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A trajetória de cuidado ao portador de esquizofrenia: narrativas familiares. / Trajectory of care for people with schizophrenia: family narratives

Santoro, Maria Cristina Ferri 05 March 2012 (has links)
A desinstitucionalização e as reformas políticas e de gestão atuais colocam a família como principal fonte de cuidado do portador de transtorno mental grave e de longa duração. A literatura indica que poucas pesquisas têm se dedicado a estudar o processo de ajustamento familiar durante o enfrentamento do transtorno mental. No que se refere à esquizofrenia, o primeiro episódio de adoecimento ocorre geralmente na adolescência. Trata-se de uma situação de estresse que desorganiza todo o grupo familiar, interrompe e pode modificar sua trajetória de vida. A partir daí, a família torna-se cuidadora e procura ajustar-se à nova situação de conviver com um ente familiar adoecido. O objetivo deste estudo foi descrever a construção desse cuidado através da trajetória das famílias que convivem com o diagnóstico de esquizofrenia há mais de dez anos. O referencial teórico-metodológico baseou-se na Teoria de Trajetória de Vida e orientou a escolha da história de vida como método de coleta e análise dos dados. Método: para contar a história da família participaram do estudo, como principais informantes, o portador de transtorno mental e até dois familiares cuidadores. Caso o portador do transtorno concordasse em participar da pesquisa, mas se recusasse a dar entrevista, ele deveria indicar pelo menos um familiar que pudesse contar a história por ele. Escolheu-se a entrevista como principal instrumento de coleta de dados. Foram entrevistadas 26 pessoas (18 familiares e 8 portadores de esquizofrenia), representando 14 famílias que convivem com o adoecimento há mais de dez anos. As entrevistas foram gravadas e realizadas pela pesquisadora no período de novembro/2010 a março/2011. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCRP-FMRP-USP. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A análise das entrevistas foi baseada na proposta do método da Teoria da Trajetória de Vida, que visa determinar através de uma linha do tempo os eventos importantes para o ajustamento familiar. Foram analisados três momentos: o passado, o presente e o futuro. Resultados: No momento passado foram descritos o sofrimento e as dificuldades do início do adoecimento e a aceitação como um evento importante para conseguir seguir em frente e se abrir para uma nova proposta. No presente, os relatos familiares descrevem momentos em que eles têm certeza de seu aprendizado. Novamente a aceitação é o elemento chave. Muitos familiares foram bastante afirmativos com relação a aceitar a doença como elemento chave para se relacionar com o adoecido e os outros membros da família. Alguns portadores de esquizofrenia confirmaram que quando a família aceita, ela é uma família melhor, em que ele se sente bem. Em relação ao futuro, há uma esperança nos avanços na psicofarmacologia e em encontrar na família os recursos para o cuidado. Conclui-se que esta pesquisa atendeu aos objetivos propostos e aponta para a urgente necessidade de se ouvir o portador de transtorno mental e seus familiares sobre esta \"nova\" responsabilidade da família: cuidar de seu ente querido. / The deinstitutionalization and the currently political and management reforms put the family as the main source of care for people with severe and long-lasting mental illness. The literature indicates that little research has been done to study the process of family adjustment coping with mental disorder. With regard to schizophrenia, the first episode of illness usually occurs in adolescence. It is a stressful situation which disrupts the whole family group, interrupts and can change its life trajectory. From there, family members become caregivers and try to adjust to the new situation of living with a family member being ill. This study aimed to describe the construction of this care through the trajectory of families living with people suffering schizophrenia for over ten years. The theoretical and methodological framework was based on the Trajectory Theory and guided the choice of life history as a method of collecting and analyzing data. Method: the mental disorder patient and up to two family caregivers participated in the study as key informants to tell the story of the family. If the carrier of the disorder agreed to participate in the research, but refused to be interviewed, he/she should appoint at least one family member who could tell the story for him/her. The interview was chosen as the main instrument for data collection. 26 people (18 families and 8 people with schizophrenia) were interviewed, representing 14 families living with people suffering schizophrenia for over ten years. The interviews were recorded and performed by the researcher in the period from November/2010 to March/2011. The project was approved by the Research Ethics Committee of the Hospital das Clínicas of the University of São Paulo at Ribeirão Preto Medical School. All participants signed the consent form. Analysis of the interviews was based on the method proposed in the Trajectory Theory, which seeks to determine through a timeline of important events for the family adjustment. Three times were analyzed: past, present and future. Results: regarding the past, it was described the suffering and difficulties of first time and acceptance as an important event to move on and open to a new proposal. At present, the family reports describe times when they are sure of their learning. Again, the acceptance is the key element. Many family members were very assertive about accepting the disease as a key element to have a relationship with the ill person and other family members. Some people with schizophrenia have confirmed that when the family accepts, it is a better family which he/she feels good. In relation to the future, there is hope in the advances in psychopharmacology and find the resources to care in the family. It is concluded that this study met the proposed objectives and showed the urgent need to listen to the mentally ills and their families about this \"new\" family responsibility: taking care of their loved one.
