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A vida operária em Manaus: imprensa e mundos do trabalho (1920)Teles, Luciano Everton Costa 10 October 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-10-10 / Still walking in the sense of to contribute for the process of renewal regional
historiográfica and to lessen the field little explored of the Labor History in Amazon to
present researches search to understand the universe of the work and, especially, the
dimensions of the speech, organization and fight worker in Manaus, in the beginning of
the decade of 1920, filtered by the pages of the newspaper Labor Life, one of the most
important labor newspapers appeared in Amazon. It is also tried to discuss the own
Imprensa Operária, as one of the most important manifestations of the culture of the
working classes, inquiring concerning the paper carried out by the newspaper Labor Life
inside the journalism amazonense, expressing his/her line editorial and the characteristics
that single out him/it inside that press, besides identifying the dimensions (size,
composition, characteristics) of the universe of the work and of the urban workers from
Manaus, still mapping the demands and accusations concerning the life conditions and
work and observing the performance of the newspaper mentioned in the organization
processes, understanding and fight worker, punctuating the organizational dilemmas, the
internal disputes, you influence them of theoretical currents inside the political
movement of the workers amazonenses / Caminhando no sentido de contribuir para o processo de renovação historiográfica
regional e minorar o campo ainda pouco explorado da História Operária no Amazonas, a
presente dissertação buscou compreender o universo do trabalho e, em especial, as
dimensões da fala, organização e luta operária em Manaus, no início da década de 1920,
filtradas pelas páginas do Vida Operária, um dos mais importantes jornais operários
surgidos no Amazonas. Procura-se também discutir a própria Imprensa Operária, como
uma das mais importantes manifestações da cultura das classes trabalhadoras, inquirindo
acerca do papel desempenhado pelo jornal Vida Operária no interior do periodismo
amazonense, externando sua linha editorial e as características que o singularizam no
interior daquela imprensa, além de identificar as dimensões (tamanho, composição,
características) do universo do trabalho e dos trabalhadores urbanos de Manaus, mapeando
ainda as demandas e denúncias acerca das condições de vida e trabalho e observando a
atuação do jornal mencionado nos processos de organização, conscientização e luta
operária, pontuando os dilemas organizacionais, as disputas internas e as influenciais das
diversas correntes teóricas no interior do movimento político dos trabalhadores
amazonenses
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Ativismo de mídia no Brasil : o anarquismo na belle époque / Media activism in Brazil: the anarchism in belle époqueDaniel Martins de Lima Silva 17 February 2009 (has links)
A produção de jornais por parte de grupos de operários no Rio de Janeiro durante as duas primeiras décadas do século XX é o objeto dessa pesquisa. Analisou-se o conceito do ativismo de mídia dentro de uma contextualização histórica, em comparação com as abordagens contemporâneas. Estudou-se o movimento operário que dava base à produção desses jornais, desde suas origens, fundamentações ideológicas, divisões internas e principais eventos. Tal movimento foi contextualizado dentro momento histórico que participa. Foram pesquisados jornais entre 1900 e 1920, com base no acervo da Biblioteca Nacional. Foram analisados de acordo com a periodicidade, duração, orientação ideológica, apresentação gráfica e linguagem. Analisou-se em conjunto os processos de apropriação de linguagem e de ascensão e queda da imprensa operária, considerando causas e conseqüências. Foram consultadas também fontes complementares de material produzido pelos grupos operários, tais como cartas abertas e cartazes. Os dados foram apresentados quantificados e comparativamente. Foi realizado um estudo de caso, com base no jornal A Voz do Trabalhador. Através da análise de discurso, foram exemplificadas estruturas comuns aos jornais operários, estilo de texto, e acompanhamento de situações específicas de crise, dinâmica de debate sobre assuntos em voga e orientação específica para o público-alvo. Tais análises revelaram uma pluralidade de orientações políticas, diversidade de abordagens e usos e superação da importância do jornal operário frente ao grupo que deveria representar. / The production of newspapers by groups of workers in Rio de Janeiro during the first two decades of the twentieth century is the subject of this research. We analyzed the concept of the media activism within a historical context, in comparison with contemporary approaches. To study the labor movement that was based on the production of newspapers, since its origins, ideological reasons, internal divisions and major events. This movement was contextualized within historical moment that participates. Newspapers were surveyed between 1900 and 1920, based on the acquis of the National Library. Were analyzed according to the frequency, duration, ideological orientation, layout and language. It was analyzed in all the processes of appropriation of language and the rise and fall of the workers press, considering causes and consequences. We also found additional sources of material produced by workers groups, such as open letters and posters. The data were presented quantified and compared. This was a case study, based on A Voz do Trabalhador newspaper. Through the analysis of speech, were exemplified structures common to the workers newspaper, style of text, and monitoring of specific situations of crisis, momentum for discussion of issues in vogue and specific guidance to the target audience. Such analysis revealed a number of policy guidelines, diversity of approaches and practices and overcoming the importance of group that should represent in the workers press.
