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Bacia de Campo Alegre-SC: aspectos petrológicos, estratigráficos e caracterização geotectônica / not availableCitroni, Sérgio Brandolise 20 July 1998 (has links)
A Bacia de Campo Alegre situa-se no nordeste do Estado de Santa Catarina, cobrindo uma área de cerca de 500 \'km POT.2\'. É preenchida por sedimentos epiclásticos, piroclásticos e por grande volume de lavas básicas e ácidas, principalmente de composição traquítica. As litologias presentes foram agrupados em dez formações: * Formação Papanduvinha, correspondendo a conglomerados de leques aluviais.* Formação São Bento do Sul, formada por conglomerados e arenitos subordinados de ambiente fluvial entrelaçado. * Formação Rio do Bugre, com arenitos e pelitos fluviais e de ambiente subaquático ainda não determinado. * Formação Corupá, turbiditos e arenitos, restrita à Sub-bacia de Corupá; estas quatro primeiras formações são agrupadas dentro do Grupo Bateias. * Formaçào Rio Negrinho, constituída por lavas basálticas, andesíticas e traquíticas, intercaladas com pelitos laminados, as lavas básicas apresentam-se localmente como derrames subaquosos. 8 Formação Avenca Grande, formada por fluxos ignimbríticos ácidos, parcialmente intercalados aos basaltos e parcialmente aos pelitos da Formação Rio Negrinho. * Formação São Miguel, principal unidade vulcânica, com lavas traquíticas, quartzo-traquíticas e riolíticas, além de ignimbritos. * Formação Fazenda Uirapuru, brecha piroclástica recoberta por derrames de lavas ácidas; essas quatro formações foram reunidas dentro do Grupo Campo Alegre. * Formação Rio do Turvo, sedimentos pelíticos com forte contribuição de tufosvítreos finos, depositados em ambiente subaquoso, com intercalações de ignimbritos e lavas riolíticas muito subordinadas. * Formação Arroio Água Fria, unidade constituída por lavas riolíticas vítreas, tufos e ignimbritos subordinados. A Bacia do Campo Alegre insere-se nos terrenos do embasamento Pré-cambriano dos estados de Santa Catarina e Paraná. Sua gênese e desenvolvimento relacionam-se com a colisão entre as microplacas Curitiba e Luís Alves, estando situada na margem norte dessa última, ativada pela colisão. A sucessão estratigráfica registra as fases finais desse processo colisional. Os leques aluviais da Formação Papanduvinha derivaram da cadeia montanhosas, situada a norte, elevada nessa colisão, os depósitos fluviais da Formação São Bento correspondem a um sistema aluvial entrelaçado correndo perpendicularmente a esses leques, de leste para oeste. A composição dos clastos desses conglomerados indica procedência a partir do norte, onde edifícios vulcânicos estavam sendo desmantelados. Esse vulcanismo possivelmente estava associado à colisão. A compressão com direção aproximada NW-SE gerada pela convergência entre as microplacas produziu um esforço distensivo em sito ângulo, materializados em falhas de direção NNW, responsáveis pela individualização e configuração da Bacia de Campo Alegre e condicionaram a direção de colocação das lavas, especificamente das pertencentes à Formação Rio Negrinho. Após a deposição da Formação Rio Negrinho a evolução da Bacia passa a ser controlada pela atividade vulcânica. O vulcanismo da Formação São Miguel é acompanhado pelo soerguimento regional, com progressivo abatimento de uma caldeira central. O evento explosivo associado à Formação Fazenda Uirapuru parece representar uma aceleração brusca no abatimento da caldeira, com a formação de um lago de cratera, onde teve lugar a deposição da Formação Rio do Turvo. As lavas mais ácidas, ignimbritos e tufos da Formação Arroio Água Fria são os produtos da fase final do vulcanismo na Bacia de Campo Alegre. Análises geoquímicas sugerem que o magmatismo da Bacia de Campo Alegre evoluiu de lavas mais básicas para mais ácidas, principalmente através de processos de cristalização fracionada, processos de contaminação crustal parecem terem sido subordinados. Idades modelos Sm-Nd sugerem que os magmas das lavas da Bacia de Campo Alegre e de vários maciços graníticos vizinhos derivaram da fusão do manto litosférico, diferenciado da astenosfera por volta de 2,0 Ga. As idades obtidas para a cristalização das lavas ácidas da Formação Rio Negrinho pelos métodos U-Pb em zircões e Rb-Sr isocrônico são coincidentes em torno de 570 \'+OU\'- 30 Ma. / The Campo Alegre Basin is located in the northeastern part of the Santa Catarina State, covering an area of 500 km2. The basin is filled by epiclastic and pyroclastic sediments, and a large volume of basic to acid lavas, mainly of trachytic composition. The observed lithologies was grouped in ten formations: * Papanduvinha Formation, with conglomerates from alluvial fans. * São Bento do Sul Formation, conglomerates and subordinate sandstones of a braided fluvial environment. * Rio do Bugre Formation, with fluvial sandstones and pelites of a subaqueous environment, not yet discriminated. * Corupá Formation, turbidites and subaqueous sandstones, restricted to the Corupá sub-basin; these four formations compose the Bateias Group. * Rio Negrinho Formation, basaltic, andesitic and trachytic lavas, interlayered with subaqueous laminated pelites, the basic lavas was locally deposited as subaqueous flows. * Avenca Grande Formation, acidic ignimbritic flows, partly interlayered with the basalts and partly with the politic sediments of the Rio Negrinho Formation. * São Miguel Formation, the main volcanic unit, with trachytic, quartz-trachytic and rhyolitic lavas, also with ignimbrites. * Fazenda Uirapuru Formation, pyroclastic breccia covered by acid lava flows; these four units are grouped in the Campo Alegre Group. * Rio do Turvo Formation, politic sediments with a large vitreous pyroclastic fall contribution (tuffs and tuffites) and intercalations of ignimbrites and very subordinate rhyolitic lavas. * Arroio Água Fria Formation, unit composed by vitreous rhyolitic lavas and subordinate tuffs and ignimbrites. The Campo Alegre Basin is inserted in the Precambrian basement terranes of Paraná and Santa Catarina States. Its genesis and evolution are related with the collision between the Curitiba and Luís Alves Microplates, the basin being located in the activated northern border of the latter. The stratigraphic succession records the latter stages of the collisional process. The alluvial fans of the Papanduvinha Formation were derived from the northern mountains formed during the collision, the braided fluvial deposits of the São Bento do Sul Formation correspond to a perpendicular fluvial system, running from west to east. The composition of the clasts of these conglomerates point to a source in the north, where a volcanic edifice was being eroded. It is possible that this volcanic area was related to the collisional process. The NW-SE compression produced by the convergence between the microplates has produced a high angle distensional stress, developing NNW faults, associated to the individualization of Campo Alegre Basin, and conditionating the lava ascent, specifically of the Rio Negrinho flows and dikes. After the deposition of the Rio Negrinho Formation, the basin control and evolution was conditioned by the volcanic activity. The volcanism of the São Miguel Formation was followed by the regional uplift, with the progressive central caldera subsidence. The explosive event associated with the Fazenda Uirapuru Formation may represent a sudden collapse of the caldera, with the formation of a crater lake, where the Rio do Turvo Formation was deposited. The more acidic lavas and tuffs of the Arroio Água Fria Formation were the products of a later stages of the Campo Alegre Basin volcanism. Geochemical analysis suggest that the Campo Alegre Basin magmatism evolved from basic to acidic lavas mainly by fractional crystallization processes , crustal contamination played a subordinate role. Sm-Nd model ages indicate that the Campo Alegre Basin magmas and also the associated alkaline-peralkaline granitoids of the Serra do mar Suite were derived from a lithospheric mantle, differentiated from the asthenosphere around 2.) Ga. The U-Pb and Rb-Sr data indicate an age of 570 \'+OU-\' 30 Ma in the crystallization of the volcanic rocks.
