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O caderno de Wassily: um estudo sobre a violência na clínica psicanalítica / Wassilys notebook: a study on violence in the Psychoanalytical clinic

Eugênio Canesin Dal Molin 20 April 2018 (has links)
A violência é um fenômeno complexo e interdisciplinar que se mostra, entre outros lugares, na clínica psicanalítica. Nesta, a violência aparece por meio dos relatos dos pacientes sobre suas experiências nas posições de sujeito, objeto ou testemunha de atos marcados pelo excesso, pela destrutividade e pelo terror. O fenômeno também ganha forma na clínica psicanalítica de outras duas maneiras: ao despertar, no analista, movimentos contratransferenciais que revelam sua própria violência, em geral negada, e na encenação feita pelo paciente, durante as sessões, de suas experiências de violência. Freud trata a violência como um conceito ao apresentar sua teoria sobre a gênese do social, mas não restringe o uso do termo a essas ocasiões; a violência também é localizada na intensidade de alguns elementos da vida psíquica, como o trauma, o par sadismo e masoquismo, a agressividade e a pulsão de morte. Partimos de três figuras que ilustram aspectos do fenômeno e procuramos distinguir a trama teórica que permite analisá-las. De um gênero que poderia ser identificado com o excesso, chegamos a um fenômeno marcado pelo confronto do Eu com o meio e no esforço de manutenção de suas fronteiras. O que se experimenta é uma invasão geradora de movimentos defensivos que podem levar o sujeito à identificação com o agressor ou ao contra-ataque. Contamos com as ideias de Sándor Ferenczi, Michael Balint e Donald Winnicott para ampliar o escopo dessa leitura. A reação posterior à invasão pode também ser libidinizada e adquirir a forma de sadismo, como exemplificamos por meio de material clínico. É na clínica, especificamente na dinâmica transferencial-contratransferencial, que encontramos a repetição e a atuação do que foi experimentado como ataques ao corpo, ao Eu e à identidade. Durante as sessões, a violência sofrida anteriormente é atualizada com mudanças de posição, deslocamentos e encenações por meio da brincadeira, no caso de crianças. Descrevemos como o analista acompanha essa atualização fazendo uso de seu próprio mundo interno, de sua elasticidade identificatória, ao ocupar temporariamente os lugares que lhe são atribuídos transferencialmente, e agir a partir dali e de sua capacidade de elaboração dos elementos trazidos pelo paciente / Violence is a complex and interdisciplinary phenomenon that shows itself, among other places, in the Psychoanalytic clinic. There, violence appears through the patients reports on their experiences in the positions of subject, object or witness of excessive acts, destructiveness and terror. The phenomenon also takes shape within the Psychoanalytic clinic in other two ways: the awakening, in the analyst, of countertransference movements that reveal their own violence, generally denied, and in the staging made by the patient, during the sessions, of their experiences of violence. Freud addresses violence as a concept by presenting his theory about the genesis of the social, but does not restrict the use of the term to these occasions; violence may also be located in the intensity of some elements of psychic life, such as trauma, sadism and masochism, aggressiveness and death drive. We base ourselves on three figures that illustrate aspects of the phenomenon and try to distinguish the theoretical framework that allows analyzing them. From a genre that could be identified with excess, we reach a phenomenon marked by the confrontation of the Self with the environment in the effort of maintaining its borders. An invasion that generates defensive movements which may lead the subject to identify with the aggressor or to counterattack is thus experienced. We have used the ideas of Sándor Ferenczi, Michael Balint and Donald Winnicott to broaden the scope of these ideas. The reaction after the invasion can also be libidinized and acquire the form of sadism, as we have exemplified through clinical material. It is in the clinic, specifically in the transference-countertransference dynamics, that we find the repetition and the acting-out of what has been experienced as attacks on the body, on the Self and on identity. During the sessions, the violence suffered earlier is reassessed with changes of position, displacements and staging through games, in the case of children. We have described how the analyst accompanies this reassessment by making use of their own inner world, of their identificatory elasticity, to temporarily occupy the places allocated to them through transferences, and start act from there, based on their ability to elaborate the elements brought by the patient
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Supervisão psicanalítica : abordagem da contratransferência / Psychoanalytic Supervision : approaching countertransference

Zaslavsky, Jacó January 2003 (has links)
Recente exame da literatura sobre a contratransferência e seus desenvolvimentos revela sua utilidade clínica em diferentes culturas psicanalíticas. No entanto, sobre sua abordagem na supervisão, mostra escassez de publicações. O objetivo deste estudo foi examinar os conceitos de transferência e contratransferência e como a contratransferência é abordada na supervisão, na formação de candidatos, em um instituto de psicanálise de uma sociedade filiada a International Psychoanalytical Association (IPA). Realizou-se pesquisa qualitativa, entrevistando supervisores e supervisionandos. Através da análise de conteúdo, os dados foram transformados em categorias iniciais, intermediárias e finais. Os principais achados foram subdivididos em três categorias: os conceitos de transferência e contratransferência; a escuta psicanalítica e a complementaridade dos fenômenos e a abordagem da contratransferência. Os conceitos de transferência e de contratransferência predominantemente utilizados pelos entrevistados são baseados na visão totalística. A abordagem da contratransferência na supervisão vem sendo realizada de forma mais direta e objetiva quando comparada com período anterior, embora exista grande cuidado em delimitar os limites entre supervisão e análise pessoal. A finalidade principal é ampliar a compreensão e aprofundar as interpretações dirigidas ao paciente. Estes achados sugerem que a evolução do conceito de contratransferência em diferentes culturas psicanalíticas e os desenvolvimentos sobre campo analítico vêm contribuindo para esta mudança. / A recent examination of the literature on countertransference and its developments reveals its clinical usefulness in different psychoanalytic cultures. However, there are few publications regarding its approach in supervision. The aim of this study was to examine the concepts of transference and countertransference and how countertransference is approached in supervision, in candidate training, at a psychoanalytic institute belonging to a society affiliated to the International Psychoanalytical Association (IPA). A qualitative study was performed interviewing supervisors and supervisees. By analyzing the content, the data were transformed into initial, intermediate and final categories: the concepts of transference and countertransference; psychoanalytic listening and the complementariness of the phenomena and the approach to countertransference. The concepts of transference and countertransference predominantly used by the interviewees are based on the totalistic view. The approach to countertransference in supervision has been performed more directly and objectively when compared with a previous period, although great care is taken to delimit the boundaries between supervision and personal analysis. The main purpose is to broaden the understanding and deepen the patient-oriented interpretations. These findings suggest that the evolution of the concept of countertransference in different psychoanalytic cultures and developments in the analytic field have contributed to this change.
