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Entre a cama e o ambulatório: a biomedicina e a vida sexual dos casais sorodiscordantes com HIV/Aids / Between the bed and the clinic: biomedicine and life of sexual serodiscordant couples with HIV / AIDSÂngela Machado da Silva 25 April 2007 (has links)
A eficácia da terapia anti-retroviral tem contribuído para uma vida melhor das pessoas vivendo com HIV/Aids, e a presença dos casais sorodiscordantes nos ambulatórios tem sido mais freqüente. O uso sistemático da camisinha foi suficientemente demonstrado por diversas pesquisas como eficaz na prevenção ao HIV, mas como fazer com que os pacientes percebam a sua importância? Este estudo busca identificar e refletir sobre as estratégias médicas utilizadas na prevenção e assistência aos pacientes com HIV e Aids, envolvidos em relações conjugais sorodiscordantes, através do uso do preservativo. Seis médicos (2 mulheres e 4 homens) que atuam com pacientes portadores de HIV/Aids em ambulatórios públicos no município do Rio de Janeiro, deram seus depoimentos através de entrevistas semi-estruturadas orientadas por um roteiro. Dentre os resultados encontrados, destaca-se a produção de uma invisibilidade dirigida aos casais sorodiscordantes, posto que o que se revela como realmente importante é a adesão ao tratamento, que se confunde com adesão aos medicamentos
antiretrovirais). O tratamento medicamentoso concentra os objetivos e as reocupações dos profissionais de saúde na assistência aos pacientes com HIV/Aids, centrado na tradição biomédica que reduz as experiências sociais, emocionais e
culturais de viver com Aids, a fatores que facilitem ou dificultem a adesão ao tratamento. A estratégia médica dirigida à sorodiscordância é negativa, no sentido de apagar a condição de casal assim como os outros aspectos não objetivos da vida do paciente. / The effectiveness of antiretroviral therapy has improved the lives of people living with HIV / AIDS, and the presence of serodiscordant couples in outpatient clinics have been more frequent. The systematic use of condoms has been sufficiently demonstrated by several studies to be effective in preventing HIV, but how to make patients realize their importance? This study seeks to identify and reflect on the strategies used in medical prevention and care to patients with HIV and AIDS, engaged in serodiscordant marital relationships through the use of condoms. Six doctors (2 women and 4 men) who work with patients with HIV / AIDS at a public hospital in the city of Rio de Janeiro, gave their testimonies through semi-structured interviews guided by a script. Among the findings, there is the production of an invisibility aimed at serodiscordant couples, since what is revealed as really important is adherence to treatment, which coincides with medication adherence
antiretrovirals). Drug treatment focuses goals and relocations of health professionals in assisting patients with HIV / AIDS, focusing on biomedical tradition that reduces social, and emotional experiences
cultural living with AIDS, the factors that facilitate or hinder adherence. The medical strategy serodiscordance is addressed to 'negative' in order to erase the double condition as well as other aspects not investigated the patient's life.
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Qualidade de vida em mães de crianças sorointerrogativas ao HIV/AIDSLima, Flávio Lúcio Almeida 17 February 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009-02-17 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / In the AIDS context, the vertical transmission of the HIV arises as a
serious problem which surveillance, control and prevention are epidemiologically
necessary. The antiretroviral therapy represents a great conquest in this direction, with
beginning in the prenatal, intervention in the childbirth and accompaniment until the
second year of children s life. This situation of undefined diagnostic of seropositivity
for HIV/AIDS becomes these children in serointerrogative in respect to the HIV. In this
sense, become important to verify how AIDS exercises influence in the quality of life of
involved ones, mainly when proved it the expectation of a child s seropositive
diagnosis. Objective: To analyze the quality of life in mothers of serointerrogative
children to the HIV. Method: The sample was constituted by 49 mothers (pregnant or
non-pregnant) of serointerrogative for HIV children. Used it the following instruments:
1) Brief version of World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-brief); 2)
Subjective Well Being Scale (SWBS), specifically, the second part of scale that
concerns to life satisfaction; 3) In-depth interview; and 4) Socio-demographic
questionnaire. Results: Life satisfaction: The studied mothers had presented a good
index of life satisfaction (M= 64,7; SD= 8,05). It was perceived a statistically
significant difference between life satisfaction and the number of children (p= 0,03).
The mothers with three or more children (M= 67,7; SD= 6,04) had presented a bigger
life satisfaction in relation to those with one or two children (M= 62,9; SD= 8,6).
Quality of life (QV): The most of the participants evaluated the quality of life and health
satisfaction in a positive way. In the general evaluation, 53.1% of the participants had
chosen as good or very good their quality of life, and 49.9% had affirmed to be satisfied
or very satisfied with their health. With concerns to health satisfaction was perceived a
significant difference (p= 0,001) to the educational degree. The participants with lesser
educational degree had presented themselves more satisfied with their health (M=
71,67; SD= 21,58) than those with bigger educational degree. In specific domains, the
quality of life was higher to the Physical (M= 63,3; SD= 15,7) and Social (M= 61,9;
SD= 26,4), and minors in the Psychological (M= 54,9; SD= 14,9) and Environmental
(M= 44,8; SD= 14,8). Was observed a statistically significant variance between the
physical (p= 0,02) and environmental (p= 0,005) domains. The participants with
familiar income above of a minimum wage revealed themselves with a bigger quality of
life in the physical (M= 73,2; SD= 6,2) and environmental (M= 64,1; SD= 15,8)
domains. It was perceived statistically significant difference between the civil state and
the psychological domain (p= 0,04). The mothers who affirmed to have a steady union
had presented a higher quality of life in the psychological domain (M=57,6; SD=15,4).
