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Representações da velhice em alguns contos de Guimarães Rosa e Mia Couto

Mendonça, Elizabeth da Silva [UNESP] 27 February 2013 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2014-06-11T19:29:49Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2013-02-27Bitstream added on 2014-06-13T19:18:26Z : No. of bitstreams: 1 mendonca_es_me_sjrp.pdf: 818061 bytes, checksum: acc02a286abfbe3ae70a10135f8572af (MD5) / Esta dissertação realiza um estudo comparado dos contos “Presepe”, “Tarantão, meu patrão”, da novela “Uma estória de amor (A festa de Manuelzão)”, de João Guimarães Rosa, e “Nas águas do tempo”, “A casa marinha”, “Noventa e três”, “Sangue da avó manchando a alcatifa” e “A avó, a cidade e o semáforo”, de Mia Couto, com o objetivo de verificar as representações da velhice. O corpus foi organizado no sentido de aproximar os contos com estruturação análoga, pois apresentam personagens velhos em situações que, embora distintas, mantêm diálogo entre si. Enfatizamos, como fios condutores da análise, os temas: alteridade, abandono, solidão, sabedoria, morte, valorização da experiência, transmissão da tradição e ancestralidade, num diálogo intertextual com os discursos sociológicos e antropológicos sobre a velhice. Podemos constatar que Guimarães Rosa resgata, na figura do velho, a do contador de estórias. O mundo arcaico, rural, em que os contadores são valorizados, é trazido pelo autor, em plena década de 50, do século passado, momento em que o Brasil voltava-se para a modernização. Os narradores rosianos, griots modernos, além de prestigiarem os personagens pela experiência que possuem, desconstroem, com suas estórias, cheias de embustes e ocultamentos, alguns estereótipos ligados à figura do velho. Mia Couto, ao colocar os seus personagens velhos na situação de excluídos, parece querer enfatizar que o período pós-independência de Moçambique esqueceu os valores culturais. Os seus narradores, griots modernos, jogam com a crítica política e social, uma vez que as dicotomias entre a tradição, ligada ao meio rural, e a modernização, ao universo da cidade, são gritantes nos contos. A tradição torna-se um lugar utópico, impossível de ser retomado, e a modernização, espaço de exclusão social, não só dos idosos, mas daquele / This dissertation performs a comparative study of stories Presepe, Tarantão, meu patrão, of the novel Uma estória de amor (A festa de Manuelzão), by João Guimarães Rosa, and Nas águas do tempo, A casa marinha, Noventa e três, Sangue da avó manchando a alcatifa and A avó, a cidade e o semáforo, by Mia Couto, in order to verify the representations of old age.The corpus was organized approximating the stories with similar structuring, as show old characters in situations which, although distinct, maintain dialogue with each other. We emphasize, mainly, the topics: otherness, abandonment, solitariness, death, wisdom, valorization of experience, transmission of tradition and ancestry in an intertextual dialogue with sociological and anthropological discourses about old age. We verified that Guimarães Rosa reinstates, in the figure of the old man, the storyteller. The archaic world, rural, where the storytellers are valued, is brought by the author, in the middle of the last century, at which time the Brazil returned to the modernization. The narrators, modern griots, render important the characters through the experience which have, deconstruct, with their stories, full of stratagems and hides, some stereotypes associated to the figure of the old. Mia Couto, to bring into some particular condition their old characters in the situation of excluded, seems to want to emphasize that the post-independence period in Mozambique forgot the cultural values. Their narrators, modern griots, bring social and political criticism, since the dichotomies between tradition, associated to rural areas, and modernization, to the universe of the city, are evident in stories. The tradition becomes a utopian place, impossible to be resumed, and modernization, place social exclusion, not only elderly people, but those who have no voice or time
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A ponte entre a palavra da alma e a palavra do papel : epistolário ficcional miacoutiano

Santos, Cristina Mielczarski January 2013 (has links)
