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Entre salas, celas e vozes: relatos sobre formação escolar em prisões femininas / Between classrooms, lockups and voices: schooling reports in women prisonsRamos, Ellen Taline de 02 April 2019 (has links)
Este trabalho tem como objetivo compreender como se dá a escolarização nas prisões femininas do estado de São Paulo, bem como as percepções das alunas, das professoras e dos professores envolvidos neste processo. Ao longo do trabalho, são apresentadas discussões a respeito das estatísticas ligadas ao sistema penal, a história e organização das prisões tal como as conhecemos hoje, as especificidades de gênero e suas interfaces com o sistema prisional, a escola na prisão, seu surgimento e desenvolvimento, e como os teóricos da escola de Frankfurt contribuem para a compreensão da temática deste estudo. A coleta de dados desta tese foi realizada por meio de visitas a unidades femininas do estado e de entrevistas semiestruturadas com alunas, professoras e professores. Além disso, realizaram-se observações em sala de aula a fim de compreender a organização e o andamento das aulas. Após a transcrição literal das entrevistas, realizou-se a análise de conteúdo, que gerou quatro categorias. Os principais resultados encontrados foram de que, no encontro marginal entre professoras e professores precarizados e mulheres presas, há uma potência de humanizarem-se e também uma hipervalorização alienante (aluna ideal e melhores professores); além disso, uma das principais motivações para a volta à escola foi para que as mulheres presas sirvam de exemplo para seus descendentes, reproduzindo a perspectiva dos papéis social (im)postos às mulheres na sociedade. Viu-se também a escola como possibilidade, ainda que remota, de ascensão social. Neste ponto, discursos bastante idealizados surgiram. A última categoria analisada traz as precariedades das salas de aula nas prisões e a falta de suporte técnico e pedagógico para os docentes. Por fim, foi possível verificar as contradições do espaço que se pretende educativo dentro de uma instituição punitiva, sendo que esta última acaba por delinear todas as regras da escola, interferindo direta e indiretamente em seu cotidiano. Além disso, os encontros entre professoras/professores e alunas, ao mesmo tempo em que se mostra potente, se apresenta carregado de valores ideológicos e de alienação, o que contribui para a não ocorrência da formação cultural, propagando a semicultura. Desta forma, compreende-se que este trabalho de cunho histórico, político, social e de gênero atingiu o que se propôs, quanto a analisar seus objetivos e, sobretudo, olhar e dar voz ao socialmente invisível e inaudível. No entanto, diante do que se mostra como possibilidades futuras, é essencial que este não seja o fim desta discussão - o ponto final deste trabalho constitui-se apenas como uma lacuna provocante e instigante, para novos parágrafos, lutas e resistências / This study aims to understand how the schooling process works at the women prison of São Paulo State, as well as the perceptions of the students and the professors involved of all these procedures stages. All over the text, we present discussions about the statistics related to the penal system, the history and the organizational methods of the prisons as we know today, also the gender specifications and its interfaces with the prison system, the prison\'s school as it was originated and developed, and how the Frankfurt theorists contribute to the subject-matter of the study. The data collection of the present thesis was made through the women units visitation and the semi-structured interviews to the students and professors (women and men), in addition, there were classrooms observational sections to comprehend the organizational methods and the classes progress. After the literal transcription of the interviews, the content analysis was made considering four categories. The main discovered results were that by the marginal meeting among the precarious professors and the arrested women, there is a powerful humanization process of themselves and an alienating overvaluation (the ideal student and the best professor), moreover, one of the arrested women major motivations to the school return was to be their descendants examples reproducing the social perspective roles (in)posed to the women in society. There is also the school as one possibility, albeit remote, of social ascension, at this point, rather idealized discourses emerged. The last category analyzed brings us the prison classrooms precariousness and the lack of technical and pedagogical support for the teachers. By the end, it was possible to verify the local contradictions of the place which is intended to be educative within a punitive institution, also considering that the last one will