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Avaliação da disfunção precoce do enxerto pela taxa de depuração plasmática do verde de indocianina no pós-operatório imediato de transplante hepático / Evaluation of early graft dysfunction by indocyanine green plasma clearance rate in the immediate postoperative period of liver transplantation

Gonzalez Dominguez, Esteban Horacio 30 May 2019 (has links)
INTRODUÇÃO: O Transplante de fígado evoluiu nas últimas décadas, sempre em busca de melhorar a sobrevida do paciente e do enxerto. Importante causa de morbi-mortalidade é a disfunção precoce do enxerto (DPE) e o não funcionamento primário do enxerto (NFP). Diversos biomarcadores vem sendo estudados, porém ainda não há um consenso. Com isso tivemos a hipótese científica de avaliar e quantificar a função hepática avaliada pele verde de indocianina (VI) após o transplante de fígado. OBJETIVO: Avaliar a disfunção precoce do enxerto pela taxa de depuração plasmática do (VI) no pós-operatório imediato de transplante hepático. MÉTODO: Estudo clinico, de julho de 2014 a junho de 2015, prospectivo e observacional. Um total de 40 pacientes fizeram parte desta análise pela pulso-densitometria, usando o sistema de Limon (Impulse Medical System, Munique, Alemanha). Foram avaliados também o índice de risco de doadores (DRI), os critérios de Wagener e de Olthoff e preditores prognósticos pós-transplante de fígado. Todos os testes realizados levaram em consideração um alfa bidirecional de 0,05 e intervalo de confiança (IC) de 95% e foram realizados com apoio computacional dos softwares IBM SPSS 25 (Statistical Package for the Social Sciences) e Excel 2016® (Microsoft Office). RESULTADOS: Um total de 40 pacientes foram avaliados. A idade média foi de 53 anos e a maioria do sexo masculino (70%). A etiologia da cirrose mais comum foi hepatite por vírus C (42,5%). Os pacientes eram Child C em 45% dos casos. A taxa de retenção o verde de indocianina em 15 minutos (R15) permaneceu aumentada nos dias 1 e 3 de pós operatório ( > 10%) e normalizou no 7º dia de pós operatório ( < 10%). A taxa de depuração manteve valores normais, com 18,5% no 1º dia; 20,3 no 3º e 20,4 no 7º dia pós operatório. A comparação com os critérios de Olthoff e Wagener não mostrou diferença estatística (p=0,467 e p=0,178). Na comparação com DRI > 1,5 encontrou-se p=0,066, e com desfecho negativo (Perda do enxerto ou óbito) em p=0,063. A depuração do verde de indocianina mostrou relação significativa com o grau de lesão histológica pós isquemia e reperfusão (p=0,030). CONCLUSÃO: A reserva funcional hepática apresenta-se diminuída no pós operatório recente de transplante de fígado com melhora ao final da primeira semana. A depuração hepática do verde de indocianina não relaciona-se com a disfunção precoce do enxerto avaliada pelos critérios de Oltoff e Wagener. Por outro lado ela tem uma relação significativa inversamente proporcional ao grau da lesão hepática pós isquemia e reperfusão / INTRODUCTION: Liver transplantation has evolved in the last decades, alway seeking to improve patient and graft survival. Important cause of morbidity and mortality is early graft dysfunction (EGD) and primary non-graft function (NGF). Several biomarkers have been studied, but there is still no consensus. With this we had the scientific hypothesis to evaluate and quantify the hepatic function evaluated by indocyanine green (IG) after liver transplantation. OBJECTIVE: To evaluate the early graft dysfunction by the plasma clearance rate of (IG) in the immediate postoperative period of liver transplantation. METHOD: Clinical study, from July 2014 to June 2015, prospective and observational. A total of 40 patients were part of this analysis by pulse-densitometry, using the Limon system (Impulse Medical System, Munich, Germany). Donor risk index (DRI), Wagener and Olthoff criteria, and prognostic predictors after liver transplantation were also evaluated. All the tests performed into account a bidirectional Alpha of 0.05 and a 95% confidence interval (CI) and were performed with computational support of the software IBM SPSS 25 (Statistical Package for the Social Sciences) and Excel 2016 (Microsoft Office). RESULTS: A total of 40 patients were evaluated. The mean age was 53 years and the majority of them was male (70%). The most common etiology of cirrhosis was C virus hepatitis (42.5%). The patients were Child C in 45% of cases. The indocyanine green retention rate in 15 minutes (R15) was increased on days 1 and 3 postoperatively ( > 10%) and normalized on the 7th postoperative day ( < 10%). The ICG clearance rate maintained normal values, with 18.5% in the 1st day; 20.3 in the 3rd and 20.4 in the 7th postoperative day. The comparison with Olthoff and Wagener criteria showed no statistical difference (p=0,467 e p=0,178). In the comparison with DRI > 1.5 a p = 0.066 was found; and with negative outcome (Loss of graft or death) a p = 0.063 was found. The clearance of indocyanine green showed a significant relation with the degree of histological lesion after ischemia and reperfusion (p = 0.030). CONCLUSION: The liver functional reserve is decreased in the recent postoperative period of liver transplantation with improvement at the end of the first week. Hepatic clearance of indocyanine green is not related to early graft dysfunction assessed by Oltoff and Wagener criteria. On the other hand, it has a significant relationship inversely proportional to the degree of ischemia and reperfusion hepatic injury
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Fatores de risco para infecção do sítio cirúrgico em transplante de fígado: coorte histórica / Risk factors for surgical site infections in liver transplantation: historical cohort

Oliveira, Ramon Antônio 18 October 2016 (has links)
