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Tradução e adaptação do obsessional-beliefs questionnaire – OBQ-44Bortoncello, Cristiane Flôres January 2011 (has links)
O objetivo do presente projeto foi traduzir e adaptar o Obsessional Beliefs Questionnaire – OBQ-44 ao Português Brasileiro e verificar suas propriedades psicométricas em pacientes com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Na primeira etapa, traduziu-se e adaptou-se o OBQ-44 ao Português Brasileiro, aplicou-se essa versão inicial a 20 pacientes com TOC, observando sua compreensão e adequações linguísticas. Retro-traduzido, gerou-se uma versão final aprovada pela autora. Sua versão brasileira mostrou-se de fácil compreensão e apto a pacientes de classes sócioeconômicas diversas e na identificação dos domínios de crenças em pacientes com TOC, auxiliando na compreensão da origem e manutenção do transtorno. Na segunda etapa, avaliaram-se suas propriedades psicométricas em 104 pacientes com TOC, dos quais 48 realizaram 12 sessões semanais de Terapia Cognitivo Comportamental em Grupo (TCCG) e 56 permaneceram em lista de espera, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Pela análise fatorial, identificaram-se 3 domínios de crenças da escala original, consistência interna muito boa e reprodutibilidade boa. Após intervenção, a sensibilidade à mudança foi boa e quanto ao tamanho de efeito padronizado, verificouse forte intensidade. A versão brasileira do OBQ-44 apresentou boas propriedades psicométricas, mostrando-se útil ao estudo de crenças disfuncionais em pacientes com TOC e sua modificação com o tratamento. / The aim of this present Project was to translate and adapt the Obsessional Beliefs Questionnaire – OBQ-44 to the Brazilian Portuguese, and to verify its psychometric properties in patients with Obsessive-Compulsive Disorder (OCD). During the first stage, the OBQ-44 was translated and adapted to the Brazilian Portuguese, and it was administrated to 20 patients with OCD to observe its comprehension and linguistic accuracies. After being back-translated, a final version was developed and approved by the author. Its Brazilian version presents to be easily comprehended and suitable to be used with patients belonging to several socio-economic classes, and to identify the belief domains in patients with OCD, assisting the understanding of the origin and maintenance of the disorder. During the second stage, its psychometric properties were evaluated in 104 patients with OCD, of whom 48 underwent 12 weekly sessions of cognitive-behavioral group therapy (CBGT), and 56 remained on the waiting list, at Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Through factor analysis, 3 belief domains from the original scale were identified, very good internal consistence, and good reproducibility. After intervention, the sensitiveness to changes was good and, regarding the standardized measures of effect, a strong intensity was verified. The Brazilian version of the OBQ-44 presented good psychometric properties and value to the study of dysfunctional beliefs in patients with OCD and the alterations after treatment.
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Estudo de fatores psicodinâmicos e neurobiológicos em psicoterapia psicodinâmicaSchaf, Débora Vigevani January 2011 (has links)
Introdução: Apesar da ampla utilização da psicoterapia psicodinâmica no tratamento de uma variedade de transtornos mentais, os mecanismos de ação que contribuem para a sua eficácia ainda precisam ser elucidados. Neste contexto, pode ser interessante investigar tanto fatores psicodinâmicos quanto neurobiológicos que possam estar envolvidos no processo psicoterápico. É possível estudar estes aspectos separadamente, desde que não seja ignorado o fato de que, na prática, eles são inseparáveis. O fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) tem sido implicado nos mecanismos de memória e plasticidade sináptica, processos possivelmente envolvidos nas mudanças geradas pela psicoterapia. Método: Este trabalho refere-se a resultados preliminares de um estudo naturalístico longitudinal, em que 73 pacientes iniciaram psicoterapia psicodinâmica e alguns deles já foram avaliados em três momentos distintos: antes do início (tempo 0), após cerca de seis meses (tempo 1), e após cerca de um ano (tempo 2). Foi realizado um estudo transversal com os dados de antes do início da psicoterapia, com foco no estudo das relações objetais (RO) e de suas relações com outros parâmetros importantes para o tratamento psicoterápico. Também foi realizada uma comparação preliminar entre os pacientes nos três momentos do tratamento, em relação aos níveis séricos de BDNF. Resultados: Foram encontradas correlações interessantes das RO com estilo defensivo, gravidade de sintomas e qualidade de vida. Foram encontrados também padrões diferentes de RO entre diferentes grupos diagnósticos. Usando Modelagem de Equações Estruturais generalizadas para comparar os três grupos, observamos uma diferença significativa no nível sérico de BDNF entre os três tempos de tratamento (p = 0,02). Encontramos também diferentes padrões de variação nos níveis de BDNF em diferentes grupos de diagnósticos. Os grupos “sem diagnóstico de Eixo I” e “Transtornos de Ansiedade” tiveram uma redução nos níveis séricos de BDNF ao longo do tratamento, enquanto os pacientes com transtorno de humor apresentaram aumento. Discussão: Estes resultados podem, por um lado, contribuir para a compreensão de como o mundo interno dos pacientes, acessado através das RO, está envolvido no processo terapêutico. Além disso, estes resultados também corroboram com a hipótese de que a psicoterapia pode ter um efeito sobre os mecanismos de neuroplasticidade. A diferença no padrão de variação entre os diagnósticos permite pensar que a psicoterapia pode agir através de mais de uma via neurobiológica, possivelmente de acordo com as necessidades de cada paciente. Podemos arriscar uma tentativa de integrar esses dois resultados em alguns de seus aspectos. No entanto, é importante considerar o fato de que estamos lidando com uma população heterogênea em termos de diagnósticos e uso de medicações. Embora preliminares, estes resultados podem ser importantes na geração de hipóteses para estudos posteriores. / Introduction: Despite the extensive use of psychodynamic psychotherapy for a variety of mental disorders, the mechanisms of action that contribute to its effectiveness remain to be elucidated. In this context, it can be interesting to investigate both psychodynamic and neurobiological factors that may be involved in the psychotherapeutic process. We can study these aspects separately, since it's not disregarded the fact that they are inseparable in practice. The brain derived neurotrophic factor (BDNF) have been implicated in memory