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Sertão e Savana : forma literária e processo histórico em contos de Bernardo Élis e de Mia CoutoSilva, Marcos Vinicius Caetano da 10 March 2017 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, 2017. / Submitted by Raquel Almeida (raquel.df13@gmail.com) on 2017-06-12T18:23:41Z
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2017_MarcosViníciusCaetanodaSilva.pdf: 1272461 bytes, checksum: 1152014c5146ab115d6d6ddb88ae2fe2 (MD5) / O trabalho apresenta uma leitura comparativa de contos selecionados do escritor brasileiro Bernardo Élis (1915-1997) e do autor moçambicano Mia Couto (1955), considerando como fundamentos da análise crítica as conformações dialéticas campo e cidade, litoral e sertão, mito e religiosidade, razão e loucura, para figurar os impasses da formação nacional do Brasil e de Moçambique. Esses enfoques contrastivos revelam a complexidade dos dilemas históricos dos países em causa, apreendidos na forma artística do conto, de modo a problematizar literariamente os desafios oriundos do subdesenvolvimento e do antigo domínio colonial: um passado que continua a repercutir no presente de tais nações periféricas como história viva. / This paper presents a comparative analysis of selected short stories of the brazilian writer Bernardo Elis (1915-1997) and of the mozambican writer Mia Couto (1955), considering the acknowledgements of the country and the city, the shore and the hinterland, the myth and the religiosity, the reason and the madness as arguments that reveal the complexities of historic dilemmas of refered countries seized into art form of short story as a way to question the literature about the challenges originated from underdevelopment and from old colonial domain: a past that keeps resounding at these peripheral nations at current time as living History.
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Águas de travessia : a matriz poética na obra de Mia CoutoGarcia, Neiva Kampff January 2016 (has links)
Com a leitura da obra de Mia Couto – exceção feita à dramaturgia e aos roteiros cinematográficos – estabelecemos múltiplos olhares sobre o seu fazer literário, considerando perspectivas temáticas, intertextualidades, enfrentamentos de problemáticas atuais. Também observamos os recursos vinculados ao imaginário, aos diálogos entre a História e a Ficção, acompanhando a criativa constituição dos seres que povoam seus textos de prosa e poesia. Evidenciamos a presença da água como fio condutor de narrativas, como símbolo e/ou metáfora de múltiplos sentidos e, igualmente, como complemento de outras temáticas. Assim, mostramos como a água constitui uma das matrizes da escrita miacoutiana e o fazemos identificando os elementos que estabelecem uma interconexão dessa matriz na poesia, no conto e no romance do autor. Essa interconexão aproxima-se de dois movimentos reiterados nos textos de Mia Couto: o mosaico e a travessia. Com a água, adentramos aos símbolos, aos mitos e aos questionamentos dos espaços e errâncias, e identificamos as estratégias do autor na representação literária desse universo temático. A fim de executarmos nossa proposta, recorremos ao suporte teórico de autores como Gaston Bachelard, Homi Bhabha, Mikhail Bakhtin, Gilles Deleuze, Mircea Eliade, Félix Guattari, Octavio Paz e outros, além de estudiosos da literatura africana. / With the reading of the work of Mia Couto – except the dramaturgy and the screenplays – we stablished multiple looks on his writings, considering thematic perspectives, intertextualities, confrontation of current problems. We also observed the resources connected to the imaginary, to dialogues between the History and the Fiction, following the creative constitution of the beings that inhabit his poetic and prose texts. We faced the presence of water as a thread of narratives, as a symbol and/or metaphor of multiple meanings, and also, and as the complement of other themes. This way, we show how the water constitutes one of the matrixes of Mia Couto’s writing and we do it identifying the elements that stablish an interconnection of this matrix in the poetry, in the short story and in the novels of the author. This interconnection approaches to two repeated movements in the texts of Mia Couto: the mosaic and the crossing. With the water, we entered in the symbols, in the myths and in the questionings of spaces and wanderings, and we identified the author’s strategies in the literary representation of this thematic universe. In order to implement our proposal, we used the theoretical support from the following authors: Gaston Bachelard, Homi Bhabha, Mikhail Bakhtin, Gilles Deleuze, Mircea Eliade, Félix Guattari, Octavio Paz, and others, besides scholars from the African literature.