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Análise estratigráfica: uma contribuição ao projeto de restauro / Stratigraphic analysis a contribution to the restoration projectGenovez, Sarita Carneiro 20 April 2012 (has links)
O monumento histórico normalmente constitui-se por acúmulos de estratos, mudanças advindas de novas construções ou demolições que se sucedem no tempo e deixam marcas e testemunhos materiais. E é como tal que, do ponto de vista da ciência, cultura e ética, deverá ser compreendido. Isso faz com que seja imprescindível o domínio da estratigrafia pelos agentes que lidam com o patrimônio cultural. A estratigrafia ou análise estratigráfica abrange o estudo da estratificação, ou seja, o estudo das ações construtivas e destrutivas em um edifício. Contudo, no Brasil, a sua utilização ainda é incipiente, pouco difundida. A grande maioria dos profissionais utiliza apenas a microestratigrafia para as pinturas murais e não usa o método consolidado para edifícios com e sem revestimento. Por isso, o objetivo geral deste trabalho consiste numa apresentação e também numa reflexão sobre essa ferramenta de origem arqueológica como um dos instrumentos primordiais para projeto e obra de Restauro. A compreensão e reflexão com relação ao tema são alcançadas a partir de pesquisa bibliográfica na qual se analisam as experiências em andamento nos principais centros de estudo localizados na Itália e Espanha. A dissertação está dividida em quatro capítulos: o primeiro esclarece conceitos ligados à análise estratigráfica; o segundo e terceiro capítulos abordam a metodologia de aplicação desta ferramenta (sendo o segundo para edifícios sem revestimento e os métodos de datação e o terceiro para os edifícios com revestimento); o quarto capítulo tem o importante papel de abordar questões conceituais, técnicas e metodológicas do projeto de restauro a partir de casos concretos e, dessa forma, demonstrar que não basta apenas conhecer, mas saber o que fazer com este conhecimento. Assim, esta dissertação de mestrado pretende contribuir para a divulgação do método da estratigrafia no Brasil ao agrupar experiências internacionais significativas para a reflexão e a inovação das tradicionais condutas de conhecimento do edifício. Deve-se deixar claro que tal contribuição seria muito útil para formação de equipes especializadas e para instigar futuras pesquisas. / The historical monument is constituted by the juxtaposition of layers, changes that came from new constructions or demolitions, which succeed over time. They constitute material testimonials and impressions which must be comprehended through the perspectives of scientific, cultural and ethical studies. For so, the knowledge of Stratigraphy by cultural heritage specialists is indispensable. Stratigraphy - or Stratigraphic Analysis -consists of the study of constructive or destructive actions in a building. However, in Brazil, its use remains incipient and not widely disseminated. The majority of professionals applies microstratigraphy mostly to wall paintings, rarely using the broader and consolidated technique to coated or uncoated buildings. Therefore, it is the general objective of this work not to only make a presentation of Stratigraphy, but also to reflect upon this archaeological-based tool as a prime instrument for a restoration project and a field work. The understanding and reflection are based on bibliographical research, in which ongoing experiences from the main Italian and Spanish study centers are analyzed. This piece is divided in four chapters: the first clarifies stratigraphic analysis concepts; the second and third chapters approach the methodology and its application as a tool (the second chapter comprises uncoated buildings and dating methods; whereas the third one is about coated buildings); the fourth chapter brings forth the importance of discussing restoration project concepts, techniques and methods, by using concrete cases in order to perceive the need of not only knowing the theoretical concepts, but also understanding how to apply them. This thesis intends to help disclosing the stratigraphic method in Brazil by gathering significant international experiences with the aim of stimulating reflection and innovation regarding traditional aspects in building interventions. It is important to stress that such contribution would be very useful in professional formation and in stimulating future researches.
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Seqüências deposicionais e evolução paleoambiental do Grupo Bom Jardim e da Formação Acampamento Velho, Supergrupo Camaquã, Rio Grande do Sul / Not available.Janikian, Liliane 10 November 2004 (has links)
O Supergrupo Camaquã (Neoproterozóico III-Eopaleozóico) aflora na porção centro-sul do Estado do Rio Grande do Sul e apresenta o registro sedimentar e vulcânico, sem metamorfismo, dos eventos tectônicos e deposicionais ocorridos no período entre as orogenias do Neoproterozóico (Ciclo Brasiliano) e o estabelecimento das grandes bacias intracratônicas paleozóicas. Este supergrupo é composto, do ponto de vista litoestratigráfico, por cinco unidades: Grupo Maricá, Grupo Bom Jardim, Formação Acampamento Velho, Grupo Santa Bárbara e Grupo Guaritas. Os levantamentos geológicos e estratigráficos, desenvolvidos durante os três anos de pesquisa da presente tese, foram realizados nas sucessões sedimentares e vulcanogênicas do Grupo Bom Jardim e da Formação Acampamento Velho, tendo-se como principais ferramentas análises de fácies e de associações de fácies, análise de proveniência e paleocorrentes, bem como a utilização dos conceitos de estratigrafia de seqüências e datações radiométricas de rochas vulcânicas e vulcanoclásticas, visando o reconhecimento da evolução paleoambiental destas unidades e a correlação de suas ocorrências, atualmente segmentadas em sub-bacias, denominadas Camaquã Central e Camaquã Ocidental. O Grupo Bom Jardim é composto por rochas vulcânicas, piroclásticas e sedimentares geradas em ambientes continentais subaéreos e lacustres. A Formação Acampamento Velho é constituída por sucessões vulcânicas e vulcanoclásticas geradas em ambientes subaéreos, que sobrepõe em discordância angular os depósitos do Grupo Bom Jardim. O Grupo Bom Jardim apresenta ótimas exposições na Sub-Bacia Camaquã Central, aflorando nas regiões de Bom Jardim (área-tipo da unidade) e Casa de Pedra, bem como na Sub-Bacia Camaquã Ocidental, principalmente nas regiões que compreendem Lavras do Sul (porção sul) e o flanco W da Serra do Espinilho (porção norte desta sub-bacia). Este grupo é constituído, a partir da base, pelas formações Cerro da Angélica, Hilário e Picada das Graças, tendo sido diagnosticadas seis seqüências deposicionais, denominadas como Seqüência Bom Jardim 1, 2, 3, 4, 5 e 6. A Formação Cerro da Angélica ocorre somente na Sub-Bacia Camaquã Central e possui cerca de 1.500m de espessura na região de Bom Jardim, que constitui a área-tipo da unidade, e aproximadamente 1.700m na região da Casa de Pedra. Nesta unidade foram diagnosticadas três seqüências deposicionais, denominadas como Seqüência Bom Jardim 1, 2 e 3. A primeira seqüência (SBJ-l) é caracterizada por sucessões geradas junto à bordas de falhas ativas, em regimes distensivos, representando os estágios iniciais do rifteamento da bacia. As SBJ-2 e SBJ-3 registram o crescente aumento das taxas de geração de espaço de acomodação, representando período de grande atividade tectônica. Os resultados geocronológicos obtidos possibilitaram estabelecer uma idade entre \'DA ORDEM DE\'600-593 Ma para a geração da Formação Cerro da Angélica. Sistemas deposicionais encontrados nestas três primeiras seqüências deposicionais indicam que a região da Casa de Pedra esteve próxima à borda da bacia enquanto que a região de Bom Jardim constituia a área de depocentro. A Formação Hilário, que corresponde à 4ª seqüência deposicional do Grupo Bom Jardim, representa o início da expansão da área da bacia em direção a oeste, causada pela migração das falhas de borda. Esta seqüência é constituída por rochas vulcânicas, piroclásticas e sedimentares, geradas em ambiente subaquático na região de Bom Jardim (considerada ainda neste período como o depocentro da bacia) e em ambientes subaéreos na região de Lavras do Sul (área de borda da bacia possivelmente próxima aos centros vulcânicos). Datações radiométricas realizadas pelos métodos Ar-Ar e U-Pb em zircões, atestam uma idade de aproximadamente 590 Ma para a geração da Formação Hilário. A Formação Picada das Graças compreende as seqüências BJ-5 e 6. A SBJ-5 é caracterizada pelos depósitos de pró-delta, reconhecidos tanto na Sub-Bacia Camaquã Central quanto na Ocidental, constituindo a continuação da expansão areal da bacia, associada aos últimos estágios de rifteamento e início do predomínio de subsidência termal. A continuidade da subsidência termal é observada na SBJ-6, com a