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Efeito do contexto da paisagem em diferentes escalas sobre a distribuição de pequenos mamíferos em cultivos agrícolas e em remanescentes florestais / Effect of landscape context at different scales on the distribution of small mammals in areas of agriculture and in forest remnants

Fabiana Umetsu 27 October 2010 (has links)
Este estudo enfocou a importância do contexto de ambientes alterados do entorno para a distribuição de diferentes grupos de espécies de pequenos mamíferos não-voadores em paisagens fragmentadas de Mata Atlântica. Na primeira abordagem (capítulo 2), usando a distribuição de pequenos mamíferos em remanescentes florestais e nos quatro principais habitats alterados de uma paisagem de Mata Atlântica, investigamos (1) como o poder explanatório dos modelos que descrevem a distribuição das espécies em fragmentos florestais varia entre as variáveis da estrutura da paisagem que incorporam ou não a qualidade da matriz e (2) a importância da escala espacial para analisar a influência da estrutura da paisagem. Usamos amostragem padronizada nos remanescentes e habitats alterados para gerar dois índices de qualidade de habitat, correspondentes à abundância e à ocorrência de pequenos mamíferos. Para cada remanescente, calculamos a quantidade de habitat e a conectividade em diferentes escalas espaciais, considerando ou não a qualidade dos habitats ao redor. A incorporação da qualidade da matriz aumentou o poder explanatório dos modelos para todas as escalas espaciais para metade das espécies que ocorreram na matriz, mas apenas quando consideramos a distância entre as manchas de habitat (conectividade). Os resultados indicam a importância da matriz para a dinâmica de paisagens fragmentadas e sugere que índices relativamente simples podem melhorar nosso entendimento sobre a distribuição das espécies, e poderiam ser aplicados na modelagem, monitoramento e manejo de paisagens tropicais complexas. Na segunda abordagem (capítulo 3), testamos duas hipóteses relacionadas à importância do contexto da paisagem para a diversidade biológica encontrada em áreas agrícolas usando os pequenos mamíferos da Mata Atlântica como modelo: (1) que o contexto em que cultivos agrícolas estão inseridos, em particular a quantidade de florestas remanescentes, determina a assembléia de pequenos mamíferos encontrada nestas áreas produtivas; (2) que essas respostas ao contexto são escala-dependentes, sendo observadas em escalas espaciais mais amplas. Para tanto, amostramos 36 sítios em áreas agrícolas em duas paisagens fragmentadas de Mata Atlântica com diferentes proporções de florestas nativas remanescentes, os quais foram selecionados de forma a abranger ampla variação na quantidade e agregação de áreas abertas no entorno imediato. Construímos e comparamos 12 modelos candidatos que diferem quanto à contribuição dos efeitos do contexto em escala espacial ampla e em escala local, incluindo todas as combinações possíveis entre essas variáveis, a interação das variáveis medidas em diferentes escalas, e um modelo nulo. De acordo com as expectativas iniciais, as espécies restritas a biomas florestais foram mais comuns e bem distribuídas em áreas agrícolas circundadas por maiores quantidades de floresta em escala ampla. No entanto, as espécies invasoras e não-restritas a biomas florestais dominaram as áreas agrícolas das duas paisagens estudadas, independentemente da quantidade de floresta remanescente em escala ampla, tendo respondido principalmente, mas de maneira oposta, ao contexto em escalas menores. Os resultados indicam que: (1) a resposta diferencial entre os grupos de espécies é condicionada por diferenças nos requerimentos de habitat entre eles; (2) a manutenção de espécies mais exigentes em áreas agrícolas depende de estratégias de manejo que considerem a escala da paisagem; (3) mesmo áreas de agricultura convencional podem ser importantes para a conectividade da paisagem para espécies exigentes, desde que inseridas em contexto de maior quantidade de matas remanescentes; (4) o controle das populações de espécies invasoras que podem atuar como reservatórios de patógenos causadores de doenças no homem e pestes na agricultura depende de manejo em escala local, pelo menos em paisagens onde as áreas agrícolas são predominantes. / This study focused on the importance of the context of altered habitats in the neighborhoods to the distribution of different groups of species of non-flying small mammals in fragmented landscapes of the Atlantic forest. In the first approach (chapter 2), using the distribution of small mammals in forest remnants and in the four main altered habitats in an Atlantic forest landscape, we investigated 1) how explanatory power of models describing species distribution in forest remnants varies between landscape structure variables that do or do not incorporate matrix quality and 2) the importance of spatial scale for analyzing the influence of landscape structure. We used standardized sampling in remnants and altered habitats to generate two indices of habitat quality, corresponding to the abundance and to the occurrence of small mammals. For each remnant, we calculated habitat quantity and connectivity in different spatial scales, considering or not the quality of surrounding habitats. The incorporation of matrix quality increased model explanatory power across all spatial scales for half the species that occurred in the matrix, but only when taking into account the distance between habitat patches (connectivity). Results indicate the importance of the matrix for the dynamics of fragmented landscapes and suggest that relatively simple indices can improve our understanding of species distribution, and could be applied in modeling, monitoring and managing complex tropical landscapes. In the second approach, (chapter 3), we aimed at testing two hypotheses related to the importance of landscape context to the biological diversity found in areas of agriculture using Atlantic forest small mammals as a model: (1) that the context in which the areas of agriculture are inserted, in particular the quantity of remnant forests, determines the assemblage of small mammals found in those productive areas; (2) that those responses to the context are scale-dependent, being observed at larger spatial scales. To accomplish that, we sampled 36 sites in areas of agriculture in two fragmented Atlantic forest landscapes presenting different proportions of native forest remnants, which were selected aiming at including the widest variation in quantity and aggregation of open anthropogenic areas in the local neighborhood. We built and compared 12 candidate models which differed in relation to the contribution of the effects of context at large and local spatial scales, including all possible combinations between these variables, the interaction of the variables measured at different scales, and the null model. According to our initial expectations, the species that are restricted to forest biomes were the commonest and best-distributed ones, in areas of agriculture surrounded by higher quantities of forest at the large scale. However, the invasive species and the species that are not restricted to forest biomes dominated the areas of agriculture in the two studied landscapes, independently from the quantity of remnant forest at the large scale, and they responded mainly, but in the opposite way, to the context at smaller scales. The results indicate that: (1) the differential response between the groups of species is conditioned by differences in habitat requirements between them; (2) the maintenance of more demanding species in agricultural lands depends on management strategies which consider the landscape scale; (3) even areas of conventional agriculture can be important to the connectivity of the landscape for the most demanding species, as far as they are inserted in a context of higher quantities of remnant forest; (4) the control of the populations of invasive species that can act as reservoirs of pathogens that cause disease in men, and that can be pests in agriculture, depends on the management at local scale, at least in landscapes where the areas of agriculture predominate.
