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Associação dos fatores demográficos, socioeconômicos e dietéticos com os componentes da síndrome metabólica em escolares com excesso de peso / Association between demographic, socioeconomic and dietary factors with the metabolic syndrome components in overweight schoolchildrenRinaldi, Ana Elisa Madalena 03 August 2009 (has links)
Introdução: O critério diagnóstico da síndrome metabólica na infância não está bem estabelecido, entretanto sua presença e dos seus componentes, já estão presentes, predominantemente, nas crianças com excesso de peso. Poucos estudos na população infantil mostram a influência do consumo alimentar na prevalência da síndrome metabólica. Objetivo: Verificar a relação dos fatores demográficos, socioeconômicos e dietéticos com os componentes da síndrome metabólica em escolares com excesso de peso provenientes de três escolas do ensino fundamental com ofertas alimentares distintas (Botucatu-SP). Metodologia: Foram incluídas 147 crianças com excesso de peso (51,7% meninas e 62,6% obesidade) na faixa etária de 6 a 10 anos de três escolas com administração e sistema alimentar distintos (privada, pública municipal e filantrópica). Foram coletados dados antropométricos, bioquímicos, demográficos, socioeconômico, da pressão arterial e do consumo alimentar. Este foi avaliado por três recordatórios de 24horas. Estes dados foram relacionados com os componentes da síndrome metabólica (circunferência abdominal, triacilglicerol, glicemia, HDL-C e pressão arterial). Análise de regressão linear múltipla foi usada para avaliar a relação entre os componentes da síndrome metabólica e dados demográficos, socioeconômico e dietéticos. Resultados: A prevalência de síndrome metabólica foi de 10,2%, sendo maior nas crianças obesas, com %gordura corporal elevada e menor nas crianças da classe econômica superior (A2), sem diferença entre os gêneros. Os componentes da síndrome metabólica com maiores percentuais de alteração foram: circunferência abdominal, HDL-C e triaciglicerol. O consumo de carboidratos, lipídios totais, colesterol e carne estava dentro da recomendação; houve consumo excessivo de proteína, gordura saturada e açúcar e insuficiente de gordura monoinsaturada, polinsaturada, fibras, leguminosas, cereais, hortaliças, frutas e produtos lácteos. O componente da síndrome metabólica com maior interferência da dieta foi a trigliceridemia, esta com relação direta com o consumo de: gordura saturada, colesterol, produtos lácteos integrais e alimentos processados com elevado teor de açúcar e gordura. A trigliceridemia relacionou-se inversamente com a ingestão de leguminosas. A glicemia mostrou relação positiva com alimentos processados com elevado teor de açúcar e gordura e negativa com cereais. O HDL-C apresentou relação inversa com alimentos com elevado teor de açúcar e gordura. O sistema alimentar escolar que reunia a minoria desses fatores nutricionais de risco foi o filantrópico, no qual nenhuma criança teve o diagnóstico de síndrome metabólica. Conclusão: A prevalência dos componentes da síndrome metabólica não teve influência do gênero, desenvolvimento puberal e escolaridade dos pais. Com relação ao consumo alimentar, a presença dos componentes da síndrome metabólica foi influenciada pela ingestão excessiva de alimentos ricos em gordura saturada e açúcar. O tipo de alimentação oferecido na escola filantrópica, composta predominante por alimentos \"in natura\", pode ter contribuído para o menor percentual de alterações lipídicas e ausência de síndrome metabólica. Este estudo serve de base para intervenção precoce e elaboração de programas de educação nutricional no ambiente escolar. / Introduction: The definition of childhood metabolic syndrome is not well established, however, this syndrome and its components are diagnosed mainly in overweight children. Few studies have reported the influence of food intake on the prevalence of metabolic syndrome. Objective: To evaluate the relationship between demographics, socioeconomic and dietary factors with metabolic syndrome components on overweight children from three elementary schools receiving different food options (Botucatu-SP). Methods: The study included 147 overweight children (51.7% of girls and 62.6% obese children) aged 6 to 10 years from three different Administrative systems and feeding options (private, public and non-governmental) school. Anthropometric, biochemical, demographic, socioeconomic, blood pressure and food consumption values were measured. Food intake was evaluated using three-day, 24-hour dietary recalls. These data were linked with the metabolic syndrome components (waist circumference, triglycerides, glycemia, HDL-C and blood pressure). Multiple linear regression was applied to evaluate the relationship between metabolic syndrome components and demographic, socioeconomic and dietary values. Results: The prevalence of metabolic syndrome was 10.2% and it was more prevalent in obese children, with high body fat percentage and less prevalent in children from high economic class (A2), with no difference between concerning gender. The most frequently affected components of metabolic syndrome were: waist circumference, HDL-C and triglycerides. The values of carbohydrate, total fat, cholesterol and meat were in accordance with recommendations; high intake of protein, saturated fat and sugar; and insufficient low intake of monounsaturated and polyunsaturated fat, fiber, cereal, vegetables, legumes, fruits and milk. Triglycerides was the most affected parameter by diet, with direct relationship with saturated fat, cholesterol, milk and processed foods with high percentage of sugar and fat, and indirect relationship with legumes. The glycemia showed a direct relationship with processed foods with high percentage of sugar and fat and indirect relationship with cereals. The HDL-C presented an indirect relationship with high percentage of sugar and fat foods. The non-governmental school presented the least intake of these dietary risk factors with no case of metabolic syndrome. Conclusion: Gender, pubertal stage and parent´s education did not affect the prevalence of metabolic syndrome components. The diagnosis of metabolic syndrome was affect by high intake of foods rich in saturated fat and sugar. The kind of food offered in non-governmental school prepared mainly with \"natural food\" may have contributed to lower the percentage of dislipidemia and absence of metabolic syndrome. This finding is important to implement intervention and nutrition programs in the school environment.