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Ativismo de mídia no Brasil : o anarquismo na belle époque / Media activism in Brazil: the anarchism in belle époqueDaniel Martins de Lima Silva 17 February 2009 (has links)
A produção de jornais por parte de grupos de operários no Rio de Janeiro durante as duas primeiras décadas do século XX é o objeto dessa pesquisa. Analisou-se o conceito do ativismo de mídia dentro de uma contextualização histórica, em comparação com as abordagens contemporâneas. Estudou-se o movimento operário que dava base à produção desses jornais, desde suas origens, fundamentações ideológicas, divisões internas e principais eventos. Tal movimento foi contextualizado dentro momento histórico que participa. Foram pesquisados jornais entre 1900 e 1920, com base no acervo da Biblioteca Nacional. Foram analisados de acordo com a periodicidade, duração, orientação ideológica, apresentação gráfica e linguagem. Analisou-se em conjunto os processos de apropriação de linguagem e de ascensão e queda da imprensa operária, considerando causas e conseqüências. Foram consultadas também fontes complementares de material produzido pelos grupos operários, tais como cartas abertas e cartazes. Os dados foram apresentados quantificados e comparativamente. Foi realizado um estudo de caso, com base no jornal A Voz do Trabalhador. Através da análise de discurso, foram exemplificadas estruturas comuns aos jornais operários, estilo de texto, e acompanhamento de situações específicas de crise, dinâmica de debate sobre assuntos em voga e orientação específica para o público-alvo. Tais análises revelaram uma pluralidade de orientações políticas, diversidade de abordagens e usos e superação da importância do jornal operário frente ao grupo que deveria representar. / The production of newspapers by groups of workers in Rio de Janeiro during the first two decades of the twentieth century is the subject of this research. We analyzed the concept of the media activism within a historical context, in comparison with contemporary approaches. To study the labor movement that was based on the production of newspapers, since its origins, ideological reasons, internal divisions and major events. This movement was contextualized within historical moment that participates. Newspapers were surveyed between 1900 and 1920, based on the acquis of the National Library. Were analyzed according to the frequency, duration, ideological orientation, layout and language. It was analyzed in all the processes of appropriation of language and the rise and fall of the workers press, considering causes and consequences. We also found additional sources of material produced by workers groups, such as open letters and posters. The data were presented quantified and compared. This was a case study, based on A Voz do Trabalhador newspaper. Through the analysis of speech, were exemplified structures common to the workers newspaper, style of text, and monitoring of specific situations of crisis, momentum for discussion of issues in vogue and specific guidance to the target audience. Such analysis revealed a number of policy guidelines, diversity of approaches and practices and overcoming the importance of group that should represent in the workers press.
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O educar-se das classes populares oitocentistas no Rio de Janeiro entre a escolarização e a experiência / The auto-education from nineteenth-century popular classes in Rio de Janeiro between schooling and experience.Costa, Ana Luiza Jesus da 29 February 2012 (has links)
Tendo como pressuposto o papel ativo das classes populares em sua própria educação, a presente tese procurou compreender e explicitar as experiências educacionais destes sujeitosna corte/capital federal e província/estado do Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX e primeiros anos do século XX. Tais experiências foram apreendidas em três acontecimentos históricos: nas associações de trabalhadores, na imprensa operária e nas lutas por escolarização levadas a cabo por chefes de família e pais de família nas freguesias suburbanas e rurais da corte e da província do Rio de Janeiro. Nesses espaços pudemos identificar o que chamamos do educar-se das classes populares oitocentistas e suas representações de educação. A análise de estatutos e relatórios das associações de trabalhadores, pareceres do Conselho de Estado do Império recomendando a aprovação ou recusa desses estatutos, dos jornais produzidos por trabalhadores e dos abaixo-assinados pedindo ao Estado Imperial a abertura ou reabertura de escolas, permitiu-nos afirmar a importância das lutas das classes populares, desde pelo menos a segunda metade do século XIX na transformação dostatus da educação oferecida ao povo de dádiva a direito. / The main objective of this thesis was to enumerate and make a comprehensive analyzes of the educational experiences of the popular classes in the court/federal capital and province/state of Rio de Janeiro during the second half of the nineteenth-century and the first years of the twentieth-century assuming the active role of the popular classes in their own education. Such experiences were learned from three historical events: the workers associations; the workers press; and the movements for education leaded by householders in the suburban and rural parish of the court and the province of Rio de Janeiro. In these groups we were able to identify what we have called auto-education of the popular classes of the nineteenth-century and its educational representations. Analyzes of the statutes and reports from the workers associations and the resolutions from the imperial Council recommending or not its approval, the newspapers produced by workers and the petitions demanding from the imperial state the opening and reopening of schools allowed us to reaffirm the importance of the struggles of the popular classes, since at least the second half of the nineteenth-century, to transform the status of the education offered to the popular classes from a gift to a right.