Interview: In speech analyses, emerged two thematic axes, as following: 1) Coexistence
with HIV/AIDS - composed by the categories diagnosis, AIDS perception, support,
coping and treatment adherence; and 2) Seropositive motherhood with the following
categories: positive feelings, feeling of guilty and expectation of diagnosis. Conclusion:
Despite to the motherhood of serointerrogative child experience, the most studied
mothers presented a positive quality of life. The presented results confirm the necessity
of study the current approaches of the coexistence with HIV/AIDS. In this sense, the
discussion of coping, adjustment and quality of life of people that coexists with
HIV/AIDS is a necessary debate to increase the comprehension of the AIDS effects. / No contexto da AIDS, a transmissão vertical do HIV se apresenta como
um problema grave cuja vigilância, controle e prevenção são epidemiologicamente
necessários. A terapia antirretroviral representa uma grande conquista neste sentido,
com inicio no pré-natal, intervenção no parto e acompanhamento até o segundo ano de
vida das crianças. A indefinição do diagnóstico durante este tempo torna essas crianças
sorointerrogativas ao HIV. Neste sentido, torna-se importante verificar o quanto a AIDS
influencia na qualidade de vida dos envolvidos, principalmente quando se vive a
expectativa de diagnóstico soropositivo num filho. Objetivo: Analisar a qualidade de
vida em mães de crianças sorointerrogativas ao HIV. Método: A amostra foi constituída
por 49 mães de crianças sorointerrogativas ao HIV (grávidas ou não-grávidas). Os
instrumentos utilizados foram: 1) Versão abreviada da Escala de Qualidade de Vida da
Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-bref); 2) Escala de Bem-estar Subjetivo
(EBES), sendo utilizada apenas a sua segunda parte que diz respeito à satisfação com a
vida; 3) Entrevista em profundidade; e 4) Questionário bio-demográfico. Resultados:
Satisfação com a vida: As mães estudadas obtiveram uma boa satisfação com a vida
(M=64,7; DP=8,05). Foi percebida diferença estatisticamente significante entre a
satisfação com a vida e o número de filhos (p=0,03). As mães com três ou mais filhos
(M=67,7; DP=6,04) apresentaram uma maior satisfação com a vida em relação àquelas
com um a dois filhos (M=62,9; DP=8,6). Qualidade de vida (QV): A maioria das
participantes avaliou a qualidade de vida e satisfação com a saúde de forma positiva. Na
avaliação geral, 53,1% das participantes elegeram como boa ou muito boa sua qualidade
de vida, e 49,9% afirmaram estar satisfeita ou muito satisfeita com sua saúde. Na
satisfação com a saúde foi percebida diferença significativa (p=0,001) com a variável
escolaridade. As participantes com menor grau de escolaridade apresentaram-se mais
satisfeitas com a sua saúde (M=71,67; DP=21,58) do que aquelas com maior grau de
escolaridade. Nos domínios específicos da QV, a qualidade de vida foi mais alta nos
domínios Físico (M=63,3; DP=15,7) e Social (M=61,9; DP=26,4), e menores nos
domínios Psicológico (M=54,9; DP=14,9) e ambiental (M=44,8; DP=14,8). Foi
observada variância estatística significativa entre a renda e os domínios físico (p=0,02)
e ambiental (p=0,005). As participantes com renda familiar acima de um salário mínimo
mostraram-se com uma maior qualidade de vida no domínio físico (M=73,2; DP=6,2) e
ambiental (M=64,1; DP=15,8). Foi percebida, ainda, diferença estatisticamente
significativa entre o estado civil e o domínio psicológico (p=0,04). As mães que
relataram ter união estável apresentaram qualidade de vida mais alta no domínio
psicológico (M=57,6; DP=15,4). Entrevistas: Na análise do discurso, emergiram duas
classes temáticas, a saber: 1) Convivência com HIV/AIDS composta pelas categorias
diagnóstico, percepção da AIDS, preconceito/discriminação, apoio, enfrentamento e
adesão ao tratamento; e 2) Maternidade soropositiva com as categorias sentimentos
positivos, culpabilização e expectativa do diagnóstico. Conclusão: Apesar da vivência
da sorointerrogatividade do filho, a maioria das mães apresentou-se com uma qualidade
de vida positiva. Os resultados apresentados confirmam a necessidade de se estudar os
enfoques atuais do viver/conviver com HIV/AIDS. Neste sentido, a discussão do
enfrentamento, ajustamento e qualidade de vida dos que convivem com o HIV/AIDS é
um debate necessário para alargar o entendimento dos efeitos causados pela AIDS.
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Prevalência de parasitas emergentes e reermergentes de veiculação hídrica em crianças que vivem com HIV/aids: ênfase paraGiardia spp. e Cryptosporidium spp / Prevalence of emerging and reemerging parasites waterborne in children living with HIV/aids: focus on Giardia spp. and Cryptosporidium sppBrisa Maria Fregonesi 16 December 2013 (has links)
As doenças de veiculação hídrica são causadas, principalmente, por micro-organismos patogênicos de origem entérica. A partir da década de 1980, as enfermidades causadas por protozoários parasitas emergiram e reemergiram e se tornaram um problema de saúde pública com relevância na atualidade, especialmente para grupos populacionais mais vulneráveis, como pessoas que vivem com HIV/aids. Este trabalho teve por objetivo avaliar a prevalência de parasitas emergentes e reemergentes em crianças que vivem com HIV/aids atendidas no HCFMRP-USP e os condicionantes socioambientais envolvidos. Foram coletadas 47 amostras de fezes de 17 crianças de quatro a 13 anos que vivem com HIV/aids atendidas no HCFMRP- USP, no período de março a setembro de 2013. Do total, 52,9% das crianças eram do sexo feminino e 47,1% do sexo masculino, sendo que 52.9% eram pardas, 35,3% brancas e 11,8% negras. A análise de coccídeos intestinais oportunistas, como Cryptosporidium spp., Cyclospora spp. e Cystoisospora spp. foi realizada pelo método de Ziehl Nielsen Modificado, enquanto que para a pesquisa de cistos de Giardia spp. e outros parasitas foi utilizado o método de sedimentação espontânea por meio do Kit Coproplus®. As presenças dos parasitas Giardia spp e Cryptosporidium spp. foram confirmadas por meio de ensaios imunoenzimáticos para detecção de antígenos (métodos de Elisa). Foi ainda aplicado um questionário referente às questões socioambientais, hábitos comportamentais e hábitos de higiene pessoal e alimentar adotados pelas crianças participantes do estudo e algumas informações adicionais foram coletadas dos prontuários. Os resultados obtidos revelaram uma alta frequência de parasitas em crianças que vivem com HIV/aids atendidas no HCFMRP- USP (76,5%), sendo representados por agentes patogênicos: Giardia spp. (35,3%), Cryptosporidium spp. (23,5%), Cyclospora spp. (5,9%); e agente comensal: Entamoeba coli (47,1%). Apesar de se tratar de protozoários de veiculação