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Disfunções cognitivas em sujeitos portadores de esquizofrenia no Brasil: amplitude, gravidade e relação com a demora no acesso ao tratamento médico / Cognitve dysfunctions in subjects with schizophrenia in Brazil: extent, severity and association with delay in the access to medical treatment

Ayres, Adriana de Mello 04 June 2009 (has links)
Introdução: As psicoses funcionais são transtornos psiquiátricos cuja principal característica é a perda da capacidade de julgar apropriadamente a realidade em decorrência de alterações na esfera do pensamento, percepção, emoção, movimento e comportamento. A esquizofrenia é o principal destes quadros, com curso crônico e/ou deteriorativo nas esferas social e ocupacional, gerando enormes custos pessoais e financeiros para os pacientes e cuidadores em todo o mundo. Estudos prévios têm mostrado a existência de prejuízos cognitivos em pacientes com transtornos psicóticos já no início da doença, sendo estes mais graves na esquizofrenia. Há evidências de que estes prejuízos são tanto inerentes aos próprios processos da doença quanto secundários ao tratamento. O presente estudo procurou caracterizar o perfil cognitivo de pacientes com psicoses de início recente (n=56), até 3 anos após o primeiro contato com serviços de saúde mental, sendo 34 com esquizofrenia e 22 com psicoses afetivas. Tais grupos de pacientes tiveram seu desempenho cognitivo comparado com o de um grupo controles saudável (n=70), recrutados a partir das mesmas áreas geográficas de São Paulo, Brasil. Até o momento, a maioria dos estudos foi realizada em países em desenvolvimento. Metodologia: A investigação utilizou ampla bateria de testes neuropsicológicos composta por 12 testes agrupados em 8 domínios cognitivos destinados a avaliar respectivamente amplitude atencional, velocidade de processamento da informação, memória verbal, memória visual, memória de trabalho, fluência verbal, funções executivas e funcionamento intelectual. O nível de significância foi de p < 0.05. Resultados: O desempenho do grupo de pacientes com psicoses foi pior do que o dos controles em todas as tarefas cognitivas, com diferenças estatisticamente significativas nas tarefas de velocidade de processamento da informação, memória verbal, fluência verbal e funcionamento intelectual, sendo os déficits mais graves no domínio da memória verbal (p < 0.001). Os grupos esquizofrenia e psicoses afetivas não diferiram significativamente quando comparados entre si. A inclusão do grupo controle na comparação mostrou que os pacientes com esquizofrenia tiveram desempenho significativamente pior do que os controles, o que não ocorreu entre os controles e as psicoses afetivas. A investigação da influência das variáveis demográficas e clínicas mostrou que o desempenho cognitivo foi beneficiado pela escolaridade, na maioria das funções; a idade atual maior teve associação negativa com a memória visual e fluência verbal; gênero masculino teve correlação positiva com a memória de trabalho, tempo de latência para produção de resposta não-convencional, e negativa com a quantidade de erros frente à necessidade de controle de respostas impulsivas.O padrão de tratamento descontínuo beneficiou o desempenho em tarefas de memória verbal, e prejudicou o desempenho na tarefa de antecipação espacial. O abuso/dependência de substâncias não mostrou correlação com nenhuma tarefa, o que ocorreu na análise de regressão. O início do transtorno em idades mais precoces não mostrou prejudicar o desempenho dos pacientes na maioria das tarefas. O tempo de duração de psicose não tratada (duration of untreated psychosis, DUP) mostrou correlação negativa com o tempo de latência para respostas não-convencionais no grupo das psicoses, influenciando negativamente o desempenho nas tarefas de vocabulário, memória verbal imediata e tardia, e a quantidade de respostas impulsivas. No grupo da esquizofrenia, a maior DUP esteve associada a piores resultados nas tarefas de raciocínio não-verbal, memória verbal imediata e tardia, e quantidade de erros no teste de antecipação espacial. Os sintomas negativos influenciaram negativamente os resultados em várias provas, o que não ocorreu com os sintomas positivos. Conclusão: Pacientes com psicoses funcionais de início recente apresentaram prejuízos cognitivos evidentes em comparação aos controles saudáveis. Confirmou-se também a existência de funcionamento cognitivo semelhante entre amostras de países desenvolvidos e em desenvolvimento através de bateria cognitiva ampla. Os prejuízos cognitivos estenderam-se a várias funções, configurando tendência a perfil de déficits generalizados. Embora tenha havido tendência a maior gravidade de déficits no grupo da esquizofrenia, não encontramos diferenças significativas entre os subgrupos diagnósticos, confirmando a presença de déficits cognitivos nas psicoses de início recente, particularmente nas de natureza não-afetiva. / Background and Purpose: Functional psychoses are psychiatric disorders which have as their main characteristic a loss of the ability to properly judge the reality due to alterations of thought, perception, emotion, movement and behavior. The main psychotic disorder is schizophrenia, which usually as a chronic and / or deteriorating course in social and occupational relationships, generating enormous personal and financial costs for the patients and their caretakers all over the world. Previous studies have shown the presence of cognitive deficits in patients at the onset of psychoses, more severely in schizophrenia. There are evidences that those deficits are both related to disease processes and to treatment effects. The present work sought to characterize the neuropsychological profile of patients with recent onset psychoses (n=56), up to 3 years after their first contact with Mental Health Service Care 34 with schizophrenia and 22 with affective psychoses. These patient groups had their results compared to a healthy control group (n=70) recruited from the same geographic area of São Paulo City, Brazil. So far, most studies of neuropsychological functioning in patients with recent onset psychoses have been conducted in high-income countries. Method: The cognitive assessment was conducted using a neuropsychological battery comprising 12 tests, grouped into 8 cognitive domains aimed at assessing respectively intellectual functioning, attentional span, information processing speed, verbal memory, visual memory, working memory, verbal fluency and executive functioning. The significance level was set at p < 0.05. Results: The performance of the psychosis group was worse than that of controls in all cognitive tasks, with statistically significant differences detected in information processing speed, verbal memory, verbal fluency and intellectual functioning tasks, most seriously in the verbal memory domain (p < 0.001). When compared against each other, the schizophrenia and affective psychoses subgroups were not significantly different. The inclusion of the control group in the analysis showed that patients with schizophrenia had significantly worse performance than controls, while such difference was not noticed when controls and affective psychoses groups were compared against. The influence of demographic variables and clinic data showed that cognitive performance was significantly associated with level of schooling in most cognitive tasks; visual memory and verbal fluency were negatively affected by age (deficit increased with age); male gender showed a positive relationship to executive memory and lag time for non-conventional answers, and a negative relationship to mistakes in impulsive answer control needs. Treatment discontinuity was related to better performance in tasks such as verbal memory, but with worse performance in the anticipation space test. Substance abuse or dependence did not influence significantly the performance in any of the tasks individually, but this occurred in the regression analysis. Earlier age of psychosis onset was non significantly related to performance of patients in any of the tasks. The duration of untreated psychoses (DUP) showed negative correlation with the lag time for non-conventional answers in the psychoses group, influencing the performance in tasks as vocabulary, immediate and delayed verbal memory, and the amount of impulsive responses negatively. In schizophrenia group, DUP was associated to worse results in non - verbal reasoning, immediate and late verbal memory, and error quantity in anticipation space test. Several activities were negatively influenced by negative symptoms, what did not occurred with positive symptoms. Conclusion: Patients with recent onset psychosis clearly display cognitive deficits when compared to healthy controls. The existence of similar cognitive functioning between samples studied in developed and developing countries was confirmed through wide cognitive test sets. Cognitive impairment was detected in multiple tasks, showing a widespread trend of deficit profiles. Although there was a tendency towards high severity deficits in the schizophrenia group, we could not find major differences amongst diagnoses subgroups. Our results reinforce the view that there are generalized cognitive deficits in association with recent-onset psychoses, particularly of non- affective nature.
