• Refine Query
  • Source
  • Publication year
  • to
  • Language
  • 197
  • 1
  • 1
  • Tagged with
  • 200
  • 200
  • 96
  • 87
  • 42
  • 35
  • 30
  • 28
  • 26
  • 25
  • 23
  • 21
  • 20
  • 19
  • 19
  • About
  • The Global ETD Search service is a free service for researchers to find electronic theses and dissertations. This service is provided by the Networked Digital Library of Theses and Dissertations.
    Our metadata is collected from universities around the world. If you manage a university/consortium/country archive and want to be added, details can be found on the NDLTD website.
21

Ação da adenosina extracelular sobre uma linhagem de célula estrelada hepática tratada com TNF-[alfa] : papel do receptor A2B

Jardim, Fernanda Rafaela January 2008 (has links)
Fibrose hepática é caracterizada pelo acúmulo de matriz extracelular fibrótica, cuja presença danifica as funções do fígado. Células estreladas hepáticas (HSCs) participam ativamente deste processo, modificando seu fenótipo quiescente, rico em lipídios no citoplasma, para o fenótipo ativado, em resposta ao insulto fibrogênico. A regressão do processo fibrótico pode, inclusive, estar relacionada com a apoptose das HSCs e também com sua reversão fenotípica, do estado ativado ao estado quiescente. Adenosina tem papel hepatoprotetor bem conhecido e medeia várias ações antiinflamatórias em diferentes tipos celulares e condições patológicas. TNF-α é uma citocina pró-inflamatória com importantes funções no início e perpetuação do processo fibrogênico. Tendo em vista o papel antiinflamatório da adenosina, este trabalho investigou, em linhagem de HSC em cultura - GRX -, as ações desse nucleosídeo em presença ou ausência dos sinais inflamatórios que acompanham o tratamento com TNF- α. Assim, foram analisados os efeitos da adenosina extracelular na síntese lipídica, avaliando a reversão fenotípica da GRX, e a apoptose em resposta à adenosina e/ou TNF-α. Além disso, a regulação dos níveis de adenosina extracelular, bem como a presença dos receptores de adenosina foram investigadas. O efeito de adenosina e/ou TNF-α sobre a produção de óxido nítrico (NO) e atividade e expressão de gelatinases (MMP-9 e -2), ambos importantes mediadores na fibrose hepática, também foram alvo deste estudo. Nossos resultados mostram a presença do receptor de adenosina A2B (A2BR), e a regulação dos níveis extracelulares de adenosina por TNF-α, através do aumento da atividade ecto-adenosina deaminase. Além disso, demontramos que adenosina extracelular não modifica a síntese de lipídios nas células GRX. Os dados ainda indicam que adenosina, em presença ou ausência de TNF-α, não resulta em apoptose, e que esta citocina também não induz à formação de corpos apoptóticos nas células tratadas. O estudo mostra que a produção de NO foi aumentada com TNF-α, com potencialização deste efeito na presença de adenosina, provavelmente mediado pelo A2BR e não por inosina, produto da hidrólise de adenosina. Com relação às gelatinases, o tratamento com adenosina diminui a atividade de MMP-9 tanto em ausência, quanto em presença de TNF-α, revertendo a ação da citocina, a níveis de controle, com o envolvimento do receptor A2BR mediando os efeitos do nucleosídeo. No entanto, a expressão da MMP-9 não foi afetada pelo tratamento com adenosina, porém, o nucleosídeo diminui os efeitos de TNF-α sobre a expressão da gelatinase. Com relação à MMP-2, ambos tratamentos com adenosina e com TNF-α, bem como o tratamento com adenosina, em presença da citocina, diminuem a atividade da gelatinase, sem efeitos aditivos. A expressão do mRNA de MMP-2 aumentou em resposta aos tratamentos com adenosina e TNF-α, isolados ou em associação, indicando a presença de mecanismo pós-transcricional de regulação para MMP-2. Este trabalho mostra, claramente, que adenosina extracelular e TNF-α estão envolvidos na regulação da produção de NO e nas ações das gelatinases. Além disso, este estudo demonstrou que adenosina não atua através de conversão fenotípica via aumento da síntese de lipídios, bem como não estimula apoptose, junto com TNF-α. Estes resultados e a existência da regulação dos níveis de adenosina extracelular por TNF-α sugerem uma participação da adenosina em alguns aspectos importantes da fisiologia da.HSC, talvez via A2B. / Hepatic fibrosis is characterized by fibrotic matrix accumulation, which damage the liver functions. Hepatic stellate cells (HSC) participate activelly of this process, modifying their quiescent phenotype, with the cytoplasm rich in lipid dropplets, to activated phenotype, in response to the fibrogenic insult. HSC can be responsible for the regression of fibrosis through mechanisms that involve their apoptosis, or even the phenotype reversion to quiscence. Adenosine has a well-know hepatoprotective role and mediates several anti-inflammatory actions in different cellular types and pathological conditions. TNF-α is a pro-inflammatory cytokine with important functions in the beginning and perpetuation of that fibrogenic process. In view the antiinflammatory role of adenosine, this work investigated, in cultured hepatic stellate cell line - GRX -, the actions of this nucleoside in the presence or absence of inflammatory signs that come with treatment with TNF-α. So, the effects of extracellular adenosine and/or TNF-α on the lipid synthesis, evaluating the phenotypic reversion of GRX, and the apoptosis in response to adenosine and/or TNF-α were analysed. Moreover, the regulation of extracellular levels of adenosine, as well as the presence of adenosine receptors were studied in cultured GRX. The effects of adenosine and/or TNF-α production of nitric oxide (NO) and activity and expression of gelatinases - MMP-9 and -2 -, both important mediators presents in liver fibrosis, were also target of this study. Our results show the presence of A2B receptor (A2BR) in GRX, and the regulation of extracellular hidrolysis of adenosine by TNF-α, through ecto-ADA activity improvement. Moreover, we demonstrate that extracellular adenosine does not modify the lipid synthesis in the GRX cells. The data still indicate that adenosine, at presence or absence of TNF-α, does not imply apoptosis, and that this cytokine does not induce the apoptotic bodies formation. The study shows that the production of NO was increased with TNF-α, with potentiation of this effect at the presence of adenosine, probably due to to A2BR, and not mediated by inosine, the product of adenosine hydrolysis. About the gelatinases, the treatment with adenosine decreases the MMP-9 activity in the absence, as well as in the presence of TNF-α, reversing the action of cytokine, at control group levels, with involvement of A2BR. However, the expression of MMP-9 was not affected by the treatment with adenosine, but the nucleoside reduces the effects of TNF-α on the expression of this gelatinase. About MMP-2, both treatment with adenosine and TNF-α, as well as the treatment with adenosine, in the presence of the cytokine, diminish the activity of gelatinase, without additive effects. The expression of MMP-2 mRNA increased in reponse to the treatments with adenosine and TNF-α, alone or in association, suggesting post-transcriptional mechanisms for the regulation of this enzyme. Our results clearly indicate that extracellular adenosine and TNF-α are involved in the regulation of NO production and actions of gelatinases. Moreover, this study demonstrated that adenosine do not act in phenotype conversion, through lipid synthesis, as well as do not stimulate apoptosis, toghether with TNF-α. This results and the existence of regulation of extracellular of adenosine in response to TNF-α further support that adenosine modulate some important aspects of HSC phisiology, maybe through A2B pathway.
22

