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Uma reflexão sobre a relação simbólica entre a água e o tempo na contística de Mia Couto

Garcia, Neiva Kampff January 2011 (has links)
Este trabalho propõe uma análise de oito contos de Mia Couto pertencentes a obras publicadas entre 1994 e 2001. Fazem parte do nosso corpus as seguintes narrativas: “Nas águas do tempo”, “Lenda de Namarói”, “A viagem da cozinheira lagrimosa”, “As lágrimas de Diamantinha”, “Chuva: a abensonhada”, “A última chuva do prisioneiro”, “Rosita” e “A morte, o tempo e o velho”. Nossa proposta consiste em verificar os significados que a água e o tempo adquirem, exemplarmente, em cada uma das estórias selecionadas por percebermos a presença desses elementos como símbolos recorrentes ao longo de sua contística. Observamos ainda a singularidade de seu fazer literário no que concerne ao imbricamento de oralidade e escrita, priorizando a identificação de características de resgate e inovação. Utilizamos como fundamentação teórica sobre símbolos e mitos basicamente os estudos desenvolvidos por Gilbert Durand, Gaston Bachelard e Mircea Eliade. Por acreditarmos ser de suma importância situar o autor e sua obra dentro da literatura a que pertence, no caso, a moçambicana, bem como seu envolvimento na constituição da cultura de seu país, recorremos a críticos literários e estudiosos da literatura africana de língua portuguesa, dentre os quais destacamos: Patrick Chabal, Maria Fernanda Afonso, Maria Nazareth Fonseca, Maria Zilda Cury, Terezinha Taborda Moreira e Ana Mafalda Leite, além do próprio autor. / The present work proposes an analysis of eight short stories of Mia Couto belonging to works published between 1994 and 2001. The following narratives are part of our corpus: “Nas águas do tempo”, “Lenda de Namarói”, “A viagem da cozinheira lagrimosa”, “As lágrimas de Diamantinha”, “Chuva: a abensonhada”, “A última chuva do prisioneiro”, “Rosita” and “A morte, o tempo e o velho”. Our proposal consists of verifying the meanings that water and time acquire, exemplarily, in each of the selected stories because we have noticed the presence of those elements as recurrent symbols along his storytelling. We also observe the singularity of his literary elaboration in what concerns the intertwining of orality and writing, prioritising the identification of characteristics of rescue and innovation. We use as theoretical foundation about symbols and myths basically the studies developed by Gilbert Durand, Gaston Bachelard and Mircea Eliade. Because we believe it is very important to contextualise the author and his work in the literature he belongs to, in the case the Mozambican one, as well as his involvement in the constitution of the culture of his country, we have looked to literary critics and African Literature in Portuguese scholars, among which we highlight: Patrick Chabal, Maria Fernanda Afonso, Maria Nazareth Fonseca, Maria Zilda Cury, Terezinha Taborda Moreira and Ana Mafalda Leite as well as the author himself.
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Pensatempos, cosmopolitismo e afropolitanismo : perspectivas híbridas do pensamento africano

Amorim, Liana Depieri January 2015 (has links)
Este trabalho propõe uma análise das ideias de três autores africanos: Mia Couto, Kwame Anthony Appiah e Achille Mbembe, utilizando suas obras ensaísticas para refletir sobre o pensamento africano e suas formas híbridas. Defino os conceitos de Cosmopolitismo, de Afropolitanismo e os Pensatempos – que trazem as perspecitvas do autor moçambicano Mia Couto. Como metodologia, comparo os discursos destes autores para analisar os aspectos comuns. Como base teórica utilizo autores que debatem os processos de globalização e de mundialização. Ao refletir sobre o cosmopolitismo e sobre as perspectivas híbridas que se fortalecem, faz-se necessário repensar o valor que a cultura exerce dentro de territórios que, mesmo definidos geograficamente, encontram-se em profunda transformação, como é o caso do continente africano. A independência dos países deste continente ainda é bastante recente, a cultura ocidental do colonizador predomina como um paradigma, fazendo com que a cultura local perca espaço e valor. Para desenvolver esta análise, dá-se um panorama, com o intuito de contextualizar a discussão, das teorias e movimentos que influenciaram esse pensamento, trazendo as teorias afrocêntricas, as perspectivas de Frantz Fanon, e a crítica a respeito do afrocentrismo. Trago as teorias centrais a este trabalho que se compõem do Afropolitanismo – de Achille Mbembe, do Cosmopolitismo – de Kwame Anthony Appiah, e os Pensatempos de Mia Couto. Proponho um diálogo destes sobre as perspectivas híbridas que perpassam o pensamento africano. E, por fim, proponho uma análise comparativa dos aspectos considerados relevantes, pelos autores, na busca por um protagonismo efetivo no continente africano. / Este trabajo propone un análisis de tres autores e ideas