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FRANCISCO FERRER y GUARDIA: Educação e a imprensa anarcosindicalista – “A PLEBE” (1917- 1919)Gonçalves, Aracely Mehl 10 December 2007 (has links)
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Previous issue date: 2007-12-10 / This study examines the libertarian educational thought propagated in Brazil by the anarchists at the end of the XIX century and beginning of the XX one and analyzes the anarchic periodical "A Plebe" within 1917 to 1919, once the press was considered a tool to the diffusion of their ideals. The theoretical reference that endorsed the research was the historical materialism through readings of Marx and Engels’s works. The bibliographical resources that supported the
analysis carried out from this referential was constituted by authors who make references to the educational theory developed by Francisco Ferrer y Guardia; author who was adopted by the anarchists in their schools, as well as his own
writings and works of Marxists authors who contextualized the passage of the economical agro exporter model to the industrial one in Brazil. The primary sources which are referent to the analyzed periodical were collected at Edgard
Leuenroth Archives at UNICAMP, and at Fundación Francesc Ferrer y Guardia in Barcelona, Spain. The study was divided in three chapters: the first one presents and points out the figure of Francisco Ferrer y Guardia in XIX century Europe, the organization and foundation of his Modern Schools as well as his educational thought known as Rationalist Teaching Education. The second chapter deals with the coming of the European immigrants to Brazil, the conditions of work and life that they found here and to which they were submitted to and also the strike movements organized by the anarchosyndicalists who, besides fighting for working improvements also established schools where the educational theory of Francisco Ferrer y Guardia became the
pedagogical thought that represented them. On the third chapter an analysis of the referring articles on education found in the periodical "A Plebe” was carried out, within the period cited before, in order to verify whether Ferrer’s
pedagogical thought appears in it and if this periodical took the defense of the proletarian education. In general terms, it was concluded that the periodical "A Plebe” contributed to the unveiling of the ideology imposed by the dominant
class during the studied period and was an instrument of propagation of Ferrer’s theory in Brazil, as well as an organizer of laboring struggles and opening of libertarian schools. The research demonstrated that the organization of the
libertarian schools by the anarchists, the revolutionary speech of their periodicals as well as the organization of strikes and of unions by them, were acts that led to a modification in the work and study conditions of the population, once , fearful that the common people could lead a revolution, the
government hurries and organizes laws to prescribe the working activities and creates schools to the working class , thus suffocating the shout and the laborer anarchist organization in all its aspects. / Este estudo examina o pensamento educacional libertário propagado no Brasil pelos anarquistas no final do século XIX e início do século XX, e, também, analisa o jornal anarquista “A Plebe” nos anos de 1917 a 1919, uma vez que a imprensa era considerada por estes uma ferramenta de difusão de suas
ideais.O referencial teórico – metodológico que respaldou esta pesquisa foi o do materialismo histórico através das leituras das obras de Marx e Engels. As fontes bibliográficas que deram suporte as análises feitas a partir deste referencial constituíram-se de autores que se referem à teoria educacional desenvolvida por Francisco Ferrer y Guardia ; autor adotado pelos anarquistas em suas escolas, bem como escritos dele próprio e os trabalhos de autores marxistas que contextualizam a passagem do modelo econômico agro
exportador ao modelo industrial no Brasil As fontes primárias, referentes ao jornal analisado, foram coletadas no Arquivo Edgard Leuenroth na UNICAMP, e na Fundación Francesc Ferrer y Guardia em Barcelona , Espanha.O estudo foi
dividido em três capítulos, sendo que o primeiro apresenta e situa a figura de Francisco Ferrer y Guardia na Europa do século XIX ,a organização e fundação de suas Escolas Modernas bem como o seu pensamento educacional
conhecido como Ensino Racionalista.O segundo capítulo aborda a vinda dos imigrantes europeus ao Brasil, as condições de trabalho e de vida que encontram e as quais se submeteram;assim como os movimentos grevistas
organizados pelos anarco-sindicalistas que, além de lutarem por melhorias trabalhistas, também fundaram escolas onde a teoria educacional de Francisco Ferrer y Guardia se tornou o pensamento pedagógico que os representava.No terceiro capítulo, foi feita uma análise dos artigos referentes à educação encontrados no jornal “ A Plebe”, no período já referenciado, a fim de se verificar se o pensamento pedagógico de Ferrer aparece naqueles e se este jornal fazia a defesa da educação proletária. Em termos gerais, concluiu-se que o jornal “A Plebe” contribuiu para o desvelamento da ideologia colocada pela classe dominante durante o período estudado e foi um instrumento de propagação da teoria de Ferrer no Brasil , além de ter sido um organizador de
lutas operárias e abertura de escolas libertárias. A pesquisa demonstrou que a organização das escolas libertárias pelos anarquistas , aliada ao discurso revolucionário de seus jornais e a organização de greves e de sindicatos, foram atos que levaram a uma modificação nas condições de trabalho e de estudo da população;porquanto receosos de que o povo fizesse uma revolução , o governo se apressa e organiza leis para regulamentar o trabalho e cria escolas para a classe trabalhadora, abafando assim o grito e a organização operária
anarquista em todos os seus aspectos.