mechanisms and synaptic plasticity, processes possibly involved in the changes generated by psychotherapy. Method: This work refers to preliminary results of a naturalistic longitudinal study, in which 66 patients initiated Psychodynamic Psychotherapy and some of them were already evaluated in 3 different moments: before starting (time 0), after about 6 months (time 1), and at about 1 year (time 2). We performed a cross-sectional study with patients before starting psychotherapy, focusing the study of object relations (OR) and its relations with other important parameters to this treatment. We also made a preliminary comparison between patients in those three moments of the treatment, regarding BDNF serum levels. Results: We found interesting correlations of OR with defensive style, symptom severity and quality of life, as well as different patterns of OR between different diagnoses. By using Generalized Structural Equation Modeling to compare the three groups, we found a significant difference in serum BDNF levels between the three times of treatment (p=0.02). We also found different patterns of variation in BDNF levels in different groups of diagnoses. Groups without a diagnosis of Axis I and with Anxiety Disorders, had a reduction in serum BDNF levels during treatment, while patients with mood disorder showed an increase. Discussion: These results may, by one hand, contribute to understanding how the inner world of patients, accessed by OR, is involved in the therapeutic process. By the other hand, our finding corroborates with the hypothesis that psychotherapy can have an effect on mechanisms of neuroplasticity. The difference in the pattern of variation between the diagnoses to suggest that psychotherapy may act through more than a neurobiological pathway, possibly according to the needs of each patient. We can venture an attempt to integrate these two results in some aspects of them. However, it is important to consider the fact that we are dealing with a heterogeneous population in terms of diagnoses and medication use. Although preliminary, these results may be important in generating hypotheses for further studies.
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Fatores associados à acomodação familiar em pacientes com transtorno obsessivo-compulsivoGomes, Juliana Braga January 2011 (has links)
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um transtorno crônico que causa prejuízos significativos tanto para o paciente como para os seus familiares. De um modo geral, interfere no funcionamento familiar, pois muitas vezes leva os membros de uma família a modificar suas rotinas em função dos sintomas do paciente. As mudanças de comportamentos dos familiares em decorrência desses sintomas são chamadas de Acomodação Familiar (AF). O presente estudo teve como objetivos: primeiramente traduzir e adaptar para o português a Family Accommodation Scale for Obsessive-Compulsive Disorder: Interviewer-Rated (FAS-IR) e, em segundo lugar, examinar se fatores sociodemográficos e clínicos estão ou não associados à AF. Após realizada a tradução e adaptação da escala, foi realizada a segunda etapa do trabalho com uma amostra ambulatorial constituída de 114 pacientes com TOC e seus respectivos familiares. Para avaliação dos sintomas obsessivo-compulsivos (OC) nos pacientes, foram aplicadas as seguintes escalas: DY-BOCS, Y-BOCS e CGI. Para analisar sintomas de depressão e ansiedade, foram aplicados o BDI e o BAI, e para a verificação de possíveis comorbidades, o SCID. Nos familiares, para avaliar a AF foi aplicada a FAS-IR, e para verificação de sintomas OC, a Y-BOCS e a OCI-R. Dois modelos de regressão linear múltipla foram utilizados: o primeiro modelo foi utilizado para avaliar a relação entre as variáveis do paciente e a AF; já o segundo foi utilizado para avaliar as variáveis do familiar e a AF. Averiguou-se que a AF era altamente prevalente entre os familiares na população em estudo. O fator do paciente associado positivamente com a AF foi gravidade do TOC, enquanto AF estava associada inversamente a pior dimensão do paciente ser obsessões com conteúdo agressivo. As características dos familiares associadas positivamente com AF foram sintomas OC nos familiares e o familiar ser o cônjuge do paciente. A AF é muito comum nas famílias de portadores do TOC, mas ainda são pouco conhecidas as razões que levam os familiares a mudarem seu comportamento. É importante estar atento a esse fato, pois tais comportamentos de acomodação podem servir de reforço aos sintomas do paciente e consequentemente contribuir para sua manutenção. / Obsessive-Compulsive Disorder (OCD) is a chronic disorder that causes significant impairments both to patient and his/her family members. Generally, it interferes with familiar functioning, since it frequently drives family members to modify their routines because of the patient‟s symptoms. Changes on family members‟ behaviors as a consequence of these symptoms are termed as Family Accommodation (FA). The present study aimed at: firstly translate into and adapt to Portuguese the Family Accommodation Scale for Obsessive-Compulsive Disorder: Interviewer-Rated (FAS-IR) and, secondly, to examine whether or not socio-demographic and clinical factors are associated to FA. After the scale was translated and adapted into Portuguese, the second step of the research was performed with an outpatient sample comprised 114 patients with OCD and their respective family members. To evaluate the obsessive-compulsive (OC) symptoms on patients, the following scales were applied: DY-BOCS, Y-BOCS, and CGI. To analyze depressive and anxiety symptoms, the BDI and BAI scales were used, and to verify possible comorbidities, the SCID. On family members, to evaluate the FA, FAS-IR was applied, and to verify the OC symptoms, the Y-BOCS and OCI-R scales. Two multiple linear regression models were used: the first one was used to evaluate the relationship between patient‟s variables and the FA; and the second one, to evaluate the relationship between family member‟s variables and the FA. It was noted that FA was highly prevalent among the family members in the studied population. The patient‟s factor positively associated with FA was OCD severity, whereas FA was inversely associated with the patient‟s worst dimension being obsessions with aggressive content. Family members‟ characteristics positively associated with FA were OC symptoms in family members and the family member being the patient‟s spouse. The FA is highly common among OCD carriers‟ families, but the reasons that drive family members to modify their own behaviors are not yet well known. It is important to be aware of this fact, since these accommodation behaviors may serve as a reinforcer of the patient‟ symptoms, and, consequently, contribute in keeping them.