Este trabalho propõe uma análise de cinco romances do autor moçambicano Mia Couto, publicados no período de 2000 a 2009. Fazem parte do corpus os seguintes títulos: Mar me quer (2000), O último voo do flamingo (2000), A varanda do Frangipani (1996), O outro pé da Sereia (2006) e Antes de nascer o mundo (2009). A proposta consiste em verificar a representação da escrita – a palavra no papel – constituída pelo gênero epistolar – a carta, assim como o diário, o bilhete e o caderno de anotações, elementos constantes nos romances que constituem o corpus do trabalho. A representação da escrita por intermédio dessas formas é recorrente na maioria dos romances de Mia Couto e também elemento partícipe em inúmeros contos, seja como motivo, seja como tema, seja como elemento de constituição. Observou-se a singularidade do autor que, mesmo quando dá ênfase para a escrita, mostra como essa sofre um processo de imbricamento com a oralidade. Tentou-se ficar atento a questões que envolvem as personagens que empregam a escrita. Faz-se necessário destacar a importância do autor e sua obra para a literatura moçambicana, assim como seu ativismo na constituição e divulgação da cultura de seu país, quebrando arquétipos criados sobre o continente africano. Dialogou-se com críticos literários e estudiosos da literatura africana de língua portuguesa, dentre os quais destacamos: Ana Mafalda Leite, Patrick Chabal, Maria Fernanda Afonso, Manuel Ferreira e José Pires Laranjeira. Para dar conta da análise das missivas empregamos Carlos Reis, Michel Foucault e Mikhail Bakhtin. Sobre a realidade moçambicana, contou-se com Valdemir Zamparoni, José Luís Cabaço e João Carlos Colaço. / The present work proposes an analysis of five novels by the Mozambican author Mia Couto published between 2000 to 2009. The corpus embraces the following novels: Mar me quer (2000), O último voo do flamingo (2000), A varanda do Frangipani (1996), O outro pé da Sereia (2006) and Antes de nascer o mundo (2009). The proposal is to examine the representation of writing – the word on paper – consisting of the epistolary genre – letters, as well as diaries, notes, and notebooks, information contained in the novels that composed by the corpus of work. The representation of writing through these forms is indeed recurrent in most of Couto´s novels and also element participant in numerous tales, either as a motive, either as theme, either as constitutive element. It is noted the uniqueness of the author who, even when he emphasizes writing, undergoes a process of imbrication with orality. We tried to pay attention to issues involving the characters who use writing. It is necessary to highlight the importance of the author and his work within the Mozambican Literature, as well as his activism in the creation and dissemination of the culture of his country, breaking archetypes created about the African continent. Dialogue is undertaken with literary critics and Luso-African Literature scholars, among which we name: Ana Mafalda Leite, Patrick Chabal, Maria Fernanda Afonso, Manuel Ferreira and José Pires Laranjeira. For the analysis of missives, are employed theories by Carlos Reis, Michel Foucault and Mikhail Bakhtin. About the Mozambican reality, we counted with authors such as Valdemir Zamparoni, José Luis Cabaço and João Carlos Colaço.
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Vozes, mito, história : uma leitura da ambivalência em O Último Voo do Flamingo, de Mia Couto

Parracho, Bianca Basile January 2014 (has links)
Este trabalho examina o romance O último voo do flamingo, do escritor moçambicano Mia Couto, publicado pela primeira vez em 2000, em Portugal. Inicialmente apresentado como um enredo policial, o romance é narrado por um personagem que testemunhou os fatos: o tradutor de Tizangara, responsável por traduzir o diálogo entre a cultura eurocêntrica e as crenças míticas moçambicanas. A mediação cultural, a narração da história e os momentos em que o narrador/tradutor conta sua vida pressupõem um trânsito de pontos de vista que se estuda por meio das considerações dos pesquisadores Oscar Tacca e Gérard Genette. A ambivalência que é tanto causa quanto consequência dessa construção narrativa reflete a contrariedade em que vive a pequena vila moçambicana de Tizangara, cenário do romance. A partir da concepção de mito estabelecida por Mircea Eliade, verifica-se que a visão sagrada de mundo, característica de parte da história das tradições moçambicanas, é representada em O último voo do flamingo por antepassados, feiticeiros e homens mais velhos, os detentores de sabedoria nas crenças africanas. Diante disso, a corrupção, marca do poder dos governantes locais em Tizangara, ameaça a continuidade da vila, conduzindo a narrativa ao cenário apocalíptico proposto por Mia Couto enquanto uma forma de recomeço. Para compreender esse contraponto, considera-se o percurso histórico não só de Moçambique como também de Tizangara, uma metonímia do país africano. Como reflexo do complexo momento histórico por que passa aquele país, o ano de 1992 é escolhido para contar a história – primeiro ano de paz após décadas de guerra (de libertação e civil). Ainda que já liberto