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Estudo da contratransferência e sua associação com características do paciente em psicoterapia de orientação analítica

Grudtner, Roberta Rossi January 2009 (has links)
Introdução: O conceito de contratransferência (CT) sofreu considerável evolução desde sua formulação inicial. Originalmente, a CT foi conceituada como um obstáculo ao tratamento devendo ser superado. Esta visão restrita se amplia, no decorrer dos últimos 100 anos, considerando as reações contratransferenciais uma criação conjunta entre analista e paciente, tornando-se, quando adequadamente utilizado, um valioso instrumento diagnóstico e terapêutico. Atualmente, a centralidade da CT na prática clínica é incontestável, correlacionando-se com a transferência, paralelamente, às vezes, induzindo-a e, para alguns, precedendo-a. De acordo com a literatura, reações contratransferenciais têm implicações no processo terapêutico e podem influenciar no desfecho do tratamento psicoterápico. Portanto, analisar empiricamente as associações entre sentimentos do terapeuta e fatores do paciente pode ampliar o conhecimento desta questão clínica e teórica extremamente relevante na psicanálise e na psicoterapia psicodinâmica contemporâneas. Método: Este estudo avaliou a CT e sua associação com características do paciente em psicoterapia de orientação analítica, delineamento transversal com amostra consecutiva, composta por 86 pares terapêuticos do Ambulatório de Psicoterapia de Orientação Analítica do Serviço de Psiquiatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram coletadas informações sociodemográficas, avaliação multiaxial e estilo defensivo dos pacientes. A Escala de Avaliação da Contratransferência (EACT), questionário autoaplicável que lista 23 sentimentos distribuídos nas dimensões de aproximação, afastamento e indiferença, foi utilizada para aferir a CT no início, meio e final da sessão. Resultados: Observou-se que gênero, renda, estado civil, Eixo IV e GAF da avaliação multiaxial correlacionaram-se com a CT. A associação entre padrões contratransferenciais e estas características pode refletir a influência do paciente na experiência subjetiva do terapeuta. Não se evidenciou, nesta amostra, correlação de sentimentos contratransferenciais com idade, escolaridade e estilo defensivo do paciente. Além disso, a presença de diagnóstico nos eixos I, II e III da avaliação multiaxial não se associou com a CT. Estes resultados, de acordo com estudos empíricos, podem sugerir a contribuição questionável dos transtornos psiquiátricos clínicos e dos transtornos de personalidade com sentimentos contratransferenciais específicos. Os resultados deste estudo mostraram um predomínio de sentimentos de aproximação, com aumento da intensidade no decorrer da sessão. Pode se inferir que houve diminuição da ansiedade inicial dos terapeutas, possibilitando maior contato emocional e ampliação da sua capacidade empática. Ou seja, evidenciou-se empiricamente que em cada sessão o terapeuta vive um processo de aproximação gradativa com o paciente. Conclusão: Há sentimentos contratransferenciais comuns associados a determinadas características dos pacientes em psicoterapia de orientação analítica. A CT do terapeuta constitui parte inevitável de cada encontro analítico. Através dos afetos contratransferenciais, o terapeuta percebe o que seu paciente sente, inferindo sua realidade psíquica. Portanto, o terapeuta utiliza a si próprio como instrumento de compreensão. Assim, a busca pelo terapeuta das fontes de seus sentimentos contratransferenciais possibilita o manejo adequado e efetivo da CT, promovendo o processo terapêutico. Este estudo possui limitações que comprometem a generalização dos resultados, sendo imperioso destacar a necessidade de pesquisas futuras através de estudos empíricos controlados para ampliar o conhecimento nesta área de grande relevância na prática de psicanalistas e psicoterapeutas. / Introduction: The concept of countertransference (CT) has undergone considerable change since its initial description. CT was originally defined as an obstacle to treatment that had to be overcome. This limited view has broadened in the last 100 years, countertransference reactions are created jointly by analyst and patient and may, when adequately used, be a valuable diagnostic and therapeutic tool. The central role played by CT in clinical practice is currently undeniable, and is now seen as corresponding to transference, following it side by side, sometimes inducing it and, at other times, preceding it. According to the literature, countertransference reactions have a role in therapy and may affect the outcome of psychotherapeutic treatments. Therefore, to empirically address what are the relationships between therapist feelings and patient parameters can contribute to amplify a set of crucial questions in contemporary clinical and theoretical psychoanalysis and psychodynamic psychotherapy. Method: This cross-sectional study evaluated countertransference and its association with patient characteristics in psychoanalytic psychotherapy. It enrolled 86 consecutive therapeutic dyads seen at the Psychoanalytic Psychotherapy Outpatient Service in the Psychiatry Department of Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, Brazil. Sociodemographic data, multiaxial assessment and patients’ defensive styles were recorded. The Countertransference Evaluation Scale (CTES), a self-report feeling checklist that contains 23 words for feelings classified into tree dimensions, closeness, distance and indifference, was used to measure CT at the beginning, middle and end of the session. Results: Sex, income, marital status, axis IV disorders and GAF scores were correlated with CT. The association between countertransference reactions and patient characteristics may reflect the influence of the patient on the therapist's subjective experience. In this study, no association between feelings induced in the therapist and patient defense style, educational level and age was found. Moreover, axis