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Proletários de todo o mundo, higienizai-vos!: o discurso higienista impresso nos jornais dos trabalhadores (Porto Alegre: 1900-1919)Cadaviz, Aline Kassick January 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010 / The present work intends to analyze the incidence of the medical-hygiene rhetoric linked to Porto Alegre newspapers read by the working class population between the years 1900 and 1919. This analysis is relevant because of the process of medicalization that Brazilian society was subjugated to at the beginning of the mid-nineteenth century and that had gained force with the establishment of the republican regime. Initially directed towards the better served classes, medicalization soon reached the poorer sectors of society, which soon became systematic targets of controlling educational campaigns that sought the moralization and hygienization of their behavior. Even though institutions (educational, punitive, hospital, repressive, etc. ) were ideal places for the implantation of public policies and private initiatives for seeking control of bodies, there are echoes of the hygiene rhetoric in the press, a powerful tool in influencing public opinion at the time. Because we address the widely circulated press linked to the political and economic sectors of the state, we are not surprised by the defense of hygiene policies published daily in its issues. However, the smaller newspapers which circulated in Porto Alegre and auto-declared themselves representatives of the working class convey to us a rather similar version of this medicalization process. Despite promoting and defending other points of view different from those proposed by the more widely circulated press, institutions, and governments, the newspapers analyzed in this study also resonate with the hygiene rhetoric, looking to instill these values to their public. While the hygiene rhetoric in these newspapers inspired warnings and criticism, they nonetheless became one more useful tool in the reaffirmation of scientific influence and capitalist interests over societal organization. / Este trabalho se propõe a analisar a incidência do discurso médico-higienista veiculado nos jornais porto-alegrenses direcionados à classe trabalhadora entre os anos de 1900 a 1919. Tal estudo se justifica pelo processo de medicalização que a sociedade brasileira foi submetida a partir de meados do século XIX e que ganha força com a instauração do regime republicano. Inicialmente direcionada às classes mais abastadas, a proposta de medicalização da sociedade logo atinge também os setores populares, que se tornam alvos sistemáticos de campanhas educativas e controladoras, visando a moralização e a higienização de suas condutas. Ainda que as instituições (educadoras, punitivas, hospitalares, repressivas etc. ) fossem o lugar privilegiado para a implantação das políticas públicas e iniciativas privadas de controle sobre os corpos, também há eco do discurso higienista na imprensa da época, poderoso instrumento de formação de opinião. Em se tratando da imprensa de grande circulação, ligada a setores políticos e econômicos do estado, não causa surpresa a defesa das políticas higienistas que cotidianamente era publicada em seus números. No entanto, os pequenos jornais que circulavam em Porto Alegre e que se auto-intitulavam representantes dos trabalhadores nos apresentam uma versão não diferente deste processo de medicalização. Ainda que defendendo outros argumentos ou promovendo pontos-de-vista distintos daqueles utilizados pela grande imprensa, instituições e governos, os jornais analisados neste trabalho carregam em suas páginas muitos traços do higienismo que se buscava difundir e, mesmo que em meio a críticas e ressalvas, tornaram-se mais um instrumento de reafirmação da influência da ciência e dos interesses capitalistas sobre a organização da sociedade.
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O educar-se das classes populares oitocentistas no Rio de Janeiro entre a escolarização e a experiência / The auto-education from nineteenth-century popular classes in Rio de Janeiro between schooling and experience.Ana Luiza Jesus da Costa 29 February 2012 (has links)
Tendo como pressuposto o papel ativo das classes populares em sua própria educação, a presente tese procurou compreender e explicitar as experiências educacionais destes sujeitosna corte/capital federal e província/estado do Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX e primeiros anos do século XX. Tais experiências foram apreendidas em três acontecimentos históricos: nas associações de trabalhadores, na imprensa operária e nas lutas por escolarização levadas a cabo por chefes de família e pais de família nas freguesias suburbanas e rurais da corte e da província do Rio de Janeiro. Nesses espaços pudemos identificar o que chamamos do educar-se das classes populares oitocentistas e suas representações de educação. A análise de estatutos e relatórios das associações de trabalhadores, pareceres do Conselho de Estado do Império recomendando a aprovação ou recusa desses estatutos, dos jornais produzidos por trabalhadores e dos abaixo-assinados pedindo ao Estado Imperial a abertura ou reabertura de escolas, permitiu-nos afirmar a importância das lutas das classes populares, desde pelo menos a segunda metade do século XIX na transformação dostatus da educação oferecida ao povo de dádiva a direito. / The main objective of this thesis was to enumerate and make a comprehensive analyzes of the educational experiences of the popular classes in the court/federal capital and province/state of Rio de Janeiro during the second half of the nineteenth-century and the first years of the twentieth-century assuming the active role of the popular classes in their own education. Such experiences were learned from three historical events: the workers associations; the workers press; and the movements for education leaded by householders in the suburban and rural parish of the court and the province of Rio de Janeiro. In these groups we were able to identify what we have called auto-education of the popular classes of the nineteenth-century and its educational representations. Analyzes of the statutes and reports from the workers associations and the resolutions from the imperial Council recommending or not its approval, the newspapers produced by workers and the petitions demanding from the imperial state the opening and reopening of schools allowed us to reaffirm the importance of the struggles of the popular classes, since at least the second half of the nineteenth-century, to transform the status of the education offered to the popular classes from a gift to a right.