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Entre o bronze da letra e o cristal da voz : interditos da voz na ficção de Mia CoutoSantos, Cristina Mielczarski January 2017 (has links)
Este trabalho propõe uma análise de seis livros de contos do autor moçambicano Mia Couto, publicados no período de 1987 a 2004. Fazem parte do corpus as seguintes obras contísticas: Vozes Anoitecidas (1987), Cada Homem é Uma Raça (1990), Estórias Abensonhadas (1994), Contos do Nascer da Terra (1997), Na Berma de Nenhuma Estrada e outros contos (2001) e O Fio das Missangas (2004), ampliando a proposta também para três romances: Vinte e Zinco (1999), A Confissão da Leoa (2012) e Mulheres de Cinzas (2015). A seguinte premissa norteou o trabalho: a escrita como tema na obra do autor pode ser considerada como a porta de entrada para a palavra interdita? Optou-se por ter, como objeto de estudo, a interdição da voz, ou seja, desenvolver um enfoque a partir das personagens que utilizam a escrita para comunicação. O foco foi dado a partir do gênero epistolar (bilhetes, cartas e diários), mas abrindo para outros silenciamentos, como o caso das exiladas da razão. As cartas são objeto de argumentação; exposição da intimidade e documento de foro íntimo. Verificaram-se similitudes e diferenças entre a carta real e a ficcional; elas podem assumir múltiplas características, a saber: conciliadora dos laços familiares; diálogo, monólogo ou solilóquio; preenchimento da solidão; confissão do inconfessável, espaço de contestação, revelação de sentimentos e emoções. Podem ser cartas falsas, de apresentação, de elemento de primeiro contato verbal. Escrevem tanto os alfabetizados como os analfabetos, esses com ajuda de terceiros. As missivas podem ter um destinatário imediato ou direto ou mediato ou indireto; elas conjecturam um diálogo que supõe um remetente, a subjetividade direta (o eu que fala) e um destinatário – a marca de uma alteridade. Nas obras do autor moçambicano, a palavra escrita presentifica-se e é representada por aquele que escreve – o que domina a escrita, a letra. Porém, dominando-a, ela pode também ser questionada, subvertida. Evidenciou-se, neste contexto, por intermédio das obras expostas o silenciamento da voz feminina pela repressão suscitada por meio da instituição patriarcal, social e política. Dialogou-se com críticos literários e estudiosos da literatura africana de língua portuguesa, dentre os quais destacamos: Ana Mafalda Leite, Inocência Mata, Maria Fernanda Afonso, José Pires Laranjeira, Laura Cavalcante Padilha, entre outros. Também houve interlocução com intelectuais africanos como Chinua Achebe, Anthony Kwame Appiah, Nkolo Foé e Achille Mbembe e Franz Fanon, da Martinica. Para dar conta da análise das missivas empregamos Andrée Crabbé Rocha; Michel Foucault; Philippe Lejeune, Phillip Rothwell e Leonor Arfuch. Abordou-se a palavra escrita, porque é por intermédio dela que as personagens subvertem o silenciamento de suas vozes. / This work proposes an analysis of six short story books by the Mozambican author Mia Couto, published between 1987 to 2004. The following works are part of the corpus: Vozes Anoitecidas (1987), Cada Homem é Uma Raça (1990), Estórias Abensonhadas (1994), Contos do Nascer da Terra (1997), Na Berma de Nenhuma Estrada e outros contos (2001) e O Fio das Missangas (2004), extending the proposal also to three novels, namely Vinte e Zinco (1999), A Confissão da Leoa (2012) and Mulheres de Cinzas (2015). The following premise guided the work: can written word as a theme in the author's work be considered as the door to the word interdict? I choose as object of study, the interdiction of the voice, that is, to develop a focus from the characters that use the writing for communication. The focus was given from the epistolary genre (notes, letters and diaries), but increased to other silencers, such as the case of reason exiles. The letters are subject to argument; intimacy exhibition and intimate forum document. There were similarities and differences between real and fictional letters; they can assume multiple characteristics: reconciling family ties; dialogue, monologue or soliloquy; filling the loneliness; confession of the unconfessable, space of contestation, revelation of feelings and emotions. They may be false letters, of presentation, of first element of verbal contact. Both the literate and the illiterate write, this with the help of others. The missives may have an immediate or direct receiver either mediate or indirect receiver, they conjecture a dialogue that supposes a sender, direct subjectivity (the speaking self) and a receivers – the mark of an otherness. In the work of the Mozambican author, the written word presents itself and is represented by the one who writes – which dominates the writing, the letters. But by dominating it, it can also be questioned, subverted. In this context, through the works on display, the silence of the female voice was repressed through the patriarchal, social and political institution. Dialogue with literary critics and Luso-African Literature scholars, among wich we name: Ana Mafalda Leite, Inocência Mata, Maria Fernanda Afonso, José Pires Laranjeira, Laura Cavalcante Padilha, among others. There were also interlocution with African intellectuals such as Chinua Achebe, Anthony Kwame Appiah, Nkolo Foé, Achille Mbembe and Franz Fanon from Martinica. For the analyses of missives, are employed theories by Andrée Crabbé Rocha; Michel Foucault; Philippe Lejeune, Phillip Rothwell and Leonor Arfuch. The written word was approached, because it is through it that the characters subvert the silencing of their voices.