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Pequenos mamíferos terrestres e a regeneração da Mata Atlântica: influência da estrutura do habitat e da disponibilidade de alimento na recuperação da fauna / Terrestrial small mammals and Atlantic forest regeneration: effect of habitat structure and food availability in the wildlife recovery

Bruno Trevizan Pinotti 09 April 2010 (has links)
Através da amostragem de 28 sítios em diferentes estádios de regeneração em uma área de Mata Atlântica contínua, procuramos nesta dissertação contribuir para o entendimento dos mecanismos relacionados às mudanças faunísticas observadas durante o processo de regeneração em florestas tropicais, e, assim, melhor compreender o valor das florestas secundárias para a conservação da biodiversidade tropical. Para isso, na primeira parte da dissertação investigamos a influência da regeneração sobre características de estrutura da floresta e disponibilidade de alimento consideradas importantes para diversos grupos da fauna. Encontramos maior profundidade do folhiço, volume de galhadas e disponibilidade de frutos de uma abundante palmeira de sub-bosque nas florestas mais maduras, enquanto que nas áreas em estádio mais inicial de regeneração encontramos maior conexão da vegetação, biomassa de artrópodes no solo e disponibilidade de frutos no total e da espécie de planta mais abundante no sub-bosque. Essas modificações podem estar relacionadas às mudanças na fauna observadas durante a regeneração florestal. As espécies que dependem de características só encontradas nas matas mais maduras, como espaços abertos para movimentação, maior complexidade do chão da floresta, ou determinados recursos alimentares poderiam encontrar limitações em áreas em estádios mais iniciais de regeneração, ao passo que espécies que não dependem desses recursos poderiam se beneficiar da maior disponibilidade total de alimentos, ou da maior conexão da vegetação para movimentação, encontradas nessas áreas. Na segunda parte do trabalho, avaliamos a influência da regeneração e de características estruturais e de disponibilidade de alimento sobre espécies endêmicas (especialistas de floresta) e não-endêmicas (generalistas de habitat) de pequenos mamíferos terrestres. Como previsto, observamos que um grupo de espécies (generalistas de habitat) prolifera nas áreas mais jovens, enquanto que o outro grupo (especialistas de floresta) foi mais comum, embora de maneira mais sutil, nas áreas mais maduras. Esses padrões foram em parte explicados pelas variáveis mensuradas, principalmente a disponibilidade de recursos alimentares. Aparentemente, as espécies generalistas estão se beneficiando da maior disponibilidade de alimentos encontrada nas áreas em estádio mais inicial de regeneração, enquanto que as especialistas possuem maior capacidade de ocupação das áreas mais maduras, onde esses recursos são mais escassos. Portanto, esses resultados sugerem um compromisso (trade-off) entre capacidade competitiva e capacidade de utilização de recursos 101 abundantes, como prevê o mecanismo de nicho sucessional, proposto inicialmente para explicar a sucessão de espécies vegetais. As características encontradas nas florestas mais jovens favoreceram a proliferação de espécies de pequenos mamíferos terrestres generalistas de habitat. Entretanto, o efeito positivo da regeneração florestal sobre as espécies especialistas, de maior interesse para a conservação, foi menos acentuado, de forma que as florestas secundárias abrigaram uma assembléia de pequenos mamíferos terrestres rica, podendo, portanto, representar um importante instrumento de aumento de área e conectividade em paisagens altamente modificadas, como as encontradas na Mata Atlântica. Entretanto, esses resultados não reduzem o valor das florestas maduras, principalmente em paisagens fragmentadas e para grupos mais sensíveis da fauna. Essas florestas devem ser protegidas, assim como deve ser garantida (e se preciso auxiliada) a regeneração das florestas secundárias, para que possam adquirir em longo prazo as condições necessárias à manutenção das espécies e dos grupos de espécies da fauna mais severamente afetados pela secundarização das florestas tropicais. / By sampling 28 sites in different regeneration stages in a continuous Atlantic forest area, in this master thesis we aimed to contribute to the understanding of the mechanisms associated with the wildlife changes observed during tropical forest regeneration, and thereby better understand the value of secondary forests for the conservation of tropical biodiversity. In the first part of the thesis we investigated the influence of regeneration on aspects of forest structure and food availability considered to be important to several wildlife groups. We found deeper leaf litter, and higher woody debris volume and fruit availability of an abundant understorey palm in the older-growth areas, while in areas in earlier stages we found higher vegetation connection, higher ground-dwelling arthropod biomass, total fruit availability, and availability of fruits of the most abundant understorey plant species. These modifications may be related to the wildlife changes observed during forest regeneration. Species that rely on features only found in older-growth forests, such as open space for movement, higher complexity of the forest floor, or certain food resources, could find limitations in younger forests, whereas species which do not depend on these resources could benefit from the higher total food availability, or higher 102 vegetation connection for movements, found in these areas. In the second part of the study, we assessed the effect of regeneration and of structural attributes and food availability on endemic (forest specialist) and non-endemic (habitat generalist) terrestrial small mammal species. As expected, we found that a group of species (habitat generalists) proliferate in younger areas, while the other group (forest specialists) is more common, although more subtly, in older-growth areas. These patterns were partly explained by the measured variables, especially food availability. Apparently, the generalist species are benefiting from the increased food availability found in younger forests, while specialist species have greater ability to occupy older-growth areas, where these resources are scarcer. Therefore, our data suggest a trade-off between competitive ability and ability to use abundant resources, as predicted by the successional niche mechanism, initially proposed to explain the succession of plant species. The characteristics observed in younger forests favored the proliferation of habitat generalist terrestrial small mammals. However, the positive effect of forest regeneration on specialist species, of more conservation concern, was less pronounced, so that the secondary forests harbored a rich terrestrial small mammal assemblage, and may therefore be an important tool to increase the area and connectivity in highly modified landscapes, such as those found in the Atlantic forest. However, these results do not diminish the value of old-growth forests, especially in fragmented landscapes and for more sensitive wildlife groups. These forests should be protected, as well as the regeneration of the secondary forests should be guaranteed (and assisted, if necessary), so that these areas could acquire in the long term the necessary conditions to maintain the species and the groups of species most adversely affected by the secondarization of the tropical forests.