deposição de sucessão conglomerática fluvial na Sub-Bacia Camaquã Ocidental e de deltas dominados por rios na região de Bom Jardim (SBC-Oc). Análises geocronológicas rea1izadas nas unidades sotopostas (Formação Hilário) e sobrepostas (Formação Acampamento Velho) sugerem uma idade aproximada de 580 Ma para a Formação Picada das Graças. Com ocorrência restrita à Sub-Bacia Camaquã Ocidental, a Formação Acampamento Velho constitui-se predominantemente de rochas vulcanoclásticas (piroclásticas primárias e retrabalhadas) e rochas vulcânicas de composição ácida, colocadas em contextos subaéreos, além de subordinadas rochas andesíticas associadas e de basaltos sub-vulcânicos. A unidade, com espessuras superiores a 600m, encontra-se em discordância angular sobre os depósitos flúvio-deltaicos do Grupo Bom Jardim, aflorantes no flanco oeste da Serra do Espinilho, e sobre os depósitos do Grupo Maricá, na parte oeste do Platô da Ramada. A Formação Acampamento Velho inicia-se com tufos grossos gerados por fluxos piroclásticos (ignimbritos), que transicionam para camadas tabulares e maciças de lapilli tufos e, por fim, para brecha tufos, que predominam na sucessão, composta por fragmentos de rochas vulcânicas ácidas e, principalmente, de rochas piroclásticas (tufos). Rochas vulcânicas de composição ácida, classificadas como riolitos, recobrem os depósitos piroclásticos. O topo da Formação Acampamento Velho constitui-se por novas rochas piroclásticas (lapilli tufos) retrabalhadas e por rochas andesíticas. Idades geocronológicas obtitas em riolitos da Formação Acampamento Velho atestam uma idade de 574 Ma para esta unidade / The Camaquã Supergrupo (Neoproterozoic III - Early Paleozoic) crops out in the South-central region of the Rio Grande do Sul State(southern Brazil) and presents the sedimentary and volcanic register, without metamorphism, of the tectonic and depositional events that occurred between the Neoproterozoic orogeny of southeastern South America (Brasiliano Cycle) and the onset of the great paleozoic intracratonic basins. The supergroup is divided, from a lithostratigraphic point of view, into five units: Maricá Group, Bom Jardim Group, Acampamento Velho Formation, Santa Bárbara Group and Guaritas Group. Stratigraphic and geological studies, developed through the three years of research of the present thesis, have focused on the sedimentary and volcanic successions of the Bom Jardim Group and Acampamento Velho Formation. The main methods were facies, paleocurrents and provenance analysis, as well as the application of sequence stratigraphy concepts and radiometric dating of volcanic and volcaniclastic rocks, to reconstitute the paleoenvironmental evolutions of these units and to stablish the stratigraphic correlations between their different outcrop areas, today separated into sub-basins, named Western and Central Camaquã Sub-basins. The Bom Jardim Group is composed of volcanic, pyroclastic and sedimentary rocks formed in continental subaerial and lacustrine environments. The Acampamento Velho Formation is constituted by volcanic and volcaniclastic successions of subaerial environments that overlay the Bom Jardim Group by angular unconformity. The Bom Jardim Group presents good exposures in the Central Camaquã Sub-basin, cropping out in the Bom Jardim (type-area of the unit) and Casa de Pedra regions, as well as in the Western Camaquã Sub-basin, mainly in the regions of Lavras do Sul (southern portion) and the region west of the Espinilho Range (northern portion of Western Camaquã Sub-basin). This group is constituted, from base to top, by the Cerro da Angélica, Hilário and Picada das graças formations, and can be divided into six depositional sequences, named Bom Jardim Sequence 1, 2, 3, 4, 5 and 6. Having its occurrences restricted to the Central Camaquã Sub-basin, the Cerro da Angélica Formation is approximately 1500m thick at its northernmost exposure (Bom Jardim region) and 1700m thick at the southernmost (Casa de Pedra region). There depositional sequences were identified in this unit, named Bom Jardim Sequence 1, 2 and 3. The first sequence is characterized by successions that were generated near the basin margin active normal faults, in the first stages of rifting of the basin. The Bom Jardim sequences 2 and 3 register the progressive increase of the accommodation space generation rates, related to greater tectonic activity. Geochronological results point to a deposition age between \'DA ORDEM DE\'600 and 593 Ma. The depositional environments of those three depositional sequences suggest that the Casa da Pedra region was nearer to the basin border, while the Bom Jardim region was closer to the depocenter. The Hilário Formation, that correspond to the 4th depositional sequence of the Bom Jardim Group, represents the onset of the expansion of the basin area towards the west, caused by the migration of the border faults. This sequence is constituted by volcanic, pyroclastic and sedimentary rocks formed in subaqueous environments in the Bom Jardim region (considered as the depocenter of the basin during this period) and subaerial environments in the Lavras do Sul region (close to the basin\'s border and probably near the volcanic centers). Ar-Ar and U-Pb radiometric dating reveal a crystallizations age of approximately 590Ma. The Picada das Graças Formation contains the Bom Jardim Sequences 5 and 6, the first being characterized by pro-delta deposits on both sub-basins, related to the ongoing expansion of the basin area during the late stages of rifting and the beginning of the dominance of thermal subsidence processes. The thermal subsidence continued during the deposition of the Bom Jardim Sequence 6, marked by the deposition of a fluvial conglomeratic succession in the Western Camaquã Sub-basin and river-dominated deltaic successions in the Bom Jardim region (Central Camaquã Sub-basin). Geochronological analyses of the Hilário and Acampamento Velho formations suggest a depositional age around 580 Ma for the Picada das Graças Formation. With occurrences to the Western Camaquã Sub-basin, the Acampamento Velho Formation (sensu Ribeiro & Fantinel 1978) is composed mainly of volcaniclastic and volcanic tocks of acid composition, formed in subaereous environments, and minor andesitic rocks. The unit is approximately 600m thick and is in angular unconformity with the Bom Jardim and Maricá groups, respectively in the western flank of the Espinilho Range and in the western portion of the Ramada Plateau. The acampamento Velho Formation begins with coarse-grained tuffs formed by pyroclastic flows that grade to tabular massive layers of lapilli tuffs capped by tuff breccias, which are the dominant lithology in the succession, composed by acid volcanic and pyroclastic fragments. Acid volcanic rocks, mainly rhyolites, overlay those pyroclastic deposits. The upper portion of the Acampamento Velho Formation contains new pyroclastic rocks (reworked lapilli tuffs) and minor andesitic volcanics. Geochronological results of the rhyolites point to a crystallization age of approximately 574 Ma for the Acampamento Velho Formation.
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Estratigrafia e petrogênese das sequências vulcânicas paleoproterozóicas na região de São Félix do Xingu (PA), Província Mineral de Carajás / Stratigraphy and petrogenesis of the paleoproterozoic volcanic sequences in the São Félix do Xingu (PA) region, Carajás Mineral ProvinceFernandes, Carlos Marcello Dias 12 November 2009 (has links)
Próximo à cidade de São Félix do Xingu, centrosul do Estado do Pará, no contexto da Província Mineral de Carajás, ocorre um amplo vulcanoplutonismo Paleoproterozóico (1,88 1,87 Ga) excepcionalmente preservado e agrupado nas formações Sobreiro e Santa Rosa. Estas unidades são genericamente correlacionadas ao vulcanoplutonismo do Supergrupo Uatumã, um magmatismo com abrangência estimada de 1.500.000 km2 e registrado em praticamente todo o Cráton Amazônico. Essas rochas vulcânicas encontram-se sobrepostas ao Granito Parauari, do Paleoproterozóico, e às unidades do embasamento arqueano, dos domínios do Cinturão de Cisalhamento Itacaiúnas e do Terreno GranitoGreenstone do Sul do Pará. Maciços Granitóides mineralizados a estanho da Suíte Intrusiva Velho Guilherme de 1,86 Ga invadem as unidades supracitadas. Apesar da evolução do conhecimento nos últimos anos nesta região, há uma grande carência de dados geológicos, geoquímicos e isotópicos mais detalhados e precisos acerca dessa associação vulcânica no Cráton Amazônico como um todo. Essa escassez de informações é decorrente, em parte, das dificuldades de acesso às áreas e da densa cobertura vegetal e de solo, características peculiares da região Amazônica; descontinuidade lateral e vertical das unidades; e principalmente pelos poucos grupos de pesquisa especializados nesta temática. O mapeamento geológico intensivo realizado neste trabalho