da colonização portuguesa desde 1975, Moçambique permanece colonizado, agora de forma distinta. Identificam-se também algumas das condições que contribuíram para o neocolonialismo com apoio bibliográfico proveniente sobretudo de Stuart Hall e Kwame Anthony Appiah. A apresentação histórica de Moçambique baseia-se nas diretrizes estabelecidas pelo historiador africano Joseph Ki-Zerbo. / This work examines the novel O último voo do flamingo, written by the Mozambican author Mia Couto, published for the first time in 2000, in Portugal. Initially presenting as a police plot, the novel is narrated by a character who witnessed the facts: the Tizangara‘s translator, responsible for translating the dialogue between Eurocentric culture and Mozambican‘s mythical beliefs. The cultural mediation, the story‘s narrative and the moments in which the narrator/translator tells his life presuppose a shift of points of view which are studied under considerations of the researchers Oscar Tacca and Gérard Genette. Ambivalence, which is both cause as well as consequence of this narrative construction, reflects the contrariety lived by the small Mozambican village of Tizangara, scenario of the novel. From the conception of myth established by Mircea Eliade, it is seen that the sacred worldview characteristic of part of Mozambican‘s historical traditions, is represented in O último voo do flamingo by ancestors, wizards and eldest men, the bearers of wisdom in African beliefs. Given that, corruption, as a sign of power of Tizangara‘s local governors, threatens continuity of life, leading the narrative to the apocalyptical scenario suggested by Mia Couto as a way of restart. To understand this contrast, it is considered not only the historical background of Mozambique as well as Tizangara, a metonym of the African country. Reflecting the complex historical moment in which that country is going through, the year of 1992 is chosen to tell the story – first year of peace after decades of war (emancipation and civil). Even though freed from Portuguese colonization since 1975, Mozambique remains colonized, in a different way now. We identify as well some of the conditions that contributed to neocolonialism with bibliographic support of Stuart Hall and Kwame Anthony Appiah. The historical presentation of Mozambique is based on guidelines established by the African historian Joseph Ki-Zerbo.
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Pensatempos, cosmopolitismo e afropolitanismo : perspectivas híbridas do pensamento africano

Amorim, Liana Depieri January 2015 (has links)
Este trabalho propõe uma análise das ideias de três autores africanos: Mia Couto, Kwame Anthony Appiah e Achille Mbembe, utilizando suas obras ensaísticas para refletir sobre o pensamento africano e suas formas híbridas. Defino os conceitos de Cosmopolitismo, de Afropolitanismo e os Pensatempos – que trazem as perspecitvas do autor moçambicano Mia Couto. Como metodologia, comparo os discursos destes autores para analisar os aspectos comuns. Como base teórica utilizo autores que debatem os processos de globalização e de mundialização. Ao refletir sobre o cosmopolitismo e sobre as perspectivas híbridas que se fortalecem, faz-se necessário repensar o valor que a cultura exerce dentro de territórios que, mesmo definidos geograficamente, encontram-se em profunda transformação, como é o caso do continente africano. A independência dos países deste continente ainda é bastante recente, a cultura ocidental do colonizador predomina como um paradigma, fazendo com que a cultura local perca espaço e valor. Para desenvolver esta análise, dá-se um panorama, com o intuito de contextualizar a discussão, das teorias e movimentos que influenciaram esse pensamento, trazendo as teorias afrocêntricas, as perspectivas de Frantz Fanon, e a crítica a respeito do afrocentrismo. Trago as teorias centrais a este trabalho que se compõem do Afropolitanismo – de Achille Mbembe, do Cosmopolitismo – de Kwame Anthony Appiah, e os Pensatempos de Mia Couto. Proponho um diálogo destes sobre as perspectivas híbridas que perpassam o pensamento africano. E, por fim, proponho uma análise comparativa dos aspectos considerados relevantes, pelos autores, na busca por um protagonismo efetivo no continente africano. / Este trabajo propone un análisis de tres autores e ideas africanos: Mia Couto, Kwame Anthony Appiah y Achille Mbembe, usando sus obras ensayísticas para reflexionar sobre el pensamiento africano y sus formas híbridas. Defino los conceptos de cosmopolitismo, de Afropolitanismo y Pensatempos - que traen perspecitvas del autor mozambiqueño Mia Couto. La metodología de comparar los discursos de estos autores para analizar los puntos en común. Como autores básicos teóricos utilizan