design every scholar rule, interfering directly and indirectly in their daily life. Furthermore, the meetings among professors and students at the same time that is powerful are loaded with ideological values and alienation, which contributes to the nonoccurrence of the cultural formation, diffusing the semiculture. According to it all, it is understood that the present research reached the historical, political, social and gender imprint of its purpose, including itself analysis of the claims and above all, to look and to give it a voice to the socially invisible and inaudible ones. However, up to the future possibilities, it is essential to not put an end of the discussions, the endpoint of this study it is only a provocative and incendiary gap, to new paragraphs, struggles and resistance
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Histórias das mulheres privadas de liberdade em Manaus: vidas marcadas pela pobreza, violência e abandonoCardoso, Clarice Marques, 92-99481-4891 10 May 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-05-10 / The increase in the number of incarcerated women has been increasing exponentially in Brazil, between 2004 and 2014, the rate of female incarceration has increased by 300%. In Amazonas the reality is not different, the percentage of growth of this prison follow-up was of 99%. Data from the Ministry of Justice indicate that most of these women are arrested for involvement in drug trafficking, 58% of them, while only 23% of men are imprisoned for this criminal type. In the Amazon 54% of them are imprisoned for this crime. In recent years, a number of scholarly researches have emerged on female imprisonment, a large part of which is dedicated to analyzing the issue of prison conditions, the practice of motherhood in prison and other matters related to prison daily life, there are still few who seek to discuss the issue The insertion of women in the "world of crime". In Manaus we did not find any research that fomented the question. With the purpose of apprehending female crime from its social relations and thus delineating some determinants for the insertion of women in crime, an empirical research of a qualitative approach was carried out with women condemned to custodial sentences in Manaus. The approach of the participants was the life history. Of the 106 convicted prisoners serving sentences in the closed and semi-open regimes in that capital, 9 were willing to participate in this study, 6 were convicted of drug trafficking and 3 were assaulted out of that total, only two had never had any involvement in the sale of Drugs. The interviews were recorded, transcribed and analyzed in the light of sociological theories. The study revealed that the involvement of women in crime has strong social inequality relations and the transformations that have occurred in the world of work and in family relations with productive restructuring and the emergence of neoliberalism. In the meantime work in the drug trade and other illicit activities that generate income is becoming naturalized as any other form of reproduction of life are activities as precarious and dangerous, as thousands of others in the informal market conduct sometimes offer better gain And the possibility of reconciling care with offspring and work. In order to slow down the rate of female incarceration, it is therefore imperative to think of other forms of coping with crime, as well as building prisons and investments in repressive policies, as well as rethinking our current drug policy. / O aumento do número de mulheres encarceradas vem crescendo de forma exponencial no Brasil, no período compreendido entre 2004 e 2014, a taxa de encarceramento feminino teve um crescimento de 300%. No Amazonas a realidade não é diferente, o percentual de crescimento desse seguimento prisional foi de 99%. Dados do Ministério da Justiça apontam que a maioria dessas mulheres está presa por envolvimento com o tráfico de drogas, 58% delas, enquanto que, entre os homens, somente 23% estão presos por essa tipificação criminal. No Amazonas 54% delas estão presas por esse crime. Nos últimos anos, surgiram várias pesquisas acadêmicas sobre o encarceramento feminino, grande parte dedicada a analisar a questão das condições de vida nas prisões, o exercício da maternidade no cárcere e outros assuntos relacionados ao cotidiano prisional, ainda são poucas aquelas que buscam discutirem a questão da inserção da mulher no “mundo do crime”. Em Manaus não encontramos nenhuma pesquisa que fomentasse a questão. Com o intuito de apreender a criminalidade feminina a partir de suas relações sociais e assim delinear alguns determinantes para a inserção da mulher no crime, realizou-se uma pesquisa empírica de abordagem qualitativa com as mulheres condenadas a penas privativas de liberdade em Manaus. O método de abordagem das participantes foi a história de vida. Das 106 presas condenadas que cumpriam pena nos regimes fechado e semiaberto nessa capital, 9 se dispuseram a participar desse estudo, dessas 6 eram condenadas por tráfico de drogas e 3 por assalto, desse total, apenas duas nunca tinha tido nenhum envolvimento com a venda de drogas. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas a luz das teorias sociológicas. O estudo revelou que o envolvimento da mulher com a criminalidade tem fortes relações desigualdade social e com as transformações que ocorreram no mundo do trabalho e nas relações familiares com a reestruturação produtiva e a emergência do neoliberalismo. Nesse ínterim o trabalho no comércio de drogas e em outras atividades ilícitas que geram renda vai se naturalizando como qualquer outra forma de reprodução da vida são atividades tão precárias e perigosas, quanto, milhares de outras existentes no mercado informal, conduta por vezes oferecem melhores ganho e a possibilidade de conciliar o cuidado com a prole e o trabalho. Para desacelerar o crescimento da taxa de encarceramento feminino torna-se imprescindível, portanto, pensar outras formas de enfrentamento da expansão criminalidade, para além da construção de prisões e investimentos em políticas repressivas, além de repensarmos nossa atual política de combate às drogas.
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Entre as leis da Ciência, do Estado e de Deus. O surgimento dos presídios femininos no Brasil / among the laws of science, the State and of God: the emergence of female prisons in BrazilAndrade, Bruna Soares Angotti Batista de 19 December 2011 (has links)
Este trabalho teve como objetivo principal compreender quais elementos pautaram os projetos e as práticas das prisões femininas brasileiras, no final da década de 30 e início dos anos 40. Buscou-se verificar em que medida prescrições de pensamentos criminológicos em voga, como o Direito Penal Clássico que indicava a pena para expiação da culpa e via o crime como uma escolha do indivíduo e da Antropologia Criminal para quem o homem nascia delinquente e a pena deveria ser medida médica para curar criminosos estiveram presentes na caracterização da delinqüência feminina e no cotidiano dessas instituições. Foi por meio da leitura de documentos da época, entre eles periódicos como A Estrela e os Arquivos Penitenciários do Brasil, que foi possível recompor os argumentos e as metas que justificaram a criação dos estabelecimentos prisionais femininos no país, bem como identificar a quem eles estavam voltados. Conclui-se, ao final, que o sistema penitenciário feminino foi edificado de maneira bastante peculiar, mesclando preceitos das duas referidas escolas criminológicas e elementos morais religiosos, com o objetivo de devolver à sociedade boas mães e esposas, ou seja, mulheres livres dos vícios e das mazelas que as desviavam do caminho esperado. Neste sentido entendia-se que a criminalidade feminina, vista como um desvio do papel social que a mulher deveria cumprir, precisava ser contida e corrigida. Daí porque o formato escolhido para as primeiras prisões de mulheres no Brasil privilegiou o resgate de elementos valorados como sendo próprios do feminino e confiou a uma Congregação religiosa a missão de executá-lo. / This dissertation had as its main objective to understand which elements guided projects and practices of womens prisons in Brazil in the late 30s and early 40s. It sought to verify the extent to which criminological prescriptions, as the ones from Classical Criminal Law that said that penalties served to purge guilt and that crime was an individuals choice and from Criminal Anthropology for whom the Man was born as a delinquent and penalty should be a medical measure to cure law offenders were present in the understanding of female crime and the daily life of these institutions. By reading documents from that period, among them journals such as A Estrela and Arquivos Penitenciários do Brasil, it was possible to rebuild arguments and goals that were used to justify the foundation of womens prisons in the country, as well as identify for whom they were built for. It concludes that womens prison system were built in a very peculiar way, mixing components from the two above-mentioned criminological schools with religious and morals elements, aiming to give back to society good mothers and wives, that is, women free from the vices and illness that moved them away from their expected paths. In that sense, female criminality, seen as a deviation from the social role that women were supposed to perform, should be contained and corrected. That explains why a religious Congregation was responsible for running the first womens prisons in Brazil, which privileged the recovery of elements valued as attached to the feminine.