I, II and III diagnoses were not associated with CT. These results, in agreement with other empirical studies, may suggest that the contribution of psychiatric diagnoses and personality disorders to specific countertransference reactions is still unclear. This finding may suggest a decrease in the initial therapist anxiety, a change that may promote greater emotional contact and an increase in the capacity to empathize. Namely, it is demonstrated empirically that in each session the therapist lives a process of gradual approach with the patient. Conclusion: There are common countertransference feelings associated with some patient characteristics in psychoanalytic psychotherapy. CT is an inevitable part of each analytical encounter. CT feelings make the therapists understand what their patients feel and to infer their inner reality. Therapists, therefore, may use their own feelings as a tool to understand the patient. The search for the sources of therapist’s countertransference feelings makes possible the appropriate and effective use of the CT, promoting the therapeutic process. This study has limitations that compromise the generalization of the results, being imperious to detach the necessity of future research through empirical controlled studies to widen the knowledge in this area of paramount relevance in the practice of psychoanalysts and the psychotherapists.
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Estudo da contratransferência e sua associação com características do paciente em psicoterapia de orientação analítica

Grudtner, Roberta Rossi January 2009 (has links)
Introdução: O conceito de contratransferência (CT) sofreu considerável evolução desde sua formulação inicial. Originalmente, a CT foi conceituada como um obstáculo ao tratamento devendo ser superado. Esta visão restrita se amplia, no decorrer dos últimos 100 anos, considerando as reações contratransferenciais uma criação conjunta entre analista e paciente, tornando-se, quando adequadamente utilizado, um valioso instrumento diagnóstico e terapêutico. Atualmente, a centralidade da CT na prática clínica é incontestável, correlacionando-se com a transferência, paralelamente, às vezes, induzindo-a e, para alguns, precedendo-a. De acordo com a literatura, reações contratransferenciais têm implicações no processo terapêutico e podem influenciar no desfecho do tratamento psicoterápico. Portanto, analisar empiricamente as associações entre sentimentos do terapeuta e fatores do paciente pode ampliar o conhecimento desta questão clínica e teórica extremamente relevante na psicanálise e na psicoterapia psicodinâmica contemporâneas. Método: Este estudo avaliou a CT e sua associação com características do paciente em psicoterapia de orientação analítica, delineamento transversal com amostra consecutiva, composta por 86 pares terapêuticos do Ambulatório de Psicoterapia de Orientação Analítica do Serviço de Psiquiatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram coletadas informações sociodemográficas, avaliação multiaxial e estilo defensivo dos pacientes. A Escala de Avaliação da Contratransferência (EACT), questionário autoaplicável que lista 23 sentimentos distribuídos nas dimensões de aproximação, afastamento e indiferença, foi utilizada para aferir a CT no início, meio e final da sessão. Resultados: Observou-se que gênero, renda, estado civil, Eixo IV e GAF da avaliação multiaxial correlacionaram-se com a CT. A associação entre padrões contratransferenciais e estas características pode refletir a influência do paciente na experiência subjetiva do terapeuta. Não se evidenciou, nesta amostra, correlação de sentimentos contratransferenciais com idade, escolaridade e estilo defensivo do paciente. Além disso, a presença de diagnóstico nos eixos I, II e III da avaliação multiaxial não se associou com a CT. Estes resultados, de acordo com estudos empíricos, podem sugerir a contribuição questionável dos transtornos psiquiátricos clínicos e dos transtornos de personalidade com sentimentos contratransferenciais específicos. Os resultados deste estudo mostraram um predomínio de sentimentos de aproximação, com aumento da intensidade no decorrer da sessão. Pode se inferir que houve diminuição da ansiedade inicial dos terapeutas, possibilitando maior contato emocional e ampliação da sua capacidade empática. Ou seja, evidenciou-se empiricamente que em cada sessão o terapeuta vive um processo de aproximação gradativa com o paciente. Conclusão: Há sentimentos contratransferenciais comuns associados a determinadas características dos pacientes em psicoterapia de orientação analítica. A CT do terapeuta constitui parte inevitável de cada encontro analítico. Através dos afetos contratransferenciais, o terapeuta percebe o que seu paciente sente, inferindo sua realidade psíquica. Portanto, o terapeuta utiliza a si próprio como instrumento de compreensão. Assim, a busca pelo terapeuta das fontes de seus sentimentos contratransferenciais possibilita o manejo adequado e efetivo da CT, promovendo o processo terapêutico. Este estudo possui limitações que comprometem a generalização dos resultados, sendo imperioso destacar a necessidade de pesquisas futuras através de estudos empíricos controlados para ampliar o conhecimento nesta área de grande relevância na prática de psicanalistas e psicoterapeutas. / Introduction: The concept of countertransference (CT) has undergone considerable change since its initial description. CT was originally defined as an obstacle to treatment that had to be overcome. This limited view has broadened in the last 100 years, countertransference reactions are created jointly by analyst and patient and may, when adequately used, be a valuable diagnostic and therapeutic tool. The central role played by CT in clinical practice is currently undeniable, and is now seen as corresponding to transference, following it side by side, sometimes inducing it and, at other times, preceding it. According to the literature, countertransference reactions have a role in therapy and may affect the outcome