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Consumo dietético, variantes genéticas e relação com níveis sanguíneos de folato, ácido fólico não metabolizado e homocisteína após a fortificação mandatória de ácido fólico: estudo de base populacional - ISA - Capital / Dietary intake and genetic variants of folate and its relation to folate, unmetabolized folic acid and homocysteine blood concentrations after mandoty folic acid fortification: population based study ISA-CapitalSteluti, Josiane 26 February 2015 (has links)
Introdução: Em diversos países, inclusive no Brasil, a fortificação de alimentos com ácido fólico (AF) foi adotada como política pública de prevenção e combate à deficiência nutricional da vitamina, motivados principalmente pela redução da incidência dos defeitos do tubo neural. No período pós-fortificação observa-se tanto a evolução positiva do consumo e nível sérico da vitamina quanto a diminuição da concentração plasmática de homocisteína, e ainda, o aumento do ácido fólico não metabolizado na maioria desses países. Não se conhece ainda os efeitos biológicos do AFNM, no entanto, considera-se que o AFNM pode ser um fator relevante nas questões de segurança associadas com alto consumo de AF. Objetivo: Avaliar o consumo dietético e nível de folato, homocisteína e ácido fólico não metabolizado após a fortificação mandatória de alimentos com ácido fólico, e a interação com os polimorfismos envolvidos no metabolismo do folato e homocisteína. Metodologia: Os dados foram oriundos do estudo transversal de base populacional ISA Capital 2008 conduzido em uma amostra representativa de residentes do município de São Paulo, de ambos os sexos, e com idade acima de 14 anos. Coletou-se recordatórios alimentares de 24 horas e amostra de sangue em jejum de 12 horas para análises bioquímicas e moleculares. As análises estatísticas foram realizadas no programa STATA®, versão 13.0, com nível de significância de 5 por cento . Resultados: O estudo foi conduzido em 750 indivíduos, sendo 53,1 por cento mulheres e média de idade 40,7 (IC95 por cento 38,8-42,5) anos. A média de consumo e nível de folato foi de 375,8 (IC95 por cento 363,0-388,6) mcg/dia e 13 (IC95 por cento 12,0-13,9) ng/ml, respectivamente. Apenas 1,76 por cento da população apresentou deficiência de folato (<3ng/ml). Foi 5 detectado AFNM em 79,8 por cento da população com média plasmática de 2,4 (IC95 por cento 2,1-2,7) ng/ml. No modelo linear generalizado para previsão de AFNM, nível de folato (p<0,001), idade (p<0,001), tabagismo (p=0,002), raça (p<0,001) e concentrações de B6 (p<0,001), além disso, a interação de homozigotos e heterozigotos para a deleção de pares de base da DHFR e nível de folato (p=0,003) foram efeitos significantes. Tem-se um aumento relativo esperado de 3 por cento no AFNM se aumentarmos em 1 ng/ml o nível de folato médio, considerando fixas as demais variáveis do modelo. Conclusão: Nota-se baixa prevalência da deficiência da vitamina e alta prevalência dos níveis detectáveis de AFNM na população decorrente do aumento do nível de folato. Todavia, apesar do aparente sucesso da fortificação de alimentos com ácido fólico, a comunidade científica não é unânime na aprovação de políticas de fortificação mandatória e do uso indiscriminado de suplementos. Recomenda-se um monitoramento constante para evitar que a população seja exposta a altas doses da vitamina, e consequentemente, efeitos adversos à saúde. / Introduction: Food fortification is an important strategy in public health policy for controlling micronutrient malnutrition, and a major contributory factor in the eradication of micronutrients deficiencies. Motivated by the reduction in the occurrence of neural tube defects, countries worldwide, including Brazil, adopted food fortification with folic acid (FA). Folic acid fortification has increased dietary intakes of folic acid and folate status, but it is also associated with the presence of circulating FA. Although the metabolism and biological effects of circulating of folic acid are not well known, it may be a contributing factor in safety concerns associated with high oral doses of folic acid. Objective: To assess the folate intake and status, homocysteine and circulating FA after mandatory fortification with folic acid, and interaction with polymorphisms involved in 1-carbon metabolism. Material and Methods: Data were from 750 individuals aged > 14 years old who participated of a cross-sectional population-based survey in Sao Paulo City-Brazil. Fasting blood samples and information about food intake based on two measures of 24 hour food recall were collected. All analyses were carried out using STATA (version 13.0) and p-value <.05 was considered to be statistically significant in all tests. Results: Results were from 750 individuals. Women accounted for 53.1 per cent of the population and average age was 40.7 (IC95 per cent 38.8-42.5) years. The overall mean folate intake and folate concentration were 375.8 (95 per cent CI: 363.0-388.6) mcg/day of DFE and 13 (95 per cent CI: 12-14) ng/mL, respectively. Only 1.76 per cent of 7 population had folate deficiency (<3 ng/mL). Circulating FA was detected in 79.8 per cent of the population with a mean concentration of 2.4 (95 per cent CI: 2.1-2.7) pmol/ml. Effects of total folate concentration (p<0.001), age (p<0.001), current smoker (p=0.002), race (p<0.000) and vitamin B6 (p<0.001) as well as interaction between folate concentration and 19-base pair deletion polymorphism in DHFR (p=0.003) were found in the model to predict the circulating FA. An increase of one ng/mL in folate concentrate was associated with increased of 3 per cent in circulating FA. Conclusions: There is low prevalence of folate deficiency and high prevalence of detectable levels of circulating FA the population. The fortification effectively increased folate status and folic acid intake, and had a notable influence on rankings of food contributors of folate intake. Although the success of folic acid fortification was observed in many countries, the scientific community is not unanimous in approval of mandatory fortification policies and the indiscriminate use of supplements. The monitoring is recommended to guarantee the safety of exposure to folic acid, and avoiding adverse health effects.