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Termos e expressões utilizados por familiares ao relatarem suas experiências nos diferentes momentos do adoecimento mental / Terms and expressions used by family members reporting their experiences at different moments of the mental illness

Fonseca, Laís Mariana da 26 November 2010 (has links)
Introdução: A esquizofrenia é um transtorno mental de evolução crônica que causa sofrimento para o doente e sua família. Traz ao paciente prejuízo severo capaz de interferir amplamente na capacidade de atender às exigências da vida e da realidade, podendo torná-lo frágil diante de situações estressantes e aumentar o risco de suicídio. Para a família, a experiência de conviver com um membro portador desse transtorno tem sido comparada à jornada sob a tempestade. Primeiramente, há dificuldade de perceber o aparecimento da doença, com a definição do diagnóstico, os familiares variam em suas reações. Ao entrar em contato com o sistema de saúde mental, a família aprende uma nova linguagem, que é a linguagem dos profissionais de saúde. Essa nova linguagem deverá ser ajustada ao senso comum convencional do contexto familiar, de modo que possibilite compreender e tratar o adoecimento. Assim, a família cria uma linguagem para descrever sua experiência com o adoecimento mental. A pergunta desta pesquisa é: quais expressões as famílias utilizam para descrever o adoecimento de um familiar? Objetivo: identificar as expressões utilizadas por familiares para descrever a experiência de conviver com o adoecimento mental. Metodologia: Trata-se de pesquisa que realiza análise dos relatos de familiares por meio do software Analyse Lexicale par Contexte d\'um Ensemble de Segments de Texte (ALCESTE), contendo uma quantidade considerável de testes estatísticos, organizados para realizar análise de dados textuais. O ALCESTE contém metodologia de análise de dados qualitativos que se adequa a qualquer domínio de investigação, em que se pretenda tratar material textual, principalmente no que se refere à sua composição lexical e estruturação temática. Resultados e Discussão: A análise realizada pelo ALCESTE forneceu quatro classes agrupadas duas a duas: Classe 2 -- início da doença e Classe 4 -- início do tratamento; Classe 1 -- convivência e Classe 3 - cotidiano. Um conjunto de palavras e frases descrevem cada uma das classes. Início da doença: \"começou a doença\", \"adoecimento\", \"antes da doença\". Início do tratamento: \"internações\", \"tratamento\", \"remédio\". Convivência: \"difícil\", \"futuro\", \"esperança\". Cotidiano: \"cuidado\", \"sozinho\", \"preocupa\". Os resultados indicam que o período entre perceber a mudança de comportamento e o diagnóstico, geralmente culminando com a primeira internação, é carregado de sentimentos, de vivências de ter que lidar com comportamentos estranhos, violentos e o isolamento do doente. Depois, quando a medicação fez efeito, vivem um momento mais feliz, com mais esperança e atribuem essa melhora à medicação. Os familiares fazem reflexões sobre o passado, que no início precisavam de mais informações e se as tivessem, talvez a convivência não tivesse sido tão sofrida como foi. Mas o tempo de convivência possibilita melhor compreensão e aceitação da doença. Também desenvolveram algumas rotinas: como não deixar o familiar doente sozinho, observar se ele está tomando a medicação, mantendo, assim, um cuidado supervisionado que se incorporou ao cotidiano familiar. Conclusão: Os momentos descritos pelos familiares foram identificados por expressões, palavras e termos utilizados pelos mesmos em suas narrações. A pesquisa reafirma os dados encontrados nas pesquisas que forneceram as entrevistas analisadas neste estudo. Essas pesquisas anteriores utilizaram método de análise qualitativo tradicional, no qual o pesquisador lê várias vezes o material coletado, destaca as partes relevantes e as agrupa em categorias gerais criadas por ele para descrever o fenômeno investigado. Nesta pesquisa, a organização dos dados, o processo de agrupar trechos, criar classes e estabelecer a relação existente entre as mesmas foi feito com base na análise léxica das palavras de um conjunto de textos fornecido pelo software ALCESTE. Desse modo, a principal contribuição deste estudo foi trazer a linguagem dos familiares para descrever os momentos do adoecimento através de uma metodologia de análise mais distante do pesquisador. / Introduction: schizophrenia is a mental disorder of a chronic course that causes pain for both the patient and his family. It brings the patient severe prejudice that can interfere strongly in the ability to meet the demands of life and reality, making the patient fragile before stressful situations and increase the risk of suicide. For the family, the experience of living with a bearer of this disorder has been compared to the journey under the storm. First, there are difficulties identifying the onset of the disease with diagnostic definition, family members vary in their reactions. When in contact with the mental health system, the family learns a new language, which is the language of health professionals. This new language should be adjusted to the conventional wisdom of the family context, so that makes it possible to understand and treat the illness. Thus, the family creates a language to describe their experience with the mental illness. The question of this research is: which expressions families use to describe the family member\'s illness? Objective: identify expressions used by family members to describe the experience of living with the mental illness. Methodology: it\'s a research that conducts analysis of family reports through a software called Analyse Lexicale par Contexte d\'um Ensemble de Segments de Texte (ALCESTE), which contains a considerable amount of statistical tests organized to perform analysis of textual data. ALCESTE contains methods of analysis of qualitative data that fit for any field of research, treating textual material, mainly related to its lexical structure and composition of subject. Results and Discussion: the analysis performed by ALCESTE provided four classes grouped into two pairs: Group 2 - beginning of the illness and Group 4 - beginning of treatment; Group 1 - familiarity and Group 3 - daily routine. A group of words and phrases describe each group. Beginning of illness: \"the illness started\", \"illness\", \"before the illness\". Beginning of treatment: \"hospitalization\", \"treatment\", \"medicine\". Familiarity: \"difficult\", \"future\", \"hope\". Daily routine: \"take care\", \"alone\", \"it worries\". The results show that the time among noticing the behavior change and the diagnosis, normally culminating in the first hospitalization, it\'s full of feelings, experiences of dealing with strange and violent behaviors and the patient isolation. Then, when medications had effect, they live a happier and hopeful moment, and attribute this improvement to medication. Family members reflect about past, where at first they needed more information and if they had them, maybe familiarity hadn\'t been so painful as it was. But familiarity periods create better comprehension and acceptance of the desease. They also solved some routines: as not letting the sick family member alone, checking if he\'s been taking the medicine, and supervising the familiar routine.Conclusion: The moments described by family members had been identified by expressions, words and terms used by them. The research reassures the data found in the research which provided the interviews analysed in this study. These previous studies used traditional qualitative analysis method, where the researcher reads the collected material several times, highlights the relevant parts and groups them in general categories created by him to describe the phenomenon under investigation. On this research, data organization, the process of grouping parts, creating groups and establishing the relationship between them were performed based on the lexical analysis of words from a group of texts provided by ALCESTE software. This way, the main contribution of this study was to bring the language of the family members to describe the moments of illness through an analysis methodology farther from the researcher.