africanos: Mia Couto, Kwame Anthony Appiah y Achille Mbembe, usando sus obras ensayísticas para reflexionar sobre el pensamiento africano y sus formas híbridas. Defino los conceptos de cosmopolitismo, de Afropolitanismo y Pensatempos - que traen perspecitvas del autor mozambiqueño Mia Couto. La metodología de comparar los discursos de estos autores para analizar los puntos en común. Como autores básicos teóricos utilizan debatir los procesos de globalización y la globalización. Reflexionando sobre el cosmopolitismo y sobre las perspectivas híbridos que se fortalecen, es necesario repensar el valor de la cultura en los territorios que aún definidos geográficamente, están en profunda transformación, como el continente africano. La independencia de los países de este continente es todavía bastante nuevo, la cultura occidental del colonizador prevalece como un paradigma, por lo que el espacio de la cultura local y pierda valor. Para desarrollar este análisis, da un panorama, con el fin de contextualizar la discusión de las teorías y movimientos que influyeron en el pensamiento, con lo que las teorías afrocéntricos, las perspectivas de Frantz Fanon, y la crítica sobre afrocentrismo. Traiga las teorías centrales en este trabajo están compuestos por Afropolitanismo - Achille Mbembe de, el cosmopolitismo - Kwame Anthony Appiah de, y Pensatempos Mia Couto. Propongo un diálogo sobre estas perspectivas híbridos que impregnan el pensamiento africano. Finalmente, propongo un análisis comparativo de los aspectos considerados relevantes por los autores en la búsqueda de un papel eficaz en el continente africano.
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Nyumba-kaya: a delicada escrevência da nação Moçambicana na obra de Mia Couto / Nyumba-Kaya: the delicate writing of the Mozambican nation in the literary work of Mia Couto

Braúna, José Dércio January 2011 (has links)
BRAÚNA, José Dércio. Nyumba-kaya: a delicada escrevência da nação Moçambicana na obra de Mia Couto. 2011. 267 f. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal do Ceará, Departamento de História, Programa de Pós-Graduação em História Social, Fortaleza-CE, 2011. / Submitted by Raul Oliveira (raulcmo@hotmail.com) on 2012-06-27T14:55:42Z No. of bitstreams: 1 2011_Dis_JDBrauna.pdf: 2003847 bytes, checksum: 8fa57f0b61f085cb9cd056ee6d716b93 (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Josineide Góis(josineide@ufc.br) on 2012-07-04T16:55:41Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2011_Dis_JDBrauna.pdf: 2003847 bytes, checksum: 8fa57f0b61f085cb9cd056ee6d716b93 (MD5) / Made available in DSpace on 2012-07-04T16:55:41Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2011_Dis_JDBrauna.pdf: 2003847 bytes, checksum: 8fa57f0b61f085cb9cd056ee6d716b93 (MD5) Previous issue date: 2011 / Taking literature as a privileged source of analysis this study focuses on the work of the Mozambican writer Mia Couto [1955-] seeking to analyze the problematisation about the construction of an ideology of nation that this writing allows to historiographic reflection The attention is directed toward a perception of how this author´s literary text discusses the social relations experienced in troubled times of his country´s independence in 1975 and in the conflicts that settled soon after To achieve the proposed objectives analyzes the critical view of the author in relation to political projects designed for the nation discuss their conceptions identity not essentialists as well as his imaginative rereading of the past from of the questions of his present time Another approached aspect concerns the place of this author within the literary canon of his country still in the process of formation It is a study that promotes an intensive dialogue between the historiographical work and the literary text having the theoretical reflections of post-colonial thinkers as fundament. / Tomando a literatura como fonte privilegiada de análise este estudo debruça-se sobre a obra do escritor moçambicano Mia Couto [1955-] buscando analisar as problematizações acerca da construção de um ideário de nação que essa escrita possibilita à reflexão historiográfica A atenção está voltada para uma percepção de como o texto literário desse autor tematiza as relações sociais vivenciadas nos tempos conturbados de independência de seu país em 1975 e nos conflitos que se estabeleceram logo após Para dar consecução aos objetivos propostos analisa-se a visão crítica do autor em relação aos projetos políticos pensados para a nação discutem-se suas concepções identitárias não essencialistas bem como sua releitura imaginativa do passado a partir das questões de seu tempo presente Um outro aspecto abordado diz respeito ao lugar deste autor dentro do cânone literário de seu país ainda em processo de formação Trata-se de um estudo que promove um diálogo intenso entre o fazer historiográfico e a obra literária tendo por fundamentação teórica as reflexões de pensadores pós-coloniais.
