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A contribuição das tecnologias não-invasivas de cuidado de enfermagem para o empoderamento feminino na gravidez e no parto: adaptação do modelo de promoção da saúde de Nola Pender / The contribution of non-invasive technology of nursing care for the empowerment female during pregnancy and childbirth: adaptation of the model of health promotion of Nola PenderNatália Magalhães do Nascimento 01 March 2011 (has links)
Trata-se de um estudo do tipo estudo de caso, na abordagem qualitativa, que visa a analisar as vivências das mulheres que utilizaram as tecnologias não-invasivas de cuidado de enfermagem durante a gravidez e o parto e discutir quais e como essas tecnologias estimularam o empoderamento nelas. Para isso foram utilizadas referências que abordem conceitos de gênero, empoderamento e tecnologias. Como referencial teórico foi utilizado a de Promoção da Saúde de Nola Pender que, a partir da identificação dos fatores biopsicossociais do indivíduo, busca influenciar comportamentos saudáveis, visando ao bem-estar como proposta de promoção da saúde. O cenário do estudo foi a Casa de Parto David Capistrano Filho, localizada no município do Rio de Janeiro, e contou com a participação de dez mulheres que pariram na Casa. Para a coleta de dados, foi elaborado um diagrama semelhante ao de Pender, contendo alguns aspectos biopsicossociais das mulheres que pudessem ter influência na vivência de empoderamento delas. As entrevistas aconteceram entre os meses de março e maio de 2010. Os dados produzidos foram analisados e transformados em três categorias: características e vivências individuais da mulher; conhecimentos, sentimentos e influências, na gravidez e no parto, a partir do uso das tecnologias; e o resultado do empoderamento. A tecnologia relacional, como o acolhimento, o vínculo e a escuta sensível, influenciou de forma benéfica as mulheres desde o momento que elas iniciaram o pré-natal na Casa, já que no início da gravidez algumas tinham receio com as mudanças do corpo e com as responsabilidades da maternidade. A dor do parto também foi outra preocupação citada por desconhecerem a fisiologia do processo. Mas, através de tecnologias como a de informação, de apoio, de potencialização de expressão corporal, de favorecimento da presença do acompanhante e de respeito de escolha delas, o parto acabou sendo calmo, tranqüilo, acolhedor e prazeroso. Com isso, as tecnologias contribuíram para as vivências de fortalecimento do vínculo com o bebê, na maior autoconfiança em parir e no preparo da maternidade que despertou nelas um desejo de serem pessoas de opiniões próprias e de terem uma formação profissional para garantir um bom futuro para o filho. Percebeu-se, nesse estudo, que as tecnologias favoreceram o empoderamento delas em parir numa Casa de Parto sendo assistidas por enfermeiras obstetras. No entanto, elas ainda se mostram passivas à dominação masculina quando valorizam a capacidade feminina em conquistar o espaço público masculino, mesmo em detrimento de suas reais necessidades, mostrando a importância de mais discussão sobre a temática a fim de vislumbrar novas tecnologias que auxiliem às mulheres a transpor esse empoderamento, adquirido durante a gravidez e o parto, para o seu dia a dia. / It is a study of the type case study, in the qualitative approach, that aims to analyse the experiences of women who used the technologies non-invasive nursing care during pregnancy and childbirth and to discuss which and as these technologies have stimulated the empowerment them. For that, references wich approach concepts of gender, of empowerment and of technologies were used. As the theoretical framework was used the of promotion the health of Nola Pender that seek from the identification of the individual's biopsychosocial factors influence healthy behaviors aiming the well-being as a proposal for health promotion. The scenario of the study was the House of Childbirth David Capistrano Filho, located in the municipality of Rio de Janeiro, and attended by ten women who calved in the House. For the data collection was adapted a diagram, such as of the Pender, containing some biopsychosocial aspects of women who could have an influence in the experience of empowerment theirs. The interviews took place between the months of march and may 2010. The data produced were analyzed and processed into three categories: characteristics and experiences individual of women; knowledge, feelings and influences, in pregnancy and childbirth, from the use of technologies and the result of empowerment. The technology relational, as the reception, the bond and the sensitive listening, influenced the women of beneficial form from the moment they began the pre-christmas in the House, since at the beginning of pregnancy they had some fear with changes in body and with the responsibilities of maternity. Labor pain was also another concern mentioned by unknowledge of the physiology of the process. But, through technologies such as information, support, potentiation of body expression, of favoring of the partner's presence, and of respect the choice of them, the childbirth ended being calm, tranquil, cozy and pleasurable. With this, the technologies contributed to the experiences of strengthening of the link with the baby, in greater self-confidence in calve and in the prepare of motherhood which triggered them a desire to be people of own opinions, and to have a vocational training to ensure a good future for the child. It was perceived, in this study, that the technologies favored their empowerment in calve in the House of Childbirth, being assisted by nurses obstetricians. However, they still shows themselves passive to male domination when they valorize the female capacity in conquer the public space male, even at the detriment of their real needs, showing the importance of more discussions on the theme in order to glimpse new technologies to help women to transpose this empowerment acquired during the pregnancy and childbirth, for its day to day.