revelou que a unidade basal Formação Sobreiro é composta por fácies coerente de fluxo de lavas predominantemente andesítica, com subordinados dacito e riodacito; bem como por fácies vulcanoclástica caracterizada por tufo, lapilli-tufo e brechas polimítica maciça. Estas rochas exibem fenocristais de augita, magnesiohastingsita e plagioclásio de variável composição em uma matriz microlítica ou traquítica. Magnetita e apatita figuram como os principais acessórios primários. A variação sistemática da mineralogia de andesito basáltico para riodacito e dacito, bem como as características petrográficas destes litotipos, sugerem que as rochas dessa unidade diferenciaram-se por cristalização fracionada com provável assimilação crustal. Análises litoquímicas mostram que possui assinatura geoquímica de granitóides de arco vulcânico, enquadra-se na série magmática cálcio-alcalina de alto potássio e tem composição metaluminosa. A associação superior, Formação Santa Rosa, é formada por fácies coerente maciça de riolitos e subordinadamente riodacitos com variáveis conteúdos modais de feldspato potássico, plagioclásio e megacristais de quartzo envoltos por matriz constituída de quartzo e feldspato potássico intercrescidos, comumente esferulítica. Localmente ocorrem esferulitos de até 10 cm de diâmetro. Biotita é uma fase varietal, embora de abundância reduzida, apontando para uma unidade extremamente evoluída. Zircão, apatita e, subordinadamente óxidos de Fe e Ti, são acessórios primários. Fácies vulcanoclásticas de ignimbritos, lapilli-tufos, tufos de cristais félsicos e brechas polimíticas maciças representam um ciclo de vulcanismo explosivo nesta unidade. Essa associação vulcanoclástica possui mineralogia e características geoquímicas muito similares à fácies coerente. Diques métricos e stocks de pórfiros graníticos e granitóides equigranulares completam esta suíte. A deposição desta foi controlada por grandes fissuras crustais de até 30 km de comprimento de direção NESW, e subordinadamente NW-SE, materializado por fluxo magmático predominantemente vertical. Estas rochas exibem afinidade geoquímica intraplaca, composição peraluminosa e características transicionais entre subalcalina e alcalina. Zonas hidrotermalmente alteradas foram identificadas nestas suítes, sugerindo um potencial metalogenético para as mesmas. A grande quantidade de blocos isolados em uma topografia plana lembra um sistema eruptivo monogenético na Formação Sobreiro. Os altos topográficos podem ter sido originados pela acumulação de lava do tipo scutulum. Os depósitos vulcanoclásticos que ocorrem na porção superior dos fluxos de lavas estão associados à fragmentação autoclástica, embora possam estar associados também ao regime de fluxo de piroclástico originado nas elevações. O modelo de erupção da unidade superior é muito semelhante ao da seqüência ignimbrítica Sierra Madre Ocidental, localizada na América do Norte. A presença deste vulcanismo fissural na região de São Félix do Xingu poderia estar relacionada a um batólito ou um conjunto de batólitos formados em um regime distensivo. A integração de dados de isótopos de Nd com o possível zonamento metalogenético que ocorre na porção sul do Cráton Amazônico, entre as regiões do Gráben da Serra do Cachimbo e São Félix do Xingu, sugere que evolução desta porção está vinculada ao desenvolvimento de uma orogênese oceanocontinente orientada aproximadamente lesteoeste, e materializada pela geração de arcos magmáticos gradativamente mais jovens entre 2,1 1,88 Ga. A geração do vulcanismo cálcio-alcalino de 1,88 Ga na região de São Félix do Xingu estaria relacionada à suavização do ângulo de subducção e posterior migração do arco magmático, a exemplo do Cinturão Andino e Montanhas Rochosas. Neste cenário, o vulcanismo exclusivamente crustal de 1,87 Ga representado pela Formação Santa Rosa estaria vinculado a um evento distensivo identificado em várias regiões do Cráton Amazônico e que extendeu-se até o Mesoproterozóico. / Near the São Félix do Xingu city, centersouth portion of the Pará state, in the context of the Carajás Mineral Province, occur extensive Paleoproterozoic volcanoplutonism (1.88 1.87 Ga) exceptionally well-preserved and grouped in the Sobreiro and Santa Rosa formations. These suites are generically correlated to Uatumã Supergroup volcanoplutonism, a magmatic event that covers approximately 1,500,000 km2 and is registered in several areas of the Amazonian craton. These volcanic rocks overlap the paleoproterozoic Parauari Granite, and units of the archean basement included in the Itacaiúnas Shear Belt and South Pará GraniteGreenstone terrain. Later tin-bearing 1.86 Ga A-type granitoid massifs of the Velho Guilherme Intrusive Suite intrude above units. Although knowledge improvement in the last years in this region, there is necessity of more detailed and precise geologic, geochemical, and isotopic data for this volcanic association in the Amazonian craton. This gap of information is partially explained by access difficulties to the studied areas and dense forest cover; lateral and vertical discontinuities of the units; and especially by few researchers groups focalized in this thematic. The intensive geologic mapping developed for this thesis showed that the basal Sobreiro Formation has coherent lava flow facies mainly andesitic, with subordinate dacite and rhyodacite; as well volcaniclastic facies with tuff, lapilli-tuff, and massive polymictic breccia. These rocks show augite, magnesiohastingsite, and plagioclase of variable compositions phenocrysts set in microlithic or traquitic groundmass. Magnetite and apatite are the primary accessories. The systematic mineralogic variation from basaltic-andesite to rhyodacite and dacite, and the petrographical characteristics of these rocks, suggest that the fractional crystallization was the prevailing differentiation process with probable crustal contamination. Their geochemical signature is similar to those of volcanic-arc related granitoids, with high-K calc-alkaline affinity, and metaluminous composition. The upper Santa Rosa Formation is formed by massive coherent facies of rhyolite and subordinate rhyodacite with variable modal contents of K-feldspar, plagioclase and quartz megacrysts in groundmass formed by intergrowth of quartz and potassic feldspar, commonly spherulitic. Spherical spherulites until 10 cm diameter occur locally. Biotite is a varietal phase modally reduced. Zircon, apatite, and Fe-Ti oxides are primary accessories, suggesting an extremely evolved unit. Volcaniclastic facies of ignimbrites, lapilli-tuffs, felsic crystal tuffs, and massive polymictic breccias represent an explosive volcanism cycle in the Santa Rosa Formation. This volcaniclastic association has mineralogic and geochemical characters very similar to the coherent facies. Metric dikes and stocks of granitic porphyries and equigranular granitoids complete this formation. The deposition was driven by large ~ 30 km length NESW crustal fissures, and subordinate NWSE, where magmatic flow are predominantly vertical. These upper volcanic rocks and associated porphyries and granites exhibit intraplate geochemical affinity, peraluminous composition, and transitional subalkaline to alkaline characteristics. Hydrothermally altered zones were identified in these suites, pointing to a metallogenetic potential for them. The presence of several isolated blocks in a flat topography resembles monogenetic eruptive system in the Sobreiro Formation. The topographic highs could have been originated scutulum-type lava accumulation. The volcaniclastic deposits that occur in the top of the lava flow are related to autoclastic fragmentation processes, although can be related to pyroclastic flow regime originated in the hills. The eruption model for the upper unit is very similar to Sierra Madre Occidental ignimbritic sequence, located in North America. The fissure-controlled volcanism in the São Félix do Xingu region could have been related to a batholith or series of batholiths generated in extensional tectonic regime occurred in the Amazonian craton. The integration of Nd isotope data with the possible metallogenetic zoning that occurs in the south portion of the Amazonian craton, between Serra do Cachimbo Graben and São Félix do Xingu region, suggests that the evolution of this portion is related to an approximately eastwest oceancontinent orogenesis, materialized by progressively younger 2.1 1.88 Ga magmatic arcs. The generation of 1.88 Ga calc-alkaline volcanism in the São Félix do Xingu region can be explained by flattening in the subduction angle and following arc migration, as occurs in the Andes Belt and Rocky Mountains. In this scenario, the exclusively crustal 1.87 Ga volcanism of the Santa Rosa Formation could have been linked to extensional tectonic identified in several regions of the Amazonian craton that extended until Mesoproterozoic.