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"A família e o processo de adoecimento do portador de esquizofrenia: um estudo de caso etnográfico" / "The family and the illness development process in the schizophrenic ill: an ethnographic case study 2006"

Zanetti, Ana Carolina Guidorizzi 21 July 2006 (has links)
Na atualidade, a esquizofrenia é um dos principais problemas de saúde pública e afeta, além dos pacientes, os seus familiares, causando inúmeros prejuízos funcionais e sociais. A esquizofrenia é definida como uma doença que afeta a zona central do eu e altera toda a estrutura vivencial da pessoa. O esquizofrênico representa o estereótipo do louco, um indivíduo que produz grande estranheza social devido ao seu desprezo para com a realidade reconhecida. Cada grupo social define a esquizofrenia de acordo com seus conhecimentos, crenças e ações específicas. A família tem um lugar e função central na vida dos portadores de esquizofrenia. A confirmação do diagnóstico e o início da doença constituem alguns dos fatores que geram inúmeras mudanças no contexto familiar. Assim, constituiu-se objeto deste estudo apreender o sentido dado pela família acerca do processo de adoecimento do portador de esquizofrenia e os mecanismos para lidar com a doença. Trata-se de um estudo de caso etnográfico, fundamentado no referencial da teoria sistêmica familiar e da antropologia médica, realizado no período de agosto a dezembro de 2005. Participaram do estudo uma família composta por pai, mãe, cinco filhos, dos quais quatro são portadores de esquizofrenia, em seguimento no Núcleo de Saúde Mental do Centro de Saúde Escola da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Os dados foram obtidos por meio da observação, análise dos prontuários, registros no diário de campo e entrevistas gravadas realizadas com a família, em sua maioria, no domicílio. Para a apresentação dos dados utilizamos o genograma, história familiar, análise do sistema familiar e descrição das categorias obtidas nas entrevistas. A partir da construção do genograma, pode-se conhecer a estrutura interna da família. A análise do sistema familiar permitiu descrever além da estrutura, seu funcionamento e desenvolvimento. As entrevistas foram transcritas e submetidas a uma análise de conteúdo latente. A análise das entrevistas permitiu identificar sete categorias temáticas relacionadas ao sentido dado ao processo de adoecimento e aos mecanismos de enfrentamento da família. As categorias referem-se às representações sobre o normal e o patológico, as representações do termo esquizofrenia, as explicações para a doença, o impacto relacionado ao sofrimento, à sobrecarga, ao isolamento social e às tarefas da cuidadora, às modificações no relacionamento familiar, o tratamento e a cura. Para a família em estudo, o adoecimento dos filhos causou um rompimento em sua trajetória de vida. O impacto da esquizofrenia foi revelado pelos familiares mediante a manifestação de sentimentos de tristeza, isolamento social e sobrecarga. Os resultados nos levam a considerar que a assistência ao doente mental constitui um desafio para os profissionais de saúde. Torna-se necessário e urgente incluir a família como unidade de cuidado, além de garantir a manutenção do tratamento farmacológico e a reabilitação psicossocial. / On the present days, schizophrenia is one of the most important problems on public health which affects not only the patients, but also their families, causing many functional and social losses. Schizophrenia is defined as an illness that affects the id central zone and changes all person’s living structure. The schizophrenic illrepresents the stereotype of the crazy one, an individual who causes huge social oddness due to his/her despisal to the known reality. Each social group defines schizophrenia according to their knowledge, beliefs and specific actions. Family has a place and a central function on the life of the schizophrenic ill. The diagnostic confirmation and the illness beginning are some of the events that create a number of changes on the family context. Therefore, the objective of this study is learning both the sense given by the family to the illness development process and the facing mechanisms to deal with schizophrenia. This is an ethnographic case study based on the reference of the family systemic theory and medical anthropology, conducted during August through December of 2005. A family composed by father, mother and five kids, four of which are schizophrenic, being followed at the Núcleo de Saúde Mental do Centro de Saúde Escola da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Data were obtained by observation, review of medical registry, camp diary notes and recorded interviews carried out with the family what, mostly happened at their home. A genogram, family history, family system analysis and description of categories from the interviews were used to present the data. From the building of the genogram, one can know the family’s internal structure. The family system analysis allowed describing not only the structure, but the function and development. The interviews were transcribed and submitted to a latent content analysis . The interview analysis allowed pointing seven thematic categories related to the sense given to the illness process and the facing mechanisms used by the family. The categories refer to representation about what is normal and pathologic, representations of the term schizophrenia, explanations to the disease, the impact on suffering, overload, social isolation and tasks for the care taker, changes in family, the treatment and cure. For the studied family, the children illness has caused a break up to their life way. The impact of schizophrenia was shown by the family members by manifesting feelings of sadness, social isolation and overload. The results lead us to thinking that the assistance to the mentally ill brings a challenge to health care professionals. To include the family as a care unit, besides assuring the pharmacology treatment and psycho-social rehabilitation, becomes necessary and urgent.
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Rede social de um grupo de portadores de esquizofrenia seguidos em um serviço de saúde mental na comunidade / A social network of schizophrenia carriers followed by a mental health service in the community.