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Entra traços, tranças e travessias : figurações do estrangeiro como hiato rizomático na narrativa de Milton Hatoum e Mia CoutoQueiroz, Amilton José Freire de January 2015 (has links)
Esta tese investiga o tema da figuração do estrangeiro nas narrativas: Relato de um certo oriente (1989), Terra Sonâmbula (1992), Dois irmãos (2000) e O outro pé da sereia (2006), respectivamente de Milton Hatoum e Mia Couto. Esses textos são lidos com os aportes teórico-metodológicos da Literatura Comparada e dos Estudos Pós-coloniais, içando pontes de diálogo entre as reflexões de Homi Bhabha, Edward Said, Édouard Glissant, Mary Louise Pratt, Walter Mignolo, Julia Kristeva, Tzvetan Todorov, Tania Carvalhal, Abdala Junior, Zilá Bernd, Maria Zilda Ferreira Cury, Jane Tutikian, Ana Mafalda Leite, Laura Padilha, Marli Fantini, dentre outros de fundamental relevância a esse construto. Com o auxílio dessa sintaxe crítica, no primeiro e segundo capítulos, mapeiam-se os fluxos comunitários e as paisagens literárias dos quatro romances; no terceiro, cartografam-se os lugares do narrar de RCO e TS, analisando como os narradores mediadores conectam geografias planetárias; e no quarto, topografam-se as cenas do des(re)territorializar de DI e OPS, examinando de que maneira os narradores figuram as errâncias, os limiares e os percursos transfronteiriços. Como lugares de passagens heterogêneas, essas quatro narrativas velejam nas águas do próprio e alheio, pintando a cartografia da paisagem brasileira/moçambicana em movimento contínuo de des(re)territorialização do dentro-fora da rede de contato intercultural. Entre o ir e vir propiciado pelo intercâmbio com outros saberes e práticas intercontinentais, os narradores desenham traços, tranças e travessias do dentrofora e fora-dentro do imaginário transatlântico, figurando o estrangeiro como hiato rizomático que interliga, disjuntivamente, a geografia do encontro de personagens que se reconhecem múltiplas, imersas na trama de culturas em errância. A travessia das personagens, longe de separá-las, estigmatizá-las e engessá-las, testemunha, pontualmente, como o dentro-fora do nacional híbrido e o fora-dentro estrangeiro cindido encontram-se no porto simbólico da estrangeiridade. A configuração desse lugar de estranhamento dentro de si mesmo consubstancia-se na dicção de vozes que deferem o jogo de estar entre os labirintos dos mapas da multiplicidade de olhares. Habitando posições intervalares, os narradores e personagens de RCO, TS, DI e OPS movem-se entre passagens, itinerários e paisagens culturais que instauram a poética do dentro-fora e fora-dentro das redes de solidariedade plurais. Isto é, o eu que narra e o eu narrado navegam, simultaneamente, pela canoa do imaginário da mobilidade cultural, aprendendo a habitar o movimento transversal e a zona friccional das alteridades. Do trânsito pelo espaço medial, tanto os narradores como as personagens desviam-se da densidade da lógica imóvel, encontrando na conjuntura da velocidade brechas para rasurarem qualquer tentativa de reconstrução do trajeto de início ou fim da alteridade. Ao contrário, eles exploram a estética do movimento para se des(re)territorializarem entre imaginários embalados pela dinâmica do dentro-fora e fora-dentro na trama instável de fluxos, subjetividades e histórias múltiplas. Nesse sentido, a figuração do estrangeiro é uma problematização possível à medida que traz, enquanto epicentro argumentativo, os atravessamentos movediços do dentro-fora e fora-dentro das relações interculturais. Em sua natureza performativa, o estrangeiro impulsiona o fluxo da heterogeneidade e mutabilidade das vozes, dos imaginários, dos contatos e das rasuras do eu que narra e do eu narrado. Assim, cartografar os limiares da canoa na letra de Milton Hatoum e Mia Couto é habitar o movimento da travessia de sujeitos que surfam nas ondas de entre-mundos da errância em devir. / This thesis investigates the issue of foreign figuring in the narrative: Relato de um certo oriente (1989), Terra Sonâmbula (1992), Dois irmãos (2000) and O outro da sereia (2006), respectively by Milton Hatoum and Mia Couto. These texts are read with the theoretical and methodological contributions of Comparative Literature and Postcolonial Studies, hoisting bridges of dialogue between the reflections of Homi Bhabha, Edward Said, Édouard Glissant, Mary Louise Pratt, Walter Mignolo, Julia Kristeva, Tzvetan Todorov, Tania Carvalhal, Abdala Junior Zillah Bernd, Maria Zilda Ferreira Cury, Jane Tutikian, Ana Mafalda Leite, Laura Padilla, Marli Fantini, among other fundamental relevance to this construct. With the help of this criticism syntax, in the first and second chapters, if the map-Community flows and literary landscapes of the four novels; in the third, if the cartografam-places in the recount of RCO and TS, analyzing how the mediators narrators connect planetary geographies; and the fourth, topografam up the scenes of des (re) territorialize of DI and OPS, examining how