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[en] CINEMA AND THE OFFICIAL UNITED STATES DISCOURSE ON WAR ON DRUGS: THE FILM MISS BALA / [pt] O CINEMA E O DISCURSO OFICIAL NORTE-AMERICANO SOBRE A GUERRA ÀS DROGAS: O FILME MISS BALA

JULIA PERES GUIMARAES 30 June 2015 (has links)
[pt] Esta dissertação parte do estudo da teoria acerca do pós-modernismo a fim de explorar a noção de que as formas de arte permitem interrupções conceituais que são capazes de desafiar as hierarquias dominantes de pensamento e de propor soluções alternativas de estruturação da experiência sensorial. As obras de Fredric Jameson e Jacques Derrida – entre outros autores – serão cruciais para examinar noções-chave como a obliteração das fronteiras e diferenças culturais entre as disciplinas e a desconstrução de oposições binárias e suas hierarquias de valores. O argumento fundamental defendido é o de que os gêneros artísticos são capazes de reorientar pensamentos e gerar reflexões a partir de/entre diferentes faculdades intelectuais e sensoriais, revelando as contingências culturais das categorias tradicionais de pensamento tradicionais e permitindo assim o surgimento de interpretações culturais subversivas que desafiam as perspectivas dominantes e significados textuais fixos. Ao focar no trabalho de Jacques Rancière e Michael Shapiro, o cinema será enfatizado como uma forma de arte única devido ao seu potencial de enquadramento e reformulação de realidades políticas embutidas em discursos oficiais de guerra. Assim, o filme Miss Bala (México, Gerardo Naranjo, 2011) será investigado, a fim de sugerir críticas diferenciadas ao discurso oficial do governo dos Estados Unidos a respeito das políticas contra o tráfico de drogas ilícitas, especialmente no México. Determinados recursos cinematográficos empregados pelo diretor serão estudados, a saber: o predomínio do ser centrífugo (estilo de filmagem onde a câmera seguem de perto e por trás o personagem), o foco invisível na imagem do fora-de-campo, e, as materializações de encontros tanto móveis (a multiplicidade e variedade de cenas em automóveis) quanto fixas (apropriação do corpo da personagem principal através das várias cenas onde ela se despe/veste/é despida/vestida). Cada um destes recursos estéticos será estudado com o auxílio de fotografias do cenas do filme em paralelo a temas centrais na discussão sobre o tráfico de drogas no México, a fim de levantar questões críticas e alternativas, e, em última análise, corroborar a noção de que – como afirma Michael Shapiro – as imagens de fato pensam politicamente. / [en] The dissertation will explore postmodernist theory and practice in order to establish the notion that art forms allow for conceptual disruptions that are able to challenge dominant hierarchies of thought and propose alternative means of structuring sensory experience. The works of Fredric Jameson and Jacques Derrida – amongst other scholars – will be crucial to examine key notions such as the obliteration of the boundaries between disciplines and cultural distinctions, and the deconstruction of binary oppositions and their hierarchies of values. It will be argued that artistic genres are able to reorient thoughts and generate reflection amongst different faculties, revealing the cultural contingencies of philosophical categories and allowing for the emergence of subversive interpretations that challenge dominant cultural perspectives and fixede textual meanings. By focusing on the work of Jacques Rancière and Michael Shapiro, emphasis will be placed on cinema as an art form due to its unique potential in reframing realities and challenging official discourses embedded in war policies. Hence, the film Miss Bala (Gerardo Naranjo, 2011) will be investigated in order to advance differentiated critical insights to the dominant official discourse offered by the United States government regarding its policies towards the illicit drug trade, especially in relation to Mexico. Thus, distinctive cinematic resources employed by the director will be studied, namely: the predominance of the centrifugal being (steadicam-driven style camera movements that follow the main character at arms length from behind); the invisible focus on the out-of-field; and, materializations of encounter taking place on mobile sites (the multiplicity and variety of car scenes) and fixed sites (appropriation of the main character s body through the multiple scenes of (un)dressing and being (un)dressed). Each of these aesthetic resources will be studied in consonance with central themes in debate about illegal drug trade in Mexico, in order to raise alternative critical questions and ultimately to endorse the notion that, as Michael Shapiro asserts, images can and do think politically.
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[en] DRUG MOMS, DRUG WARRIORS: GENDER PERFORMANCES AND THE PRODUCTION OF (IN)SECURITY IN THE DISCURSIVE CONSTRUCTION OF THE WAR ON DRUGS TOWARD LATIN AMERICA / [pt] DRUG MOMS, DRUG WARRIORS: PERFORMANCES DE GÊNERO E PRODUÇÃO DA (IN)SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DA GUERRA ÀS DROGAS PARA A AMÉRICA LATINA