of psychotherapeutic treatments. Therefore, to empirically address what are the relationships between therapist feelings and patient parameters can contribute to amplify a set of crucial questions in contemporary clinical and theoretical psychoanalysis and psychodynamic psychotherapy. Method: This cross-sectional study evaluated countertransference and its association with patient characteristics in psychoanalytic psychotherapy. It enrolled 86 consecutive therapeutic dyads seen at the Psychoanalytic Psychotherapy Outpatient Service in the Psychiatry Department of Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, Brazil. Sociodemographic data, multiaxial assessment and patients’ defensive styles were recorded. The Countertransference Evaluation Scale (CTES), a self-report feeling checklist that contains 23 words for feelings classified into tree dimensions, closeness, distance and indifference, was used to measure CT at the beginning, middle and end of the session. Results: Sex, income, marital status, axis IV disorders and GAF scores were correlated with CT. The association between countertransference reactions and patient characteristics may reflect the influence of the patient on the therapist's subjective experience. In this study, no association between feelings induced in the therapist and patient defense style, educational level and age was found. Moreover, axis I, II and III diagnoses were not associated with CT. These results, in agreement with other empirical studies, may suggest that the contribution of psychiatric diagnoses and personality disorders to specific countertransference reactions is still unclear. This finding may suggest a decrease in the initial therapist anxiety, a change that may promote greater emotional contact and an increase in the capacity to empathize. Namely, it is demonstrated empirically that in each session the therapist lives a process of gradual approach with the patient. Conclusion: There are common countertransference feelings associated with some patient characteristics in psychoanalytic psychotherapy. CT is an inevitable part of each analytical encounter. CT feelings make the therapists understand what their patients feel and to infer their inner reality. Therapists, therefore, may use their own feelings as a tool to understand the patient. The search for the sources of therapist’s countertransference feelings makes possible the appropriate and effective use of the CT, promoting the therapeutic process. This study has limitations that compromise the generalization of the results, being imperious to detach the necessity of future research through empirical controlled studies to widen the knowledge in this area of paramount relevance in the practice of psychoanalysts and the psychotherapists.
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Supervisão psicanalítica : abordagem da contratransferência / Psychoanalytic Supervision : approaching countertransference

Zaslavsky, Jacó January 2003 (has links)
Recente exame da literatura sobre a contratransferência e seus desenvolvimentos revela sua utilidade clínica em diferentes culturas psicanalíticas. No entanto, sobre sua abordagem na supervisão, mostra escassez de publicações. O objetivo deste estudo foi examinar os conceitos de transferência e contratransferência e como a contratransferência é abordada na supervisão, na formação de candidatos, em um instituto de psicanálise de uma sociedade filiada a International Psychoanalytical Association (IPA). Realizou-se pesquisa qualitativa, entrevistando supervisores e supervisionandos. Através da análise de conteúdo, os dados foram transformados em categorias iniciais, intermediárias e finais. Os principais achados foram subdivididos em três categorias: os conceitos de transferência e contratransferência; a escuta psicanalítica e a complementaridade dos fenômenos e a abordagem da contratransferência. Os conceitos de transferência e de contratransferência predominantemente utilizados pelos entrevistados são baseados na visão totalística. A abordagem da contratransferência na supervisão vem sendo realizada de forma mais direta e objetiva quando comparada com período anterior, embora exista grande cuidado em delimitar os limites entre supervisão e análise pessoal. A finalidade principal é ampliar a compreensão e aprofundar as interpretações dirigidas ao paciente. Estes achados sugerem que a evolução do conceito de contratransferência em diferentes culturas psicanalíticas e os desenvolvimentos sobre campo analítico vêm contribuindo para esta mudança. / A recent examination of the literature on countertransference and its developments reveals its clinical usefulness in different psychoanalytic cultures. However, there are few publications regarding its approach in supervision. The aim of this study was to examine the concepts of transference and countertransference and how countertransference is approached in supervision, in candidate training, at a psychoanalytic institute belonging to a society affiliated to the International Psychoanalytical Association (IPA). A qualitative study was performed interviewing supervisors and supervisees. By analyzing the content, the data were transformed into initial, intermediate and final categories: the concepts of transference and countertransference; psychoanalytic listening and the complementariness of the phenomena and the approach to countertransference. The concepts of transference and countertransference predominantly used by the interviewees are based on the totalistic view. The approach to countertransference in supervision has been performed more directly and objectively when compared with a previous period, although great care is taken to delimit the boundaries between supervision and personal analysis. The main purpose is to broaden the understanding and deepen the patient-oriented interpretations. These findings suggest that the evolution of the concept of countertransference in different psychoanalytic cultures and developments in the analytic field have contributed to this change.