Avaliação de zinco plasmático em crianças e adolescentes com cirrose

Schneider, Ana Cláudia Reis January 2006 (has links)
OBJETIVO: Estudos já confirmaram a importância do zinco como um elemento-traço essencial no metabolismo humano. A deficiência de zinco predispõe, por exemplo, ao retardo do crescimento, a deficits neurosensoriais, desordens no metabolismo de diversos hormônios e enzimas, dificuldade de cicatrização, lesões na pele, demora da maturação sexual e imunodeficiência. Poucos estudos na literatura avaliaram e compararam a concentração de zinco plasmático em crianças e adolescentes com e sem cirrose. O objetivo deste estudo foi avaliar a concentração de zinco plasmático em pacientes pediátricos com cirrose e investigar a associação entre estes resultados e dados antropométricos, ingestão de zinco e gravidade da doença hepática. PACIENTES E MÉTODOS: Estudo exposto-controle, em que foram avaliadas 57 crianças e adolescentes: 30 com cirrose (105,0 ± 60,0 meses, 22 do sexo feminino), atendidos regularmente na Unidade de Gastroenterologia Pediátrica do Serviço de Pediatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), e 27 hígidas e sem doença hepática (122,33 ± 47,38 meses, 14 do sexo feminino). PACIENTES E MÉTODOS: Estudo exposto-controle, em que foram avaliadas 57 crianças e adolescentes: 30 com cirrose (105,0 ± 60,0 meses, 22 do sexo feminino), atendidos regularmente na Unidade de Gastroenterologia Pediátrica do Serviço de Pediatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), e 27 hígidas e sem doença hepática (122,33 ± 47,38 meses, 14 do sexo feminino). Os fatores etiológicos da cirrose foram: atresia das vias biliares (10), doenças auto-imunes (9), histiocitose (1) e deficiência de alfa 1–antitripsina (1). Em 9 pacientes não foi identificada a causa da cirrose. O comprometimento hepático foi determinado pelos critérios de Child-Pugh, PELD e MELD. Por Child-Pugh, 15 pacientes foram classificados como A, 10 como B, e 5 como C; pelo PELD, 15 pacientes apresentaram escores abaixo de 15 e 5 acima; e pelo MELD, 9 pacientes tiveram escores abaixo de 15 e 1 acima. Os pacientes foram avaliados por antropometria, onde foram verificados peso, altura, circunferência braquial (CB), espessura de prega cutânea tricipital (PCT) e circunferência muscular do braço (CMB). Os índices antropométricos, peso para idade e estatura para idade (P/I e E/I), foram calculados utilizando-se o escore Z. CB, PCT e CMB foram calculados de acordo com as fórmulas de Frisancho (1974) e comparados com os valores de referência das tabelas de Frisancho (1981). O zinco plasmático foi avaliado por espectrofotometria de absorção atômica e os valores normais considerados foram 70 – 150 μg/dL, sem relação com idade e gênero. Os fatores etiológicos da cirrose foram: atresia das vias biliares (10), doenças auto-imunes (9), histiocitose (1) e deficiência de alfa 1–antitripsina (1). Em 9 pacientes não foi identificada a causa da cirrose. O comprometimento hepático foi determinado pelos critérios de Child-Pugh, PELD e MELD. Por Child-Pugh, 15 pacientes foram classificados como A, 10 como B, e 5 como C; pelo PELD, 15 pacientes apresentaram escores abaixo de 15 e 5 acima; e pelo MELD, 9 pacientes tiveram escores abaixo de 15 e 1 acima. Os pacientes foram avaliados por antropometria, onde foram verificados peso, altura, circunferência braquial (CB), espessura de prega cutânea tricipital (PCT) e circunferência muscular do braço (CMB). Os índices antropométricos, peso para idade e estatura para idade (P/I e E/I), foram calculados utilizando-se o escore Z. CB, PCT e CMB foram calculados de acordo com as fórmulas de Frisancho (1974) e comparados com os valores de referência das tabelas de Frisancho (1981). O zinco plasmático foi avaliado por espectrofotometria de absorção atômica e os valores normais considerados foram 70 – 150 μg/dL, sem relação com idade e gênero .
23

Efeito antifibrótico do extrato aquoso da Pluchea Sagitallis (Lam.) Cabrera sobre linhagem celular GRX

Ouriques, Fabiana Garbachi de Oliveira Mendes January 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2015-10-10T02:04:24Z (GMT). No. of bitstreams: 1 000475655-Texto+Completo-0.pdf: 1136903 bytes, checksum: 1a2ad879662fb2a0203c2418ab7dc36f (MD5) Previous issue date: 2015 / Liver fibrosis is a complex disease that is caused by inappropriate tissue repair due to the deposition of connective tissue. When a chronic lesion affects the liver, regenerative response fails and hepatocytes are replaced with abundant extracellular matrix (ECM). The imbalance between production and degradation of ECM will result in the accumulation of proteins that change normal liver architecture, and thus its functionality. The main source of ECM is the activated hepatic stellate cell (HSC). In order, to clarify possible therapeutic approaches to the disease, the this work aimed to evaluate the possible antifibrotic action of Pluchea sagitallis (Lam. ) Cabrera on an activated HSC immortalized lineage (GRX). Our results demonstrated that the P. sagittalis aqueous extract at 0. 039 and 0. 078 mg/mL concentrations was able to reduce cell growth and proliferation. Regarding to oxidative stress evaluation, there was no statistically significant difference between the treated group and the control. Staining with OilRed-O (ORO) showed a statistically significant increase in intracellular lipid content after 5 days of treatment, exerting in vitro effect on the GRX phenotypic change of activated towards the quiescent state. These results were confirmed by colorimetric quantification of lipid content. Regarding the TGF-β1 and collagen production, there were no statistically significant differences observed between the groups. In conclusion, the P. sagittalis aqueous extract reduces the growth and proliferation of GRX cells and induces the reversal of activated towards a quiescent phenotype. There was no decrease in cell proliferation either by necrosis or by apoptosis via activation of the senescence. Thus, our data suggest that the extract showed an antifibrotic effect, possibly by activating phenotype reversal. / A fibrose hepática apresenta uma patogênese complexa causada por reparo tecidual inadequado devido à deposição de tecido conectivo. Quando um dano crônico acomete o fígado, a resposta regenerativa falha e os hepatócitos são substituídos por matriz extracelular (ECM) excedente. Assim, o desequilíbrio entre a degradação e a produção de ECM acarretará no acúmulo dessas proteínas que alteram a arquitetura normal do fígado e, consequentemente, sua funcionalidade. A principal fonte de ECM é a célula estrelada hepática (HSC) ativada. Sendo assim, na tentativa de elucidar possíveis abordagens terapêuticas para a doença, o objetivo desse trabalho foi avaliar a possível ação antifibrótica do extrato aquoso de Pluchea sagitallis (Lam. ) Cabrera sobre uma linhagem imortalizada de HSC ativadas (GRX). Nossos resultados demonstraram que as concentrações de 0,039 e 0,078 mg/mL do extrato aquoso de P. sagitallis foram capazes de diminuir o crescimento e a proliferação celular. Quanto à avaliação do estresse oxidativo, não foi observada diferença estatisticamente significativa entre o grupo tratado e controle. A coloração com oil red (ORO) mostrou aumento significativo do conteúdo lipídico intracelular após 5 dias de tratamento, indicando efeito in vitro sobre a mudança fenotípica em linhagem GRX, do estado ativado para o estado quiescente. Esses resultados foram confirmados pela quantificação colorimétrica de lipídios. Em relação à produção de TGF-β1 e colágeno total, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos. Concluindo, o extrato aquoso da P. sagittalis diminuiu o crescimento e a proliferação das células GRX e induziu a reversão do fenótipo ativado para quiescente.A diminuição na proliferação celular não ocorreu nem por necrose nem por ativação da apoptose e senescência. Sendo assim, nossos resultados sugerem que o extrato apresenta um efeito antifibrótico, possivelmente pela via que ativa a reversão do fenótipo.
24