Introdução: As infecções do sítio cirúrgico (ISC) estão entre as principais complicações em pacientes submetidos ao transplante de fígado, com incidências que variam de 10,4% a 23,6%. Ademais, recente revisão da literatura aponta lacunas entre os fatores de risco para esta população específica. Objetivo: Analisar a incidência e os fatores de risco para o desenvolvimento de ISC entre pacientes adultos submetidos ao transplante de fígado. Método: Coorte histórica, realizada por meio de consulta a prontuários de pacientes adultos submetidos ao transplante de fígado entre os anos de 2009 e 2015, em um hospital filantrópico do interior do Estado de São Paulo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Para análise dos dados utilizou-se medidas de tendência central e de variabilidade, os testes 2 de Pearson, teste exato de Fisher, Mann-Whitney e Wilcoxon-Mann-Whitney. Após análise bivariada, as variáveis foram incluídas em um modelo de regressão Classification and Regression Tree. Resultados: Foram investigados os prontuários de 156 pacientes submetidos ao transplante de fígado, dos quais 26,9% desenvolveram ISC. Verificou-se que elevado tempo cirúrgico (>487 minutos) associado a diferenças de índice de massa corporal entre doador e receptor (>1,3 kg/m2) aumentaram a chance de ISC em aproximadamente 5,5 vezes (OR 5,5; IC 95% 2,5-11,8); e glicemia capilar (>175 mg/dl) nas primeiras 96 horas de pós-operatório elevou a chance de ISC em aproximadamente três vezes (OR 2,97; IC 95% 1,43-6,17). Os principais micro-organismos isolados em sítios de coleta diretamente relacionados à ISC foram Staphylococcus sp., P. aeruginosa, Klebsiella sp., A. baumanii e C. albicans. Conclusão: Encontrou-se elevada incidência de ISC entre a população estudada. Os fatores de risco encontrados para esta categoria de pacientes diferem dos amplamente apontados pela literatura científica em outras categorias ou especialidades cirúrgicas. / Introduction: Surgical site infections (SSI) are one of the main liver transplantation complications with incidence varying between 10.4% to 23.6%. Recent literature review shows gaps between risk factors within this specific population. Objective: To analyze the incidence and the risk factors in the development of SSI among adults submitted to liver transplantation. Methods: Historical cohort done through records of adults submitted to liver transplant between 2009 and 2015 in a philanthropic hospital in the countryside of Sao Paulo state. The Research Ethics Committee of School of Nursing of University of Sao Paulo approved the project. Data was analyzed by central tendency and variability measures, Pearson X2-test, Fisher exact test, Mann Whitney test and Wilcoxon-Man Whitney test. After the bivariate analyzes, the variables were included in the Classification and Regression Tree model. Results: The records of 156 patients submitted to liver transplant were investigated, of which 26.9% developed SSI. Prolonged operative time (>487 minutes) associated with Body Mass Index differences between donator/receptor (>1.3kg/m2) increased the chance of SSI in approximately 5.5 times (OR 5,5; CI 95% 2,5 - 11,8); and in the first 96 postoperative hours capillary glycemia (>175 mg/dl) increased the chance of SSI in approximately three times (OR 2.97; CI 95% 1.43 6.17). The main microorganisms isolated in collection sites related to SSI were Staphylococcus sp., P. aeruginosa, Klebsiella sp., A. baumanii and C. albicans. Conclusion: There is high incidence of SSI among the studied population and the identified risk factors for this patients category are highly diverse from the ones indicated by scientific literature in other categories or surgical specialties.
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Impacto das condições bucais pré e pós-transplante hepático na qualidade de vida de crianças menores de 5 anos de idade: estudo clínico longitudinal / Impact of pre and post-transplant liver oral conditions on the quality of life of children under 5 years of age: a longitudinal clinical study

Alvarez Vidigal, Evelyn 08 May 2017 (has links)
Os objetivos deste estudo clínico longitudinal foram: 1) avaliar o impacto das condições de saúde bucal pré-transplante hepático na qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) de crianças menores de 5 anos de idade; 2) avaliar o impacto do tratamento odontológico das condições bucais pré-transplante na QVRSB de crianças menores de 5 anos de idade e 3) avaliar o impacto das condições de saúde bucal aos 5 meses após a cirurgia de transplante hepático na QVRSB de crianças menores de 5 anos de idade. Neste estudo foram avaliadas 60 crianças menores de 5 anos de idade com doença hepática candidatas a transplante hepático no AC Camargo Câncer Center. O estudo foi realizado em duas fases: pré e pós-transplante. Na fase pré-transplante, para atingir o objetivo 1 foram coletados no baseline dados sobre a doença hepática de base, dados socioeconômicos e sociodemográficos. Em seguida, o responsável pela criança respondeu o questionário de QVRSB: B-ECOHIS. Posteriormente, o exame intrabucal foi realizado avaliando a presença de lesões de cárie dentária (índice ceo-d), defeitos de esmalte (índice DDE), pigmentações dentárias, doença periodontal (índices Greene & Vermillion simplificado e Índice de Sangramento de Silness & Löe) e lesões em mucosa oral e lábios. Para atingir o objetivo 2, as crianças com necessidade de tratamento odontológico foram tratadas e após uma semana do tratamento o B-ECOHIS foi aplicado ao mesmo responsável que forneceu as respostas no baseline. Na fase pós-transplante o objetivo 3 foi atingido por meio de da aplicação do B-ECOHIS e avaliação das condições de saúde bucal 5 meses após o transplante hepático. De forma geral, os resultados do modelo de regressão ajustado para o objetivo 1 indicaram que crianças com 24 a 48 meses de idade (RT=2.17; p=0.04), e crianças com maior número de lesões de cárie não tratada (RT=1.35; p<0.0001) e pigmentações dentárias (RT=1.85; p=0.04,) apresentaram um impacto negativo na QVRSB no baseline. Resultados do objetivo 2 indicaram que as médias dos escores do B-ECOHIS pré e pós-tratamento odontológico diminuíram de maneira significativa (p<0.05), tanto para o escore total quanto para todos os domínios, indicando assim uma melhora significativa na QVRSB das crianças devido ao tratamento. Os resultados do modelo ajustado para o objetivo 3 indicaram que, após 5 meses do transplante hepático, a presença de lábios ressecados (RT=55.54; p<0.0001), queilite angular (RT=86.91; p<0.0001) e candidíase oral (RT=122.57; p<0.0001) foram associados a uma pior QVRSB nas crianças. Também, as médias dos escores do B-ECOHIS pós-transplante hepático aumentaram de maneira significativa (p<0.05) tanto para o escore total quanto para a maioria dos domínios, exceto os domínios sintomas, autoimagem e interação social. Conclui-se que a presença de pigmentações dentárias e lesões de cárie não tratada em crianças menores de 5 anos de idade com doença hepática tiveram impacto negativo na QVRSB antes de serem submetidas ao transplante. O tratamento odontológico de alterações bucais melhora a QVRSB destas crianças. A presença de lábios ressecados, queilite angular e candidíase aos 5 meses após o transplante hepático afetam negativamente a QVRSB nestas crianças. / The objectives of this longitudinal clinical study were: 1) to evaluate the impact of oral health conditions on the oral health related quality of life (OHRQoL) in children under 5 years of age before liver transplant; 2) to evaluate the impact of dental treatment on the OHRQoL of children under 5 years of age before liver transplant; and 3) to evaluate the impact of oral health