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Educação, juventude e homossexualidade: experiências escolares de jovens gays pobres

SANTOS, Júlio César de Oliveira 08 March 2017 (has links)
Submitted by Alice Araujo (alice.caraujo@ufpe.br) on 2018-05-18T22:49:08Z No. of bitstreams: 1 DISSERTAÇÃO Julio Cesar de Oliveira Santos.pdf: 1769023 bytes, checksum: 6cd397cb806c610efc6cce5a22aae312 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-05-18T22:49:08Z (GMT). No. of bitstreams: 1 DISSERTAÇÃO Julio Cesar de Oliveira Santos.pdf: 1769023 bytes, checksum: 6cd397cb806c610efc6cce5a22aae312 (MD5) Previous issue date: 2017-03-08 / CAPES / Compreendendo a escola como uma arena de disputa e articulação de significados em torno das relações de gênero, sexualidade, raça e classe social, este estudo teve como objetivo analisar, a partir das narrativas de jovens gays, moradores de favela, como a educação escolar tem participado de suas experiências de si e que estratégias de resistência esses jovens têm desenvolvido diante de políticas escolares normalizadoras. Para tanto, construímos um corpus formado por entrevistas em profundidade, com seis jovens homossexuais moradores de favelas/comunidades, com idades entre 17 e 20 anos, estudantes do ensino médio, de escolas públicas de Pernambuco. O corpus foi analisado à luz da Teoria Política do Discurso. Observamos que os processos de assunção da homossexualidade na família foram momentos de muita tensão para todos os entrevistados. Os modos de classificação das diferenças adotados pelos jovens sinalizam disputas em torno de aspectos de gênero, sexualidade, moral e classe social. Destaca-se a recorrência de “brincadeiras” e “piadas” no contexto escolar, que funcionam como tentativas de correção daqueles que se distanciam dos padrões de gênero inteligíveis. Se “assumir como gay” e “entrar” nessas “brincadeiras”, foram estratégias políticas desencadeadas para o enfrentamento de rituais de “heteroterrorismo” e o manejo de situações no cotidiano escolar. Observamos, ainda, a emergência de práticas que interrompem a regularidade discursiva heteronormativa através da constituição de redes de solidariedade e resistência, articuladas em torno da formação de grupos e de atividades como um esporte, uma banda, o teatro e/ou de simples relações de amizade. / Understanding the school as an arena of dispute and articulation of meanings about gender, sexuality, race and social class, this study aimed to analyze, through the narratives of young gay people, favela residents, how school education has played a role in their experiences of the self and what strategies of resistance these young people have developed in the face of regulatory school policies. To do so, we constructed a corpus of interviews with six homosexual High School students from public schools in Pernambuco, all aged 17 to 20 and living in favelas/communities. The interviews were analyzed in the light of the Political Theory of Discourse. We observed that the processes of coming out to the family were moments of great tension for all the interviewees. The ways of classification of differences adopted by young people indicate disputes around questions of gender, sexuality, morality and social class. We highlight the recurrence of “jokes” and “malicious behavior” in the school context, which serve as attempts to correct those who distance themselves from intelligible gender patterns. “Come out as gay" and "go along" with the "jokes" were political strategies developed for the confrontation of rituals of “heterterrorism” and the handling of situations in the school everyday life. We also observe the emergence of practices that interrupt heteronormative discursive regularity through the creation of networks of solidarity and resistance, articulated around the formation of groups and activities such as sports, musical bands, theater and/or simple relations of friendship.