the narrators include the wanderings, the thresholds and cross-border routes. As places of heterogeneous passages, these four narratives sail in the waters of own and outside, painting the cartography of Brazil / Mozambique landscape in continuous movement de (re) territorialization of the inside-out of intercultural contact network. Between the coming and going fostered the exchange with other knowledge and intercontinental practices, the narrators draw lines, braids and crossings inside-out and outside-in the transatlantic imaginary, figuring abroad as rhizome gap linking, disjunctively, the geography of the meeting characters that recognize multiple, immersed in the plot of cultures wandering. The crossing of the characters, far from separating them, stigmatizing them and paralyzes them, witness, on time, as the inside-out of hybrid national and out within split abroad are symbolic in the strangeness port. Setting this place of estrangement within himself embodied in the diction of voices defer the dynamic game to be among the labyrinths of maps of multiplicity of perspectives. Dwelling interval positions, narrators and characters of RCO, TS, DI and OPS move between passes, itineraries and cultural landscapes that establish the poetics of inside-out and outside-in of plural networks of solidarity. That is, the self who tells and I narrated sail simultaneously for the imaginary Canoe cultural mobility, learning to inhabit the transverse movement and the frictional area of otherness. Transit through medial space, both narrators and characters deviate from the property logic density, finding the speed situation loopholes to rasurarem any attempt to rebuild the path beginning or end of otherness. Instead, they explore the dynamics of movement to des (re) territorializarem between imaginary packed by the dynamics of inside-out and outside-in on the plot unstable flows, subjectivities and multiple stories. In this sense, foreign figuration is a questioning possible as it brings, while argumentative epicenter, the Loose crossings from inside-out and outside-in intercultural relations. In its performative nature and intricate intercultural relations, foreign boosts the flow of heterogeneity and mutability of voices, the imaginary, of contacts and erasures of self that narrates and I narrated. Thus, mapping the canoe thresholds in the letter of Milton Hatoum and Mia Couto is inhabiting the movement of the crossing of individuals surfing the waves of wandering between worlds of becoming.
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Entra traços, tranças e travessias : figurações do estrangeiro como hiato rizomático na narrativa de Milton Hatoum e Mia CoutoQueiroz, Amilton José Freire de January 2015 (has links)
Esta tese investiga o tema da figuração do estrangeiro nas narrativas: Relato de um certo oriente (1989), Terra Sonâmbula (1992), Dois irmãos (2000) e O outro pé da sereia (2006), respectivamente de Milton Hatoum e Mia Couto. Esses textos são lidos com os aportes teórico-metodológicos da Literatura Comparada e dos Estudos Pós-coloniais, içando pontes de diálogo entre as reflexões de Homi Bhabha, Edward Said, Édouard Glissant, Mary Louise Pratt, Walter Mignolo, Julia Kristeva, Tzvetan Todorov, Tania Carvalhal, Abdala Junior, Zilá Bernd, Maria Zilda Ferreira Cury, Jane Tutikian, Ana Mafalda Leite, Laura Padilha, Marli Fantini, dentre outros de fundamental relevância a esse construto. Com o auxílio dessa sintaxe crítica, no primeiro e segundo capítulos, mapeiam-se os fluxos comunitários e as paisagens literárias dos quatro romances; no terceiro, cartografam-se os lugares do narrar de RCO e TS, analisando como os narradores mediadores conectam geografias planetárias; e no quarto, topografam-se as cenas do des(re)territorializar de DI e OPS, examinando de que maneira os narradores figuram as errâncias, os limiares e os percursos transfronteiriços. Como lugares de passagens heterogêneas, essas quatro narrativas velejam nas águas do próprio e alheio, pintando a cartografia da paisagem brasileira/moçambicana em movimento contínuo de des(re)territorialização do dentro-fora da rede de contato intercultural. Entre o ir e vir propiciado pelo intercâmbio com outros saberes e práticas intercontinentais, os narradores desenham traços, tranças e travessias do dentrofora e fora-dentro do imaginário transatlântico, figurando o estrangeiro como hiato rizomático que interliga, disjuntivamente, a geografia do encontro de personagens que se reconhecem múltiplas, imersas na trama de culturas em errância. A travessia das personagens, longe de separá-las, estigmatizá-las e engessá-las, testemunha, pontualmente, como o dentro-fora do nacional híbrido e o fora-dentro estrangeiro cindido encontram-se no porto simbólico da estrangeiridade. A configuração desse lugar de estranhamento dentro de si mesmo consubstancia-se na dicção de vozes que deferem o jogo de estar entre os labirintos dos mapas da multiplicidade de olhares. Habitando posições intervalares, os narradores e