ANA CLARA TELLES CAVALCANTE DE SOUZA 25 January 2016 (has links)
[pt] A presente dissertação busca oferecer uma leitura crítica sobre as performances militarizadas de (in)segurança que constituem a guerra às drogas na América Latina. Entendemos a guerra às drogas como um conjunto de normas, políticas e saberes relacionado ao controle, via proibição, de drogas ilícitas , que prioriza estratégias militarizadas nas tentativas de suprimir a produção e a comercialização dessas substâncias pela via da oferta e que opera primordialmente através da cooperação bilateral ou multilateral com agências estatais e atores políticos estadunidenses. Situamos a discussão proposta no contexto mais amplo das leituras feministas/de gênero, pós-estruturais e póscoloniais sobre Relações Internacionais e segurança internacional, com foco no processo de construção de imaginários políticos sobre o mundo social através de performances (discursivas e não discursivas) de (in)segurança. Utilizamos como principal (embora não única) estratégia de pesquisa a análise de discurso, olhando para as principais práticas discursivas da guerra às drogas que se colocam como discursos oficiais do Estado estadunidense. Argumentamos que as performances militarizadas da guerra às drogas são tornadas possíveis por uma forma de imaginar as relações internacionais que constrói o Estado nacional moderno como sujeito primordial da política internacional através da (re)produção de fronteiras de (in)segurança. Mais ainda, esse processo reflete complexas hierarquias e dinâmicas de poder que também são informadas por performances de gênero – seja a fluida dualidade entre feminilidades e masculinidades , seja a contraposição entre uma masculinidade hegemônica e masculinidades e feminilidades subalternas . Nesse sentido, a guerra às drogas é tornada possível pelo mesmo imaginário político que (re)produz: um que (re)afirma as fronteiras de possibilidade da política (inter)nacional. / [en] This dissertation aims at offering a critical reading on the militarized (in)security performances that constitute the war on drugs in Latin America. We understand the war on drugs as a cluster of norms, policies and knowledge related to the control, via prohibition, of illicit drugs that prioritizes militarized strategies in their attempts to inhibit the production and commercialization of such substances at the supply side and that operates primarily through bilateral or multilateral cooperation with state agencies and political actors from the United States. We locate our discussion within the wider context of feminist/gender, poststructural and post-colonial studies, focusing on the process of construction the social world through (discursive and non discursive) (in)security performances. Our primary research strategy (among others) consists on discourse analysis, in order to look at the main discursive practices of the war on drugs that posit themselves as the official discourses of the United States as a state. We argue that the militarized performances of the war on drugs are rendered possible by a political imaginary on international relations that constructs the modern nation state as the primordial subject of world politics through the reproduction of borders of (in)security. Moreover, this process reveals complex power hierarchies and dynamics that are also informed by gender performances - being those the fluid duality between femininities and masculinities or the contraposition between a hegemonic masculinity and subaltern masculinities and femininities . In this sense, the war on drugs becomes possible by the same political imaginary that it (re)produces: one that (re)affirms the borders of possibility of (inter)national politics.
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[en] PRISON OR MASS GRAVE: (NECRO)POLITICS OF DRUGS AND BESIEGED TERRITORIES IN POST-DICTATORSHIP RIO DE JANEIRO / [pt] PRISÃO OU VALA: (NECRO)POLÍTICA DE DROGAS E TERRITÓRIOS SITIADOS NO RIO DE JANEIRO PÓS-DITADURA

MATHEUS GUIMARAES DE BARROS 27 April 2023 (has links)
[pt] A presente dissertação busca contribuir para desvelar a racionalidade colonialista da guerra às drogas que tem orientado a política de segurança pública do estado do Rio de Janeiro desde o fim do regime militar. Trata-se de uma pesquisa com natureza teórica que mobiliza diferentes fontes: bibliográficas, estatísticas, legislativas e, ocasionalmente, jornalísticas. Sua base epistemológica é o conceito de necropolítica, entendido como centro gravitacional de uma reflexão mais ampla desenvolvida por Achille Mbembe sobre o mundo contemporâneo. Considerando o recorte temporal que vai de 1988 a 2018, demonstra-se que a guerra às drogas fluminense faz parte de uma engrenagem racista que, respaldada pela branquitude e impulsionada pela violência estatal própria do neoliberalismo, perpetua sofisticadamente o processo secular de extermínio da população pobre e negra, moradora de favelas e periferias. Essa guerra move e legitima, nos territórios urbanos pauperizados, uma gestão governamental pelo terror, praticada mediante o rompimento de limites ao exercício do poder de matar, direta ou indiretamente, os corpos julgados descartáveis e hostis, inimigos do projeto civilizatório brasileiro, agora encampados na imagem racializada do traficante. A prisão e a vala são tomadas, aqui, como duas expressões fundamentais dessa dinâmica genocida. Este trabalho ainda ressalta a importância de um outro modo de lidar com a questão das drogas, distinto do proibicionismo de guerra, sem deixar de lado a necessidade de uma crítica radical da própria lógica bélico-colonial que o sustenta, o que exige colocar na ordem do dia o questionamento tanto da hegemonia neoliberal quanto da conservação histórica de privilégios brancos no Brasil. / [en] This dissertation is aimed at unveiling the colonialist rationality of the war on drugs that has informed public security policy in the state of Rio de Janeiro since the end of the military regime. It is a theoretical study based on bibliographic, statistical, legislative, and, occasionally, journalistic sources. Its epistemological foundation is the concept of necropolitics, which Achille Mbembe developed as the gravitational center of a more comprehensive reflection on the modern world. Considering the period between 1988 and 2018, we demonstrate that the war on drugs in Rio de Janeiro is part of a racist mechanism that, backed by whiteness and propelled by the state violence typical of neoliberalism, sophisticatedly perpetuates the secular process of extermination of the poor and black people who live in the favelas and outskirts. This war moves and legitimizes, in impoverished urban areas, a governmental management through terror by exceeding the limits of power in order to kill, directly or indirectly, bodies deemed disposable and hostile, enemies of the Brazilian civilizing project, now embodied in the racially constructed image of the drug dealer. Prison and mass grave are seen as two basic manifestations of this genocidal dynamic in this context. This study further points to the importance of another way to deal with the drug issue, one that is different from war prohibitionism, without leaving aside the necessity of a radical critique of the war-like rationale that sustains it, which demands questioning both the neoliberal hegemony and the historical preservation of white privilege in Brazil.

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