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Funcionamento neuropsicológico no transtorno obsessivo-compulsivo e resposta à terapia cognitivo-comportamental em grupoBraga, Daniela Tusi January 2011 (has links)
A relação entre o funcionamento neuropsicológico e a resposta dos pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) aos tratamentos tem sido pouco investigada. No presente estudo, nossos objetivos foram: Avaliar o impacto da terapia cognitivo-comportamental em grupo (TCCG) sobre as funções cognitivas (antenção, memória e funções executivas) dos pacientes com TOC. Além disso, avaliar se o funcionamento cognitivo pré-tratamento é preditor de reposta à TCCG. Cento e três pacientes com TOC foram randomizados para participar de doze semanas de TCCG (n=61) ou aguardar tratamento em lista de espera (LE) por três meses (n=42). Não foram encontradas diferenças significativas entre o grupo que participou da TCCG e LE nas medidas neuropsicológicas pós terapia. Por outro lado, os pacientes que responderam à TCCG (redução > 35% na Y-BOCS e CGI-S < 2 no final do período) apresentaram melhor desempenho nas estratégias organizacionais visuo-espaciais avaliadas pelo Rey (F=6,417; p=0,014) quando comparados com não respondedores. Além disso, melhor desempenho quanto as funções executivas (FE) avaliada pelo Trilhas B (F=16,12; df=57; p=0,025) e memória de trabalho pelo Trilhas B-A (F=13,5; df=57; p=0,011) pré-tratamento foram preditores de resposta à TCCG. Concluindo, parece existir uma associação entre a gravidade dos sintomas obsessivo-compulsivos (SOC) e o desempenho organizacional visuo-espacial, pois a melhora desta habilidade foi restrita aos respondedores. Além disso, as FE e memória de trabalho foram preditores de boa resposta à TCCG no TOC. Além disso, a presente tese verificou se existe associação entre o funcionamento neuropsicológico e a gravidade dos SOC, bem como entre as diferentes dimensões do TOC: obsessão, limpeza, verificação, neutralização (compulsões mentais), simetria e colecionismo. Foi realizado um estudo transversal avaliando 141 pacientes com TOC, através da avaliação neuropsicológica dos domínios da atenção, memória e funções executivas. Os resultados do presente estudo sugerem que quanto maior o déficit do QI executivo maior a gravidade dos sintomas compulsivos (adjusted =-0,338) e maior o prejuízo da memória visuoespacial (adjusted =-0,213), mas não dos sintomas obsessivos. Além disso, a gravidade dos sintomas obsessivos foi associada à menor capacidade de controle inibitório (adjusted =-2,12). As distintas dimensões de sintomas do TOC foram associadas a diferentes desempenhos neuropsicológicos. A dimensão colecionismo foi associada a um melhor desempenho nas estratégias organizacionais avaliadas pelo teste Rey, enquanto todas as outras dimensões foram associadas a uma pior performance, sugerindo assim um padrão cognitivo distinto dependendo da sintomatologia predominante. / The relationship between neuropsychological functioning and therapeutic outcome of obsessive-compulsive disorder (OCD) patients has been poorly investigated. In this study, our object was two-fold. Firstly, we aimed at evaluating the effects of cognitive-behavioral group therapy (CBGT) on cognitive functions (including attention, memory and executive functioning) of OCD patients. Secondly, we assessed whether baseline cognitive dysfunction was able to predict therapeutic response of OCD patients to CBGT. To reach these goals, 103 OCD patients were randomized to receive 12-week CBGT (n=61) or to remain in a waiting list (WL; n=42) for the corresponding period. Participants had several neuropsychological domains evaluated both at baseline and at end-point. Significant differences were observed between treated and control groups in attention and working memory domains. However, no significant difference was found between treated patients and waiting list (WL) in neuropsychological measures after 3 months of CBGT. Responders to CBGT (i.e. individuals showing a reduction > 35% on the Y-BOCS and CGI-S < 2 at end point) performed better in the organization strategies measured by Rey (F=6.417, p=0.014) when compared with non-responders. Greater executive function measured by TMT B (F=16.12, df=57, p=0.025) and working memory abilities by TMT B-A (F=13.5, df=57, p=0.011) at baseline predicted response to CBGT. In conclusion, there seems to be an association between obsessive-compulsive symptoms remission and visual-spatial organization performance, because the improvement of this abilities were restricted to OCD responders. Greater executive function and working memory abilities were predictors of good response to CBGT in OCD. In addition, this thesis verified the association between neuropsychological functioning and severity of OCS, as well as between the different dimensions of OCD, obsessing, washing, checking, neutralizing (mental compulsions), ordering and hoarding. We conducted a cross-sectional study evaluating 141 OCD patients, through of the neuropsychological evaluation of attention, memory and executive functions domains. The results of this study suggest that the higher the executive IQ deficit greater the severity of compulsive symptoms (adjusted =- 0.338) and greater the injury of visual-spatial memory (adjusted =- 0.213), but not of the obsessive symptoms. Moreover, the severity of obsessive symptoms was associated with a lower capacity of inhibitory control (adjusted =- 2.12). The distinct dimensions of OCD symptoms were associated with different neuropsychological performances. The hoarding dimension was associated with better performance in organizational strategies by Rey, while all other dimensions were associated with a poor performance, thus suggesting a distinct cognitive pattern depending on the predominant symptoms.