conditions on the OHRQOL in children under 5 years of age at 5 months after liver transplant. Sixty children under 5 years of age with liver disease were evaluated in the AC Camargo Cancer Center. The study was performed in two phases: pre- and post-transplant. For objective 1, in the pre-transplant phase, one of the parents was invited to answer two questionnaires: one related to children\'s OHRQoL and other on socioeconomic and sociodemographic conditions and liver disease diagnosis. Then, a previously calibrated examiner carried out all children\'s oral examinations for dental caries (dmft index), enamel defects (DDE index), dental pigmentation, periodontal disease (Greene & Vermillion simplified index and Silness & Löe bleeding index), and oral mucosa and lips alterations. For objective 2, dental treatments were performed when necessary. Seven days after the completion of dental treatment the B-ECOHIS questionnaire was answered by the same caregiver who provided baseline responses. In the post-transplant phase, objective 3 was achieved by applying the B-ECOHIS questionnaire and evaluating oral health conditions at 5 months after liver transplant. Overall, the adjusted regression model for objective 1 showed that children aged 24 to 48 months (RR=2.17, p=0.04), children with higher number of untreated caries lesions (RR=1.35, p<0.0001) and dental pigmentation (RT=1.85, p=0.04) had a negative impact on OHRQoL. Results from objective 2 showed that mean B-ECOHIS scores before and after dental treatment decreased significantly (p <0.05) for all domains and total score. Thus, these mean differences in scores indicated a significant improvement in children\'s OHRQoL due to dental treatment. The adjusted model results for objective 3 showed that 5 months after liver transplant the presence of dry lips (RR=55.54, p<0.0001), angular cheilitis (RR=86.91, p <0.0001) and oral candidiasis (RR= 122.57; p <0.0001) were associated with worse OHRQoL in children. Also, mean B-ECOHIS scores increased significantly (p <0.05) for total score and most of domains, except for symptoms and self-image and social interaction domain after liver transplant. In conclusion the presence of dental pigmentation and untreated caries lesions in children under 5 years of age with liver disease have a negative impact on the OHRQoL before liver transplanted. The dental treatment before liver transplant significantly improves children\'s OHRQoL. The presence of dry lips, angular cheilitis and oral candidiasis at 5 months after liver transplantation negatively affect OHRQoL in these children.
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Manejo familiar no transplante hepático da criança / Family management in pediatric liver transplantation

Castillo, Ana Marcia Chiaradia Mendes 13 April 2011 (has links)
O objetivo deste estudo foi conhecer a experiência de manejo familiar no contexto do transplante hepático da criança, e teve por objetivos específicos identificar como as famílias definem a situação, compreender os comportamentos de manejo que exercem para manejar o transplante no cotidiano, e conhecer as consequências percebidas pela família provocadas pela experiência do transplante. Trata-se de uma pesquisa de estudo de caso, que utilizou o Family Management Style Framework como arcabouço teórico, e o modelo híbrido de análise temática como referencial metodológico. Quatro famílias de crianças transplantadas que faziam seus acompanhamentos ambulatoriais em um hospital público da cidade de Salvador, Bahia, foram analisadas em profundidade a partir da elaboração do genograma, ecomapa, trajetória da doença, realização de entrevistas e análise de prontuário. Os resultados mostram que as famílias definem a condição do transplante como ameaçadora e exaustiva , enquanto a família possui sentimentos dicotômicos quanto à identidade da criança, por vezes vista como preciosa e frágil e por outras como normal e como qualquer outra criança. Tais definições moldam os comportamentos de manejo das famílias, que assumem posturas protetoras ou de adaptação ao transplante à medida que interagem com a nova experiência. As consequências percebidas refletem o quanto o transplante alterou a rotina familiar e suas interações, e trazem o medo da rejeição e incertezas quanto ao futuro e à capacidade da criança assumir seus cuidados quando adulta como questões que merecem atenção da enfermagem. A partir da compreensão dos estilos de manejo familiar, foram discutidas possíveis intervenções para estas famílias, tendo como propósito auxiliá-las no manejo e enfrentamento da experiência. A utilização de modelos teóricos na avaliação de manejo familiar no contexto do transplante pode ajudar os profissionais de saúde no planejamento de intervenções específicas a cada família. / The aim of this study was to explore the family management in the context of pediatric liver transplantation, and the specific objectives were to identify how families define the situation, to understand the management behaviors performed by families to handle the condition in everyday life, and to acknowledge the perceived consequences caused by the liver transplantation. This is a case study research, which used the Family Management Style Framework as a theoretical framework, and the hybrid model of thematic analysis methodology. Four families of transplanted children who were outpatients in a public hospital in Salvador, Bahia, were analyzed in depth through the development of the genogram, ecomap, linear story of the disease, interviews and analysis of medical records. The results show that the families define the condition as \"threatening\" and \"exhaustive\", and have dichotomous feelings about the child\'s identity, sometimes seen as \"precious\" and \"fragile\" and others as \"normal\" and \"like any other child.\" Such definitions shape the management behaviors, and families assume either a protective or adaptative postures as they interact with the condition. The perceived consequences reflect how the transplant has changed family routine and their interactions, and bring fear of rejection, uncertainty about the future and the children\'s ability to take care of themselves when they become adults as issues that deserve nursing attention. Through the understanding of family management we discussed possible interventions for these families, with the goal of assisting them in managing and coping with the experience. The use of theoretical models in evaluating family management in pediatric transplantation can aid health professionals in planning tailored interventions to each family.
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Pais doadores no transplante hepático pediátrico / Parent Donors in Pediatric Liver Transplant.