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Arquitetura de fáceis e estratigrafia de sequências em alta resolução do sistema eólico fluvial e marinho raso da Formação Piauí, carbonífero da Bacia do Parnaíba, BrasilVieira, Lucas Valadares January 2018 (has links)
A Formação Piauí registra a deposição de um sistema eólico, fluvial e marinho raso acumulado em uma bacia de sinéclise intracratônica. A caracterização das associações de fácies e do arcabouço estratigráfico foi feito através de uma descrição detalhada das fácies sedimentares e levantamento de perfis de afloramentos. As fácies foram classificadas de acordo com a textura dos grãos (tamanho e seleção) e estruturas sedimentares observadas. Medidas de paleocorrentes foram feitas nas estratificações e laminações cruzadas. Os perfis foram medidos na escala 1:50 em locais com boa exposição vertical. Seis associações de fácies foram reconhecidas, dunas e interdunas eólicas, lençóis de areia eólicos, canais fluviais, canais fluviais influenciados por maré, shoreface superior e shoreface inferior. Através da correlação das superfícies estratigráficas as associações de fácies foram organizadas em tratos de sistema, que formaram oito sequências deposicionais de alta frequência, delimitados por discordâncias subaéreas. Estas sequências são compostas por um trato de sistemas de nível baixo (TSNB), que é dominado por sistemas eólicos ou fluviais, um trato de sistemas transgressivo (TST), que é formado por canais fluviais influenciados por maré e/ou depósitos de shoreface superior e inferior com empilhamento retrogradacional, e um trato de sistemas de nível alto (TSNA), que é formado por depósitos de shoreface superior e inferior com empilhamento progradacional. Duas sequências deposicionais de mais baixa frequência foram determinadas ao observar o empilhamento das sequências de alta frequência. Ambas as sequências são formadas por uma regressão inicial seguida por uma transgressão progressiva. O principal controle das variações no nível relativo do mar durante a acumulação da Formação Piauí foi glacio-eustático. Contudo, mudanças climáticas estavam associadas com as fases glacio-eustáticas e influenciaram a deposição eólica e fluvial. / The Piauí Formation records the deposition of aeolian, fluvial and shallow marine systems accumulated in a cratonic sag basin. Characterization of the facies associations and sequence stratigraphic framework was done by detailed description of sedimentary facies and logging of outcrops. The facies were classified based on grain texture (size and selection) and sedimentary structures observed. Paleocurrent orientations were measured from cross-strata. Stratigraphic sections were measured at a 1:50 scale at outcrops with good vertical exposure. Six facies associations were recognized: aeolian dunes and interdunes, aeolian sandsheets, fluvial channels, tidally-influenced fluvial channels, upper shoreface and lower shoreface. Through correlation of stratigraphic surfaces the facies associations were organized in system tracts, which formed eight high frequency depositional sequences, bounded by subaerial unconformities. These sequences are composed of a lowstand system tract (LST), that is aeolian-dominated or fluvial-dominated, a transgressive system tract (TST) that is formed by tidally-influenced fluvial channels and/or upper and lower shoreface deposits with retrogradational stacking, and a highstand system tract (HST), which is formed by lower and upper shoreface deposits with progradational stacking. Two low frequency cycles were determined by observing the stacking of the high frequency cycles. Both sequences are formed by an initial regression followed by a progressive transgression. The main control on sedimentation in Piauí Formation was glacioeustasy, which was responsible for the changes in relative sea level. Even though, climate changes were associated with glacioeustatic phases and influenced the aeolian and fluvial deposition.
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Fácies sedimentares e proveniência da Formação Bebedouro, Neoproterozóico (BA) / Sedimentary facies and provenance of the Bebedouro Formation, Neoproterozoic (BA)Figueiredo, Felipe Torres 19 December 2008 (has links)
O registro sedimentar do final do Neoproterozóico tem sido alvo de intensas pesquisas desde a retomada dos modelos de glaciação extrema e rápidas mudanças climáticas, com destaque para a hipótese Snowball Earth. Esses modelos baseiam-se na identificação, em todos os continentes, de sucessões neoproterozóicas que compreendem diamictitos sobrepostos por carbonatos, interpretados, respectivamente, como depósitos glaciais e pós-glaciais. A fim de explicar o caráter global da distribuição dos diamictitos e sua aparente transição rápida para carbonatos, alguns autores propuseram hipóteses de que o planeta teria sofrido mudanças climáticas extremas, e de que estas teriam ocorrido na forma de três eventos glaciais durante o Criogeniano e o Ediacarano (Sturtian, Marinoan e Gaskiers). Outros autores consideram que a correlação global destes depósitos pode ser explicada pelo modelo Zipper-rift, que considera a existência de geleiras de altitude, condicionadas pelo soerguimento das ombreiras de sistemas de rifts, supostamente abertos durante a fragmentação do supercontinente Rodínia. Apesar de intensos esforços para correlacionar estas sucessões, ainda persistem dúvidas a esse respeito. Isto se deve, em parte, à ênfase dada ao estudo das sucessões carbonáticas sobrejacentes, em detrimento das pesquisas nos próprios diamictitos. Dentro desse contexto, o presente estudo tem como alvo a sucessão sedimentar inferior do Grupo Una, interpretada como representativa do evento Sturtian, localizada na porção norte do Cráton do São Francisco, Bahia, Brasil. Foram realizadas análises de fácies, de associações de fácies e de proveniência sedimentar com o objetivo de testar os modelos de dinâmica glacial propostos para o período e avaliar localmente o caráter da transição entre diamictitos e carbonatos. O Grupo Una apresenta área de afloramento de aproximadamente 16.000 km2 e compreende depósitos sedimentares isentos de metamorfismo, que se encontram distribuídos em três sinclinais (Salitre, Irecê e Una-Utinga). Na base, compreende arenitos, diamictitos e pelitos com clastos esparsos da Formação Bebedouro, interpretada em termos das associações de fácies (1) Transicional marinha influenciada por banquisas e/ou icebergs e (2) Marinha de plataforma continental. A passagem para a unidade de topo ocorre de forma brusca, em contato plano com dolomitos maciços a laminados com pseudomorfos de aragonita, sobrepostos por ritmitos de calcarenitos e calcilutitos com laminação planoparalela, laminação cruzada cavalgante, estromatólitos e slumps, dividos nas associações de fácies de (3) Plataforma carbonática rasa influenciada por ondas e (4) Rampa carbonática influenciada por escorregamentos. Dados de contagem de litotipos em clastos e seções delgadas indicam variação lateral de proveniência, com fontes particulares para cada uma das áreas investigadas. Essa variação é interpretada como resultado de aporte de geleiras de vale ou do tipo outlet na margem glacio-marinha, indicando a presença de altos topográficos. A datação U-Pb SHRIMP de seixos revelou predomínio de fontes próximas, com contribuição local de fontes mais distantes, sugerindo alguma deposição a partir de icebergs provenientes da margem oposta da bacia, talvez a mais de 150 km à leste, sobre os Blocos Jequié ou Itabuna-Salvador- Curaçá. Datações de cristais de zircão detrítico da matriz dos diamictitos confirmam os dados obtidos a partir de seixos, e permitem a identificação de uma fonte jovem, de fora do cráton, com cerca de 850 Ma. Esse dado limita a idade máxima da unidade. Ainda que a proveniência da Formação Bebedouro indique a existência de altos topográficos adjacentes à bacia, a ausência de controles tectônicos na sedimentação, evidenciada pela grande persistência lateral de sistemas deposicionais com pouca variação de espessura, não corrobora o modelo de desenvolvimento das geleiras neoproterozóicas em margens de sistemas de rifts. / The sedimentary record of Neoproterozoic age has become a major subject of research since the rebirth of the models of extreme glaciation and rapid climatic changes for the period, including the Snowball Earth hypothesis. These models are founded on the identification, in all continents, of Neoproterozoic diamictites directly overlain by carbonates, which are interpreted respectively as glacial and post-glacial deposits. In order to explain the global distribution of diamictites and their apparently rapid transition to carbonates, some authors have proposed hypothesis of extreme climatic change related to three glacial episodes during the Cryogenian and the Ediacaran (Sturtian, Marinoan e Gaskiers). On the other hand, some authors consider that the global correlation of these deposits is the consequence of altitude-nucleated glaciers formed on the shoulders of rift systems during the breakup of the Rodinia Supercontinent, in what is called the Zipper-rift model. Despite the efforts to establish a chronological correlation among the several successions, many questions still persist, in part due to the great emphasis on the study of the carbonate successions and the scarce work on the diamictites. The present work aims at studding the lower section of the Una Group, interpreted as related to the Sturtian glacial event and located in the northern region of the São Francisco Craton, Bahia, Brazil. Facies, facies associations and clastic provenance analysis were performed in order to test the current models on the Neoproterozoic glacial dynamics and to locally evaluate the passage from diamictites to carbonates. The Una Group crops out in a area of approximately 16,000 km2 and is composed of sedimentary deposits without metamorphism, preserved in three synclinal folds (Salitre, Irece e Una-Utinga). At its base, the unit comprises sandstones, diamictites and mudstones with dropstones grouped into the Bebedouro Formation. This formation comprises two facies associations: (1) Marine transitional deposits influenced by ice-shelves and/or icebergs and (2) Continental platform marine deposits. The passage to the upper unit is marked by a sharp planar surface above which lay two facies associations: (3) Wave influenced shallow carbonatic platform deposits, comprising massive to laminated dolomites, locally with aragonite pseudomorph crystals, overlain by (4) Carbonatic ramp influenced by slumps, composed of calcareous grainstones and mudstones with plane-parallel lamination, climbing ripples, slump structures and locally stromatolites. Pebble lithology and thin section compositional data indicate great spatial variation of provenance, with specific sources for each of the investigated areas. This variation is interpreted as the consequence of valley or outlet glaciers feeding the glaciomarine margin, thus indicating the presence of topographically elevated areas near the basin. U-Pb SHRIMP dating of selected pebbles reveals the dominance of nearby sources, with the local contribution of far-traveled clasts, suggesting mixing with sediments deposited from icebergs which came from the opposite basin margin, as far as 150 km to the east. U-Pb SHRIMP dating of detrital zircon grains from the matrix of the diamictites confirmed this model and lead to the identification of a source from outside the craton with approximately 850 Ma. This data constraints the maximum depositional age of the Bebedouro Formation. Despite provenance from the Bebedouro Formation indicates the presence of topographically elevated areas near the basin, the absence of tectonic controls on the sedimentation, evidenced by the great lateral continuity of the depositional systems and their small thickness variation, does not confirm the model of development of neoproterozoic glaciers over the shoulders of rift systems.
