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Jovens com comportamentos de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares : variáveis culturais e psicológicas

Oliveira, Letíca Langlois January 2009 (has links)
O presente trabalho visou a investigar comportamentos de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares em jovens, com ênfase em aspectos psicológicos e culturais. Para tanto, foram realizados dois estudos, dos quais paticiparam 593 jovens escolares e universitários da capital do Estado e de cidades do interior do Rio Grande do Sul. O Estudo I teve como objetivo relacionar esses comportamentos de risco com variáveis regionais, socioeconômicas e raciais. Foram realizadas análises de freqüência, além dos testes não paramétricos de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Entre os resultados, 17% dos participantes apresentaram positividade no Teste das Atitudes Alimentares (EAT-26), ou seja, comportamentos de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares, sendo 15% dos homens e 19% das mulheres. Encontrou-se também um maior número de comportamentos de risco nos municípios do interior do Estado e entre os participantes de identidade racial não branca. Não houve diferença significativa no que se refere à classe socioeconômica. O Estudo II avaliou a satisfação com a imagem corporal, auto-estima, bem-estar subjetivo e alexitimia em jovens com comportamentos de risco para anorexia nervosa e bulimia nervosa. O teste ρ (rho) de Spearman foi utilizado para calcular as correlações entre o EAT-26 e os demais instrumentos. Para avaliar o efeito das escalas e dos itens sobre o EAT-26 realizaram-se análises de regresssão linear múltipla e de regressão não linear. Constatou-se que indivíduos com comportamentos de risco para transtornos alimentares apresentam insatisfação com a imagem corporal. As mulheres apresentam também baixa auto-estima, pouca satisfação com a vida e um alto índice de afeto negativo e alexitimia. Em relação à escolaridade verificou-se que aqueles participantes com menos anos de estudo têm mais chance de apresentar comportamentos de risco. Destaca-se também como central o resultado de que a baixa satisfação com a imagem corporal e a realização de dietas foram os fatores que mais explicaram a positividade no EAT-26, o que é preocupante já que pesquisas apontam que atualmente há uma insatisfação corporal generalizada entre a população. / The present thesis aimed to investigate risk behaviors for the development of eating disorders in adolescents with an emphasis on psychological and cultural aspects. Two studies were conducted with 593 participants who were students in high schools and in universities in Porto Alegre and in other cities of the state of Rio Grande do Sul. Study I had as an objective to relate these risk behaviors with regional, socio-economic and racial variables. The data were analysed with Mann-Whitney e Kruskal-Wallis tests. The results showed that 17% of the participants (15% male, 19% female) presented positivity (high scores) in the Eating Atitudes Test (EAT-26) which means that they presented risk behaviors for the development of eating disorders. The results also showed that there were less risk behaviors in the state capital as compared with other cities in the state. Also, white participants presented less risk behaviors than other participants. No significant differences were found for social class. Study II assessed satisfaction with body image, self esteem, subjective well being, and alexithimia in adolescents who presented risk behaviors for anorexia and bulimia. Spearman’s ρ (rho) test was used to obtain correlations between the EAT-26 scores and the other variables of the study. Linear multiple regressions and nonlinear regressions were calculated to determine how much of Eat-26 variance was explained by the other variables. The results showed that participants with risk behaviors for eating disorders also presented insatisfaction with their body image. Females also presented low self esteem, low satisfaction with life, high scores for negative affects and for alexithimia. Also, it was observed that risk behaviors were higher among participants with less years of study. Low satisfaction with body image and dieting were the factors that explained more the positivity in the EAT-26. This finding presents a problem as research has been showing generalized body insatisfaction.
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Anorexia e bulimia : uma perspectiva social

Ida, Sheila Weremchuk January 2008 (has links)
A partir da problematização do conceito de Transtornos Alimentares, esta dissertação busca investigar a nossa relação com o corpo, colocando em discussão as práticas normativas que constituem nossos modos de vida. Diante de um certo padrão estético que associa o corpo com a beleza e a imagem de sucesso, pretendemos problematizar o contexto social no qual os Transtornos Alimentares vêm sendo produzidos. Para isso, utilizaremos como recorte a análise da anorexia e bulimia. De difícil tratamento e de grande morbidade, os sintomas dessa psicopatologia refletem uma preocupação excessiva com o peso, a imagem corporal e o medo de engordar. Nosso interesse é contribuir para essa discussão, saindo de uma perspectiva individualizante voltada para a jovem anorética e/ou bulímica e as interações disfuncionais do seu sistema familiar, passando a considerar os transtornos alimentares como um dispositivo que denuncia o extremismo na forma de pensar, sentir e experimentar o corpo em nossa sociedade. Assim, nosso objetivo é apresentar alguns subsídios que permitam deslocar essa questão do âmbito exclusivo da experiência individual para uma análise das práticas sociais de relação com o corpo que habitam a experiência contemporânea, entendendo os transtornos alimentares, na atualidade, como a exacerbação de um sintoma social. / Based on the problematization of the concept of eating disorders, this paper aims on the investigation of our relation with the body, discussing the normative practices that constitute our ways of life. From an esthetic standard that relates the body with the beauty and success, we intend to problematize the social context where the eating disorders have been produced. To achieve this objective, we base our study on the anorexia and bulimia analysis. The symptoms of this psychopathology of difficult treatment reflect an excessive worry about the weight, corporal image and of getting fatter. Our interest is to contribute to this discussion, leaving from an individual perspective focused on the anorectic and/or bulimic young and the dysfunctional interactions of his/her familiar system, shifting the focus to the eating disorders as a device that denunciates the extremism in the way of thinking, feeling and experiencing the body in our society. Therefore, our objective is to present some subsidies that allow us to dislocate this matter from the exclusive scope of individual experience to an analysis of the social practices of the relation with the body that resides the contemporary experience, considering the eating disorders in the present as the exacerbation of a social symptom.