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Vivências do pai no parto e repercussões na vida conjugal e familiar: contribuição da Enfermagem / Experiences of fathers in childbirth and its repercussion in their conjugal and family life: contributions of nursingTharine Louise Gonçalves Caires 26 February 2013 (has links)
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro / Trata-se de uma pesquisa qualitativa que buscou descrever e analisar a vivência do pai no trabalho de parto, parto e pós-parto de seu filho e discutir as repercussões advindas com essa vivência em sua vida conjugal e familiar. Foram entrevistados 24 homens-pais, aleatoriamente, dentre aqueles que estavam presentes no momento das consultas/atividades de puericultura de seus filhos, realizadas em quatro centros municipais de saúde do município do Rio de Janeiro e que participaram do processo de parturição de sua companheira. Para coleta de dados foi utilizada a entrevista semi-estruturada na qual se investigou condições sócio demográficas e aspectos relativos à sua vivência no parto. Para análise dos dados, foi utilizada a Análise Temática. Emergiram um tema (A vivência do pai no parto) e quatro subtemas: sentimentos, sensações e emoções paterna, a importância da presença paterna e as repercussões na vida do pai: conjugal e familiar. Os resultados revelaram que o parto foi para os pais um momento único com mistura de sentimentos. Outros se sentiram úteis por terem conseguido oferecer suporte emocional. Sua presença foi vista por eles mesmos como fundamental, seja por desejo da mulher, seja por decisão do casal. Mostraram ainda a existência de um novo modelo de pai, que se preocupa com o sustento de sua nova família e está à disposição para cooperar nas tarefas domésticas. Ressalta-se que a figura do pai provedor ainda se faz presente. Destaca-se a preocupação dos pais para não prejudicar a equipe e os procedimentos médicos no momento do parto. A vivência do pai no parto mudou o imaginário social da figura da mulher, mãe de seu filho, tornando-a mais corajosa, mais forte e até mais bonita aos olhos desse homem. Para outros, sua presença trouxe uma aproximação na relação conjugal, uma demonstração de que agora ele é um homem de confiança. Considera-se urgente uma reavaliação dos profissionais de saúde sobre a presença e preparação do pai durante todo o processo de nascimento. Na vida familiar, os resultados mostraram que os pais não souberam retratar como esta vivência afetou os membros, ditos por eles, como família. Principalmente aqueles que enumeraram pais, irmãos e enteados como integrantes. Nesse sentido, ressalta-se a importância de uma efetiva preparação dos pais para as transformações que uma vivência do parto repercute em todos os campos de sua vida. / This is a qualitative research which tried to describe and analyze the experience of the father present during childbirth labor, childbirth and post childbirth of his child and discuss the repercussions resulting of this experience in his conjugal and family life. There were random interviews with twenty-four fathers, among the ones present at the moment of consultation appointments/ child care of their children, occurred in four municipal health care centers in Rio de Janeiro, who attended their partners childbirth process. For data collection it was used semi-structured interviews in which were investigated social demographic conditions and aspects related to their experience in the childbirth. For data analyses, it was used thematic analyses, which gave origin to a theme (the experience of the father in the childbirth) and four sub-themes: feelings, fathers sensations and emotions, the importance of fathers presence, repercussions in the fathers life: conjugal and familiar. The results revealed that the childbirth was a unique moment with a mix of feelings. Some felt useful for offering emotional support. Their presence was seen by them as fundamental, for the wifes desire or the couples decision. It also showed a new pattern of father, who is concerned with the family sustainability and also ready to help in the domestic chores, the figure of the financially supportive father is still present. The concern of fathers in order not to disturb or interfere on the delivery team work and the medical procedures in the moment of the parturition is highlighted. The experience of the father in the childbirth has changed the social image of the mother, making her seem more courageous, stronger and even more beautiful on the eyes of the man. For others, their presence created a better conjugal atmosphere, a demonstration that he is a man of trust. It is considered urgent to reevaluate health professionals on the fathers presence and preparation during all the childbirth process. In family life, fathers could not explain how the experience affected the members of the family, mainly those who enumerated fathers, brothers and stepson as family members. In this sense, it is important to mention the relevance of an effective preparation for transformations that the experience of childbirth attending can cause in all the fields of his life.
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Rotas de fuga no ciberespaço : itinerários de mulheres em busca do parto desejado / Escape routes in the cyberspace : women itineraries in search of desired child-birthMedeiros, Lidiele Berriel de January 2014 (has links)
A presente pesquisa traça uma cartografia do movimento social pela humanização do parto e nascimento no Brasil, que surge por volta de 1970 e ganha ampla adesão das mulheres usuárias de sistemas de saúde duas décadas depois, em um processo intimamente relacionado à democratização da internet e mais especificamente do ciberespaço. Após retomar os processos históricos do movimento, a dissertação ocupa-se de acompanhar especialmente os fluxos de luta estabelecidos pelas mulheres no ciberambiente, abordando as diferentes produções que nele emergem e seus desdobramentos na sociedade. A partir do aporte conceitual da esquizoanálise, buscou-se compreender como se articulam fluxos individuais e coletivos de luta e busca pelo parto humanizado, e de que modo estes vêm incidindo no cenário da assistência obstétrica no País. Concluiu-se que os itinerários individuais e coletivos se produzem em um plano comum e têm incidido na ampliação do diálogo sobre a assistência à parturiente no País. Tais fluxos parecem abrigar muitas potências, dentre as quais, se evidencia a contribuição à modificação do modelo de atenção ao parto vigente, além do fortalecimento do próprio movimento de humanização do parto. / This research draws a map of the social movement for the humanization of childbirth in Brazil, which arises around 1970 and gains broad support of women health system users two decades later, in a process closely related to the democratization of the Internet and more specifically, of cyberspace. After exposing the historical movement processes, the dissertation deals with follow especially the fight fluxes established by women in cyberspace, addressing the different productions that emerge in it and its consequences in society. We tried to understand how are articulated individual and collective fluxes of struggle and search for humanized birth, and how they affect the scene of obstetric care in the country. It was concluded that the individual and collective itineraries are produced in a common plan, and have affected on expanding the dialogue on assistance to the woman in labor in the country. Such fluxes seem to harbor many powers, among which highlights the contribution to the modification of the attention to current child-birth model besides the strengthen of the childbirth humanization movement itself.