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Avaliação das propriedades psicométricas da escala de acomodação familiar para transtorno obsessivo-compulsivo - versão pontuada pelo entrevistador (FAS-IR) e do impacto da terapia cognitivo-comportamental em grupo na acomodação familiarGomes, Juliana Braga January 2015 (has links)
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma doença crônica que causa prejuízos para o paciente, bem como para a maioria dos familiares. Frequentemente interfere no funcionamento familiar, pois muitas vezes os membros da família modificam suas rotinas devido aos sintomas do paciente. Esses comportamentos observados nos familiares são chamados de acomodação familiar (AF). Os comportamentos de AF podem reforçar os sintomas do paciente e, consequentemente, contribuir para a manutenção da doença. A AF tem sido correlacionada com maior gravidade dos sintomas obsessivo-compulsivos e está associada a resposta menos satisfatória a tratamento, por exemplo, terapia cognitivo-comportamental. No entanto, estudos que avaliam o impacto de intervenções para o TOC na AF em curto e longo prazos ainda são escassos. Esta tese é composta de três artigos com os seguintes objetivos: 1) analisar as propriedades psicométricas da versão adaptada para o Brasil da Escala de Acomodação Familiar para o TOC – versão pontuada pelo entrevistador (FAS-IR); 2) verificar o impacto da terapia cognitivo-comportamental em grupo (TCCG), com duas sessões destinadas a família, na AF e identificar as variáveis sociodemográficas e clínicas preditoras de redução da AF após as 12 sessões de tratamento (curto prazo); e 3) avaliar o impacto da TCCG na AF 3 anos após o término do tratamento e verificar a correlação entre a gravidade dos sintomas do TOC e AF em longo prazo. Trata-se de um estudo com pacientes com diagnóstico de TOC e seus respectivos familiares. Para a avaliação dos sintomas obsessivo-compulsivos, foram aplicados os seguintes instrumentos: Inventário de Obsessões e Compulsões – Revisado (OCI-R), Escala Obsessivo-Compulsivo de Yale-Brown (Y-BOCS) e Escala de Impressão Clínica Global (CGI). Também foram aplicados os Inventários de Beck para Depressão (BDI) e Ansiedade (BAI), além da Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos de Eixo I do DSM-IV, Versão Clínica (SCID-I), para a verificação de possíveis comorbidades. Para a avaliação da AF, a FAS-IR foi aplicada nos familiares. Após o estudo de validação da FAS-IR, foi realizado um ensaio clínico randomizado com alocação aleatória dos pacientes para o grupo intervenção (12 sessões de TCCG, sendo duas com a participação dos familiares) ou para o grupo controle (lista de espera). Por fim, foi realizado um estudo de seguimento naturalístico 3 anos após o término da TCCG. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Observou-se que a versão da FAS-IR em português brasileiro apresenta propriedades psicométricas satisfatórias, reforçando que este instrumento se mostra confiável para avaliar a participação e modificação da rotina dos familiares em decorrência dos sintomas dos pacientes. No que se refere ao tratamento realizado, o ensaio clínico randomizado compreendeu uma amostra de 98 pares de pacientes com TOC e seus respectivos familiares, sendo que 52 (53.1%) foram randomicamente alocados para o grupo intervenção e 46 (46.9%) para a lista de espera. Houve melhora significativa de todos os sintomas de TOC e também da AF após TCCG no grupo intervenção quando comparado ao grupo controle (p < 0,001). As seguintes variáveis foram preditoras de redução da AF após a análise multivariada: características dos pacientes – ausência de comorbidade com transtorno unipolar (β = 0,338; p = 0,014), pontuação mais baixa de obsessão (β = 0,244; p = 0,045) e maior nível de escolaridade (β = -0,351; p = 0,006); e características dos familiares – pontuação mais elevada de sintomas de colecionismo (β = -0,461; p = 0,001). O modelo explicou 47,2% da variação na AF após a TCCG. No estudo de seguimento, foi observado que os resultados de redução na AF obtidos ao final da TCCG se mantiveram ao longo do tempo (3 anos). Os resultados do presente estudo somam-se às evidências atuais, não somente confirmando que a TCCG é efetiva na redução dos sintomas do TOC, mas também por mostrar que a TCCG com uma breve participação dos familiares com foco na AF contribui para reduzir os níveis de envolvimento da família nos sintomas do paciente, e que esses resultados se mantêm ao longo do tempo. Algumas características dos pacientes e dos familiares foram preditoras da redução da AF, um resultado que pode contribuir para a qualificação dos protocolos de TCCG atualmente empregados. Este é o primeiro estudo a avaliar o impacto da TCCG (com a participação da família em duas sessões) na AF em curto e longo prazos. A partir dos resultados, pode-se concluir que é importante avaliar a AF permanentemente, assim como incluir a família no tratamento para o TOC. / Obsessive-compulsive disorder (OCD) is a chronic illness that negatively affects the lives of patients and usually of family members as well. It frequently interferes with family functioning, as very often family members modify their routines because of the patient’s symptoms. These behaviors observed among family members are referred to as family accommodation (FA). FA behaviors can reinforce the patient’s symptoms and thus contribute to maintain the disorder. FA has been correlated with an increased severity of obsessive-compulsive symptoms and is associated with poorer response to treatment approaches, e.g., cognitive-behavioral therapy. However, there is a scarcity of studies designed to assess the impact of interventions for OCD on FA in both short and long terms. The present thesis includes three research articles, which had the following objectives: 1) to analyze the psychometric properties of the Brazilian version of the Family Accommodation Scale for OCD – Interviewer-Rated (FAS-IR); 2) to assess the impact of cognitive-behavioral group therapy (CBGT) with the involvement of family members in two sessions on FA and to identify sociodemographic and clinical variables predictive of FA reduction after the 12 treatment sessions (short term); and 3) to assess the impact of CBGT on FA 3 years after completion of the program and to investigate the correlation between severity of