Avaliação dos efeitos da paracentese total em pacientes cirróticos

Both, Cristiane Tovo January 1993 (has links)
Este trabalho propôs-se a estudar oe efeitos da paracentese terapêutica em pacientes cirróticos com ascite refratária ou recidivante. Para tanto, analisamos sua repercussão na mobilização da ascite, na função hemodinâmica e renal, bem como avaliamos a velocidade de reacúmulo da ascite após o procedimento e os efeitos colaterais advindos do mesmo. Foram estudados prospectivamente 11 pacientes, tendo sido a ascite considerada refratária em 07 e recidivante em 04 doentes. Inicialmente o volume do líquido peritoneal existente foi medido através de cintilografia abdominal, utilizando como radioisótopo o tecnécio-fitato, para posterior avaliação da eficácia do método em sua mobilização. A função hemodinâmica foi avaliada estando o paciente em UTI, através de cateter de Swan-Ganz, obtendo-se as medidas pressóricas antes, 1 e 24 horas após o procedimento, e através da medida de renina e aldoeterona antes e 48 horas após a paracentese. A função renal foi medida através do volume urinário, da uréia, da creatinina, da depuração da creatinina endógena e da taxa de filtração glomerular utilizando 51Cr­EDTA, sendo a uréia e a creatinina medidas antes, 24, 48 e 120 horas após a paracentese, e os outros parâmetros medidos antes e 48 horas após. A paracentese terapêutica foi realizada com retirada de todo o fluido peritoneal em uma única sessão, sendo administradas 6 g de albumina por litro de ascite drenado. No 32 dia após a paracentese, os diuréticos foram reintroduzidos, tendo os pacientes alta hospitalar após a estabilização do seu peso. Todos permaneceram em avaliação ambulatorial por mais de 60 dias após a alta hoepitalar, com o intuito de avaliar o reacúmulo de líquido peritoneal e eventuais complicações. Os resultados são a seguir apresentados e discutidos. A medida do volume de ascite através da cintilografia com tecnécio-fitato evidenciou em média 8845 ml de líquido aecítico, e o volume médio drenado foi 8268 ml, mostrando ser a paracentese total um método efetivo em mobilizar a ascite da cavidade peritoneal. Não houve alterações estatisticamente significativas antes e após a realização da paracentese total quando avaliamos o sistema hemodinâmico através do débito cardíaco, do índice cardíaco, do volume sistólico e da pressão capilar pulmonar, bem como do sistema renina-angioteneina-aldosterona. Houve diminuição significativa da pressão arterial pulmonar média, porém sem repercussão clínica. Não houve diferença estatística antes e após a paracentese quando analisamos os parâmetros utilizados na verificação da função renal. Não observamos reacúmulo importante de fluido ascítico, uma vez gue o ganho ponderal destes doentes em 60 dias foi de apenas 0,46% do seu peso seco. Não houve complicações decorrentes do procedimento e a eobrevida observada foi 73% em 17 meses.
25

Avaliação nutricional de pacientes portadores de Hepatite C crônica : perfil antropométrico, dietético e metabólico e seu impacto na presença de fibrose hepática