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A experiência da mulher e de seu acompanhante no parto em uma maternidade pública / Childbirth experiences of women and their companions at a public maternity hospitalSilvana Regina Rossi Kissula Souza 10 December 2014 (has links)
Estudo qualitativo, baseado na história oral temática sobre a experiência da mulher e de seu acompanhante no processo parto e nascimento em uma maternidade pública em Curitiba-Paraná. O estudo teve como objetivo conhecer a experiência de mulheres e de seus acompanhantes no processo de parto. A coleta de dados foi realizada no período de outubro de 2012 a maio de 2013, utilizando entrevistas semiestruturadas individuais. Os colaboradores do estudo foram 11 mulheres e 11 acompanhantes presentes no processo de parto e nascimento e convidados a participar da pesquisa durante as oficinas do projeto de extensão universitária Preparo para o parto acompanhado. As entrevistas foram gravadas, transcritas e retextualizadas; após foi extraído o tom vital. Os colaboradores conferiram as versões retextualizadas das narrativas e assinaram a Carta de Cessão. Os dados foram analisados tematicamente e separados em três temas: 1) experiências no processo de parto acompanhado; 2) atuação dos profissionais na visão das mulheres e dos acompanhantes; 3) as contradições e barreiras na vivência do parto. Neste estudo destacaram-se a escolha das mulheres pela presença dos maridos/companheiros; os motivos da escolha, tais como segurança, apoio e tranquilidade; as experiências do nascimento e o papel do acompanhante. As medidas para o alívio da dor, o respeito às escolhas da mulher sobre as posições do parto e as atitudes de alguns profissionais foram apontados como aspectos facilitadores no processo de parto acompanhado. Foram encontradas contradições do modelo de atenção ao parto e dificuldades para a inserção do acompanhante no processo de parto e nascimento, entre elas algumas situações de restrição ao acesso do acompanhante, aspectos organizacionais de estrutura e o comportamento de alguns profissionais de saúde. Algumas práticas apontam para uma melhoria da assistência prestada às mulheres e suas famílias no processo de parto e nascimento. Conclui-se que a participação do acompanhante no processo de parto no modelo de assistência ao parto vigente ainda encontra barreiras para que se realize plenamente no modelo do parto humanizado preconizado pela Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde / Qualitative study based on oral history of womens experiences and their companions during the process of labor and childbirth at a public maternity in Curitiba, Paraná State/Brazil. The study objectified to apprehend the experience of women and their companions during the childbirth process. Data collection was held between October, 2012 and May, 2013 by means of individual semi-structured interviews. The collaborators in the study were 11 women and 11 companions present during the childbirth process, and invited to participate in the research during the workshops of the university extension project Preparation for childbirth companions. The interviews were recorded, transcribed and retextualized; after that, the vital tone was extracted. The collaborators checked the retextualized versions of the narratives and signed the Cession Letter. Data were thematically analyzed and separated in three themes: 1) experiences during the process of accompanied childbirth; 2) professionals performance viewed by the women and their companions; 3) contradictions and obstacles during childbirth experience. In this study, it can be pointed out: womens choice for the presence of their husbands/partners; the reasons for that choice, such as safety, support and assuredness; childbirth experiences and the companions role. Procedures for pain relief, respect for the womens choices on the positions during delivery, and some professionals attitudes were pointed as facilitators during the accompanied childbirth process. Contradictions in the childbirth caring model as well as companions constraints for their insertion in the childbirth process were found, among them, some restrictive situations of companions access, organizational, structural aspects and some health professionals behavior. Some practices point to care improvement rendered to women and their families during the childbirth process. It is concluded that companions participation during the childbirth process under the current caring model still finds some hurdles for the full achievement of the humanized childbirth caring model advocated by the World Health Organization and Brazilian Ministry of Health
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Assistência de enfermagem à mulher no ciclo gravídico-puerperal: a realidade de Araraquara/SP / Nursery assistance to the woman in the puerperal pregnancy cycle: the reality of Araraquara/SP.Elaise Regina Gonçalves Cagnin 07 October 2008 (has links)
A atenção ao pré-natal e ao parto por pessoal qualificado é fundamental para a redução da mortalidade materna e neonatal. A Confederação Internacional de Parteiras (ICM) preconiza quais os conhecimentos e as habilidades que o profissional qualificado deve possuir para proporcionar à mulher uma atenção de qualidade, em todas as fases do ciclo reprodutivo. Este estudo buscou conhecer a realidade do atendimento realizado pelo profissional de enfermagem na atenção ao pré-natal e ao parto, no município de Araraquara/SP. Objetivos: Caracterizar os profissionais de enfermagem que atuam na atenção ao pré-natal e ao parto e analisar as competências essenciais desenvolvidas por eles nesta prática. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa cujos dados foram coletados através da entrevista estruturada com os profissionais de enfermagem e da observação sistemática não participativa das competências essenciais em obstetrícia. A população estudada foi composta por 42 profissionais de enfermagem, sendo 32 atuantes na atenção ao pré-natal e 10 na atenção ao parto. Foram observadas na atenção ao pré-natal 44 recepções na unidade, 28 pré-consultas e 44 pós-consultas, além de 44 gestantes em sala de espera e 44 gestantes em sala de consulta médica. Na atenção ao parto foram observados 15 avaliações obstétricas admissionais, 18 trabalhos de parto, 11 partos vaginais, 9 pós-partos imediatos e 11 recepções neonatais. Resultados: Na atenção ao prénatal, o perfil dos profissionais revela uma equipe feminina (96,9%), maior que 41 anos (65,6%), convivendo em relação conjugal estável (50%), tendo experiência de ter tido filhos (68,7%), com cor da pele declarada branca (71,9%) e tempo de atuação na área de saúde maior de 10 anos (59,4%) e menos de 10 anos de formação profissional no maior nível de qualificação (62,5%). A carga horária média de trabalho foi de 39,4 horas semanais, 85% atuam em apenas um emprego, a média de salários dos profissionais de nível médio da Unidade Básica de Saúde (UBS) corresponde a 43,9% da remuneração média das enfermeiras, enquanto o Programa de Saúde da Família (PSF) corresponde a 58,5%; 66,7% das enfermeiras possuem pós-graduação lato sensu na área de saúde pública; não encontramos enfermeira especialista em obstetrícia. Quanto às competências essenciais, as enfermeiras não realizam o acompanhamento de pré-natal na UBS e no PSF tal prática ocorre eventualmente. O atendimento é centrado na figura do médico, há discreta participação das enfermeiras e as habilidades essenciais em obstetrícia, preconizadas pela ICM, deixaram de ser desenvolvidas. Na atenção ao parto, o perfil dos profissionais revela uma equipe feminina (100%), com idade média de 36,6 anos, convivendo com relação conjugal estável (60%), tendo experiência de ter tido filhos (70%) e com cor da pele declarada branca (70%). A carga horária média de trabalho foi de 46,8 semanal, 80% das enfermeiras trabalham em dois empregos e a média de salários dos profissionais de nível médio corresponde a 39,3% da remuneração média das enfermeiras. Todas as enfermeiras são especialistas em obstetrícia e 80% têm de 1 a 4 anos de formação após a especialização. O tempo médio de experiência na atenção ao parto das enfermeiras foi de 14 anos e 6 meses e dos profissionais de nível médio de 3 anos e 1 mês. Quanto às competências essenciais, compete à enfermeira obstetra a avaliação obstétrica admissional, o acompanhamento ao trabalho de parto e a realização do parto. Muitas das habilidades essenciais em obstetrícia, preconizadas pela ICM, deixaram de ser desenvolvidas ou o foram de maneira incompleta. Conclusões: Na atenção ao pré-natal há carência de pessoal qualificado, enquanto o modelo de atenção ao parto prioriza a qualificação profissional. Muitas das competências essenciais na atenção ao pré-natal e ao parto, preconizadas pela ICM, não estão sendo desempenhadas ou quando realizadas, ocorrem de maneira incompleta. O estudo revela a necessidade de reorganização da assistência ao pré-natal e ao parto para a redução da mortalidade materna e neonatal e da incidência de parto cesárea desnecessário no município. / The attention to prenatal and childbirth by qualified staff is fundamental to achieve a reduction in rates of maternal and neonatal mortality. The International Confederation of Midwives (ICM) determines the knowledge and the abilities which a qualified professional must have in order to provide women with healthy care, during all phases of the Reproductive cycle. This study aimed to recognize the reality of the attendance offered by the professional of nursery in attention to prenatal and childbirth, in the city of Araraquara (SP).Objectives: Characterize the professionals of nursery who act in attention to prenatal and childbirth, as well as analyse the essential competences developed by them concerning this practice. Methodology: A descriptive study, with qualitative approach, whose data were collected through structured interviews with professionals of nursery and non-participative systematic observation of essential competences in Obstetrics. The studied population was composed by 42 Nursery professionals: 32 acting in attention to prenatal and 10 in attention to childbirth. Concerning attention to prenatal, 44 receptions at the unit, 28 pre consults and 44 post consults, besides 44 gestants in waiting room and 44 gestants in medical consult room were observed. Regarding attention to childbirth, 15 admissional obstetric evaluations, 18 in labours, 11 vaginal deliveries, 9 immediate post deliveries and 11 neonatal receptions were observed. Results: Concerning attention to prenatal, the profile of the professionals reveals a female staff (96, 9%), over 41 years old (65, 6%), living a stable marriage (50%), having had the experience of having children (68, 7%), with colour of skin declared as being white (71, 9%), having worked with Health for more than 10 years (59, 4%) and having had less than 10 years of professional graduation at the highest level of qualification (62, 5%). The average of working hours was 39, 4 hours per week, 85% have just one job, the average of the salary for the professionals of a middle level from Unidade Básica de Saúde (UBS) corresponds to 43, 9% of the average of nurses payment, whereas from Programa de Saúde da Famíla (PSF) it corresponds to 58, 5%; 66, 7% of the nurses have post graduation latu sensu in Public Health; we havent found nurses who specialized in Obstetrics. Regarding essential competences, nurses do not accompany prenatal at USB and at PSF such practice occurs eventually. The attendance is focused on the doctors leading role, there is discreet nurse participation and the essential abilities determined by ICM have stopped to be developed. Concerning attention to childbirth, the profile of the professionals reveals a female staff (100%), with 36, 6 years old on average, living a stable marriage (60%), having had the experience of having children (70%) and with colour of skin declared as being white (70%). The average of working hours was 46, 8 hours per week, 80% of the nurses have two jobs and the average of the salary for the professionals of a middle level corresponds to 39, 3% of the average of nurses payment. All the nurses have specialized in Obstetrics and 80% have between 1 to 4 years of graduation after that. Their experience in attention to childbirth, on average, is comprised of 14 years and six months and, for the professionals of a middle level, it consists of three years and a month. Regarding essential competences, the obstetric nurse is in charge of the admissional obstetric evaluation, the accompaniment to in labour and realization of the childbirth. Many of the essential abilities in Obstetrics, determined by ICM, have stopped to be developed or have been underdeveloped. Conclusion: During attention to prenatal, there is a lack of qualified staff, whereas the model of attention to childbirth prioritises professional qualification. Many of the essential competences in attention to prenatal and childbirth determined by ICM are no longer being carried out or are incomplete. The study reveals the necessity of reorganization of the assistance to prenatal and childbirth, in order to achieve a reduction of maternal and neonatal mortality as well as the incidence of unnecessary cesarean birth in the city.