debatir los procesos de globalización y la globalización. Reflexionando sobre el cosmopolitismo y sobre las perspectivas híbridos que se fortalecen, es necesario repensar el valor de la cultura en los territorios que aún definidos geográficamente, están en profunda transformación, como el continente africano. La independencia de los países de este continente es todavía bastante nuevo, la cultura occidental del colonizador prevalece como un paradigma, por lo que el espacio de la cultura local y pierda valor. Para desarrollar este análisis, da un panorama, con el fin de contextualizar la discusión de las teorías y movimientos que influyeron en el pensamiento, con lo que las teorías afrocéntricos, las perspectivas de Frantz Fanon, y la crítica sobre afrocentrismo. Traiga las teorías centrales en este trabajo están compuestos por Afropolitanismo - Achille Mbembe de, el cosmopolitismo - Kwame Anthony Appiah de, y Pensatempos Mia Couto. Propongo un diálogo sobre estas perspectivas híbridos que impregnan el pensamiento africano. Finalmente, propongo un análisis comparativo de los aspectos considerados relevantes por los autores en la búsqueda de un papel eficaz en el continente africano.
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Pensatempos, cosmopolitismo e afropolitanismo : perspectivas híbridas do pensamento africano

Amorim, Liana Depieri January 2015 (has links)
Este trabalho propõe uma análise das ideias de três autores africanos: Mia Couto, Kwame Anthony Appiah e Achille Mbembe, utilizando suas obras ensaísticas para refletir sobre o pensamento africano e suas formas híbridas. Defino os conceitos de Cosmopolitismo, de Afropolitanismo e os Pensatempos – que trazem as perspecitvas do autor moçambicano Mia Couto. Como metodologia, comparo os discursos destes autores para analisar os aspectos comuns. Como base teórica utilizo autores que debatem os processos de globalização e de mundialização. Ao refletir sobre o cosmopolitismo e sobre as perspectivas híbridas que se fortalecem, faz-se necessário repensar o valor que a cultura exerce dentro de territórios que, mesmo definidos geograficamente, encontram-se em profunda transformação, como é o caso do continente africano. A independência dos países deste continente ainda é bastante recente, a cultura ocidental do colonizador predomina como um paradigma, fazendo com que a cultura local perca espaço e valor. Para desenvolver esta análise, dá-se um panorama, com o intuito de contextualizar a discussão, das teorias e movimentos que influenciaram esse pensamento, trazendo as teorias afrocêntricas, as perspectivas de Frantz Fanon, e a crítica a respeito do afrocentrismo. Trago as teorias centrais a este trabalho que se compõem do Afropolitanismo – de Achille Mbembe, do Cosmopolitismo – de Kwame Anthony Appiah, e os Pensatempos de Mia Couto. Proponho um diálogo destes sobre as perspectivas híbridas que perpassam o pensamento africano. E, por fim, proponho uma análise comparativa dos aspectos considerados relevantes, pelos autores, na busca por um protagonismo efetivo no continente africano. / Este trabajo propone un análisis de tres autores e ideas africanos: Mia Couto, Kwame Anthony Appiah y Achille Mbembe, usando sus obras ensayísticas para reflexionar sobre el pensamiento africano y sus formas híbridas. Defino los conceptos de cosmopolitismo, de Afropolitanismo y Pensatempos - que traen perspecitvas del autor mozambiqueño Mia Couto. La metodología de comparar los discursos de estos autores para analizar los puntos en común. Como autores básicos teóricos utilizan debatir los procesos de globalización y la globalización. Reflexionando sobre el cosmopolitismo y sobre las perspectivas híbridos que se fortalecen, es necesario repensar el valor de la cultura en los territorios que aún definidos geográficamente, están en profunda transformación, como el continente africano. La independencia de los países de este continente es todavía bastante nuevo, la cultura occidental del colonizador prevalece como un paradigma, por lo que el espacio de la cultura local y pierda valor. Para desarrollar este análisis, da un panorama, con el fin de contextualizar la discusión de las teorías y movimientos que influyeron en el pensamiento, con lo que las teorías afrocéntricos, las perspectivas de Frantz Fanon, y la crítica sobre afrocentrismo. Traiga las teorías centrales en este trabajo están compuestos por Afropolitanismo - Achille Mbembe de, el cosmopolitismo - Kwame Anthony Appiah de, y Pensatempos Mia Couto. Propongo un diálogo sobre estas perspectivas híbridos que impregnan el pensamiento africano. Finalmente, propongo un análisis comparativo de los aspectos considerados relevantes por los autores en la búsqueda de un papel eficaz en el continente africano.