Vasconcelos, Ana Paula Lemos 19 February 2014 (has links)
INTRODUÇÃO: No transplante de fígado intervivos os pais são considerados candidatos inatos a doar uma parte do seu fígado para salvar a vida do filho. Essa modalidade de transplante estabeleceu-se no Brasil como alternativa para suprir a escassez de órgãos cadavéricos no decorrer dos anos. É uma técnica onde o receptor infantil recebe de 20 a 25% do fígado de um doador adulto. Essa cirurgia é considerada de baixo risco, uma vez que a ressecção do segmento empregado como enxerto, conforme encontrado em estudos, implica em mortalidade de apenas 0,3% e não exige transfusão de sangue. OBJETIVO: Compreender a experiência dos pais-doadores na situação do transplante de fígado do seu filho. METODOLOGIA: Estudo de abordagem qualitativa teve como referencial metodológico a História Oral de Vida , utilizando como referencial teórico a Trajetória da Doença Crônica. O cenário deste estudo foi o ambulatório de Hepatologia Pediátrica do Hospital Universitário de Sergipe, onde participaram da pesquisa sete pais/mães que doaram parte do fígado para seus filhos. Através de uma entrevista aberta utilizaram-se as seguintes questões norteadoras: Qual é a sua vivência na trajetória do transplante de fígado de seu filho; O que significa ser um doador vivo. Os textos foram transcritos, textualizados e transcriados extraindo deles o tom vital. RESULTADOS: A caracterização dos colaboradores apresentou cinco mães e dois pais, variando entre 28 e 43 anos, onde o tempo de doação variou de oito meses a doze anos. O diagnóstico de Atresia de Vias Biliares em seis (85,7%) das sete crianças foi a principal causa do transplante hepático, seguida da Síndrome de Budal Chiari (14,3%). A modalidade de assistência ao binômio pai/filho foi majoritariamente subsidiada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou através do modelo de Filantropia estabelecido pelo Hospital Sírio Libanês (HSL). DISCUSSÃO: A atitude motivacional para a doação é a expressão de laços emocionais autênticos e profundos como é o caso do pai para filho, estabelecendo uma relação muito íntima e delicada entre eles, na 10 qual o órgão transplantado se tornou um símbolo dessa ligação específica. Segundo o modelo de Bury (1997) a Ruptura Biográfica caracteriza-se a partir do início dos primeiros sintomas da doença hepática de seus filhos, manifestando-se pelo luto do filho ideal ao constatar a sua doença crônica. Na fase do Impacto do Tratamento e Cuidado à Saúde observou-se que o transplante hepático gerou um grande impacto na família devendo ser considerado por toda a equipe. Na fase de Adaptação e Manejo da Doença os pacientes com doença crônica buscam a melhor qualidade de vida possível adaptando-se às condições da sua doença. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A doença hepática e o transplante representaram um desafio para os pais doadores e suas famílias, visto que durante a trajetória da doença passaram por uma série de dificuldades financeiras, rearranjos nos papéis familiares, afastamento físico do casal e dos outros filhos, vivenciando diversas situações de estresse por conta da doença. / INTRODUCTION: In a living donor liver transplant, parents are considered \"innate\" candidates to donate part of their liver to save the life of their child. This type of transplant established itself in Brazil as an alternative to address the shortage of cadaveric organs over the years. It is a technique whereby the child recipient receives 20-25% of the liver from an adult donor. This surgical procedure is considered low risk since resection of the segment to be used as a graft, as found in studies, suggests a mortality rate of only 0.3% and does not require a blood transfusion. OBJECTIVE: To understand the experience of parental donors during a liver transplant to their child. METHODS: A qualitative study with a methodological background in the oral history of life using the path of chronic illness as a theoretical framework. The setting for this study was the Liver Pediatrics outpatient clinic of the University Hospital of Sergipe where seven parents who donated a part of their livers to their children participated in the research. An open interview used the following guiding questions: What is your experience in the path of your childs liver transplant? What does it mean to be a living donor? The texts were transcribed with the vital tone removed. RESULTS: The group of participants consisted of five mothers and two fathers, between the ages of 28 and 43 years old, where the donation time ranged from eight months to twelve years. The diagnosis of Biliary Tract Atresia in six of the seven children (85.7%) was the leading cause of liver transplant, followed by the Budal Chiari syndrome (14.3%). The modality of assistance to the binomial parent / child was largely subsidized by the Unified Health System (SUS) or through the philanthropy model established by the Syrian-Lebanese Hospital (HSL). DISCUSSION: The motivation to donate is an expression of authentic and deep emotional ties such as those which exist between parent and child, establishing a very intimate and delicate relationship between them, in which the transplanted organ has become a symbol of that specific connection. Following the model of Bury (1997), Biographical Break characterizes 12 itself from the beginning of the first symptoms of liver disease in children, manifesting itself through the mourning of an ideal child when he becomes aware of his chronic disease. At the stage of the Impact of Treatment and Health Care, it was observed that the liver transplant had an enormous impact on the family which should not be discounted by anyone on the team. At the stage of Adaptation and Treatment of the Disease, patients with chronic disease seek the best quality of life possible while adapting themselves to the conditions of their disease. FINAL CONCLUSIONS: Liver disease and the transplant represented a challenge for parent donors and their families, since during the course of the disease they underwent a series of financial difficulties, rearrangements in family roles, physical distance from their spouses and other children, all while living through various stress related situations directly related to the illness.