personagens de RCO, TS, DI e OPS movem-se entre passagens, itinerários e paisagens culturais que instauram a poética do dentro-fora e fora-dentro das redes de solidariedade plurais. Isto é, o eu que narra e o eu narrado navegam, simultaneamente, pela canoa do imaginário da mobilidade cultural, aprendendo a habitar o movimento transversal e a zona friccional das alteridades. Do trânsito pelo espaço medial, tanto os narradores como as personagens desviam-se da densidade da lógica imóvel, encontrando na conjuntura da velocidade brechas para rasurarem qualquer tentativa de reconstrução do trajeto de início ou fim da alteridade. Ao contrário, eles exploram a estética do movimento para se des(re)territorializarem entre imaginários embalados pela dinâmica do dentro-fora e fora-dentro na trama instável de fluxos, subjetividades e histórias múltiplas. Nesse sentido, a figuração do estrangeiro é uma problematização possível à medida que traz, enquanto epicentro argumentativo, os atravessamentos movediços do dentro-fora e fora-dentro das relações interculturais. Em sua natureza performativa, o estrangeiro impulsiona o fluxo da heterogeneidade e mutabilidade das vozes, dos imaginários, dos contatos e das rasuras do eu que narra e do eu narrado. Assim, cartografar os limiares da canoa na letra de Milton Hatoum e Mia Couto é habitar o movimento da travessia de sujeitos que surfam nas ondas de entre-mundos da errância em devir. / This thesis investigates the issue of foreign figuring in the narrative: Relato de um certo oriente (1989), Terra Sonâmbula (1992), Dois irmãos (2000) and O outro da sereia (2006), respectively by Milton Hatoum and Mia Couto. These texts are read with the theoretical and methodological contributions of Comparative Literature and Postcolonial Studies, hoisting bridges of dialogue between the reflections of Homi Bhabha, Edward Said, Édouard Glissant, Mary Louise Pratt, Walter Mignolo, Julia Kristeva, Tzvetan Todorov, Tania Carvalhal, Abdala Junior Zillah Bernd, Maria Zilda Ferreira Cury, Jane Tutikian, Ana Mafalda Leite, Laura Padilla, Marli Fantini, among other fundamental relevance to this construct. With the help of this criticism syntax, in the first and second chapters, if the map-Community flows and literary landscapes of the four novels; in the third, if the cartografam-places in the recount of RCO and TS, analyzing how the mediators narrators connect planetary geographies; and the fourth, topografam up the scenes of des (re) territorialize of DI and OPS, examining how the narrators include the wanderings, the thresholds and cross-border routes. As places of heterogeneous passages, these four narratives sail in the waters of own and outside, painting the cartography of Brazil / Mozambique landscape in continuous movement de (re) territorialization of the inside-out of intercultural contact network. Between the coming and going fostered the exchange with other knowledge and intercontinental practices, the narrators draw lines, braids and crossings inside-out and outside-in the transatlantic imaginary, figuring abroad as rhizome gap linking, disjunctively, the geography of the meeting characters that recognize multiple, immersed in the plot of cultures wandering. The crossing of the characters, far from separating them, stigmatizing them and paralyzes them, witness, on time, as the inside-out of hybrid national and out within split abroad are symbolic in the strangeness port. Setting this place of estrangement within himself embodied in the diction of voices defer the dynamic game to be among the labyrinths of maps of multiplicity of perspectives. Dwelling interval positions, narrators and characters of RCO, TS, DI and OPS move between passes, itineraries and cultural landscapes that establish the poetics of inside-out and outside-in of plural networks of solidarity. That is, the self who tells and I narrated sail simultaneously for the imaginary Canoe cultural mobility, learning to inhabit the transverse movement and the frictional area of otherness. Transit through medial space, both narrators and characters deviate from the property logic density, finding the speed situation loopholes to rasurarem any attempt to rebuild the path beginning or end of otherness. Instead, they explore the dynamics of movement to des (re) territorializarem between imaginary packed by the dynamics of inside-out and outside-in on the plot unstable flows, subjectivities and multiple stories. In this sense, foreign figuration is a questioning possible as it brings, while argumentative epicenter, the Loose crossings from inside-out and outside-in intercultural relations. In its performative nature and intricate intercultural relations, foreign boosts the flow of heterogeneity and mutability of voices, the imaginary, of contacts and erasures of self that narrates and I narrated. Thus, mapping the canoe thresholds in the letter of Milton Hatoum and Mia Couto is inhabiting the movement of the crossing of individuals surfing the waves of wandering between worlds of becoming.