Bertani, Juliana Paula Bruch January 2014 (has links)
A Infecção pelo Vírus da Hepatite C (HCV) é caracterizada pela alta taxa de fibrose e cronicidade, além disso, muitos pacientes progridem para cirrose ou ainda, carcinoma hepatocelular. O HCV é considerado um grave problema mundial de saúde pública com um elevado impacto social e econômico. Diversos fatores podem influenciar na progressão da fibrose, tais como: idade superior a 40 anos, sexo masculino, esteatose hepática, resistência insulínica, imunossupressão, atividade necroinflamatória na primeira biópsia hepática entre outros. Estudos demonstram que pacientes com HCV que apresentam mudanças de estilo de vida através da manutenção do peso, alimentação equilibrada além da prática regular de atividade física tendem a melhorar o perfil metabólico, promover a redução da esteatose-hepática e incidência de doença hepática gordurosa não-alcoólica. Porém, ainda existem poucas informações na literatura sobre o estado nutricional e consumo alimentar de pacientes HCV crônicos. O maior entendimento sobre o papel da dieta no curso desta patologia e a sua associação com a presença de fibrose poderá nortear de forma mais precisa a conduta dietética para este grupo de pacientes. Desta forma os autores se propõem a descrever o consumo alimentar, perfil metabólico e o estado nutricional em pacientes portadores do vírus da hepatite C crônicos residentes no Rio Grande do Sul. Foram incluídos 58 pacientes portadores de hepatite C crônica, genótipo 1, 2 e 3, atendidos no Ambulatório de Gastroenterologia – Hepatites (GHE) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre no período de 2013 a 2014. Foram excluídos pacientes com cirrose, coinfectados com Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ou Vírus da Hepatite B (HBV), gestantes e pacientes em tratamento farmacológico ativo. Os indivíduos foram selecionados pelo sistema de agendamento de consultas do hospital. De maneira geral, o grupo de pacientes estudados apresentou IMC (índice de massa corporal) elevado 27,29±3,98 Kg/m² e em contrapartida, os valores de força do aperto de mão estavam diminuídos 28,34±10,52 kgf. A partir do laudo da biópsia hepática pela classificação METAVIR, os pacientes foram divididos em dois grupos. Sem fibrose (F=0) e com fibrose (F=1 a 3). Dentre os 58 pacientes estudados, 39 (67,2%) apresentavam fibrose, sendo mais prevalente o grau F1. Quanto ao consumo alimentar, o grupo com fibrose apresentou valores maiores quanto à ingestão calórica 34,65±11,23 vs 28,84±34,65 Kcal/Kg, ingestão de lipídeos 1,40 (1,01-1,86) vs 1,10 (0,83-1,32) g/Kg e carga glicêmica 221,87 (168,91-307,80) vs 181,01 (140,55-223,45) g (p<0,05). Quanto ao perfil metabólico foram observados valores superiores no grupo que apresentava fibrose referente ao HOMA-IR 3,39(2,44-6,39) vs 2,18(1,60-3,34), Ferritina 378,84±200,13 vs 143,83±33,00 μg/mL, Hematócrito 42,80(39,30-45,80) vs 40,60(38,8-41,50) g/dL e Hemoglobina 14,80(13,90-15,80) vs 13,90(13,20-14,70) g/dL (p<0,05). Demais variáveis não houve diferença estatística (colesterol total, colesterol HDL, Colesterol LDL, triglicerídeos, AST, ALT e GGT). Em conclusão, na amostra estudada, observou-se que pacientes portadores de HCV crônicos, apesar de apresentarem sobrepeso, apresentam estado nutricional comprometido, uma vez que foi demonstrada redução da força do aperto de mão. Ainda, levando-se em consideração a presença de fibrose, pacientes com fibrose consomem mais calorias e gordura, além disso, apresentam pior perfil metabólico, com maiores taxas de resistência insulínica, tais fatores tendem a piorar ainda mais o prognóstico da doença hepática. As evidências que confirmam a associação da infecção crônica pelo HCV com o desenvolvimento de cirrose reforçam a necessidade do diagnóstico precoce da doença e do tratamento dos pacientes com elevado risco de complicações a fim de minimizar a morbidade e mortalidade. / The infection from the Hepatitis C virus (HCV) is characterized by the high rate of fibrosis and chronicity, in addition, many patients progress to cirrhosis or even hepatocellular carcinoma. The HCV is considered a serious global public health problem with a high social and economic impact. Several factors may influence the progression of the fibrosis, such as, over 40 years old, male, hepatic steatosis, insulin resistance, immunosuppression, necroinflammatory activity in the first liver biopsy, among others. Studies show that patients with HCV, who demonstrate lifestyle changes through weight control, balanced diet as well as regular physical activity tend to improve the metabolic profile, reduce hepatic steatosis and incidences of non-alcoholic fatty liver disease. However, there exists very little information in the literature about the nutritional state and dietary intake of chronic HCV patients. A greater understanding of the role of diet in the course of this condition and its association with the presence of fibrosis could more accurately guide the dietetics for this group of patients. Thus, the authors propose to describe the dietary intake, metabolic profile and nutritional state of patients carrying the chronic hepatitis C virus in Rio Grande do Sul. Fifty-eight patients carrying chronic hepatitis C were included, genotypes 1, 2 and 3, outpatients at the Gastroenterology – Hepatitis Clinic (GHE) at Hospital de Clínicas in Porto Alegre in 2013 to 2014. Patients with cirrhosis, co-infected with Human Immunodeficiency virus (HIV) or Hepatitis B virus (HBV), pregnant women and patients on active drug treatment were excluded. The individuals were selected by the appointment scheduling system of the hospital. In general, the patients studied showed and elevated Body Mass Index (BMI) 27.29 ±3.98 Kg/m² and in contrast, the values for handgrip strength were reduced to 28.34 ±10.52. From the liver biopsy report using the METAVIR classification, the patients were divided into two groups. Without fibrosis (F=0) and with fibrosis (F=1-3). Within the 58 patients studied, 39 (67.2%) presented fibrosis, most commonly being of F1 degree. Regarding the dietary intake, the fibrosis group showed values greater intake of calories 34.65 ±11.23 vs 28.84 ±34.65 Kcal/Kg, lipid intake 1.40 (1.01 – 1.86) vs 1.10 (0.83 – 1.32) g/Kg and glycemic load 221.87 (168.91 – 307.80) vs 181.01 (140.55 – 223.45) g (p<0,05). Regarding the metabolic profile, high values were observed in the group with presented fibrosis related to HOMA-IR 3.39 (2.44 – 6.39) vs 2.18 (1.60 – 3.34). Ferritins 378.84 ±200.13 vs 143.83 ±33.00 μg/mL, Hematocrit 42.80 (39.30 – 45.80) vs 40.60 (38.8 – 41.50) g/dL and hemoglobin 14.80 (13.90 – 15.80) vs 13.90 (13.20 – 14.70) g/dL (p<0.05). All other variables showed no statistical difference (cholesterol HDL, cholesterol LDL, triglycerides, AST, ALT and GGT). In conclusion, patients carrying the chronic HCV, despite being overweight, presented a compromised nutritional state, once a reduction in handgrip strength was demonstrated. Additionally, patients with fibrosis had an increased energy and fat intake, as well, a poor metabolic profile, with higher rates of insulin resistance; these factors tend to further worsen the prognosis of liver disease. The evidence confirming the link between the chronic infection of HCV with the development of cirrhosis reinforced the need for early diagnosis and treatment of patients with a high risk of complications in order to minimize morbidity and mortality.
26