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A escrita da mulher trabalhadora na imprensa operária brasileira da República Velha : a luta contra o enclausuramento e o preconceito linguísticoBoenavides, Débora Luciene Porto January 2018 (has links)
Questa tesi, che ha come base teorica la sociolinguistica storica, analizza il modo come la scrittura delle donne lavoratrici nella stampa operaia brasiliana della Prima Repubblica – República Velha (1889-1930) ha costituito un prodotto della realtà del tempo come pure ha inciso su quella realtà. A tale fine, si osservano le basi materiali nelle quali le lavoratrici di quel periodo storico operavano, cercando di descrivere il modo di produzione, i rapporti di produzione, i rapporti sociali nonché i vari ruoli sociali che quelle donne occupavano. Per primo è analizzato il confinamento di voci e idee come forma di politica linguistica imposta al proletariato dalla classe dominante nel Brasile della Prima Repubblica. Si difende l'idea che questa politica linguistica sia avvenuta attraverso pratiche che limitavano le possibili sfere discorsive accessibili alla classe lavoratrice, tra cui vanno citati la censura subita dalla stampa operaia in quel contesto storico, la disciplina imposta alla classe operaia e la colonizzazione delle donne lavoratrici, tramite molteplici discorsi dominanti sulla cosiddetta "questione femminile" e attraverso la presunta difesa del loro onore, realizzata mediante l'internamento delle giovani donne nei "conventi". Si esamina la politica di discriminazione linguistica, considerando due stereotipi sulla classe operaia, costruiti dal ceto dominante: quello di una classe di analfabeti e quello della donna “facile”. Infine, il rapporto tra le donne lavoratrici e la stampa operaia, la nuova possibile sfera discorsiva per quelle donne, viene analizzata mediante l'osservazione di questa sfera discorsiva, dei generi di discorsi che vi erano prodotti e degli enunciati delle donne lavoratrici in questa sfera. Tra le conclusioni dell'analisi, tre vanno evidenziate. La prima è che la stampa operaia in quanto sfera discorsiva non era egualitaria, nel senso che in essa, non vi era un'uguaglianza tra le voci maschili e femminili. La seconda è che i generi discorsivi prodotti dalle donne in questo campo erano costituiti perlopiù di lettere aperte, articoli e inviti e presentavano stili rivendicatori e/o argomentativi, al contrario di quelli prodotti dagli uomini, che di solito erano espositivi. L'ultima conclusione che possiamo trarre dall'analisi realizzata è che, da un punto di vista linguistico, gli enunciati prodotti dalle donne si contraddistinguevano da quelli degli uomini per l'uso della prima persona plurale, ancorché tale caratteristica non sempre significasse che le donne che l'usavano si considerassero parte del próprio discorso, ma piuttosto che erano consapevole di appartenere a quella classe e sapevano che solo con l'unione sarebbero potute emergere vittoriose dalle loro lotte. / Prenant comme base théorique la sociolinguistique historique, ce travail se propose de montrer que les écrits des ouvrières dans la presse brésilienne de la Première République – República Velha (1889-1930) ont constitué un reflet de la réalité de l'époque, de même qu'ils ont influencé cette réalité. Pour cela, nous observons les bases matérielles dans lesquelles les femmes ouvrières de cette période opéraient et tentons de décrire le mode de production, les rapports de production, les relations sociales de même que les divers rôles sociaux qu'elles ont occupés. Nous discutons d’abord la claustration des voix et des idées en tant que politique linguistique imposée au prolétariat par la classe dominante brésilienne de la Première République. Nous défendons l'idée que cette politique linguistique s’est réalisée au travers de pratiques qui limitaient les sphères discursives accessibles à la classe ouvrière, parmi lesquelles on compte la censure qu'a souffert la presse ouvrière dans ce contexte historique, la discipline imposée à la classe ouvrière et la colonisation des femmes travailleuses, par le moyen des différents discours de la classe dominante sur la soi-disant «question des femmes» et à travers la prétendue défense de leur honneur, faite par l'internement des jeunes femmes dans les «couvents». Nous discutons ensuite la politique de discrimination linguistique à travers la présentation critique de deux stéréotypes sur la classe ouvrière construits par la classe dominante: celui d'une classe composée d'analphabètes et celui de la femme “de mauvaise vie”. Finalement, la relation entre les travailleuses et la presse ouvrière, cette nouvelle sphère discursive possible pour ces femmes, est analysée par le biais de l'observation des aspects de cette sphère discursive, des genres de discours qui y étaient s produits et des déclarations des travailleuses dans ce domaine langagier. Trois des conclusions de cette analyse peuvent être mises en évidence. La première de ces conclusions est que la presse ouvrière, en tant que sphère discursive, n'était pas une sphère égalitaire, dans laquelle il y aurait eu un équilibre entre les voix masculines et féminines. La seconde déduction que l'on peut faire est que les genres discursifs produits par les femmes dans ce domaine consistaient systématiquement en lettres ouvertes, articles d'opinion et invitations et présentaient surtout des traits stylistiques argumentatifs et/ou revendicatifs, contrairement à ceux des hommes qui étaient habituellement expositifs. Finalement, on peut dire que les énoncés produits par des femmes étaient linguistiquement marqués par l'utilisation de la première personne du pluriel, sans que ce trait ne signifie nécessairement que les femmes qui l'utilisaient se considèrent parties prenantes de leurs discours, mais voulant dire qu'elles étaient conscientes d'appartenir à cette classe et qu'elles ne pourraient sortir victorieuses de leurs luttes qu'en restant unies. / Esta dissertação de mestrado, que tem como base teórica a sociolinguística histórica, tem como objetivo principal analisar como a escrita da mulher trabalhadora na imprensa operária brasileira da República Velha (1889-1930) refletiu e influenciou a realidade da época. Para isso, observa-se em que base as mulheres trabalhadoras deste período estavam inseridas, tentando-se, assim, descrever o modo de produção, as relações de produção, as relações sociais e, também, os diversos papeis sociais vivenciados por elas. Discute-se, primeiramente, o enclausuramento de vozes e de ideias enquanto política linguística imposta ao proletariado pela classe dominante no Brasil durante a República Velha. Defende-se a ideia que esta política linguística ocorreu através