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Feed efficiency traits in Santa Inês sheep under genomic approaches / Eficiência alimentar em ovinos da raça Santa Inês sob abordagem genômicaAlvarenga, Amanda Botelho 28 September 2017 (has links)
The selection on genetic values predicted from markers could substantially increase the rate of genetic gain in animals by increasing accuracy of prediction and reducing generation interval, especially for difficult to measure traits, such as feed efficiency. Feed efficiency is the most important trait in animal production due to its impacts on cost of production and environmental factors. Many metrics measure the feed efficiency, such as ratio of gain to feed (FER), the ratio of feed to gain (FCR) and residual feed intake (RFI). Nevertheless, in ovine, no study with the aim of understand the genetic variants or the accuracy of genomic estimated breeding value (GEBV) for feed efficiency traits was published yet. Moreover, before to apply the genomic information, it is necessary to understand and characterized the population structure, for instance, by linkage disequilibrium (LD). Both genome-wide association studies (GWAS) and genomic selection (GS) leverage LD between marker and causal mutation. Based on the above considerations, the aim of this study was to map LD in ovine, characterized by Brazilian Santa Inês sheep; to search genetic variants for feed efficiency traits (FER, FCR and RFI) through GWAS; and to verify the accuracy of GEBV for RFI. In total, 396 samples (animals) of Longissimus dorsi muscle were collect. A high-density panel of SNP (Illumina High-Density Ovine SNP BeadChip®) comprising 54,241 SNPs was used to obtain the genotyping data. The phenotype data was comprised of 387 animals. The average LD between adjacent markers for two LD metrics, r² and |D\'|, were 0.166 and 0.617, respectively. The degree of LD estimated was lower than reported in other species and it was characterized by short haplotype blocks. Consequently, for genomic analyses, high-density panels of marker are recommended. Many markers were associated to feed efficiency traits in GWAS, mainly to RFI trait. Few candidate genes were reported in this study, highlighting NRF-1 (nuclear respiratory factor 1), which controls mitochondrial biosynthesis, the most important process responsible by a great fraction of the produced energy. Finally, we verified the accuracy of GEBV for RFI using few Bayesian regression models, and we found low accuracy, ranging from 0.033 (BayesB with π=0.9912) to 0.036 (BayesA), which might be explained by the low relationship among animals and small training population. / A seleção com base nos valores genéticos genômicos preditos pode aumentar substancialmente a taxa de ganho genético em animais por meio do aumento da acurácia de predição e redução do intervalo de gerações, especialmente para características de difícil e/ou onerosa mensuração, como eficiência alimentar. A eficiência alimentar é uma das características mais importantes na produção animal devido principalmente aos seus impactos econômicos e ambientais. Muitas métricas representam a eficiência alimentar, por exemplo: a relação do ganho de peso e consumo alimentar (EA), a proporção do consumo alimentar e ganho de peso (CA) e o consumo alimentar residual (CAR). Em ovinos, nenhum estudo com o objetivo de buscar variantes genéticas ou verificar a acurácia do valor genético genômico estimado para eficiência alimentar foi publicado. Adicionalmente, antes de aplicar a informação genômica, é necessário compreender e caracterizar a estrutura da população, como por meio do desequilíbrio de ligação (LD). O estudo de associação genômica (GWAS) e seleção genômica (GS) consideram o LD entre marcador e a mutação causal. Com base nas considerações acima, o objetivo deste estudo foi mapear o LD em ovinos, caracterizado pela raça ovina Santa Inês; localizar variantes genéticas para as características de eficiência alimentar (EA, CA e CAR) utilizando a abordagem GWAS; e verificar a acurácia da estimação dos valores genéticos genômico para o CAR. No total, foram coletadas 396 amostras (animais) do músculo Longissimus dorsi, para posterior genotipagem utilizando o painel de alta densidade (Illumina High-Density Ovine SNP BeadChip®), compreendendo 54.241 SNPs. O banco fenotípico é composto por 387 animais. O LD médio entre marcadores adjacentes para duas métricas de LD, r² e |D\'|, foram 0,166 e 0,617, respectivamente. O grau de LD estimado foi menor que o relatado em outras espécies e foi caracterizado por blocos de haplótipos curtos. Consequentemente, para as análises genômicas são recomendados painéis de marcadores de alta densidade. No GWAS, foram encontrados muitos marcadores associados aos fenótipos, em especial, à característica CAR. Alguns genes candidatos foram relatados neste estudo, destacando-se o NRF-1 (fator respiratório nuclear 1), que controla a biossíntese mitocondrial, o processo mais importante responsável por grande parte da produção de energia. Finalmente, verificamos a acurácia do valor genético genômico estimado para o CAR usando modelos de regressão Bayesiana, e encontramos baixos valores para acurácia (0,033 a 0,036) o que pode ser explicado pelo baixo grau de relacionamento entre os indivíduos e tamanho reduzido da população de treinamento.