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Sou uma, são todas : uma análise da condição feminina em Moçambique a partir de personagens de Mia CoutoGuimarães, Terena Thomassim January 2016 (has links)
A presente dissertação tem como objetivo analisar as diferentes representações da mulher em três romances do moçambicano Mia Couto, são eles: A varanda do Frangipani, Antes de Nascer o Mundo e A confissão da leoa. Pretende-se perceber como ocorrem essas representações e possíveis relações com o mundo de Moçambique, com suas formas de ver a vida, a mulher, a história. Notar tais ligações do narrado com a realidade do povo pode servir para um melhor entendimento do país e de seu modo de viver. A fundamentação teórica é baseada nos estudos de Edward Said, Homi Bhabha e Stuart Hall. A metodologia consistiu na localização e recolha dos diferentes momentos de representação feminina. Partindo desse material, analisaram-se os significados e repercussões dessas imagens. Primeiramente, buscou-se tratar de elementos relevantes da história moçambicana, por entender que é importante para compreender o livro e a literatura como um todo. Após, cada obra foi abordada separadamente, com seus elementos significativos, e a análise da representação da mulher. Pode-se concluir que o que é narrado assemelha-se, em grande parte, com o que as pessoas enfrentam no seu dia a dia. Além disso, nota-se uma maior abordagem da temática feminina ao passar dos anos por Mia Couto, juntamente com o aumento das discussões sobre o tema. / This work aims to analyze the different women representations in three novels by the Mozambican Mia Couto, they are: A varanda do frangipani, Antes de nascer o mundo and A confissão da leoa. It is intended to analyze how these representations occur and their possible relationships with the Mozambique world, with their ways of seeing life, the woman, the story. To notice such narrated links with the reality of people can serve to better understand the country and its way of life. The theoretical framework is based on the works of Edward Said, Homi Bhabha and Stuart Hall. The methodology consisted in locating and collecting the different female representation moments. From this material, we analyzed the meanings and implications of these images. First, it sought to address relevant elements of Mozambican history, understanding that it is important to comprehend the book and literature as a whole. After each work was approached separately, with significant elements, and the representation of women analysis.. It can be concluded that what is narrated resembles largely with what people face in their everyday life. In addition, there is a greater approach of the female subject over the years by Mia Couto, along with the increase of discussions about the topic.
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Sou uma, são todas : uma análise da condição feminina em Moçambique a partir de personagens de Mia CoutoGuimarães, Terena Thomassim January 2016 (has links)
A presente dissertação tem como objetivo analisar as diferentes representações da mulher em três romances do moçambicano Mia Couto, são eles: A varanda do Frangipani, Antes de Nascer o Mundo e A confissão da leoa. Pretende-se perceber como ocorrem essas representações e possíveis relações com o mundo de Moçambique, com suas formas de ver a vida, a mulher, a história. Notar tais ligações do narrado com a realidade do povo pode servir para um melhor entendimento do país e de seu modo de viver. A fundamentação teórica é baseada nos estudos de Edward Said, Homi Bhabha e Stuart Hall. A metodologia consistiu na localização e recolha dos diferentes momentos de representação feminina. Partindo desse material, analisaram-se os significados e repercussões dessas imagens. Primeiramente, buscou-se tratar de elementos relevantes da história moçambicana, por entender que é importante para compreender o livro e a literatura como um todo. Após, cada obra foi abordada separadamente, com seus elementos significativos, e a análise da representação da mulher. Pode-se concluir que o que é narrado assemelha-se, em grande parte, com o que as pessoas enfrentam no seu dia a dia. Além disso, nota-se uma maior abordagem da temática feminina ao passar dos anos por Mia Couto, juntamente com o aumento das discussões sobre o tema. / This work aims to analyze the different women representations in three novels by the Mozambican Mia Couto, they are: A varanda do frangipani, Antes de nascer o mundo and A confissão da leoa. It is intended to analyze how these representations occur and their possible relationships with the Mozambique world, with their ways of seeing life, the woman, the story. To notice such narrated links with the reality of people can serve to better understand the country and its way of life. The theoretical framework is based on the works of Edward Said, Homi Bhabha and Stuart Hall. The methodology consisted in locating and collecting the different female representation moments. From this material, we analyzed the meanings and implications of these images. First, it sought to address relevant elements of Mozambican history, understanding that it is important to comprehend the book and literature as a whole. After each work was approached separately, with significant elements, and the representation of women analysis.. It can be concluded that what is narrated resembles largely with what people face in their everyday life. In addition, there is a greater approach of the female subject over the years by Mia Couto, along with the increase of discussions about the topic.