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Jovens com comportamentos de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares : variáveis culturais e psicológicas

Oliveira, Letíca Langlois January 2009 (has links)
O presente trabalho visou a investigar comportamentos de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares em jovens, com ênfase em aspectos psicológicos e culturais. Para tanto, foram realizados dois estudos, dos quais paticiparam 593 jovens escolares e universitários da capital do Estado e de cidades do interior do Rio Grande do Sul. O Estudo I teve como objetivo relacionar esses comportamentos de risco com variáveis regionais, socioeconômicas e raciais. Foram realizadas análises de freqüência, além dos testes não paramétricos de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Entre os resultados, 17% dos participantes apresentaram positividade no Teste das Atitudes Alimentares (EAT-26), ou seja, comportamentos de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares, sendo 15% dos homens e 19% das mulheres. Encontrou-se também um maior número de comportamentos de risco nos municípios do interior do Estado e entre os participantes de identidade racial não branca. Não houve diferença significativa no que se refere à classe socioeconômica. O Estudo II avaliou a satisfação com a imagem corporal, auto-estima, bem-estar subjetivo e alexitimia em jovens com comportamentos de risco para anorexia nervosa e bulimia nervosa. O teste ρ (rho) de Spearman foi utilizado para calcular as correlações entre o EAT-26 e os demais instrumentos. Para avaliar o efeito das escalas e dos itens sobre o EAT-26 realizaram-se análises de regresssão linear múltipla e de regressão não linear. Constatou-se que indivíduos com comportamentos de risco para transtornos alimentares apresentam insatisfação com a imagem corporal. As mulheres apresentam também baixa auto-estima, pouca satisfação com a vida e um alto índice de afeto negativo e alexitimia. Em relação à escolaridade verificou-se que aqueles participantes com menos anos de estudo têm mais chance de apresentar comportamentos de risco. Destaca-se também como central o resultado de que a baixa satisfação com a imagem corporal e a realização de dietas foram os fatores que mais explicaram a positividade no EAT-26, o que é preocupante já que pesquisas apontam que atualmente há uma insatisfação corporal generalizada entre a população. / The present thesis aimed to investigate risk behaviors for the development of eating disorders in adolescents with an emphasis on psychological and cultural aspects. Two studies were conducted with 593 participants who were students in high schools and in universities in Porto Alegre and in other cities of the state of Rio Grande do Sul. Study I had as an objective to relate these risk behaviors with regional, socio-economic and racial variables. The data were analysed with Mann-Whitney e Kruskal-Wallis tests. The results showed that 17% of the participants (15% male, 19% female) presented positivity (high scores) in the Eating Atitudes Test (EAT-26) which means that they presented risk behaviors for the development of eating disorders. The results also showed that there were less risk behaviors in the state capital as compared with other cities in the state. Also, white participants presented less risk behaviors than other participants. No significant differences were found for social class. Study II assessed satisfaction with body image, self esteem, subjective well being, and alexithimia in adolescents who presented risk behaviors for anorexia and bulimia. Spearman’s ρ (rho) test was used to obtain correlations between the EAT-26 scores and the other variables of the study. Linear multiple regressions and nonlinear regressions were calculated to determine how much of Eat-26 variance was explained by the other variables. The results showed that participants with risk behaviors for eating disorders also presented insatisfaction with their body image. Females also presented low self esteem, low satisfaction with life, high scores for negative affects and for alexithimia. Also, it was observed that risk behaviors were higher among participants with less years of study. Low satisfaction with body image and dieting were the factors that explained more the positivity in the EAT-26. This finding presents a problem as research has been showing generalized body insatisfaction.
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Anorexia e bulimia : uma perspectiva social

Ida, Sheila Weremchuk January 2008 (has links)
A partir da problematização do conceito de Transtornos Alimentares, esta dissertação busca investigar a nossa relação com o corpo, colocando em discussão as práticas normativas que constituem nossos modos de vida. Diante de um certo padrão estético que associa o corpo com a beleza e a imagem de sucesso, pretendemos problematizar o contexto social no qual os Transtornos Alimentares vêm sendo produzidos. Para isso, utilizaremos como recorte a análise da anorexia e bulimia. De difícil tratamento e de grande morbidade, os sintomas dessa psicopatologia refletem uma preocupação excessiva com o peso, a imagem corporal e o medo de engordar. Nosso interesse é contribuir para essa discussão, saindo de uma perspectiva individualizante voltada para a jovem anorética e/ou bulímica e as interações disfuncionais do seu sistema familiar, passando a considerar os transtornos alimentares como um dispositivo que denuncia o extremismo na forma de pensar, sentir e experimentar o corpo em nossa sociedade. Assim, nosso objetivo é apresentar alguns subsídios que permitam deslocar essa questão do âmbito exclusivo da experiência individual para uma análise das práticas sociais de relação com o corpo que habitam a experiência contemporânea, entendendo os transtornos alimentares, na atualidade, como a exacerbação de um sintoma social. / Based on the problematization of the concept of eating disorders, this paper aims on the investigation of our relation with the body, discussing the normative practices that constitute our ways of life. From an esthetic standard that relates the body with the beauty and success, we intend to problematize the social context where the eating disorders have been produced. To achieve this objective, we base our study on the anorexia and bulimia analysis. The symptoms of this psychopathology of difficult treatment reflect an excessive worry about the weight, corporal image and of getting fatter. Our interest is to contribute to this discussion, leaving from an individual perspective focused on the anorectic and/or bulimic young and the dysfunctional interactions of his/her familiar system, shifting the focus to the eating disorders as a device that denunciates the extremism in the way of thinking, feeling and experiencing the body in our society. Therefore, our objective is to present some subsidies that allow us to dislocate this matter from the exclusive scope of individual experience to an analysis of the social practices of the relation with the body that resides the contemporary experience, considering the eating disorders in the present as the exacerbation of a social symptom.
