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Melmoth the Wanderer, um sermão gótico irlandês / Melmoth the Wanderer, an Irish gothic sermonBrito, Fernando Bezerra de 10 May 2013 (has links)
Neste trabalho, desenvolvemos uma reflexão sobre uma das principais obras do romance gótico e da prosa de ficção romântica em língua inglesa Melmoth the Wanderer (1820), do clérigo dublinense Charles Robert Maturin (1782-1824). Buscamos analisar Melmoth como um sermão gótico irlandês, isto é, um híbrido de romance gótico e sermão sacro, cuja forma é estruturada pelo contexto sócio-histórico da Irlanda do início do século XIX, época caracterizada pelo acirramento das tensões entre católicos e protestantes. Nessa análise, consideramos também a produção sermonística e ensaística do autor. A religião, que se mostra o princípio organizador do romance, foi entendida em sua natureza dialética entre o eterno, as doutrinas teológicas e suas proposições transcendentais, e o temporal, a práxis dos fiéis no mundo. Demonstramos como o escritor-reverendo utiliza uma série de procedimentos retórico-argumentativos da oratória sagrada na tessitura do romance a fim de amplificar o seu grau persuasivo, transformando-o em arma de propaganda política contra a campanha pela Emancipação Católica. Discutimos ainda a fortuna crítica e a recepção do romance em vários países europeus, em especial na França, onde influenciou sobremaneira escritores como Honoré de Balzac, Victor Hugo e Charles Baudelaire. / This study looks at one of the masterpieces of the Gothic novel and the Romantic prose fiction in the English language: Melmoth the Wanderer (1820), written by the Dubliner cleric Charles Robert Maturin (1782-1824). One tries to analyze Melmoth as an Irish Gothic sermon, ie, a hybrid of gothic novel and sermon whose shape is structured by the sociohistorical context of 19th century Ireland, a period characterized by the deepening of tensions between Catholics and Protestants. This analysis also takes into account Maturin´s sermons and essays. Religion, which is the organizing principle of the novel, is understood in this study by its dialectic between the eternal (theological doctrines and their transcendental propositions), and the temporal (the practice of the faithful in the world).The study argues that the writer-cleric uses a series of rhetorical-argumentative procedures of sacred oratory in the making of the novel in order to increase its persuasive appeal, turning it into a weapon of political propaganda against the campaign for Catholic emancipation. It also assesses the novel´s reviews and reactions in several European countries, particularly in France, where it greatly influenced writers such as Honoré de Balzac, Victor Hugo, and Charles Baudelaire.
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Do narrar à beira da morte: uma leitura crítica de Malone Dies, de Samuel Beckett / To narrate on the brink of death: a critical reading of Malone DiesVinicius Cherobino Brunette 25 May 2018 (has links)
Publicado em 1956 em inglês, Malone Dies foi o segundo romance do que se convencionou chamar de trilogia de romances do pós-guerra de Samuel Beckett. O presente trabalho estuda como o narrador em primeira pessoa, Malone, cria, ao longo das mais de 120 páginas, um tipo de narrar diferente, recheado de incertezas com base na aporia e na memória em frangalhos, o que leva o leitor a um terreno pantanoso em que as antigas certezas do romance tradicional foram eliminadas. O objetivo desta dissertação está em explorar como a materialidade histórica tanto do período de produção do romance, a Segunda Guerra Mundial na França ocupada, quanto o da sua publicação, imediatamente após o encerramento do conflito, são pontos cruciais para esse novo tipo de narração desenvolvido por Samuel Beckett. Paralelamente, este projeto tenta dar a sua pequena contribuição ao movimento crítico de resgate empirista realizado por uma série de críticos beckettianos que, nos últimos anos, passaram a se focar na materialidade histórica da produção do romancista e enfrentar a ideia até então consensual de que Samuel Beckett era um autor a-histórico e focado apenas em questões metafísicas. / Malone Dies was published in 1956 in English, being the second novel of what became Samuel Becketts trilogy. This work aims to study how the first person narrator, Malone, is able to establish, in 120 pages, a different kind of narration, full of uncertainties based upon aporia and in his memory in shambles, which leads the reader to an unstable ground in which the old certainties of the traditional novel are eliminated. The main goal of this dissertation is to explore how the historical materiality of both the period of the novels writing, the Second World War in occupied France, and that of its publication, soon after the war ended, are crucial points to this new type of narration developed by Samuel Beckett. At the same time, this project attempts to make its small contribution to the empiricist trend developed by many Becketts scholars which, in the last years, have focused on the historical materiality of the novelists production to confront the hitherto consensual idea that Samuel Beckett was an ahistorical author, focused only in metaphysical issues.