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A ponte entre a palavra da alma e a palavra do papel : epistolário ficcional miacoutiano

Santos, Cristina Mielczarski January 2013 (has links)
Este trabalho propõe uma análise de cinco romances do autor moçambicano Mia Couto, publicados no período de 2000 a 2009. Fazem parte do corpus os seguintes títulos: Mar me quer (2000), O último voo do flamingo (2000), A varanda do Frangipani (1996), O outro pé da Sereia (2006) e Antes de nascer o mundo (2009). A proposta consiste em verificar a representação da escrita – a palavra no papel – constituída pelo gênero epistolar – a carta, assim como o diário, o bilhete e o caderno de anotações, elementos constantes nos romances que constituem o corpus do trabalho. A representação da escrita por intermédio dessas formas é recorrente na maioria dos romances de Mia Couto e também elemento partícipe em inúmeros contos, seja como motivo, seja como tema, seja como elemento de constituição. Observou-se a singularidade do autor que, mesmo quando dá ênfase para a escrita, mostra como essa sofre um processo de imbricamento com a oralidade. Tentou-se ficar atento a questões que envolvem as personagens que empregam a escrita. Faz-se necessário destacar a importância do autor e sua obra para a literatura moçambicana, assim como seu ativismo na constituição e divulgação da cultura de seu país, quebrando arquétipos criados sobre o continente africano. Dialogou-se com críticos literários e estudiosos da literatura africana de língua portuguesa, dentre os quais destacamos: Ana Mafalda Leite, Patrick Chabal, Maria Fernanda Afonso, Manuel Ferreira e José Pires Laranjeira. Para dar conta da análise das missivas empregamos Carlos Reis, Michel Foucault e Mikhail Bakhtin. Sobre a realidade moçambicana, contou-se com Valdemir Zamparoni, José Luís Cabaço e João Carlos Colaço. / The present work proposes an analysis of five novels by the Mozambican author Mia Couto published between 2000 to 2009. The corpus embraces the following novels: Mar me quer (2000), O último voo do flamingo (2000), A varanda do Frangipani (1996), O outro pé da Sereia (2006) and Antes de nascer o mundo (2009). The proposal is to examine the representation of writing – the word on paper – consisting of the epistolary genre – letters, as well as diaries, notes, and notebooks, information contained in the novels that composed by the corpus of work. The representation of writing through these forms is indeed recurrent in most of Couto´s novels and also element participant in numerous tales, either as a motive, either as theme, either as constitutive element. It is noted the uniqueness of the author who, even when he emphasizes writing, undergoes a process of imbrication with orality. We tried to pay attention to issues involving the characters who use writing. It is necessary to highlight the importance of the author and his work within the Mozambican Literature, as well as his activism in the creation and dissemination of the culture of his country, breaking archetypes created about the African continent. Dialogue is undertaken with literary critics and Luso-African Literature scholars, among which we name: Ana Mafalda Leite, Patrick Chabal, Maria Fernanda Afonso, Manuel Ferreira and José Pires Laranjeira. For the analysis of missives, are employed theories by Carlos Reis, Michel Foucault and Mikhail Bakhtin. About the Mozambican reality, we counted with authors such as Valdemir Zamparoni, José Luis Cabaço and João Carlos Colaço.