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A experiência de ter um filho internado em unidade neonatal para tratamento de sífilis congênita / The experience of having a child admitted to a neonatal unit in order to treat congenital syphilisAna Paula Almeida Brito 30 April 2008 (has links)
O estudo foi realizado com mães que viveram a experiência de ter um filho internado em uma unidade neonatal para tratamento de sífilis congênita e teve como objetivo compreender a experiência de mães de recém-nascidos internados em unidade neonatal submetidos ao tratamento de sífilis congênita. Os referenciais teórico e metodológico adotados foram, respectivamente, o Interacionismo Simbólico e a Teoria Fundamentada nos Dados. O estudo foi realizado no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo e os dados foram obtidos por meio de entrevista em profundidade com dez puérperas, mães de recém-nascidos submetidos ao tratamento de sífilis congênita, internados no período de abril de 2006 a dezembro de 2007. Os relatos foram codificados e agrupados, de acordo com o significado atribuído em subcategorias, categorias e tema. Dois temas emergiram dos dados que retratam a vivência materna estudada. O tema VIVENCIANDO O IMPACTO DA DESCOBERTA DA DOENÇA descreve o impacto inicial da descoberta da doença e o tema VIVENCIANDO A INTERNAÇÃO DO FILHO relativo à vivência materna de estar com o filho internado durante o período de tratamento da doença. O estudo revelou que a experiência materna é dinâmica e repercute na interação que estabelece com os familiares, não se restringindo à vivência da internação do bebê. Descobrir-se com sífilis envolve reações emocionais, como: medo e sentimentos de angústia e sofrimento e cognitiva traduzida sob a forma de dúvidas relativas ao contágio da doença e tratamento. A experiência materna é melhor enfrentada quando conta com apoio da família e quando a abordagem assistencial dos profissionais de saúde é isenta de preconceitos e julgamentos / The study was carried out with mothers who had the experience of having a child admitted in a neonatal unit in order to treat congenital syphilis and its goal is to understand such experience. Symbolic Interactionism and the Grounded Theory are respectively the methodological and theoretical referential. The study was carried out at São Paulo University School Hospital and the data were collected through the interview with ten mothers whose newborns underwent congenital syphilis treatment, admitted from April 2006 to December 2007. The reports were codified and grouped according to the meaning attributed into subcategories, categories and theme. Two themes emerged from the data related to the maternal experience under study. A) The theme EXPERIENCING THE IMPACT OF DISCOVERING THE DISEASE which describes the first impact and the theme EXPERIENCING THE CHILD\'S ADMISSION, related to the mother\'s experience of having a child admitted during the period of treatment. The study revealed that the maternal experience is dynamic and reverberates in the interaction with the families, not being restricted to the experience of the baby\'s admission. Finding out about syphilis involves emotional reactions such as fear, distress and suffering as well as cognitive emotions such as doubts related to infection and treatment. Maternal experience is better when shared and supported by the family and also when the health professional approach is free from prejudice and judgment
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Práticas obstétricas adotadas na assistência ao parto segundo o partograma com linhas de alerta e ação / Obstetrical practices adopted in the labor assistance according to the partogram with alert and action linesIvanilde Marques da Silva Rocha 13 July 2005 (has links)
A utilização do partograma para o acompanhamento do trabalho de parto tem sido recomendada pela Organização Mundial da Saúde desde 1984. Esta investigação foi conduzida com a finalidade de estudar o emprego de práticas obstétricas em mulheres, cuja assistência foi prestada por enfermeiras obstetras e o trabalho de parto foi acompanhado com o auxílio do partograma com linhas de alerta e de ação. O objetivo geral foi analisar o uso de intervenções obstétricas, o tipo de parto, os diagnósticos obstétricos e os resultados perinatais, segundo as Zonas I, II e III do partograma. Foi realizado um estudo transversal com uma amostra de 233 mulheres com gestação única, apresentação cefálica, idade gestacional maior que 37 semanas atendidas em uma maternidade pública do município de Itapecerica da Serra no período de 15 de dezembro de 2004 a 15 de março de 2005. A análise comparativa foi feita com os testes Qui-quadrado e Exato de Fischer para estudar as diferenças entre as classes das variáveis. O nível de significância adotado foi 0,05. Os resultados mostraram idade média de 24,1 anos (dp= 5,8); 39,5% nulíparas; 78,5% foram internadas com dinâmica uterina presente; 69,1% com membranas íntegras; e 63,9% estavam na fase ativa do trabalho de parto. As práticas banho (71,4%) p=0,001; movimento (85,2%) p=0,001 e deambulação (85,7%) p=0,009 foram mais utilizadas na Zona III. A rotura artificial foi mais empregada na Zona II (92,4%) p=0,001, a ocitocina (45,9%) p=0,010 na Zona I. As intervenções monitorização eletrônica fetal (p=0,527), fármaco (p=0,158), posição de parto (p=0,150) e episiotomia (p=0,055) não apresentaram diferenças estaticamente significantes entre as três zonas do partograma. Quanto ao tipo de parto a cesariana ocorreu em 24,0 na zona III (p=0,001). Os resultados perinatais não apresentaram diferença estatisticamente significante entre as Zonas do partograma / The utilization of the partogram in tracking the course of labor has been recommended by the World Health Organization ever since 1994. This investigation was conducted to study the usage of obstetrical practices in women who were assisted by nurse midwives and whose delivery was aided by the partogram with alert and action lines. The overall goal was to analyze the use of obstetrical interventions, the type of delivery, the obstetrical diagnoses and the perinatal results, according to zones I, II and III of the partogram. A cross-sectional study was carried out with a representative sample of 233 women with a single gestation, cephalic presentation, gestational age with more than 37 weeks, and assisted in a public maternity hospital in the city of Itapecerica da Serra - Brazil, in the period from December 15, 2004 to March 15, 2005. The comparative analyses were performed with the Qui-square and the Fischers exact tests to study the differences among the classes of variables. The level of significance adopted was 0,05. The results showed the average age of 24,1 years old (standard deviation=5,8); 39,5% nuliparas; 78,5% were admitted with the presence of a uterine dynamic; 69,1% with intact membranes; and 63,9% were at the active phase of labor. The practices shower (71,4%) p=0,001, movement (85,2%) p=0,001, and deambulation (85,7%) p=o,009 were more often utilized in Zone III. The artificial rupture was more often employed in Zone II (92,4%) p=0,001; occitocin (45,9%) p=0,010, in Zone I. The interventions electronic fetal monitoring (p=0,527), pharmaco (p=0,158), delivery position (p=0,150), and episiotomy (p=0,055) did not present statistically significant differences among the three zones of the partogram. As for the type of delivery, the cesarean delivery took place in 24,0 % in Zone III (p=0.001). The perinatal results did not present statistically significant differences among the zones of the partogram