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Análise crítica dos valores de ingestão diária aceitável estabelecidos para praguicidas no Brasil, em relação às agências internacionais e à agência de proteção ambiental americana, e suas implicações na avaliação do risco / Critical analysis of the acceptable daily intake values established for pesticides in Brazil related to international agencies and the United States Environmental Protection Agency, and implications in risk assessmentAmaral, Ligia Mesquita Sampaio do 20 March 2013 (has links)
O processo de avaliação do risco relacionado a substâncias químicas é utilizado no âmbito da segurança alimentar para a saúde humana, visto que diversas substâncias, tais como aditivos e, particularmente, contaminantes, como praguicidas e medicamentos veterinários, podem estar potencialmente presentes nos alimentos para consumo humano. Tradicionalmente, autoridades de diversos países recomendam limites máximos aceitáveis dessas substâncias nos alimentos, que são obtidos durante o processo de avaliação do risco. A Ingestão Diária Aceitável (IDA) é um exemplo desse tipo de limite máximo. Diversos critérios devem ser observados no estabelecimento da IDA, sendo que o julgamento científico do avaliador pode contribuir extensivamente na obtenção desse valor. Nesse contexto, o objetivo desse trabalho é realizar uma análise crítica dos valores de IDA estabelecidos para praguicidas no Brasil, em relação às IDAs estabelecidas para os mesmos praguicidas pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura / Organização Mundial de Saúde, na Europa e nos Estados Unidos (EUA), considerando o NOAEL, a espécie animal, a duração do estudo toxicológico, o endpoint selecionado e os fatores de incertezas aplicados, e suas implicações na avaliação do risco para a saúde humana quando da ingestão de resíduos de praguicidas em alimentos. Com essa avaliação foi possível verificar que não existe uma harmonização na determinação da IDA, assim como, dos parâmetros selecionados para sua determinação entre as agências. Além disso, a avaliação do risco para a saúde humana de 10 praguicidas selecionados mostrou que a exposição da população aos resíduos desses praguicidas em alimentos, em comparação as IDAs estabelecidas nas diferentes agências, pode resultar na consideração de riscos distintos, dependendo da IDA selecionada. Assim, a IDA não deve ser utilizada como único fator para a tomada de decisão para regulamentação destes praguicidas pelas agências que avaliam o risco para as populações expostas. Durante o gerenciamento do risco outros fatores, tais como o contexto sócio-econômico e político e a relação risco-benefício, devem ser considerados. / The risk assessment process is used in the context of food safety, since various chemicals such as additives and particularly contaminants, as pesticides and veterinary drugs, could potentially be present in food for human consumption. Traditionally, the authorities of several countries recommend maximum acceptable exposure limits of these substances in food, which are obtained during the risk assessment process. The Acceptable Daily Intake (ADI) is an example of this kind of limit. Several criteria must be observed in the establishment of the ADI, and the scientific judgment of the evaluator may contribute extensively to obtain this value. In this context, the aim of this work is to perform a critical analysis of the ADI values established for pesticides in Brazil in relation to the same ADI for pesticides established by the World Health Organization (WHO), in Europe and in the United States of America (USA). The NOAEL, the animal species, the duration of toxicology studies, the endpoint selected and the applied uncertainty factors, and also the implications in risk assessment for human health of pesticide residues in food, were also considered. With this evaluation it was possible to observe that there is no harmonization in the establishment of the ADI, as well as in the parameters selected for the determination of ADI among agencies. Furthermore, the risk assessment of selected 10 pesticides showed that the population exposure to their residues in food, compared to the ADI established in different agencies, may result in different approaches to risks, depending on the ADI determined. Thus, the ADI should not be used as the only factor in decision making for regulation. During the risk management process, other risk factors must be considered, such as political, economic and social context and risk-benefit relationship.
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Densidade energética da alimentação oferecida em ambiente de trabalho e da dieta de trabalhadores / Energy density of meals offered in a working environment and of workerss dietCanella, Daniela Silva 23 February 2011 (has links)
Introdução: A densidade energética (DE) de alimentos e dietas é apontada como importante fator na regulação do peso corporal e está intimamente relacionada ao consumo energético. Objetivos: Estimar a DE de refeições ofertadas em amostra de empresas inscritas no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), e analisar a DE da dieta de trabalhadores da cidade de São Paulo e sua associação com características sócio-demográficas. Métodos: A dissertação é composta por dois manuscritos, que analisaram a DE utilizando como métodos de cálculo: a inclusão de todos os alimentos sólidos e das bebidas, excluindo apenas água (DE1); inclusão de todos os alimentos sólidos e bebidas calóricas que contém, no mínimo, 5 kcal/100g (DE2); e a inclusão de todos os alimentos sólidos e exclusão de todas as bebidas (DE3). O primeiro manuscrito avaliou refeições de 21 empresas, pelos métodos DE1 e DE3. Os valores para energia e peso dos alimentos/bebidas foram obtidos pela avaliação do cardápio do almoço em três dias consecutivos. Utilizaram-se testes não-paramétricos nas análises estatísticas. O segundo manuscrito avaliou a dieta de 852 trabalhadores, por meio de recordatório de 24 horas, considerando os três métodos de cálculo da DE. Na análise da relação entre DE e variáveis sócio-demográficas utilizou-se regressão linear. Resultados: Para as refeições oferecidas, a mediana da DE1 foi 1,10 kcal/g e da DE3 foi 1,43 kcal/g. Para a dieta dos trabalhadores, os valores observados foram 1,18 kcal/g (+0,08), 1,22 kcal/g (+0,08) e 1,73 kcal/g (+0,16), considerando os métodos de cálculo DE1, DE2 e DE3, respectivamente. Nos modelos múltiplos de regressão, apenas a variável idade apresentou associação negativa com todos os métodos de DE. Para a DE3, houve incremento da DE para indivíduos não-brancos. Conclusão: Observou-se que a densidade energética das refeições oferecidas pelas empresas estudadas, assim como a dieta dos trabalhadores, em especial dos mais