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Amongst shadows and labyrinths : a visual poetics for Samuel Beckett's Ohio ImpromptuBoessio, Ana Lúcia Montano January 2010 (has links)
O objeto de estudo desta tese é a composição pictórica de Ohio Impromptu, de Samuel Beckett. Sendo assim, apresenta uma poética visual como estratégia interdisciplinar de análise da obra, incluindo a sua versão em filme. A partir de sua contextualização histórico-social na pós-modernidade, tendo por base autores como Zygmunt Bauman e David Harvey, juntamente com a definição, delimitação e contextualização das referências artísticas presentes na peça e no filme, é analisado o modo como as escolhas pictóricas feitas pelo autor interferem no conceito de espaço e suas relações com o tempo, assim como o espaço do livro enquanto elemento de conexão entre espaço e tempo em relação ao espectador-leitor, Listener, Reader e autor. O espaço é analisado por dois ângulos: o pictórico, ou seja, de que modo o espaço é trabalhado e tratado na obra de arte contemporânea, especialmente no que se refere à ruptura do espaço do quadro e o derretimento das fronteiras da obra enquanto categoria; o literário, a partir do que Gaston Bachelard propõe como poética do espaço – uma topoanálise da obra enquanto espaço de síntese do imemorial com a memória, um estudo psicológico sistemático dos locais da nossa vida privada. Nesse teatro do passado, que é a nossa memória, às vezes acreditamos nos conhecer no tempo; no entanto, o que realmente conhecemos é apenas uma série de fixações nos espaços de estabilidade de seres que não querem seguir adiante no tempo, que no seu próprio passado, quando vão à procura do tempo perdido, querem suspender a passagem do mesmo. A poética do espaço lida com o espaço da nossa solidão e, ali, espaço é tudo, já que o tempo não anima a memória. As metáforas apresentadas por Gaston Bachelard podem ser facilmente relacionadas com o universo de Ohio Impromptu, não somente porque Listener e Reader estão colocados em uma sala, ao redor de uma mesa, mas principalmente porque o texto está imerso no espaço do devaneio que é, de acordo com o autor, a casa das memórias. Ohio Impromptu é uma casa com sótãos e porões, cantos e corredores cheios de memórias não reveladas, palavras não ditas, sentimentos e faces inesquecíveis – uma síntese perfeita do imemorial com a memória. Através de uma poética visual, somada a uma topoanálise, chegamos à presença velada do autor e sua própria história permeando o espaço da obra, e a um conceito de tempo como antítese do tempo pósmoderno; um tempo que persiste pela repetição, que resiste ao apagamento; o tempo do mito. Através destes procedimentos de análise, chegamos a uma noção de tempo em Beckett enquanto kairos. / The object of study of this dissertation is the pictorial composition of Ohio Impromptu, by Samuel Beckett. Therefore, it presents a visual poetics as an interdisciplinary strategy of analysis of the work, including its film version. From its socialhistorical contextualization within postmodernity, based on authors such as Zygmunt Bauman and David Harvey, altogether with the definition, delimitation and contextualization of the artistic references present in the play and in the film, it is analyzed the way the pictorial choices made by the author interfere in the concept of space and its relations with time, as much as the space of the book as an element of connection between space and time in regard to the reader-spectator, Listener, Reader, and author. The space is analyzed from two perspectives: the pictorial one, that is, the way the space is constructed and treated in contemporary artwork, especially in regard to the rupture of the space of the painting and the melting of the frontiers of the work as category; the literary one, from what Gaston Bachelard proposes as a poetics of the space – a topoanalysis of the work as a space of synthesis of the immemorial with memory, a systematic psychological study of the locals of our private life. In this theater of the past, which is our memory, sometimes we believe to know ourselves in time; instead, what we really know is just a series of fixations in the spaces of stability of human beings who do not want to move on in time, who in their own past, when they go in search of the lost time, want to suspend the passage of time. Space retains the compressed time. The poetics of space deals with the space of our loneliness. Here, space is everything, for time does not animate memory. The metaphors presented by Gaston Bachelard can be easily related to the universe of Ohio Impromptu, not only because Listener and Reader are set in a room, around a table, but especially because the text is immersed in the space of reverie which is, according to the author, the house of memories. Ohio Impromptu is a house of attics and basements, corners and corridors full of unrevealed memories, unspoken words, unforgettable feelings and faces – a perfect synthesis of the immemorial with memory. Through a visual poetics, added to a topoanalysis, we reach the veiled presence of the author and his own story permeating the space of the work, and a concept of time as an antithesis of the postmodern time; a time that persists through repetition, a time that resists erasure; the time of myth. Through these procedures of analysis, we reach a concept of time in Beckett as kairos.