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Implementação das práticas baseadas em evidências na assistência ao parto normal / Implementation of evidence-based practices in normal birth careClodoaldo Tentes Côrtes 20 March 2017 (has links)
Introdução: o modelo predominante de assistência ao parto no Brasil caracteriza-se pelo uso abusivo ou inadequado de intervenções e cerceamento dos direitos da parturiente (restrição à presença de acompanhante de escolha da mulher, realização de amniotomia de rotina durante o trabalho de parto, posição litotômica de rotina, infusão intravenosa de ocitocina de rotina, puxo dirigido e pressão no fundo uterino da parturiente durante a expulsão fetal) em todos os períodos clínicos do parto. Sabe-se que esse modelo pode ser modificado com a adoção das boas práticas de assistência ao parto normal preconizadas pela Organização Mundial da Saúde. Embora as melhores práticas no parto e nascimento estejam fundamentadas em evidências científicas, faltam pesquisas sobre sua implementação na prática clínica. Objetivo geral: avaliar o impacto da implementação das práticas baseadas em evidências na assistência ao parto normal. Método: estudo de intervenção quase experimental, tipo antes e depois, baseado na metodologia de implementação de evidências científicas na prática clínica do Instituto Joanna Briggs. Foi conduzido no Hospital da Mulher Mãe Luzia, maternidade pública de referência para a assistência obstétrica em Macapá, Amapá. Foram entrevistados 42 profissionais (enfermeiros e médicos obstetras e residentes das duas categorias) e 280 mulheres atendidas no trabalho de parto e parto. Também foram analisados dados de 555 prontuários de puérperas. A pesquisa foi desenvolvida em três fases: auditoria de base (fase 1), intervenção educativa (fase 2) e auditoria pós-intervenção (fase 3). A intervenção educativa consistiu em um seminário denominado Seminário de práticas baseadas em evidências científicas na assistência ao parto normal, oferecido para os profissionais. A coleta de dados ocorreu entre julho de 2015 e março de 2016. Os achados foram analisados comparando-se os dados das fases 1 e 3, adotando-se o nível de significância de 5%. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Resultados: após a intervenção educativa, houve incremento de 8,3 p.p. na taxa de parto normal. Na entrevista com as mulheres, constatou-se aumento de 10,0 p.p. (p=0,002) da presença do acompanhante durante o trabalho de parto e de 31,4 p.p. (p<0,001) no uso da posição vertical ou cócoras. A realização de amniotomia foi reduzida em 16,8 p.p. (p=0,005), o uso de posição litotômica em 24,3 p.p. (p<0,001), a utilização de ocitocina em 17,1 p.p. (p=0,004), os puxos dirigidos em 29,3 p.p. (p<0,001) e a manobra de Kristeller em 10,7 p.p. (p=0,013). Na perspectiva dos profissionais, houve redução da prescrição ou administração de ocitocina de 29,6 p.p. (p=0,005). Na análise dos dados dos prontuários, observou-se redução significativa da taxa de amniotomia em 29,5 p.p. (p<0,001) e de posição litotômica em 1,5 p.p. (p=0,013), enquanto a taxa de posição vertical ou cócoras apresentou incremento de 2,2 p.p. (p=0,013). Conclusões: a intervenção educativa revelou impacto positivo na melhora da assistência à mulher durante o trabalho de parto e parto, com aumento da taxa de parto normal e, também, na visão das mulheres, que alegaram ter mais acompanhantes de sua escolha, poder adotar mais posições verticalizadas no período expulsivo, utilizar menos ocitocina, puxos dirigidos e manobra de Kristeller. Esses resultados conferem em parte com o dos profissionais, que citaram realizar menos orientação de puxos dirigidos e prescreverem menos ocitocina. Também coincidem parcialmente com as anotações dos prontuários, que incluem aumento das posições verticais e redução da posição litotômica e da prática de amniotomia. No entanto, verificou-se que os profissionais continuam empregando práticas como posição litotômica de rotina, puxos dirigidos e manobra de Kristeller, no período expulsivo. Conclui-se que houve um impacto positivo na proposta conduzida, mas mostra que o processo de implementação de evidências científicas na assistência ao parto normal adotado não foi capaz de obter sucesso completo na mudança das práticas obstétricas dos profissionais participantes. / Background: the predominant model of childbirth care in Brazil is characterized by abusive or inappropriate use of interventions and parturient\'s rights disrespect (such as restriction of presence of the chosen companion of the woman, routine amniotomy, routine lithotomy position, routine oxytocin intravenous infusion, directed pushing, and fundal pressure during second stage of labour) in all clinical periods of the childbirth. This model of care could be modified adopting good practices on maternal health recommended by World Health Organization. Despite the evidence-based best practices in childbirth, there is a lack of research on its implementation into clinical practice. Aim: to evaluate the impact of the implementation of evidence-based practices on normal birth. Method: before and after quasi-experimental study based on Joanna Briggs Institute Evidence Implementation method. It was conducted at Mãe Luzia Women\'s Hospital, a reference maternity hospital for maternity care in Macapá, Amapá, Brazil. Interview of 42 professionals (nurses, obstetricians and residents of both categories) and 280 women who were attended during labour and birth. Data from 555 puerperium records were also analysed. The research was developed in three phases: baseline audit (phase 1), educational intervention (phase 2) and post-intervention audit (phase 3).The educational intervention was a seminar named \"Scientific evidence-based practices on normal childbirth seminar\", attended by the professionals. Data were collected from July 2015 to March 2016. The findings were analysed comparing the data from phases 1 and 3, adopting a level of significance of 5%. There search was approved by the Research Ethics Committee from School of Nursing of University of Sao Paulo. Results: after the educational intervention, there was an increase of 8.3 p.p. in normal birth rate. According to the interviewed women, there was an increase of 10.0 p.p. (p = 0.002) in the presence of companion during labour and of 31.4 p.p. (p <0.001) in the adoption of vertical or squatting position to give birth. The amniotomy was reduced by 16.8 p.p. (p = 0.005), lithotomy position by 24.3 p.p. (p<0.001), oxytocin infusion by 17.1 p.p. (p = 0.004), directed pushing by 29.3 p.p. (p <0.001) and