jovens, apresentaram valores elevados. Esses achados sinalizam a necessidade de intervenções nutricionais para promoção de dietas com menor densidade energética, a fim de prevenir a obesidade entre trabalhadores / Introduction: Energy density (ED) of food and diets is considered as an important factor in the regulation of body weight and is intimately tied to energy intake. Aims: To estimate ED of meals offered in a sample of companies enrolled in the Workers Food Program (WFP), and to analyze ED of the diet of workers from the city of São Paulo and its association with socio-demographic characteristics. Methods: The dissertation consists in two manuscripts, which have analyzed ED utilizing as methods of calculation: including all solid food and beverages, excluding water (ED1); including all solid food and beverages containing at least 5 kcal/100g (ED2); including all solid food and excluding all beverages (ED3). The first manuscript evaluated meals from 21 companies, using methods ED1 and ED3. The values for energy and weight of food/beverages were obtaining through the evaluation of the lunch menu during three consecutive days. Non-parametric tests were used for the statistical analyses. The second manuscript evaluated the diet of 852 workers using a 24-hour recall, taking into account the three methods for calculating ED. In the analysis of the relation between ED and socio-demographic variables linear regression was used. Results: For the meals the median of ED1 was 1.10 kcal/g and ED3 1.43 kcal/g. For the workerss diet the ED values observed were 1.18 kcal/g, 1.22 kcal/g and 1.73 kcal/g, considering respectively ED1, ED2, ED3 methods. In the multiple regression models only the age variable was maintained in the final model and showed inverted association with all methods of ED. For ED3 there was an increase of ED for non-white individuals. Conclusion: It was observed that both the energy density of the meals offered by the companies as well as the energy density of the workerss diet, in special the younger ones, showed high values. These findings point out to the necessity of nutritional interventions for promoting diets with lower energy density in order to prevent workerss overweight
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Consumo de monensina sódica via suplemento mineral por bovinos de corte em pastagens / Monensin intake via mineral supplement by beef cattle under grasslandsFranco, Fernando Masello Junqueira 18 January 2008 (has links)
Quatrocentos e trinta bovinos de corte em crescimento (peso vivo inicial médio de 250 kg) foram alocados de acordo com o sexo e raça em 3 blocos completos, contendo 3 tratamentos, num total de 9 parcelas experimentais. Semanalmente avaliou-se o consumo de um suplemento mineral controle (TC = Nutron PROBEEF 60), e dois suplementos medicados com monensina sódica (TR = Nutron PROBEEF 60 + 1500 ppm de monensina sódica na forma de Rumensin 200 e TM = Nutron PROBEEF 60 + 1500 ppm de monensina sódica em veículo especial da ELANCO SAÙDE ANIMAL). Os animais foram mantidos em pastagem de gramíneas tropicais, sob lotação contínua. O consumo de suplemento também foi estimado individualmente em cada animal por 4 ocasiões a intervalos de 28 dias, utilizando-se lítio como marcador sanguíneo. A adição de monensina sódica ou Rumensin reduziu o consumo médio de suplemento pelo rebanho (TC=56,9g/cab/dia, TR=27,5g/cab/dia, TM=36,1g/cab/dia, P<0,05). Os tratamentos aditivados com monensina apresentaram menor consumo médio (P<0,01), menor quantidade consumida por visita ao cocho (P<0,01), menor freqüência de visitas (P<0,01) e menor probabilidade de consumo do suplemento (P<0,01). / A four hundred thirty growing beef cattle (250 kg initial live weight) were allocated by gender and breed in three complete blocks, comprising three treatments, in a total of nine plots. Weekly there were made intake evaluations of the control plot with mineral supplement (TC = Nutron PROBEEF 60), and of the two with monensin supplements added (TR = Nutron PROBEEF 60 + 1500 ppm monensin sodium as Rumensin 200 and TM = Nutron PROBEEF 60 + 1500 ppm monensin sodium in a special medium made by ELANCO ANIMAL HEALTH). The animals were maintained in tropical grasslands under continuous stocking. The individual intake was estimated in four occasions with a twenty eight days interval, using lithium as blood marker. The addition of monensin sodium or Rumensin reduced the mean intake of supplement by the herd. (TC=56,9g/head/day, TR=27,5g/head/day, TM=36,1g/head/day, P<0,05). The treatments with added monensin showed reduced mean intake (P<0,01), reduced amount consumed per trough visit (P<0,01) reduced visit frequency (P<0,01) and reduced the probability of intake (P<0,01).
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Metabolismo protéico, composição corporal, características de carcaça e qualidade de carne de novilhos Nelore (Bos indicus) em função de seu consumo alimentar residual / Protein metabolism, body chemical composition, carcass traits and meat quality of Nellore steers (Bos indicus) as a function of their residual feed intakeGomes, Rodrigo da Costa 13 March 2009 (has links)
O consumo alimentar residual (CAR) é uma medida de eficiência alimentar independente do crescimento e do peso à maturidade. O melhoramento genético para CAR pode reduzir o custo de alimentação de bovinos, porém uma melhor compreensão dos processos biológicos relacionados ao CAR é necessária. Além disso, associações entre CAR e qualidade de carcaça têm sido pouco investigadas em raças zebuínas. Desta forma, o objetivo com este estudo foi avaliar o metabolismo protéico, a composição corporal, as características de carcaça e a qualidade de carne em bovinos zebuínos com alto e baixo CAR. Adicionalmente, foi testada a hipótese da existência de interações entre CAR e peso vivo ao abate para características de carcaça e composição corporal. Setenta e dois novilhos da raça Nelore (16 a 21 meses de idade, 334±19 kg de peso vivo inicial [PV]) foram mantidos em confinamento e alimentados ad libitum (74,5% NDT; 14,3%PB) por 70 dias. O consumo de matéria seca (CMS) e o ganho médio de peso (GMD) diários foram medidos individualmente. Os 12 novilhos com maior CAR e os 12 com menor CAR foram classificados como grupos de alto e baixo CAR, respectivamente (fase de seleção) e foram alimentados até quando alcançassem pesos vivo ao abate de 460, 490, 520 e 550 kg (fase de terminação). Antes do abate, foi realizada colheita total de urina para a determinação da excreção diária de 3-metil-histidina e da taxa fracional de degradação miofibrilar. A composição química corporal foi estimada pelo método de diluição isotópica utilizando óxido de deutério. A maciez objetiva da carne e a atividade de proteases cálcio-dependentes foram determinadas no