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Direitos, comunidades quilombolas e conservação da biodiversidade: o exemplo do Vale do Ribeira/SP

Souza, Patricia Borba de 18 August 2017 (has links)
Submitted by Eliana Barboza (eliana.silva1@mackenzie.br) on 2017-09-26T12:24:03Z No. of bitstreams: 2 Patricia Borba de Souza.pdf: 5656638 bytes, checksum: a4a44eb19971374c530db0858cf81899 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Approved for entry into archive by Paola Damato (repositorio@mackenzie.br) on 2017-09-28T18:25:02Z (GMT) No. of bitstreams: 2 Patricia Borba de Souza.pdf: 5656638 bytes, checksum: a4a44eb19971374c530db0858cf81899 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Made available in DSpace on 2017-09-28T18:25:02Z (GMT). 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Therefore, it was decided to choose as sample to be studied in this thesis 16 communities of the Vale do Ribeira region, in the state of São Paulo: Galvão, Ivaporunduva, Mandira e São Pedro, in a direct way, e Abobral da Margem Esquerda, Bombas, Cangume, Maria Rosa, Morro Seco, Nhunguara, Pedro Cubas e Pedro Cubas de Cima, Pilões, Porto Velho, Praia Grande e Sapatu, through observatory field research. It’s important to emphasize that the Vale do Ribeira region is home to the largest amount of vegetation remaining in the Atlantic Forest of Brazil, and therefore a large part of its territory is protected by different types of Environmental Conservation Units. The process of creating these Conservation Units, however, disregarded the existence and rights of quilombola communities. Part of these Units was created on quilombo lands, imposing restrictions on the traditional way of life of these communities and limiting the possibilities of agricultural and extractive practices. When dealing with the legal order regarding the environments of coexistence of the traditional populations, it was observed, with the researches made for the preparation of this study, that coexist official norms and different forms of juridicity not contemplated by the national legislation, even so, they are endowed with validity, legitimacy, effectiveness and coercivity. In this sense, it was demonstrated in the present research that a social organization based on customary rights almost always maintains an intense relationship with the Law created by the State, being vital for the local environmental sustainability the transit of that community by these two orders, legal/customary and state-owned, since this factor contributes to the maintenance of social harmony, as well as to the conservation of local natural resources. Considering the whole study, what was intended to defend, in this thesis, is that the set of “legal practices” that determine the forms of access and the use of the natural resources, and especially of the land, accepted by all the members who make up the unity of this social group, has the same efficiency as the State laws. / Pode-se considerar que um dos pontos importantes a ser tratado com relação às comunidades quilombolas é a forma de sua organização política, e, em razão (ou não) disso, como os seus regramentos ou o seu Direito contribuem de forma significativa para o seu próprio empoderamento, inclusive lhes proporcionando uma suposta exclusividade na conservação e no uso da biodiversidade local. Desse modo, decidiu-se escolher como amostra a ser estudada nesta tese 16 comunidades quilombolas da região do Vale do Ribeira, no estado de São Paulo: Galvão, Ivaporunduva, Mandira e São Pedro, de forma direta, e Abobral da Margem Esquerda, Bombas, Cangume, Maria Rosa, Morro Seco, Nhunguara, Pedro Cubas e Pedro Cubas de Cima, Pilões, Porto Velho, Praia Grande e Sapatu, por meio de pesquisa de campo observatória. É importante destacar que a região do Vale do Ribeira abriga a maior quantidade de vegetação remanescente de Mata Atlântica do Brasil, e, por isso, grande parte do seu território encontra-se protegido por diferentes tipos de Unidades de Conservação Ambiental. O processo de criação dessas Unidades de Conservação, contudo, desconsiderou a existência e os direitos das comunidades quilombolas. Parte dessas Unidades foi criada em terras de quilombo, impondo restrições ao modo de vida tradicional dessas comunidades e limitando as possibilidades das práticas agrícolas e extrativistas. Ao tratar da ordem jurídica no que se refere aos ambientes de convivência das populações tradicionais, observou-se, com as pesquisas realizadas para a confecção deste trabalho, que coexistem normas oficiais vigentes e formas diversas de juridicidade não contempladas pela legislação nacional, mas que, mesmo assim, são dotadas de validade, legitimidade, eficácia e coercibilidade. Nesse sentido, demonstrou-se, na presente pesquisa, que uma organização social baseada em direitos consuetudinários quase sempre mantém um intenso relacionamento com o Direito criado pelo Estado, sendo vital para a sustentabilidade ambiental local o trânsito dessa comunidade por essas duas ordens, a jurídica/consuetudinária e a estatal, visto que esse fator colabora para a manutenção da harmonia social, bem como para a conservação dos recursos naturais locais. Considerando todo o estudo realizado, o que se pretendeu defender, nesta tese, é que o conjunto de “práticas jurídicas” que determinam as formas de acesso e o uso dos recursos naturais e, principalmente, da terra, acatadas por todos os membros que compõem a unidade desse grupo social, tem a mesma eficiência que as leis estatais.
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Atributos individuais, formas de manejo e contexto ambiental: quais fatores determinam a chance de cachorros visitarem remanescentes florestais? / Individual traits, management and environmental context: which factors determine the chance of dogs visiting forest remnants?

Vinícius Leonardo Biffi 17 August 2017 (has links)
Invasões biológicas representam hoje a segunda maior ameaça à biodiversidade, e o homem desempenha papel fundamental na introdução de espécies exóticas potencialmente invasoras. O cachorro (Canis lupus familiaris) é uma dessas espécies. Presente em todos os continentes, é o carnívoro mais abundante do mundo, e pode causar impactos à fauna nativa através de efeitos letais e não letais da predação, competição, hibridização e transmissão de doenças, além de ser potencialmente importante na epidemiologia de zoonoses. Em áreas rurais, que concentram grande parte dos remanescentes de vegetação nativa no mundo, os cachorros são frequentemente criados soltos e circulam livremente, intensificando a chance de contato com a fauna nativa. Nesse trabalho, avaliamos a importância relativa de fatores associados a atributos individuais (sexo, idade, condição de saúde, comportamento exploratório, tamanho e raça), formas de manejo (incentivo do dono à movimentação, motivo para a criação, confinamento e frequência de alimentação) e contexto ambiental (proximidade à mata nativa) para determinar a chance de cachorros visitarem remanescentes florestais em paisagens fragmentadas de Mata Atlântica. Selecionamos oito paisagens de 2830 ha cada, nas quais visitamos todas as construções em áreas rurais a fim de entrevistar, através da aplicação de questionário, os responsáveis pela criação de cachorros e fotografar os cachorros. Utilizamos a imputação múltipla para estimar os dados faltantes (comuns em dados obtidos via questionários), gerando 10 conjuntos de dados imputados que foram analisados separadamente. Por meio de seleções de modelos através do Critério de Informação de Akaike, comparamos modelos candidatos com até cinco variáveis independentes para determinar a chance de cachorros visitarem remanescentes florestais. Nossos resultados nos permitem afirmar que quatro fatores - dois associados a atributos individuais e dois associados a formas de manejo - atuam em conjunto para determinar a chance de cachorros visitarem remanescentes florestais em paisagens rurais da Mata Atlântica. Cachorros maiores, mais exploradores, que recebem mais incentivo a se movimentar e que passam menos tempo confinados têm maior chance de visitar remanescentes florestais. A maior importância de atributos individuais e da forma de manejo está de acordo com a grande variação fenotípica existente entre cachorros e a variedade de modos como são manejados. Entre os atributos individuais, tanto características físicas como comportamentais são importantes, enquanto os aspectos chave da forma de manejo são aqueles mais diretamente relacionados à movimentação dos cachorros. Independentemente do tempo de confinamento, o incentivo do dono à movimentação do cachorro, em particular o estímulo para que o cachorro o acompanhe em visitas a remanescentes florestais, é fundamental. O contexto ambiental, em especial a proximidade do domicílio a áreas de mata nativa, por sua vez, é irrelevante dada a alta mobilidade dos cachorros. Nossos dados sugerem que a densidade de cachorros em paisagens rurais de Mata Atlântica é uma ordem de magnitude mais alta do que a de carnívoros de médio porte silvestres relativamente comuns, que muitos cachorros já tiveram contato direto com espécies silvestres, e que a vacinação e outras medidas profiláticas são relativamente incomuns. Todos esses dados indicam o potencial de efeitos negativos, tanto para a fauna silvestre