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Sedimentação mista carbonato-siliciclástico durante o albo-aptiano na porção emersa da bacia Sergipe-AlagoasFalcone, Célia Maria Oliveira 22 February 2006 (has links)
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Previous issue date: 22 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A seção mista analisada, de idade Albo-aptiana e formada por constituintes carbonáticos e siliciclásticos, aflora na porção emersa da Bacia de Sergipe-Alagoas, próximo à sua borda atual. Os afloramentos se localizam 50 km a noroeste de Aracaju e, em sua maior parte, se situam em locações de poços de petróleo. As interpretações ora apresentadas foram baseadas em dados de afloramentos, perfis de georadar, perfis elétricos de poços, dados litológicos de poços, seções delgadas, mapas de isólitas e seções estratigráficas.
A sucessão é composta por depósitos de leques deltaicos, litorâneos dominados por ondas (sedimentos mistos) e de rampa carbonática. No caso dos leques deltaicos, as fácies proximais (planície deltaica) são dominadas por barras longitudinais areno-conglomeráticas e, secundariamente, de fluxo de detritos. Sua porção subaquosa é representada por acumulações em áreas protegidas (e.g. baías). Na porção proximal (frente deltaica) é constituída por conglomerados, arenitos e, secundariamente, siltitos a / The Albian-Aptian mixed sediments, composed of carbonate and siliciclastic constituents, occur in the onshore portion of the Sergipe-Alagoas Basin, next to its current border. Outcrops are located 50 km to northwest from Aracaju and, for the greater part, in oil well areas. The interpretations now presented are based on outcrop description, georadar sections, electric well logs, well litology data, thin sections, isolith maps and stratigraphic sections. The succession is composed of fan delta deposits, wave dominated coastal sediments (mixed sediments) and carbonate ramp. In relation to the fan delta, the proximal facies (delta plain) are dominated by sandy-graveley longitudinal bars and secondarily by debris flow deposits. The sub-aqueous portion is represented by accumulations in protected areas (e.g. bays). The delta front is constituted of conglomerates, sandstones and secondarily siltites associated with gravitational flows and trative flows, eventually reworked by waves. Delta front distal deposits grad
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Arquitetura Estratigráfica de Corpos Arenosos Gerados Por Ondas e Marés no Bloco Central da Mina do Iruí (Formação Rio Bonito, eopermiano da Bacia do Paraná, RS)Kern, Henrique Parisi January 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008 / Nenhuma / O arcabouço estratigráfico da sedimentação eopermiana foi construído a partir da análise de poços de sondagens com testemunhagem contínua e perfis geofísicos. Foram desenvolvidas cinco seções estratigráficas de modo a abranger toda a área de estudo, utilizando como datum um pico radioativo existente no interior da camada de carvão Iruí Superior, e na sua ausência, nas litologias pelíticas lateralmente relacionadas. Foram também confeccionados mapas de associações de fácies de modo a representar, em planta, o padrão deposicional dos principais níveis estratigráficos. Nas seções, as fácies sedimentares foram correlacionadas espacialmente e foram identificadas as principais superfícies estratigráficas que limitam as seqüências e/ou tratos de sistemas. A seqüência eopermiana corresponde a um grande evento transgressivo de segunda ordem, denominado de Seqüência Deposicional Iruí Central, subdividida em duas seqüências deposicionais de 3ª ordem, e separadas por uma superfície de inconformidade subaérea. Quando analisado em maior detalhe, na 4ª ordem, a seqüência 1 é formada por três seqüências enquanto a seqüência 2 está representada por duas seqüências. A evolução dos depósitos da planície atrás da barreira se relaciona ao desenvolvimento de cordões litorâneos, construídos pela deriva, que capturam as regiões de enseadas e baías, formando sistemas lagunares atrás da barreira. Na região da barreira propriamente dita, os sedimentos são retrabalhados pelas ondas e direcionados pela deriva litorânea, que deposita os materiais ao longo da costa. Corpos arenosos lenticulares gerados por correntes de maré intercalam-se com os cordões litorâneos, gerando feições aqui designadas como baiamentos estuarinos. Os baiamentos apresentam pequena extensão areal e distribuem-se de modo paralelo às paleolinhas de praia. De modo geral, os depósitos de foreshore e shoreface apresentam a Icnofácies Skolithos e os de transição ao offshore a Icnofácies Cruziana. Já os depósitos estuarinos contém tanto a icnofácies Skolithos quanto Cruziana, porém com icnogêneros empobrecidos e indicativos de stress ambiental. / The stratigraphic framework of Early Permian sedimentation was constructed from the analyses of drillholes with drillcore recovery and geophysical profile. Five stratigraphic sections were developed in order to reach the whole study area, using as datum a radioactive peak existing in the interior of the Upper Iruí coal layer, and, when it is absent, in the pelitic lithologies laterally correlated. Maps of facies association were also built in order to represent, from top, the depositional pattern of the main stratigraphic level. In the sections, the sedimentary facies were spatially correlated and the main stratigraphic surfaces that boundary the sequences and/or the system tracts were identified. The Early Permian sequence corresponds to a great second order transgressive event, named as Central Iruí Depositional Sequence, subdivided in two third order depositional sequences separated by a subaerial unconformity. When analyzed in more detail, in fourth order, the sequence 1 is made up by three sequences, while sequence 2 is represented by two sequences. The evolution of the plain deposits behind the barrier is related to the development of strandplain, built by the longshore current, that capture the bay areas, generating lagoon systems behind the barrier. In the barrier itself, the sediments are reworked by waves and directed by the longshore current, that deposits the materials along the shore. Lens-shaped sand bodies generated by tide currents are intercalated to strandplain, generating features that are named here as estuarine embayment. The embayments show little area extension and are distributed parallel to the paleo-shore lines. In general, the foreshore and shoreface deposits show the Ichnofacies Skolithos and the transition to offshore deposits, the Ichnofacies Cruziana. Yet, the estuarine deposits contain both the Skolithos and the Cruziana, however with poor ichnogenres and indications of environmental stress.