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Entre ditos e não ditos: a marcação social de diferenças de gênero e sexualidade por intermédio das práticas escolares da Educação Física /

Prado, Vagner Matias do. January 2014 (has links)
Orientador: Arilda Ines Miranda Ribeiro / Banca: Maria de Fátima Salum Moreira / Banca: Wiliam Siqueira Peres / Banca: Helena Altmann / Banca: Márcio Rodrigo Vale Caetano / Resumo: A Educação Física se encontra inserida em sistemas discursivos que constroem representações sobre condutas normalizadas em nossa sociedade. Ostentar um corpo diferente dos padrões de saúde e beleza instituídos, não se adequar aos comportamentos sociais "apropriados" segundo seu gênero, ou transgredir o sistema de inteligibilidade cultural que prediz uma relação causal e ordenada entre sexo, gênero e sexualidade são marcadores que denunciam algumas "diferenças" durante aulas de educação física na escola. Ao contar com o aporte teórico de estudos pós-estruturalistas e da teoria queer, objetivamos compreender de que maneira os discursos utilizados pela disciplina produzem marcas associadas ao gênero e a sexualidade, tendo a heterossexualidade como base normativa. Investigamos como sujeitos que questionam os padrões de normalidade heterossexual são representados nos espaços escolares e como constroem resistências para transitarem por eles. A pesquisa foi desenvolvida junto a jovens adultos gays no município de Presidente Prudente - SP. Através da aplicação de questionários socioeconômicos e da elaboração de seis (6) entrevistas semiestruturadas, analisamos relatos sobre vivências de sujeitos, que se autorrepresentam enquanto homossexuais, a partir de suas rememorações sobre aulas de educação física na Educação Básica. Os resultados obtidos apontam que a Educação Física escolar é gerenciada pelos mecanismos reguladores de gênero na qual a heterossexualidade é tomada como padrão de normalidade. Sujeitos que não performatizam a masculinidade hegemônica, ou pautada na noção de virilidade e subjugação do feminino, são alvos constantes de marcações de diferenças que objetivam "materializar" suas "não adequações" no cenário escolar e, mais especificamente, durante aulas de educação física nesse contexto. / Abstract: Physical education is part and parcel of the discursive systems that construct representations of standardized behaviors in our society. Sporting a different physique than that set by the commonly accepted standards of health and beauty, not adhering to socially appropriate gender behaviors, or running afoul of the system of cultural intelligibility that demands a causal and ordered relationship between sex, gender and sexuality are markers that indicate "differences" in physical education classes at school. By relying on the theoretical framework of poststructuralist studies and queer theory, we aim to understand how the discourses used by the discipline produce standards for gender and sexuality, using heterosexuality as a normative baseline. We researched subjects who questioned the standards of heterosexual normality as represented in academic spaces and how they built the defenses that allowed them to transit in these spaces. The survey was developed with young gay adults in the city of Presidente Prudente - SP. Through the use of socioeconomic questionnaires and the development of six (6) semi-structured interviews, we analyzed reports of the experiences of the subjects, who self-represent as homosexuals, from their recollections of physical education classes throughout basic education. The results obtained indicate that Physical Education is managed by the regulatory gender mechanisms in which heterosexuality is taken as a standard of normality. Subjects who did not demonstrate hegemonic masculinity, as grounded in the notion of virility and female subjugation, are constant targets of labeling that aim to "materialize" their "lack of adequacies" in the school setting and, more specifically, within the context of physical education classes. / Doutor
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Homofobia e heterossexismo na escola: um estudo sobre significações de professores gays que atuam na educação básica

Toledo, Rodrigo 19 March 2018 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2018-05-04T13:41:27Z No. of bitstreams: 1 Rodrigo Toledo.pdf: 1163696 bytes, checksum: b7b0bc974e503bde3f1de46b338ae23b (MD5) / Made available in DSpace on 2018-05-04T13:41:27Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Rodrigo Toledo.pdf: 1163696 bytes, checksum: b7b0bc974e503bde3f1de46b338ae23b (MD5) Previous issue date: 2018-03-19 / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / The purpose of this research is to understand the concepts constructed by teachers who are gay about the multiple violence and prejudices experienced in relation to their sexual orientation and their expression approach types. To enable to comply with this, we seek to understand the historical constitution of heterosexism and homophobia in the Brazilian society. We have focused on studies that recall the trajectory of LGBTT movement and the various forms of expression of homophobia, focusing especially on their expressions in school. We also have reflected on the school as a powerful space for confronting homophobia and how this institution can eventually also become a space for violence Finally, the study also focused on understanding struggling strategies and homophobia conflict. Hence, four sessions of conversation were held with teachers who identified themselves as gays and who work in the basic education. The selection of the teachers who participated of the r4esearched was based on the "snowball" strategy, according to May's proposition, in which the