Kristeller maneuver by 10.7 p.p. (p = 0.013). In the professionals\' perspective, it was found a reduction in oxytocin prescription (29.6 p.p.; p = 0.005). In medical records data analysis there was a reduction on amniotomy rate (29.5 p.p.; p<0.001) and lithotomy position (1.5 p.p.; p = 0.013), while vertical or squatting position had increased in 2.2 p.p. (p = 0.013). Conclusions: the educational intervention showed a positive impact improving women´s care during labour and birth, increasing normal birth rate. Also in the women´s view, having more companions of their choice, they were able to adopt vertical positions in the second stage of labour and had less oxytocin infusion, directed pushing and Kristeller maneuver. These results confer in part with these of the interviews with professionals, who have cited performing less direct pushing and prescribed less oxytocin infusion. These results are also similar with the medical records, which include increase in the adoption of vertical positions and the reduction of lithotomic position and amniotomy. However, it was verified that professionals still practice lithotomic position, directed pushing and Kristeller maneuver in the second stage of labour. The educational intervention had a positive impact, but did not have complete success in changing professional practices.
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Prevalência e fatores associados de incontinência urinária autorreferida no pós-parto / Prevalence and associated factors of urinary incontinence self-reported in the postpartum periodDaniela Biguetti Martins Lopes 15 April 2010 (has links)
A incontinência urinária (IU) é definida como toda perda involuntária de urina, sendo um problema social e de higiene. No Brasil, é incipiente a produção bibliográfica sobre incontinência urinária no pós-parto. Trata-se de uma morbidade pouco explorada pelo profissional de saúde, o que dificulta a identificação da mulher que apresenta a intercorrência. O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de incontinência urinária autorreferida no pós-parto e relacionar os fatores associados. Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal sobre os fatores relacionados à incontinência urinária autorreferida no pós-parto, realizado no Centro de Saúde Escola Samuel Barnsley Pessoa, localizado na região oeste do município de São Paulo. A população foi constituída por 288 mulheres com 30 dias a seis meses de pós-parto, entrevistadas no período de janeiro a agosto de 2009. Os resultados indicaram prevalência de 24,6% de perda involuntária de urina autorreferida no pós-parto. A idade das mulheres variou de 18 a 45 anos. Quanto às características sociodemográficas, apenas a cor da pele apresentou diferença estatística significante (p-valor=0,0043), com maior representatividade em mulheres brancas. Dentre as 71 entrevistadas que referiram IU no pós-parto, a maioria era primípara e se submeteu a parto normal. Não houve diferença estatística significante entre a paridade e o tipo de parto e a ocorrência de IU. O ganho de peso e a ocorrência de infecção urinária durante a gestação, o uso e o tipo de anestesia, o uso de ocitocina, o tempo de trabalho de parto, a situação do períneo e o peso do recém-nascido ao nascer não apresentaram diferença estatística significante com a ocorrência de IU no pós-parto. Quanto às características das perdas, 44 mulheres (62%) referiram incontinência aos esforços, 14 (19,7%) citaram IU de urgência e 13 (18,3%) apontaram IU mista; em 53 mulheres (74,7%) a severidade foi classificada como incontinência moderada. Verificou-se que para 20 mulheres (28,2%) a morbidade interferia nas atividades diárias; enquanto que 10 (14,1%) comunicaram a intercorrência ao profissional de saúde; e 96,2% (277 em 288) não receberam qualquer orientação sobre o preparo do períneo, fator apontado pelas entrevistadas como uma das causas desencadeantes da IU. Os achados deste estudo nos permitem concluir que a ocorrência de incontinência urinária autorreferida no pós-parto associa-se à cor da pele; com predominância de incontinência urinária em primíparas em comparação às não-primíparas. Identificar os fatores associados à incontinência urinária em mulheres no pós-parto e sua prevalência contribui no planejamento de atenção de enfermagem obstétrica à mulher que vivencia o período reprodutivo. / Urinary incontinence (UI) is defined as any involuntary loss of urine, being a social and hygiene problem. In Brazil, the literature about the urinary incontinence after childbirth is incipient. UI is a morbid little explored by health professionals, making it difficult to identify the woman who has a complication. The aim of this study was to assess the prevalence of urinary incontinence self-reported in the postpartum period and to relate the associated factors. This is an epidemiologic and cross-sectional study about the factors related to urinary incontinence self-reported in the postpartum period, held at the Health Center School Samuel Barnsley Pessoa located in the western region of São Paulo. The population consisted of 288 women with 30 days to six months in the postpartum period. They were interviewed from January to August 2009. The results showed that 24,6% was the prevalence of involuntary loss of urine self-reported in the postpartum period. The women ranged from 18 to 45 years old. The sociodemographic characteristics showed that only the color of the skin was statistically significant (p-value = 0.0043); women with white skin had greater representation. Among the 71 women who reported UI in the postpartum period, the primiparous were majority and underwent vaginal delivery. There was no statistically significant difference between parity and kind of the delivery and the occurrence of UI. The weight gain and urinary tract infection during pregnancy, the use and the type of anesthesia, the use of oxytocin, the duration of the labor, the episiotomy or the integrity of the perineum and the weight of the newborn at birth showed no statistically significant difference in the occurrence of UI in the postpartum period. Regarding the characteristics of losses, 44 women (62%) had incontinence when exercising, 14 (19.7%) reported urgency UI and 13 (18.3%) had mixed incontinence; to 53 (74.7%) women, the severity of the incontinence was classified as moderate. It was found that to 20 women (28.2%) the morbidity interfered on their daily activities, while 10 (14.1%) reported the complications to the health professional; and 96.2% (277 of 288) of women did not receive any guidance on the preparation of the perineum, reason given by them as one of the contributory causes of UI. Our findings allow us to conclude that the occurrence of urinary incontinence self-reported in the postpartum period is associated with skin color and that there is a prevalence of urinary incontinence in primiparous compared to multiparous. Identify factors associated with urinary incontinence in women after childbirth and its prevalence contribute to the planning of obstetric nursing care to women on the reproductive period.