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A transferência e a contratransferência na clínica dos estados-limite : o afeto como um recurso de elaboração do trauma

Santos, Paula França dos 29 August 2016 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Clínica, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2016. / Submitted by Marianna Gomes (mariannasouza@bce.unb.br) on 2016-12-16T12:45:33Z No. of bitstreams: 1 2016_PaulaFrançadosSantos.pdf: 719838 bytes, checksum: d9da11a26803730dc4dee3bf6be10a78 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana(raquelviana@bce.unb.br) on 2017-01-28T15:56:40Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2016_PaulaFrançadosSantos.pdf: 719838 bytes, checksum: d9da11a26803730dc4dee3bf6be10a78 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-01-28T15:56:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2016_PaulaFrançadosSantos.pdf: 719838 bytes, checksum: d9da11a26803730dc4dee3bf6be10a78 (MD5) / Desde sua criação, a psicanálise é marcada pelas constantes discussões, construções e reelaborações de seu saber. Após a morte de Freud, a psicanálise se encontrou diante da necessidade de manter a essência da teoria freudiana e também avançá-la para os demais contextos pouco ou não abordados por Freud. É nesse contexto que surge o interesse, dentro da literatura psicanalítica, pelos denominados pacientes limítrofes, pacientes borderlines, ou estados-limite. Segundo a literatura pós-freudiana, esses pacientes são sujeitos que apresentam uma dificuldade significativa em se adaptar às regras clássicas da clínica psicanalítica, convidando seus analistas a se reinventarem diante de suas demandas. O presente trabalho elegeu esses sujeitos como objeto de estudo, retornando à busca das contribuições da teoria freudiana, em diálogo com os autores contemporâneos. Aproximamos o paciente limítrofe da teoria do trauma, tanto do trabalho de Freud, quanto do trabalho de Ferenczi, seu discípulo direto, partindo do princípio que o elemento traumático é fundamental para a compreensão dos conflitos internos de tais sujeitos. Discutimos as manifestações inconscientes de tais sujeitos, que aparecem também na clínica. Assim chegamos ao fenômeno da transferência e como ela se manifesta na lógica dos estados-limite. Partindo da manifestação transferencial em geral, discutimos a manifestação da transferência na clínica dos pacientes limítrofes e quais são as exigências que tal contexto apresenta ao analista ali presente. Por fim, discutimos um outro fenômeno que também é manifestado e salientado pela clínica psicanalítica em geral: a contratransferência. Fizemos um retrospecto da ideia da contratransferência desde a teoria freudiana, até a teoria dos demais autores contemporâneos. Partimos da ideia inicial de Freud de que a contratransferência é algo ruim em essência e deve ser evitado a qualquer custo, passamos pelas ainda contribuições de Freud acerca do papel do inconsciente do analista na relação analista-analisando, para chegarmos na ideia de que a contratransferência, quando bem manejada, pode ser um recurso técnico importante para a clínica psicanalítica do paciente limítrofe. Os estados-limite apresentam uma falha básica na capacidade de harmonizar seus afetos com as representações coerentes, portanto suas manifestações afetivas se apresentam de forma desproporcional e deslocadas de possibilidades satisfatórias de elaboração. Essas moções intensas de afeto são dirigidas também a figura do analista, que precisa ser capaz de conter tais reações intensas e manejar seus próprios afetos. Acreditamos que o afeto do analista, manifestado pela sua contratransferência, pode conter possibilidades importantes de compreensão dos afetos sem representação de seu paciente limítrofe. Discutimos nesse trabalho se o afeto do analista pode ser um recurso técnico de leitura e interpretação dos afetos dos estados-limite. Ao final do trabalho, apresentamos o fragmento de um caso clínico para auxiliar na visualização do papel da contratransferência na clínica dos estados-limite. / Since its creation, the psychoanalysis theory is marked by constant discussions, constructions and reworkings of its knowledge. After Sigmund Freud’s death, the psychoanalysis found the necessity of keeping the essence of Freud’s theory and, at the same time, moving forward to contexts that weren’t developed before. In this paradigm, we found the interest in the study of those called by psychoanalysis as borderline patients. According to the studies after Freud’s death, borderline patients are those people who have significant difficulties in adapting themselves to the classic rules of psychoanalytic clinic, inviting their analysts to adapt to their demands. This present work has chosen those patients as study object, searching for Freud’s theory contributions and also contemporary work’s help. We approached borderline patients to trauma’s theory inside Sigmund Freud’s and Sándor Ferenczi’s work because we believe that trauma is important to understand the borderline patient and their psychic conflicts. We discussed the unconscious manifestations of borderline patients, which also appeared in clinic context. In this context, we found the transfer phenomenon and how it manifests in borderline patient. We discussed first the transfer phenomenon in general terms, then we discussed transfer manifestation in borderline patient’s clinic and finally which transfer´s needs those patients direct to their analysts. At least, we discussed another clinic phenomenon, which is also manifested and evidenced in psychoanalytic clinic in general: the counter-transfer. We made a retrospect on the idea of counter-transfer since Freud’s theory until contemporary theories. We began with Freud’s first idea that counter-transfer is something bad and it should be avoided in every case. In a second moment, we discussed Freud’s idea about the importance of analyst’s unconscious in the relationship between patient and analyst, and then we reached the idea that counter-transfer could be, when it is well worked, an important technic resource to psychoanalytic clinic and to the borderline patients. We believed that analyst’s affects, when manifested by his counter-transfer, could contain certain important possibilities of comprehension of borderline patients’ affects, which normally appeared without any representation. We discussed in this work if analyst’s affects may be a technic resource to help analyst read and interpret borderline patient’s affects. At the end of this work, we presented a fragment of a clinical case to help visualize the role of counter-transfer in borderline patient’s clinic.