de práticas que limitavam as esferas discursivas possíveis à classe trabalhadora, entre elas, a censura que sofreu a imprensa operária nesse contexto histórico, o disciplinamento da classe trabalhadora e a colonização da mulher trabalhadora, através dos múltiplos discursos da classe dominante sobre a chamada “questão da mulher” e através da suposta defesa de sua honra, feita pelo internamento das moças nos “conventos”. Após, discorre-se sobre a política do preconceito linguístico, através da discussão sobre dois estereótipos da classe trabalhadora construídos pela classe dominante: o estereótipo de uma classe formada por analfabetos e o estereótipo da mulher prostituída. Por fim, analisa-se a relação entre mulher trabalhadora e imprensa operária, uma nova esfera discursiva possível a estas mulheres. São estudados os aspectos dessa esfera discursiva, os gêneros discursivos que nela são produzidos e os enunciados das mulheres trabalhadoras nessa esfera. Podem-se destacar três das conclusões a respeito da análise realizada. A primeira, que a imprensa operária enquanto esfera discursiva não foi uma esfera igualitária, em que houvesse equipolência entre as vozes masculinas e femininas. A segunda, que os gêneros discursivos produzidos por mulheres nesta esfera constantemente constituíam cartas abertas, artigos de opinião e convites com estilos reivindicatórios e/ou argumentativos, em oposição aos dos homens, que normalmente eram expositivos. A última, que os enunciados produzidos por mulheres eram linguisticamente marcados pelo uso da primeira pessoa do plural, mas que esta marca nem sempre significava que as mulheres que a usavam se incluíam em seus discursos, e sim que elas possuíam consciência de sua classe e sabiam que apenas com união poderiam sair vitoriosas de suas lutas. / This Masters dissertation, which has Historical Sociolinguistics as theoretical basis, analyses how the writing of the working woman in the Brazilian working press in the Old Republic (1889-1930) reflected and influenced the reality of the time. Therefore, it is observed in which base the working women were in this period, trying, this way, to describe the mode of production, the relations of production, the social relations and the different social roles lived by them. It is discussed, at first, the enclosure of the voices and the ideas whilst language policy imposed to the proletariat by the ruling class in Brazil during the Old Republic. It is defended the idea that this language policy occurred through the practices that limited the possible spheres of discourse to the working class, including the censorship that the working press suffered in this historic context, the disciplining of the working class and the colonization of the working woman, through the multiple discourses of the ruling class on the so-called “women question” and through the suppose defence of their honour, done through the confinement of the ladies in the “convent”. After that, it is expatiated about the policy of the linguistic discrimination, through the discussion about two stereotypes of the working class built by the ruling class: the stereotype of a class formed by illiterate people and the stereotype of the prostituted woman. At last, it is analysed the relation between the working woman and the working press, a new sphere of discourse possible to these women. It is studied the aspects of this sphere of discourse, the discursive gender produced on it and the utterance of the working women in this sphere. It is possible to highlight three of the conclusions about this analysis. The first, the working press whilst sphere of discourse was not an egalitarian sphere, in which there was equivalence between male and female voices. The second, the discursive gender produced by women in this sphere constantly built open letters, opinion articles and invitations with a claim or argumentative style, opposite the discourse produced by men, which normally were expositive. The last, the utterances produced by women were linguistically marked by the use of the first person of plural, although this mark did not always mean the women that used it included themselves in their discourses, instead, they were aware of their class and they knew only with union they could emerge victorious from their struggles.
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A escrita da mulher trabalhadora na imprensa operária brasileira da República Velha : a luta contra o enclausuramento e o preconceito linguísticoBoenavides, Débora Luciene Porto January 2018 (has links)
Questa tesi, che ha come base teorica la sociolinguistica storica, analizza il modo come la scrittura delle donne lavoratrici nella stampa operaia brasiliana della Prima Repubblica – República Velha (1889-1930) ha costituito un prodotto della realtà del tempo come pure ha inciso su quella realtà. A tale fine, si osservano le basi materiali nelle quali le lavoratrici di quel periodo storico operavano, cercando di descrivere il modo di produzione, i rapporti di produzione, i rapporti sociali nonché i vari ruoli sociali che quelle donne occupavano. Per primo è analizzato il confinamento di voci e idee come forma di politica linguistica imposta al proletariato dalla classe dominante nel Brasile della Prima Repubblica. Si difende l'idea che questa politica linguistica sia avvenuta attraverso pratiche che limitavano le possibili sfere discorsive accessibili alla classe lavoratrice, tra cui vanno citati la censura subita dalla stampa operaia in quel contesto storico, la disciplina imposta alla classe operaia e la colonizzazione delle donne lavoratrici, tramite molteplici discorsi dominanti sulla cosiddetta "questione femminile" e attraverso la presunta difesa del loro onore, realizzata mediante l'internamento delle giovani donne nei "conventi". Si esamina la politica di discriminazione linguistica, considerando due stereotipi sulla classe operaia, costruiti dal ceto dominante: quello di una classe di analfabeti e quello della donna “facile”. Infine, il rapporto tra le donne lavoratrici e la stampa operaia, la nuova possibile sfera discorsiva per quelle donne, viene analizzata mediante l'osservazione di questa sfera discorsiva, dei generi di discorsi che vi erano prodotti e degli enunciati delle donne lavoratrici in questa sfera. Tra le conclusioni dell'analisi, tre vanno evidenziate. La prima è che la stampa operaia in quanto sfera discorsiva non era egualitaria, nel senso che in essa, non vi era un'uguaglianza tra le voci maschili e femminili. La seconda è che i generi discorsivi prodotti dalle donne in questo campo erano costituiti perlopiù di lettere aperte, articoli e inviti e presentavano stili rivendicatori e/o argomentativi, al