OCD symptoms and FA in the long term. The study included patients with a diagnosis of OCD and their family members. Obsessive-compulsive symptoms were assessed using the following instruments: Obsessive-Compulsive Inventory – Revised (OCI-R), Yale-Brown Obsessive Compulsive Scale (Y-BOCS), and Clinical Global Impressions Scale (CGI). Beck Depression (BDI) and Anxiety (BAI) Inventories, as well as the Structured Clinical Interview for DSM-IV Axis I Disorders, Clinician Version (SCID-I), were also administered to investigate the presence of possible comorbidities. FA was assessed using the FAS-IR, administered to family members. Upon completion of the FAS-IR validation study, a randomized clinical trial was conducted, randomly assigning patients to either the intervention group (12 sessions of CBGT, of which two involved family members) or to a control group (waiting list). Finally, a naturalistic follow-up study was conducted 3 years after completion of the CBGT program. The study was approved by the Research Ethics Committee of Hospital de Clínicas de Porto Alegre. We found that the Brazilian Portuguese version of the FAS-IR had sound psychometric properties, reinforcing that this is a reliable instrument for assessing the participation and modifications of the routines of family members as a result of the patient’s symptoms. With regard to treatment outcomes, the randomized clinical trial included a sample of 98 pairs of patients with OCD and their family members, of which 52 (53.1%) were randomly allocated to the intervention group and 46 (46.9%) to the waiting list. There was a significant improvement of all OCD symptoms and also of FA levels after CBGT in the intervention group when compared to the control group (p < 0.001). The following variables were predictors of FA reduction after the multivariate analysis: patient characteristics – absence of comorbid unipolar disorder (β = 0.338; p = 0.014), a lower obsession score (β = 0.244; p = 0.045), and higher education level (β = -0.351; p = 0.006); and family member characteristics – a higher hoarding score (β = -0.461; p = 0.001). The model explained 47.2% of the variance in FA scores after CBGT. Finally, in the follow-up study, the FA reduction results obtained at the end of CBGT were found to remain in the long term (3 years). These results add to the current body of evidence not only by confirming that CBGT is effective in reducing OCD symptoms, but also by showing that CBGT with a brief family intervention focused on FA contributes to reduce the level of involvement of family members in the patient’s symptoms, and that these results are maintained over time. Some patient and family member characteristics were found to predict FA reduction, a finding that can contribute to qualify the CBGT protocols currently employed. This is the first study to assess the impact of CBGT (with the participation of family members in two sessions) on FA in both short and long terms. These findings underscore the importance of permanently assessing FA, as well as of involving family members in the treatment of patients with OCD.
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Estudo comparativo de sintomas impulsivos e compulsivos em pacientes com transtornos obsessivo-compulsivo e transtornos de controle de impulsos não classificados em outros capítulos do DSM-IVFerrão, Ygor Arzeno January 2000 (has links)
Resumo não disponível
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Automutilação: características clínicas e comparação com pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo / Non-suicidal self-injury: clinical features and comparison patients with obsessive-compulsive disorderJackeline Suzie Giusti 10 September 2013 (has links)
Introdução: A automutilação é definida como qualquer comportamento intencional envolvendo agressão direta ao próprio corpo sem intenção consciente de suicídio. As formas mais frequentes de automutilação são cortar a própria pele, queimar-se, bater em si mesmo, morder-se e arranharse. Alguns pacientes apresentam rituais de automutilação e passam muito tempo pensando em como executá-la, lembrando sintomas compulsivos, porém com intenso componente de impulsividade. O DSM-IV classifica a automutilação como um dos critérios de diagnósticos para transtornos do controle dos impulsos não classificados em outro local ou Transtorno de Personalidade Borderline. O DSM-V propõe que a automutilação seja uma entidade diagnóstica à parte. A falta de homogeneidade na descrição da automutilação dificulta as pesquisas, tanto epidemiológicas como clínicas. A melhor caracterização clínica e psicopatológica da automutilação é fundamental para que intervenções terapêuticas mais efetivas possam ser desenvolvidas, incluindo novas abordagens psicofarmacológicas. Os objetivos deste estudo foram: fazer uma descrição clínica dos pacientes que procuram tratamento, tendo como principal queixa a automutilação e comparar estes com pacientes com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) quanto a características compulsivas e impulsivas. Métodos: 70 pacientes foram avaliados, sendo 40 pacientes com automutilação e 30 pacientes com TOC. Todos estes pacientes foram avaliados de forma direta com os instrumentos: Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos de Eixo I do DSM-IV, versão clínica (SCID-I); Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos de Eixo I do DSM-IV, versão clínica, adaptada para Transtornos de Controle de Impulsos; Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos de Eixo II, versão clínica (SCID-II); Escala de Sintomas Obsessivo-Compulsivos de Yale-Brown (Y-BOCS); Escala Dimensional para Avaliação de Presença e Gravidade de Sintomas Obsessivo-Compulsivos (DY-BOCS); Escala para Avaliação da Presença e Gravidade de Fenômenos Sensoriais da Universidade de São Paulo (USP-SPS); Questionários de História de Traumas; Escala de Comportamento de Automutilação (FASM); e Barrat Impulsivity Scale (BIS-11). Para comparação das variáveis categóricas, foi utilizado o teste qui-quadrado e para variáveis contínuas, o test-t. Para análise multivariada, foram utilizados os testes ANCOVA ou Regressão Logística Linear. Foi considerado, para todos os testes, o nível de significância 5%. Resultados: A média de idade dos pacientes avaliados foi de 29 anos. Quanto às características