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Estudo da contratransferência e sua associação com características do paciente em psicoterapia de orientação analítica

Grudtner, Roberta Rossi January 2009 (has links)
Introdução: O conceito de contratransferência (CT) sofreu considerável evolução desde sua formulação inicial. Originalmente, a CT foi conceituada como um obstáculo ao tratamento devendo ser superado. Esta visão restrita se amplia, no decorrer dos últimos 100 anos, considerando as reações contratransferenciais uma criação conjunta entre analista e paciente, tornando-se, quando adequadamente utilizado, um valioso instrumento diagnóstico e terapêutico. Atualmente, a centralidade da CT na prática clínica é incontestável, correlacionando-se com a transferência, paralelamente, às vezes, induzindo-a e, para alguns, precedendo-a. De acordo com a literatura, reações contratransferenciais têm implicações no processo terapêutico e podem influenciar no desfecho do tratamento psicoterápico. Portanto, analisar empiricamente as associações entre sentimentos do terapeuta e fatores do paciente pode ampliar o conhecimento desta questão clínica e teórica extremamente relevante na psicanálise e na psicoterapia psicodinâmica contemporâneas. Método: Este estudo avaliou a CT e sua associação com características do paciente em psicoterapia de orientação analítica, delineamento transversal com amostra consecutiva, composta por 86 pares terapêuticos do Ambulatório de Psicoterapia de Orientação Analítica do Serviço de Psiquiatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram coletadas informações sociodemográficas, avaliação multiaxial e estilo defensivo dos pacientes. A Escala de Avaliação da Contratransferência (EACT), questionário autoaplicável que lista 23 sentimentos distribuídos nas dimensões de aproximação, afastamento e indiferença, foi utilizada para aferir a CT no início, meio e final da sessão. Resultados: Observou-se que gênero, renda, estado civil, Eixo IV e GAF da avaliação multiaxial correlacionaram-se com a CT. A associação entre padrões contratransferenciais e estas características pode refletir a influência do paciente na experiência subjetiva do terapeuta. Não se evidenciou, nesta amostra, correlação de sentimentos contratransferenciais com idade, escolaridade e estilo defensivo do paciente. Além disso, a presença de diagnóstico nos eixos I, II e III da avaliação multiaxial não se associou com a CT. Estes resultados, de acordo com estudos empíricos, podem sugerir a contribuição questionável dos transtornos psiquiátricos clínicos e dos transtornos de personalidade com sentimentos contratransferenciais específicos. Os resultados deste estudo mostraram um predomínio de sentimentos de aproximação, com aumento da intensidade no decorrer da sessão. Pode se inferir que houve diminuição da ansiedade inicial dos terapeutas, possibilitando maior contato emocional e ampliação da sua capacidade empática. Ou seja, evidenciou-se empiricamente que em cada sessão o terapeuta vive um processo de aproximação gradativa com o paciente. Conclusão: Há sentimentos contratransferenciais comuns associados a determinadas características dos pacientes em psicoterapia de orientação analítica. A CT do terapeuta constitui parte inevitável de cada encontro analítico. Através dos afetos contratransferenciais, o terapeuta percebe o que seu paciente sente, inferindo sua realidade psíquica. Portanto, o terapeuta utiliza a si próprio como instrumento de compreensão. Assim, a busca pelo terapeuta das fontes de seus sentimentos contratransferenciais possibilita o manejo adequado e efetivo da CT, promovendo o processo terapêutico. Este estudo possui limitações que comprometem a generalização dos resultados, sendo imperioso destacar a necessidade de pesquisas futuras através de estudos empíricos controlados para ampliar o conhecimento nesta área de grande relevância na prática de psicanalistas e psicoterapeutas. / Introduction: The concept of countertransference (CT) has undergone considerable change since its initial description. CT was originally defined as an obstacle to treatment that had to be overcome. This limited view has broadened in the last 100 years, countertransference reactions are created jointly by analyst and patient and may, when adequately used, be a valuable diagnostic and therapeutic tool. The central role played by CT in clinical practice is currently undeniable, and is now seen as corresponding to transference, following it side by side, sometimes inducing it and, at other times, preceding it. According to the literature, countertransference reactions have a role in therapy and may affect the outcome of psychotherapeutic treatments. Therefore, to empirically address what are the relationships between therapist feelings and patient parameters can contribute to amplify a set of crucial questions in contemporary clinical and theoretical psychoanalysis and psychodynamic psychotherapy. Method: This cross-sectional study evaluated countertransference and its association with patient characteristics in psychoanalytic psychotherapy. It enrolled 86 consecutive therapeutic dyads seen at the Psychoanalytic Psychotherapy Outpatient Service in the Psychiatry Department of Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, Brazil. Sociodemographic data, multiaxial assessment and patients’ defensive styles were recorded. The Countertransference Evaluation Scale (CTES), a self-report feeling checklist that contains 23 words for feelings classified into tree dimensions, closeness, distance and indifference, was used to measure CT at the beginning, middle and end of the session. Results: Sex, income, marital status, axis IV disorders and GAF scores were correlated with CT. The association between countertransference reactions and patient characteristics may reflect the influence of the patient on the therapist's subjective experience. In this study, no association between feelings induced in the therapist and patient defense style, educational level and age was found. Moreover, axis I, II and III diagnoses were not associated with CT. These results, in agreement with other empirical studies, may suggest that the contribution of psychiatric diagnoses and personality disorders to specific countertransference reactions is still unclear. This finding may suggest a decrease in the initial therapist anxiety, a change that may promote greater emotional contact and an increase in the capacity to empathize. Namely, it is demonstrated empirically that in each session the therapist lives a process of gradual approach with the patient. Conclusion: There are common countertransference feelings associated with some patient characteristics in psychoanalytic psychotherapy. CT is an inevitable part of each analytical encounter. CT feelings make the therapists understand what their patients feel and to infer their inner reality. Therapists, therefore, may use their own feelings as a tool to understand the patient. The search for the sources of therapist’s countertransference feelings makes possible the appropriate and effective use of the CT, promoting the therapeutic process. This study has limitations that compromise the generalization of the results, being imperious to detach the necessity of future research through empirical controlled studies to widen the knowledge in this area of paramount relevance in the practice of psychoanalysts and the psychotherapists.