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Jovens com comportamentos de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares : variáveis culturais e psicológicas

Oliveira, Letíca Langlois January 2009 (has links)
O presente trabalho visou a investigar comportamentos de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares em jovens, com ênfase em aspectos psicológicos e culturais. Para tanto, foram realizados dois estudos, dos quais paticiparam 593 jovens escolares e universitários da capital do Estado e de cidades do interior do Rio Grande do Sul. O Estudo I teve como objetivo relacionar esses comportamentos de risco com variáveis regionais, socioeconômicas e raciais. Foram realizadas análises de freqüência, além dos testes não paramétricos de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Entre os resultados, 17% dos participantes apresentaram positividade no Teste das Atitudes Alimentares (EAT-26), ou seja, comportamentos de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares, sendo 15% dos homens e 19% das mulheres. Encontrou-se também um maior número de comportamentos de risco nos municípios do interior do Estado e entre os participantes de identidade racial não branca. Não houve diferença significativa no que se refere à classe socioeconômica. O Estudo II avaliou a satisfação com a imagem corporal, auto-estima, bem-estar subjetivo e alexitimia em jovens com comportamentos de risco para anorexia nervosa e bulimia nervosa. O teste ρ (rho) de Spearman foi utilizado para calcular as correlações entre o EAT-26 e os demais instrumentos. Para avaliar o efeito das escalas e dos itens sobre o EAT-26 realizaram-se análises de regresssão linear múltipla e de regressão não linear. Constatou-se que indivíduos com comportamentos de risco para transtornos alimentares apresentam insatisfação com a imagem corporal. As mulheres apresentam também baixa auto-estima, pouca satisfação com a vida e um alto índice de afeto negativo e alexitimia. Em relação à escolaridade verificou-se que aqueles participantes com menos anos de estudo têm mais chance de apresentar comportamentos de risco. Destaca-se também como central o resultado de que a baixa satisfação com a imagem corporal e a realização de dietas foram os fatores que mais explicaram a positividade no EAT-26, o que é preocupante já que pesquisas apontam que atualmente há uma insatisfação corporal generalizada entre a população. / The present thesis aimed to investigate risk behaviors for the development of eating disorders in adolescents with an emphasis on psychological and cultural aspects. Two studies were conducted with 593 participants who were students in high schools and in universities in Porto Alegre and in other cities of the state of Rio Grande do Sul. Study I had as an objective to relate these risk behaviors with regional, socio-economic and racial variables. The data were analysed with Mann-Whitney e Kruskal-Wallis tests. The results showed that 17% of the participants (15% male, 19% female) presented positivity (high scores) in the Eating Atitudes Test (EAT-26) which means that they presented risk behaviors for the development of eating disorders. The results also showed that there were less risk behaviors in the state capital as compared with other cities in the state. Also, white participants presented less risk behaviors than other participants. No significant differences were found for social class. Study II assessed satisfaction with body image, self esteem, subjective well being, and alexithimia in adolescents who presented risk behaviors for anorexia and bulimia. Spearman’s ρ (rho) test was used to obtain correlations between the EAT-26 scores and the other variables of the study. Linear multiple regressions and nonlinear regressions were calculated to determine how much of Eat-26 variance was explained by the other variables. The results showed that participants with risk behaviors for eating disorders also presented insatisfaction with their body image. Females also presented low self esteem, low satisfaction with life, high scores for negative affects and for alexithimia. Also, it was observed that risk behaviors were higher among participants with less years of study. Low satisfaction with body image and dieting were the factors that explained more the positivity in the EAT-26. This finding presents a problem as research has been showing generalized body insatisfaction.