clínicas dos pacientes com automutilação, estes iniciaram o comportamento em média aos 17 anos de idade, e apresentavam cinco tipos diferentes de automutilação em média. Os comportamentos mais frequentes foram: cortar a pele (90%), cutucar ferimentos (75%), bater em si mesmo (67,5%). Os motivos mais frequentemente relacionados à automutilação foram para: parar sentimentos ruins (75%), aliviar sensação de vazio (70%), se castigar (70%), sentir algo, mesmo que fosse dor (47,5%) e sentir-se relaxado (40%). Na comparação entre os grupos com automutilação e TOC, quanto às comorbidades do Eixo I, o grupo com automutilação apresentou mais comorbidades com depressão (92,5%, p=0,03) e bulimia (25%, p<0,001). O grupo com TOC apresentou mais fobia social (40%, p<0,001). Os pacientes do grupo com TOC tiveram maior gravidade em todas as medidas do Y-BOCS (média: 26, p<0,001) e DY-BOCS (média 23,1, p=0,01). No grupo com automutilação, 60% dos pacientes referiram a automutilação associada a fenômenos sensoriais. Este grupo teve mais relato de fenômenos sensoriais referente à \"sensação de incompletude\" (45%, p=0,007) e \"sensação de energia interna\" (57,5%, p=0,001). O transtorno de personalidade mais prevalente em ambos os grupos foi Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva. O grupo com automutilação apresentou maior prevalência de Transtorno de Personalidade Histriônica (22,5 %, p=0,02) e Transtorno de Personalidade Borderline (15%, p=0,04). A gravidade da impulsividade foi maior no grupo com automutilação segundo as medidas da BIS-11 para características motoras (média 26,6, p=0,002) e dificuldade para planejamento (média 31, p=0,014). Conclusão: A automutilação e o TOC são transtornos heterogêneos que compartilham características compulsivas e impulsivas. Na automutilação, o componente impulsivo é maior e no TOC, a compulsividade é maior quando comparamos estes dois grupos. Entretanto, a automutilação esteve associada à ocorrência de fenômenos sensoriais, apontando também para a presença de aspectos compulsivos nestes quadros. O Transtorno de Personalidade Borderline não é regra entre os pacientes com automutilação. Outros transtornos de personalidade, inclusive cluster C como o Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva, também podem estar presentes entre pacientes com automutilação, assim como com TOC. Os pacientes adultos com automutilação apresentam este comportamento desde a adolescência e os tipos de automutilação apresentados por estes são de moderada a grave intensidade, além de associarem diferentes tipos de automutilação. Isto evidencia a necessidade de desenvolvimento de instrumentos diagnósticos mais precisos para identificação e tratamento precoce específico para estes quadros, evitando a cronicidade dos mesmos / Introduction: Non-suicidal self-injury (NSSI) is defined as a deliberate and voluntary physical self-injury without any conscious suicidal intent. Common forms of NSSI include cutting, burning, scratching, hitting, biting and interfering with wound healing. Some patients spend a lot of time thinking about how to perform their act doing it always the same way. They remember compulsive symptoms with intense component of impulsivity. The DSM-IV classifies NSSI as one diagnostic criteria for impulsive control disorders not elsewhere classified or as borderline personality disorder. The DSM-V proposes that the NSSI should be classified as a different disorder. The lack of a singular meaning for NSSI makes difficult the clinical and epidemiological researches about the subject. A better clinical and psychopathological definition for NSSI is crucial for the development of more effective therapeutic interventions, including new psychopharmacological treatment. The objective of this study is to describe the clinical features of patients seeking treatment for NSSI and compare their compulsive and impulsive features with patients with Obsessive Compulsive Disorder (OCD). Methods: 70 patients were interviewed, 40 patients who specifically sought treatment for NSSI and 30 patients who sought treatment for OCD. Standardized instruments were used: Structured Clinical Interview for Diagnosis of Axis I, according to DSM-IV and for impulse-control disorders, Structured Clinical Interview for Axis II Disorders (Clinical Version (SCID-II)), Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale (Y-BOCS); Dimensional Yale- Brown Obsessive-Compulsive Scale (DY-BOCS), University of São Paulo Sensory Phenomena Scale (USP-SPS); Trauma History Questionnaire; Functional Assessment of Self-Mutilation (FASM) and Barratt Impulsivity Scale, version-11 (BIS -11). To compare categorical variables the chi-square test was applied. For continuous variables, t-test was applied. For multivariate analysis, the ANCOVA test or Logistic Regression were applied when required. A significance level of 5% was applied for all statistical tests. Results: The mean age of patients was 29 years. The NSSI began at 17 years old, and had 5 different types of NSSI on average. The more common behaviors were: cutting the skin (90%), pick at a wound (75%), beat himself (67.5%). The most often reasons for NSSI were to: stop bad feelings (75%), relieve feeling numb or empty (70%), punish himself (70%), feel something, even if it was pain (47.5%) and feel relaxed (40%). In the comparison between NSSI and OCD groups, the NSSI group presented more axis I comorbidities with depression (92.5%, p = 0.03) and bulimia (25%, p <0.001). The OCD group showed more social phobia (40%, p <0.001). The OCD group had higher severity in all measures of the Y-BOCS (mean: 26, p <0.001) and DY-BOCS (mean 23.1, p = 0.01). In the NSSI group, 60% of the patients reported NSSI associated with sensory phenomena. This group had more reports of sensory phenomena related to the \"incompleteness\" (45%, p = 0.007) and \"internal energy\" (57.5%, p = 0.001). The most prevalent personality disorder in both groups was Obsessive-Compulsive Personality Disorder. The NSSI group had higher prevalence of Histrionic Personality Disorder (22.5%, p = 0.02) and Borderline Personality Disorder (15%, p = 0.04). The severity of impulsivity was higher in the NSSI group according to the measures of the BIS-11 for motor impulsivity (mean 26.6, p = 0.002) and non-planning impulsivity (mean 31, p= 0.014). Conclusion: NSSI and OCD are heterogeneous disorders that share compulsive and impulsive features. In NSSI, the impulsive component is stronger and in OCD the compulsive is stronger when comparing both groups. However, NSSI was associated with the occurrence of sensory phenomena which evidence the presence of compulsive aspects. The borderline personality disorder is not a rule among patients with NSSI. Other personality disorders, including cluster C personality disorders, may also be present among patients with NSSI and OCD, as well. Adult patients with NSSI started this behavior during adolescence. The NSSI symptoms presented were moderate to severe, different types of NSSI were also involved. These results highlights the needs for development of more accurate diagnostic tools for early identification and specific treatment of the NSSI, avoiding chronicity