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Vozes, mito, história : uma leitura da ambivalência em O Último Voo do Flamingo, de Mia Couto

Parracho, Bianca Basile January 2014 (has links)
Este trabalho examina o romance O último voo do flamingo, do escritor moçambicano Mia Couto, publicado pela primeira vez em 2000, em Portugal. Inicialmente apresentado como um enredo policial, o romance é narrado por um personagem que testemunhou os fatos: o tradutor de Tizangara, responsável por traduzir o diálogo entre a cultura eurocêntrica e as crenças míticas moçambicanas. A mediação cultural, a narração da história e os momentos em que o narrador/tradutor conta sua vida pressupõem um trânsito de pontos de vista que se estuda por meio das considerações dos pesquisadores Oscar Tacca e Gérard Genette. A ambivalência que é tanto causa quanto consequência dessa construção narrativa reflete a contrariedade em que vive a pequena vila moçambicana de Tizangara, cenário do romance. A partir da concepção de mito estabelecida por Mircea Eliade, verifica-se que a visão sagrada de mundo, característica de parte da história das tradições moçambicanas, é representada em O último voo do flamingo por antepassados, feiticeiros e homens mais velhos, os detentores de sabedoria nas crenças africanas. Diante disso, a corrupção, marca do poder dos governantes locais em Tizangara, ameaça a continuidade da vila, conduzindo a narrativa ao cenário apocalíptico proposto por Mia Couto enquanto uma forma de recomeço. Para compreender esse contraponto, considera-se o percurso histórico não só de Moçambique como também de Tizangara, uma metonímia do país africano. Como reflexo do complexo momento histórico por que passa aquele país, o ano de 1992 é escolhido para contar a história – primeiro ano de paz após décadas de guerra (de libertação e civil). Ainda que já liberto da colonização portuguesa desde 1975, Moçambique permanece colonizado, agora de forma distinta. Identificam-se também algumas das condições que contribuíram para o neocolonialismo com apoio bibliográfico proveniente sobretudo de Stuart Hall e Kwame Anthony Appiah. A apresentação histórica de Moçambique baseia-se nas diretrizes estabelecidas pelo historiador africano Joseph Ki-Zerbo. / This work examines the novel O último voo do flamingo, written by the Mozambican author Mia Couto, published for the first time in 2000, in Portugal. Initially presenting as a police plot, the novel is narrated by a character who witnessed the facts: the Tizangara‘s translator, responsible for translating the dialogue between Eurocentric culture and Mozambican‘s mythical beliefs. The cultural mediation, the story‘s narrative and the moments in which the narrator/translator tells his life presuppose a shift of points of view which are studied under considerations of the researchers Oscar Tacca and Gérard Genette. Ambivalence, which is both cause as well as consequence of this narrative construction, reflects the contrariety lived by the small Mozambican village of Tizangara, scenario of the novel. From the conception of myth established by Mircea Eliade, it is seen that the sacred worldview characteristic of part of Mozambican‘s historical traditions, is represented in O último voo do flamingo by ancestors, wizards and eldest men, the bearers of wisdom in African beliefs. Given that, corruption, as a sign of power of Tizangara‘s local governors, threatens continuity of life, leading the narrative to the apocalyptical scenario suggested by Mia Couto as a way of restart. To understand this contrast, it is considered not only the historical background of Mozambique as well as Tizangara, a metonym of the African country. Reflecting the complex historical moment in which that country is going through, the year of 1992 is chosen to tell the story – first year of peace after decades of war (emancipation and civil). Even though freed from Portuguese colonization since 1975, Mozambique remains colonized, in a different way now. We identify as well some of the conditions that contributed to neocolonialism with bibliographic support of Stuart Hall and Kwame Anthony Appiah. The historical presentation of Mozambique is based on guidelines established by the African historian Joseph Ki-Zerbo.
