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Águas de travessia : a matriz poética na obra de Mia CoutoGarcia, Neiva Kampff January 2016 (has links)
Com a leitura da obra de Mia Couto – exceção feita à dramaturgia e aos roteiros cinematográficos – estabelecemos múltiplos olhares sobre o seu fazer literário, considerando perspectivas temáticas, intertextualidades, enfrentamentos de problemáticas atuais. Também observamos os recursos vinculados ao imaginário, aos diálogos entre a História e a Ficção, acompanhando a criativa constituição dos seres que povoam seus textos de prosa e poesia. Evidenciamos a presença da água como fio condutor de narrativas, como símbolo e/ou metáfora de múltiplos sentidos e, igualmente, como complemento de outras temáticas. Assim, mostramos como a água constitui uma das matrizes da escrita miacoutiana e o fazemos identificando os elementos que estabelecem uma interconexão dessa matriz na poesia, no conto e no romance do autor. Essa interconexão aproxima-se de dois movimentos reiterados nos textos de Mia Couto: o mosaico e a travessia. Com a água, adentramos aos símbolos, aos mitos e aos questionamentos dos espaços e errâncias, e identificamos as estratégias do autor na representação literária desse universo temático. A fim de executarmos nossa proposta, recorremos ao suporte teórico de autores como Gaston Bachelard, Homi Bhabha, Mikhail Bakhtin, Gilles Deleuze, Mircea Eliade, Félix Guattari, Octavio Paz e outros, além de estudiosos da literatura africana. / With the reading of the work of Mia Couto – except the dramaturgy and the screenplays – we stablished multiple looks on his writings, considering thematic perspectives, intertextualities, confrontation of current problems. We also observed the resources connected to the imaginary, to dialogues between the History and the Fiction, following the creative constitution of the beings that inhabit his poetic and prose texts. We faced the presence of water as a thread of narratives, as a symbol and/or metaphor of multiple meanings, and also, and as the complement of other themes. This way, we show how the water constitutes one of the matrixes of Mia Couto’s writing and we do it identifying the elements that stablish an interconnection of this matrix in the poetry, in the short story and in the novels of the author. This interconnection approaches to two repeated movements in the texts of Mia Couto: the mosaic and the crossing. With the water, we entered in the symbols, in the myths and in the questionings of spaces and wanderings, and we identified the author’s strategies in the literary representation of this thematic universe. In order to implement our proposal, we used the theoretical support from the following authors: Gaston Bachelard, Homi Bhabha, Mikhail Bakhtin, Gilles Deleuze, Mircea Eliade, Félix Guattari, Octavio Paz, and others, besides scholars from the African literature.
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Entre o bronze da letra e o cristal da voz : interditos da voz na ficção de Mia CoutoSantos, Cristina Mielczarski January 2017 (has links)
Este trabalho propõe uma análise de seis livros de contos do autor moçambicano Mia Couto, publicados no período de 1987 a 2004. Fazem parte do corpus as seguintes obras contísticas: Vozes Anoitecidas (1987), Cada Homem é Uma Raça (1990), Estórias Abensonhadas (1994), Contos do Nascer da Terra (1997), Na Berma de Nenhuma Estrada e outros contos (2001) e O Fio das Missangas (2004), ampliando a proposta também para três romances: Vinte e Zinco (1999), A Confissão da Leoa (2012) e Mulheres de Cinzas (2015). A seguinte premissa norteou o trabalho: a escrita como tema na obra do autor pode ser considerada como a porta de entrada para a palavra interdita? Optou-se por ter, como objeto de estudo, a interdição da voz, ou seja, desenvolver um enfoque a partir das personagens que utilizam a escrita para comunicação. O foco foi dado a partir do gênero epistolar (bilhetes, cartas e diários), mas abrindo para outros silenciamentos, como o caso das exiladas da razão. As cartas são objeto de argumentação; exposição da intimidade e documento de foro íntimo. Verificaram-se similitudes e diferenças entre a carta real e a ficcional; elas podem assumir múltiplas características, a saber: conciliadora dos laços familiares; diálogo, monólogo ou solilóquio; preenchimento da solidão; confissão do inconfessável, espaço de contestação, revelação de sentimentos e emoções. Podem ser cartas falsas, de apresentação, de elemento de primeiro contato verbal. Escrevem tanto os alfabetizados como os analfabetos, esses com ajuda de terceiros. As missivas podem ter um destinatário imediato ou direto ou mediato ou indireto; elas conjecturam um diálogo que supõe um remetente, a subjetividade direta (o eu que fala) e um destinatário – a marca de uma alteridade. Nas obras do autor moçambicano, a palavra escrita presentifica-se e é representada por aquele que escreve – o que domina a escrita, a letra. Porém, dominando-a, ela pode também ser questionada, subvertida. Evidenciou-se, neste contexto, por intermédio das obras expostas o silenciamento da voz feminina pela repressão suscitada por meio da instituição patriarcal, social e política. Dialogou-se com críticos literários e estudiosos da literatura africana de língua portuguesa, dentre os quais destacamos: Ana Mafalda Leite, Inocência Mata, Maria Fernanda Afonso, José Pires Laranjeira, Laura Cavalcante Padilha, entre outros. Também houve interlocução com intelectuais africanos como Chinua Achebe, Anthony Kwame Appiah, Nkolo Foé e Achille Mbembe e Franz Fanon, da Martinica. Para dar conta da análise das missivas empregamos Andrée Crabbé Rocha; Michel Foucault; Philippe Lejeune, Phillip Rothwell e Leonor Arfuch. Abordou-se a palavra escrita, porque é por intermédio dela que as personagens subvertem o silenciamento de suas vozes. / This work proposes an analysis of six short story books by the Mozambican author Mia Couto, published between 1987 to 2004. The following works are part of the corpus: Vozes Anoitecidas (1987), Cada Homem é Uma Raça (1990), Estórias Abensonhadas (1994), Contos do Nascer da Terra (1997), Na Berma de Nenhuma Estrada e outros contos (2001) e O Fio das Missangas (2004), extending the proposal also to three novels, namely Vinte e Zinco (1999), A Confissão da Leoa (2012) and Mulheres de Cinzas (2015). The following premise guided the work: can written word as a theme in the author's work be considered as the door to the word interdict? I choose as object of study, the interdiction of the voice, that is, to develop a focus from the characters that use the writing for communication. The focus was given from the epistolary genre (notes, letters and diaries), but increased to other silencers, such as the case of reason exiles. The letters are subject to argument; intimacy exhibition and intimate forum document. There were similarities and differences between real and fictional letters; they can assume multiple characteristics: reconciling family ties; dialogue, monologue or soliloquy; filling the loneliness; confession of the unconfessable, space of contestation, revelation of feelings and emotions. They may be false letters, of presentation, of first element of verbal contact. Both the literate and the illiterate write, this with the help of others. The missives may have an immediate or direct receiver either mediate or indirect receiver, they conjecture a dialogue that supposes a sender, direct subjectivity (the speaking self) and a receivers – the mark of an otherness. In the work of the Mozambican author, the written word presents itself and is represented by the one who writes – which dominates the writing, the letters. But by dominating it, it can also be questioned, subverted. In this context, through the works on display, the silence of the female voice was repressed through the patriarchal, social and political institution. Dialogue with literary critics and Luso-African Literature scholars, among wich we name: Ana Mafalda Leite, Inocência Mata, Maria Fernanda Afonso, José Pires Laranjeira, Laura Cavalcante Padilha, among others. There were also interlocution with African intellectuals such as Chinua Achebe, Anthony Kwame Appiah, Nkolo Foé, Achille Mbembe and Franz Fanon from Martinica. For the analyses of missives, are employed theories by Andrée Crabbé Rocha; Michel Foucault; Philippe Lejeune, Phillip Rothwell and Leonor Arfuch. The written word was approached, because it is through it that the characters subvert the silencing of their voices.