Barbosa, Guilherme Correa 07 February 2011 (has links)
As políticas de saúde mental apresentam uma tendência de propor a inclusão do portador de transtorno mental crônico na sua comunidade. É importante estudar as redes sociais desses portadores, para compreender a realidade social e apreender a complexidade das relações e interações sociais presentes nos processos que estruturam a sociabilidade do portador de transtorno mental crônico. OBJETIVO: descrever a rede social de portadores de esquizofrenia atendidos no Ambulatório de Saúde Mental de Serrana. METODOLOGIA: pesquisa descritiva, que utilizou questionário abordando as variáveis sócio-demográficas e do tratamento, o genograma e o ecomapa como instrumentos de coleta. Os dados foram organizados em um banco de dados do Excel, e transportados para o EpiInfo versão 3.5.1 (CDC, 2008) e submetidos a análise descritiva. RESULTADOS: Foram entrevistados 41 portadores, a maioria constituída por homens, solteiros. Os pontos de apoio da rede social identificada foram: o serviço ambulatorial, o trabalho, a família e 17 locais da cidade freqüentados pelos portadores entrevistados. O ambulatório e o trabalho não foram citados como ponto importante da rede. A família é a instituição mais citada e todos os entrevistados tem contato com sua família. DISCUSSÃO: Observou-se nesta pesquisa que o adoecimento causa inúmeras limitações no portador de esquizofrenia, descrevendo uma rede social frágil, apoiada na família. Estes aspectos devem ser considerados nas equipes que prestam assistência em serviços de base comunitária. Apesar dessas limitações dos serviços, a Reforma Psiquiátrica tem conseqüências positivas, pois essas pessoas conseguem ficam em um ambiente com maiores possibilidades de interações pessoais satisfatórias. Mesmo que os portadores tenham limitações devido ao adoecimento, conseguem ter uma rede social, às vezes menor, mas que normalmente contribui no convívio diário. Conclusão: Esta pesquisa descreveu a rede social do portador de esquizofrenia que faz tratamento ambulatorial de base comunitária. O estudo restringe-se somente a um serviço de saúde mental, no entanto permitiu algumas reflexões importantes sobre os avanços obtidos com a Reforma Psiquiátrica e sobre o trabalho da equipe de saúde mental. As utilizações do genograma e do ecomapa se mostraram muito úteis no desenvolvimento da pesquisa. Estes instrumentos são de fácil utilização e facilitam a interação pesquisador com os participantes / Mental health policies show a great tendency to recommend an inclusion of the chronic mental disorder carrier in the community. It is important to study these carriers social network to understand the social reality and understand the complexity of the relations and social interactions present in the processes that structure the chronic mental disorder carrier\'s sociability . METHODOLOGY: A descriptive research that used a questionnaire approaching the socio demographic variables and the treatment, the genogram and the ecomap as collection instruments. The data was organized in an EXCEL database and transported to an Epilnfo 3.5.1 (CDC, 2008) version and submitted to a descriptive analysis . RESULTS: Forty one carriers were interviewed. Most of them were single men. The social network support parts found were: the ambulatory room service, their jobs, family and 17 places visited by the carriers in town. The ambulatory service and jobs were not mentioned as an important point of the network. Family is the most mentioned institution and all of the interviewed people in the study have contact with their families. DISCUSSION: The research showed that falling sick gives cause for many limitations to the schizophrenia carrier, describing a fragile network based on family. These aspects must be considered by the groups that pay assistance in community based services. Despite these service limitations, the Psychiatric Reform has positive consequences. These people can stay in a place with a higher chance for satisfactory personal interaction. Even though the carriers have limits due to getting sick, they still can have a social network, sometimes smaller but one that usually contributes to their daily relationships. CONCLUSION: This research described the social network of the schizophrenic carrier that uses the ambulatory room service. The work is limited to only one mental health service however it was possible to achieve some important reflection on the progress obtained with the Psychiatric Reform and on the mental health group. The ecomap and genogram use were showed to be very useful in the research evolution. The instruments are easy to use and facilitate the interaction between the researcher and the attendees.
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"O primeiro episódio psicótico na perspectiva do familiar do portador de esquizofrenia" / The first psychotic episode at the perspective of the schizophrenia’s families.

Sinatora, Fernanda 27 June 2005 (has links)
A proposição deste estudo se configura em dois momentos, a princípio, descrever a experiência de familiares de portadores de esquizofrenia no primeiro episódio psicótico e, em um segundo instante, compreender como é o cotidiano destes familiares. Com o intuito de salientar e analisar a realidade social de uma determinada população, sendo esta permeada por uma infinidade de significações, optamos pela utilização dos pressupostos do método qualitativo. Para tanto, nos baseamos no estudo de caso, que fornece de forma aprofundada, o conhecimento de uma instância singular.Os colaboradores do presente estudo foram quatro famílias que possuíam um de seus membros vinculados a um serviço aberto do interior paulista, CAPS-II e, estes últimos, consistiam em portadores de esquizofrenia por um período de no máximo cinco anos. Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, sendo estas gravadas e posteriormente, transcritas pelo próprio pesquisador. Após a construção de um conjunto de categorias descritivas, a análise dos dados permitiu a identificação de cinco temáticas relacionadas ao convívio de familiares durante o primeiro episódio psicótico, sendo elas: a família frente ao primeiro episódio psicótico, trajetória percorrida durante o adoecimento; razões e dificuldades em aceitar o “adoecer psíquico"; preocupação com o trabalho e a ociosidade e o cotidiano dos portadores de esquizofrenia e familiares. Foi possível constatar no decorrer deste estudo que familiares nesta situação atravessam momentos difíceis, dolorosos, conflitantes mas mesmo assim, seus depoimentos ainda são permeados por forte esperança na remissão dos sintomas clássicos da esquizofrenia e que suas vidas “retornarão" à normalidade. Entretanto, para amenizar as dificuldades relatadas por estes núcleos familiares faz-se necessário maior investimento na equipe multiprofissional que compõem os serviços de saúde tidos como “portas de entrada", como é o caso do hospital geral, por este constituir no primeiro local de acesso, como também, a criação de novas estratégias no atendimento desta população nos serviços abertos. / The purpose of this study configures at two moments, at first, describe the experience of familiar of carriers of schizophrenia in first psychotic episode and, in a second instant, understand the daily of these families. With intention to point out and to analyze the social reality of one determined population, being this an infinity of significances, we opt to the use of the estimated ones of the qualitative method. For in such a way, on we base them on the case study that it supplies of deepened form, the collaborating singular. The knowledge of an instance of the present study they had been four families whom one of its entailed members to an open service of the São Paulo, Caps II, these last ones, consisted of carriers of schizophrenia for a period of in the maximum five years. For the collection of data recorded and later, transcribing ones for the proper researcher had been carried through half-structuralized interviews, being these. After the construction of a set of descriptive categories, the analysis of the related data allowed the identification of five thematic ones to the conviviality of familiar during the first psychotic episode, being they: the family front to the first psychotic episode, trajectory covered during the disturbance; reasons and difficulties in accepting “the psychic disorder" concern with the work and the idleness and the daily one of the familiar carriers of schizophrenia and. It was possible to evidence in elapsing of this study that the family in this situation crosses difficult moments, painful, conflicting but exactly thus, its depositions still are strong hope in the remission of the classic symptoms of the schizophrenia and that its lives "will return" to normality. However, to brighten up the difficulties told for these familiar nuclei one becomes necessary greaters investments in the professionals of general hospitals, because its to constitute in the first place of access, as also, the creation of new strategies in the attendance of this population in the open services.