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Vozes, mito, história : uma leitura da ambivalência em O Último Voo do Flamingo, de Mia Couto

Parracho, Bianca Basile January 2014 (has links)
Este trabalho examina o romance O último voo do flamingo, do escritor moçambicano Mia Couto, publicado pela primeira vez em 2000, em Portugal. Inicialmente apresentado como um enredo policial, o romance é narrado por um personagem que testemunhou os fatos: o tradutor de Tizangara, responsável por traduzir o diálogo entre a cultura eurocêntrica e as crenças míticas moçambicanas. A mediação cultural, a narração da história e os momentos em que o narrador/tradutor conta sua vida pressupõem um trânsito de pontos de vista que se estuda por meio das considerações dos pesquisadores Oscar Tacca e Gérard Genette. A ambivalência que é tanto causa quanto consequência dessa construção narrativa reflete a contrariedade em que vive a pequena vila moçambicana de Tizangara, cenário do romance. A partir da concepção de mito estabelecida por Mircea Eliade, verifica-se que a visão sagrada de mundo, característica de parte da história das tradições moçambicanas, é representada em O último voo do flamingo por antepassados, feiticeiros e homens mais velhos, os detentores de sabedoria nas crenças africanas. Diante disso, a corrupção, marca do poder dos governantes locais em Tizangara, ameaça a continuidade da vila, conduzindo a narrativa ao cenário apocalíptico proposto por Mia Couto enquanto uma forma de recomeço. Para compreender esse contraponto, considera-se o percurso histórico não só de Moçambique como também de Tizangara, uma metonímia do país africano. Como reflexo do complexo momento histórico por que passa aquele país, o ano de 1992 é escolhido para contar a história – primeiro ano de paz após décadas de guerra (de libertação e civil). Ainda que já liberto da colonização portuguesa desde 1975, Moçambique permanece colonizado, agora de forma distinta. Identificam-se também algumas das condições que contribuíram para o neocolonialismo com apoio bibliográfico proveniente sobretudo de Stuart Hall e Kwame Anthony Appiah. A apresentação histórica de Moçambique baseia-se nas diretrizes estabelecidas pelo historiador africano Joseph Ki-Zerbo. / This work examines the novel O último voo do flamingo, written by the Mozambican author Mia Couto, published for the first time in 2000, in Portugal. Initially presenting as a police plot, the novel is narrated by a character who witnessed the facts: the Tizangara‘s translator, responsible for translating the dialogue between Eurocentric culture and Mozambican‘s mythical beliefs. The cultural mediation, the story‘s narrative and the moments in which the narrator/translator tells his life presuppose a shift of points of view which are studied under considerations of the researchers Oscar Tacca and Gérard Genette. Ambivalence, which is both cause as well as consequence of this narrative construction, reflects the contrariety lived by the small Mozambican village of Tizangara, scenario of the novel. From the conception of myth established by Mircea Eliade, it is seen that the sacred worldview characteristic of part of Mozambican‘s historical traditions, is represented in O último voo do flamingo by ancestors, wizards and eldest men, the bearers of wisdom in African beliefs. Given that, corruption, as a sign of power of Tizangara‘s local governors, threatens continuity of life, leading the narrative to the apocalyptical scenario suggested by Mia Couto as a way of restart. To understand this contrast, it is considered not only the historical background of Mozambique as well as Tizangara, a metonym of the African country. Reflecting the complex historical moment in which that country is going through, the year of 1992 is chosen to tell the story – first year of peace after decades of war (emancipation and civil). Even though freed from Portuguese colonization since 1975, Mozambique remains colonized, in a different way now. We identify as well some of the conditions that contributed to neocolonialism with bibliographic support of Stuart Hall and Kwame Anthony Appiah. The historical presentation of Mozambique is based on guidelines established by the African historian Joseph Ki-Zerbo.