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Entra traços, tranças e travessias : figurações do estrangeiro como hiato rizomático na narrativa de Milton Hatoum e Mia CoutoQueiroz, Amilton José Freire de January 2015 (has links)
Esta tese investiga o tema da figuração do estrangeiro nas narrativas: Relato de um certo oriente (1989), Terra Sonâmbula (1992), Dois irmãos (2000) e O outro pé da sereia (2006), respectivamente de Milton Hatoum e Mia Couto. Esses textos são lidos com os aportes teórico-metodológicos da Literatura Comparada e dos Estudos Pós-coloniais, içando pontes de diálogo entre as reflexões de Homi Bhabha, Edward Said, Édouard Glissant, Mary Louise Pratt, Walter Mignolo, Julia Kristeva, Tzvetan Todorov, Tania Carvalhal, Abdala Junior, Zilá Bernd, Maria Zilda Ferreira Cury, Jane Tutikian, Ana Mafalda Leite, Laura Padilha, Marli Fantini, dentre outros de fundamental relevância a esse construto. Com o auxílio dessa sintaxe crítica, no primeiro e segundo capítulos, mapeiam-se os fluxos comunitários e as paisagens literárias dos quatro romances; no terceiro, cartografam-se os lugares do narrar de RCO e TS, analisando como os narradores mediadores conectam geografias planetárias; e no quarto, topografam-se as cenas do des(re)territorializar de DI e OPS, examinando de que maneira os narradores figuram as errâncias, os limiares e os percursos transfronteiriços. Como lugares de passagens heterogêneas, essas quatro narrativas velejam nas águas do próprio e alheio, pintando a cartografia da paisagem brasileira/moçambicana em movimento contínuo de des(re)territorialização do dentro-fora da rede de contato intercultural. Entre o ir e vir propiciado pelo intercâmbio com outros saberes e práticas intercontinentais, os narradores desenham traços, tranças e travessias do dentrofora e fora-dentro do imaginário transatlântico, figurando o estrangeiro como hiato rizomático que interliga, disjuntivamente, a geografia do encontro de personagens que se reconhecem múltiplas, imersas na trama de culturas em errância. A travessia das personagens, longe de separá-las, estigmatizá-las e engessá-las, testemunha, pontualmente, como o dentro-fora do nacional híbrido e o fora-dentro estrangeiro cindido encontram-se no porto simbólico da estrangeiridade. A configuração desse lugar de estranhamento dentro de si mesmo consubstancia-se na dicção de vozes que deferem o jogo de estar entre os labirintos dos mapas da multiplicidade de olhares. Habitando posições intervalares, os narradores e personagens de RCO, TS, DI e OPS movem-se entre passagens, itinerários e paisagens culturais que instauram a poética do dentro-fora e fora-dentro das redes de solidariedade plurais. Isto é, o eu que narra e o eu narrado navegam, simultaneamente, pela canoa do imaginário da mobilidade cultural, aprendendo a habitar o movimento transversal e a zona friccional das alteridades. Do trânsito pelo espaço medial, tanto os narradores como as personagens desviam-se da densidade da lógica imóvel, encontrando na conjuntura da velocidade brechas para rasurarem qualquer tentativa de reconstrução do trajeto de início ou fim da alteridade. Ao contrário, eles exploram a estética do movimento para se des(re)territorializarem entre imaginários embalados pela dinâmica do dentro-fora e fora-dentro na trama instável de fluxos, subjetividades e histórias múltiplas. Nesse sentido, a figuração do estrangeiro é uma problematização possível à medida que traz, enquanto epicentro argumentativo, os atravessamentos movediços do dentro-fora e fora-dentro das relações interculturais. Em sua natureza performativa, o estrangeiro impulsiona o fluxo da heterogeneidade e mutabilidade das vozes, dos imaginários, dos contatos e das rasuras do eu que narra e do eu narrado. Assim, cartografar os limiares da canoa na letra de Milton Hatoum e Mia Couto é habitar o movimento da travessia de sujeitos que surfam nas ondas de entre-mundos da errância em devir. / This thesis investigates the issue of foreign figuring in the narrative: Relato de um certo oriente (1989), Terra Sonâmbula (1992), Dois irmãos (2000) and O outro da sereia (2006), respectively by Milton Hatoum and Mia Couto. These texts are read with the theoretical and methodological contributions of Comparative Literature and Postcolonial Studies, hoisting bridges of dialogue between the reflections of Homi Bhabha, Edward Said, Édouard Glissant, Mary Louise Pratt, Walter Mignolo, Julia Kristeva, Tzvetan Todorov, Tania Carvalhal, Abdala Junior Zillah Bernd, Maria Zilda Ferreira Cury, Jane Tutikian, Ana Mafalda Leite, Laura Padilla, Marli Fantini, among other