hídrica, considera-se que a água utilizada pelas crianças não seja a principal via de transmissão desses parasitas, tendo em vista as evidencias que existem da boa qualidade da água que abastece a região, procedente do Aquífero Guarani. Dessa forma, considera-se que as características socioambientais, os hábitos de higiene pessoal e alimentar adotados pelas crianças bem como o contato com outras pessoas e/ou animais podem ter contribuído para o quadro de enteroparasitoses. A alta prevalência de parasitas encontrada no presente estudo nos remete a grandes preocupações em termos de saúde pública, uma vez que, o quadro clínico para Giardia spp., Cryptosporidium spp, Cyclospora spp. pode evoluir para uma morbidade grave quando há uma supressão do sistema imunológico do indivíduo. Dessa forma, conclui-se que alguns aspectos são imprescindíveis para uma melhoria da qualidade de vida das crianças que vivem com HIV/aids, dentre os que se destacam: o diagnóstico precoce para enteroparasitas, a implementação da análise coprológica de protozoários emergentes e reemergentes na rotina da atenção desses pacientes, o uso correto da terapia antirretroviral, bem como o monitoramento das características imunológicas / The waterborne diseases are caused mainly by pathogenic microorganisms enteric origin. From the 1980s, the diseases caused by protozoan parasites emerged and re-emerged and have become a public health problem of relevance today, especially for the most vulnerable population groups such as people living with HIV/aids. This study objetived to assess the prevalence of emerging and re-emerging parasites in children living with HIV/aids followed at HCFMRP-USP and socioenvironmental constraints involved. Were collected 47 stool samples from 17 children aged four to 13 years living with HIV/aids followed at HCFMRP- USP, in the period from March to September 2013. Of the total, 52.9% of children were female and 47.1% male, and that 52.9% were brown, 35.3% white and 11.8% black. The analysis of intestinal coccidia opportunistic as Cryptosporidium spp. Cyclospora spp. and Cystoisospora spp. was performed by the modified Ziehl Nielsen method, while for the research of Giardia spp. and other parasites was used by spontaneous sedimentation method by means of Kit Coproplus®. The presence of Giardia spp and Cryptosporidium spp. were confirmed by enzyme immunoassays for the detection of antigens (ELISA methods). Was still applied a questionnaire relating to socioenvironmental issues, behavioral habits and personal hygiene habits and food adopted by the children participating in the study and some additional information was collected from medical records of children. The results revealed a high frequency of parasites in children living with HIV/aids followed at HCFMRP-USP (76.5%), being represented by pathogens: Giardia spp. (35.3%), Cryptosporidium spp. (23.5%), Cyclospora spp. (5.9%), and commensal agent: Entamoeba coli (47.1%). Although it being waterborne protozoa, is considered that the water used by children is not the main route of transmission of these parasites, in view of the evidence that there are good-quality water that supplies the region, coming from the Guarani Aquifer. Thus, it is considered that the socioenvironmental characteristics, personal hygiene and food adopted by children as well as contact with other people and / or animals may have contributed to the enteroparasitosis frame. The high prevalence of parasites found in this study leads us to great concern in terms of public health, since the clinical picture for Giardia spp., Cryptosporidium spp. e Cyclospora spp. may progress to severe morbidity when there is a suppression of the immune system of the individual. Thus, it is concluded that some aspects are essential to improving the quality of life for children living with HIV/aids, among which stand out: early diagnosis for intestinal parasites, the implementation of coprologic analysis of emerging and reemerging protozoan in routine care of these patients, the correct use of antiretroviral therapy, as well as monitoring of the immunological characteristics
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Crianças portadoras de HIV/AIDS: desenvolvimento emocional e competência social / Children with HIV/Aids: Emotional development and social competence.Ana Cristina Magazoni Bragheto 03 September 2008 (has links)
Trata-se de um estudo descritivo e transversal realizado em uma Unidade especializada de tratamento de doenças infecciosas de um hospital escola do interior do estado de São Paulo e em uma creche de interior do estado de São Paulo. Tem como objetivo geral identificar quais as características pessoais que podem constituir-se em fatores de resiliência em crianças portadoras do HIV/ Aids. Os objetivos específicos são: avaliar, por meio de crianças, pais e ou cuidadores de crianças portadoras do HIV/ Aids, quais são as competências sociais, o desempenho escolar e o desenvolvimento cognitivo e emocional destas crianças. A amostra foi constituída por crianças de 7 a 12 anos, sendo 15 crianças portadoras do HIV/ Aids e seus respectivos cuidadores e 15 crianças sem doença crônica e seus respectivos cuidadores. Para a coleta de dados foi utilizado o Teste de Desempenho Escolar (TDE), que avalia o desempenho escolar, o Questionário de Capacidades e Dificuldades da Criança (SDQ) que avalia as competências sociais e o Desenho da Figura Humana (DFH), que avalia desenvolvimento emocional e cognitivo. A análise dos dados foi feita mediante o cômputo dos escores de cada criança nos domínios avaliados e segundo as instruções de uso de cada instrumento. Os escores dos dois grupos, grupo pesquisa (crianças portadoras HIV/ Aids) e grupo controle (crianças sem doença crônica) foram comparados utilizando-se o teste não paramétrico de Mann-Whitney e o teste Exato de Fisher. Os resultados mostraram que não houve diferença no desempenho escolar entre os grupos avaliados; há diferenças significativas quanto ao desenvolvimento emocional e cognitivo entre as crianças dos dois grupos, sendo que aquelas portadoras de HIV/ Aids apresentaram mais comprometidas nesses dois aspectos. Quanto à avaliação comportamental, os dois grupos não diferiram entre si, com exceção do domínio relacionamento com colegas. As crianças portadoras de HIV/Aids mostraram menos problemas com colegas no grupo que as crianças sem doença crônica. Conclui-se que existe comprometimento cognitivo e emocional nas crianças portadoras do HIV/ Aids. Quanto ao desempenho escolar verificou-se nos dois grupos desempenhos aquém do esperado. Parece que, a despeito da condição da criança, as condições das escolas não estão favorecendo esse desempenho. Com relação à avaliação comportamental o resultado relativo à diferença