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Supervisão psicanalítica : abordagem da contratransferência / Psychoanalytic Supervision : approaching countertransference

Zaslavsky, Jacó January 2003 (has links)
Recente exame da literatura sobre a contratransferência e seus desenvolvimentos revela sua utilidade clínica em diferentes culturas psicanalíticas. No entanto, sobre sua abordagem na supervisão, mostra escassez de publicações. O objetivo deste estudo foi examinar os conceitos de transferência e contratransferência e como a contratransferência é abordada na supervisão, na formação de candidatos, em um instituto de psicanálise de uma sociedade filiada a International Psychoanalytical Association (IPA). Realizou-se pesquisa qualitativa, entrevistando supervisores e supervisionandos. Através da análise de conteúdo, os dados foram transformados em categorias iniciais, intermediárias e finais. Os principais achados foram subdivididos em três categorias: os conceitos de transferência e contratransferência; a escuta psicanalítica e a complementaridade dos fenômenos e a abordagem da contratransferência. Os conceitos de transferência e de contratransferência predominantemente utilizados pelos entrevistados são baseados na visão totalística. A abordagem da contratransferência na supervisão vem sendo realizada de forma mais direta e objetiva quando comparada com período anterior, embora exista grande cuidado em delimitar os limites entre supervisão e análise pessoal. A finalidade principal é ampliar a compreensão e aprofundar as interpretações dirigidas ao paciente. Estes achados sugerem que a evolução do conceito de contratransferência em diferentes culturas psicanalíticas e os desenvolvimentos sobre campo analítico vêm contribuindo para esta mudança. / A recent examination of the literature on countertransference and its developments reveals its clinical usefulness in different psychoanalytic cultures. However, there are few publications regarding its approach in supervision. The aim of this study was to examine the concepts of transference and countertransference and how countertransference is approached in supervision, in candidate training, at a psychoanalytic institute belonging to a society affiliated to the International Psychoanalytical Association (IPA). A qualitative study was performed interviewing supervisors and supervisees. By analyzing the content, the data were transformed into initial, intermediate and final categories: the concepts of transference and countertransference; psychoanalytic listening and the complementariness of the phenomena and the approach to countertransference. The concepts of transference and countertransference predominantly used by the interviewees are based on the totalistic view. The approach to countertransference in supervision has been performed more directly and objectively when compared with a previous period, although great care is taken to delimit the boundaries between supervision and personal analysis. The main purpose is to broaden the understanding and deepen the patient-oriented interpretations. These findings suggest that the evolution of the concept of countertransference in different psychoanalytic cultures and developments in the analytic field have contributed to this change.
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Agressividade na ludoterapia: impacto na contratransferência / Agressiveness in play therapy: consequences on countertransference

Bruno Medici Silveira 22 September 2008 (has links)
A agressividade na infância tem sido apontada em pesquisas longitudinais como precursora da delinqüência na adolescência e da drogadependência na idade adulta. Sendo a infância um período mais propício a mudanças, procurou-se realizar intervenções em crianças apontadas por professores como muito agressivas no ambiente escolar. Neste trabalho, buscou-se estudar o processo ludoterapêutico a que foi submetida uma criança agressiva do sexo masculino, enfocando-se os fenômenos contratransferenciais. Foram realizados atendimentos semanais em uma sala com material lúdico específico para esta intervenção, ao longo de aproximadamente dois anos. Observou-se mudanças internas importantes na criança, sendo capaz de lidar melhor com perdas e de aceitar limites na relação com o outro. O que ampliou sua capacidade de relacionamento humano no âmbito social e escolar. No entanto, em muitos momentos, o contato com este menino foi angustiante e confuso para o terapeuta, em especial nas ocasiões em que a criança se mostrava muito agressiva. Ao término do processo psicoterápico, buscou-se compreender estas vivências angustiantes e confusas experimentadas durante os atendimentos. O que poderiam ser tais eventos e que sentidos teriam? Para abordar estas questões, utilizou-se, em especial, os referenciais teóricos de Melanie Klein, Donald Winnicott e Pierre Fédida, para abordar a agressividade e o processo transferencial/contratransferencial. Estes estudos puderam esclarecer o fato de que a intensidade e a violência do processo transferencial podem interromper a capacidade receptiva da contratransferência, ou seja, a possibilidade de ressonância, a abertura ao novo e ao inesperado e a possibilidade de linguagem do terapeuta nas sessões. E que a força desta transferência pode encontrar eco nos próprios conflitos inconscientes do terapeuta. Deixa-se como questão para futuros estudos, a hipótese de que o ataque à capacidade receptiva da contratransferência seja algo freqüente no trabalho clínico com uma criança agressiva e que este ataque possa se dar pela dificuldade de elaboração de lutos e de angústias depressivas. / Aggressiveness in childhood has been pointed in longitudinal researches as precursor of delinquency during adolescence and drug addiction in adult age. Based on the fact that childhood is the fase of human development most likely to the occurence of changes, children who were considered aggressive by their teachers were submitted to interventions in the school environment. In the present study, the research was focused in the play therapy process to which an aggressive