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Sintomas depressivos em gestantes de baixo risco / Depressive symptoms in pregnant women at low riskMarcella Murata 29 November 2012 (has links)
Introdução: A gravidez é um período de importantes alterações emocionais para a mulher, levando a um maior risco para ocorrência de transtornos depressivos na gestação, sobretudo no pós-parto e desfechos obstétricos adversos que podem influenciar o desenvolvimento da criança. Objetivo: Avaliar a ocorrência de sintomas depressivos ao longo da gestação. Método: Estudo longitudinal, com amostra composta por 272 gestantes de baixo risco obstétrico, matriculadas em serviços públicos de pré-natal da zona sul do Município de São Paulo no período entre 2008 a 2010. Foram utilizados dois instrumentos: um formulário para obtenção de dados de caracterização da gestante e a Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS) para avaliação de sintomas depressivos. A EPDS foi aplicada em três momentos, nas 20ª, 28ª e 36ª semanas de gestação; o escore 13 foi considerado como presença de sintomas depressivos. O estudo fez parte do Projeto Qualidade de vida de mulheres com sintomas depressivos no período gestacional, financiado pelo CNPq (Processo nº 479016/2007-0) e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (Parecer nº 154/08). Resultados: Os dados da gestante indicaram idade média 25,3 (±5,46) anos, 52,1% de etnia caucasiana, escolaridade média 9,5 (±2,52) anos, 91,0% com companheiro fixo, 37,5% primigestas, 90,1% referiram queixas, 11,8% afirmaram ter sofrido violência física e 29,8% violência emocional, 19,8% fumantes, 28,7% consumiam bebida alcoólica e 4,8% eram usuárias de drogas ilícitas. Os níveis de consistência interna verificados pelo Alpha de Cronbach 0,83, 0,84 e 0,84 mostraram-se satisfatórios nos três momentos. A proporção de mulheres que apresentou sintomas depressivos variou nos três momentos, sendo 27,2% nas 20ª, 21,7% nas 28ª e 25,4% nas 36ª semanas de gestação. Conforme o Teste de Friedman, não houve diferença significante entre os escores da EPDS e EPDS 13 dos três momentos. Ao longo da gestação 54,5% das mulheres foram consideradas sem sintomas depressivos, 7,0% delas com sintomas em todos os momentos e 14,4% apenas no primeiro. No modelo multivariado, observou-se que as variáveis associadas maior escolaridade, religião evangélica, maior renda familiar, ter planejado e aceito a gravidez foram fatores de proteção para a presença de sintomas depressivos e que a violência emocional e ter mais queixas relacionadas à gestação foram fatores de risco. Conclusão: As mulheres grávidas acompanhadas nos serviços públicos apresentaram prevalências de sintomas depressivos relativamente altas, evidenciando a necessidade de constante avaliação das variáveis que podem afetar a saúde mental, como parte do cuidado pré-natal. / Introduction: Pregnancy is a period of important emotional changes for women, leading to a higher risk for occurrence of depressive disorders in pregnancy, postpartum and obstetric outcomes in particular adverse events that can influence the child´s development. Objective: To evaluate the occurrence of depressive symptoms during pregnancy. Methods: Longitudinal study, with a sample composed of 272 pregnant women with low obstetrics risk, enrolled in antenatal services in the southerm area the city of São Paulo in the period from 2008 to 2010. We used two instruments: a form for obtaining maternal characterization data and the Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS) for assessment of depressive symptoms. The EPDS was applied in three moments in the 20th, 28th and 36th weeks of gestation, the score 13 was considered as the presence of depressive symptoms. The study was a part of the project Quality of life of women with depressive symptoms during pregnancy, and approved by the Ethics in Research Committee nº 154/08/CEP/SMS. Results: Data from pregnant women indicated mean age 25.3 (±5,46) years, 52.1% caucasians, mean education 9.5 (±2,52) years, 91,0% with steady partner, 37.5% first pregnancy, 90.1% reported complaints, 11.8% reported having experienced physical and emotional violence 29.8%, 19.8% were smokers, 28.7% consumed alcohol and 4.8% were users of illicit drugs. The levels of internal consistency checked by Cronbach´s Alpha 0.83, 0.84 and 0.84 proved satisfactory in the three moments. The proportion of women who had depressive symptoms varied in the three moments, being 27.2% in the 20th, 21.7% in the 28th and 25.4% in the 36th. According to the Friedman test, there was no significant difference between the scores of the EPDS and EPDS 13. Throughout pregnancy 54.6% of women were considered without depressive symptoms, 7.0% had symptoms at all moments and only 14.4% in the first. In the multivariate model showed that the variables associated with higher education, evangelical religion, higher family income, have planned and accepted pregnancy were protective factors for depressive symptoms and emotional violence and have more complaints were related to pregnancy risk factors. Conclusion: Pregnant women monitored in the public services showed relatively high prevalence of depressive symptoms, suggesting the need for constant evaluation of variables that can affect mental health as part of prenatal care.
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