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Estratigrafia e petrogênese das sequências vulcânicas paleoproterozóicas na região de São Félix do Xingu (PA), Província Mineral de Carajás / Stratigraphy and petrogenesis of the paleoproterozoic volcanic sequences in the São Félix do Xingu (PA) region, Carajás Mineral ProvinceCarlos Marcello Dias Fernandes 12 November 2009 (has links)
Próximo à cidade de São Félix do Xingu, centrosul do Estado do Pará, no contexto da Província Mineral de Carajás, ocorre um amplo vulcanoplutonismo Paleoproterozóico (1,88 1,87 Ga) excepcionalmente preservado e agrupado nas formações Sobreiro e Santa Rosa. Estas unidades são genericamente correlacionadas ao vulcanoplutonismo do Supergrupo Uatumã, um magmatismo com abrangência estimada de 1.500.000 km2 e registrado em praticamente todo o Cráton Amazônico. Essas rochas vulcânicas encontram-se sobrepostas ao Granito Parauari, do Paleoproterozóico, e às unidades do embasamento arqueano, dos domínios do Cinturão de Cisalhamento Itacaiúnas e do Terreno GranitoGreenstone do Sul do Pará. Maciços Granitóides mineralizados a estanho da Suíte Intrusiva Velho Guilherme de 1,86 Ga invadem as unidades supracitadas. Apesar da evolução do conhecimento nos últimos anos nesta região, há uma grande carência de dados geológicos, geoquímicos e isotópicos mais detalhados e precisos acerca dessa associação vulcânica no Cráton Amazônico como um todo. Essa escassez de informações é decorrente, em parte, das dificuldades de acesso às áreas e da densa cobertura vegetal e de solo, características peculiares da região Amazônica; descontinuidade lateral e vertical das unidades; e principalmente pelos poucos grupos de pesquisa especializados nesta temática. O mapeamento geológico intensivo realizado neste trabalho revelou que a unidade basal Formação Sobreiro é composta por fácies coerente de fluxo de lavas predominantemente andesítica, com subordinados dacito e riodacito; bem como por fácies vulcanoclástica caracterizada por tufo, lapilli-tufo e brechas polimítica maciça. Estas rochas exibem fenocristais de augita, magnesiohastingsita e plagioclásio de variável composição em uma matriz microlítica ou traquítica. Magnetita e apatita figuram como os principais acessórios primários. A variação sistemática da mineralogia de andesito basáltico para riodacito e dacito, bem como as características petrográficas destes litotipos, sugerem que as rochas dessa unidade diferenciaram-se por cristalização fracionada com provável assimilação crustal. Análises litoquímicas mostram que possui assinatura geoquímica de granitóides de arco vulcânico, enquadra-se na série magmática cálcio-alcalina de alto potássio e tem composição metaluminosa. A associação superior, Formação Santa Rosa, é formada por fácies coerente maciça de riolitos e subordinadamente riodacitos com variáveis conteúdos modais de feldspato potássico, plagioclásio e megacristais de quartzo envoltos por matriz constituída de quartzo e feldspato potássico intercrescidos, comumente esferulítica. Localmente ocorrem esferulitos de até 10 cm de diâmetro. Biotita é uma fase varietal, embora de abundância reduzida, apontando para uma unidade extremamente evoluída. Zircão, apatita e, subordinadamente óxidos de Fe e Ti, são acessórios primários. Fácies vulcanoclásticas de ignimbritos, lapilli-tufos, tufos de cristais félsicos e brechas polimíticas maciças representam um ciclo de vulcanismo explosivo nesta unidade. Essa associação vulcanoclástica possui mineralogia e características geoquímicas muito similares à fácies coerente. Diques métricos e stocks de pórfiros graníticos e granitóides equigranulares completam esta suíte. A deposição desta foi controlada por grandes fissuras crustais de até 30 km de comprimento de direção NESW, e subordinadamente NW-SE, materializado por fluxo magmático predominantemente vertical. Estas rochas exibem afinidade geoquímica intraplaca, composição peraluminosa e características transicionais entre subalcalina e alcalina. Zonas hidrotermalmente alteradas foram identificadas nestas suítes, sugerindo um potencial metalogenético para as mesmas. A grande quantidade de blocos isolados em uma topografia plana lembra um sistema eruptivo monogenético na Formação Sobreiro. Os altos topográficos podem ter sido originados pela acumulação de lava do tipo scutulum. Os depósitos vulcanoclásticos que ocorrem na porção superior dos fluxos de lavas estão associados à fragmentação autoclástica, embora possam estar associados também ao regime de fluxo de piroclástico originado nas elevações. O modelo de erupção da unidade superior é muito semelhante ao da seqüência ignimbrítica Sierra Madre Ocidental, localizada na América do Norte. A presença deste vulcanismo fissural na região de São Félix do Xingu poderia estar relacionada a um batólito ou um conjunto de batólitos formados em um regime distensivo. A integração de dados de isótopos de Nd com o possível zonamento metalogenético que ocorre na porção sul do Cráton Amazônico, entre as regiões do Gráben da Serra do Cachimbo e São Félix do Xingu, sugere que evolução desta porção está vinculada ao desenvolvimento de uma orogênese oceanocontinente orientada aproximadamente lesteoeste, e materializada pela geração de arcos magmáticos gradativamente mais jovens entre 2,1 1,88 Ga. A geração do vulcanismo cálcio-alcalino de 1,88 Ga na região de São Félix do Xingu estaria relacionada à suavização do ângulo de subducção e posterior migração do arco magmático, a exemplo do Cinturão Andino e Montanhas Rochosas. Neste cenário, o vulcanismo exclusivamente crustal de 1,87 Ga representado pela Formação Santa Rosa estaria vinculado a um evento distensivo identificado em várias regiões do Cráton Amazônico e que extendeu-se até o Mesoproterozóico. / Near the São Félix do Xingu city, centersouth portion of the Pará state, in the context of the Carajás Mineral Province, occur extensive Paleoproterozoic volcanoplutonism (1.88 1.87 Ga) exceptionally well-preserved and grouped in the Sobreiro and Santa Rosa formations. These suites are generically correlated to Uatumã Supergroup volcanoplutonism, a magmatic event that covers approximately 1,500,000 km2 and is registered in several areas of the Amazonian craton. These volcanic rocks overlap the paleoproterozoic Parauari Granite, and units of the archean basement included in the Itacaiúnas Shear Belt and South Pará GraniteGreenstone terrain. Later tin-bearing 1.86 Ga A-type granitoid massifs of the Velho Guilherme Intrusive Suite intrude above units. Although knowledge improvement in the last years in this region, there is necessity of more detailed and precise geologic, geochemical, and isotopic data for this volcanic association in the Amazonian craton. This gap of information is partially explained by access difficulties to the studied areas and dense forest cover; lateral and vertical discontinuities of the units; and especially by few researchers groups focalized in this thematic. The intensive geologic mapping developed for this thesis showed that the basal Sobreiro Formation has coherent lava flow facies mainly andesitic, with subordinate dacite and rhyodacite; as well volcaniclastic facies with tuff, lapilli-tuff, and massive polymictic breccia. These rocks show augite, magnesiohastingsite, and plagioclase of variable compositions phenocrysts set in microlithic or traquitic groundmass. Magnetite and apatite are the primary accessories. The systematic mineralogic variation from basaltic-andesite to rhyodacite and dacite, and the petrographical characteristics of these rocks, suggest that the fractional crystallization was the prevailing differentiation process with probable crustal contamination. Their geochemical signature is similar to those of volcanic-arc related granitoids, with high-K calc-alkaline affinity, and metaluminous composition. The upper Santa Rosa Formation is formed by massive coherent facies of rhyolite and subordinate rhyodacite with variable modal contents of K-feldspar, plagioclase and quartz megacrysts in groundmass formed by intergrowth of quartz and potassic feldspar, commonly spherulitic. Spherical spherulites until 10 cm diameter occur locally. Biotite is a varietal phase modally reduced. Zircon, apatite, and Fe-Ti oxides are primary accessories, suggesting an extremely evolved unit. Volcaniclastic facies of ignimbrites, lapilli-tuffs, felsic crystal tuffs, and massive polymictic breccias represent an explosive volcanism cycle in the Santa Rosa Formation. This volcaniclastic association has mineralogic and geochemical characters very similar to the coherent facies. Metric dikes and stocks of granitic porphyries and equigranular granitoids complete this formation. The deposition was driven by large ~ 30 km length NESW crustal fissures, and subordinate NWSE, where magmatic flow are predominantly vertical. These upper volcanic rocks and associated porphyries and granites exhibit intraplate geochemical affinity, peraluminous composition, and transitional subalkaline to alkaline characteristics. Hydrothermally altered zones were identified in these suites, pointing to a metallogenetic potential for them. The presence of several isolated blocks in a flat topography resembles monogenetic eruptive system in the Sobreiro Formation. The topographic highs could have been originated scutulum-type lava accumulation. The volcaniclastic deposits that occur in the top of the lava flow are related to autoclastic fragmentation processes, although can be related to pyroclastic flow regime originated in the hills. The eruption model for the upper unit is very similar to Sierra Madre Occidental ignimbritic sequence, located in North America. The fissure-controlled volcanism in the São Félix do Xingu region could have been related to a batholith or series of batholiths generated in extensional tectonic regime occurred in the Amazonian craton. The integration of Nd isotope data with the possible metallogenetic zoning that occurs in the south portion of the Amazonian craton, between Serra do Cachimbo Graben and São Félix do Xingu region, suggests that the evolution of this portion is related to an approximately eastwest oceancontinent orogenesis, materialized by progressively younger 2.1 1.88 Ga magmatic arcs. The generation of 1.88 Ga calc-alkaline volcanism in the São Félix do Xingu region can be explained by flattening in the subduction angle and following arc migration, as occurs in the Andes Belt and Rocky Mountains. In this scenario, the exclusively crustal 1.87 Ga volcanism of the Santa Rosa Formation could have been linked to extensional tectonic identified in several regions of the Amazonian craton that extended until Mesoproterozoic.