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Amongst shadows and labyrinths : a visual poetics for Samuel Beckett's Ohio ImpromptuBoessio, Ana Lúcia Montano January 2010 (has links)
O objeto de estudo desta tese é a composição pictórica de Ohio Impromptu, de Samuel Beckett. Sendo assim, apresenta uma poética visual como estratégia interdisciplinar de análise da obra, incluindo a sua versão em filme. A partir de sua contextualização histórico-social na pós-modernidade, tendo por base autores como Zygmunt Bauman e David Harvey, juntamente com a definição, delimitação e contextualização das referências artísticas presentes na peça e no filme, é analisado o modo como as escolhas pictóricas feitas pelo autor interferem no conceito de espaço e suas relações com o tempo, assim como o espaço do livro enquanto elemento de conexão entre espaço e tempo em relação ao espectador-leitor, Listener, Reader e autor. O espaço é analisado por dois ângulos: o pictórico, ou seja, de que modo o espaço é trabalhado e tratado na obra de arte contemporânea, especialmente no que se refere à ruptura do espaço do quadro e o derretimento das fronteiras da obra enquanto categoria; o literário, a partir do que Gaston Bachelard propõe como poética do espaço – uma topoanálise da obra enquanto espaço de síntese do imemorial com a memória, um estudo psicológico sistemático dos locais da nossa vida privada. Nesse teatro do passado, que é a nossa memória, às vezes acreditamos nos conhecer no tempo; no entanto, o que realmente conhecemos é apenas uma série de fixações nos espaços de estabilidade de seres que não querem seguir adiante no tempo, que no seu próprio passado, quando vão à procura do tempo perdido, querem suspender a passagem do mesmo. A poética do espaço lida com o espaço da nossa solidão e, ali, espaço é tudo, já que o tempo não anima a memória. As metáforas apresentadas por Gaston Bachelard podem ser facilmente relacionadas com o universo de Ohio Impromptu, não somente porque Listener e Reader estão colocados em uma sala, ao redor de uma mesa, mas principalmente porque o texto está imerso no espaço do devaneio que é, de acordo com o autor, a casa das memórias. Ohio Impromptu é uma casa com sótãos e porões, cantos e corredores cheios de memórias não reveladas, palavras não ditas, sentimentos e faces inesquecíveis – uma síntese perfeita do imemorial com a memória. Através de uma poética visual, somada a uma topoanálise, chegamos à presença velada do autor e sua própria história permeando o espaço da obra, e a um conceito de tempo como antítese do tempo pósmoderno; um tempo que persiste pela repetição, que resiste ao apagamento; o tempo do mito. Através destes procedimentos de análise, chegamos a uma noção de tempo em Beckett enquanto kairos. / The object of study of this dissertation is the pictorial composition of Ohio Impromptu, by Samuel Beckett. Therefore, it presents a visual poetics as an interdisciplinary strategy of analysis of the work, including its film version. From its socialhistorical contextualization within postmodernity, based on authors such as Zygmunt Bauman and David Harvey, altogether with the definition, delimitation and contextualization of the artistic references present in the play and in the film, it is analyzed the way the pictorial choices made by the author interfere in the concept of space and its relations with time, as much as the space of the book as an element of connection between space and time in regard to the reader-spectator, Listener, Reader, and author. The space is analyzed from two perspectives: the pictorial one, that is, the way the space is constructed and treated in contemporary artwork, especially in regard to the rupture of the space of the painting and the melting of the frontiers of the work as category; the literary one, from what Gaston Bachelard proposes as a poetics of the space – a topoanalysis of the work as a space of synthesis of the immemorial with memory, a systematic psychological study of the locals of our private life. In this theater of the past, which is our memory, sometimes we believe to know ourselves in time; instead, what we really know is just a series of fixations in the spaces of stability of human beings who do not want to move on in time, who in their own past, when they go in search of the