabalho discute como diferentes atores ligados à formulação e implementação de políticas públicas lidam com esse jovem e que discursos são acionados. A primeira parte do trabalho apresenta um panorama de como a articulação entre diversidade sexual e de gênero e adolescência se apresenta (ou não) em documentos relacionados ao campo dos direitos humanos e políticas sociais, a partir das seguintes áreas programáticas e políticas setoriais: (i) Direitos da Criança e do Adolescente; (ii) Direitos da Juventude; (iii) Direitos da População LGBT; (iv) Direitos Humanos; (v) Saúde; (vi) Assistência Social; (vii) Educação. A segunda parte do trabalho se propõe a acompanhar os embates em relação à articulação entre diversidade sexual e de gênero e adolescência a partir de duas experiências: (i) apresento e discuto a trajetória do Projeto Escola sem Homofobia, ligado ao Ministério da Educação, e a polêmica produzida por sua elaboração, remontando ao conjunto de atores, arenas e disputas que ele envolveu; (ii) a partir da experiência dos Centros de Cidadania LGBT do Estado do Rio de Janeiro, serviços governamentais previstos no Programa Rio sem Homofobia, apresento e discuto o conjunto de discursos e atores institucionais que interpelam e são acionados pelos Centros, a partir das demandas trazidas e/ou relacionadas aos adolescentes. / This work stems from the identification of a network of actors, discourses and power plays in contemporary Brazilian society, the formation of a new social category to Brazilian public policy, the "LGBT teens." The process of constructing this "LGBT teen" is hinged to a wider process of constitution of this new population called "LGBT" as subjects of special rights for the set of actors that shape the Brazilian "state" - in its multiplicity and contradictions. The construction of this new social category starts from the intersection of several actors and multiple conceptions and morals regarding sexuality and gender, articulated to issues regarding the way young people are viewed and treated by the adult world. The paper discusses how different actors linked to the formulation and implementation of public policies deal with these young people and the discourses triggered by them. The first part of the paper presents an overview of how the relationship between sexual and gender diversity and adolescence presents itself (or not) in documents related to the field of human rights and social policies, from the following programmatic and sectoral policy areas: (i) Children and Adolescents rights, (ii) Youth rights (iii) LGBT rights, (iv) human rights, (v) health, (vi) social services, (vii) education. The second part of the study aims to monitor the conflicts related to the relationship between sexual and gender diversity and adolescence based on two experiences: (i) I present and discuss the history of the School without Homophobia Project, linked to the Ministry of Education, and the controversy generated by its development, going back to the set of actors, arenas and disputes that it involved, (ii) from the Centers for LGBT Citizenship of the State of Rio de Janeiro, government services provided in the Rio without Homophobia program, I present and discuss the set of discourses and institutional actors that challenge and are triggered by the Centers due to demands brought up by and/or related to teenagers.

Les personnes LGBTQI+ migrantes portent plusieurs identités minoritaires et par ce fait, sont plus à risque de subir plusieurs formes de discrimination et d’oppression, tel que l’homo-lesbo-bitransphobie, le racisme, le sexisme et/ou la xénophobie. Bien qu’il y ait un intérêt grandissant à l’échelle internationale dans la recherche auprès des communautés LGBTQI+ migrantes, peu de recherches portent sur les pratiques de soutien par les pairs auprès de cette population. Ma démarche de recherche a été inscrite dans une recherche communautaire plus large menée par Dr. Edward Lee en partenariat avec AGIR (Action LGBTQI+ avec les immigrant·e·s et les réfugié·e·s). AGIR est un organisme communautaire qui soutient les personnes migrantes LGBTQI+ et en particulier les réfugié·e·s et les demandeur·se·s d’asile LGBTQI+ à Montréal. Nous avons mobilisé la théorie intersectionnelle et le modèle du stress minoritaire pour analyser un total de (N=14) entretiens qualitatifs semi-dirigés auprès des membres soutenu·e·s, membres du conseil d’administration, membres de l’équipe de soutien et employé·e·s qui sont actuellement ou ont été historiquement impliqués au sein d'AGIR. Des retombées positives du soutien par les pairs ont été constatées en lien avec la santé mentale et le bien-être, la navigation sociale et les relations sociales. Toutefois, des défis en lien avec l’ambiguïté du rôle du-de la pair·e, le manque de formations et de supervision, le risque de burnout et de trauma vicariant ont été identifiés. Finalement, nous avons formulé neuf recommandations en lien avec les récits des participant·e·s pour favoriser le modèle de soutien par les pair·e·s au sein d’AGIR. / LGBTQI + migrants have multiple minority identities and therefore are more at risk of suffering several forms of discrimination and oppression, such as homo-lesbo-bi-transphobia, racism, sexism and/or xenophobia. Although the interest in research with LGBTQI+ migrant communities is increasing internationally, there are few research projects on peer support practices among this population. My research approach is part of a larger community-based research led by Dr. Edward Lee in partnership with AGIR (Action LGBTQI + with immigrants and refugees). AGIR is a community organization that supports LGBTQI+ migrants and in particular LGBTQI + refugees and asylum seekers in Montreal. We mobilized intersectional theory and the minority stress model to analyze a total of (N = 14) qualitative semi-structured interviews with supported members, board members, support team members and employees currently or historically involved within AGIR. Positive results regarding AGIR’s peer support are related to mental health and well-being, social navigation and social relationships. However, challenges related to the ambiguity of the peer role, the lack of training and supervision, and the risk of burnout and vicarious trauma have been identified. Finally, we suggested nine recommendations in connection with participants’ experiences, to promote the peer support model within AGIR. / Las personas migrantes LGBTQI + portan varias identidades minoritarias y, por lo tanto, corren un mayor riesgo de sufrir diversas formas de discriminación y opresión, como la homo-lesbo-bi-transfobia, el racismo, el sexismo y/o la xenofobia. Aunque existe un creciente interés internacional en la investigación con comunidades LGBTQI+ migrantes, poca investigación se ha centrado en las prácticas de apoyo entre pares en esta población. El presente proyecto de investigación fue parte de una investigación comunitaria más grande dirigida por el Dr. Edward Lee en asociación con AGIR (Acción LGBTQI + con inmigrantes y refugiados). AGIR es una organización comunitaria que apoya a los migrantes LGBTQI + y en particular a los refugiados y solicitantes de asilo LGBTQI+ en Montreal. En este proyecto mobilizamos la teoría interseccional y el modelo de estrés minoritario para analizar un total de (N = 14) entrevistas semiestructuradas cualitativas con miembros usuarixs, miembros del consejo de administración, miembros del equipo de apoyo y empleadxs que están actualmente o han estado involucradxs históricamente en AGIR. Este proyecto a documentado efectos positivos del apoyo entre pares en relación con la salud mental y el bienestar, la navegación social y las relaciones sociales. Sin embargo, se han identificado desafíos relacionados con la ambigüedad del rol de los pares, la falta de capacitación y supervisión, el riesgo de burnout y de trauma indirecto. Finalmente, hicimos nueve recomendaciones relacionadas con las experiencias de los participantes para promover el modelo de apoyo entre pares dentro de AGIR.