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Estudo da relação estrutura-atividade de compostos biologicamente ativos derivados do aripiprazol / Study of structure-activity relationships of biological active compounds derivatives of aripiprazole

Silva, Aldineia Pereira da 27 February 2014 (has links)
A esquizofrenia é uma doença que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, acomete cerca de 1% da população mundial. Tendo em vista a sua alta incidência e, portanto, sua relevância, o presente trabalho objetivou estudar uma classe de compostos derivados do aripiprazol, substância ativa que estimula os receptores dopaminérgicos e serotoninérgicos, receptores esses de suma importância para o entendimento da fisiopatologia da esquizofrenia. Para isso, o estudo de QSAR foi realizado através dos métodos PLS e ANN, gerando dois modelos para tentar entender a relação entre a estrutura química e a atividade biológica. Os dois modelos gerados, PLS e ANN, foram satisfatórios, explicando 82,52% e 72,90% respectivamente, da variabilidade da atividade biológica. No entanto, como o modelo obtido através do método PLS foi considerado melhor, conclui-se que as variáveis selecionadas possuem comportamento linear frente à atividade biológica. / The Schizophrenia is a disease that affects about 1% of world population, according to the World Health Organization. Looking into its high incidence and therefore its relevance, the goal of this study was to investigate a class of compounds derived from aripiprazole, the active substance that stimulates dopamine and serotonin receptors, those essential for understanding the pathophysiology of schizophrenia. For the investigation to go on, the QSAR study was performed through PLS and ANN methods, generating two models in order to understand the relationship between chemical structure and biological activity. Both model results, PLS and ANN, were considered satisfactory, explaining 82.52% and 72.90%, respectively, of the variability of the biological activity. However, since the model obtained by the PLS method showed more satisfactory results, it can be concluded that the selected variables have a linear behavior concerning the biological activity.
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Ajustamento familiar nos primeiros cinco anos de diagnóstico de esquizofrenia / Family adjustment in the first five years after the diagnosis of schizophrenia

Giacon, Bianca Cristina Ciccone 10 September 2009 (has links)
A esquizofrenia é um dos principais problemas de saúde pública da atualidade, causando grande sofrimento para o doente e sua família. Quando ocorre o primeiro episódio da doença, geralmente no final da adolescência, a família vive uma situação de estresse que desorganiza todo o grupo. A vida familiar é interrompida e a trajetória de vida pode ser modificada. Nos primeiros cinco anos de convivência com a doença mental, a família procura ajustar-se à nova situação. O objetivo deste trabalho foi identificar a trajetória de famílias nos primeiros cinco anos de convivência com a doença mental, descrevendo e interpretando o processo de ajustamento. O referencial teórico metodológico utilizado neste trabalho baseouse no Interacionismo Simbólico, na Abordagem Sistêmica da Família e na Teoria da Trajetória de vida. Foram entrevistados, no total, 23 familiares de 21 portadores de esquizofrenia, diagnosticados no máximo há cinco anos, que aceitaram a proposta de contar a história familiar após o adoecimento. A coleta de dados foi conduzida por uma entrevista com cada família. Os participantes foram esclarecidos quanto ao objetivo do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram realizadas 11 entrevistas no Núcleo de Saúde Mental do Centro de Saúde Escola e dez entrevistas no Ambulatório de Retorno da Enfermaria de Psiquiatria do HCRP, ambos os serviços da FMRP-USP. Elas foram gravadas em fita K7 e transcritas. O projeto foi encaminhado e aceito pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCRP-FMRP-USP. A análise das entrevistas foi realizada na proposta do método da Teoria fundamentada nos dados e visou determinar uma linha do tempo que permitiu descrever o processo de ajustamento, que pode ser descrito em três fases: percebendo a mudança, diagnóstico e início do tratamento e seguindo em frente. Quando o doente começa a apresentar mudanças de comportamento, como sinais e sintomas psicóticos, a família percebe que algo está errado, mas não tem a preocupação em procurar o serviço de saúde. Ela justifica como atitudes do processo de transição da fase infantil para a adulta. Após o primeiro episódio psicótico, ocorre um choque em todo o núcleo familiar. Sentimentos intensos são vivenciados. Após o estabelecimento do diagnóstico e o inicio do tratamento, ocorre uma melhora e a família vivencia sentimentos de esperança e medo. Esperança que o doente melhore e medo de uma nova crise como a vivenciada na fase anterior. Após os cinco primeiros anos a família segue em frente estimulando a independência e autonomia de seu doente e vigiando seus comportamentos. Concluímos, portanto, que todas as fases apresentadas neste projeto são ricas e podem ser mais exploradas. A confusão entre os sintomas iniciais do adoecimento e as características da adolescência, a dificuldade do diagnostico e o pouco apoio do sistema de saúde nos primeiros cinco anos. Talvez um apoio contínuo e educativo desde o inicio da doença diminua o impacto na família, suas transformações sejam mais amenas e ela consiga, assim, proporcionar se tornar um ambiente de qualidade para seus membros e seu doente. / Schizophrenia is a disease that causes great suffering for the patient and his family. The first episode of the disease appears more often in older teenagers, and when it occurs, the family goes through a situation of stress that disrupt the entire group. The family life course is interrupted and its trajectory can be modified. After the diagnosis of schizophrenia the family tries to adjust themselves in this new situation. The objective of this study was to identify the trajectory of the family in the first five years after the diagnosis of schizophrenia, describing and perceiving the adjustment process. This study is based in Symbolic Interactionism, Family Systemic Theory and Trajectory Life Theory. Interviews were made with 23 familiars from 21 patients diagnosed with schizophrenia. The gap between the diagnosis and the interview was no longer than 5 years, and the familiars accepted to tell the family history after the diagnosis. The study data was collected with an interview with a family member. The participants were given an explanation about the objectives of the study and signed a term that they were being part of this study by their own will, and in case of a negative answer the treatment wasnt going to change. Eleven interviews were taken in the Mental Health Nucleus of the School Health Center, and ten interviews were taken in the ambulatory of psychiatry in the HCRP. Both facilities belong to the FMRP-USP. The conversations were recorded in tapes and then transcribed. The