lost time, want to suspend the passage of time. Space retains the compressed time. The poetics of space deals with the space of our loneliness. Here, space is everything, for time does not animate memory. The metaphors presented by Gaston Bachelard can be easily related to the universe of Ohio Impromptu, not only because Listener and Reader are set in a room, around a table, but especially because the text is immersed in the space of reverie which is, according to the author, the house of memories. Ohio Impromptu is a house of attics and basements, corners and corridors full of unrevealed memories, unspoken words, unforgettable feelings and faces – a perfect synthesis of the immemorial with memory. Through a visual poetics, added to a topoanalysis, we reach the veiled presence of the author and his own story permeating the space of the work, and a concept of time as an antithesis of the postmodern time; a time that persists through repetition, a time that resists erasure; the time of myth. Through these procedures of analysis, we reach a concept of time in Beckett as kairos.
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Amongst shadows and labyrinths : a visual poetics for Samuel Beckett's Ohio ImpromptuBoessio, Ana Lúcia Montano January 2010 (has links)
O objeto de estudo desta tese é a composição pictórica de Ohio Impromptu, de Samuel Beckett. Sendo assim, apresenta uma poética visual como estratégia interdisciplinar de análise da obra, incluindo a sua versão em filme. A partir de sua contextualização histórico-social na pós-modernidade, tendo por base autores como Zygmunt Bauman e David Harvey, juntamente com a definição, delimitação e contextualização das referências artísticas presentes na peça e no filme, é analisado o modo como as escolhas pictóricas feitas pelo autor interferem no conceito de espaço e suas relações com o tempo, assim como o espaço do livro enquanto elemento de conexão entre espaço e tempo em relação ao espectador-leitor, Listener, Reader e autor. O espaço é analisado por dois ângulos: o pictórico, ou seja, de que modo o espaço é trabalhado e tratado na obra de arte contemporânea, especialmente no que se refere à ruptura do espaço do quadro e o derretimento das fronteiras da obra enquanto categoria; o literário, a partir do que Gaston Bachelard propõe como poética do espaço – uma topoanálise da obra enquanto espaço de síntese do imemorial com a memória, um estudo psicológico sistemático dos locais da nossa vida privada. Nesse teatro do passado, que é a nossa memória, às vezes acreditamos nos conhecer no tempo; no entanto, o que realmente conhecemos é apenas uma série de fixações nos espaços de estabilidade de seres que não querem seguir adiante no tempo, que no seu próprio passado, quando vão à procura do tempo perdido, querem suspender a passagem do mesmo. A poética do espaço lida com o espaço da nossa solidão e, ali, espaço é tudo, já que o tempo não anima a memória. As metáforas apresentadas por Gaston Bachelard podem ser facilmente relacionadas com o universo de Ohio Impromptu, não somente porque Listener e Reader estão colocados em uma sala, ao redor de uma mesa, mas principalmente porque o texto está imerso no espaço do devaneio que é, de acordo com o autor, a casa das memórias. Ohio Impromptu é uma casa com sótãos e porões, cantos e corredores cheios de memórias não reveladas, palavras não ditas, sentimentos e faces inesquecíveis – uma síntese perfeita do imemorial com a memória. Através de uma poética visual, somada a uma topoanálise, chegamos à presença velada do autor e sua própria história permeando o espaço da obra, e a um conceito de tempo como antítese do tempo pósmoderno; um tempo que persiste pela repetição, que resiste ao apagamento; o tempo do mito. Através destes procedimentos de análise, chegamos a uma noção de tempo em Beckett enquanto kairos. / The object of study of this dissertation is the pictorial composition of Ohio Impromptu, by Samuel Beckett. Therefore, it presents a visual poetics as an interdisciplinary strategy of analysis of the work, including its film version. From its socialhistorical contextualization within postmodernity, based on authors such as Zygmunt Bauman and David Harvey, altogether with the definition, delimitation and contextualization of the artistic references present in