Avaliação de zinco plasmático em crianças e adolescentes com cirrose

Schneider, Ana Cláudia Reis January 2006 (has links)
OBJETIVO: Estudos já confirmaram a importância do zinco como um elemento-traço essencial no metabolismo humano. A deficiência de zinco predispõe, por exemplo, ao retardo do crescimento, a deficits neurosensoriais, desordens no metabolismo de diversos hormônios e enzimas, dificuldade de cicatrização, lesões na pele, demora da maturação sexual e imunodeficiência. Poucos estudos na literatura avaliaram e compararam a concentração de zinco plasmático em crianças e adolescentes com e sem cirrose. O objetivo deste estudo foi avaliar a concentração de zinco plasmático em pacientes pediátricos com cirrose e investigar a associação entre estes resultados e dados antropométricos, ingestão de zinco e gravidade da doença hepática. PACIENTES E MÉTODOS: Estudo exposto-controle, em que foram avaliadas 57 crianças e adolescentes: 30 com cirrose (105,0 ± 60,0 meses, 22 do sexo feminino), atendidos regularmente na Unidade de Gastroenterologia Pediátrica do Serviço de Pediatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), e 27 hígidas e sem doença hepática (122,33 ± 47,38 meses, 14 do sexo feminino). PACIENTES E MÉTODOS: Estudo exposto-controle, em que foram avaliadas 57 crianças e adolescentes: 30 com cirrose (105,0 ± 60,0 meses, 22 do sexo feminino), atendidos regularmente na Unidade de Gastroenterologia Pediátrica do Serviço de Pediatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), e 27 hígidas e sem doença hepática (122,33 ± 47,38 meses, 14 do sexo feminino). Os fatores etiológicos da cirrose foram: atresia das vias biliares (10), doenças auto-imunes (9), histiocitose (1) e deficiência de alfa 1–antitripsina (1). Em 9 pacientes não foi identificada a causa da cirrose. O comprometimento hepático foi determinado pelos critérios de Child-Pugh, PELD e MELD. Por Child-Pugh, 15 pacientes foram classificados como A, 10 como B, e 5 como C; pelo PELD, 15 pacientes apresentaram escores abaixo de 15 e 5 acima; e pelo MELD, 9 pacientes tiveram escores abaixo de 15 e 1 acima. Os pacientes foram avaliados por antropometria, onde foram verificados peso, altura, circunferência braquial (CB), espessura de prega cutânea tricipital (PCT) e circunferência muscular do braço (CMB). Os índices antropométricos, peso para idade e estatura para idade (P/I e E/I), foram calculados utilizando-se o escore Z. CB, PCT e CMB foram calculados de acordo com as fórmulas de Frisancho (1974) e comparados com os valores de referência das tabelas de Frisancho (1981). O zinco plasmático foi avaliado por espectrofotometria de absorção atômica e os valores normais considerados foram 70 – 150 μg/dL, sem relação com idade e gênero. Os fatores etiológicos da cirrose foram: atresia das vias biliares (10), doenças auto-imunes (9), histiocitose (1) e deficiência de alfa 1–antitripsina (1). Em 9 pacientes não foi identificada a causa da cirrose. O comprometimento hepático foi determinado pelos critérios de Child-Pugh, PELD e MELD. Por Child-Pugh, 15 pacientes foram classificados como A, 10 como B, e 5 como C; pelo PELD, 15 pacientes apresentaram escores abaixo de 15 e 5 acima; e pelo MELD, 9 pacientes tiveram escores abaixo de 15 e 1 acima. Os pacientes foram avaliados por antropometria, onde foram verificados peso, altura, circunferência braquial (CB), espessura de prega cutânea tricipital (PCT) e circunferência muscular do braço (CMB). Os índices antropométricos, peso para idade e estatura para idade (P/I e E/I), foram calculados utilizando-se o escore Z. CB, PCT e CMB foram calculados de acordo com as fórmulas de Frisancho (1974) e comparados com os valores de referência das tabelas de Frisancho (1981). O zinco plasmático foi avaliado por espectrofotometria de absorção atômica e os valores normais considerados foram 70 – 150 μg/dL, sem relação com idade e gênero .
27

Ação da adenosina extracelular sobre uma linhagem de célula estrelada hepática tratada com TNF-[alfa] : papel do receptor A2B

Jardim, Fernanda Rafaela January 2008 (has links)
Fibrose hepática é caracterizada pelo acúmulo de matriz extracelular fibrótica, cuja presença danifica as funções do fígado. Células estreladas hepáticas (HSCs) participam ativamente deste processo, modificando seu fenótipo quiescente, rico em lipídios no citoplasma, para o fenótipo ativado, em resposta ao insulto fibrogênico. A regressão do processo fibrótico pode, inclusive, estar relacionada com a apoptose das HSCs e também com sua reversão fenotípica, do estado ativado ao estado quiescente. Adenosina tem papel hepatoprotetor bem conhecido e medeia várias ações antiinflamatórias em diferentes tipos celulares e condições patológicas. TNF-α é uma citocina pró-inflamatória com importantes funções no início e perpetuação do processo fibrogênico. Tendo em vista o papel antiinflamatório da adenosina, este trabalho investigou, em linhagem de HSC em cultura - GRX -, as ações desse nucleosídeo em presença ou ausência dos sinais inflamatórios que acompanham o tratamento com TNF- α. Assim, foram analisados os efeitos da adenosina extracelular na síntese lipídica, avaliando a reversão fenotípica da GRX, e a apoptose em resposta à adenosina e/ou TNF-α. Além disso, a regulação dos níveis de adenosina extracelular, bem como a presença dos receptores de adenosina foram investigadas. O efeito de adenosina e/ou TNF-α sobre a produção de óxido nítrico (NO) e atividade e expressão de gelatinases (MMP-9 e -2), ambos importantes mediadores na fibrose hepática, também foram alvo deste estudo. Nossos resultados mostram a presença do receptor de adenosina A2B (A2BR), e a regulação dos níveis extracelulares de adenosina por TNF-α, através do aumento da atividade ecto-adenosina deaminase. Além disso, demontramos que adenosina extracelular não modifica a síntese de lipídios nas células GRX. Os dados ainda indicam que adenosina, em presença ou ausência de TNF-α, não resulta em apoptose, e que esta citocina também não induz à formação de corpos apoptóticos nas células tratadas. O estudo mostra que a produção de NO foi aumentada com TNF-α, com potencialização deste efeito na presença de adenosina, provavelmente mediado pelo A2BR e não por inosina, produto da hidrólise de adenosina. Com relação às gelatinases, o tratamento com adenosina diminui a atividade de MMP-9 tanto em ausência, quanto em presença de TNF-α, revertendo a ação da citocina, a níveis de controle, com o envolvimento do receptor A2BR mediando os efeitos do nucleosídeo. No entanto, a expressão da MMP-9 não foi afetada pelo tratamento com adenosina, porém, o nucleosídeo diminui os efeitos de TNF-α sobre a expressão da gelatinase. Com relação à MMP-2, ambos tratamentos com adenosina e com TNF-α, bem como o tratamento com adenosina, em presença da citocina, diminuem a atividade da gelatinase, sem efeitos aditivos. A expressão do mRNA de MMP-2 aumentou em resposta aos tratamentos com adenosina e TNF-α, isolados ou em associação, indicando a presença de mecanismo pós-transcricional de regulação para MMP-2. Este trabalho mostra, claramente, que adenosina extracelular e TNF-α estão envolvidos na regulação da produção de NO e nas ações das gelatinases. Além disso, este estudo demonstrou que adenosina não atua através de conversão fenotípica via aumento da síntese de lipídios, bem como não estimula apoptose, junto com TNF-α. Estes resultados e a existência da regulação dos níveis de adenosina extracelular por TNF-α sugerem uma participação da adenosina em alguns aspectos importantes da fisiologia da.HSC, talvez via A2B. / Hepatic fibrosis is characterized by fibrotic matrix accumulation, which damage the liver functions. Hepatic stellate cells (HSC) participate activelly of this process, modifying their quiescent phenotype, with the cytoplasm rich in lipid dropplets, to activated phenotype, in response to the fibrogenic insult. HSC can be responsible for the regression of fibrosis through mechanisms that involve their apoptosis, or even the phenotype reversion to quiscence. Adenosine has a well-know hepatoprotective role and mediates several anti-inflammatory actions in different cellular types and pathological conditions. TNF-α is a pro-inflammatory cytokine with important functions in the beginning and perpetuation of that fibrogenic process. In view the antiinflammatory role of adenosine, this work investigated, in cultured hepatic stellate cell line - GRX -, the actions of this nucleoside in the presence or absence of inflammatory signs that come with treatment with TNF-α. So, the effects of extracellular adenosine and/or TNF-α on the lipid synthesis, evaluating the phenotypic reversion of GRX, and the apoptosis in response to adenosine and/or TNF-α were analysed. Moreover, the regulation of extracellular levels of adenosine, as well as the presence of adenosine receptors were studied in cultured GRX. The effects of adenosine and/or TNF-α production of nitric oxide (NO) and activity and expression of gelatinases - MMP-9 and -2 -, both important mediators presents in liver fibrosis, were also target of this study. Our results show the presence of A2B receptor (A2BR) in GRX, and the regulation of extracellular hidrolysis of adenosine by TNF-α, through ecto-ADA activity improvement. Moreover, we demonstrate that extracellular adenosine does not modify the lipid synthesis in the GRX cells. The data still indicate that adenosine, at presence or absence of TNF-α, does not imply apoptosis, and that this cytokine does not induce the apoptotic bodies formation. The study shows that the production of NO was increased with TNF-α, with potentiation of this effect at the presence of adenosine, probably due to to A2BR, and not mediated by inosine, the product of adenosine hydrolysis. About the gelatinases, the treatment with adenosine decreases the MMP-9 activity in the absence, as well as in the presence of TNF-α, reversing the action of cytokine, at control group levels, with involvement of A2BR. However, the expression of MMP-9 was not affected by the treatment with adenosine, but the nucleoside reduces the effects of TNF-α on the expression of this gelatinase. About MMP-2, both treatment with adenosine and TNF-α, as well as the treatment with adenosine, in the presence of the cytokine, diminish the activity of gelatinase, without additive effects. The expression of MMP-2 mRNA increased in reponse to the treatments with adenosine and TNF-α, alone or in association, suggesting post-transcriptional mechanisms for the regulation of this enzyme. Our results clearly indicate that extracellular adenosine and TNF-α are involved in the regulation of NO production and actions of gelatinases. Moreover, this study demonstrated that adenosine do not act in phenotype conversion, through lipid synthesis, as well as do not stimulate apoptosis, toghether with TNF-α. This results and the existence of regulation of extracellular of adenosine in response to TNF-α further support that adenosine modulate some important aspects of HSC phisiology, maybe through A2B pathway.
28