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Influência da reabilitação oral na qualidade de vida de pacientes com bulimia e anorexia nervosa purgativa / Influence of oral rehabilitation on the quality of life of patients with Bulimia and Purgative Anorexia

Gisele Ebling Artes 22 February 2017 (has links)
A proposta deste estudo foi avaliar alguns parâmetros clínicos (sensibilidade dental, IMC, condição periodontal, índice de erosão e a qualidade de vida) de pacientes com bulimia e anorexia nervosa purgativa, antes e depois da reabilitação oral. Também houve a pretensão de auxiliar esses pacientes, através da devolução da função e da estética, na motivação para o controle do transtorno alimentar, avaliada por meio da classificação da gravidade da doença. A casuística foi composta por 30 pacientes, com idade acima de 18 anos, ambos os gêneros, sendo que 20 receberam tratamento de reabilitação oral e foram classificados como grupo A1, e 10 (grupo A2) não continuaram o tratamento. Os pacientes, inicialmente, responderam à ficha de anamnese e a dois questionários, um para mensurar o impacto da saúde bucal na qualidade de vida (OHIP-14) e outro para avaliação apenas da qualidade de vida (WHOQOL-100). Foi avaliada presença de cáries, de erosão ácida, sensibilidade, condição periodontal e demais alterações da saúde bucal. Os pacientes do grupo A1 responderam novamente aos questionários após 30 dias do término do tratamento. Para análise dos dados foram utilizados os testes: t-Student, Wilcoxon, exato de Fisher e McNemar. As análises foram processadas no software estatístico IBM SPSS Statistics 20, e a significância estatística foi verificada para valores de p< 0,05 (5%). O transtorno alimentar que prevaleceu foi a bulimia nervosa (83,3%), o restante dos pacientes tinha o diagnóstico de anorexia nervosa purgativa. A média de idade dos pacientes foi de 30,67 anos, com média de idade de início do TA de 20,1 anos ±5,1 anos. A média do número de dentes cariados no grupo A2 foi bem maior do que o grupo A1, tendo pacientes com até 10 dentes cariados, mostrando que a condição de saúde bucal desses pacientes era pior. No grupo A1, antes do tratamento de reabilitação oral, 60 % dos pacientes necessitavam de raspagem e polimento, remoção de excesso de restaurações e orientação de higiene bucal, 35% apresentaram índice médio ou alto de erosão ácida, 80% relatavam sensibilidade e 95% praticavam a indução de vômitos após as refeições. Após o tratamento de reabilitação oral, apenas 50% dos pacientes relatou sensibilidade e 35% parou de vomitar, sendo que a classificação de gravidade da doença melhorou para esse grupo. Já no grupo A2, considera-se quanto à classificação da doença, 30% leve, 10% grave e 50% extrema. Através dos dois instrumentos o grupo A1 apresentou melhora na qualidade de vida após o tratamento de reabilitação oral, com diferenças significantes quando comparado ao grupo A2 através do WHOQOL-100 nos domínios 1 (p=0,009), 2 (p=0,013), e 3 (p=0,02). O tratamento de reabilitação oral influenciou na melhora da sensibilidade dental, na diminuição da frequência de vômitos autoinduzidos e na melhora da qualidade de vida de pacientes com Anorexia nervosa purgativa e Bulimia nervosa. / The purpose of this study was to evaluate some clinical parameters (dental sensibility, BMI, periodontal condition, erosion index and quality of life) of patients with bulimia and purgative anorexia nervosa, before and after mouth rehabilitation. There was also the intention to help these patients, through the return of function and aesthetics, in the motivation for the control of eating disorder, evaluated through the classification of the severity of the disease. The sample consisted of 30 patients, aged over 18 years, both genders, 20 of whom received full mouth rehabilitation treatment and were classified as A1, and 10 (group A2) did not continue treatment. Patients initially responded to the anamnesis form and two questionnaires, one to measure the impact of oral health on OHIP-14 quality of life and another to assess WHOQOL-100 quality of life only. The presence of cavities, acid erosion, sensitivity, periodontal condition and other changes in oral health were evaluated. Patients in group A1 responded to the questionnaires again 30 days after the end of treatment. To analyze the data, the following tests were used: t-Student, Wilcoxon, Fisher exact and McNemar. The analyzes were processed in the statistical software SPSS Statistics 20, and the statistical significance was verified for values of p <0.05 (5%). The prevailing eating disorder was bulimia nervosa (83.3%), the rest of the patients had a diagnosis of purgative anorexia nervosa. The mean age of the patients was 30.67 years, mean age at onset of TA was 20.1 years ± 5.1 years. The mean number of decayed teeth in the A2 group was much higher than the A1 group, with patients with up to 10 decayed teeth, showing that the oral health status of these patients was worse. In the A1 group, 60% of the patients required scaling and polishing, removal of excess restorations and orientation of oral hygiene, 35% presented medium or high acid erosion index, 80% reported sensitivity and 95% inducing vomiting after meals. After the mouth rehabilitation treatment, only 50% of the patients reported sensitivity and 35% stopped vomiting, and the severity rating of the disease improved for this group. In group A2, 30% are considered mild, 10% severe and 50% extreme, regarding the classification of the disease. The A1 group presented improvement in the quality of life after mouth rehabilitation treatment, with significant differences when compared to the A2 group through the WHOQOL-100 in domains 1 (p = 0.009), 2 (p = 0.013), and 3 (p = 0.02). Mouth rehabilitation treatment may influence the improvement of dental sensitivity, the reduction of the frequency of self-induced vomiting and the improvement of the quality of life of patients with purgative anorexia and bulimia nervosa.