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A autointertextualidade na obra ficcional de Mia Couto: história, crítica e análise

Silva, Ana Claudia da [UNESP] 20 May 2010 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2014-06-11T19:32:07Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2010-05-20Bitstream added on 2014-06-13T19:21:18Z : No. of bitstreams: 1 silva_ac_dr_arafcl.pdf: 1131007 bytes, checksum: 5a634a212d80f6c1cf762c40f53eae5b (MD5) / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / O presente estudo tem como objetivo principal a análise da autointertextualidade presente na obra de Mia Couto, por meio dos motivos composicionais do tempo, especialmente os cronotopos do rio e da casa. Para isso, temos como objetos privilegiados de análise o conto “Nas margens do tempo” (COUTO, 1996) e o romance Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (COUTO, 2003). A análise literária está baseada nas concepções de Gerárd Genette e outros autores sobre a autointertextualidade; para a análise dos cronotopos, utilizamos as reflexões de Mikhail Bakhtin e Benedito Nunes. De posse destes e de outros estudos da teoria da narrativa, analisamos os textos literários, procurando identificar elementos do conto que são retomados no romance. Além da análise, procedemos, também, à reflexão sobre a história da literatura moçambicana, procurando compreender, por meio dela, o lugar que Mia Couto ocupa nesse sistema literário. Procuramos, também, reunir a fortuna crítica acadêmica monográfica do autor produzida no Brasil e fazer um rápido balanço sobre ela, identificando o modo como este autor tem sido lido no país / El presente estudio tiene como objetivo principal el análisis de la autointertextualidad presente en la obra de Mia Couto, por medio de dos motivos de composición del tiempo, especialmente los cronotopos del río y de la casa. Para eso, tenemos como objetos de análisis privilegiados el cuento Nas margens do tempo (COUTO, 1996) y la novela Un río llamado tiempo, una casa llamada tierra (COUTO, 2003). El análisis literario está basado en las concepciones de Gerárd Genette y otros autores sobre la autointertextualidad; para el análisis de los cronotopos, utilizamos las reflexiones de Mikhail Bakhtin y Benedito Nunes. Con estos y otros estudios de la teoría narrativa en la mano, analizamos los textos literarios, procurando identificar elementos del cuento que son retomados en la novela. Además del análisis, hacemos, también, una reflexión sobre la historia de la literatura mozambicana, buscando comprender, por medio de ella, el lugar que Mia Couto ocupa en este sistema literario. Procuramos, también, reunir la fortuna crítica académica monográfica del autor producida en Brasil y hacer un rápido balance sobre ella, identificando el modo en que este autor ha sido leído en el país
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Caminhos minados uma poética da terra no romance O último voo do flamingo de Mia Couto

Borges, Gecilmar Pereira 04 September 2012 (has links)
Le roman Le dernier vol du flamant est le cinquième récit de l auteur mozambicain Mia Couto. Le merveilleux et les enchantements y sont constants. Le narrateur remonte à ses mémoires d étranges explosions qui ont victimé quelques soldats de l ONU à Tizangara, un petit village, perdu au nord de Mozambique. Mais ils ont vraiment explosé ces soldats? Quelque chose de bizarre se passe à Tizangara car de ces corps disparus rien n est retrouvé, sauf un pénis solitaire et agrandi ce qui suggère qui il s agissait d un acte sexuel lors de ces étranges explosions. Ce mystère sera l objet d une enquête menée par un fonctionnaire de l ONU. C est à cet investigateur de découvrir la verité de ces faits étonnants. Ainsi, au fur et à mesure que l auteur remonte à une cosmogonie tradittionnelle, Mia Couto réécrit aussi l histoire et la societé, moyennant l expérience poétique, en se retournant sur les élements symboliques du patrimoine culturel mozambicain il les réactualise dans son écriture mytopoétique. Dans son oeuvre l auteur reprend les modèles de composition des anciens conteurs d histoires, ce qui rendra son écriture pleine enchantements, d après les réflexions de Amadou Koné et son étude sur la genèse d une partie de la littérature négro-africaine dans les genres de l oralité. Soutenue par les théories d Édouard Glissant a propos de l Identité rhizome et la Poétique de la Rélation cette recherche interroge la façon dont l auteur contemporain s inscrit dans la réalité de la mondialization lors qu il reconstitue les mémoires, les mythes et les sensibilités de la culture tradittionnelle. En se servant aussi des archetypes littéraires ou les « masques littéraires » reparaissantes décrites par Mielietínski, Mia Couto réalise une tragique