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O desempenho da tomografia computadorizada na quantificação da esteatose hepática / The performance of computed tomography in quantifying hepatic steatosis

Thiago Dieb Ristum Vieira 03 May 2010 (has links)
INTRODUÇÃO: A esteatose hepática é uma doença metabólica caracterizada por acúmulo de gordura nos hepatócitos. Dentre suas causas, destacam-se o alcoolismo crônico, a obesidade, o diabetes mellitus do tipo II e a síndrome metabólica. O interesse pela detecção e quantificação da esteatose hepática tem crescido nos últimos anos devido à elevação da sua prevalência e aos avanços da técnica cirúrgica hepática. A quantificação da infiltração gordurosa hepática é importante para o acompanhamento do tratamento de pacientes com esteatose alcoólica e não alcoólica e para a avaliação pré-operatória de transplantes hepáticos com doadores vivos e de hepatectomias parciais. O diagnóstico pode ser feito por diversos estudos de imagem, como a ultrassonografia (US), a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM), mas o método consagrado para a sua quantificação é a biópsia hepática. Caso a TC se provasse um método confiável para a realização dessa quantificação, poderia ser utilizada como alternativa à biópsia, minimizando custos e eliminando os riscos inerentes a esse procedimento. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é avaliar a confiabilidade da tomografia computadorizada na quantificação da esteatose hepática, comparando seus resultados com os achados histopatológicos. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal prospectivo e retrospectivo com 64 pacientes submetidos à biópsia hepática e TC do abdome em intervalo de até seis meses. A esteatose hepática foi estratificada em graus 0 (ausente), 1 (de 1% a 33%), 2 (de 34% a 66%) e 3 (superior a 66%) na análise histopatológica. A partir da avaliação dos exames de TC, foram obtidos três índices de atenuação hepática para cada paciente: a razão da atenuação hepática para a esplênica, a diferença da atenuação hepática da esplênica e a atenuação hepática livre do componente relacionado ao sangue, definidos como IF/B, IF-B e IPH. Esses índices foram correlacionados com o grau de esteatose hepática evidenciado na análise histopatológica, por meio do coeficiente de correlação de Spearman, do teste t- Student, da curva de estatísticas operacionais (ROC), do teste de análise de variância (ANOVA), do teste de Bonferroni e do modelo de regressão ordinal. RESULTADOS: A análise estatística dos dados obtidos no presente estudo evidenciou uma relação moderada significativa e negativa entre os índices de esteatose calculados com os dados dos exames de TC e os graus de infiltração gordurosa hepática observados na análise histopatológica. Foi possível, ainda, determinar valores de corte dos índices que permitissem o diagnóstico de esteatose hepática graus 2 ou 3 (de 33% ou superior) com sensibilidade e especificidade adequadas. Entretanto, o desempenho dos índices não foi satisfatório para a discriminação de cada grau de infiltração gordurosa hepática. CONCLUSÔES: A TC é um método que permite a quantificação da esteatose hepática, desde que abaixo (graus 0 ou 1) ou acima de 33% (graus 2 ou 3), mas não é adequada para a discriminação de cada grau isoladamente / INTRODUCTION: Hepatic steatosis is a metabolic disease characterized by accumulated fat in hepatocytes. Among its causes, chronic alcoholism, obesity, type II diabetes mellitus and syndrome metabolic. The interest in detecting and quantifying hepatic steatosis has grown in the past years due to higher prevalence and advances in hepatic surgical technical. Quantifying hepatic fat infiltration is important to follow up treatment of patients with alcoholic and nonalcoholic steatosis and for preoperative assessment of living donor hepatic transplants and of partial hepatectomies. The diagnosis can be made by diverse imaging studies, such as ultrasonography (US), computed tomography (CT) and magnetic resonance (MRI), but the most used method for quantifying is hepatic biopsy. If CT proved to be a reliable method for quantification, it could be used as an alternative to biopsy, minimizing costs and eliminating the risks that are inherent to this procedure. OBJECTIVE: The purpose of this study is to assess reliability of computed tomography in quantifying hepatic steatosis, comparing its results with histopathological findings. METHODS: A prospective and retrospective cross-section study was carried out with 64 patients submitted to hepatic biopsy and abdominal CT in intervals of up to six months. Hepatic steatosis was stratified as grade 0 (absent), 1 (1 to 33%), 2 (34 to 66%) and 3 (over 66%) upon pathological analysis. Based on CT evaluation, three liver attenuation indices were obtained for each patient: the liver to spleen attenuation ratio; the difference between hepatic and splenic attenuation and the blood-free hepatic parenchymal attenuation, defined as CTL/S, CTL-S and CTLP. These indices were correlated to the grade of hepatic steatosis shown on pathology by the Spearman correlation coefficient, Students t test, receiver operating characteristic (ROC) curve, analysis of variance (ANOVA), Bonferroni test and the ordinal regression model. RESULTS: The statistical analysis of data gathered in this study showed a significant moderate and negative relation between the steatosis indices, calculated with CT examination data and the hepatic fat infiltration grades observed upon pathological analysis. It was also possible to determine the cutoff values for the indices that enabled diagnosis of hepatic steatosis grades 2 or 3 (33% or over) with appropriate sensibility and specificity. However, the performance of the indices was not satisfactory to discriminate each grade of hepatic fat infiltration. CONCLUSIONS: CT is a method that allows quantifying hepatic steatosis if below (grades 0 or 1) or above 33% (grades 2 or 3), but it is not adequate to discriminate each grade separately
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Avaliação da percepção da qualidade de vida e do estado psicológico de pacientes candidatos a transplante de fígado / Assessment of the quality of life and psychological state of candidates listed for liver transplantation

Martins, Patrícia Duarte 07 May 2008 (has links)
Nas doenças crônicas do fígado, especialmente a cirrose hepática, a qualidade de vida pode ser prejudicada devido à progressão clínica e presença de complicações relativas à doença, restrições na vida social e ocupacional, tendo forte impacto nas atividades diárias, desenvolvimento social e psicológico. Atualmente o transplante de fígado (TF) é a principal terapêutica para pacientes com doença hepática avançada, alcançando bons índices de sobrevida. Dentre os objetivos deste procedimento, espera-se proporcionar melhora significativa na qualidade de vida destes pacientes. A descoberta do diagnóstico e a possibilidade de submeter-se a TF podem provocar dificuldades subjetivas importantes que vão desde alterações na dinâmica familiar até o desamparo com sintomas de ansiedade, fobia, obsessão e depressão, nos mais variados níveis. O estado psicológico pode ser severamente comprometido nas diferentes fases do tratamento. Os objetivos do presente estudo foram: identificar o estado psicológico e avaliar o nível da qualidade de vida, relacionando-os à etiologia e gravidade da doença hepática, comorbidades médicas e tempo de espera em lista para transplante e descrever a freqüência de queixas somáticas, em pacientes candidatos a TF no HCFMRP-USP. A coleta dos dados foi realizada no próprio local de atendimento e utilizados os seguintes instrumentos: Escala de Avaliação da Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQoL-BREF), Beck Depression Inventory (BDI) e entrevista semi-estruturada. Para a análise do BDI-13 (Subescala Cognitivo-afetiva), foram considerados \"deprimidos\" os pacientes com escore acima de 10. Participaram 121 pacientes adultos, sendo a maioria do sexo masculino, com união estável e na faixa etária de 41 a 60 anos de idade. Observou-se prevalência de 19% de depressão. Nesta população a depressão foi associada significativamente a menor nível instrucional e não incidiu predominantemente em nenhum grupo etiológico, apesar de estar presente na maioria dos pacientes que apresentaram a comorbidade etilismo. O percentual de pacientes com MELD <= 15 foi significativamente superior no grupo que apresentou depressão. Também houve diferença estatisticamente significativa entre a queixa mudança na imagem corporal da Subescala Queixas Somáticas e Desempenho do BDI e cirrose hepática por vírus da hepatite C (incluindo aqueles com etilismo como comorbidade). As queixas fadiga e perda da libido tiveram diferença estatística em pacientes com maior gravidade da doença, medida respectivamente pelas escalas MELD (Model for End-stage Liver Disease) e Child-Turcotte-Pugh. Verificou-se que estas queixas somáticas e a depressão interferiram negativamente, com diferença estatística, em todos os domínios da qualidade de vida. Não se verificou, como esperado, interferência da etiologia e gravidade da doença hepática na qualidade de vida. Evidenciou-se que os fatores psicológicos e sociais desencadeados pela doença tiveram impacto sobre a reduzida qualidade de vida encontrada no presente estudo. A pesquisa permitiu a descrição de pacientes candidatos a transplante de fígado. Ressalta-se a evidente relevância do estudo por fornecer subsídios adicionais para intervenções psicológicas específicas e favorecer intervenções multidisciplinares, proporcionando assim assistência global ao paciente. / The quality of life of patients with chronic liver diseases, especially liver cirrhosis, may be affected by factors such as the clinical outcome of the condition, the presence of medical complications, and occupational and social life restrictions. All these factors have a major impact on the patients\' daily activities, as well as on their social and psychological development. Nowadays, liver transplantation (LT) is the main treatment for patients with advanced liver disease, with good survival rates. One of the aims of the transplant is to provide significant improvement in the patient\'s quality of life. Facing the diagnosis and the possibility of being submitted to LT may lead to important subjective difficulties that range from changes in the family dynamics to poor psychological support, leading to symptoms that may include anxiety, phobia, obsession and depression, at various levels. The patient\'s psychological state can be seriously affected during the various treatment stages. The aim of the present study was to identify the psychological state and assess the quality of life of patients with liver disease as a function of the etiology and severity of the illness, medical comorbidities and time elapsed since the subject was listed for transplant. The frequency of somatic complaints in candidates listed for LT at the Clinical Hospital of the Faculty of Medicine of Ribeirão Preto, University of São Paulo (HCFMRP-USP) was also evaluated. Data collection was carried out at the HCFMRP-USP itself, where the patients were being clinically followed. The following instruments were employed for data collection: the World Health Organization scale for evaluation of the Quality of Life (WHOQoL-BREF), the Beck Depression Inventory (BDI), and the semi-structured interview. In the case of the BDI-13 analysis (Cognitive-affective subscale), patients with score higher than 10 were considered depressed. One hundred and twenty-one adult patients were included in the study, the majority of which were male, with stable union and aged between 41 and 60 years. Depression was diagnosed in 19% of the cases. In this population, depression was significantly related with a lower level of instruction, and it did not prevail in any etiological group, although it was present in the majority of the patients with the comorbidity ethylism. The percentage of patients with MELD (Model for End-stage Liver Disease) <= 15 was significantly higher in the group with depression. There was also a statistically significant difference between the complaint body appearance as defined in the BDI Somatic and Performance Complaints Subscale and liver cirrhosis by hepatitis C (including those patients presented with ethylism as comorbidity). The complaints fatigue and decreased sex drive were statistically different in patients with more severe disease, as measured by the MELD and the Child-Turcotte-Pugh scale, respectively. The somatic complaints and depression interfered negatively and with statistical differences in all the domains of the quality of life. As expected, the etiology and the severity of the liver disease did not interfere with the quality of life. The psychological and social events triggered by the disease had an impact on the reduction in the quality of life. In conclusion, the present research allowed the description of candidates listed for LT. It was particularly relevant because it provided additional information that should enable specific psychological interventions, as well as favor an interdisciplinary approach, thus leading to a global assistance to the patient.
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Infecções hospitalares em pacientes submetidos a transplante de fígado: fatores de risco relacionados ao doador / Hospital Infection in liver transplantation

Freire, Maristela Pinheiro 05 March 2007 (has links)
As infecções após transplante de fígado são uma importante causa de morbidade e mortalidade. O risco de transmissão de infecção pelo doador é descrito, principalmente quando esta infecção não é detectada ou tratada. O diagnóstico das infecções no doador é difícil e pouco disponível, portanto dados indiretos destas infecções podem ser úteis na escolha ou descarte do órgão, principalmente considerando-se a escassez de órgãos disponíveis para transplante. O objetivo deste estudo é Identificar os fatores de risco relacionados ao doador e ao receptor para infecção hospitalar bacteriana e fúngica (IH) em pacientes submetidos a transplante de fígado, no primeiro mês após o transplante. Foram avaliados os pacientes submetidos a transplante de fígado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, no período de janeiro de 2002 a junho de 2005. Os critérios de exclusão foram: óbito com menos de 48 horas, transplante intervivos, retransplante em menos de 5 dias e receptor de transplante dominó. Foram avaliados fatores de risco relacionados ao doador e ao receptor. A análise univariada foi feita por X2 e teste exato de Fisher para variáveis dicotômicas, e teste de Mann-Whitney para variáveis ordenadas. A análise multivariada foi realizada por regressão logística tipo stepwise. No período foram realizados 130 transplantes; desses 30 foram excluídos, sendo analisados 100 transplantes realizados em 94 pacientes. Foram identificadas 104 infecções em 59 transplantes. Os dois sítios de infecção mais freqüente foram: infecção de sitio cirúrgico (IFC, 35%) e infecção primária de corrente sanguínea (ICS, 30%). O agente mais frequentemente isolado foi o S. aureus (18% dos agentes), no entanto as bactérias gram-negativas foram o grupo mais freqüente (47%). Os fatores de risco identificados para infecção no primeiro mês após o transplante foram: uso de antibiótico no doador por mais de três dias (p 0,003), hepatite fulminante (p 0,006), pulso de corticóide no receptor por rejeição celular aguda (p 0,01), realização de diálise póstransplante (p 0,02) e realização de outro procedimento cirúrgico