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Representações sociais do trabalho carcerário feminino.Moki, Michelle Peixoto 31 March 2005 (has links)
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Previous issue date: 2005-03-31 / This dissertation: The social representations about the feminine prison labor aims at collecting and analysing the social representations the women who are prisoners (women inmates) and the ones who work at prison,
such as guards, teachers and principals of the Penitenciária Feminina da Capital (São Paulo SP) have about work. The work is considered by the prisoners as an opportunity to earn
money and at the same time as a brief scape from their reality. Besides, the prison labor has a variety of values which are associated to values expressed by the ones who are not at prison. Therefore the prison labor is conceived as something highly positive which gives the prisoners the citizenship passport. Even when the feminine prisoners do not agree with the work at prison, they are forced to work as the work is conceptualized as something which
might rescue the criminals, offering them the possibility of being reintegrated in society. / A Dissertação Representações Sociais do Trabalho Carcerário Feminino tem, como objeto principal, colher e analisar as representações sociais
atribuídas ao trabalho por mulheres encarceradas, guardas, mestras e diretoras da Penitenciária Feminina da Capital (São Paulo/SP). O trabalho representa para as presas uma oportunidade de ajuda financeira e fuga momentânea da realidade que estão inseridas. Além disso, o trabalho carcerário possui uma variedade de valores que são associados aos valores concebidos pela sociedade extramuro. Dessa forma, o trabalho dentro das
instituições carcerárias recebe um status positivo que confere a presa trabalhadora a possibilidade de um passaporte para a cidadania. Mesmo que não compactue com o trabalho carcerário, a mulher
encarcerada é obrigada a trabalhar. Porém, o ato de trabalhar dentro de uma prisão se sobrepõe a esse fato, pois perpassa na instituição a lógica de que é o trabalho o grande responsável pelo resgate do indivíduo delituoso ao convívio social.
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Memórias femininas no Bom Pastor- PE: gênero, repressão e resistência durante a Ditadura Civil-Militar brasileira (1964-1985)Silva, Tatianne Ellen Cavalcante 17 February 2017 (has links)
Submitted by ANA KARLA PEREIRA RODRIGUES (anakarla_@hotmail.com) on 2017-09-19T16:41:14Z
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Previous issue date: 2017-02-17 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / The present research emerges from nowadays needs to inquire about Brazilian historic time in between 1964-1985, temporality where the country lived under a civil-military dictatorship. Thinking about this period and the acting subjects in combat against the system of oppression and repression configures here as resistance. Thus, we will try to understand this period starting by the memories of the women inserted in the political struggles, acted in the confrontation with the antidemocratic forces. That said, we aimed to analyze the memories of women militants who were political prisoners in the Bom Pastor Penal Colony between 1969 and 1979 in the city of Recife and the resistance they practiced during the militancy that began in 1964, year of the coup d‘etat and ending in 1985. To this it is necessary to understand the cartographic traces and experiences of the twenty-four (24) militant women from the discourses contained in the reports of memory and in the individual records relating to the period of their detention. To discuss the forms of resistance exercised by left-wing militants against the civil-military dictatorship and their closure in prison. In addition to problematizing the construction of women's memories from the testimonial speeches contained in the documentary Vou contar para meus filhos. To do so, we use the contributions of the field of Cultural History, choosing to produce a history that focuses on the participation of women, in this way we seek to discuss categories such as gender and memory, which helped us to make new looks about the period covered, showing these subjects still shaded to the pages of historiography. / A presente pesquisa emerge das necessidades do presente de se indagar acerca do período da história do Brasil que compreende os anos de 1964-1985, temporalidade em que o país viveu sob uma ditadura civil-militar. Pensar este período e os sujeitos atuantes no combate ao sistema de opressão e repressão se configura aqui como uma resistência. Assim, debruçarmo-nos para compreender este período a partir das memórias de mulheres que, inserindo-se no campo das lutas