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A ponte entre a palavra da alma e a palavra do papel : epistolário ficcional miacoutiano

Santos, Cristina Mielczarski January 2013 (has links)
Este trabalho propõe uma análise de cinco romances do autor moçambicano Mia Couto, publicados no período de 2000 a 2009. Fazem parte do corpus os seguintes títulos: Mar me quer (2000), O último voo do flamingo (2000), A varanda do Frangipani (1996), O outro pé da Sereia (2006) e Antes de nascer o mundo (2009). A proposta consiste em verificar a representação da escrita – a palavra no papel – constituída pelo gênero epistolar – a carta, assim como o diário, o bilhete e o caderno de anotações, elementos constantes nos romances que constituem o corpus do trabalho. A representação da escrita por intermédio dessas formas é recorrente na maioria dos romances de Mia Couto e também elemento partícipe em inúmeros contos, seja como motivo, seja como tema, seja como elemento de constituição. Observou-se a singularidade do autor que, mesmo quando dá ênfase para a escrita, mostra como essa sofre um processo de imbricamento com a oralidade. Tentou-se ficar atento a questões que envolvem as personagens que empregam a escrita. Faz-se necessário destacar a importância do autor e sua obra para a literatura moçambicana, assim como seu ativismo na constituição e divulgação da cultura de seu país, quebrando arquétipos criados sobre o continente africano. Dialogou-se com críticos literários e estudiosos da literatura africana de língua portuguesa, dentre os quais destacamos: Ana Mafalda Leite, Patrick Chabal, Maria Fernanda Afonso, Manuel Ferreira e José Pires Laranjeira. Para dar conta da análise das missivas empregamos Carlos Reis, Michel Foucault e Mikhail Bakhtin. Sobre a realidade moçambicana, contou-se com Valdemir Zamparoni, José Luís Cabaço e João Carlos Colaço. / The present work proposes an analysis of five novels by the Mozambican author Mia Couto published between 2000 to 2009. The corpus embraces the following novels: Mar me quer (2000), O último voo do flamingo (2000), A varanda do Frangipani (1996), O outro pé da Sereia (2006) and Antes de nascer o mundo (2009). The proposal is to examine the representation of writing – the word on paper – consisting of the epistolary genre – letters, as well as diaries, notes, and notebooks, information contained in the novels that composed by the corpus of work. The representation of writing through these forms is indeed recurrent in most of Couto´s novels and also element participant in numerous tales, either as a motive, either as theme, either as constitutive element. It is noted the uniqueness of the author who, even when he emphasizes writing, undergoes a process of imbrication with orality. We tried to pay attention to issues involving the characters who use writing. It is necessary to highlight the importance of the author and his work within the Mozambican Literature, as well as his activism in the creation and dissemination of the culture of his country, breaking archetypes created about the African continent. Dialogue is undertaken with literary critics and Luso-African Literature scholars, among which we name: Ana Mafalda Leite, Patrick Chabal, Maria Fernanda Afonso, Manuel Ferreira and José Pires Laranjeira. For the analysis of missives, are employed theories by Carlos Reis, Michel Foucault and Mikhail Bakhtin. About the Mozambican reality, we counted with authors such as Valdemir Zamparoni, José Luis Cabaço and João Carlos Colaço.