músculo Longissimus. Na fase de seleção, novilhos com baixo CAR tiveram menores CMS, conversão alimentar, CAR e ganho de gordura sobre a garupa que novilhos com alto CAR, mas nenhuma diferença foi observada no GMD, no PV final, na gordura subcutânea e na área do Longissimus. Na fase de terminação, nenhuma interação foi observada entre CAR e PV ao abate. Não houve diferenças entre animais mais e menos eficientes quanto ao peso e rendimento de carcaça, gordura renal, pélvica e inguinal, vísceras, área de Longissimus, gordura subcutânea, marmorização, aparas e porção comestível. Novilhos com baixo CAR apresentaram menos gordura sobre o trato gastrintestinal (TGI) que novilhos com alto CAR. Não foram observadas diferenças quanto ao índice de fragmentação miofibrilar, força de cisalhamento e atividade do sistema calpaína. As taxas fracionais de degradação, síntese e acréscimo protéico foram similares entre os grupos de CAR. Novilhos Nelore com baixo CAR depositaram menos gordura subcutânea na carcaça em pesos vivos entre 340 e 460 kg. Em pesos mais elevados (460-550 kg), as características de carcaça e a composição corporal não foram influenciadas pelo CAR, mas indivíduos menos eficientes apresentaram maior massa de gordura visceral. A seleção de bovinos zebuínos para baixo CAR pode diminuir a ingestão de alimentos e melhorar sua eficiência alimentar, sem comprometer a qualidade da carne. / Residual feed intake (RFI) is a feed efficiency trait that is independent of growth rate and mature weight. Genetic improvement in RFI may reduce the costs of feeding cattle, however a better understanding of biological processes underlying variation in RFI is necessary. Moreover, associations between RFI and carcass quality have been poorly investigated in Zebu breeds. Therefore, this study aimed to evaluate protein metabolism, body composition, carcass traits and meat quality in high- and low-RFI Zebu cattle. In addition, the hypothesis that there are interactions between RFI and harvest body weight for carcass traits and body composition was investigated. Seventy-two Nellore steers (16 to 21 month-old, 334±19 kg initial body weight [BW]) were fed a finishing ration (74.5% TDN, 14.3%CP) on an ad libitum basis, for 70 days. Daily dry matter intake (DMI) and body weight gain (ADG) were measured individually. The 12 lowest and the 12 highest RFI steers were classed as low- and high-RFI groups, respectively (selection phase), and were fed until reaching slaughter BW of 460, 490, 520 and 550 kg (finishing phase). Before slaughter, total urine was collected for determination of daily 3-methylhistidine excretion and myofibrillar protein breakdown rates. Body chemical composition was estimated by the isotope dilution method using deuterium oxide. Objective tenderness and Ca+2-dependent protease activities were measured on Longissimus muscle. In the selection phase, low-RFI steers had lower DMI, feed:gain, RFI, and ultrasound rump fat thickness gain than high-RFI cattle, but no differences were observed for ADG, final BW, ultrasound fat thickness and Longissimus area. In the finishing phase, no interactions were observed between RFI and slaughter BW. No differences between more and less efficient cattle were observed for hot carcass weight, dressing percentage, kidney, pelvic and inguinal fat, visceral mass, Longissimus area, backfat thickness, marbling score, trimmings and retail product yield. Low-RFI steers presented less fat on the gastrointestinal tract (GIT) than high-RFI cattle. No differences were observed for myofibrillar fragmentation index, Warner-Bratzler shear force and calpain system activities. Fractional rates of protein degradation, synthesis and accretion were similar between high- and low-RFI cattle. Low-RFI Nellore steers may store less subcutaneous carcass fat at body weights ranging from 340 and 460 kg. At higher body weights (460-550 kg), carcass traits and body composition are not affected by RFI, but least efficient cattle present greater visceral fat mass. Breeding zebu cattle for improved RFI may decrease feed intake and improve feed efficiency without compromising meat quality.
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Consumo de açúcares de adição entre adultos e idosos: inquérito populacional do município de São Paulo / Added sugar consumption in adults and elderly Population-based survey in São Paulo cityBueno, Milena Baptista 04 March 2009 (has links)
Evidências científicas apontam para os efeitos indesejáveis do açúcares de adição na saúde, especialmente, cáries e a associação com consumo excessivo de energia e, conseqüentemente, com o ganho de peso e diluição de outros nutrientes. A Organização Mundial da Saúde recomenda limitar o consumo em 10% do valor energético total (VET). Apesar do Brasil ser um dos principais produtores mundiais de açúcares proveniente de cana, não há estudos populacionais que investiguem o consumo de açúcares nesta população. Este trabalho apresenta três artigos relacionados ao consumo de açúcares de adição obtido por inquérito populacional domiciliar entre adultos e idosos residentes do município de São Paulo. Os objetivos foram: analisar a associação entre variáveis demográficas, socioeconômicas e de estilo de vida e consumo de açúcares de adição; investigar o consumo de açúcares de adição e sua relação com o consumo de energia e nutrientes; identificar a relação entre consumo de refrigerantes, como uma das principais fontes de açúcares de adição, e variáveis de estilo de vida, antropométricas e sociodemográficas. Obteve-se uma amostra probabilística de 1311 indivíduos (689 adultos e 622 idosos) por conglomerados. Aplicou-se um recordatório alimentar de 24 horas e um segundo recordatório em uma subamostra. O consumo alimentar habitual de energia, nutrientes e alimentos foi estimado pelos métodos propostos pela Iowa State University (ISU) e pelo National Cancer Institute (NCI). A média do percentual do VET proveniente de açúcares de adição foi de 9,13% (IC95%: 8,88; 9,37) entre adultos e 8,42% (IC95%: 8,16; 8,67) entre idosos (p<0,05). O percentual de indivíduos que ingere açúcares de adição acima de 10% do VET foi de 38,0% e 25,4% entre adultos e idosos, respectivamente. Mulheres consomem açúcares em maior quantidade do que homens (p<0,05). Faixa etária e número de bens duráveis estiveram associados à adequação do consumo de açúcares entre adultos enquanto que entre idosos observou-se associação para escolaridade. O maior consumo de açúcares associou-se ao menor consumo de alguns nutrientes, como proteína, fibras, zinco, ferro, magnésio, potássio, vitamina B6 e folato. A participação do refrigerante na contribuição de açúcares de adição foi entre 13,83% (mulheres idosas) a 38,1% (homens adultos). O consumo de refrigerantes foi maior entre os mais jovens, do sexo