entre os dois grupos quanto ao relacionamento com colegas sugere que as crianças portadoras de HIV/Aids possam ter menos problemas nesse domínio em função terem menos oportunidades de interação. É possível que esse resultado se deva a dificuldades vividas em suas rotinas em decorrência de processos de estigmatização. Os achados desta pesquisa fornecem subsídios para traçar estratégias de cuidados e assistência a criança portadora de HIV/ Aids e, sobretudo, levantam aspectos a ser investigados em outros estudos. / This descriptive and cross-sectional study was carried out at an infectious disease unit of a teaching hospital in the interior of São Paulo State, Brazil and at a kindergarten in the interior of the State. The general aim is to identify the personal characteristics that can constitute resiliency factors in children with HIV/Aids. The specific aims are: to assess, through children, parents and/or caregivers of children with HIV/Aids, these childrens social competences, school performance and cognitive and emotional development. The sample consisted of children between seven and twelve years old, including 15 children with HIV/Aids and their respective caregivers and 15 children without any chronic disease and their respective caregivers. The School Performance Test (SPT) was used for data collection, as well as the Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ), which assesses social competences, and Human Figure Drawing (HFD), which assesses emotional and social competence. Data were analyzed by calculating the scores of each child on the assessed domains, in line with the usage instructions of each instrument. Both groups scores, the research group (children with HIV/Aids) and the control group (children without chronic disease) were compared, using Mann-Whitneys non-parametrical test and Fishers Exact test. The results showed no difference in school performance between the study groups, but significant differences in emotional and cognitive development. Children with HIV/Aids were at greater risk in these two aspects. As to the behavioral assessment, the two groups did not show mutual differences, except in the domain of relationships with colleagues. Children with HIV/Aids showed less problems with colleagues in the group than children without chronic disease. It is concluded that the emotional and cognitive development of children with HIV/Aids is at risk. School performance in both groups remained below expectations. It seems that, despite the childs condition, the schools conditions are not favoring this performance. In the behavioral assessment, the result related to the difference between both groups in their relations with colleagues suggests that children with HIV/Aids may have less problems in this domain because they have less opportunities to Interact. This result may be due to difficulties they experience in their routine as a consequence of stigmatization processes. These results provide support to outline care and help strategies for children with HIV/Aids and mainly bring up aspects for further research.
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Mulheres negras e não negras vivendo com HIV/AIDS no Estado de São Paulo - um estudo sobre suas vulnerabilidades / Black and non-Black women living with HIV/AIDS in São Paulo State: a study on their vulnerabilities.Fernanda Lopes 25 June 2003 (has links)
Objetivo. A vulnerabilidade individual é estabelecida num espaço de relações entre sujeitos, nesse sentido o estudo buscou compreender a vulnerabilidade de mulheres negras e não negras que vivem com HIV/AIDS à reinfecção e ao adoecimento, em três serviços públicos de referência para o tratamento de DST/AIDS do Estado de São Paulo. Métodos. A pesquisa foi realizada com 1.068 mulheres maiores de 18 anos (526 não negras e 542 negras), voluntárias, atendidas em três serviços públicos de referência para o tratamento de DST/AIDS do Estado de São Paulo, de setembro de 1999 a fevereiro de 2000. As mulheres souberam da pesquisa após contato com a equipe de recepção das instituições, na sala de espera, e aquelas que aceitaram participar assinaram o termo de consentimento pós-informado. O termo de consentimento e o protocolo de estudo foram aprovados pelos Comitês de Ética de cada uma das instituições participantes. As entrevistas realizaram-se em ambiente privado e foram conduzidas por profissionais do sexo feminino, de nível superior. O instrumento para coleta de dados foi um questionário semi-estruturado que possibilitava à entrevistada falar sobre suas experiências e impressões em diferentes momentos da vida, especialmente depois da revelação do diagnóstico de soropositividade para o HIV. Na análise estatística utilizou-se o teste qui-quadrado Pearson e intervalos de confiança de 95%. Para estudar a interação entre as variáveis utilizou-se o modelo loglinear CHAID (Chi-squared Automatic Interaction Detector). Os programas de análise estatística utilizados foram: EpiInfo versão 6.04, SPSS versão 8.0 and Answer Tree versão 3.0. Resultados. As condições de ordem social que contribuíram mais fortemente para a vulnerabilidade individual de mulheres negras foram: dificuldades de acesso à educação formal, condições de moradia e habitação menos favoráveis, baixo rendimento individual e familiar per capita, responsabilidade pelo cuidado de maior número de pessoas, dificuldade de acesso ao teste diagnóstico, dificuldade de acesso às informações sobre terapia anti-retroviral para o recém-nascido e sobre redução de danos no uso de drogas injetáveis, dificuldade em adotar comportamentos protetores tais como o uso de preservativo , menores possibilidades de acompanhamento realizado por outro médico que não o infectologista ou ginecologista, menores chances de atendimento nutricional, menos facilidade em obter outros remédios além do coquetel. Os fatores de ordem cognitiva que contribuíram para o aumento da vulnerabilidade das mulheres negras foram: baixa percepção de risco individual de infecção e a conseqüente falta de iniciativa em procurar um serviço de saúde que oferecesse o teste, dificuldade em entender o que os profissionais dizem, em esclarecer suas dúvidas ou falar sobre suas preocupações, dificuldades em entender a evolução de seus quadros clínicos. Os achados permitiram identificar que as mulheres negras estavam menos conscientes sobre o problema e sobre as formas de enfrentá-lo, encontrando, na maioria das situações, menores possibilidades de transformar suas condutas. Do ponto de vista subjetivo, a qualidade do aconselhamento anterior e posterior ao teste, a piora da vida sexual após o diagnóstico e a dificuldade em falar sobre o assunto com os profissionais mais diretamente envolvidos no cuidado, como é o caso dos médicos