políticas, atuaram no enfrentamento às forças antidemocráticas. Dito isto, objetivamos analisar as memórias de mulheres militantes que foram presas políticas na Colônia Penal do Bom Pastor, entre os anos de 1969-1979, na cidade do Recife, e as resistências que praticaram durante na militância que se iniciou já em 1964, ano do golpe, perdurando por todo o período de ditadura civil-militar, que se encerra em 1985. Para tanto, faz-se necessário compreender os traçares cartográficos e experiências das vinte e quatro (24) mulheres militantes a partir dos discursos contidos nos relatos de memória e nos prontuários individuais referentes ao período de suas prisões, além de discutir as formas de resistência exercidas pelas militantes de esquerda contra a ditadura civil-militar e a clausura na prisão, bem como problematizar a construção das memórias femininas, a partir dos discursos testemunhais, contidas no documentário Vou contar para meus filhos. Para tanto, utilizamo-nos das contribuições do campo da História Cultural, optando por produzir uma história que focasse na participação das mulheres. Desse modo, buscamos discutir categorias como gênero e memória, que nos ajudaram a tecer novos olhares sobre o período abordado, trazendo esses sujeitos ainda sombreados para as páginas da historiografia.
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Entre as leis da Ciência, do Estado e de Deus. O surgimento dos presídios femininos no Brasil / among the laws of science, the State and of God: the emergence of female prisons in BrazilBruna Soares Angotti Batista de Andrade 19 December 2011 (has links)
Este trabalho teve como objetivo principal compreender quais elementos pautaram os projetos e as práticas das prisões femininas brasileiras, no final da década de 30 e início dos anos 40. Buscou-se verificar em que medida prescrições de pensamentos criminológicos em voga, como o Direito Penal Clássico que indicava a pena para expiação da culpa e via o crime como uma escolha do indivíduo e da Antropologia Criminal para quem o homem nascia delinquente e a pena deveria ser medida médica para curar criminosos estiveram presentes na caracterização da delinqüência feminina e no cotidiano dessas instituições. Foi por meio da leitura de documentos da época, entre eles periódicos como A Estrela e os Arquivos Penitenciários do Brasil, que foi possível recompor os argumentos e as metas que justificaram a criação dos estabelecimentos prisionais femininos no país, bem como identificar a quem eles estavam voltados. Conclui-se, ao final, que o sistema penitenciário feminino foi edificado de maneira bastante peculiar, mesclando preceitos das duas referidas escolas criminológicas e elementos morais religiosos, com o objetivo de devolver à sociedade boas mães e esposas, ou seja, mulheres livres dos vícios e das mazelas que as desviavam do caminho esperado. Neste sentido entendia-se que a criminalidade feminina, vista como um desvio do papel social que a mulher deveria cumprir, precisava ser contida e corrigida. Daí porque o formato escolhido para as primeiras prisões de mulheres no Brasil privilegiou o resgate de elementos valorados como sendo próprios do feminino e confiou a uma Congregação religiosa a missão de executá-lo. / This dissertation had as its main objective to understand which elements guided projects and practices of womens prisons in Brazil in the late 30s and early 40s. It sought to verify the extent to which criminological prescriptions, as the ones from Classical Criminal Law that said that penalties served to purge guilt and that crime was an individuals choice and from Criminal Anthropology for whom the Man was born as a delinquent and penalty should be a medical measure to cure law offenders were present in the understanding of female crime and the daily life of these institutions. By reading documents from that period, among them journals such as A Estrela and Arquivos Penitenciários do Brasil, it was possible to rebuild arguments and goals that were used to justify the foundation of womens prisons in the country, as well as identify for whom they were built for. It concludes that womens prison system were built in a very peculiar way, mixing components from the two above-mentioned criminological schools with religious and morals elements, aiming to give back to society good mothers and wives, that is, women free from the vices and illness that moved them away from their expected paths. In that sense, female criminality, seen as a deviation from the social role that women were supposed to perform, should be contained and corrected. That explains why a religious Congregation was responsible for running the first womens prisons in Brazil, which privileged the recovery of elements valued as attached to the feminine.