the play and in the film, it is analyzed the way the pictorial choices made by the author interfere in the concept of space and its relations with time, as much as the space of the book as an element of connection between space and time in regard to the reader-spectator, Listener, Reader, and author. The space is analyzed from two perspectives: the pictorial one, that is, the way the space is constructed and treated in contemporary artwork, especially in regard to the rupture of the space of the painting and the melting of the frontiers of the work as category; the literary one, from what Gaston Bachelard proposes as a poetics of the space – a topoanalysis of the work as a space of synthesis of the immemorial with memory, a systematic psychological study of the locals of our private life. In this theater of the past, which is our memory, sometimes we believe to know ourselves in time; instead, what we really know is just a series of fixations in the spaces of stability of human beings who do not want to move on in time, who in their own past, when they go in search of the lost time, want to suspend the passage of time. Space retains the compressed time. The poetics of space deals with the space of our loneliness. Here, space is everything, for time does not animate memory. The metaphors presented by Gaston Bachelard can be easily related to the universe of Ohio Impromptu, not only because Listener and Reader are set in a room, around a table, but especially because the text is immersed in the space of reverie which is, according to the author, the house of memories. Ohio Impromptu is a house of attics and basements, corners and corridors full of unrevealed memories, unspoken words, unforgettable feelings and faces – a perfect synthesis of the immemorial with memory. Through a visual poetics, added to a topoanalysis, we reach the veiled presence of the author and his own story permeating the space of the work, and a concept of time as an antithesis of the postmodern time; a time that persists through repetition, a time that resists erasure; the time of myth. Through these procedures of analysis, we reach a concept of time in Beckett as kairos.
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O olhar pós-colonial na construção de uma identidade irlandesa : um estudo da peça Translations, de Brian Friel /Sampaio, Alexandre January 2008 (has links)
Orientador: Peter James Harris / Banca: Giséle Manganelli Fernandes / Banca: Thomas Bonnici / Resumo: Esta dissertação analisa a peça Translations (1980), de Brian Friel, a partir de uma leitura póscolonial da situação irlandesa do final da década de 1970. Como primeira produção da Companhia de Teatro Field Day, Translations fez parte do projeto de restabelecer a consciência política das artes em relação às tradições da nação, do sujeito irlandês e sua língua. Nossa proposta é a de que a peça de Friel se constrói como uma atualização histórica, a qual se desdobra em dois planos textuais, um denotativo e um figurativo, em que a relação colonial entre Irlanda e Inglaterra se apresenta como metáfora dos problemas contemporâneos que envolvem a República e o Norte. Assim, na busca por um conceito de identidade nacional e cultural irlandesa, pensamos a peça de Friel sob o enfoque da revisão histórica do nacionalismo, representada na releitura ficcional da colonização no período do século XIX. Para tanto, trabalhamos o desenvolvimento discursivo do nacionalismo irlandês para, então, focarmos na questão do discurso e suas formações e no pós-colonialismo como resposta às práticas hegemônicas. Por meio da seleção de trechos da peça - diálogos e rubricas -, analisamos a posição discursiva de cada personagem no embate cultural entre colonizado e colonizador, segundo as estratégias pós-coloniais de que se serve o escritor na representação do sujeito. Vemos que, em Translations, a busca por uma identidade livre de qualquer essencialismo revela uma consciência e intenção política do autor; além disso, subjacente a esse processo, está um exame "auto-crítico" da imagem do escritor pós-colonial e de seu posicionamento estratégico dentro da representação literária. / Abstract: This dissertation is an analysis of Brian Friel's play Translations (1980), based on a postcolonial reading of the Irish situation at the end of the 