após o transplante (p 0,02). Os agentes mais isolados em ISC foram bactérias Gram positivas (56%). Os fatores de risco identificados para ISC foram: uso de antibiótico no doador por mais de três dias (p 0,04), realização de diálise pelo receptor (p 0,002) e transfusão de mais de quatro concentrados de hemácias durante o transplante (p 0,001). Entre as ICS, os dois agentes mais isolados foram A. baumanni (21%) e Staphylococcus coagulase negativo (21%). Os fatores de risco identificados para ICS foram: hepatite fulminante (p 0,0006) e realização de diálise pelo receptor (p 0,01). O S. aureus foi o agente mais freqüente e responsável por 17 infecções, 42% dos pacientes com infecção por este agente evoluíram para óbito durante a internação. Os fatores de risco identificados para infecção por S. aureus foram uso de noradrenalina pelo doador (p 0,02) e unidades de concentrados de hemácias transfundidas durante o transplante (p 0,04). / Early infection after liver transplantation is an important cause for morbidity and mortality. The risk of transmission of microorganisms from the donor to the receptor is reported and is more probable when neither donor nor receptor are treated for the infection. The detection of infection in donors is difficult and usually not available, so indirect information about that infection may be useful at the time the liver is selected or denied, especially in light of lack of organs available for transplantation. We analyzed patients who underwent liver transplantation at the Clinics Hospital of School of Medicine of USP, from January 2002 to June 2005. The exclusion criteria were: death with less then 48 hours, living-donor transplant, re-transplant in less then 5 days and domino transplant. The risk factors evaluated were related to donor and receptor features. The univariate analysis was performed using chisquared test and Fisher exact test for dichotomic variables and Mann-Whitney test for continuous variables. The multivariate analysis was made by stepwise logistic regression. In this period 130 transplants were performed, from which 30 were excluded. A total of 100 transplants in 94 patients were analyzed. We identified 104 infections in 59 transplants. The two most frequent sites of infection were surgical site infection (SSI) - 35% - and primary bloodstream infections (BSI) - 30%. The most prevalent agent was S.aureus - 18% of the agents, but the Gram negatives bacteria were the most common group. The risk factors identified for infection in liver transplant patients in the first month were: antibiotic use by donor for more than 3 days, reoperation post-transplant, dialysis post-transplant, fulminant hepatitis and corticoid treatment for rejection. The microorganisms most frequently isolated in SSI were Gram positive bacteria (56%). The risk factors associated to SSI were: antibiotic use by donor for more than 3 days, transfusion of more than 4 units of blood during the surgery and dialysis post-transplant. The two microorganisms most frequently isolated in BSI were A. baumanni (21%) and coagulase negative Staphylococcus (21%). The risk factors identified for this specific infection site were fulminant hepatitis and dialysis post-transplant. The S. aureus was the most frequent agent, found in 17 cases. 42% of the patients with infection for this bacteria died during the hospitalization. The risk factors associated to S. aureus infection were norepinephrine use by donor and number of blood units transfused.
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O psicanalista num programa de transplante de fígado: a experiência do \"outro em si\" / The psychoanalyst in a programme of liver transplant: the experience of the \"other in oneself\"

Moretto, Maria Livia Tourinho 26 May 2006 (has links)
Este trabalho tem como objetivo geral a investigação sobre a experiência do \"outro em si\", tal como nos é revelada na clínica psicanalítica e na interlocução com a equipe. Os objetivos específicos são: formalizar teoricamente o processo de inserção e a construção do lugar do psicanalista na equipe, a partir de nossa experiência na Disciplina de Transplante e Cirurgias do Fígado do HCFMUSP, dado que a forma pela qual um psicanalista responde a essas demandas é o que possibilita ou não a sustentação de sua atuação clínica na instituição; analisar situações clínico-institucionais nas quais o psicanalista está inserido, na interlocução com os outros discursos, tomando como referência as diferentes ancoragens éticas, de modo a compreender sua participação no campo das decisões e as conseqüências disso para ele, para o paciente e para a instituição; fazer a diferença do conceito de corpo na Psicanálise e na Medicina para dar subsídios teóricos ao trabalho do psicanalista; formalizar teoricamente o transplante de fígado como experiência de corporeidade e subjetividade, simultaneamente, a partir da clínica psicanalítica com os pacientes, analisando o processo de adoecimento, suas repercussões psíquicas, a incidência do transplante no corpo, a experiência do \"outro em si\" e suas conseqüências. Chamamos de vertente institucional o trabalho do psicanalista na interlocução com os outros discursos, e de vertente clínica o trabalho do psicanalista com os pacientes quesão convocados à experiência do \"outro em si\". Partimos do pressuposto fundamental de que o trabalho do psicanalista na instituição se dá na interface das duas vertentes. As situações clínico-institucionais são colocadas de modo a privilegiar a indissociabilidade das duas vertentes, que nos parece ser o que há de específico do trabalho do psicanalista na instituição de saúde. A experiência do \"outro em si\" é da ordem da estranheza, e só pode ser definida a (cotinua) (continuação)partir da relação que cada sujeito estabelece com sua subjetividade, dado que é a experiência que lhe dá acesso a esse saber. Assim como a entrada do psicanalista na equipe não corresponde à sua inserção, o enxerto do novo órgão na situação do transplante não corresponde à sua incorporação. Em ambos os casos, convém que essa estranheza seja preservada para que possa ser tratada, para que cada sujeito e cada equipe possam lidar com ela a partir de seus próprios recursos. Isso gera conseqüências no campo das decisões na instituição. O psicanalista introduz a clínica do sujeito no serviço de saúde ocupando o lugar do \"outro em si\" da equipe. Sua permanência na equipe implica o resgate da clínica médica propriamente dita, esta que se vê tão ameaçada de extinção pelo casamento da ciência com a bioeconomia tecnológica / The general aim of this thesis is to investigate the experience of the \"other in oneself\' as it is revealed through the psychoanalytic clinic and communication between team members. The specific objectives are: to formalize the insertion process and construction of the position of the psychoanalyst in the team on a theoretical basis, according to our experience in the Discipline of Transplant and Surgery of Liver of the General Hospital of the Medical University of the State of São Paulo (HCFMUSP), Brazil, once the way a psychoanalyst responds to the demands is what makes the support of the clinical work in the institution possible or not; to analyze clinical and institutional situations in which the psychoanalyst is inserted and the communication with other discourses, taking as reference the different ethical support so that it is possible to understand the participation in the area of decisions and its consequences for the analyst, for the patient and for the institution; to differentiate the concept of body in psychoanalysis and in medicine, to give theoretical support to the psychoanalyst work; to formalize the liver transplant as a physical and subjective experience on a theoretical basis and simultaneously, consider the psychoanalytic