masculino e não subrelatores do consumo energético. Somente entre adultos, o índice de massa corporal associou-se ao consumo de refrigerantes (b=0,09; p=0,034). Medidas de saúde pública para limitar o consumo de açúcares e refrigerantes poderiam beneficiar a população na promoção da saúde. / Scientific evidences point to the undesirable effects of the added sugar in the health, such as: dental caries, excess of energy intake and, consequently, weight gain and dilution of nutrients. The World Health Organization recommends to limit the consumption in 10 % of the energetic intake (EI) from added sugar. In spite of Brazil is one of the principal world-wide producers of sugar from cane, there are no survey that investigate the consumption of sugars in this population. This thesis presents three papers related to added sugar consumption obtained by population-based survey between adult and elderly in Sao Paulo. The objectives were: to analyze the association between demographic, socioeconomics and life style variables and added sugar consumption; to investigate the consumption of added sugar and his relation with the energy and nutrients intake; to identify the relation between consumption of soft drinks, like one of the main source of added sugar, and demographic, socioeconomics, nutritional state and life style variables. The probabilistic sample of 1,311 individuals (689 adults and 622 elderly) was obtained using multistage cluster samples. Data was collected through 24-hour food recall, including a second round of data collection in a subsample. Usual intakes of energy, nutrients and food were estimated by Iowa State University (ISU) and National Cancer Institute (NCI) methods. Mean contribution of added sugars to total energy intake was 9.13% (95% CI: 8.88; 9.37) between adults and 8.42% (95% CI: 8.16; 8.67) between elderly (p<0.05). The frequency of individuals that ingests added sugars above 10% of EI was 38.0% and 25.4% between adult and elderly, respectively. Women consume more sugars than men (p <0.05). Age and number of durable goods were associated to the recommendation of added sugars consumption between adults whereas between elderly association was observed for schooling. The highest sugar consumption was associated with the lower nutrients intake, like proteins, fibers, zinc, iron, magnesium, potassium, vitamin B6 and folate. Soft drink contributed 13.83% (elderly women) to 38.1 % (adult men) for added sugar. The consumption of soft drinks is higher between younger, male and not consumption underreported. Only in adults, the body mass index was associated with consumption of soft drinks (b = 0.09; p=0.034). Measures of public health to limit the consumption of sugars and soft drinks might benefit the population in the promotion of the health.
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Alimentos normais, light/diet e orgânicos: o consumo segundo as classes econômicas e suas elasticidades-renda / Regular food, light/diet and organic: consumption according to the different economic classes and their income elasticitiesOliveira, Fabíola Cristina Ribeiro de 04 September 2014 (has links)
Esse trabalho apresenta as informações referentes ao comportamento de várias categorias de gastos, com destaque para o padrão de despesa e de aquisição física familiar com alimentos consumidos no domicílio, caracterizados como alimentos normais, orgânicos e light/diet, segundo as diferentes classes econômicas (alta, média e baixa). Também foram obtidas as elasticidades-renda da despesa e do consumo físico (kg) de vários itens de alimentos orgânicos e light/diet, comparando-as com os valores obtidos das elasticidades dos mesmos alimentos e/ou grupos de alimentos normais. Usando os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF 2008-2009, a população é dividida em três classes econômicas, a partir de uma metodologia que maximiza a desigualdade entre estratos, ou minimiza a desigualdade dentro dos estratos. Já o método econométrico usado na estimativa das elasticidades consiste em calcular a despesa média em dez classes de renda familiar per capita e ajustar uma função poligonal com três segmentos mostrando como o logaritmo da despesa per capita média por classe varia em função do logaritmo da renda per capita. Constata-se que para os domicílios de classe baixa a alimentação tem um peso maior no orçamento familiar e o padrão dietético é mais restrito, sugerindo pouca diversidade. Alimentos do tipo orgânicos e light/diet são adquiridos em proporções mais elevadas nos domicílios da classe alta, refletindo o fato de que restrições orçamentárias no acesso aos alimentos coexistem com padrões de consumo dos estratos mais ricos, similares aos encontrados nos países de renda mais elevada. As elasticidades-renda das despesas mensais na aquisição de produtos light/diet e orgânicos foram maiores do que 1, na maioria dos casos, o que permite concluir que tais alimentos podem ser considerados como bens de luxo na economia brasileira. / This work presents information about the behavior of various spending categories, highlighting the patterns of expenditure and quantities of food consumed at home, with food items classified as regular, organic or light/diet. Families are divided in three economic classes (upper, middle and lower). Also, the income elasticities of the expenditures and quantities (kg) consumed of various items of organic and light/diet food were estimated, comparing them with the values of the elasticities of the corresponding type of regular food. Using data from Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF 2008-2009 (the family budgets survey of 2008-2009), the population is divided into economic classes, based on a methodology that maximizes the inequality between the strata, or minimizes inequality within the strata. The econometric method used to estimate the elasticities consists of calculating the average expenditure in ten classes of per capita family income and fit to these ten points a polygonal function with three segments showing how the logarithm of the average per capita spending per class varies according to the logarithm of per capita income. It was noticed that in lower income families food has a higher weight in the family budget and the dietary pattern is more restricted, suggesting little diversity. Organic and light/diet food are acquired at higher proportions in higher income families, reflecting the fact that budget constraints in access to food coexist with consumption patterns of richer strata, similar to those found in higher-income countries. Income elasticities of monthly expenditure in the acquisition of light/diet and organic products were, in most cases, greater than 1, which suggests that such food may be considered as luxury goods in the Brazilian economy.