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Fatores de risco para o abandono do tratamento hospitalar para transtorno alimentares / Risk factors for dropping out of inpatient treatment for eating disorers

Lorena Soares Lins de Carvalho 18 June 2013 (has links)
INTRODUÇÂO: Embora seja um evento freqüente, não existe um consenso de quais fatores estariam envolvidos no abandono do tratamento para transtornos alimentares. O presente estudo teve por objetivo a identificação de fatores de risco para o abandono do tratamento hospitalar para anorexia nervosa e bulimia nervosa. Aspectos prévios a hospitalização, aspectos clínicos presentes no ato da internação e fatores relacionados ao período do tratamento hospitalar de pacientes que abandonaram e completaram o tratamento foram comparados MÉTODOS: Foi executado um estudo de caráter retrospectivo, do tipo caso-controle, com o abandono do tratamento sendo considerada a condição de interesse. Prontuários de pacientes do sexo feminino admitidas em uma enfermaria especializada no tratamento de anorexia e bulimia nervosas entre os anos de 2005 e 2010 foram revisados. RESULTADOS: Do total de 259 internações e 178 pacientes, foram sujeitos da pesquisa 103 mulheres, das quais 83 completaram o tratamento e 20 o abandonaram, resultando em uma taxa de abandono do tratamento de 19,42%. Para o tratamento estatístico dos dados, foi realizada análise univariada, com posterior análise multivariada das variáveis consideradas significantes, através de regressão logística do tipo passo a passo com seleção para trás. Na análise univariada, afastamento profissional devido à gravidade da doença, existência de relacionamento afetivo, IMC mais baixo na admissão, internações motivadas por baixo peso, diagnóstico de anorexia nervosa e presença de comportamentos purgativos (presente em todas as pacientes que abandonaram o tratamento) foram considerados como fatores relacionados ao abandono do tratamento. Após a condução da regressão logística, encontramos que pacientes que no momento da internação estavam afastadas do emprego devido à gravidade da doença, mantinham um relacionamento amoroso e foram hospitalizadas devido ao baixo peso foram mais propensas a abandonar o tratamento. CONCLUSÕES: Na presente amostra, o abandono do tratamento foi influenciado por fatores sociodemográficos (licença médica e existência de relacionamento amoroso), por variáveis diagnósticas (diagnóstico de anorexia nervosa e presença de sintomas purgativos) e aspectos da gravidade dos sintomas (IMC mais baixo e internação motivada por baixo peso). Tais resultados nos remetem ao caráter egosintônico dos transtornos alimentares, especialmente da anorexia nervosa, além de trazer um paradoxo: pacientes que na admissão apresentavam quadros mais grave do transtorno (com menor peso e impossibilitadas de exercer funções laborais) foram mais propensas a abandonar o tratamento. Embora apresente diversas limitações, principalmente em função do desenho retrospectivo, a presente pesquisa é o primeiro estudo sobre o abandono do tratamento hospitalar para transtornos alimentares realizada no Brasil. Sugere-se a execução de investigações com delineamento prospectivo que confirmem ou refutem os resultados aqui encontrados / INTRODUCTION: Although is a frequent event, there is no consensus on what factors would be involved in the dropout of treatment for eating disorders. This study aimed to identify risk factors for the dropout of an inpatient treatment for anorexia nervosa and bulimia nervosa. Aspects previous to the hospitalization, clinical features present at the admission and factors related to the period of the inpatient treatment of patients who dropped out and completed treatment were compared. METHODS: We performed a retrospective study, case-control, with the dropout of the treatment being considered the interest condition. Medical records of female patients admitted to a specialized ward in treating anorexia nervosa and bulimia nervosa between the years 2005 and 2010 were reviewed. RESULTS: A total of 259 admissions and 178 patients, research subjects were 103 women, of which 83 completed treatment and 20 dropped out, resulting in a dropout rate of treatment of 19.42%. For the statistical treatment of the data was performed univariate analysis with subsequent multivariate logistic regression with backward stepwise selection analysis of the variables considered significant. In univariate analysis, professional removal due to illness severity, existence of affective relationship, lower BMI at admission, admissions motivated by low weight, diagnosis of anorexia nervosa and existence of purging behaviors (present in all patients who dropped out the treatment) were considered as factors related to dropout treatment. After conducting the logistic regression, we found that patients at admission who were removed from the job due to the illness severity, maintained a romantic relationship and were hospitalized due to low weight were more likely to dropout the treatment. CONCLUSIONS: In this sample, the dropout of treatment was influenced by sociodemographic factors (professional removal due to illness severity and existence of a romantic relationship), for diagnostic variables (diagnosis of anorexia nervosa and purging symptoms) and aspects of symptom severity (lower BMI and hospitalization motivated by low weight). These results lead us to the egosyntonic character of eating disorders, especially anorexia nervosa, and bring a paradox: patients that on admission showed more severe symptoms of the Eating Disorder (with lower weight and disabled to work) were more likely to dropout of the treatment. Although it has several limitations, mainly due to the retrospective design, the present research is the first study of dropout of inpatient treatment for eating disorders held in Brazil. It is suggested to run with prospective investigations to confirm or refute our findings
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Impacto de comorbidades psiquiátricas e de outros fatores de risco na resposta ao tratamento de crianças e adolescentes com transtornos alimentares / The impact of psychiatric comorbidities and other risk factors on the response of children and adolescents with eating disorders to treatment

Vanessa Dentzien Pinzon 12 September 2012 (has links)