project was sent and accepted by the Ethical Research Group. The interview analysis was made with the Fundament Theory and tried to determine a sequence in time that made possible to describe the adjustment process, which can be divided in 3 phases: perceiving the change, diagnosis and the initiation of treatment and the family restart. When the patient begin to present behavior changes, like psychotic signs and symptoms, the family knows that something is wrong but they dont search for a health facility. They think that the patient attitude is a common problem that happens in the transition of the teenage to adult life. After the first psychotic episode, there is a shock in the whole family. People go through intense feelings. After the diagnosis and the beginning of the treatment, the situation become a little better and the family start to have hope and fear. They hope that the patient gets better, and they fear another psychotic episode like the one experienced before. After the first five years, the family moves on, trying to stimulate the independence and the autonomy of the patient, but still paying attention to his behavior. All phases presented in this project are important and can be more studied. Other issues need more study too, like: the confusion between the initial symptoms and the adolescent characteristics, the difficult of the diagnosis and the lack of health system support in the first 5 years. Maybe a continuous and educative support since the beginning of the disease would diminish the impact in the family. With less transformation in the family circle its more possible to create a healthy environment with quality of life for the patient and his family.
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"Grupo de acompanhamento de pacientes e familiares de portadores de esquizofrenia medicados com clozapina: o impacto sobre o cotidiano de suas vidas" / FOLLOW UP GROUP OF PATIENTS AND RELATIVES OF SCHIZOPHRENIA SUFFERERS MEDICATED WITH CLOZAPINE: the impact on their daily lives.

Durão, Ana Maria Sertori 10 February 2004 (has links)
Trata-se de uma pesquisa de avaliação, de natureza qualitativa,do tipo descritivo exploratório. Que teve como proposta descrever o cotidiano do portador de esquizofrenia em três momentos: antes do uso da clozapina; após o uso da clozapina; após o uso da mesma e o acompanhamento em grupo. A população foi constituída por todos os portadores de esquizofrenia que participaram do grupo de medicações atípicas (GRUMA) em uso de clozapina e um familiar que os acompanhavam com maior freqüência ao grupo. Para coleta dos dados foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, com pacientes e familiares, guiadas por roteiros pré-elaborados. As mesmas foram gravadas e, posteriormente, transcritas na íntegra pelo próprio pesquisador.Foi utilizada a análise qualitativa a qual embasou-se nos passos propostos por Minayo (1996). Obteve-se como resultados que antes do uso da clozapina e acompanhamento em grupo, a imprevisibilidade de comportamento e a demonstração de agressividade eram constantes no cotidiano dos pacientes e seus familiares, gerando grande sofrimento psíquico para ambos, além do desconhecimento sobre a doença. A manifestação dos sintomas constituía causa de isolamento social, perdas de relações com as pessoas mais próximas, prejudicando de maneira significativa às atividades de trabalho, estudo e de convívio social. Após o uso da clozapina, antes de realizarem acompanhamento em grupo, os pacientes apresentaram expressiva melhora dos sintomas positivos da doença, principalmente no que se refere à agressividade. Entretanto, verificamos que as dificuldades nos relacionamentos, no trabalho, no estudo, nas atividades de convívio social e em outras atividades do cotidiano dos pacientes permaneceram. Foi possível verificar que após o uso da clozapina e acompanhamento em grupo houve melhora do relacionamento, antes difícil, diminuição da ansiedade e da agressividade, aumento da a auto-estima, da tolerância e força de vontade bem como fortalecimento dos vínculos familiares. O grupo em questão possibilitou que pacientes e familiares fossem orientados a reconhecer os sintomas da doença e os sinais prévios de efeitos colaterais concernentes ao tratamento. Evidencia-se, também, a importância do acolhimento, da amizade e do conforto encontrado no grupo, além do clima de solidariedade e segurança. Constatou-se, assim, que apesar das adversidades de um sistema de saúde ainda incipiente, profissionais parecem ainda investir nas possibilidades de encontro, buscando meios para a criação de novas realidades no cotidiano pacientes e seus familiares. / This descriptive, exploratory, assessment study of a qualitative nature has as it’s aim, to describe the daily life of the schizophrenic sufferer in three moments: before the use of clozapine; after clozapine use and after clozapine use and group follow-up. The population was made up of all the schizophrenia sufferers using clozapine and the most frequently accompanying relative that participated in the atypical medication group (GRUMA).Data was collected through tape recorded, semi structured interviews with patients and relatives using a previously prepared guideline. Afterwards the recorded interview was hand written by the researcher and a qualitative analysis based on the steps proposed by Minayo (1996) was carried out. The results obtained, showed that before the use of clozapine and group followup, unpredictable behaviour and overt aggressiveness were constant in the daily lives of the patients and their families, causing, in both, great psychological suffering as well as lack of know ledge about the disease. The manifestation of symptoms constituted cause for isolation, loss of relationships with close people affecting in a significant manner work, study and social living. After the use of clozapine, before beginning the folowup group, the patients presented expressive improvement of the positive and negative symptoms of the disease, principally in as far as agressiveness was concerned. However, it was found that the difficulties continued in relationships at work, in study pursuits, in social living activities as well as in the patient’s other daily talks. It was possible to verify that after the use of clozapine with the support of the followup group, there was an improvement in relationships that were difficult before, reduction of anxiety and agressiveness, thus increasing self respect, tolerance, willpower, as well as, the strenghthening of family ties. The group in question allowed the patients and relatives to be guided to recognize the symptoms of the disease and the previous signs of the collateral effects of the treatment. The importance of acceptance, of friendship and the comfort encountered in the group was also verified, as well as solidarity and security. It was also ascertained that inspite of the adversities of the still incipient health system, professionals still seem to invest in the possibilities of finding, looking for and of creating new realities in the daily lives of patients and their families.