Avaliação nutricional de pacientes portadores de Hepatite C crônica : perfil antropométrico, dietético e metabólico e seu impacto na presença de fibrose hepática

Bertani, Juliana Paula Bruch January 2014 (has links)
A Infecção pelo Vírus da Hepatite C (HCV) é caracterizada pela alta taxa de fibrose e cronicidade, além disso, muitos pacientes progridem para cirrose ou ainda, carcinoma hepatocelular. O HCV é considerado um grave problema mundial de saúde pública com um elevado impacto social e econômico. Diversos fatores podem influenciar na progressão da fibrose, tais como: idade superior a 40 anos, sexo masculino, esteatose hepática, resistência insulínica, imunossupressão, atividade necroinflamatória na primeira biópsia hepática entre outros. Estudos demonstram que pacientes com HCV que apresentam mudanças de estilo de vida através da manutenção do peso, alimentação equilibrada além da prática regular de atividade física tendem a melhorar o perfil metabólico, promover a redução da esteatose-hepática e incidência de doença hepática gordurosa não-alcoólica. Porém, ainda existem poucas informações na literatura sobre o estado nutricional e consumo alimentar de pacientes HCV crônicos. O maior entendimento sobre o papel da dieta no curso desta patologia e a sua associação com a presença de fibrose poderá nortear de forma mais precisa a conduta dietética para este grupo de pacientes. Desta forma os autores se propõem a descrever o consumo alimentar, perfil metabólico e o estado nutricional em pacientes portadores do vírus da hepatite C crônicos residentes no Rio Grande do Sul. Foram incluídos 58 pacientes portadores de hepatite C crônica, genótipo 1, 2 e 3, atendidos no Ambulatório de Gastroenterologia – Hepatites (GHE) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre no período de 2013 a 2014. Foram excluídos pacientes com cirrose, coinfectados com Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ou Vírus da Hepatite B (HBV), gestantes e pacientes em tratamento farmacológico ativo. Os indivíduos foram selecionados pelo sistema de agendamento de consultas do hospital. De maneira geral, o grupo de pacientes estudados apresentou IMC (índice de massa corporal) elevado 27,29±3,98 Kg/m² e em contrapartida, os valores de força do aperto de mão estavam diminuídos 28,34±10,52 kgf. A partir do laudo da biópsia hepática pela classificação METAVIR, os pacientes foram divididos em dois grupos. Sem fibrose (F=0) e com fibrose (F=1 a 3). Dentre os 58 pacientes estudados, 39 (67,2%) apresentavam fibrose, sendo mais prevalente o grau F1. Quanto ao consumo alimentar, o grupo com fibrose apresentou valores maiores quanto à ingestão calórica 34,65±11,23 vs 28,84±34,65 Kcal/Kg, ingestão de lipídeos 1,40 (1,01-1,86) vs 1,10 (0,83-1,32) g/Kg e carga glicêmica 221,87 (168,91-307,80) vs 181,01 (140,55-223,45) g (p<0,05). Quanto ao perfil metabólico foram observados valores superiores no grupo que apresentava fibrose referente ao HOMA-IR 3,39(2,44-6,39) vs 2,18(1,60-3,34), Ferritina 378,84±200,13 vs 143,83±33,00 μg/mL, Hematócrito 42,80(39,30-45,80) vs 40,60(38,8-41,50) g/dL e Hemoglobina 14,80(13,90-15,80) vs 13,90(13,20-14,70) g/dL (p<0,05). Demais variáveis não houve diferença estatística (colesterol total, colesterol HDL, Colesterol LDL, triglicerídeos, AST, ALT e GGT). Em conclusão, na amostra estudada, observou-se que pacientes portadores de HCV crônicos, apesar de apresentarem sobrepeso, apresentam estado nutricional comprometido, uma vez que foi demonstrada redução da força do aperto de mão. Ainda, levando-se em consideração a presença de fibrose, pacientes com fibrose consomem mais calorias e gordura, além disso, apresentam pior perfil metabólico, com maiores taxas de resistência insulínica, tais fatores tendem a piorar ainda mais o prognóstico da doença hepática. As evidências que confirmam a associação da infecção crônica pelo HCV com o desenvolvimento de cirrose reforçam a necessidade do diagnóstico precoce da doença e do tratamento dos pacientes com elevado risco de complicações a fim de minimizar a morbidade e mortalidade. / The infection from the Hepatitis C virus (HCV) is characterized by the high rate of fibrosis and chronicity, in addition, many patients progress to cirrhosis or even hepatocellular carcinoma. The HCV is considered a serious global public health problem with a high social and economic impact. Several factors may influence the progression of the fibrosis, such as, over 40 years old, male, hepatic steatosis, insulin resistance, immunosuppression, necroinflammatory activity in the first liver biopsy, among others. Studies show that patients with HCV, who demonstrate lifestyle changes through weight control, balanced diet as well as regular physical activity tend to improve the metabolic profile, reduce hepatic steatosis and incidences of non-alcoholic fatty liver disease. However, there exists very little information in the literature about the nutritional state and dietary intake of chronic HCV patients. A greater understanding of the role of diet in the course of this condition and its association with the presence of fibrosis could more accurately guide the dietetics for this group of patients. Thus, the authors propose to describe the dietary intake, metabolic profile and nutritional state of patients carrying the chronic hepatitis C virus in Rio Grande do Sul. Fifty-eight patients carrying chronic hepatitis C were included, genotypes 1, 2 and 3, outpatients at the Gastroenterology – Hepatitis Clinic (GHE) at Hospital de Clínicas in Porto Alegre in 2013 to 2014. Patients with cirrhosis, co-infected with Human Immunodeficiency virus (HIV) or Hepatitis B virus (HBV), pregnant women and patients on active drug treatment were excluded. The individuals were selected by the appointment scheduling system of the hospital. In general, the patients studied showed and elevated Body Mass Index (BMI) 27.29 ±3.98 Kg/m² and in contrast, the values for handgrip strength were reduced to 28.34 ±10.52. From the liver biopsy report using the METAVIR classification, the patients were divided into two groups. Without fibrosis (F=0) and with fibrosis (F=1-3). Within the 58 patients studied, 39 (67.2%) presented fibrosis, most commonly being of F1 degree. Regarding the dietary intake, the fibrosis group showed values greater intake of calories 34.65 ±11.23 vs 28.84 ±34.65 Kcal/Kg, lipid intake 1.40 (1.01 – 1.86) vs 1.10 (0.83 – 1.32) g/Kg and glycemic load 221.87 (168.91 – 307.80) vs 181.01 (140.55 – 223.45) g (p<0,05). Regarding the metabolic profile, high values were observed in the group with presented fibrosis related to HOMA-IR 3.39 (2.44 – 6.39) vs 2.18 (1.60 – 3.34). Ferritins 378.84 ±200.13 vs 143.83 ±33.00 μg/mL, Hematocrit 42.80 (39.30 – 45.80) vs 40.60 (38.8 – 41.50) g/dL and hemoglobin 14.80 (13.90 – 15.80) vs 13.90 (13.20 – 14.70) g/dL (p<0.05). All other variables showed no statistical difference (cholesterol HDL, cholesterol LDL, triglycerides, AST, ALT and GGT). In conclusion, patients carrying the chronic HCV, despite being overweight, presented a compromised nutritional state, once a reduction in handgrip strength was demonstrated. Additionally, patients with fibrosis had an increased energy and fat intake, as well, a poor metabolic profile, with higher rates of insulin resistance; these factors tend to further worsen the prognosis of liver disease. The evidence confirming the link between the chronic infection of HCV with the development of cirrhosis reinforced the need for early diagnosis and treatment of patients with a high risk of complications in order to minimize morbidity and mortality.
29