INTRODUÇÃO: Os transtornos alimentares (TA) incluem os diagnósticos de anorexia nervosa (AN), bulimia nervosa (BN) e transtorno alimentar não-especificado (TANE). Apresentam altas morbidade e mortalidade. Acometem indivíduos jovens, afetando amplamente o seu desenvolvimento. Na infância e adolescência, os TA possuem peculiaridades epidemiológicas, diagnósticas e clínicas que ainda são pouco conhecidas em pacientes jovens brasileiros. As comorbidades psiquiátricas podem interferir no curso do tratamento e na evolução dos TA, podendo aumentar sua letalidade. Outros fatores prognósticos dos TA também têm sido investigados e seu papel permanece indefinido. Os objetivos deste estudo foram investigar o perfil sociodemográfico e clínico dos pacientes com TA; identificar a prevalência de comorbidades psiquiátricas; investigar o impacto de comorbidades psiquiátricas e de outros fatores de risco na resposta ao tratamento de pacientes com TA que receberam o mesmo tratamento. MÉTODOS: Estudo realizado em um serviço multidisciplinar especializado no tratamento de crianças e adolescentes com TA (PROTAD IPq/HCFMUSP). A amostra consistiu de 100 pacientes de ambos os sexos, com idade até 18 anos e diagnóstico de TA, síndromes totais e parciais, segundo critérios do DSM IV - TR. Os dados foram coletados à entrada e à saída do tratamento. Os três tipos de resposta ao tratamento foram Alta Clínica, Abandono e Falha de Tratamento. Foram testados, também, quais fatores preditivos influenciaram no tempo de tratamento até a alta clínica dos pacientes pela análise de sobrevida. O nível de significância considerado em todos os testes estatísticos foi de 5%. RESULTADOS: A idade média dos pacientes foi de 15,41 anos, a média de idade de início dos TA foi de 13,5 anos e o tempo médio de duração do TA foi de 21,06 meses. Características da amostra: 82% de mulheres, 84% brancas, 64% das classes econômicas A e B; 69% de famílias tradicionais; 43% com diagnóstico de AN, 17% de BN e 41% de TANE; 56,8% admitidos na internação; 66% com tratamentos prévios; 88% cuidados pela mãe durante o tratamento; 75,7% com transtornos do humor (TH) que, em 81% dos casos, iniciaram durante os TA, e 54% com transtornos ansiosos que, em 75% das vezes, começaram antes dos TA; 60% com grande impacto dos TA, segundo a Escala de Avaliação Global de Crianças. Os pacientes do grupo AN eram mais jovens, pesavam menos, tinham menos tempo de TA, procuraram mais tratamentos prévios, apresentavam menos obesidade prévia, usavam mais os exercícios físicos excessivos como compensação e tinham mais amenorreia do que aqueles do grupo BN. Os sujeitos da enfermaria apresentaram menor índice de massa corporal, mais tempo de TA e maior impacto dos TA do que os do ambulatório. Na análise de sobrevida, os pacientes sem TH tiveram quase 3 vezes a chance de alta clínica do que aqueles que tinham TH. Os pacientes cuidados por suas mães apresentaram 4 vezes a chance de alta clínica do que os indivíduos que foram cuidados por outras pessoas. Pacientes do grupo abandono eram 12 meses mais velhos do que os dos outros grupos de resposta ao tratamento. O grau de instrução dos responsáveis pelos grupos abandono e falha de tratamento era maior do que do grupo alta clínica. Os outros fatores prognósticos investigados não tiveram impacto no tipo de resposta ao tratamento. CONCLUSÃO: Os pacientes jovens brasileiros com TA apresentaram características epidemiológicas e sintomatológicas muito semelhantes aos dados da literatura científica na mesma população, inclusive da alta prevalência de comorbidades psiquiátricas. A maior frequência das síndromes totais dos TA, o predomínio de quadros de início precoce, o longo tempo de duração até iniciar tratamento especializado e a maior gravidade dos pacientes da enfermaria, evidenciados nessa amostra, chamaram atenção por serem indicadores de maior gravidade em TA. A presença de TH e ausência de cuidados maternos aumentaram significativamente o tempo de tratamento até a remissão dos pacientes com TA. A idade mais avançada dos pacientes e maior nível educacional dos responsáveis estiveram associados com maior risco de abandono de tratamento. Os outros fatores preditivos investigados não tiveram impacto na resposta ao tratamento e no tempo de tratamento até a remissão. Os resultados podem contribuir para a estruturação de novos serviços direcionados às crianças e aos adolescentes brasileiros com TA e para o desenvolvimento de estratégias mais racionais e eficazes de diagnóstico e tratamento / INTRODUCTION: Eating disorders (ED), which present high morbidity and mortality, include anorexia nervosa (AN), bulimia nervosa (BN) and nonspecific eating disorder (EDNOS), and affect youth, greatly impacting their development. ED in childhood and adolescence, which involve epidemiological, diagnostic and clinical peculiarities, have been little studied among young Brazilians. Psychiatric comorbidities may also interfere with the treatment and progress of ED, and may increase their lethality. Other prognostic factors for ED have also been investigated, and their role remains undefined. The objectives of this study were to 1) investigate the sociodemographic and clinical profile of ED patients, 2) to identify the prevalence of psychiatric comorbidities, 3) to investigate the impact of such comorbidities on patient treatment response in comparison to that of patients without comorbidities under the same treatment conditions, and 4) to determine the impact of other risk factors on patient response to ED treatment. METHODS: The study was conducted at a multidisciplinary service specializing in the treatment of children and adolescents with ED (PROTAD IPq/HC-FMUSP). The sample consisted of 100 patients of both genders up to 18 years old who had been diagnosed with ED (either total or partial syndromes) according to DSM IV - TR criteria. The data were collected upon admission and at discharge from treatment. The three types of treatment response were: clinical discharge, abandonment and treatment failure. Based on the survival analysis, the patients were also tested regarding which predictive factors influenced patient treatment time until clinical discharge. A significance level of 5% was adopted for all statistical tests. RESULTS: The mean patient age was 15.41 years; the mean time since ED onset was 13.5 years and the mean duration of ED was 21.06 months. Sample characteristics: 82% female, 84% white, 64% from socioeconomic classes A and B; 69% from traditional families; 43% diagnosed with AN, 17% with BN and 41% with EDNOS; 56.8% admitted via hospital admission; 66% had previous treatment; 88% were assisted by the mother during treatment; 75.7% had mood disorders (MD) which, in 81% of the cases, began during the ED, and 54% had anxiety disorders that, in 75% of the cases, began before the ED ; 60% of patients had a great impact by the ED. Patients in the AN group were younger, weighed less, had less time of ED, had sought previous treatment more frequently, presented less previous obesity, more frequently resorted to excessive physical exercise as compensation and had more amenorrhea than those in the BN group. The patients from the hospital ward had a lower body mass index, longer time with ED and were more impacted by the