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Neuroinflamação e esquizofrenia : avaliação de parâmetros astrogliais in vitro e in vivo

Souza, Daniela Fraga de January 2012 (has links)
Embora a inflamação seja um processo de defesa fisiológica, neuroinflamação desequilibrada tem sido associada com a fisiopatologia de doenças do SNC. Além disso, a exposição pré-natal à infecção bacteriana e/ou viral tem sido implicada em vários estudos como um importante fator ambiental capaz de afetar prejudicialmente o neurodesenvolvimento, aumentando assim o risco de esquizofrenia. Resposta imune materna, em vez de infecção direta do feto, poderia ser responsável pelo desenvolvimento da doença. Glia ativada libera uma variedade de citocinas pró-inflamatórias que contribuem para a disfunção neuronal. Além disso, as alterações de marcadores astrogliais parecem estar intimamente relacionadas à patologia da esquizofrenia, por exemplo, níveis elevados de S100B, uma proteína derivada da glia, foram observados no soro e LCR de pacientes com esquizofrenia. Nesta tese avaliou-se se a secreção de S100B (em células de glioma C6 e fatias de hipocampo de ratos Wistar) poderia ser diretamente modulada por citocinas inflamatórias alteradas na esquizofrenia, assim como o possível envolvimento da via da proteína cinase ativada por mítógeno (MAPK) nestas respostas. Os efeitos dos antipsicóticos típicos e atípicos na secreção de S100B induzida por citocinas foram analisadas. Nós também avaliamos se a administração de LPS em ratas prenhas no final da gestação afeta alguns aspectos comportamentais da prole em sua vida adulta, e investigamos os efeitos deste tratamento sobre parâmetros gliais usando preparação ex vivo dos descendentes, além de observar se o tratamento pré-natal afeta marcadores gliais (S100B e GFAP) da prole adulta. Usamos a prole aos 30 e 60 dias para avaliar as diferenças entre os ratos jovens e adultos e também investigar a existência de diferenças entre os descendentes do sexo masculino e feminino. Avaliamos também os parâmetros de estresse oxidativo NO e GSH. Nós observamos que secreção de S100B foi aumentada pelas citocinas pró-inflamatórias (IL-1, TNF-, IL-6 e IL-8) em glioma C6 e em fatias hipocampais através da via MAPK, e estresse oxidativo pode ser um componente desta modulação. Além disso, IL-6 foi capaz de induzir um aumento no conteúdo de S100B e GFAP em glioma C6 e os antipsicóticos, haloperidol e risperidona, foram capazes de inibir a secreção de S100B estimulada por IL-6. Observamos também que o modelo de alteração imune maternal provocou alterações comportamentais na prole adulta, especialmente no comportamento social dos ratos afetados, além de modificar o padrão de secreção da proteína S100B e da captação de glutamato em fatias ex vivo da prole adulta. Constatamos que conteúdo de glutationa e NO são modificados de forma dependente de idade/gênero. Foi observada também uma pronunciada astrogliose particularmente hipocampal, com GFAP apresentando-se aumentada em ratos juvenis e adultos enquanto que conteúdo de S100B apresentou diminuição na prole juvenil e aumento em ratos adultos em resposta a exposição imune maternal. Aparentemente, infecção pré-natal parece levar a anormalidades comportamentais e neuroquímicas, incluindo modificação de marcadores gliais, na vida pós-natal, possivelmente via citocinas. / Although inflammation may be a physiological defense process, imbalanced neuroinflammation has been associated with the pathophysiology of brain disorders. Furthermore, prenatal exposure to bacterial and viral infection has been implicated by several studies indicating that such exposure is an important environmental factor out that may detrimentally affect neurodevelopment, increasing the risk of schizophrenia. Maternal immune response, rather than direct infection of the fetus, could be responsible for disease development. Activated glia releases a variety of pro-inflammatory cytokines that contribute to neuronal dysfunction. Moreover, changes in astrogliais markers seem to be closely related pathology of schizophrenia, for example, elevated levels of S100B, a glia derived protein, have been observed in the serum and CSF of schizophrenic patients. We evaluated whether S100B secretion (in C6 glioma cells and hippocampal slices in Wistar rats) could be directly modulated by the main inflammatory cytokines altered in schizophrenia, as well as the possible involvement of mitogen-activated protein kinase (MAPK) pathways in these responses. The effects of typical and atypical antipsychotic drugs on glial cytokine-induced S100B release were analyzing. We also evaluated whether administration of LPS to rats dams in late gestation affects some aspects of the offspring behavior in their adult life, and investigated the effects of this treatment on glial parameters using ex vivo preparation of offsprings, and whether it affects astroglial markers (S100B and GFAP) of the offspring in later life. We used the offspring at 30 and 60 days to evaluate the differences between juvenile and adult rats and also investigate the existence of differences between male and female offspring. We also investigated the oxidative stress parameters NO and GSH. We observed that S100B secretion was increased by the pro-inflammatory cytokines (IL-1 , TNF-, IL-6 and IL-8) in C6 glioma and in hippocampal slices via the MAPK, and oxidative stress may be a component this modulation. Furthermore, IL-6 was capable of inducing an increase in content GFAP and S100B in C6 glioma and antipsychotic, haloperidol and risperidone have been capable of inhibiting S100B secretion stimulated by IL-6. We also note that the model of maternal immune changes caused behavioral changes in the adult offspring, especially in the social behavior of rat affected and modified the pattern of secretion of S100B protein and glutamate uptake in ex vivo slices of adult offspring. We found that content of glutathione and NO are modified so age / gender dependent. There was also a pronounced hippocampal astrogliosis, with GFAP presenting increased in juvenile and adult rats while S100B content was reduced in juvenile and increased in adult offspring rats in response to exposure to maternal immune. Apparently, prenatal infection appears to lead to behavioral and neurochemical abnormalities, including modification of glial markers in the postnatal life, possibly via cytokines.

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