como para o homem. Programas de redução destes impactos devem incluir tanto aspectos veterinários, como a expansão de campanhas públicas de profilaxia para além da vacinação antirrábica, quanto aspectos sociais, como a divulgação e conscientização dos potenciais problemas ocasionados pela entrada de cachorros em áreas de vegetação nativa, visando mudanças nas crenças, atitudes e comportamento da população humana / Biological invasions are today the second greatest threat to biodiversity, and humans play a significant role in the introduction of potentially invasive exotic species. The dog (Canis lupus familiaris) is one of such species. Distributed across all continents, the dog is the most abundant carnivore in the planet, and can impact wildlife through lethal and non-lethal effects of predation, competition, hybridization and disease transmission, besides being potentially important in the epidemiology of zoonoses. In rural areas where most remnants of native vegetation around the world are concentrated, most dogs are free-ranging, enhancing the chance of interactions with wildlife. Here, we evaluated the relative importance of factors associated with individual traits (sex, age, health condition, exploratory behaviour, size and breed), management (owner\'s incentive to movement, motive for raising, confinement and feeding frequency), and environmental context (proximity to native forest) to determine the chance of dogs visiting forest remnants in Atlantic Forest fragmented landscapes. We selected eight landscapes of 2830 ha each, where we visited all constructions in rural areas in order to interview dog owners by applying a questionnaire and to photograph dogs. We used multiple imputation to estimate missing data (common in data obtained through questionnaires), obtaining 10 imputed datasets that were analyzed separately. We compared candidate models with up to five independent variables to determine the chance of dogs visiting forest remnants through the Akaike Information Criterion. Our results indicate that four factors - two associated with individual traits and two associated with management - work together to determine the chance of dogs visiting forest remnants in Atlantic Forest rural landscapes. Larger dogs, and those that exhibit exploratory behaviour, are more stimulated to move or confined for shorter periods have greater chance of visiting forest remnants. The greater importance of factors associated with individual traits and management is in accordance with the ample phenotypic variation among dogs and the variety of ways they can be managed. Among individual traits, both morphological and behaviour characteristics are important, whereas the key aspects of management are those directly related to dog movement. Irrespective of the time confined, the owner\'s incentive to movement, in particular taking the dog to the forest, is a crucial aspect. In contrast, the environmental context, especially the proximity of the household to native forest, is irrelevant given the vagility of dogs. Our results suggest that the density of dogs across rural landscapes in the Atlantic forest is at least one order of magnitude higher than the density of relatively common medium-sized native carnivores, that several dogs have already had direct contact with wild species, and that vaccination and other prophylactic measures are relatively uncommon. All of these highlight the potential for negative effects on both wildlife and human population. Plans to reduce these effects should include not only veterinarian aspects, such as the expansion of public prophylactic campaigns beyond rabies vaccination, but also social aspects, such as the dissemination of information on the problems caused by dogs visiting native vegetation, aiming at changing people\'s beliefs, attitudes and behaviour
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Reservas legais: critérios para localização e aspectos de gestão / Legal reserves: allocation criteria and management aspects

Victor Eduardo Lima Ranieri 30 June 2004 (has links)
A destruição de ambientes naturais é um dos mais reconhecidos problemas ambientais de âmbito global que, entre outras conseqüências, provoca impactos como perda de biodiversidade e degradação dos solos e da água. Tais impactos se refletem nos sistemas econômicos e sociais, o que tem conduzindo a discussão das estratégias de conservação da natureza por rumos que incluem, não somente questões técnicas, como também aspectos políticos. Além das estratégias de proteção baseadas em terras públicas, a conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos em áreas sob domínio privado, é uma necessidade amplamente reconhecida. Seja em terras públicas ou particulares, a conservação de áreas naturais implica na imposição de limites às ações humanas, o que tende a gerar conflito de interesses. No Brasil, a chamada reserva legal - instrumento estabelecido pelo Código Florestal, Lei no. 7.441 de 1965, com a finalidade de garantir o uso sustentável dos recursos naturais, conservar biodiversidade e processos ecológicos limita o uso da propriedade rural e é foco de discussão entre proprietários, governos e setores da sociedade ligados à área ambiental. O presente trabalho analisa e propõe estratégias para a conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos por meio do instrumento reserva legal, considerando critérios de alocação e aspectos de gestão, com ênfase na realidade dos biomas Mata Atlântica e cerrado. São analisados aspectos políticos, legais e institucionais relacionados à questão, identificados conflitos de interesses e sugeridos caminhos para o equacionamento desses conflitos. Sob o aspecto técnico, são propostos critérios e parâmetros para auxiliar o processo de tomada de decisão na escolha de áreas prioritárias para locação de reservas legais e apresentados cenários de ocupação do solo de uma região específica, considerando tais critérios. As informações levantadas permitem concluir que a estratégia brasileira baseada em instrumentos de comando e controle tem sido ineficaz no que tange à questão das reservas legais. Pontos de menor conflito entre os atores envolvidos, como a possibilidade de compensação de reservas legais fora dos limites das propriedades - utilizando instrumentos como o zoneamento ambiental e incentivos econômicos - podem tornar o instrumento reserva legal mais eficaz desde que: a) sejam definidos recortes territoriais adequados para a gestão compartilhada de florestas e água e b) sejam utilizados critérios técnicos claros para determinação de áreas prioritárias para locação de reservas legais, de modo a minimizar a subjetividade das normas gerais. Os resultados das simulações, materializados em oito cenários de ocupação, mostram que é possível, com a adoção de critérios técnicos objetivos, identificar locais mais propícios para implantação de reservas legais e, com isso, alterar parâmetros como tamanho, área central e conectividade entre fragmentos. Tais alterações podem tornar a paisagem mais favorável aos fluxos de fauna, à manutenção de espécies dependentes de grandes áreas de vida e de habitats sob menor efeito de borda, além de promover maior proteção dos solos e dos recursos hídricos. Questões como a responsabilidade por eventuais danos às reservas legais administradas em condomínios e aquelas relativas ao manejo de tais áreas para garantir sua conservação em longo prazo, entretanto, ainda exigem mais esforços para serem equacionadas. Esses esforços deverão se concentrar em estratégias inovadoras que, possivelmente, incluirão a participação da sociedade civil na gestão dessas áreas como, por exemplo, administradoras das reservas ou condomínios de reservas. / The destruction of natural environments is one of the most recognized worldwide environmental problems, which, among other consequences, causes impacts such as the loss of biodiversity and soil and water degradation. Such impacts reflect upon social and economic systems, which have lead the discussion on nature conservation strategies through paths which include not only technical but also political aspects. As well as protection strategies based on public land, biodiversity and water resource conservation in areas under private domain is a widely recognized need. On public or private land, the conservation of natural areas means imposing limits on human action, which tends to generate a conflict of interests. In Brazil, the so called legal reserve - a tool established by the Brazilian Forestry Code, Law 4,771 of 1965, with the aim of guaranteeing the sustainable use of natural resources, biodiversity conservation, and ecological processes - limits the use of rural properties and is the focus of discussions among landowners, governments, and entities linked to the environmental arena. This paper analyzes and proposes strategies for biodiversity, soil and water resource conservation through the legal reserve tool, considering designation criteria and management aspects, with a focus on the Atlantic Rainforest and cerrado. Political, legal, and institutional aspects related to the issue are analyzed, conflicts of interest are identified, and paths for the balance of these conflicts are suggested. Under a technical aspect, criteria and parameters to aid in the decision-making process for