infectologista e ginecologista, também influenciaram os processos de vulnerabilização. As mulheres não negras apresentaram-se mais atentas em avaliar as situações inadequadas ocorridas no serviço de saúde. Conclusões. Ao incorporar a raça como categoria analítica foi possível compreender melhor a multidimensionalidade, a instabilidade e a assimetria da vulnerabilidade. As experiências e impressões descritas pelas mulheres estudadas apontam a necessidade de reconhecimento das diferenças e de suas especificidades; de investimento no desenvolvimento institucional, nas políticas e programas de formação profissional continuada, com ênfase na humanização do cuidado, na melhoria da qualidade de comunicação e relação interpessoal e na aquisição de habilidades para o manejo de questões inerentes às relações raciais e de gênero. Do mesmo modo, tais experiências ressaltaram a necessidade de ampliação do repertório de direitos que as mulheres dominam para que elas próprias cooperem na redução ou superação de suas vulnerabilidades. / Objective. Individual vulnerability is established in the context of intersubjective relations. In this sense, the present study sought to compare vulnerability to recurrent infections and illness among women living with HIV/AIDS. Methods. The study group was composed of 1068 volunteers, over 18 years of age (526 non-Black and 542 Black women) being attended by three public services, which are references for the treatment of STD/AIDS within the State of Sao Paulo during the period between September 1999 and February 2000. The women learned of the study by face-to-face contact with the reception staff in the waiting room and those who accepted to participate were asked to sign an informed consent form. The Institutional Ethics Committees of the participating centers approved the consent form and the study protocol. College-level female trained performed interviews in private rooms. Data collection instrument was a semi structured questionnaire that asked participant to express her experiences concerning different time points in her life, especially after she was diagnosed as HIV-infected. Statistical analysis was carried out using Pearson chi-squared test and their corresponding 95% confidence intervals were calculated using the exact maximum likelihood estimates. Chi-squared Automatic Interaction Detector (CHAID) log linear model was used to study the relationship between variables. EpiInfo version 6.04, SPSS version 8.0 and Answer Tree version 3.0 software were used. Results. The social conditions which most strongly affected the individual vulnerability of Black women were: difficulties with respect to access to formal education; less favorable living conditions; low individual and family per capita income; responsibility for the care of a greater number of people; problems with respect to diagnostic tests; difficulties with respect to access to information on anti-retroviral therapy for newborns and reducing damage with the use of injected drugs, difficulties in adopting protective behavior, such as the use of condoms, less possibilities of accompaniment by other physicians besides the gynecologist and the specialist in infectious diseases; less opportunities of receiving nutritional orientation; less facilities in obtaining other medicines besides the cocktail.The cognitive factors which contributed towards, increasing womens vulnerability were: low degree of awareness as to the individual risk of infection and, consequently, the lack of initiative in looking for a health service which offers HIV testing, difficulties in comprehending the discourse of health professionals and in talking to the latter about their misgivings and their doubts, difficulties in comprehending the evolution of their clinical condition. The finding suggest that Black women living with HIV/AIDS were less aware of their condition and of how to deal with it, encountering, in the majority of cases, less possibilities of transforming their behavior. From a subjective point of view, the quality of counseling activities, the decrease in the quality of their sexual life after diagnosis and the difficulties they faced when discussing these issues with the physicians directly responsible for their care, such as the specialist in infectious diseases and the gynecologist, influenced the process whereby they became increasingly vulnerable. The non-Black women appeared to be more aware of the inadequate situations occurring in the health services. Conclusions. By incorporating race as an analytic category, it was possible to gain a better understanding of the multiple dimensions, the instability and the asymmetry of vulnerability. The experiences and impressions described by the women in this study point towards the necessity of recognizing differences and specificities when investing in institutional development, in policies and in programs geared towards professional training with emphasis on the humanization of care, on the improvement of the quality of communication and of interpersonal relationships and towards the management of issues which are inherent to relationships between races groups and between genders. Likewise, they underscore the need to broaden the repertoire of rights these women are aware of so they themselves may cooperate in the reduction of or in the process of overcoming their vulnerabilities.
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Herança, distinção e desejo: homossexualidades em camadas altas na cidade de São Paulo / Heritage, distinction and desire: homosexuality in upper classes in the city of São PauloMarcio Bressiani Zamboni 03 October 2014 (has links)
O objetivo desta pesquisa é analisar o lugar de determinados marcadores sociais da diferença nas dinâmicas de interação e trajetórias de vida de uma rede de homens e mulheres na faixa dos 40/50 anos que se afirmam como homossexuais, pertencem a camadas altas e residem na cidade de São Paulo. Mais especificamente, trata-se de pensar como classe, raça, geração e soropositividade definem mais ou menos rigorosamente certos campos de possibilidades: constrangendo, amplificando ou mesmo criando novos espaços para a agência desses indivíduos. / ABSTRACT This research aims to analyze the role of social markers of difference in the dynamics of interaction and in the life trajectories of individuals who define themselves as homosexuals and belong to upper classes. More specifically, it is about thinking how class, race, age and seropositivity more or less rigorously define certain fields of possibilities: constraining, amplifying or even creating new spaces for agency to these individuals. The fieldwork was made in the city of São Paulo among a network of men and women aged between 40 and 55 years.