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Impacto do tratamento de crianças e adolescentes com transtorno obsessivo-compulsivo sobre a ansiedade parental, acomodação familiar e ambiente familiar / Impact of pediatric obsessive-compulsive disorder treatment on parental anxiey, family accommodation and family environmentGabriela Gorenstein 25 February 2015 (has links)
O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) afeta de 2% a 4% da população pediátrica. Entre os fatores associados com a pior resposta ao tratamento do TOC pediátrico encontram-se a presença de sintomas de ansiedade nos pais, presença de histórico psiquiátrico nos familiares de primeiro grau, maior grau de acomodação familiar (AF) e ambiente familiar com características disfuncionais. No entanto, poucos estudos até o momento investigaram a variação da ansiedade parental, da acomodação familiar e do ambiente familiar em relação à resposta ao tratamento do TOC pediátrico. Nesse estudo foram avaliados, prospectivamente, 43 pais (31 mães e 12 pais) de 33 jovens com TOC (7 a 17 anos), antes e após o tratamento de seus filhos por 14 semanas com Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) em grupo ou com fluoxetina. Os instrumentos utilizados para avaliar os pais foram: o Inventário de Ansiedade Traço e Estado (IDATE), a Escala de Acomodação Familiar (FAS), a Escala de Ambiente Familiar (FES-R) e um questionário para avaliar a presença de sintomas ansiosos, sintomas obsessivo-compulsivos (SOC), sintomas depressivos e uso nocivo de substâncias nos familiares de primeiro grau dos jovens com TOC. Os sintomas dos filhos foram avaliados pela Escala Yale-Brown de Sintomas Obsessivo-Compulsivos (Y-BOCS). De modo geral, os pais não apresentaram redução significativa da ansiedade traço ou estado, e não foi observada associação entre a variação da ansiedade parental e a melhora clínica dos filhos. No entanto, para os pais cujos familiares de primeiro grau não tinham sintomas psiquiátricos, houve associação significativa entre a redução da ansiedade traço e estado com a melhora clínica dos filhos. A acomodação familiar diminuiu após o tratamento dos filhos, e essa redução associou-se à melhora clínica dos jovens. No ambiente familiar, as subdimensões coesão e lazer aumentaram após o tratamento dos filhos, sendo que a variação da gravidade do TOC associou-se com a variação da coesão familiar. Esses resultados indicam que, mesmo sem uma abordagem focada na família, o tratamento do TOC pediátrico pode exercer impacto positivo sobre a acomodação familiar e o ambiente familiar. Estudos futuros poderão esclarecer as influências recíprocas entre esses fatores familiares e o tratamento do TOC pediátrico / Obsessive-Compulsive Disorder (OCD) occurs in 2% to 4% of the pediatric population. A worse prognosis has been associated with the presence of anxiety symptoms among parents, the presence of psychiatric symptoms among first-degree relatives, higher levels of family accommodation (FA) and a greater dysfunction in the family environment. So far, few studies have investigated the associations between the variation of parental anxiety, family accommodation and family environment with the response to pediatric OCD treatment. Forty-three subjects, 31 mothers and 12 fathers, of 33 children and adolescents with OCD (between 6 to17 years old), were evaluated before and after treatment of their children with group Cognitive-Behavioral Therapy (CBT) or fluoxetine for 14 weeks. The instruments used to assess the parents were: the State-Trait Anxiety Inventory (STAI), the Family Accommodation Scale (FAS), the Family Environment Scale - Real form (FES-R), and a questionnaire to assess the presence of anxiety symptoms, obsessive-compulsive symptoms, depressive symptoms and substance abuse in the first degree relatives of the youths. The children\'s symptoms were assessed by the Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale (Y-BOCS). After their children\'s treatment, parents showed no significant reduction in their trait or state anxiety, and parental anxiety was not related to children\'s response to treatment. However, a decrease in anxiety levels after treatment was observed among those whose first degree-relatives did not report psychiatric symptoms. Family accommodation decreased after the children\'s treatment, and this decrease accompanied the children\'s clinical improvement. In the family environment, the sub-dimensions cohesion and leisure increased after the children\'s treatment, and cohesion accompanied the children\'s clinical improvement. These results suggest that, even without a family-focused approach, the child-focused treatment of pediatric OCD may have a positive impact on family accommodation and family environment. Future studies should further clarify the reciprocal influences of family factors and the treatment of pediatric OCD
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"Transtornos do espectro obsessivo-compulsivo e febre reumática : um estudo de transmissão familiar" / Obsessive-compulsive spectrum disorders and rheumatic fever: a family study.Ana Gabriela Hounie 20 August 2003 (has links)