contrario di quelli prodotti dagli uomini, che di solito erano espositivi. L'ultima conclusione che possiamo trarre dall'analisi realizzata è che, da un punto di vista linguistico, gli enunciati prodotti dalle donne si contraddistinguevano da quelli degli uomini per l'uso della prima persona plurale, ancorché tale caratteristica non sempre significasse che le donne che l'usavano si considerassero parte del próprio discorso, ma piuttosto che erano consapevole di appartenere a quella classe e sapevano che solo con l'unione sarebbero potute emergere vittoriose dalle loro lotte. / Prenant comme base théorique la sociolinguistique historique, ce travail se propose de montrer que les écrits des ouvrières dans la presse brésilienne de la Première République – República Velha (1889-1930) ont constitué un reflet de la réalité de l'époque, de même qu'ils ont influencé cette réalité. Pour cela, nous observons les bases matérielles dans lesquelles les femmes ouvrières de cette période opéraient et tentons de décrire le mode de production, les rapports de production, les relations sociales de même que les divers rôles sociaux qu'elles ont occupés. Nous discutons d’abord la claustration des voix et des idées en tant que politique linguistique imposée au prolétariat par la classe dominante brésilienne de la Première République. Nous défendons l'idée que cette politique linguistique s’est réalisée au travers de pratiques qui limitaient les sphères discursives accessibles à la classe ouvrière, parmi lesquelles on compte la censure qu'a souffert la presse ouvrière dans ce contexte historique, la discipline imposée à la classe ouvrière et la colonisation des femmes travailleuses, par le moyen des différents discours de la classe dominante sur la soi-disant «question des femmes» et à travers la prétendue défense de leur honneur, faite par l'internement des jeunes femmes dans les «couvents». Nous discutons ensuite la politique de discrimination linguistique à travers la présentation critique de deux stéréotypes sur la classe ouvrière construits par la classe dominante: celui d'une classe composée d'analphabètes et celui de la femme “de mauvaise vie”. Finalement, la relation entre les travailleuses et la presse ouvrière, cette nouvelle sphère discursive possible pour ces femmes, est analysée par le biais de l'observation des aspects de cette sphère discursive, des genres de discours qui y étaient s produits et des déclarations des travailleuses dans ce domaine langagier. Trois des conclusions de cette analyse peuvent être mises en évidence. La première de ces conclusions est que la presse ouvrière, en tant que sphère discursive, n'était pas une sphère égalitaire, dans laquelle il y aurait eu un équilibre entre les voix masculines et féminines. La seconde déduction que l'on peut faire est que les genres discursifs produits par les femmes dans ce domaine consistaient systématiquement en lettres ouvertes, articles d'opinion et invitations et présentaient surtout des traits stylistiques argumentatifs et/ou revendicatifs, contrairement à ceux des hommes qui étaient habituellement expositifs. Finalement, on peut dire que les énoncés produits par des femmes étaient linguistiquement marqués par l'utilisation de la première personne du pluriel, sans que ce trait ne signifie nécessairement que les femmes qui l'utilisaient se considèrent parties prenantes de leurs discours, mais voulant dire qu'elles étaient conscientes d'appartenir à cette classe et qu'elles ne pourraient sortir victorieuses de leurs luttes qu'en restant unies. / Esta dissertação de mestrado, que tem como base teórica a sociolinguística histórica, tem como objetivo principal analisar como a escrita da mulher trabalhadora na imprensa operária brasileira da República Velha (1889-1930) refletiu e influenciou a realidade da época. Para isso, observa-se em que base as mulheres trabalhadoras deste período estavam inseridas, tentando-se, assim, descrever o modo de produção, as relações de produção, as relações sociais e, também, os diversos papeis sociais vivenciados por elas. Discute-se, primeiramente, o enclausuramento de vozes e de ideias enquanto política linguística imposta ao proletariado pela classe dominante no Brasil durante a República Velha. Defende-se a ideia que esta política linguística ocorreu através de práticas que limitavam as esferas discursivas possíveis à classe trabalhadora, entre elas, a censura que sofreu a imprensa operária nesse contexto histórico, o disciplinamento da classe trabalhadora e a colonização da mulher trabalhadora, através dos múltiplos discursos da classe dominante sobre a chamada “questão da mulher” e através da suposta defesa de sua honra, feita pelo internamento das moças nos “conventos”. Após, discorre-se sobre a política do preconceito linguístico, através da discussão sobre dois estereótipos da classe trabalhadora construídos pela classe dominante: o estereótipo de uma classe formada por analfabetos e o estereótipo da mulher prostituída. Por fim, analisa-se a relação entre mulher trabalhadora e imprensa operária, uma nova esfera discursiva possível a estas mulheres. São estudados os aspectos dessa esfera discursiva, os gêneros discursivos que nela são produzidos e os enunciados das mulheres trabalhadoras nessa esfera. Podem-se destacar três das conclusões a respeito da análise realizada. A primeira, que a imprensa operária enquanto esfera discursiva não foi uma esfera igualitária, em que houvesse equipolência entre as vozes masculinas e femininas. A segunda, que os gêneros discursivos produzidos por mulheres nesta esfera constantemente constituíam cartas abertas, artigos de opinião e convites com estilos reivindicatórios e/ou argumentativos, em oposição aos dos homens, que normalmente eram expositivos. A última, que os enunciados produzidos por mulheres eram linguisticamente marcados pelo uso da primeira pessoa do plural, mas que esta marca nem sempre significava que as mulheres que a usavam se incluíam em seus discursos, e sim que elas possuíam consciência de sua classe e sabiam que apenas com união poderiam sair vitoriosas de suas lutas. / This Masters dissertation, which has Historical Sociolinguistics as theoretical basis, analyses how the writing of the working woman in the Brazilian working press in the Old Republic (1889-1930) reflected and influenced the reality of the time. Therefore, it is observed in which base the working women were in this period, trying, this way, to describe the mode of production, the relations of production, the social relations and the different social roles lived by them. It is discussed, at first, the enclosure of the voices and the ideas whilst language policy imposed to the proletariat by the ruling class