designating priority areas for legal reserves are proposed and scenarios for soil occupation of a specific region are presented, considering such criteria. The information gathered lead to the conclusion that the brazilian strategy is inefficacious. Points with less conflict among those involved, with the possibility of compensation for legal reserves outside property limits - based on tools like environmental zoning and economic incentives - could make the legal reserve instrument more efficient as long as: a) adequate territorial patches are defined for the co-management of forests and water and b) clear technical criteria are used to determine the priority areas designated as legal reserves, in a manner which minimizes the subjectivity of the general norms. The results of simulations, materialized in eight occupation scenarios, show that it is possible, with the adoption of objective technical criteria, to identify areas more susceptible to the implementation of legal reserves and thus change parameters such as size, central area, and connectivity between fragments. Such changes can make the landscape more favorable for fauna fluxes, for the maintenance of species dependent upon large area and habitats with less border effect, as well as promote greater protection of soils and water resources. Issues such as the responsibility for subsequent damage to legal reserves managed in shared natural areas and those related to the management of such areas to guarantee long-term conservation, however, still require more effort to be calculated. These efforts should concentrate on innovative strategies, which will include, for example, the participation of civil society in the management of reserves or shared natural areas.
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Biogeografia da conservação frente à expansão agrícola: conflitos e prioridades / Conservation Biogeography faced with agricultural expansion: conflicts and priorities

DOBROVOLSKI, Ricardo 10 April 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2014-07-29T16:23:34Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Tese Ricardo Dobrovolski.pdf: 1981880 bytes, checksum: 8c60352c3d999171ab957f065b32a9db (MD5) Previous issue date: 2012-04-10 / Agriculture is the human activity with the greatest impact on the environment. Specifically, it represents the greatest threat to biodiversity. In the future, this activity should expand due to population growth, increased consumption and production of biofuels from food. To understand the possible impacts of this expansion on biodiversity, we used scenarios of land use change between 1970 and 2100 from IMAGE (Integrated Model to Access Global Environment) to test the following hypotheses: (i) areas considered as global priorities for conservation by international NGOs will be preferentially impacted by agricultural expansion in the XXI century, (ii) there is a conflict between the priority areas for carnivores conservation and agricultural expansion, and this conflict can be reduced by incorporating information on agricultural expansion in the prioritization process, (iii) the integration among countries for conservation planning may benefit both biodiversity and agricultural productivity, (iv) Brazilian protected areas will be impacted by agricultural expansion in the future and this impact will differ between protected areas of integral protection and those of sustainable use. We found that: (i) the impact on priority areas for conservation depends on the criteria by which they were set, so that areas defined by its high vulnerability are currently most affected than those of low vulnerability. Throughout the XXI century this impact is expected to increase, although the difference between the two types of priorities remains, except for High Biodiversity Wilderness Areas, defined by their low vulnerability in current time, but for which most pessimistic scenarios forecast an impact similar to priority areas of high vulnerability, (ii) there is a high spatial congruence between areas with high agricultural use in the future and priority areas for conservation of carnivores. This conflict can be reduced if the prioritization process include information on agricultural expansion; this incorporation, however, causes a profound change in the distribution of priority areas and reduces the number of protected carnivore populations, (iii) the integration of countries to create a set of priority areas for conservation that represents 17% of the land surface can protect 19% more mammal populations without reducing food production, compared to a strategy in which each country seeks to protect its territory independently, and (iv) the impact of agriculture in Brazil is expected to increase until the end of the century, threatening even the protected areas and their surroundings. This impact, however, should not be different between areas of sustainable use and those of integral protection. We conclude that agricultural expansion should remain a major threat to biodiversity in the future, even in areas of special interest for conservation. Conservation actions should be planned taking into account this threat in order to reduce their potential impacts. For this, countries like Brazil should strengthen its surveillance on agricultural expansion and on how this activity is developed. Furthermore, the integration of international conservation efforts should be pursued, given its benefits for biodiversity and food production. Finally, humanity must choose methods of agricultural production that reduce its impacts, including avoiding its future expansion, so as to meet the increasing needs of a human population globally. / A agricultura é a atividade humana com maior impacto sobre o ambiente. Particularmente, ela representa a maior ameaça à biodiversidade. No futuro, essa atividade deve expandir-se com o aumento populacional humano, o aumento do consumo e a produção de biocombustíveis a partir dos alimentos. Para entender os possíveis impactos dessa expansão sobre a biodiversidade, nós utilizamos cenários de mudança de uso do solo entre 2000 e 2100 do IMAGE (Integrated Model to Access Global Environment) para testar as seguintes hipóteses: (i) as áreas consideradas como prioridades globais de conservação pelas ONGs internacionais serão preferencialmente impactadas pela expansão agrícola no século XXI; (ii) há um conflito entre áreas prioritárias para a conservação de carnívoros e a expansão agrícola e esse conflito pode ser reduzido com a incorporação da informação sobre expansão agrícola no processo de priorização; (iii) a integração entre os países para o planejamento da conservação pode ser favorável à proteção da biodiversidade e à produção agrícola; (iv) no Brasil, as áreas protegidas serão impactadas pela expansão agrícola no futuro e esse impacto será diferente entre áreas de proteção integral e áreas de uso sustentável. Nós encontramos os seguintes resultados: (i) o impacto sobre as áreas prioritárias para a conservação depende dos critérios pelos quais elas foram definidas, assim, as áreas definidas por sua alta vulnerabilidade estão atualmente mais impactadas do que áreas de baixa vulnerabilidade. Ao longo do século XXI, o impacto geral da agricultura deve aumentar, mas a diferença entre os dois tipos de prioridades se mantém, exceto para as High Biodiversity Wilderness Areas, definidas por sua baixa vulnerabilidade, mas que nos cenários mais pessimistas podem ter um impacto agrícola semelhante ao das áreas de alta vulnerabilidade; (ii) há uma alta congruência espacial entre áreas com elevado uso agrícola no futuro e áreas prioritárias para a conservação de carnívoros; esse conflito pode ser reduzido se o processo de priorização incluir as informações sobre a expansão agrícola; a incorporação dessa informação, entretanto, provoca uma profunda alteração na distribuição das áreas prioritárias e reduz o número de populações de carnívoros protegidas; (iii) a integração entre os países para a criação de um conjunto de áreas prioritárias para conservação que represente 17% da superfície terrestre pode proteger 19% mais populações de mamíferos sem reduzir a produção de alimentos, se comparada a uma estratégia em que cada país busque proteger seu território independentemente; (iv) o impacto da agricultura no Brasil deve aumentar até o fim do século XXI, ameaçando inclusive as áreas protegidas e o seu entorno. Esse impacto, porém, não deve ser diferente entre as áreas de uso sustentável e aquelas de proteção integral. Assim, a expansão agrícola deve continuar a ser uma importante ameaça à biodiversidade no futuro, atingindo inclusive áreas de especial interesse para a conservação. As ações de conservação devem ser planejadas levando em consideração essa ameaça, a fim de reduzir seus impactos potenciais. Para isso, países como o Brasil devem reforçar sua vigilância sobre a expansão agrícola e a maneira como essa atividade é desenvolvida. Além disso, a integração internacional dos esforços de conservação deve ser buscada, dados seus benefícios para a biodiversidade e para a produção de alimentos. E por fim, a humanidade deve optar por formas de produção agrícola que reduzam seus impactos, inclusive evitando sua expansão futura, mas que possam satisfazer as necessidades da população humana globalmente.