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Alimentação complementar e estado nutricional de crianças menores de dois anos em Acrelândia, Acre, Amazônia Ocidental Brasileira / Complementary feeding and nutritional status of 6-24-monthold children from Acrelândia, Acre, Westhern Brazilian AmazonMariana Tarricone Garcia 21 August 2009 (has links)
Objetivo: Investigar o estado nutricional, consumo alimentar e práticas de alimentação complementar em crianças de 6 a 24 meses residentes em Acrelândia, Estado do Acre, Amazônia Ocidental Brasileira. Métodos: Estudo transversal de base populacional realizado na área urbana do município de Acrelândia. Informações sobre condições sociodemográficas, morbidades e aleitamento materno foram obtidas por questionário estruturado. A partir de dados de histórico alimentar, consumo e práticas alimentares foram analisados. Peso e comprimento foram medidos para avaliação antropométrica segundo distribuição da curva padrão da Organização Mundial da Saúde (OMS) 2007. Amostras de fezes foram obtidas para exame parasitológico. Avaliação das concentrações de hemoglobina, ferritina, receptor solúvel de transferrina, vitamina B12, retinol e ácido fólico séricos foi realizada em amostras de sangue venoso coletadas em jejum. Resultados: Do total de 166 crianças estudadas, as prevalências de déficit de estatura/idade e de anemia foram de 12% e 40%, respectivamente. Dentre as crianças anêmicas, 95% apresentaram anemia ferropriva. A prevalência geral de deficiência de ferro isolada foi 44%. A presença de parasitas intestinais foi identificada em 26% das amostras de fezes, sendo que 80% das infecções foram causadas por Giardia lamblia. Os níveis séricos das vitaminas A e B12 estavam abaixo da faixa de normalidade em 15% e 12% das crianças, respectivamente. O aleitamento materno foi iniciado por quase a totalidade das mães (99%); no entanto, a prática do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês foi referida por 10% dos participantes. A oferta de leite de vaca foi alta desde os primeiros meses de vida, sendo que dos 6 aos 8 meses de idade 70% das crianças estudadas já ingeriam este alimento. A frequência de consumo de mingau aumentou com a idade: 37% das crianças entre 6 e 8 meses, 48% entre 9 e 11 meses e 64% entre 12 e 24 meses referiram seu consumo habitual. Consumo alimentar abaixo das recomendações da OMS (2004) foi observado para os seguintes nutrientes (% de crianças): ácido fólico (33%), vitamina C (40%), vitamina A (42%), zinco (46%) e ferro (71%). A biodisponibilidade de ferro da dieta ficou em torno de 8%, classificando 78% das crianças com dietas entre \"muito baixa\" e \"baixa\" biodisponibilidade. Os alimentos que mais contribuíram com a energia total ingerida foram os leites de vaca e leite materno, e com o aporte de ferro foram os espessantes utilizados para fazer mingau. Conclusão: Os resultados sugerem intervenções para a promoção do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês, com introdução de alimentos e práticas de alimentação complementar adequadas. É essencial melhorar a biodisponibilidade do ferro da dieta através do maior consumo de ferro total (carnes, feijão e caldos de carnes/feijão) e de vitamina C (incentivo ao consumo de frutas e hortaliças) desde o início da alimentação complementar, evitando-se consumo de alimentos ricos em compostos inibidores da absorção do ferro, tais como café, chá, espessantes e leite de vaca. Com o aumento da idade da criança, o consumo de mingau deve ser gradualmente substituído, incentivando-se consumo de alimentos disponíveis para a família. / Objective: To investigate the nutritional status, food consumption and complementary feeding practices in children aged between 6 and 24 months living in Acrelândia, Acre State, Westhern Brazilian Amazon. Methods: A population-based, cross-sectional study was conducted within an urban area of Acrelândia. Information on sociodemographic conditions, morbidity and breast feeding were collected using structured questionnaires. Food consumption and practices were analyzed based on food history data. Anthropometric assessment entailed weight and height measurements according to the 2007 World Health Organization (WHO) standard distribution curve. Stool samples were obtained and subjected to parasitological examination. Assessment of hemoglobin, ferritin, soluble transferrin receptor, Vitamin B12 and retinol serum levels was performed on fasting venous blood samples. Results: Of the total 166 children studied, the prevalence of stunted height/age and anemia was 12% and 40%, respectively. Out of the anemic children, 95% presented with iron-deficient anemia. The overall prevalence of iron deficiency was 44%. Intestinal parasites were detected in 26% of the stool samples, where 80% of these infections were caused by Giardia lamblia. Vitamin A and B12 serum levels were below normal thresh holds in 15% and 12% of children, respectively. Breast feeding was started by the vast majority of mothers (99%) although exclusive breast feeding up to the sixth month was reported by only 10% of participants. The intake of cows milk was high from the first months of life, where 70% of the children studied were consuming cows milk at 8 months of age. The frequency of porridge (cows milk and maize flour) consumption increased with age: 37% of the children aged between 6 and 8 months, 48% between 9 and 11 months and 64% between 12 and 24 months, reported regular porridge consumption. Food consumption at levels below WHO recommendations (2004) were observed for the following nutrients (% of children): folic acid (33%), Vitamin C (40%), Vitamin A (42%), zinc (46%) and iron (71%). The bioavailability of iron in the diet was approximately 8%, with 78% of the childrens diets being classified as having low or very low bioavailability. The foods which contributed most to total energy ingested were cow\'s milk and mother\'s breast milk, and in terms of iron, were the thickening agents used in porridge making. Conclusion: These results suggest that interventions should be introduced to promote exclusive breast feeding up to the sixth month, along with the introduction of healthy complementary foods and feeding practices. Improvements in bioavailability of iron in the diet are essential, through higher total iron consumption (meat, beans and meat/bean stock) and Vitamin C (encouragement to consume more fruit and vegetables) from the outset of introducing complementary food, while consumption of foods rich in iron inhibitors such as coffee, tea, thickeners and cows milk should be avoided. As child age increases, porridge consumption should be gradually substituted by encouraging the consumption of alternative foods available to the family.
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