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O regresso à tradição oral em Mia Couto : “A confissão da leoa” entre mitos, rituais e simbolismos

Frasão, Anderson de Souza 10 February 2017 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / El punto de partida de este trabajo es una reflexión general sobre las tradiciones orales como sustancia y el factor de la creación literaria africana en y la creación narrativa de Mia Couto, en particular. Desde el punto de vista de sus memorias orales, en referencia a los “puntos de vista tradicionales religiosas” que conforman la creación literaria de este autor se estructura en el cultivo de principios de motivación que se unen por un lado, la “reconstrucción” de la lengua y por otro lado, más ancho y encajado por el primero, a la propensión de las cosmovisiones muy subjetivos de las culturas tradicionales Mozambique. Por sus afinidades, una dinámica entre la literatura sobre la propia empresa caracteriza su nivel estético, con efectos importantes en los niveles funcionales y semánticas. En virtud de este sesgo, que tuvo como objetivo analizar la novela A confissão da leoa, de su propiedad, con el fin de demostrar cómo el retorno a la tradición oral, específicamente los mitos desde y ritos actúan en la construcción de la diégesis narrativa y analiza las normas, comportamientos, relaciones culturales y la (s) identidad (s), de su sociedad. El procedimiento utilizado en este estudio fue la literatura - fuentes primarias y secundarias - las ciencias sociales y humanas y la literatura en particular. Completado el trabajo, se estableció la pertinencia y aplicabilidad de la propuesta original, lo que contribuye aún más el proceso de socialización y difusión de las críticas sobre la producción literaria de Mia Couto en el contexto brasileño. / O ponto de partida para este trabalho é uma reflexão genérica acerca das tradições orais como substância e fator da criação literária africana em geral e da criação narrativa de Mia Couto em particular. Do ponto de vista de suas reminiscências orais, remetendo para as “visões religiosas tradicionais” que as compõem, a criação literária desse autor estrutura-se no cultivo de princípios de motivação que se ligam, por um lado, a “reconstrução” da língua e, por outro lado, mais amplo e incorporado pelo primeiro, à propensão subjetiva própria das cosmovisões das culturas tradicionais moçambicanas. Pelas suas afinidades, uma dinâmica entre literatura concernente à própria sociedade caracteriza seu plano estético, com efeitos importantes nos planos funcionais e semânticos. Sob este viés, objetivamos analisar o romance A confissão da leoa, de sua autoria, na perspectiva de demonstrar como o regresso à tradição oral, mais especificamente aos mitos aos e ritos, agem na construção da diegese narrativa e problematizam normas, condutas, relações culturais e a(s) identidade(s) da sua sociedade. O procedimento utilizado neste estudo foi a pesquisa bibliográfica – fontes primárias e secundárias – das ciências sociais e humanas, e da literatura em particular. Concluído o trabalho, foi possível constatar a relevância e a aplicabilidade da proposta inicial, que contribui, ainda mais, para o processo de socialização e disseminação da crítica acerca da produção literária de Mia Couto em contexto brasileiro.
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As dicotomias da Nação: o espaço em Eterna paixão e Venenos de Deus, remédios do Diabo / The dichotomies of the Nation: the space Eternal passion and Poisons of God, Devil's remedies

Carvalho, Manuella Pereira 28 November 2014 (has links)
Submitted by Aline Batista (alinehb.ufpel@gmail.com) on 2015-04-02T20:32:55Z No. of bitstreams: 2 As dicotomias da Nação.pdf: 606825 bytes, checksum: d935990107e6c05b5e967a21cb4fa6cf (MD5) license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5) / Approved for entry into archive by Aline Batista (alinehb.ufpel@gmail.com) on 2015-04-03T01:22:37Z (GMT) No. of bitstreams: 2 As dicotomias da Nação.pdf: 606825 bytes, checksum: d935990107e6c05b5e967a21cb4fa6cf (MD5) license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-04-03T01:23:59Z (GMT). No. of bitstreams: 2 As dicotomias da Nação.pdf: 606825 bytes, checksum: d935990107e6c05b5e967a21cb4fa6cf (MD5) license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5) Previous issue date: 2014-11-28 / Sem bolsa / Os estudos comparados têm permitido operar uma descentralização da literatura, promovendo uma abertura para o estudo de obras literárias até então consideradas periféricas. O estudo aqui apresentado realiza um comparativo entre as obras Eterna paixão (1994), de Abduali Sila, escritor guineense e Venenos de Deus, remédios do Diabo (2008), de Mia Couto, escritor moçambicano. Este construto teórico analisa temas como comunidades imaginadas, observadas pelos espaços externo (esfera pública) e