caricature des derniers jours d une nation africaine où les traditions ne sont pas respectées par ses méchants gouverneurs et les puissances internationales. / Em O Último Voo do Flamingo, quinto romance do autor moçambicano Mia Couto, o narrador recria em suas memórias as explosões que vitimaram alguns soldados da ONU em solo africano, em Tizangara, uma pequena vila perdida ao norte de Moçambique. Mas, realmente explodiram esses soldados desaparecidos? Algo estranho acontece, pois, dos corpos explodidos nada resta, senão um pênis avulso e avultado , indicando que se tratava de um ato sexual no momento das explosões. O mistério é investigado por um funcionário da ONU encarregado de desvendar os estranhos acontecimentos de Tizangara. Ao recriar a cosmogonia tradicional moçambicana, Mia Couto reescreve a história e a sociedade, através da experiência poética, recuperando os elementos simbólicos do patrimônio cultural tradicional, ele os (re) atualiza em sua escritura mitopoética. Em sua obra, o autor retorna sobre os modelos de composição dos antigos contadores de estórias, acarretando em sua escritura um grande encantamento poético, na forma lembrada por Amadou Koné, em sua reflexão, sobre a gênese de uma parte da literatura negro-africana nos gêneros da oralidade. Amparado nas teorias de Édouard Glissant sobre a identidade rizoma e a Poética da Relação, se investiga a forma como o autor contemporâneo se inscreve na realidade do mundo globalizado, recriando memórias, mitos e sensibilidades próprias da sua cultura. Servindo-se também dos arquétipos literários, descritos por Mielietínski como as máscaras literárias que reaparecem na literatura moderna, Mia Couto compõe assim, uma trágica sátira moçambicana, retratando os últimos dias de um pobre país africano, onde as tradições não são respeitadas pelos seus corruptos governantes e os poderosos internacionais. / Mestre em Teoria Literária
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Representações da velhice em alguns contos de Guimarães Rosa e Mia Couto

Mendonça, Elizabeth da Silva [UNESP] 27 February 2013 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2014-06-11T19:29:49Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2013-02-27Bitstream added on 2014-06-13T19:18:26Z : No. of bitstreams: 1 mendonca_es_me_sjrp.pdf: 818061 bytes, checksum: acc02a286abfbe3ae70a10135f8572af (MD5) / Esta dissertação realiza um estudo comparado dos contos “Presepe”, “Tarantão, meu patrão”, da novela “Uma estória de amor (A festa de Manuelzão)”, de João Guimarães Rosa, e “Nas águas do tempo”, “A casa marinha”, “Noventa e três”, “Sangue da avó manchando a alcatifa” e “A avó, a cidade e o semáforo”, de Mia Couto, com o objetivo de verificar as representações da velhice. O corpus foi organizado no sentido de aproximar os contos com estruturação análoga, pois apresentam personagens velhos em situações que, embora distintas, mantêm diálogo entre si. Enfatizamos, como fios condutores da análise, os temas: alteridade, abandono, solidão, sabedoria, morte, valorização da experiência, transmissão da tradição e ancestralidade, num diálogo intertextual com os discursos sociológicos e antropológicos sobre a velhice. Podemos constatar que Guimarães Rosa resgata, na figura do velho, a do contador de estórias. O mundo arcaico, rural, em que os contadores são valorizados, é trazido pelo autor, em plena década de 50, do século passado, momento em que o Brasil voltava-se para a modernização. Os narradores rosianos, griots modernos, além de prestigiarem os personagens pela experiência que possuem, desconstroem, com suas estórias, cheias de embustes e ocultamentos, alguns estereótipos ligados à figura do velho. Mia Couto, ao colocar os seus personagens velhos na situação de excluídos, parece querer enfatizar que o período pós-independência de Moçambique esqueceu os valores culturais. Os seus narradores, griots modernos, jogam com a crítica política e social, uma vez que as dicotomias entre a tradição, ligada ao meio rural, e a modernização, ao universo da cidade, são gritantes nos contos. A tradição torna-se um lugar utópico, impossível de ser retomado, e a modernização, espaço de exclusão social, não só dos idosos, mas daquele / This dissertation performs a comparative study of stories Presepe, Tarantão, meu patrão, of the novel Uma estória de amor (A festa de Manuelzão), by João Guimarães Rosa, and Nas águas do tempo, A casa marinha, Noventa e três, Sangue da avó manchando a alcatifa and A avó, a cidade e o semáforo, by Mia Couto, in order to verify the representations of old age.The corpus was organized approximating the stories with similar structuring, as show old characters in situations which, although distinct, maintain dialogue with each other. We emphasize, mainly, the topics: otherness, abandonment, solitariness, death, wisdom, valorization of experience, transmission of tradition and ancestry in an intertextual dialogue with sociological and anthropological discourses about old age. We verified that Guimarães Rosa reinstates, in the figure of the old man, the storyteller. The archaic world, rural, where the storytellers are valued, is brought by the author, in the middle of the last century, at which time the Brazil returned to the modernization. The narrators, modern griots, render important the characters through the experience which have, deconstruct, with their stories, full of stratagems and hides, some stereotypes associated to the figure of the old. Mia Couto, to bring into some particular condition their old characters in the situation of excluded, seems to want to emphasize that the post-independence period in Mozambique forgot the cultural values. Their narrators, modern griots, bring social and political criticism, since the dichotomies between tradition, associated to rural areas, and modernization, to the universe of the city, are evident in stories. The tradition becomes a utopian place, impossible to be resumed, and modernization, place social exclusion, not only elderly people, but those who have no voice or time
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A ponte entre a palavra da alma e a palavra do papel : epistolário ficcional miacoutiano

Santos, Cristina Mielczarski January 2013 (has links)
Este trabalho propõe uma análise de cinco romances do autor moçambicano Mia Couto, publicados no período de 2000 a 2009. Fazem parte do corpus os seguintes títulos: Mar me quer (2000), O último voo do flamingo (2000), A varanda do Frangipani (1996), O outro pé da Sereia (2006) e Antes de nascer o mundo (2009). A proposta consiste em verificar a representação da escrita – a palavra no papel – constituída pelo gênero epistolar – a carta, assim como o diário, o bilhete e o caderno de anotações, elementos constantes nos romances que constituem o corpus do trabalho. A representação da escrita por intermédio dessas formas é recorrente na maioria dos romances de Mia Couto e também elemento partícipe em inúmeros contos, seja como motivo, seja como tema, seja como elemento de constituição. Observou-se a singularidade do autor que, mesmo quando dá ênfase para a escrita, mostra como essa sofre um processo de imbricamento com a oralidade. Tentou-se ficar atento a questões que envolvem as personagens que empregam a escrita. Faz-se necessário destacar a importância do autor e sua obra para a literatura moçambicana, assim como seu ativismo na constituição e divulgação da cultura de seu país, quebrando arquétipos criados sobre o continente africano. Dialogou-se com críticos literários e estudiosos da literatura africana de língua portuguesa, dentre os quais destacamos: Ana Mafalda Leite, Patrick Chabal, Maria Fernanda Afonso, Manuel Ferreira e José Pires Laranjeira. Para dar conta da análise das missivas empregamos Carlos Reis, Michel Foucault e Mikhail Bakhtin. Sobre a realidade moçambicana, contou-se com Valdemir Zamparoni, José Luís Cabaço e João Carlos Colaço. / The present work proposes an analysis of five novels by the Mozambican author Mia Couto published between 2000 to 2009. The corpus embraces the following novels: Mar me quer (2000), O último voo do flamingo (2000), A varanda do Frangipani (1996), O outro pé da Sereia (2006) and Antes de nascer o mundo (2009). The proposal is to examine the representation of writing – the word on paper – consisting of the epistolary genre – letters, as well as diaries, notes, and notebooks, information contained in the novels that composed by the corpus of work. The representation of writing through these forms is indeed recurrent in most of Couto´s novels and also element participant in numerous tales, either as a motive, either as theme, either as constitutive element. It is noted the uniqueness of the author who, even when he emphasizes writing, undergoes a process of imbrication with orality. We tried to pay attention to issues involving the characters who use writing. It is necessary to highlight the importance of the author and his work within the Mozambican Literature, as well as his activism in the creation and dissemination of the culture of his country, breaking archetypes created about the African continent. Dialogue is undertaken with literary critics and Luso-African Literature scholars, among which we name: Ana Mafalda Leite, Patrick Chabal, Maria Fernanda Afonso, Manuel Ferreira and José Pires Laranjeira. For the analysis of missives, are employed theories by Carlos Reis, Michel Foucault and Mikhail Bakhtin. About the Mozambican reality, we counted with authors such as Valdemir Zamparoni, José Luis Cabaço and João Carlos Colaço.