Efeito da resposta ao tratamento antiviral na ocorrência de carcinoma hepatocelular em pacientes com cirrose pelo vírus c

Cheinquer, Nelson January 2003 (has links)
Introdução/Objetivo: Existem evidências indicando que a resposta virológica sustentada (RVS) ao tratamento com interferon pode estar associada com menor incidência de carcinoma hepatocelular (CHC) em pacientes com cirrose causada pelo vírus da hepatite C (VHC). O objetivo do presente estudo foi comparar a incidência de CHC em cirróticos com RVS versus sem RVS. Métodos: Foram selecionados 85 pacientes com cirrose compensada (Child A) secundária ao VHC, confirmada por biópsia, sem quaisquer outras causas de doença hepática. Todos foram submetidos a tratamento com interferon ± ribavirina por pelo menos 24 semanas. Antes do tratamento nenhum paciente apresentava evidência de CHC à ultrassonografia abdominal (US). RVS foi definida como RNA do VHC negativo (PCR qualitativo com limite de detecção de 50 UI/ml) 24 semanas após o final do tratamento. Foram incluídos apenas pacientes com seguimento semestral com US e alfa-fetoproteína e anual com PCR por mais de 12 meses após o final do tratamento. O CHC foi diagnosticado por biópsia ou achados coincidentes de lesão focal com diâmetro superior a 2cm na US e tomografia computadorizada helicoidal trifásica com sinais de hipervascularização arterial. Resultados: Dos 85 pacientes, 38 (45%) alcançaram RVS e 47 (55%) não. A média do seguimento em pacientes com RVS versus sem RVS foi de 32,1 ± 20 meses (variação: 12-84 meses) e 28,2 ± 18 meses (variação: 12-96 meses), respectivamente (P=0,51). O CHC foi diagnosticado em 1 (3%) dos 38 pacientes com RVS e 8 (17%) dos 47 pacientes sem RVS (P=0,02; Razão de chance: 0,13; Intervalo de confiança de 95%: 0,006-0,9). As características pré-tratamento foram semelhantes entre os pacientes com e sem RVS, tanto demográficas (idade e sexo) quanto clínicas (Child A, média da dose total de interferon e tempo de seguimento). Além da ocorrência de CHC, a única outra variável com diferença significativa encontrada entre os grupos com e sem RVS foi o percentual de pacientes com genótipo 1 (13% versus 35%, respectivamente; P = 0,04). Comparando-se os pacientes com e sem CHC, a única variável com diferença estatisticamente significativa encontrada foi o percentual de RVS (11% versus 49%, respectivamente; P = 0,03). Conclusões: Pacientes com cirrose pelo VHC que atingem RVS têm menor incidência de CHC quando comparados àqueles sem RVS. A única diferença entre os grupos com e sem CHC foi a ocorrência de RVS. Este achado indica que a ausência do VHC pode tanto representar fator protetor direto contra o CHC, quanto servir como marcador indireto para identificar cirróticos com menor probabilidade de desenvolver CHC. / Background/Aim: There is strong evidence that sustained virologic response (SVR) to interferon treatment has an impact on the incidence of hepatocellular carcinoma (HCC) in patients with hepatitis C virus (HVC) related cirrhosis. The aim of this study was to compare the rate of HCC among HCV cirrhotics with vs without SVR. Methods: Eighty five biopsy proven cirrhotic patients with HCV infection (PCR positive), without any other form of liver disease were included. All were treated with interferon (IFN) ± ribavirin (RBV) for at least 24 weeks. Before treatment, all patients were compensated (Child A) and had no evidence of HCC on abdominal ultrasound (US). None had previous hepatic decompensation. SVR was defined as negative HCV-RNA (qualitative PCR with a limit of detection of 50 IU/ml) 24 weeks after end of treatment. Patients followed every 6 months with US and alpha-fetoprotein (AFP) for > 12 months after end of therapy were included. HCC was diagnosed by liver biopsy and/or coincident findings of focal lesion > 2 cm on US and spiral CT with arterial hypervascularization. Results: Thirty eight (45%) were SVRs and 47 (55%) were not. Mean follow-up was 32,1 ± 20 months (range:12-84 months) in SVRs vs 28,2 ± 18 months (range:12-96 months) in no-SVRs (P=0.51). HCC was diagnosed in 1 (3%) of 38 SVRs vs 8 (17%) of 47 patients without SVR (P=0.02; OR:0.13, 95% CI:0.006-0.9). All had similar pre-treatment characteristics (age, sex, liver function, Child A, total interferon dose and follow-up time). Besides HCC incidence, the only significant difference between SVRs and no-SVRs was the rate of genotype 1 (13% vs 35%, respectively, P = 0.04). Comparing patients with and without HCC, the only significant difference was found in the rate of SVR (11% vs 49%, respectively; P = 0,03). Conclusion: HCV cirrhotics with SVR have a lower incidence of HCC compared to those without SVR. The only difference between the groups with and without HCC was the rate of SVR. This finding may indicate that either absence of HCV-RNA truly protects against HCC, or acts as surrogate marker to identify cirrhotics that have a low probability of HCC development on long-term follow-up.
30