1970s. As the first production of the Field Day Theatre Company, Translations was part of a project which was aimed at reestablishing a political conscience in the artistic world regarding the nation's tradition, as well as the Irish subject and his/her language. We propose that Friel's play takes the form of a historical updating which operates both denotatively and figuratively, in which aspects of the colonial history of Ireland and England are used as a metaphor for contemporary problems involving the Republic and the North. Thus, in seeking a concept for Irish national and cultural identity, we consider Friel's play as a form of nationalist historical revision, represented as a fictional re-reading of nineteenth-century colonisation. We study the discursive development of Irish nationalism in order to focus on the issue of discourse and its formation, as well as on post-colonialism as a response to hegemonic practices. Based upon a selection of extracts from the play - both dialogue and stage directions -, we analyse the discursive position of the principal characters with regard to the cultural confrontation between colonised and coloniser, according to the postcolonial strategies available to the writer in his representation of the subject. In Translations, we see that the search for an identity free of essentialism reveals the author's conscience and political intention; in addition, we demonstrate that Friel is conducting a self-critical examination of the image and strategic position of the postcolonial writer. / Mestre
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Melmoth the Wanderer, um sermão gótico irlandês / Melmoth the Wanderer, an Irish gothic sermonFernando Bezerra de Brito 10 May 2013 (has links)
Neste trabalho, desenvolvemos uma reflexão sobre uma das principais obras do romance gótico e da prosa de ficção romântica em língua inglesa Melmoth the Wanderer (1820), do clérigo dublinense Charles Robert Maturin (1782-1824). Buscamos analisar Melmoth como um sermão gótico irlandês, isto é, um híbrido de romance gótico e sermão sacro, cuja forma é estruturada pelo contexto sócio-histórico da Irlanda do início do século XIX, época caracterizada pelo acirramento das tensões entre católicos e protestantes. Nessa análise, consideramos também a produção sermonística e ensaística do autor. A religião, que se mostra o princípio organizador do romance, foi entendida em sua natureza dialética entre o eterno, as doutrinas teológicas e suas proposições transcendentais, e o temporal, a práxis dos fiéis no mundo. Demonstramos como o escritor-reverendo utiliza uma série de procedimentos retórico-argumentativos da oratória sagrada na tessitura do romance a fim de amplificar o seu grau persuasivo, transformando-o em arma de propaganda política contra a campanha pela Emancipação Católica. Discutimos ainda a fortuna crítica e a recepção do romance em vários países europeus, em especial na França, onde influenciou sobremaneira escritores como Honoré de Balzac, Victor Hugo e Charles Baudelaire. / This study looks at one of the masterpieces of the Gothic novel and the Romantic prose fiction in the English language: Melmoth the Wanderer (1820), written by the Dubliner cleric Charles Robert Maturin (1782-1824). One tries to analyze Melmoth as an Irish Gothic sermon, ie, a hybrid of gothic novel and sermon whose shape is structured by the sociohistorical context of 19th century Ireland, a period characterized by the deepening of tensions between Catholics and Protestants. This analysis also takes into account Maturin´s sermons and essays. Religion, which is the organizing principle of the novel, is understood in this study by its dialectic between the eternal (theological doctrines and their transcendental propositions), and the temporal (the practice of the faithful in the world).The study argues that the writer-cleric uses a series of rhetorical-argumentative procedures of sacred oratory in the making of the novel in order to increase its persuasive appeal, turning it into a weapon of political propaganda against the campaign for Catholic emancipation. It also assesses the novel´s reviews and reactions in several European countries, particularly in France, where it greatly influenced writers such as Honoré de Balzac, Victor Hugo, and Charles Baudelaire.