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CondiÃÃes de saÃde bucal e utilizaÃÃo de serviÃos odontolÃgicos por pessoas que vivem com HIV/AIDS no municÃpio de Fortaleza-Cearà / Conditions of oral health and use of services dental for people living with HIV / Aids in city of Fortaleza, CearÃDenis Bezerra de AraÃjo 15 June 2010 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e TecnolÃgico / O conhecimento sobre as condiÃÃes de saÃde bucal e sobre a utilizaÃÃo de serviÃos odontolÃgicos por pessoas que vivem com HIV/Aids (PVHA) constitui fator importante para planejar aÃÃes com o intuito de disponibilizar uma atenÃÃo odontolÃgica de qualidade à essa populaÃÃo. O presente estudo teve como objetivo principal identificar os fatores relacionados à utilizaÃÃo de serviÃos odontolÃgicos e condiÃÃes de saÃde bucal das PVHA no municÃpio de Fortaleza â CearÃ. Para tal, foi realizado um estudo transversal com abordagem quantitativa, desenvolvido de agosto a dezembro de 2009, com PVHA que faziam acompanhamento nos ambulatÃrios de infectologia do Hospital UniversitÃrio Walter CantÃdio (HUWC) e do
Centro de Especialidades MÃdicas Josà de Alencar (CEMJA). Foram coletados dados sobre o estado clÃnico-laboratorial dessas pessoas, sobre condiÃÃes sociodemogrÃficas, utilizaÃÃo de serviÃos odontolÃgicos e sobre as condiÃÃes de saÃde bucal desta populaÃÃo. Participaram deste estudo 173 pacientes, sendo 72,3% do sexo masculino e 27,7% do sexo feminino, tendo como idade mÃdia de 36,4 anos. Destes, 50,9% (88/173) afirmaram ainda nÃo ter se consultado com um
dentista apÃs infecÃÃo pelo HIV e que 52,6% (91/173) dos participantes afirmaram nÃo revelar ao dentista sua condiÃÃo sorolÃgica diante de um tratamento odontolÃgico. O estudo evidenciou ainda que procurar por atendimento odontolÃgico
em serviÃos pÃblicos (RP: 2,39; IC95%: 1,23 â 4,16; p<0,001) e revelar a condiÃÃo sorolÃgica para o dentista (RP: 2,11; IC95%: 1,03 â 4,31; p<0,001) apresentaram associaÃÃo estatisticamente significativa com ter dificuldade de acesso a esses serviÃos. Observou-se alta prevalÃncia de cÃrie (61,3%), de doenÃa periodontal (87,3%) e de alteraÃÃes em mucosa bucal (12,7%) na populaÃÃo estudada. Evidenciou-se que nÃo existe associaÃÃo estatisticamente significativa entre
presenÃa de cÃrie e condiÃÃes imunolÃgicas dos pacientes soropositivos (p>0,05). Entretanto, a presenÃa de alteraÃÃes em mucosa bucal apresentou associaÃÃo estatisticamente significativa com baixa contagem de linfÃcitos T CD4 (RP: 4,20; IC95%: 1,74 â 10,13; p<0,001) e elevados nÃveis de carga viral plasmÃtica (RP: 4,74; IC95%: 2,11 â 10,67; p<0,001). Este estudo permitiu concluir que existe na populaÃÃo investigada uma alta prevalÃncia de doenÃas bucais, apresentando, consequentemente, grande necessidade de tratamento odontolÃgico. Entretanto, observou-se tambÃm que existem limitaÃÃes do acesso dessas pessoas aos serviÃos de saÃde bucal. / Knowledge about the oral health status and the use of dental services for people living with HIV / AIDS (PLWHA) is a factor important to plan actions in order to provide a focus Quality dental care to this population. This study aimed to
identify the main factors related to utilization of dental services and oral health status of PLWHA in Fortaleza - CearÃ. To this end, A transversal study with a quantitative approach, developed August to December 2009 with PLWHA who were accompanying us infectious disease clinics of a university hospital (HUWC) and Medical Specialties Center Josà de Alencar (CEMJA). We collected Data on the clinical and laboratory such persons, on conditions sociodemographic, utilization of dental services and the conditions of oral health of this population. The study included 173 patients; 72.3% male and 27.7% female, with a mean age of 36.4 years. Of these, 50.9% (88/173) said they had not yet consulted with a dentist after HIV infection and 52.6% (91/173) of participants said not disclose their HIV status to the dentist before a treatment dentistry. The study also showed that searching for dental care
public services (PR: 2.39, 95% CI 1.23 to 4.16, p <0.001) and reveal the condition
serology for the dentist (PR: 2.11, 95% CI: 1.03 - 4.31, p <0.001) were
significantly associated with having difficulty in accessing these
services. There was a high prevalence (61.3%), periodontal disease
(87.3%) and changes in oral mucosa (12.7%) in this population.
It was evident that there is no statistically significant association between
caries and immunological conditions of seropositive patients (p> 0.05).
However, the presence of changes in oral mucosa was associated
statistically significant with low CD4 count (PR: 4.20;
95% CI: 1.74 to 10.13, p <0.001) and high levels of plasma viral load (PR: 4.74;
95% CI: 2.11 to 10.67, p <0.001). This study concluded that there is at
investigated population a high prevalence of oral diseases, showing
therefore, great need for dental treatment. However,
also observed that there are limitations on access to these people
oral health services.
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Relações de gênero, condições de vida e vulnerabilidade social em mulheres com HIV/aids: elementos subsidiários à concepção de programas de atenção à saúde da mulher junto à comunidade / Relationships of gender, life conditions and social vulnerability in women with HIV/aids: supplemental elements to the conception of womens health care programs in the community.Rosana Carvalho Mumic Ferreira Savignani 07 November 2014 (has links)
A relação entre desigualdade social e de gênero tem sido apontada como um importante elemento de vulnerabilidade das mulheres às infecções por doenças sexualmente transmissíveis, com destaque para o HIV/aids. Questões como a vivência da sexualidade, as relações desiguais entre homens e mulheres, as formas de inserção no mercado de trabalho, desigualdade salarial e violência doméstica, exemplificam alguns contextos de maior vulnerabilidade da mulher à infecção pelo HIV/aids. Observa-se a necessidade de articular ações de diversos setores, não apenas para aumentar a compreensão da vulnerabilidade feminina ao HIV/aids, mas principalmente favorecer condições econômicas, sociais e políticas para superar as desigualdades e proporcionar melhores condições de vida para essas mulheres. O presente estudo teve como objetivo geral identificar, de acordo com relatos de mulheres que vivem com HIV/aids, elementos determinantes à vulnerabilidade feminina e ao convívio com a doença. Foram realizadas entrevistas de história de vida com 20 mulheres, maiores de 21 anos, portadoras de HIV/aids, atendidas no Ambulatório do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. A coleta de dados foi realizada de acordo com os procedimentos de evocação/enunciação/verificação, visando eliminar a indução ou a interferência nas respostas, e feita em duas etapas, a) estabelecimento do rapport e caracterização sócio demográfica; b) entrevista áudio gravada. As gravações foram transcritas integralmente, e a análise dos dados foi realizada com base em etapas sucessivas, para identificação de categorias. Aspectos de condições de vida (pauperização, maternidade, violência doméstica), anomia e estrutura familiar aparecem como determinantes do processo saúde/doença, enquanto elementos de vulnerabilidade. Após o diagnóstico de soropositividade as mulheres relatam a importância do enfretamento e das mudanças no modo de vida, apropriando-se das necessidades e/ou condições limitantes de portadoras do HIV/aids. Estes dados indicam elementos de vulnerabilidade, condições de vida e enfrentamento do HIV/aids, importantes para a concepção de programas de atenção à saúde da mulher no âmbito da comunidade. / The relationship between social and gender inequality has been pointed as an important element of female vulnerability to infections by sexually transmissible diseases, especially HIV/aids. Questions like the experience of sexuality, unequal relationships among men and women, forms of insertion in the work market, wage inequality and domestic violence are examples of contexts of greater vulnerability for women to the HIV/aids infection. The articulation of actions in several sectors is necessary, not only to increase the understanding of female vulnerability to HIV/aids, but mainly to favor economical, social and political conditions to overcome the inequalities and provide these women with better life conditions. The general objective of the present study was to identify determining elements to female vulnerability and living with the disease, according to the narratives of women who live with HIV/aids. Life story interviews were performed with 20 women, aged over 21 years, who had HIV/aids and were assisted in the Outpatient Clinic of the Department of Infectious and Parasitic Diseases of the Faculty of Medicine of São José do Rio Preto. Data were collected according to the procedures of elicitation/enunciation/verification, with the aim to eliminate the possibility of inducing or interfering in the answers, and the process was divided into two stages, a) establishment of rapport and sociodemographic characterization; b) interview with audio recording. The recordings were fully transcribed, and the data were analyzed based on two consecutive stages, so as to identify the categories. Aspects of life conditions (impoverishment, maternity, domestic violence), family structure and anomie appear as determining factors in the health-disease process, while elements of vulnerability. After the seropositivity diagnosis, women report the importance of coping and changing their lifestyle, assuming the limiting conditions and/or needs of people with HIV/aids. These data indicate elements of vulnerability, life conditions and coping with HIV/aids, which are important for the conception of womens health care programs in the community setting.