ED than patients from the clinic. In the survival analysis, patients without MD were almost three times as likely to receive a clinical discharge as those with MD. Patients assisted by their mothers were four times as likely to receive a clinical discharge as those assisted by others. Patients from the abandonment group were an average of 12 months older than those in the other treatment response groups. The educational level of guardians in the abandonment and treatment failure groups was higher than that of parent/guardians in the clinical discharge group. The other investigated prognostic factors had no impact on treatment response type. CONCLUSION: Young Brazilian patients with ED present epidemiological and symptomatic characteristics very similar to those found in the scientific literature regarding similar populations, including a high prevalence of psychiatric comorbidities. The higher frequency of total ED syndromes, the predominance of cases with an early beginning, the long delay in beginning a specialized treatment and the more severe state of patients from the hospital ward attracted attention because these factors differed from what has been reported in reference studies and indicated greater ED severity. The presence of MD and the absence of maternal care significantly increased treatment time for ED. Greater patient age and higher guardian educational level were associated with higher risk of treatment abandonment. The other predictive factors investigated had no impact on treatment response or on treatment time until discharge. These results can contribute to the structuring of new services for Brazilian children and adolescents with ED and to the development of more rational and efficient strategies for diagnosing and treating ED
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Uma vis?o psicanal?tica sobre pacientes com transtornos alimentares / A psychoanalytical view on patients with eating disorders

Lucas, Maria Salete Junqueira 24 February 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-04T18:30:03Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Maria Salete Junqueira Lucas.pdf: 3727938 bytes, checksum: b4ef6b56fd68316d02f28f0bdfd8977c (MD5) Previous issue date: 2015-02-24 / Considering that eating disorders are pathologies whose incidence is growing in contemporary society and that they may lead to death or physical and emotional disability, this work aims to understand the suffering of patients with eating disorders, in order to enable theoretical considerations which shed light on the clinical practices in this context. It is qualitative research with psychoanalytic orientation, whose Winnicottian approach is based on the assumption that the eating disorders constitute a defensive organization of double function, one that reports on a feeble psychosomatic integration while another attests to the hope that the integration process might be resumed. As participants of this study, four adult volunteer patients were invited amidst those who seek the services of a school clinic of a university in the state of S?o Paulo, Brazil. As research procedures, initial interviews were carried out, inspired by Winnicott s therapeutic consultations, aiming to establish a psychoanalytical diagnosis and a therapeutic orientation for each patient, a framework that is already part of the care protocol at the institution where this research was developed, and also psychotherapy sessions with the participants. The interviews and the sessions were registered soon after each encounter with the participants, in the form of narratives, which were examined in the light of Winnicott s psychoanalysis. The clinical material indicates experiences which could not be lived, in a field of unthinkable anxieties, triggering defense mechanisms that threaten the psychosomatic integration of the individual at the same time in which they seek to reestablish that lost integration. The suffering of the patient s family needs to be addressed, and that is most important to the patient s treament because the family will then become supportive of the treatment. Furthermore, the role of the thin culture in that kind of suffering is emphasized. During the encounters with the participants of this study, one was also able to attest that a therapeutic relation aligned with the emotional needs of the patient with eating disorders is a necessary condition to deal with extreme experiences that are characterized either by excesses or by privation without ever reaching a point of balance or rest. / Considerando que os transtornos alimentares s?o patologias cuja incid?ncia ? crescente no cen?rio contempor?neo e podem levar ? morte ou ? incapacita??o f?sica e emocional, esta pesquisa tem o objetivo de compreender o sofrimento de pacientes com transtorno alimentar, a fim de possibilitar reflex?es te?ricas que iluminem as pr?ticas cl?nicas nesta ?rea. Trata-se de pesquisa qualitativa de orienta??o psicanal?tica, cujo enfoque winnicottiano apoia-se sobre o pressuposto de que o transtorno alimentar constitui-se como organiza??o defensiva de dupla fun??o, uma que informa sobre uma d?bil integra??o psicossom?tica, enquanto outra atesta a esperan?a de que o processo de integra??o seja retomado. Como participantes deste estudo foram convidados quatro pacientes adultos volunt?rios dentre aqueles que buscam o servi?o de uma cl?nica-escola de uma universidade do interior de S?o Paulo. Como procedimento investigativo foram realizadas entrevistas iniciais inspiradas nas Consultas Terap?uticas de Winnicott, com o objetivo de estabelecer um diagn?stico psicanal?tico e uma orienta??o terap?utica para cada paciente, enquadre que j? faz parte do protocolo de atendimento da institui??o onde foi desenvolvido este estudo, al?m de sess?es de psicoterapia com os participantes. As entrevistas e as sess?es foram registradas logo ap?s o encontro com cada um dos participantes, sob a forma de narrativas as quais foram analisadas ? luz da psican?lise winnicottiana. O material cl?nico assim obtido aponta para experi?ncias que n?o puderam ser vividas em um campo de ang?stias indiz?veis, ensejando defesas que amea?am a integra??o psicossom?tica do individuo, ao mesmo tempo que buscam restabeler a integra??o perdida. Destacamos a necessidade de um trabalho de sustenta??o do sofrimento da fam?lia do paciente que, dessa forma, passa a ser coadjuvante de seu tratamento, al?m do papel da cultura da magreza nesse tipo de sofrimento. Pudemos ainda atestar nos encontros com os participantes deste estudo que uma rela??o terap?utica afinada ?s necessidades emocionais do paciente com transtorno alimentar ? condi??o necess?ria para lidar com experi?ncias extremas que s?o marcadas pelo excesso ou pela priva??o sem jamais encontrar um ponto de equil?brio ou de repouso.