in Brazil during the Old Republic. It is defended the idea that this language policy occurred through the practices that limited the possible spheres of discourse to the working class, including the censorship that the working press suffered in this historic context, the disciplining of the working class and the colonization of the working woman, through the multiple discourses of the ruling class on the so-called “women question” and through the suppose defence of their honour, done through the confinement of the ladies in the “convent”. After that, it is expatiated about the policy of the linguistic discrimination, through the discussion about two stereotypes of the working class built by the ruling class: the stereotype of a class formed by illiterate people and the stereotype of the prostituted woman. At last, it is analysed the relation between the working woman and the working press, a new sphere of discourse possible to these women. It is studied the aspects of this sphere of discourse, the discursive gender produced on it and the utterance of the working women in this sphere. It is possible to highlight three of the conclusions about this analysis. The first, the working press whilst sphere of discourse was not an egalitarian sphere, in which there was equivalence between male and female voices. The second, the discursive gender produced by women in this sphere constantly built open letters, opinion articles and invitations with a claim or argumentative style, opposite the discourse produced by men, which normally were expositive. The last, the utterances produced by women were linguistically marked by the use of the first person of plural, although this mark did not always mean the women that used it included themselves in their discourses, instead, they were aware of their class and they knew only with union they could emerge victorious from their struggles.
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Construindo redes sociais, projetos de identidade e espaços políticos : a imprensa operária no Amazonas (1890-1928)Teles, Luciano Everton Costa January 2018 (has links)
Esta tese tem como objetivo central analisar, através das folhas operárias que circularam no Amazonas na Primeira República, como os seus militantes estabeleceram contatos, conexões e interações e, no seio dos circuitos desenhados, elaboraram e fizeram circular projetos de identidade operária que, de forma imbricada, tinham como finalidade a criação de espaços políticos legítimos de mudança social. Para isso, utilizou-se a imprensa operária como tema e objeto central de análise e reflexão histórica, abordando-a numa perspectiva que a toma como objeto e fonte de estudo concomitantemente. Desse modo, num primeiro momento, procurou-se identificar os militantes que estavam por trás dos jornais voltados aos trabalhadores para, em seguida, entender como eles costuraram relações com lideranças de outros estados e até de outros países. Nesse intento, a análise de redes sociais foi importante, pois possibilitou a visualização dos contatos, das conexões e das interações da militância operária, contribuindo, assim, para a compreensão da movimentação de ideias sociais e políticas que dinamizaram o movimento operário local Em seguida, certificou-se que, nas redes visualizadas, a fração organizada dos operários elaborou (e fez circular nelas) projetos de identidade operária que caminharam em duas direções: a primeira, de unidade do operariado em geral, vislumbrava o reconhecimento e a distinção em relação a outros setores sociais (sobretudo o patronato e as “classes perigosas”) e tinha como pilar a posição de que o trabalhador era o elemento propulsor da sociedade, criador da riqueza e do “progresso” de um país; o segundo, de diferenças e distinções internas (entre os trabalhadores), evidenciava a diversidade existente no mundo do trabalho. Para perceber esse processo foi utilizado o conceito de projeto e de identidade. Por fim, verificou-se que essas conexões e interações estabelecidas pelas lideranças e a construção de projetos de identidade direcionados aos operários surgiram no sentido de promover a constituição de espaços políticos que concorressem para mudanças sociais. Neste caso, utilizou-se a categoria de esfera pública na perspectiva habermasiana. Confirmou-se que as lideranças operárias intentavam constituir uma esfera pública, visando atingir os espaços deliberativos, de decisão política. / This thesis aims to analyze, through the workers' works that circulated in Amazonas in the First Republic, how its militants established contacts, connections and interactions and, within the circuits drawn, elaborated and circulated projects of worker identity that, in a way imbricated, aimed at creating legitimate political spaces for social change. For this, the working press was used as the central theme and object of analysis and historical reflection, approaching it in a perspective that takes it as object and source of study concomitantly. Thus, at first, we sought to identify the militants behind the workers' newspapers and then to understand how they sewed relations with leaders from other states and even from other countries. In this attempt, the analysis of social networks was important because it made possible the visualization of the contacts, connections and interactions of workers 'militancy, thus contributing to the understanding of the movement of social and political ideas that stimulated the local workers' movement Next, it was verified that in the networks seen, the organized fraction of the workers elaborated (and circulated in them) projects of workers' identity that walked in two directions: the first one, of unit of the working class in general, glimpsed the recognition and distinction in relation to other social sectors (especially the patronage and the "dangerous classes") and had as a pillar the position that the worker was the driving force of the society, creator of the wealth and "progress" of a country; the second, of internal differences and distinctions (among workers), showed the diversity in the world of work. To understand this process was used the concept of design and identity. Finally, it was verified that these connections and interactions established by the leaderships and the construction of projects of identity directed to the workers suggest in the sense of promoting the constitution of political spaces that concur for social changes. In this case, the category of public sphere in Habermasian perspective was used. It was confirmed that the workers' leaders tried to constitute a public sphere, aiming to reach the deliberative spaces, of political decision.
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