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Caça e consumo de carne silvestre na Amazônia Oriental: determinantes e efeitos na percepção do valor da floresta / Bushmeat hunting and consumption in Eastern Amazonia: drivers and effects on the perception of forest value

Torres, Patricia Carignano 11 December 2014 (has links)
A extração de produtos florestais é uma estratégia de sustento importante para populações que vivem próximas a remanescentes de florestas tropicais. Entre estes produtos, a carne silvestre é fonte importante de proteína e renda monetária. A sobreçaca, no entanto, pode levar à extinção local de espécies, comprometendo a integridade das florestas tropicais e o sustento de populações humanas. Como consequência, pode também levar à diminuição do valor atribuído às florestas pelos moradores, incentivando a sua conversão a outras formas de uso da terra. Sabe-se que fatores econômicos, como renda monetária e riqueza, são determinantes importantes da caça e do consumo de carne silvestre. Porém, tem sido sugerido que o efeito destes indicadores econômicos dependa do contexto ambiental - em especial, a cobertura florestal, associada à disponibilidade de animais para caça e a distância ao centro urbano, associada ao acesso a outras fontes de renda e proteína - e do contexto cultural, em particular, a região de origem dos moradores. No entanto, estudos prévios não consideraram todos estes fatores simultaneamente. Além disso, pouco ainda se sabe sobre qual o valor atribuído às florestas por populações rurais e sua relação com a caça e o consumo de carne silvestre. Através de questionários estruturados aplicados por meio de entrevista à população rural de uma região extensa e heterogênea na Amazônia oriental, esta tese teve como objetivos investigar: (i) o efeito de fatores ambientais em maior escala como determinantes da caça e do consumo de carne silvestre (Capítulo 1); (ii) a importância relativa e as interações entre fatores em escalas distintas - econômicos, culturais e ambientais - na determinação da caça e do consumo de carne silvestre (Capítulo 2) e; (iii) se a caça e o consumo de carne silvestre, bem como o desmatamento, que pode comprometer esse recurso, estão associados à percepção do valor das florestas (Capítulo 3). No Capítulo 1, os resultados indicam que fatores ambientais são determinantes mais importantes da caça do que do consumo de carne silvestre, que é mais frequente que a caça, sugerindo a relevância do compartilhamento e/ou comércio como formas de obtenção de carne silvestre. Enquanto o consumo de carne de silvestre foi um pouco mais frequente em áreas remotas e mais florestadas, a caça foi mais frequente em áreas mais florestadas, mas também em áreas mais próximas a centros urbanos. Assim, os resultados sugerem que é improvável que a pressão de caça diminua com a crescente migração para áreas urbanas que hoje se observa na Amazônia. O Capítulo 2 traz evidências de que o consumo de carne silvestre, e principalmente a caça, dependem não só do contexto ambiental, mas também do cultural, e que os efeitos de indicadores econômicos dependem de fatores ambientais. A caça e o consumo de carne silvestre foram mais frequentes nas famílias de origem na região Amazônica, entre aqueles que dependem mais de atividades de subsistência, e ambos aumentaram com a renda monetária em áreas próximas a centros urbanos e/ou menos florestadas, mas diminuíram com a renda monetária em áreas remotas e/ou florestadas. Isto sugere que o sucesso de intervenções econômicas que visem tanto à redução da pobreza quanto à conservação da biodiversidade depende do contexto ambiental, e é muito mais provável em áreas mais florestadas e remotas. Os resultados do Capítulo 3 indicam que a quantidade de carne silvestre consumida influencia positivamente a percepção do valor utilitário da floresta, enquanto que a quantidade de florestas remanescentes no entorno influencia positivamente a percepção de seu valor intrínseco. Assim, para além de estratégias que visem o bem-estar humano via incentivos econômicos, há oportunidade para iniciativas que considerem outros aspectos do bem-estar associados aos serviços providos pela floresta - sejam recursos como a carne silvestre ou benefícios culturais e estéticos. Ao mesmo tempo, os resultados apontam o potencial de um perigoso ciclo de desvalorização da floresta, em que o desmatamento leva a diminuição da percepção do seu valor, que, por sua vez, pode agravar o desmatamento, indicando a urgência de investimentos em iniciativas de conservação nas paisagens mais alteradas / The extraction of forest products is an important livelihood strategy for human populations living in and around tropical forest remnants. Among these products, bushmeat is an important source of protein and monetary income. However, overhunting can lead to local species extinction, compromising the integrity of tropical forests and the livelihoods of human populations. As a consequence, it can also lead to a decrease in the value local people attribute to forests, further promoting land conversion. It is well known that economic factors, such as monetary income and asset-wealth, are important drivers of bushmeat hunting and consumption. However, it has been suggested that the effect of economic factors depend on the environmental context - especially forest cover, associated with game availability, and distance to urban centers, associated with alternative sources of protein and income - and on the cultural context, particularly the region of origin of residents. Nevertheless, previous studies did not consider all these factors simultaneously. In addition, little is known about the value attributed to forests by rural populations and its association with bushmeat hunting and consumption. Using questionnaire-based interviews with the rural population of a wide heterogeneous region in eastern Amazonia, this thesis aimed at investigating (i) the effects of large-scale environmental factors as drivers of bushmeat hunting and consumption (Chapter 1); (ii) the relative importance and interactions between factors at different scales - economic, cultural and environmental - in driving bushmeat hunting and consumption (Chapter 2) and; (iii) whether bushmeat hunting and consumption, as well as deforestation, which may compromise this resource, are associated with the perception of forest values (Chapter 3). In Chapter 1, the results indicate that environmental factors are more important drivers of hunting than of bushmeat consumption, which is widespread, suggesting significant bushmeat sharing and/ or trading. While bushmeat consumption was slightly more likely in remote and more forested areas, hunting was more likely in more forested areas but also in areas closer to urban centers. These results suggest that hunting pressure is unlikely to decrease with the increasing migration to urban areas nowadays observed in the Amazon. Chapter 2 brings evidences that bushmeat consumption, and especially hunting, depend not only on the environmental context but also on the cultural context, and that the effects of economic variables depend on environmental factors. Bushmeat hunting and consumption were more likely in households with Amazonian origin, with greater reliance on subsistence activities and both increased with monetary income in less remote and/or less forested areas, but decreased with monetary income in more remote and/or more forested areas. This result suggests that the success of economic interventions aiming at both poverty alleviation and biodiversity conservation depend on the environmental context, and is more likely in more forested and remote areas. The results of Chapter 3 indicate that the amount of consumed bushmeat positively influences the perception of forest instrumental value, while forest cover in the surroundings positively influences the perception of forest intrinsic value. These results suggest that, beyond strategies that aim at human well-being through economic incentives, there is opportunity for initiatives that consider other aspects of well-being associated with services provided by forests - whether resources such as bushmeat or cultural and aesthetic benefits. At the same time, the results suggest the potential for a dangerous reinforcing cycle of forest depreciation, in which deforestation erodes perceptions of forest values, which may in turn facilitate further deforestation, indicating the urgent need to invest in conservation initiatives in more altered landscapes