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Sou uma, são todas : uma análise da condição feminina em Moçambique a partir de personagens de Mia CoutoGuimarães, Terena Thomassim January 2016 (has links)
A presente dissertação tem como objetivo analisar as diferentes representações da mulher em três romances do moçambicano Mia Couto, são eles: A varanda do Frangipani, Antes de Nascer o Mundo e A confissão da leoa. Pretende-se perceber como ocorrem essas representações e possíveis relações com o mundo de Moçambique, com suas formas de ver a vida, a mulher, a história. Notar tais ligações do narrado com a realidade do povo pode servir para um melhor entendimento do país e de seu modo de viver. A fundamentação teórica é baseada nos estudos de Edward Said, Homi Bhabha e Stuart Hall. A metodologia consistiu na localização e recolha dos diferentes momentos de representação feminina. Partindo desse material, analisaram-se os significados e repercussões dessas imagens. Primeiramente, buscou-se tratar de elementos relevantes da história moçambicana, por entender que é importante para compreender o livro e a literatura como um todo. Após, cada obra foi abordada separadamente, com seus elementos significativos, e a análise da representação da mulher. Pode-se concluir que o que é narrado assemelha-se, em grande parte, com o que as pessoas enfrentam no seu dia a dia. Além disso, nota-se uma maior abordagem da temática feminina ao passar dos anos por Mia Couto, juntamente com o aumento das discussões sobre o tema. / This work aims to analyze the different women representations in three novels by the Mozambican Mia Couto, they are: A varanda do frangipani, Antes de nascer o mundo and A confissão da leoa. It is intended to analyze how these representations occur and their possible relationships with the Mozambique world, with their ways of seeing life, the woman, the story. To notice such narrated links with the reality of people can serve to better understand the country and its way of life. The theoretical framework is based on the works of Edward Said, Homi Bhabha and Stuart Hall. The methodology consisted in locating and collecting the different female representation moments. From this material, we analyzed the meanings and implications of these images. First, it sought to address relevant elements of Mozambican history, understanding that it is important to comprehend the book and literature as a whole. After each work was approached separately, with significant elements, and the representation of women analysis.. It can be concluded that what is narrated resembles largely with what people face in their everyday life. In addition, there is a greater approach of the female subject over the years by Mia Couto, along with the increase of discussions about the topic.
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Circunstancialidade da invenção em A Varanda do Frangipani, de Mia Couto: entre a letra e a vozNascimento, Melquisedec Chaves do 28 April 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009-04-28 / Secretaria da Educação do Estado de São Paulo / This aims of this paper is to analyze the novel A Varanda do Frangipani by
mozabican writer Mia Couto. Based on researches about orality made by Paul
Zumthor, is researched some signs of performance through discursive strategies
used by narrators. Such concept presented by Zumthor relates a virtual performance
on the space of enunciation. In this perspective, orality is in the place of vocality,
because is looked in this paper, not traces of speaks that could signs a frequent use
in some communities, but virtual gestures presents in the discourse, that could be
possible to realize in the phenomenon of reading and listening. For this reason, the
reader is like a performer of the work s art, he is co-author of the work. The general
hypothesis signs that a discourse of A Varanda do Frangipani is crowded of vocal
and performing gestures. The first chapter, entitled Between letter and voice , is
presented the concept of performance. That concept supports the general
hypothesis. The reader, in face of the literary text, as well is object of discussion in
this chapter: a previous deal between the reader and the work possibilities himself
to live the performance. In this chapter is presented a literary biography of Mia Couto.
In the second chapter, entitled, Collective Memory and the discursive space , is
discussed the difference between orality and write, mainly based at the Walter Ong s
researches: these both modalities has distinct traces, and it could be understood
through of the own logic and under in a cultural perception point of view. Still is
discussed how is the discursive space where there are reader and listener. In the last
chapter, From the voice that sing to the word that tells , is presented a critical fortune
about Mia Couto s work under three different perspectives, such critical relates
different ways to treat the orality in Mia Couto s work. Finally, is made the analysis of
novel through of the narrator voices. The present paper signs that there there are in
the enunciation s virtual space: author, narrator, reader-listener, allows what Zumthor
calls performance: A Varanda do Frangipani novel is virtually act. This is possible
based in the enunciative context realized by reader/listener, that, despite of narrator
silence, are present gestures, looking, movements, lapse, irony / O objetivo deste trabalho é analisar o romance A varanda do Frangipani, do
moçambicano Mia Couto. Baseado nas proposições do estudioso da oralidade Paul
Zumthor, procura-se, por meio das estratégias narrativas presentes no romance,
indícios de performance, conceito discutido por Zumthor, que remetem a uma
encenação virtual no espaço da enunciação. Nessa perspectiva, oralidade está para
vocalidade, pois rastrea-se, nesta análise, não os traços de falas que indicariam um
uso corrente em determinada comunidade de falantes, mas os gestos virtuais
presentes no discurso, que são percebidos no fenômeno da leitura-audição. Assim,
o leitor estaria mais para um performer: ele é co-autor da obra. A hipótese geral
indica que o discurso de A Varanda do Frangipani está permeado por gestos vocais
e performáticos. O primeiro capítulo, intitulado Entre a letra e a voz , apresenta o
conceito de performance. Tal conceito sustenta a hipótese geral desta investigação.