first participant selected, which met the profile defined for the study (being a teacher who defined him/herself gay in public schools of basic education indicated a new entrant and so on. The analysis was done by Núcleos of Significação (Meaning Concept Cell). The research concluded that prejudice and discrimination against the LGBTT population, in most cases, result in situations in which these people are humiliated and / or beaten, initially because their expression of gender / sexuality is considered to be outside of the patterns of heteronormativity. This fact suggests that it is fundamental to face conservatism, which is expressed in practices that accentuate prejudice and violence addressed to the LGBTT population in the school environment. In this sense, when the school does not define itself politically against homophobic violence, it can become a space for the production of violence and a reaffirmation of the exclusions experienced by the school actors. We have realized that the daily school life has not been conducive for teachers who wish to have a practice committed to the transformation of reality to achieve it, especially when they are engaged in a work involving education related to gender relations and the fight against homophobia. We have concluded that the participants of this research as they were classified themselves as "good students" and having faced violence in the school during their initial school time and then as teachers, had to create tools and strategies by themselves to face the challenges presented by the their gender condition. It is important to emphasize that to overcome the difficulties experienced by the participants was only possible in the adult life and that they survived in school through the establishment of partnerships and supports (personal and institutional). Considering this scenario, such partnerships and supports were fundamental to the participants to remain in school as teachers, developing their work in a positive way. Thus, the results of this study suggest that it is essential that schools develop projects, together with social movements, to devote themselves to understand, discuss and accept differences in sexual orientation, so that these actions imply that students dropping out of school out by fear and / or discrimination, and building professional settings in which gay teachers also remain in school without violence / O propósito desta pesquisa é compreender as significações que professores gays constroem sobre as múltiplas violências e sobre os preconceitos vividos em relação à própria orientação sexual e suas formas de expressão. Para isso, buscamos compreender a constituição histórica do heterossexismo e da homofobia na sociedade brasileira. Debruçamo-­nos sobre os estudos que recontam a trajetória de lutas do movimento LGBTT e às diversas formas de expressão da homofobia, dedicando-­nos, especialmente, às suas expressões na escola. Refletimos, também, sobre a escola como um espaço potente para o enfrentamento da homofobia e como em alguns momentos essa instituição também pode se tornar um espaço de produção de violências. Por fim, o estudo também se dedicou a compreender estratégias de enfrentamento e combate à homofobia. Para isso, foram realizadas quatro sessões de conversação com professores que se autodeclaram gays e que atuavam na educação básica. A seleção dos professores participantes ocorreu pela estratégia “bola de neve”, segundo proposição de May, na qual o primeiro participante selecionado, e que atendia ao perfil definido para o estudo (ser professor que se autodeclara gay, em exercício em escolas públicas de educação básica) indicou um novo participante e assim sucessivamente. A análise foi feita por Núcleos de Significação. A pesquisa permitiu concluir que o preconceito e a discriminação contra a população LGBTT, na maioria das vezes, resultam em situações nas quais essas pessoas são humilhadas e/ou agredidas, inicialmente, por sua expressão de gênero/sexualidade considerada fora dos padrões de heteronormatividade. Esse fato sugere que é fundamental combater o conservadorismo, que se expressa em práticas que acentuam o preconceito e as violências direcionadas à população LGBTT no ambiente escolar. Dessa maneira, quando a escola não se posiciona politicamente contrária às violências homofóbicas, ela pode se tornar um espaço de produção de violências e de reafirmação das exclusões vividas pelos atores escolares. Apreendemos que o cotidiano escolar não tem sido propício para que os professores que pretendem ter uma prática comprometida com a transformação da realidade consigam empreende-­la, em especial quando se dedicam a um trabalho envolvendo a educação para as relações de gênero e para o combate à homofobia. Verificamos que os participantes desta pesquisa, ao terem se constituído como “bons alunos” e por terem enfrentado violências no espaço escolar durante sua escolarização inicial e depois como professores, tiveram que forjar sozinhos as ferramentas e as estratégias para enfrentar os desafios colocados em função da sua orientação sexual. É importante ressaltar que a superação das dificuldades vividas pelos participantes só se concretizou na vida adulta e que eles sobreviveram na escola por meio do estabelecimento de parcerias e apoios (pessoais e institucionais). Diante disso, tais parcerias e apoios mostraram-­se fundamentais para que os participantes conseguissem permanecer na escola, como professores, desenvolvendo seu trabalho de forma positiva. Sendo assim, os resultados deste estudo sugerem que é essencial que as escolas desenvolvam projetos, em parceria com os movimentos sociais, que se dediquem a compreender, discutir e acolher as diferenças de orientação sexual, de maneira que essas ações impliquem a prevenção da evasão de alunos e alunas LGBTT por medo e/ou discriminação e a construção de ambientes profissionais nos quais os professores gays também permaneçam nas escolas sem que sofram violências