male child was submitted and its countertransference phenomena. Weekly sessions were held in a room equipped with specific playing material to this kind of intervention. The psychotherapy process lasted aproximatedly two years. Important internal changes were observed in the child, who was able to deal better with losses and accept limits on the relation with others. These changes improved his potential of establishing human relations in social environment, specially in school. Nevertheless, in many occasions, the therapist felt some kind of anxiety and confusion during his contact with the boy, more specifically in the moments when the child showed aggressive behavior. At the end of the psychotherapy process, an effort of understanding these anxious and confusing experience, which occurred during the sessions, was made. What sort of events those could be? What are their meanings, what sense could they make? In order to approach these questions, it was used theoretical references of some authors, such as Melanie Klein, Donald Winnicott and Pierre Fédida, focusing the aggressiveness and the transference/countertransference process. These studies were able to show clearly the fact that the intensity and the violence of the transferential process can interrupt the receptive capacity of countertranference, which can be exposed as the possibility of resonance, the opening to the new and unexpected and the possibility of the therapists language during the sessions. Also, the power of this transference can find echoes on the therapists own unconscious conflicts. The questions left for future studies are based on the hypothesis that the attack to the receptive capacity of countertransference happens frequently in an aggressive childs clinical treatment, and this attack can arise from the difficulty of working over mourning and depressive anxiety.
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A contratransferência na clínica contemporânea: abertura para o inédito / Countertransference in contemporary clinic: opening to the originality

Carla Alessandra Barbosa Goncalves 14 May 2012 (has links)
Este estudo investiga experiências clínicas da pesquisadora em diferentes modalidades de atendimento: clínica privada, clínica em instituições de saúde mental e no acompanhamento terapêutico. O contato com pacientes difíceis levaram a pesquisadora a identificar que a contratransferência é um instrumental clínico privilegiado para compreender e intervir com esses pacientes. O objetivo deste trabalho é problematizar a contratransferência nas diversas atividades clínicas. Freud, Heimann, Ferenczi e Winnicott são discutidos em companhia de psicanalistas brasileiros Barretto, Gondar, Kupermann e Safra que debatem a contratransferência no psicanalisar da atualidade. Foram reproduzidos recortes clínicos da literatura científica e apresentadas vinhetas clínicas dos atendimentos realizados pela pesquisadora, com o intuito de examinar o uso da contratransferência na contemporaneidade. Para Freud, a contratransferência era um obstáculo à análise; para Heimann, os afetos do analista eram reativos e indicavam uma compreensão da transferência em jogo; Ferenczi abarcou os afetos do analista como possibilidade de comunicação inconsciente e um recurso interventivo, formulando as noções de tato e empatia; Winnicott também defendia a positividade dos afetos do terapeuta, instrumentalizando o uso da contratransferência e do manejo clínico e fundamentando o processo analítico no espaço transicional, o que permitiu criatividade e ineditismo no processo terapêutico. Conclui-se que a possibilidade do terapeuta utilizar a contratransferência como recurso favoreceu o tratamento de pacientes difíceis na clínica privada, nas instituições e no acompanhamento terapêutico. A contratransferência implica transformações técnicas, teóricas e éticas, bem como articula-se ao campo estético, pois amplia a possibilidade de comunicação e compreensão ao levar em conta os recursos afetivos do terapeuta nos cuidados dos pacientes difíceis / This study investigates the researcher\'s clinical experiences in different modes of treatment: private clinic, clinical mental health institutions and in the therapeutic accompaniment. The contact with hard cases patients led the researcher to identify that countertransference is a privileged clinical instrument for understanding and intervening with these patients. The objective of this work is to complexify the countertransference in multiple clinical activities. Freud, Heimann, Ferenczi and Winnicott are discussed in the company of Brazilian psychoanalysts - Barretto, Gondar, Kupermann and Safra - debating countertransference in the present psychoanalysis practice. It was reproduced excerpts from scientific literature and clinical vignettes provided by the researcher from their treatment in order to examine the use of countertransference in contemporary times. For Freud, countertransference was an obstacle to the analysis; for Heimann, the emotions of the analyst were reactive and showed an understanding of the transference in the analitic process; Ferenczi embraced the affections of the analyst as the possibility of unconscious communication and an intervening resource by establishing the notion of tact and empathy; Winnicott also supported the positivity of the affects from the therapist, providing tools for the use of the countertransference and the clinical management, grounding the analytic process in the transitional space, which allowed the creativity and originality in the therapeutic process. It was concluded that the possibility of to use the countertransference buy the therapist as a resource contributed the treatment of hard cases patients in private clinics, institutions and therapeutic accompaniment. The countertransference involves technical theoretical and ethical changes and articulates the aesthetic field, because it enhances the possibility of communication and understanding considering the emotional resources of the therapist in the care of hard cases patients

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