interno (esfera privada) no período pós-colonial. Esse momento da história torna-se singular para as jovens nações africanas, porque é um período de tensões geradas por inúmeros aspectos culturais locais e questões ligadas à modernidade. As ideias para a reflexão e explanação das questões teóricas concernentes a este trabalho são iluminadas principalmente por Henry Lefebvre, Partha Chatterjee, Hommi Bhabha, Kwame Appiah e Stuart Hall, em relação ao espaço, as comunidades imaginadas, cultura, nação e identidade. Cada uma das obras observadas revelam a sua comunidade imaginada, isto é, criam uma imagem de nação para refletir acerca dos rumos que seus países tomaram após um longo período de colonização. Com efeito, constata-se a dificuldade de compreensão dos sujeitos em como lidar com os costumes e mitos locais em relação à modernidade. Desse modo, criam-se dicotomias da nação que manifestam as diferenças entre o local e o global e como estas diferenças acabam se conformando na construção da imagem nacional. / Comparative studies have allowed a decentralization of literature, fostering an openness to study literary work previously considered peripheral. The study presented here shows a comparison between two works - Eterna Paixão (1994), from Abduali Sila, a Guinean writer, and Venenos de Deus, Remédios do Diabo (2008), from Mia Couto, a Mozambican writer. The theoretical construct examines subjects as the imagined communities, observed by external spaces (public sphere) and internal spaces (private sphere) in the post-colonial period. This moment in history becomes unique for young African nations, because it is a period of tension generated by numerous local cultural aspects and issues related to modernity. The reflection and explanation of ideas of the theoretical questions concerning this research are mainly enlightened by Henry Lefebvre, Partha Chatterjee, Hommi Bhabha, Kwame Appiah and Stuart Hall, in relation to space, the imagined communities, culture, nation and identity. Each of the analyzed work reveals their imagined community, which means, they create an image of a nation to reflect on the path that their countries took after a long period of colonization. Indeed, subjects have had a difficulty in understanding and dealing with local customs and myths in relation to modernity. Thus, nation dichotomies are created and show the differences between the local and the global, and how these differences end up shaping the construction of national image.
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Estórias primeiras e abensonhadas, semelhanças e diferenças : Um estudo comparativo de dois contos de João Guimarães Rosa e Mia Couto

Synnemar, Per Olov January 2017 (has links)
Em seu discurso com o título "O sertão brasileiro na savana moçambicana", seguindo a sua nomeação como correspondente da Academia Brasileira de Letras em 1998, Mia Couto assinalou como encontrou nas obras de Guimarães Rosa a possibilidade de usar uma linguagem poética para recriar literariamente um universo socialmente e culturalmente diverso - no seu caso, o campo moçambicano. Há vários elementos comuns a Guimarães Rosa que ocorrem nas obras de Mia Couto. Em primeiro lugar, os cenários são muitas vezes o meio rural (o Sertão e a savana de Moçambique) e, assim como João Guimarães Rosa, Mia Couto usa uma linguagem poética carregada de neologismos. Suas estórias também muitas vezes se relacionam com vários mitos populares. Neste ensaio faremos algumas comparações baseadas em alguns elementos comuns aos contos “A terceira margem do rio” em Primeiras estórias de João Guimarães Rosa e “Nas águas do tempo” em Estórias abensonhadas de Mia Couto. Tomaremos alguns exemplos desses textos e estudaremos o grau de similaridade, mas também as diferenças. / In his speechwith the title “O sertão brasileiro na savana moçambicana”, following his nomination as correspondent to the Academia Brasileira de Letras in 1998, Mia Couto pointed out how he found in Guimarães Rosa’s works the possibility to use a poetic language to recreate in literature a socially and culturally diverse universe –in his case the Mozambiquean countryside. There are several common elements from João Guimarães Rosa that we see reoccurring in the works of Mia Couto. The settings are often the rural countryside (the Sertão and the Mozambiquean savanna) andjust as Guimarães Rosa, Mia Couto uses a poetic language loaded with neologisms. The stories also often relate to various popular myths. In this essay, we will make some comparisons based on some common elements between the short stories “A terceira margem do rio” in Primeiras estórias3of Guimarães Rosa and “Nas águas do tempo” in Estórias abensonhadasofMia Couto. We will take some examples from these texts and study the degree of similarity, but also differences.

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