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Diversidade sexual e homofobia na escola : as representações sociais de educadores/as da educação básica

Souza, Elaine de Jesus 09 January 2015 (has links)
The representations that educators have about the homophobic practices influence the construction or deconstruction of prejudices and discriminatory attitudes that are manifested in schools and end up causing many other types of violence throughout society. Thus, silencing and/or denial of multiple affective and sexual orientations that pervade the school contribute to the enhancement of prejudices. However, it is undeniable that, in most cases, teachers end up leaving out, rather than to adopt positions contrary to such violence, due to the lack of these issues in teacher education and the socio-cultural and religious norms that define their social representations. Thus, the main objective of this qualitative study was to analyze the social representations of educators about sexual diversity and homophobia, aiming to understand how such representations can influence and/or contribute to the construction or deconstruction of prejudice and discrimination that permeate the school environment. Therefore, we used the method of thematic categorical content and an instrument consisting of semi-structured interviews and questionnaires answered by 17 teachers from two schools in the basic education of a city of Sergipe was prepared. The results showed that social representations of most educators are guided by numerous doubts and contradictions about the thematic sexual diversity and homophobia because of ignorance due to the lack of these themes in the initial and continuing education, and other issues that impede the search for information and training, such as religious conventions, contributing to the maintenance of subtle and overt prejudices embedded in homophobic practices that permeate the school environment. And, most teachers reported situations of prejudice and discrimination that occurred at school, such as jokes, derogatory nicknames, exclusions, threats that make up the indirect homophobia. Thus, different behaviors of heteronormative pattern generate violence against individuals who are ridiculed, marginalized and judged within the school environment (and society in general). Therefore, to reveal the social representations (conceptions and experiences) educators about sexual diversity and homophobia, alert to the need for information and accurate and up to date on such issues formations. For teachers may question the heteronormative standards, understand, acknowledge and accept sexual and gender identities, deconstructing prejudice and effectively embracing this diversity of individuals that integrates school. / As representações que educadores/as possuem acerca das práticas homofóbicas influenciam a (des)construção de atitudes preconceituosas e discriminatórias que são manifestadas na instituição escolar e acabam ocasionando diversos outros tipos de violências em toda a sociedade. Dessa forma, o silenciamento e/ou a negação das múltiplas orientações afetivo-sexuais que permeiam a escola contribuem para o enaltecimento dos preconceitos. Todavia, é inegável que, na maioria dos casos, os/as docentes acabam se omitindo, ao invés de adotarem posicionamentos contrários a tais violências, devido à carência desses temas na formação docente e as normatizações socioculturais e religiosas que delimitam suas representações sociais. Assim, o principal objetivo dessa pesquisa qualitativa foi analisar as representações sociais de educadores/as acerca da diversidade sexual e da homofobia, visando compreender de que forma tais representações podem influenciar e/ou contribuir para a (des)construção de preconceitos e discriminações que perpassam o ambiente escolar. Por conseguinte, empregou-se o método de análise de conteúdo categorial temática e foi elaborado um instrumento constituído por entrevistas e questionários semiestruturados respondidos por 17 docentes de duas escolas da educação básica de um município de Sergipe. Os resultados obtidos evidenciaram que as representações sociais da maioria dos/as educadores/as são pautadas em inúmeras dúvidas e contradições acerca das temáticas diversidade sexual e homofobia devido ao desconhecimento em decorrência da carência desses temas na formação inicial e continuada, e a outras questões que impedem a busca de (in)formação, tais como as convenções religiosas, contribuindo com a manutenção dos preconceitos sutis e manifestos inseridos nas práticas homofóbicas que permeiam o espaço escolar. Bem como, a maioria dos/as docentes relatou situações de preconceitos e discriminações ocorridas na escola, tais como piadinhas, apelidos pejorativos, exclusões, ameaças, que compõem a homofobia indireta. Assim, comportamentos diferentes do padrão heteronormativo geram violências contra indivíduos que são ridicularizados, marginalizados e julgados no próprio ambiente escolar (e na sociedade de modo geral). Portanto, ao desvelar as representações sociais (concepções e vivências) de educadores/as acerca da diversidade sexual e homofobia, alerta-se para a necessidade de (in)formações precisas e atualizadas acerca de tais temas. Para que os/as docentes possam questionar os padrões heteronormativos, compreender, reconhecer e aceitar as identidades sexuais e de gênero, desconstruindo preconceitos e acolhendo efetivamente essa diversidade de indivíduos que integra a escola.

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