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Ritos de passagem entre o humano e a natureza: Sean O Faolain ( Irlanda ) e José Lins do Rego (Brasil )Salles, Clice Pereira 25 September 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-09-25 / This dissertation is dedicated to the study of the myth of the chrysalis, the myth of puberty, which is set by the Rite of Passage experienced by the protagonists of the masterpieces The Trout by Sean O'Faolain and Menino de Engenho by José Lins do Rego. The main issue of this paper raises a question that conveys the passage from the being as an individual to the being as a part of a social group, which is started by the act of union between Nature and Being and Being and Sexuality. This research aims to understand the presence of a conundrum
among Nature, Human and Myth by the correlations between the characters and their ritualistic experiences. Along the study of this Rite of Passage process, we believe that, in the brief moment when the characters go through transformation, a social exclusion takes place, and that fact depicts them as members of the submerged population. The short-story, which is the genre studied for this dissertation, contains all the characteristics that can be applied to both narratives.Some authors were chosen to give theoretical foundation to this deductive and comparative study: Frank O'Connor, Mordecai Marcus, Edgar Allan Poe, Van Gennep, Victor Turner, Tania Franco Carvalhal and Eduardo Coutinho, among others.In the development of the three chapters, we put up the theories and themes proposed in dialogue with the narratives of the corpora we analysed. It s also demonstrated the way how the Rite of Passage is transposed to the Iniciation Literature besides suggesting that the characters are members of the submerged population / Esta dissertação trata do estudo do mito da crisálida, o mito da puberdade, configurado pelo rito de passagem, vivenciado pelos protagonistas dos contos, curto e longo, A Truta, de Sean O Faolain, e Menino de Engenho, de José Lins do Rego. A problemática do trabalho levanta um questionamento sobre a passagem do individual para o social, que se inicia pelo ato de união entre ser e natureza, e ser e sexualidade. A pesquisa visa esclarecer a presença ternária entre a Natureza, o Humano e o Mito pelas correlações entre as personagens e suas experiências ritualísticas. No estudo deste processo de Rito de Passagem, entendemos que, no momento breve em que as personagens passam pela transformação, dá-se a exclusão social, que as enquadra como membros da "população submersa" (submerged population), conceito este somente possível no conto, o gênero narrativo estudado, por conter características estruturais aplicáveis às obras. Para dar embasamento teórico, essencialmente, por meio de um estudo comparativo-dedutivo, fundamentamo-nos em: Frank O'Connor, Mordecai Marcus, Edgar Allan Poe, Van Gennep, Victor Turner, Tania Franco Carvalhal e Eduardo Coutinho, entre outros. No desenvolvimento dos três capítulos, colocamos as teorias e os temas propostos em diálogo com as narrativas do corpora, e demonstramos como o Rito de Passagem ocorre na Literatura Iniciática, além de sugerir que as personagens, em suas diferenças territoriais, definem-se como membros da "população submersa"
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Tom Paulin's poetry : politics, history and languageWolwacz, Andrea Ferr?s 28 February 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-02-28 / A presente tese analisa a literatura contempor?nea da Irlanda do Norte de l?ngua inglesa com apoio teorico dos Estudos Irlandeses. Tem como objetivo introduzir e criticar a poesia escrita por Tom Paulin, poeta brit?nico contempor?neo, considerado um dos grandes escritores irlandeses protestantes surgidos na prov?ncia de Ulster. A linha percorrida nesta an?lise diz respeito ? investiga??o de como os discursos ideol?gicos e as quest?es de identidade s?o representados no trabalho do poeta. Uma avalia??o cr?tica do autor sobre ideologias e identidades existentes na Irlanda do Norte e sua tentativa de responder a elas tamb?m ser?o analisadas. Para realizar esta an?lise, a tese est? dividida em tr?s cap?tulos. O primeiro apresenta um relato de eventos hist?ricos na Irlanda desde sua conquista pelo Imp?rio Brit?nico at? o presente momento, concentrando-se na Irlanda do Norte depois da Parti??o gerada pelo Tratado Anglo-Irland?s de 1922. O segundo cap?tulo dedica-se a uma reflex?o sobre a cria??o da literatura nacional irlandesa escrita em ingl?s e sua estreita rela??o com a hist?ria social e pol?tica do