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Segmentação multiresolução variográfica ótima. / Optimal variographic multiresolution segmentation.

Costa, Wilian França 12 August 2016 (has links)
O desenvolvimento de soluções que auxiliem na extração de informações de dados oriundos de sistemas de sensoriamento remoto e outras geotecnologias são essenciais em diversas atividades, por exemplo, a identificação de requisitos para o monitoramento ambiental; a definição de regiões de conservação; o planejamento e execução de atividades de verificação quanto ao cumprimento e uso do espaço; o gerenciamento de recursos naturais; a definição de áreas protegidas e ecossistemas; e o planejamento para aplicação e reposição de insumos agrícolas. Neste contexto, o presente trabalho apresenta um método para parametrizar um algoritmo segmentador Multiresolution, de forma que os segmentos obtidos sejam os maiores possíveis dentro de limites pré-estabelecidos de heterogeneidade para os dados avaliados. O método faz uso de variografia, uma ferramenta geoestatística que apresenta uma estimativa de quanto duas amostras variam em uma região espacial, de acordo com a distância relativa entre elas. Mostra-se também como a avaliação de múltiplos variogramas pode ser empregada na delimitação de regiões quando combinada a este algoritmo de segmentação, desde que os dados estejam dispostos em uma grade amostral regularmente espaçada. O método desenvolvido utiliza o efeito pepita estimado para os atributos dispostos em camadas sobrepostas e quantifica a segmentação em dois momentos (ou médias) para identificar o valor do parâmetro espacial ótimo a ser aplicado no segmentador. Apresenta-se, como exemplos de aplicabilidade do método, três casos típicos desta área: (i) definição de zonas de manejo para agricultura de precisão; (ii) seleção de regiões para estimativas de degradação ambiental na vizinhança de ponto de coleta/observação de espécies; e (iii) a identificação de regiões bioclimáticas que compõem uma Unidade de Conservação da biodiversidade. / Information extraction of data derived from remote sensing and other geotechnologies is important for many activities, e.g., the identification of environmental requirements, the definition of conservation areas, the planning and implementation of activities regarding compliance of correct land use; the management of natural resources, the definition of protected ecosystem areas, and the spatial planning of agricultural input reposition. This thesis presents a parameter optimisation method for the Multiresolution segmentation algorithm. The goal of the method is to obtain maximum sized segments within the established heterogeneity limits. The method makes use of variography, a geostatistical tool that gives a measure of how much two samples will vary in a region depending on the distance between each one of them. The variogram nugget effect is measured for each attribute layer and then averaged to obtain the optimal value for spatial segmentation with the Multiresolution algorithm. The segments thus obtained are superimposed on a regularly spaced sampled grid of georeferenced data to divide the region under study. To show the usefulnesss of this method, the following three case studies were performed: (i) the delineation of precision farming management zones; (ii) the selection of regions for environmental degradation estimates in the neighbourhood of species occurrence points; and (iii) the identification of bioclimatic regions that are present in biodiversity conservation units.
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Manejo florestal comunitário de frutos como estratégia de conservação da palmeira Juçara (Euterpe edulis Mart.) / Community-based management of fruits as strategy for conserving the juçara palm (Euterpe edulis Mart.) in the Atlantic Forest

Chagas, Germano de Freitas 03 February 2015 (has links)
A principal estratégia empregada com o intuito de assegurar a conservação da biodiversidade tem sido a implementação de áreas protegidas, especialmente aquelas de uso restrito, que muitas vezes deixa de considerar no seu estabelecimento a cultura, contexto socioeconômico e político ou o meio de vida das comunidades no entorno que antes interagiam com a área. Entretanto diversos trabalhos têm demonstrado o potencial de se promover esta conservação através de sistemas produtivos, harmonizando proteção dos recursos naturais ao desenvolvimento territorial. Neste contexto, o presente estudo aborta o potencial do manejo florestal comunitário, destinado à produção de frutos, em promover a conservação da palmeira juçara (Euterpe edulis Mart.), espécie drasticamente sobreexplorada pelo corte ilegal de palmito. Para isso foi realizado o levantamento da estrutura populacional e da produção de frutos em áreas de sistemas agroflorestais, florestas secundárias manejadas e áreas de proteção integral no litoral norte do Estado de São Paulo, na área de abrangência do Núcleo Picinguaba do Parque Estadual da Serra do Mar. Foram também realizadas estimativas de retorno econômico para o manejo de frutos e de palmito. Constatou-se que o manejo florestal comunitário, especialmente em florestas secundárias, é mais efetivo em conservar a juçara que áreas sob uso restrito. Paralelamente, o manejo destinado à obtenção de frutos se mostrou mais rentável que o manejo de palmito, além de ser mais favorável à conservação da espécie e à disponibilidade de frutos para a fauna. / The establishment of protected areas has been considered the main strategy to ensure biodiversity conservation, especially those of restricted use, which often fails to address local issues such as culture, socioeconomic and political context or the livelihoods of communities the used to have straight interaction with the landscape. However, several studies have demonstrated the potential to promote conservation through productive systems, while harmonizing protection of natural resources to territorial development. In this context, the present study addresses the potential of community forestry in promoting the conservation of juçara palm, a species drastically overharvested by illegal cutting of palm hearts. Thus, the population structure and fruit production in agroforestry systems, managed secondary forests and strictly protected areas were surveyed. Estimates of economic return for fruit and palm heart management were also made. It was found that community forest management, especially in secondary forests is more effective for conserving juçara than areas under restricted use regime. In the meanwhile, the management to obtain fruits was more profitable than the management for palm heart, besides being more favorable for the species conservation and fruit availability for wildlife.