experience with the patients, analyzing the sickness process, its psychic repercussions, the incidence of the transplant on the body, the experience of the \"other in oneself\'\" and its consequences. The work of the psychoanalyst inthe interface with other discourses is named the institutional current and his work with the patients who are called to experience the \"other in oneself\" is the clinical one. We assume the fundamental presupposition that the work of the psychoanalyst in the health institution is held in both directions. The clinical institutional situations are set in order to privilege the interdependence of the two (continue) (continuation)currents, what seems to be the specific aspect of the psychoanalyst work in the health institution. The experience of the \"other in oneself\" brings a sense of weirdness and can only be defined according to the relation that each subject establishes with his subjectivity since it is the experience that gives access to this subjective knowledge. As well as the psychoanalyst insertion in the team does not mean that it will incorporate him, the insertion of a new organ in the transplant situation does not mean it will be integrated by it. In both cases it is advisable that this weirdness is preserved, so that each subject and each team can handle it with their own resources. It brings consequences to the field of decisions in the institution. The psychoanalyst introduces the clinic of the subject in the health service occupying the position of the \"other in oneself\"\' in the team. Strictly speaking, bis permanence in the team implies the rescue of the medical clinic that has been threatened with the extinction of the science partnership withtechnological bioeconomy
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O desempenho da tomografia computadorizada na quantificação da esteatose hepática / The performance of computed tomography in quantifying hepatic steatosis

Vieira, Thiago Dieb Ristum 03 May 2010 (has links)
INTRODUÇÃO: A esteatose hepática é uma doença metabólica caracterizada por acúmulo de gordura nos hepatócitos. Dentre suas causas, destacam-se o alcoolismo crônico, a obesidade, o diabetes mellitus do tipo II e a síndrome metabólica. O interesse pela detecção e quantificação da esteatose hepática tem crescido nos últimos anos devido à elevação da sua prevalência e aos avanços da técnica cirúrgica hepática. A quantificação da infiltração gordurosa hepática é importante para o acompanhamento do tratamento de pacientes com esteatose alcoólica e não alcoólica e para a avaliação pré-operatória de transplantes hepáticos com doadores vivos e de hepatectomias parciais. O diagnóstico pode ser feito por diversos estudos de imagem, como a ultrassonografia (US), a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM), mas o método consagrado para a sua quantificação é a biópsia hepática. Caso a TC se provasse um método confiável para a realização dessa quantificação, poderia ser utilizada como alternativa à biópsia, minimizando custos e eliminando os riscos inerentes a esse procedimento. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é avaliar a confiabilidade da tomografia computadorizada na quantificação da esteatose hepática, comparando seus resultados com os achados histopatológicos. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal prospectivo e retrospectivo com 64 pacientes submetidos à biópsia hepática e TC do abdome em intervalo de até seis meses. A esteatose hepática foi estratificada em graus 0 (ausente), 1 (de 1% a 33%), 2 (de 34% a 66%) e 3 (superior a 66%) na análise histopatológica. A partir da avaliação dos exames de TC, foram obtidos três índices de atenuação hepática para cada paciente: a razão da atenuação hepática para a esplênica, a diferença da atenuação hepática da esplênica e a atenuação hepática livre do componente relacionado ao sangue, definidos como IF/B, IF-B e IPH. Esses índices foram correlacionados com o grau de esteatose hepática evidenciado na análise histopatológica, por meio do coeficiente de correlação de Spearman, do teste t- Student, da curva de estatísticas operacionais (ROC), do teste de análise de variância (ANOVA), do teste de Bonferroni e do modelo de regressão ordinal. RESULTADOS: A análise estatística dos dados obtidos no presente estudo evidenciou uma relação moderada significativa e negativa entre os índices de esteatose calculados com os dados dos exames de TC e os graus de infiltração gordurosa hepática observados na análise histopatológica. Foi possível, ainda, determinar valores de corte dos índices que permitissem o diagnóstico de esteatose hepática graus 2 ou 3 (de 33% ou superior) com sensibilidade e especificidade adequadas. Entretanto, o desempenho dos índices não foi satisfatório para a discriminação de cada grau de infiltração gordurosa hepática. CONCLUSÔES: A TC é um método que permite a quantificação da esteatose hepática, desde que abaixo (graus 0 ou 1) ou acima de 33% (graus 2 ou 3), mas não é adequada para a discriminação de cada grau isoladamente / INTRODUCTION: Hepatic steatosis is a metabolic disease characterized by accumulated fat in hepatocytes. Among its causes, chronic alcoholism, obesity, type II diabetes mellitus and syndrome metabolic. The interest in detecting and quantifying hepatic steatosis has grown in the past years due to higher prevalence and advances in hepatic surgical technical. Quantifying hepatic fat infiltration is important to follow up treatment of patients with alcoholic and nonalcoholic steatosis and for preoperative assessment of living donor hepatic transplants and of partial hepatectomies. The diagnosis can be made by diverse imaging studies, such as ultrasonography (US), computed tomography (CT) and magnetic resonance (MRI), but the most used method for quantifying is hepatic biopsy. If CT proved to be a reliable method for quantification, it could be used as an alternative to biopsy, minimizing costs and eliminating the risks that are inherent to this procedure. OBJECTIVE: The purpose of this study is to assess reliability of computed tomography in quantifying hepatic steatosis, comparing its results with histopathological findings. METHODS: A prospective and retrospective cross-section study was carried out with 64 patients submitted to hepatic biopsy and abdominal CT in intervals of up to six months. Hepatic steatosis was stratified as grade 0 (absent), 1 (1 to 33%), 2 (34 to 66%) and 3 (over 66%) upon pathological analysis. Based on CT evaluation, three liver attenuation indices were obtained for each patient: the liver to spleen attenuation ratio; the difference between hepatic and splenic attenuation and the blood-free hepatic parenchymal attenuation, defined as CTL/S, CTL-S and CTLP. These indices were correlated to the grade of hepatic steatosis shown on pathology by the Spearman correlation coefficient, Students t test, receiver operating characteristic (ROC) curve, analysis of variance (ANOVA), Bonferroni test and the ordinal regression model. RESULTS: The statistical analysis of data gathered in this study showed a significant moderate and negative relation between the steatosis indices, calculated with CT examination data and the hepatic fat infiltration grades observed upon pathological analysis. It was also possible to determine the cutoff values for the indices that enabled diagnosis of hepatic steatosis grades 2 or 3 (33% or over) with appropriate sensibility and specificity. However, the performance of the indices was not satisfactory to discriminate each grade of hepatic fat infiltration. CONCLUSIONS: CT is a method that allows quantifying hepatic steatosis if below (grades 0 or 1) or above 33% (grades 2 or 3), but it is not adequate to discriminate each grade separately

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