pa?s. Finalmente, o terceiro cap?tulo constr?i uma an?lise detalhada de poemas selecionados de cinco cole??es diferentes: State of Justice (1977), The Strange Museum (1980) Liberty Tree (1983), Fivemiletown (1987) e The Wind Dog (1999). A fim de investigar as quest?es de identidade e ideologia, este cap?tulo est? dividido em tr?s subcap?tulos de acordo com tr?s importantes temas recorrentes. A primeira parte analisa poesia e pol?tica, a segunda investiga poesia e hist?ria, e o terceiro subcap?tulo examina poesia e linguagem. Entre os diversos autores consultados para fundamenta??o do estudo sobre a poesia de Tom Paulin destacam-se Terry Eagleton, Edward Said, Elmer Andrews, Norman Vance, Peter MacDonald, Sara Broom, Patr?cia Craig e Neil Corcoran. Grande parte destes te?ricos pertencem a uma corrente espec?fica da literatura p?s-colonial, denominada Estudos Irlandeses . / This dissertation examines contemporary Northern Irish Literature written in English with the help of the theoretical approach of Irish Studies. It aims to introduce and make a critique of poetry written by Tom Paulin, a contemporary British poet who is regarded one of the major Protestant Irish writers to emerge from Ulster province. The thread pursued in this analysis relates to an investigation of how ideological discourses and the issues of identity are represented in the poet s work. The author s critical evaluation of existing ideologies and identities and his attempt to respond to them will also be analyzed. To perform this analysis, this dissertation is divided into three chapters. The first chapter presents an account of historical events in Ireland from its conquest to the present focusing in Northern Ireland after partition by the Anglo-Irish Treaty of 1922. The second chapter is dedicated to a reflection on the establishment of Irish national literature written in English and its close relation to Irish social and political history. Finally, the third chapter is dedicated to a detailed analysis of selected poems from five different collections: State of Justice (1977), The Strange Museum (1980) Liberty Tree (1983), Fivemiletown (1987) and The Wind Dog (1999). In order to investigate the issues of identity and ideology, this chapter is divided in three sections according to three important recurring themes. The first section analyzes poetry and politics; the second investigates poetry and history and the third evaluates poetry and Language. Among the authors consulted to form the basis of the discussion are Terry Eagleton, Edward Said, Seamus Deane, Elmer Andrews, Norman Vance, Peter MacDonald, Sara Broom, Patr?cia Craig, Neil Corcoran, and John Goodby. Most of them belong to this specific line of Postcolonial literature that is called Irish Studies.
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Imaginary irishness: the feminine in dramatisations of the Paster Rising in Sean O'Casey's the plough and the stars and Tom Murphy's The Patriot Game /Parra, Cláudia. January 2016 (has links)
Orientador: Peter James Harris / Banca: Laura Patrícia Zuntini de Izarra / Banca: Alvaro Luiz Hattnher / Resumo: Uma vez que a cultura nacional irlandesa tem formado uma concepção imaginária de identidade, isso afeta também a imagem da mulher. O drama irlandês tem contribuído muito para o debate e revisionismo sobre a identidade irlandesa e, no século XX, a Revolta da Páscoa em 1916 foi escolhida como contexto por alguns dramaturgos irlandeses pra promover uma reflexão sobre essa questão. Sean O'Casey e Tom Murphy apresentaram versões da Revolta da Páscoa nos palcos do Abbey que abordaram a identidade da mulher irlandesa em um contexto nacionalista. Uma comparação desses dois textos dramáticos revela que, embora os dramaturgos tenham usado estratégias diferentes, ambos reavaliaram a imagem feminina promovida pelo nacionalismo irlandês / Abstract: Ireland's particular national culture has shaped an imaginary conception of identity which has also affected the image of women. Irish drama has contributed significantly to the debate on and revisionism of Irish identity and, in the twentieth century, the Easter Rising in 1916 was chosen by some Irish playwrights as a background to promote reflection on this question. Sean O'Casey and Tom Murphy presented versions of the Easter Rising on the Abbey stage which approached the identity of Irish women in a nationalistic context. A comparison of these two dramatic texts reveals that, although the playwrights used different strategies, they both reassessed the female image promoted by Irish nationalism / Mestre
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