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Plant-bee interactions and pollen flux in restored areas of Atlantic Forest / Interações planta-abelha e o fluxo de pólen em áreas restauradas de Mata Atlântica

Pfeiffer, Paula Maria Montoya 14 December 2018 (has links)
The conservation and restoration of pollinators is essential for sustaining viable plant populations in fragmented landscapes because they promote genetic diversity among isolated individuals. As it is expected that populations in remnant and restored forests perpetuate with the passing of the years, restoration programs on highly fragmented agricultural landscapes should be planned with consideration for achieving this purpose. In this work, we evaluated plant-pollinator interactions in restored tropical forests, aiming to establish first, the pollination requirements of plant species in these communities, and secondly, if the pollinator requirements are being fulfilled and the interactions between plants and pollinators are being recovered throughout restoration practices. This work comprises two chapters: On the first one (\"Are the assemblages of tree pollination modes being recovered by tropical forest restoration?\") we did an extensive literature review about the pollination biology of tree species in primary forests, restoration plantings and naturally regenerated forests, to compare and identify patterns on the functional diversity and the assemblages of plant pollination modes. On the second chapter (\"Functional responses and effects from bee communities in restored tropical forests\") we sampled bees (i.e. the most important pollinators) and identified the pollen grains attached to their bodies in primary forests, restoration plantings, disturbed herbaceous areas and sugar cane fields; afterwards we analyzed and compared the functional diversity of bee communities and their floral resources, and the structure of plant-bee interactions, as well as in response to habitat isolation. We found that different restoration practices leaded to changes on patterns of abundance and species proportions of several plant pollination modes, which were stronger in locations under active restoration activities than in naturally regenerated forests. Specifically in the case of bees, we found that the demand for their function as pollinators in restoration plantings was even higher than that in primary forests, since many bee pollinated tree species were being widely and preferably used due to their great colonizing ability, or because of the many other ecosystem functions and services that they provide. We observed that bee communities were getting benefited by such over-representation of bee floral resources, since many species visited more frequently the tree species in restoration plantings than any other habitat. In spite of such preference, the bee abundance and functional diversity of bee communities was not fully recovered in restoration areas, maybe because of other habitat requirements that still remained undersupplied (e.g. nesting resources). Although the functional diversity on bee communities was high in general, only a small part, which was also the most vulnerable (i.e. larger bees that nest above-ground, have different levels of sociality and are polylectics), was the principal in charge of the pollination of the most important plant species in primary and restored forests (i.e. native woody plants, from initial successional stages and with different pollination modes). Throughout this work we analyzed and discussed the implications of these results for the recovery of plant-pollinator interactions and on future decisions in restoration and conservation planning / A conservação e restauração dos polinizadores são essenciais para a manutenção das populações vegetais nas paisagens fragmentadas, pois eles proporcionam diversidade genética entre os indivíduos espacialmente isolados. Dado que se espera que as populações nas florestas remanescentes e restauradas se perpetuem com o passar dos anos, os programas de restauração devem ser planejados também considerando alcançar este objetivo. Neste trabalho avaliamos as interações planta-polinizador em florestas tropicais em restauração, objetivando estabelecer primeiro, os requerimentos de polinização nestas comunidades e segundo, se os requerimentos de habitat dos polinizadores estão sendo satisfeitos e as interações entre plantas e polinizadores estão se recuperando através das práticas de restauração. O trabalho compreende dois capítulos: No primeiro (\"Os sistemas de polinização de espécies arbóreas estão se recuperando por meio da restauração de florestas tropicais?\") realizamos uma revisão exaustiva na literatura sobre a biologia da polinização das espécies de árvores em florestas primárias, plantios de restauração e florestas naturalmente regeneradas, para depois comparar e identificar os padrões na diversidade funcional e nas assembléias de modos de polinização. No segundo capítulo (\"Respostas e efeitos funcionais das comunidades de abelhas em florestas tropicais restauradas\") coletamos abelhas (i.e. os principais polinizadores) e identificamos os grãos de pólen aderidos no seu corpo, em florestas primárias, plantios de restauração, áreas herbáceas degradadas e cultivos de cana-de-açúcar; depois analisamos e comparamos a diversidade funcional das comunidades de abelhas e seus recursos florais, a estrutura das redes de interação e também em resposta ao isolamento do habitat. Encontramos que diferentes práticas de restauração geraram maiores mudanças nas proporções de vários modos de polinização, em lugares submetidos a atividades de restauração ativa do que nas florestas regeneradas naturalmente. Especificamente no caso das abelhas, encontramos que a demanda pela sua função como polinizadores nos plantios de restauração era ainda maior do que nas florestas primárias, pois muitas espécies de árvores polinizadas por abelhas estavam sendo preferivelmente plantadas graças a sua maior habilidade como colonizadoras, ou devido à outras funções e serviços ecossistêmicos que elas provem. Observamos que as abelhas estavam se beneficiando dessa super-representação de recursos florais, dado que várias espécies visitaram mais freqüentemente as árvores presentes nos plantios de restauração do que em outras áreas. Apesar dessa preferência, a abundância de indivíduos e a diversidade funcional nas comunidades de abelhas ainda não estavam totalmente recuperadas nas áreas em restauração, provavelmente porque alguns dos seus requerimentos de habitat estão ainda pouco fornecidos (e.g. recursos de nidificação). Mesmo que a diversidade funcional nas comunidades de abelhas tenha sido alta de maneira geral, somente uma pequena parte dela, que também foi a mais vulnerável (i.e. abelhas de maior porte que nidificam por cima do solo, tem diferentes níveis de sociabilidade e são polilécticas), foi a principal encarregada do transporte de pólen das plantas mais importantes das florestas primárias e restauradas (i.e. plantas lenhosas, nativas, de successão inicial e com diferentes modos de polinização). Ao longo deste trabalho analisamos e discutimos as implicações destes resultados para a recuperação das interações planta-polinizador e nas futuras decisões no planejamento da restauração e conservação ecológica

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