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Uma intervenção com meditação para pacientes internados com transtorno alimentar / An intervention using meditation for Eating Disorders inpatients

Stubing, Katya Sibele 24 November 2015 (has links)
Transtornos Alimentares (TA) são transtornos mentais considerados graves. Dentre eles, Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa compartilham sintomas e características psicopatológicas como hábitos desregulados de alimentação, métodos extremos para controle do peso, e preocupações exageradas com a forma e o peso corporal. Os TA compartilham ainda sintomas comuns em outros transtornos psiquiátricos, como Depressão e Ansiedade. Pesquisas sobre o tema devem levar em conta este amplo espectro de sintomas. A meditação é uma prática que tem recebido crescente atenção de pesquisadores de diversas áreas de saúde. Dentro da área de Psiquiatria, a meditação mindfulness tem sido estudada como terapia complementar para diversos transtornos, sendo os mais pesquisados os transtornos de ansiedade, a depressão e a dependência química. Alguns programas baseados em mindfulness já demonstraram resultados positivos em pacientes com Compulsão Alimentar e Bulimia Nervosa. Este é um projeto que teve a intenção de desenvolver e mensurar os efeitos de uma nova intervenção baseada em meditação mindfulness para pacientes internados na Enfermaria de Comportamentos Alimentares (ECAL) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A hipótese primária foi que o treinamento em mindfulness diminuiria sintomas de ansiedade e depressão, em comparação com os pacientes que seguiram o tratamento usual da enfermaria. O projeto todo teve duração de três anos, sendo dividido em fase piloto, fase grupo controle e fase grupo intervenção. Cada fase aconteceu em diferentes períodos de tempo, para que um número adequado de indivíduos fosse alcançado para fins de pesquisa. Avaliações foram feitas sempre nos mesmos períodos para os três grupos: durante a primeira semana de internação e após 8 semanas, ou antes, se o paciente recebesse alta. Os resultados do grupo piloto foram positivos e ajudaram a delinear os exercícios que compuseram o programa aplicado na intervenção. A comparação dos resultados do grupo controle com o grupo intervenção apresentou significativa diferença para os índices de ansiedade (p < 0,01), depressão (p < 0,03), capacidade de agir com atenção (p < 0,01) e atitudes alimentares relacionadas a dietas (p < 0,04). Como previsto e em linha com outras pesquisas utilizando mindfulness para indivíduos com TA menos grave, este protocolo de oito sessões demonstrou efeito positivo e significativo apesar dos desafios de trabalhar com esta população neste contexto. Estes resultados dão suporte a novas pesquisas que poderão testá-los e compreender melhor a duração dos efeitos terapêuticos deste treinamento. Também, devem ser considerados aprimoramentos necessários, como refinamento dos exercícios, capacitação de outros terapeutas no protocolo e treinamento em mindfulness para outros profissionais envolvidos / Eating disorders (ED) are considered severe mental disorders. Anorexia Nervosa and Bulimia Nervosa are disorders that share symptoms and psychopathological characteristics such as deregulated feeding habits, extreme methods for weight control and exaggerated concerns about shape and weight. Eating Disorders also share common symptoms with other psychiatric disorders such as depression and anxiety. Research on eating disorders should take into account this wide spectrum of symptoms. Meditation is a practice that has received increasing attention from researchers in various areas of healthcare. Within the area of Psychiatry, mindfulness meditation has been studied as a complementary therapy for many disorders, and the most researched are anxiety, depression and addiction. Some mindfulness-based programs have already shown promising results in patients with Binge Eating Disorder and Bulimia Nervosa. This research project aimed to measure the effects of a mindfulness meditation intervention delivered to patients admitted to the Eating Disorders Ward at the Institute of Psychiatry in the Clinical Hospital for the Medical School, University of São Paulo. The primary hypothesis was that mindfulness training would lower symptoms measuring anxiety and depression compared to inpatients that received treatment as usual. The entire project was conducted during three years, with a pilot group phase, a control group phase and an intervention group phase. Each phase happened in different periods of time so the study could recruit a suitable number of participants. Assessments were made for all groups during the first week of admission and at eight weeks (or earlier if the patient were to be discharged). Pilot results were positive and helped delineate exercises that would be part of the main study intervention protocol. The final analysis comparing control and intervention group showed significant differences for measures in anxiety (p < 0.01), depression (p < 0.03), acting with awareness (p < 0.01) and dieting attitudes (p < 0.04). As hypothesized and in line with previous research with less severe eating disorders samples, this novel eight week program showed a positive and significant effect despite the challenges of working with this population and in this setting. These findings will inform future research which will need to replicate the findings, understand more about the durability of the effects and consider the resource allocation (eg staff training) needed to offer this promising intervention in this setting

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