O leitor, frente ao texto literário, também é objeto de discussão neste capítulo: notase
que o contrato prévio entre leitor e obra é o que lhe possibilita vivenciar a
performance. Ainda no primeiro capítulo é apresentada a biografia literária de Mia
Couto. No segundo capítulo, A Memória coletiva e a espacialidade discursiva ,
discute-se a diferenciação entre oralidade e escrita, principalmente a partir dos
estudos de Walter Ong: essas duas modalidades possuem traços distintos, sendo
que podem ser entendidos dentro de suas lógicas sob o ponto de vista cultural.
Discute-se, também, como leitor e ouvinte situam-se na espacialidade discursiva. No
último capítulo, Da voz que canta à palavra que narra , é apresentada a fortuna
crítica do autor, sob três perspectivas diferentes, tais críticas não deixam de fazer
referência à oralidade em Mia Couto. Por fim, a análise do romance a partir das falas
das personagens e as considerações sobre as estratégias narrativas dos narradores.
A presente pesquisa indica que encontra se virtualmente no espaço da enunciação
autor, narrador, leitor-ouvinte, realizando, assim, o que Zumthor chama de
performance: virtualmente A Varanda do Frangipani é encenada. Isto é possível a
partir das marcas enunciativas percebidas pelo leitor-ouvinte, que mesmo no silêncio
do narrador, apresenta, os gestos, olhares, movimentos, lapsos, ironias
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Formas de recriação do mito em contos de Mia CoutoFerreirinha, Carlos Augusto dos Santos 27 April 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-04-27 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / The aim of this assignment is to reflect on the ways of recreating Afro-Mozambican myths in the narratives “A Lenda de Namarói” (2012), “A infinita fiandeira” (2009) e “Nas águas do tempo” (2012), by Mia Couto. The problematization questions: to what extent do the African Myths imply the process of identify and social institution of the African community and, by extension, of the Mozabican? How does Mia Couto assimilates these mythical aesthetics in his narratives? Two hypotheses were selected: The Myth inscribes an affirmation in the construction and institutionalization of life and in the Regime of Truth of the Afro-Mozambican people; Mia Couto's narrative recovers and recreates the aesthetic and the mythic structures of Mozambican culture in order to keep alive the veracity and the belief in the Myths as a matrix of real and valid thought. As a theoretical basis for approaching the Myth, we highlight the concepts of Anti-Narcissus, Penser autrement (CASTRO,2015), Regime of Truth (FOUCAULT,1999); and Tautegory (SCHELLING, 2007); in relation with the process of mythical aesthetics recreation in the literary composition, we utilize the concept of transcreation, by Haroldo de Campos (1992), as well as semiotic sign propositions of Charles Sanders Peirce (2000) and Octavio Paz (1976). It is observed that Mia Couto retrieves and presentifies mythical aesthetic and structural compositions as a way of institutionalizing and giving voice to orality, to the matix of thought and to the Regime of Truth of the Afro-Mozambican subject as a living and present reality / O objetivo deste trabalho é refletir sobre formas de recriação de Mitos afro-moçambicanos nas narrativas “A Lenda de Namarói” (2012), “A infinita fiandeira” (2009) e “Nas águas do tempo” (2012), de Mia Couto. A problematização interroga: até que ponto os Mitos africanos implicam o processo de instituição identitária e social da comunidade africana e, por extensão, da moçambicana? Como Mia Couto apreende essas estéticas míticas em suas narrativas? Duas hipóteses foram selecionadas: o Mito inscreve uma afirmação na construção e institucionalização da vida e do Regime de Verdade do sujeito afro-moçambicano; a narrativa de Mia Couto recupera e recria estéticas e estruturas míticas da cultura moçambicana, de modo a manter viva a veracidade e a crença nos Mitos como matriz de pensamento real e válida. Como fundamentação teórica para a abordagem do Mito, valemo-nos dos conceitos de Anti-Narciso Outramento (CASTRO, 2015), Regime de Verdade (FOUCAULT 1999) e Tautegoria (SCHELLING, 2007); no que diz respeito ao processo de recriação das estéticas míticas na composição literária, utilizamos o conceito de transcriação, de Haroldo de Campos (1992), assim como proposições sígnicas semióticas de Charles Sanders Peirce (2000) e de Octavio Paz (1976). Observa-se que Mia Couto recupera e presentifica as composições estéticas e estruturais míticas como forma de institucionalizar e dar voz à oralidade, à matriz de pensamento e ao Regime de verdade do sujeito afro-moçambicano enquanto realidade viva e presente
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