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Análise taxonômica, estratigráfica e ecológica de sementes e estruturas reprodutivas do permiano inferior da Bacia do ParanáSouza, Juliane Marques de January 2013 (has links)
É consenso entre pesquisadores a necessidade de estudos que busquem a determinação e a compreensão das estruturas reprodutivas e dos diásporos das plantas fósseis, uma vez que, assim como na taxonomia de plantas atuais, estas estruturas podem conduzir à determinação de grupos naturais de classificação por meio da vinculação filogenética dos grupos de plantas. Para isso, é necessário entender a real diversidade morfológica das sementes, bem como das estruturas reprodutivas às quais estão, ou poderiam estar, associadas. Assim, o presente estudo objetivou analisar taxonomicamente, estratigraficamente e ecologicamente sementes e estruturas reprodutivas encontradas no Permiano Inferior da Bacia do Paraná. De maneira específica, este estudo teve como objetivos: (i) descrever novas ocorrências de sementes e de estruturas reprodutivas, comparando-as com espécies já descritas na literatura; (ii) identificar as estratégias de dispersão dos grupos funcionais das sementes analisadas; (iii) sistematizar o conhecimento disponível referente às sementes e às estruturas reprodutivas gondvânicas, com ênfase nos morfogêneros que ocorrem na Bacia do Paraná; (iv) posicionar estratigraficamente as morfoespécies de sementes e das estruturas reprodutivas pertencentes aos morfogêneros que ocorrem em depósitos da bacia supracitada. Com vistas a atender aos objetivos propostos, realizou-se a análise de novos espécimes de sementes e de estruturas reprodutivas recuperados dos afloramentos Morro do Papaléo, Morro do Papaléo-Seção Faxinal, Morro do Paraléo-Cocuruto, localizados no estado do Rio Grande do Sul, e Rio da Estiva e Itanema II, situados no estado de Santa Catarina. Ainda, foram revisadas as coleções paleobotânicas da Universidade de São Paulo (USP) e do Museu Nacional do Rio de Janeiro (UFRJ) que contêm estruturas reprodutivas e sementes provenientes de diferentes afloramentos paleozoicos brasileiros. Todo o material estudado está posicionado no intervalo estratigráfico que se estende da porção superior do Grupo Itararé ao topo da Formação Rio Bonito. Dentre os resultados obtidos, o presente estudo apresenta uma revisão geral das sementes descritas para o Gondwana, tendo como foco o refinamento terminológico e descritivo dessas estruturas, bem como a distribuição estratigráfica e geográfica das morfoespécies conhecidas. Em decorrência desta análise, apresentam-se novas ocorrências de algumas sementes em depósitos brasileiros (i.é, Samaropsis seixasii, S. tasacunensis, S. moreirana e Samaropsis sp. 1), bem como propõe-se a sinonímia entre Samaropsis gigas e Samaropsis mendesii, a partir de uma emenda à diagnose desta última morfoespécie. Em seguida, organizam-se as morfoespécies conhecidas de sementes em uma chave dicotômica, buscando-se assim facilitar os estudos comparativos necessários às determinações dos novos espécimes. Em termos bioestratigráficos, a sistematização das informações sobre as sementes fósseis do Gondwana possibilitou a identificação de morfoespécies brasileiras correlatas com formas encontradas em países como Índia, Argentina, África do Sul e Austrália. Em relação às estruturas reprodutivas, foram revisadas as formas das famílias Dictyopteridiaceae e Arberiaceae. Verificou-se que a Família Dictyopteridiaceae está representada na Bacia do Paraná por apenas dois gêneros, i.é, Plumsteadia e Ottokaria, sendo que este último, embora mais frequente é composto por apenas duas morfoespécies, O. ovalis e O. sancta-catharinae. Ainda, para esta última morfoespécie, foram registradas novas ocorrências e a presença de uma nova variedade de tamanho diminuto. Com isso, uma chave dicotômica para as espécies gondvânicas do gênero Ottokaria foi proposta. Bioestratigraficamente, constatou-se a ocorrência de 11 morfoespécies de Ottokaria no Permiano Inferior e apenas duas morfoespécies restritas ao Permiano Superior para o Gondwana. No que se refere à Família Arberiaceae, foram constatadas a presença de dois gêneros em depósitos brasileiros, são eles: Arberia e Arberiopsis. O primeiro está amplamente representado por Arberia minasica, cujos espécimes foram revisados e reavaliados. A partir desta reanálise, alguns espécimes descritos para A. minasica foram retirados e inseridos em Arberia opposita nov. comb. Além disso, foi determinada, pela primeira vez, a presença de Arberia cf. A. hlobanensis em depósitos brasileiros, bem como a proposição de uma nova espécie Arberia, recuperada do afloramento Itanema II, em Santa Catarina. Estratigraficamente, constatou-se que a Família Arberiaceae, no Brasil, encontra-se restrita à Formação Rio Bonito. Finalmente, uma análise das possíveis estratégias de dispersão utilizadas pelas sementes estudadas aqui evidenciou a predominância da anemocoria e, em alguns casos, da hidrocoria. Ainda, em relação ao tamanho predominante destas sementes, as análises mostraram um aumento de tamanho nas sementes do Grupo Itararé para a Formação Rio Bonito, o que parece ser justificado pela amenização climática que se estabeleceu ao final do intervalo de deposição do Grupo Itararé. Essa amenização teria conduzido ao relativo adensamento da vegetação, favorecendo assim sementes com maior reserva nutritiva. / It is consensus among researchers the need for studies which aim for determination and understanding of the fructifications and the diasporas of fossil plants, once in the taxonomy of modern plants, these structures can lead to the determination of natural groups by the phylogenetical linking of the groups of plants. For this it is necessary to understand the real morphological diversity of seeds and fructifications to which they are or could be associated. Thus, the present study aimed to analyze taxonomically, stratigraphically and ecologically seeds and fructifications found in the Lower Permian of the Paraná Basin. Specifically, this study aimed to: (i) describe new occurrences of seeds and fructification, comparing them with species already described in the literature, (ii) identify strategies of seeds dispersal, (iii ) systematize the knowledge available regarding the fructifications and seeds from Gondwana emphasizing the genera of Paraná Basin, (iv) position, stratigraphically, morphospecies of seeds and fructifications belonging to morphogenera recovered from deposits of Paraná Basin. In order to meet the proposed objectives, we performed the analysis of new specimens of seeds and fructifications recovered from outcrops Morro do Papaléo, Morro do Papaléo- Faxinal Section, Morro do Papaléo- Cocuruto located in the state of Rio Grande do Sul, and Rio da Estiva and Itanema II, located in the state of Santa Catarina. Still, were reviewed palaeobotanical collections of the University of São Paulo (USP) and the National Museum of Rio de Janeiro (UFRJ) which contain reproductive structures and seeds from different Brazilian Paleozoic outcrops. All the studied material is positioned in the stratigraphic interval that extends from the uppermost Itararé Group until uppermost Rio Bonito Formation. Among the results, this study gives an overview of the seeds described for Gondwana, focusing on the refinement and descriptive terminology of these structures, as well as the geographic and stratigraphic distribution of morphospecies known. As a result of this analysis, we present some new occurrences of seeds in Brazilian deposits (i.e, Samaropsis seixasii, S. tasacunensis S. moreirana and Samaropsis sp. 1), as well as propose the synonymy between Samaropsis gigas and Samaropsis mendesii from an emendation to the diagnosis of the latter. After, the morphospecies were organized in a dichotomous key to facilitate comparative studies necessary for determination of new specimens. In biostratigraphic terms, the systematization of information about fossil seeds of Gondwana led to the identification of Brasilian morphospecies related to forms found in countries like India, Argentina, South Africa and Australia. Regarding fructifications, forms of Dictyopteridiaceae and Arberiaceae were revised. It was found that the Dictyopteridiaceae is represented in the Paraná Basin by only two genera, Plumsteadia and Ottokaria, which latter, even more often, consists of only two morphospecies, O. ovalis and O. sancta-catharinae. Still, for the latter morphospecies were recorded new ocurrence and the presence of a new variety of miniature size. Then, a dichotomous key to the species of the Ottokaria was proposed. In stratigraphic terms, it was noticed 11 morphospecies of Ottokaria from Lower Permian and only two morphospecies are restricted to the Upper Permian of Gondwana. As regards the Arberiaceae, the presence of two genera in brazilian deposits were verified, they are: Arberia and Arberiopsis. The first is widely represented by Arberia minasica, whose specimens were reviewed and reassessed. From this review, some specimens described for A. minasica were removed and placed in Arberia opposita nov comb. Furthermore, it was determined, for the first time, the presence of Arberia cf. A. hlobanensis in Brazilian deposits, as well as the proposal of a new species Arberia, recovered from Itanema II outcrop, in Santa Catarina. Stratigraphically, it was found that Arberiaceae, in Brazil, is restricted to the Rio Bonito Formation. Finally, an analysis of the possible seed dispersal strategies of the studied seeds showed the predominance of anemochory and, in some cases, the hydrochory. Furthermore, about the patter of seed size, the analysis reveal an increase in seed size from Itararé Group to the Rio Bonito Formation, which seems to be explained by climatic amelioration that was established at the end of the interval deposition of Itararé Group. This mitigation would have led to the relative densification of the vegetation, thereby seeds with higher nutrient reserves were favored.
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