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O convívio com HIV/aids em pessoas da terceira idade e suas representações: vulnerabilidade e enfrentamento / Living with HIV/aids in third age individuals and theirs representations: vulnerability and confrontation.Renata Maria Provinciali 02 February 2006 (has links)
Atualmente, envelhecimento e HIV/aids são fenômenos cada vez mais convergentes em todo o mundo, levantando questões urgentes de solução sobre a compreensão deste processo no interior das sociedades atuais. Buscando identificar representações e características biopsicossociais de pessoas de terceira idade, no sentido de promover recursos para fazer frente à exclusão e vulnerabilidade deste seguimento da sociedade, o envelhecimento e a soropositividade para o HIV vem sendo foco de estudo das mais variadas áreas do conhecimento. Diante destas questões, este trabalho tem como objetivo estudar crenças e representações de pessoas idosas sobre o seu convívio com HIV/aids, visando compreender seus próprios sentidos e significados. Foram estudados 7 pacientes soropositivos para o HIV, cinco homens e duas mulheres, com idades variando entre 61 e 71 anos. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas para levantamento de crenças, além de coleta sobre história de vida. Análises de conteúdo sobre as transcrições das entrevistas, com base em categorias temáticas possibilitaram a identificação de três categorias gerais: (A) Terceira idade, (B) A soropositividade no cotidiano de pessoas idosas e (C) Relações afetivo-sexuais. Cognições relacionadas à terceira idade indicam que a velhice é vista como uma etapa do desenvolvimento, marcada por transformações físicas e emocionais, onde potencialidades e capacidades de antes, agora estão restringidas. A análise dos dados demonstra que a percepção de risco e práticas de prevenção não fizeram parte da vida destas pessoas antes da contaminação. O impacto da notícia do diagnóstico positivo desperta reações e sentimentos desestruturantes, como angústia, medo, desorientação e culpa. A busca por tratamentos médicos e auto-cuidado tornam-se meios de enfrentamento. A necessidade de silenciar-se em relação à sorologia positiva se faz presente no intuito de afastar o preconceito e a discriminação. A aids e a condição de soropositivo para o HIV são incorporados à vida destas pessoas de maneiras polarizadas: para uns é vista como mais um aspecto a ser vivenciado, não interferindo no modo de vida anterior ao diagnóstico, enquanto que para outros a soropositividade torna-se um incômodo constante e conviver com ela passa a requerer muito esforço. A despeito de mitos e crenças sobre a sexualidade do idoso, os resultados encontrados nos coloca frente a uma realidade que não pode ser ignorada, exigindo um novo dimensionamento para a concepção de futuros programas destinados à orientação e suporte a pessoas de terceira idade. / At present, ageing and HIV/AIDS are converging phenomenons throughout the world, raising urgent solution issues for the understanding of this process inside society nowadays. In the search for the identification of biopsychosocial characteristics and representations of individuals in the third age, in order to provide resources to confront the exclusion and vulnerability of this segment of society, ageing and positive testing for HIV have been the focus of studies in various fields of knowledge. In the face of these issues, the objective of this paper is to study the personal beliefs and representations of elderly individuals living with HIV/AIDS, seeking to understand their feelings and meanings. Seven (7) HIV positive patients were studied: five men and two women, ages varying from 61- 71 years of age. Semi-structured interviews were carried out for the personal belief survey, as well as for the data collection of life history. Content analysis of interview transcripts, based on thematic categories, made it possible to identify three general categories: (A) Third age, (B) The effects of HIV positivity in the daily routine of the elderly and (C) Sexual-affectionate relationships. Third age is perceived as a stage in human development, marked by a series of physical and emotional transformations resulting in reduced potency and capacity. Data analysis demonstrates that risk and prevention practices were not part of these people?s lives before contamination. The impact of the news of a positive result awakens destructuring reactions and feelings, such as anguish, fear, disorientation and guilt. The search for medical treatments and self-care become means of facing the issue. The need for non-disclosure regarding positive serology is present in the intent of averting prejudice and discrimination. AIDS and the condition of being HIV positive are incorporated into the lives of these people in polarized ways: for some it is seen as one more aspect of life to be lived, which does not interfere in their way of living prior to the diagnosis, however, for others the positive result becomes a constant inconvenience and living with it requires a great deal of effort. Despite myths and beliefs about the sexuality of the elderly, the results found puts us face to face with a reality that cannot be ignored. It requires a new dimensioning for planning future programs aimed at giving orientation and support to people in the third age.