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Vozes, mito, história : uma leitura da ambivalência em O Último Voo do Flamingo, de Mia Couto

Parracho, Bianca Basile January 2014 (has links)
Este trabalho examina o romance O último voo do flamingo, do escritor moçambicano Mia Couto, publicado pela primeira vez em 2000, em Portugal. Inicialmente apresentado como um enredo policial, o romance é narrado por um personagem que testemunhou os fatos: o tradutor de Tizangara, responsável por traduzir o diálogo entre a cultura eurocêntrica e as crenças míticas moçambicanas. A mediação cultural, a narração da história e os momentos em que o narrador/tradutor conta sua vida pressupõem um trânsito de pontos de vista que se estuda por meio das considerações dos pesquisadores Oscar Tacca e Gérard Genette. A ambivalência que é tanto causa quanto consequência dessa construção narrativa reflete a contrariedade em que vive a pequena vila moçambicana de Tizangara, cenário do romance. A partir da concepção de mito estabelecida por Mircea Eliade, verifica-se que a visão sagrada de mundo, característica de parte da história das tradições moçambicanas, é representada em O último voo do flamingo por antepassados, feiticeiros e homens mais velhos, os detentores de sabedoria nas crenças africanas. Diante disso, a corrupção, marca do poder dos governantes locais em Tizangara, ameaça a continuidade da vila, conduzindo a narrativa ao cenário apocalíptico proposto por Mia Couto enquanto uma forma de recomeço. Para compreender esse contraponto, considera-se o percurso histórico não só de Moçambique como também de Tizangara, uma metonímia do país africano. Como reflexo do complexo momento histórico por que passa aquele país, o ano de 1992 é escolhido para contar a história – primeiro ano de paz após décadas de guerra (de libertação e civil). Ainda que já liberto da colonização portuguesa desde 1975, Moçambique permanece colonizado, agora de forma distinta. Identificam-se também algumas das condições que contribuíram para o neocolonialismo com apoio bibliográfico proveniente sobretudo de Stuart Hall e Kwame Anthony Appiah. A apresentação histórica de Moçambique baseia-se nas diretrizes estabelecidas pelo historiador africano Joseph Ki-Zerbo. / This work examines the novel O último voo do flamingo, written by the Mozambican author Mia Couto, published for the first time in 2000, in Portugal. Initially presenting as a police plot, the novel is narrated by a character who witnessed the facts: the Tizangara‘s translator, responsible for translating the dialogue between Eurocentric culture and Mozambican‘s mythical beliefs. The cultural mediation, the story‘s narrative and the moments in which the narrator/translator tells his life presuppose a shift of points of view which are studied under considerations of the researchers Oscar Tacca and Gérard Genette. Ambivalence, which is both cause as well as consequence of this narrative construction, reflects the contrariety lived by the small Mozambican village of Tizangara, scenario of the novel. From the conception of myth established by Mircea Eliade, it is seen that the sacred worldview characteristic of part of Mozambican‘s historical traditions, is represented in O último voo do flamingo by ancestors, wizards and eldest men, the bearers of wisdom in African beliefs. Given that, corruption, as a sign of power of Tizangara‘s local governors, threatens continuity of life, leading the narrative to the apocalyptical scenario suggested by Mia Couto as a way of restart. To understand this contrast, it is considered not only the historical background of Mozambique as well as Tizangara, a metonym of the African country. Reflecting the complex historical moment in which that country is going through, the year of 1992 is chosen to tell the story – first year of peace after decades of war (emancipation and civil). Even though freed from Portuguese colonization since 1975, Mozambique remains colonized, in a different way now. We identify as well some of the conditions that contributed to neocolonialism with bibliographic support of Stuart Hall and Kwame Anthony Appiah. The historical presentation of Mozambique is based on guidelines established by the African historian Joseph Ki-Zerbo.

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