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Mães em situação de encarceramento e a relação com seus familiares: um estudo em unidades prisionais na cidade de S. PauloMonastero, Leda Fleury 17 June 2017 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2017-06-22T12:19:29Z
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Leda Fleury Monastero.pdf: 2269157 bytes, checksum: 586806dc694b61b86f9a496b97f836a5 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-06-22T12:19:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2017-06-19 / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / The increase of 246% of the imprisoned women population between 2000 and 2012 is
an evident reality in our country that amounts to 37,200 women sent to jail in 2016. It
is the fifth largest population in the world. 72% of the reasons for female incarceration
are drug-related offences, which raises the gender issue identified by the lower-ranking
functions performed by women. Former studies have revealed that the deepest
concern of inmate mothers is over their children and their care. This research aims to
understand, after a mother imprisonment, the dynamics of family-relationships in the
new arrangements made by families. The study adopts a qualitative approach,
pursuing a narrative research that analyzes the stories lived and told by participants,
based either on their oral or written reports. The narratives of 5 imprisoned mothers
were collected in three jails in the city of São Paulo. The narratives of the 12 children
they have, and 5 caregivers were taken at their homes and other public places. The
reports were ordered from the family's past before imprisonment, followed by their life
and family relationship while in jail, up to their future expectations after their release
from jail. It was possible to identify the strength and value that these families hold; the
huge worry about mothering they nurture; conveivable and ingenious arrangements
that each family system makes. It was also possible to see familiar patterns repeating
from generation to generation; such as violence and gender related issues. Besides
providing fundamental aspects about the life these women and their families live what
allows us a better understanding of the situation, this work aims to render subsidies for
alternative public policies to women confinment with deprivation of liberty / O aumento de 246% da população carcerária feminina, entre 2000 e 2012 é uma
realidade comprovada em nosso país, que totaliza 37.200 mulheres presas em 2016,
ocupando o 5º lugar no mundo. 72% dos motivos de encarceramento feminino é o
tráfico de drogas, que levanta a questão de gênero identificada pelas funções
subalternas desempenhadas pelas mulheres. Estudos anteriores mostraram que a
maior preocupação das mães encarceradas é com os filhos e seus cuidados. Esta
pesquisa objetivou compreender as dinâmicas das relações familiares surgidas após
o encarceramento da mãe, nos arranjos feitos pelas famílias. O estudo adotou uma
abordagem qualitativa, realizando uma pesquisa narrativa onde se analisa as histórias
vividas e contadas pelos participantes, a partir de seus relatos orais ou escritos. As
narrativas de 5 mães encarceradas foram colhidas em três penitenciárias na cidade
de São Paulo e dos 12 filhos e 5 cuidadores, em suas residências e outros locais
públicos. Os relatos foram ordenados a partir do passado familiar, antes do
encarceramento, a vida prisional e a relação com a família e as expectativas para o
futuro, após a saída da prisão. Foi possível identificar a força e o valor que a família
possui; a grande preocupação com a maternagem; os arranjos possíveis e criativos
de cada sistema familiar; as repetições de padrões familiares entre as gerações; as
questões de violência e de gênero. Além de fornecer aspectos importantes sobre as
características de vida dessas mulheres e seus familiares que possibilitam melhor
compreensão da situação enfocada, este trabalho pretende oferecer subsídios para
políticas públicas alternativas ao encarceramento feminino com privação da liberdade
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