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Sentidos atribuídos por adultos com HIV/AIDS à doença e ao cuidado que recebem de familiares. / Meanings attributed by adults living with HIV/AIDS to the disease and to the care they receive from relatives.Cintia Yuri Soga Bomfim Machado 03 February 2014 (has links)
A AIDS constitui um problema de saúde pública em âmbito mundial e impõe desafios para a medicina quanto ao tratamento e cura. A transmissibilidade e o mau prognóstico da doença contribuíram para investi-la de representações sobre morte, contágio e sexo, que resultam na discriminação e estigmatização do portador. Inicialmente, a adoção de concepções de risco contribuiu para associar a AIDS com segmentos sociais marginalizados e práticas individuais, dificultando a adoção de medidas preventivas entre os indivíduos não estigmatizados, sobretudo, a mulher. A interação da AIDS com a pobreza e outras formas de desigualdade social mostrou os limites do modelo epidemiológico de risco, substituído pelo conceito de vulnerabilidade, capaz de abarcar a complexidade da epidemia. Os avanços tecnológicos no tratamento da doença desencadearam seu processo de cronificação, provocando alterações no cotidiano das pessoas com HIV/AIDS. Ao lado do uso da terapia antiretroviral, o atendimento doméstico vem se firmando como modalidade de assistência à pessoa com HIV/AIDS. A família assume o papel de agente informal no cuidado ao membro doente, com função complementar no processo de enfrentamento à doença. Este estudo buscou identificar os sentidos que adultos com HIV/AIDS atribuem à vivência da doença e ao cuidado que recebem de familiares, segundo uma perspectiva qualitativa de pesquisa. Foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas, de acordo com o procedimento de livre enunciação, com treze adultos com HIV/AIDS de ambos os sexos, de 21 a 67 anos, sintomáticos há pelo menos seis meses, usuários da rede pública de saúde e pertencentes às classes populares. Foram excluídas pessoas institucionalizadas e portadores de comorbidades limítrofes. A determinação do número de participantes ocorreu mediante saturação teórica. Os sujeitos foram recrutados na UETDI (HC-FMRP) e em uma ONG/AIDS de Ribeirão Preto entre agosto de 2011 e julho de 2013. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo, possibilitando identificar cinco categorias temáticas: 1) Impacto do diagnóstico; 2) Naturalização; 3) Enfrentamento; 4) Cuidado e; 5) Condições de vida. Algumas destas categorias foram desdobradas em subcategorias para viabilizar a compreensão de processos específicos em seu interior. Os resultados demonstraram que a vivência próxima e prolongada com pessoas com AIDS ajuda a desconstruir a doença como morte, minimizando o medo da perda do portador por familiares. Da mesma forma, foi possível observar um despreparo de profissionais da saúde na comunicação do diagnóstico positivo para o HIV, necessitando incorporar elementos de ordem subjetiva em sua formação. Para além da intervenção técnica, a atuação destes profissionais demanda uma abordagem holística, em que devem estar presentes a escuta, a orientação e o acolhimento das necessidades afetivas do paciente e seus familiares. Para os participantes, a presença de redes de apoio ajudou na estruturação de recursos para o enfrentamento da doença. A família apresenta destaque nesse processo com a disponibilização de elementos instrumentais e/ou afetivos de cuidado. As atividades domésticas foram realizadas de acordo com o gênero do cuidador, sendo que as mulheres assumiram predominantemente as funções relacionadas ao ambiente doméstico, enquanto que os homens se concentraram na esfera pública, responsabilizando-se pela provisão. A exceção foi marcada pela ausência de figuras masculinas na família. Em síntese, tais resultados podem ser generalizáveis a outras doenças estigmatizantes caracterizadas pela exclusão social do portador. / AIDS constitutes a worldwide public health problem and brings challenges to the medicine in terms of treatment and cure. The transmissibility and adverse prognosis of the disease contributed to invest it with representations of death, contagion and sex, which resulted in discrimination and stigmatization of the HIV/AIDS patient. Initially accepted concept of \"risk\" contributed to associate AIDS with marginalized social groups and individual practices, hindering the adoption of preventive methods among non-stigmatized individuals, especially women. Linking AIDS with poverty and other forms of social inequality showed the limits of epidemiological model of \"risk\", replaced later by the concept of \"vulnerability\" that could encompass the complexity of the epidemic. Technological advances in the treatment of disease triggered the process of chronicity, causing changes in the daily lives of HIV/AIDS patients. Beside the use of antiretroviral therapy, home care has established itself as a form of assistance to people with HIV/AIDS. The family assumes the role of an informal agent in taking care of a sick member which has a complementary function in the process of coping with the disease. This study aimed to identify the meanings that adults with HIV/AIDS attributed to the experience of illness and to the care they received from their families, according to a perspective proposed by qualitative research. Semi-structured interviews were carried out following the procedure of livre enunciação, with thirteen adults with HIV/AIDS in both sexes, aged between 21 and 67 years, symptomatic for at least six months, users of public health system and representing vulnerable social classes. The institutionalized patients and the carriers of the comorbid borderline were excluded from the study. The number of participants was determined through theoretical saturation. The subjects were recruited in UETDI (HC-FMRP) and an NGO/AIDS of Ribeirão Preto between August 2011 and July 2013. The data were subjected to content analysis, making it possible to identify five thematic categories: 1) Impact of diagnosis, 2) Naturalization; 3) Coping, 4) Care and 5) Living Conditions. Some of these categories were split into subcategories to facilitate the understanding of specific processes within. The results showed that the close and continuous contact of family members with HIV/AIDS patients helps to deconstruct the association of the disease with the representation of death, minimizing the fear of loss. Likewise, it was possible to observe a lack of preparation of health professionals in confirming and communicating the positive diagnosis of HIV, requiring incorporate the elements of subjective order in their training. Beyond the technical intervention, the role of these professionals demands a holistic approach that must be present to listen to people affected with disease, offering the guidance and being receptive of emotional needs of patients and their families. For the participants, the presence of the networks of support helped in structuring resources to combat the disease. The family was highlighted in this process providing the instrumental and/or emotional elements of care. Domestic activities were performed depending on the gender of the caregiver, with women predominantly assumed the functions related to the household, while men focusing on the public sphere, taking responsibility for the provision of resources. The exception was observed in case of the absence of male figures in the family. In summary, these results may be generalized to other diseases which are known by stigmatizing and by social exclusion of a patient.
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