Efeito da resposta ao tratamento antiviral na ocorrência de carcinoma hepatocelular em pacientes com cirrose pelo vírus c

Cheinquer, Nelson January 2003 (has links)
Introdução/Objetivo: Existem evidências indicando que a resposta virológica sustentada (RVS) ao tratamento com interferon pode estar associada com menor incidência de carcinoma hepatocelular (CHC) em pacientes com cirrose causada pelo vírus da hepatite C (VHC). O objetivo do presente estudo foi comparar a incidência de CHC em cirróticos com RVS versus sem RVS. Métodos: Foram selecionados 85 pacientes com cirrose compensada (Child A) secundária ao VHC, confirmada por biópsia, sem quaisquer outras causas de doença hepática. Todos foram submetidos a tratamento com interferon ± ribavirina por pelo menos 24 semanas. Antes do tratamento nenhum paciente apresentava evidência de CHC à ultrassonografia abdominal (US). RVS foi definida como RNA do VHC negativo (PCR qualitativo com limite de detecção de 50 UI/ml) 24 semanas após o final do tratamento. Foram incluídos apenas pacientes com seguimento semestral com US e alfa-fetoproteína e anual com PCR por mais de 12 meses após o final do tratamento. O CHC foi diagnosticado por biópsia ou achados coincidentes de lesão focal com diâmetro superior a 2cm na US e tomografia computadorizada helicoidal trifásica com sinais de hipervascularização arterial. Resultados: Dos 85 pacientes, 38 (45%) alcançaram RVS e 47 (55%) não. A média do seguimento em pacientes com RVS versus sem RVS foi de 32,1 ± 20 meses (variação: 12-84 meses) e 28,2 ± 18 meses (variação: 12-96 meses), respectivamente (P=0,51). O CHC foi diagnosticado em 1 (3%) dos 38 pacientes com RVS e 8 (17%) dos 47 pacientes sem RVS (P=0,02; Razão de chance: 0,13; Intervalo de confiança de 95%: 0,006-0,9). As características pré-tratamento foram semelhantes entre os pacientes com e sem RVS, tanto demográficas (idade e sexo) quanto clínicas (Child A, média da dose total de interferon e tempo de seguimento). Além da ocorrência de CHC, a única outra variável com diferença significativa encontrada entre os grupos com e sem RVS foi o percentual de pacientes com genótipo 1 (13% versus 35%, respectivamente; P = 0,04). Comparando-se os pacientes com e sem CHC, a única variável com diferença estatisticamente significativa encontrada foi o percentual de RVS (11% versus 49%, respectivamente; P = 0,03). Conclusões: Pacientes com cirrose pelo VHC que atingem RVS têm menor incidência de CHC quando comparados àqueles sem RVS. A única diferença entre os grupos com e sem CHC foi a ocorrência de RVS. Este achado indica que a ausência do VHC pode tanto representar fator protetor direto contra o CHC, quanto servir como marcador indireto para identificar cirróticos com menor probabilidade de desenvolver CHC. / Background/Aim: There is strong evidence that sustained virologic response (SVR) to interferon treatment has an impact on the incidence of hepatocellular carcinoma (HCC) in patients with hepatitis C virus (HVC) related cirrhosis. The aim of this study was to compare the rate of HCC among HCV cirrhotics with vs without SVR. Methods: Eighty five biopsy proven cirrhotic patients with HCV infection (PCR positive), without any other form of liver disease were included. All were treated with interferon (IFN) ± ribavirin (RBV) for at least 24 weeks. Before treatment, all patients were compensated (Child A) and had no evidence of HCC on abdominal ultrasound (US). None had previous hepatic decompensation. SVR was defined as negative HCV-RNA (qualitative PCR with a limit of detection of 50 IU/ml) 24 weeks after end of treatment. Patients followed every 6 months with US and alpha-fetoprotein (AFP) for > 12 months after end of therapy were included. HCC was diagnosed by liver biopsy and/or coincident findings of focal lesion > 2 cm on US and spiral CT with arterial hypervascularization. Results: Thirty eight (45%) were SVRs and 47 (55%) were not. Mean follow-up was 32,1 ± 20 months (range:12-84 months) in SVRs vs 28,2 ± 18 months (range:12-96 months) in no-SVRs (P=0.51). HCC was diagnosed in 1 (3%) of 38 SVRs vs 8 (17%) of 47 patients without SVR (P=0.02; OR:0.13, 95% CI:0.006-0.9). All had similar pre-treatment characteristics (age, sex, liver function, Child A, total interferon dose and follow-up time). Besides HCC incidence, the only significant difference between SVRs and no-SVRs was the rate of genotype 1 (13% vs 35%, respectively, P = 0.04). Comparing patients with and without HCC, the only significant difference was found in the rate of SVR (11% vs 49%, respectively; P = 0,03). Conclusion: HCV cirrhotics with SVR have a lower incidence of HCC compared to those without SVR. The only difference between the groups with and without HCC was the rate of SVR. This finding may indicate that either absence of HCV-RNA truly protects against HCC, or acts as surrogate marker to identify cirrhotics that have a low probability of HCC development on long-term follow-up.

Page generated in 0.5309 seconds