Resumo HOUNIE, A.G. Transtornos do espectro obsessivo-compulsivo e febre reumática: um estudo de transmissão familiar. São Paulo, 2003. 174p. Tese (Doutorado) Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo. A febre reumática (FR) é uma doença autoimune causada por anticorpos desenvolvidos contra o estreptococo beta hemolítico do grupo A (SBHGA). Estudos recentes amparam a noção de que a FR esteja associada ao transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), independentemente da presença de outras manifestações no sistema nervoso central (ex.: coréia de Sydenham - CS). O TOC freqüentemente surge acompanhado por outros transtornos, como aqueles denominados de transtornos do espectro obsessivo (TEO), entre eles, a síndrome de Tourette (ST), o transtorno de tiques crônicos (TTC) e o transtorno dismórfico corporal (TDC). Alguns deles parecem apresentar uma relação geneticamente determinada. Um subgrupo de TOC é geneticamente relacionado à ST, podendo ser considerado uma expressão fenotípica alternativa de seu genótipo. Um recente estudo de famílias de portadores de TOC encontrou alta freqüência de TDC nos seus familiares de primeiro grau, além de transtornos de tiques. Neste estudo de famílias buscamos verificar a freqüência de TOC e TEO relacionados em familiares de portadores de FR, com ou sem CS e em um grupo controle, na tentativa de determinar se existe agregação familiar desses transtornos em famílias com FR. Foram avaliados 98 probandos e seus 381 familiares de primeiro grau (FPG). Dos 98 probandos, 31 eram portadores de FR sem CS, 28 tinham FR com CS e 39 eram controles sem FR recrutados em um ambulatório de ortopedia. Entrevistadores treinados avaliaram os sujeitos por meio de entrevistas semi-estruturadas (KSADS e SCID). Vinhetas clínicas foram elaboradas e avaliadas por psiquiatras independentes que faziam a melhor estimativa diagnóstica (best estimate diagnosis). Estes avaliadores eram cegos quanto a se os sujeitos eram probandos ou familiares e quanto ao grupo a que pertenciam. As comparações entre as freqüências dos transtornos entre os três grupos foram feitas por meio dos testes de Fisher, qui-quadrado, pelas Equações de Estimação Generalizadas (GEE) e pela análise de Kaplan-Meier. Resultados foram considerados estatisticamente significantes quando o nível descritivo (p, bicaudado) do teste foi menor ou igual a 0,05. Os TEO combinados foram mais freqüentes em FPG de portadores de FR como um todo (com e sem CS) do que em FPG de probandos controles (p=0,03). O TTC foi mais freqüente em FPG de probandos com CS do que FPG de controles (p=0,05). O TAG foi mais freqüente em FPG de portadores de FR do que em FPG de controles (p=0,008). Subdividindo os probandos baseados na presença de um TEO, os transtornos de tiques somados (p,GEE=0,01), o TDC (p,GEE=0,02), e o TAG (x2=0,004) individualmente e os TEO combinados (p,GEE=0,02) foram mais freqüentes em FPG de portadores de FR na presença de TEO comparados aos FPG de controles. Os TEO foram mais freqüentes (sem alcançar significância estatística, p=0,09) nos FPG de portadores de FR sem um TEO do que nos FPG de controles. A febre reumática nos probandos elevou o risco de seus familiares apresentarem um TEO. Esse risco foi ainda maior se o probando, além de apresentar FR, tinha ele próprio um TEO. É possível que um subgrupo da FR seja relacionado a TEO e que fatores de susceptibilidade para FR e para TEO tenham um efeito aditivo. Portanto, a FR pode ser considerada um fator de risco para TEO. / Summary Hounie, A.G. Obsessive-compulsive spectrum disorders and rheumatic fever: a family study. São Paulo, 2003. 174p. Tese (Doutorado) Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo. Rheumatic fever (RF) is an autoimmune disease caused by antibodies against group A beta hemolytic streptococcus (GABHS). Some studies support the notion that RF be associated with obsessive-compulsive disorder (OCD) independent of its manifestations on the central nervous system (eg., Sydenhams Chorea - SC). OCD is often accompanied by other disorders, which are known as obsessive-compulsive spectrum disorders (OCSD), such as Tourette syndrome (TS), chronic tic disorder (CTD) and body dysmorphic disorder (BDD). Some of those putative OCSD seem to share a genetic relationship. An OCD subgroup is genetically related to TS, being considered an alternative phenotype. A recent OCD family study found higher rates of BDD and tic disorders among first-degree relatives (FDR) of OCD probands. This is a family study that assessed the frequency of OCD and OCSD in first-degree relatives of RF probands (with and without SC) in order to verify if there was aggregation of those disorders in RF families. We assessed 98 probands and their 381 first-degree relatives. Of the 98 probands, 31 had RF without SC, 28 had RF with SC and 39 were controls without RF recruited in an orthopedic clinic. Trained interviewers assessed subjects with semi-structured interviews (KSADS and SCID). Clinical vignettes were elaborated and evaluated by independent psychiatrists that assigned best estimate diagnosis. These raters were blind to subject status regarding group and if they were probands or relatives. Comparisons between frequencies of disorders were done with Fisher and chi-square tests, generalized estimated equations (GEE), and Kaplan-Meier survival analyses. Results were considered statistically significant if their level of significance was less or equal to 0.05 (p, two-tailed). OCSD combined were more frequent in FDR of RF probands (with or without SC) than in FDR of controls (p=0.03). CTD was more frequent in FDR of SC probands than FDR of controls (p=0.05). Generalized anxiety disorder (GAD) was more frequent in FDR of RF probands than in FDR of controls (p=0.008). Subdividing probands based on the presence of an OCSD, tic disorders combined (GEE, p=0.01), BDD (GEE, p=0.02), GAD (x2=0.004), and OCSD combined (GEE, p=0.02) were more frequent in FDR of RF probands with an OCSD than in FDR of controls. OCSD were also more frequent (non-significantly, p=0.09) in FDR of RF probands without an OCSD than in FDR of controls. RF in the probands increased the risk of OCSD in their family members. This risk was even higher if the proband had RF plus an OCSD. It is possible that a subgroup of RF is associated to OCSD and susceptibility factors linked to RF and to OCSD may have an additive effect. Therefore RF may be a risk factor for OCSD.
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Terapia cognitivo-comportamental em grupo no transtorno obsessivo-compulsivoCordioli, Aristides Volpato January 2002 (has links)
Resumo não disponível.
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