fundamental relevance to this construct. With the help of this criticism syntax, in the first and second chapters, if the map-Community flows and literary landscapes of the four novels; in the third, if the cartografam-places in the recount of RCO and TS, analyzing how the mediators narrators connect planetary geographies; and the fourth, topografam up the scenes of des (re) territorialize of DI and OPS, examining how the narrators include the wanderings, the thresholds and cross-border routes. As places of heterogeneous passages, these four narratives sail in the waters of own and outside, painting the cartography of Brazil / Mozambique landscape in continuous movement de (re) territorialization of the inside-out of intercultural contact network. Between the coming and going fostered the exchange with other knowledge and intercontinental practices, the narrators draw lines, braids and crossings inside-out and outside-in the transatlantic imaginary, figuring abroad as rhizome gap linking, disjunctively, the geography of the meeting characters that recognize multiple, immersed in the plot of cultures wandering. The crossing of the characters, far from separating them, stigmatizing them and paralyzes them, witness, on time, as the inside-out of hybrid national and out within split abroad are symbolic in the strangeness port. Setting this place of estrangement within himself embodied in the diction of voices defer the dynamic game to be among the labyrinths of maps of multiplicity of perspectives. Dwelling interval positions, narrators and characters of RCO, TS, DI and OPS move between passes, itineraries and cultural landscapes that establish the poetics of inside-out and outside-in of plural networks of solidarity. That is, the self who tells and I narrated sail simultaneously for the imaginary Canoe cultural mobility, learning to inhabit the transverse movement and the frictional area of otherness. Transit through medial space, both narrators and characters deviate from the property logic density, finding the speed situation loopholes to rasurarem any attempt to rebuild the path beginning or end of otherness. Instead, they explore the dynamics of movement to des (re) territorializarem between imaginary packed by the dynamics of inside-out and outside-in on the plot unstable flows, subjectivities and multiple stories. In this sense, foreign figuration is a questioning possible as it brings, while argumentative epicenter, the Loose crossings from inside-out and outside-in intercultural relations. In its performative nature and intricate intercultural relations, foreign boosts the flow of heterogeneity and mutability of voices, the imaginary, of contacts and erasures of self that narrates and I narrated. Thus, mapping the canoe thresholds in the letter of Milton Hatoum and Mia Couto is inhabiting the movement of the crossing of individuals surfing the waves of wandering between worlds of becoming.
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Araguaia-natureza, Araguaia-projeto : paisagens socioambientais em Couto de Magalhães, século XIXSantos, Carcius Azevedo dos January 2007 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Departamento de História, 2007. / Submitted by Diogo Trindade Fóis (diogo_fois@hotmail.com) on 2009-12-01T10:44:21Z
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Previous issue date: 2007 / Esta dissertação trata das relações estabelecidas entre o homem e a natureza, durante a segunda metade do século XIX, em especial na região que margeia o rio Araguaia, entre as províncias de Mato Grosso e Goiás. À luz de um importante manancial de informações sobre a realidade socioambiental daquele contexto, nos valemos de textos de naturalistas, exploradores, navegantes e pesquisadores. Entre as experiências cotidianas de atores sociais, sobretudo aquelas relativas às suas ações políticas que, de forma direta ou indireta, influenciaram as relações socioambientais estabelecidas, destacamos Couto de Magalhães. Homem público, articulador e intelectual, que teve forte influência nas políticas de desenvolvimento da região centro-norte, sendo o responsável pela efetivação da navegação a vapor no Araguaia, que durou de 1868 a 1888. Como o objetivo principal dessa dissertação foi a busca da compreensão do meio ambiente nas estratégias políticas configuradas pelos discursos e projetos de atores sociais, nosso trabalho teve como eixo de análise a história ambiental, que é um campo de conhecimento, um ramo da história, que trata do papel e do lugar da natureza na vida humana e vive-versa, que muito nos favoreceu para vencermos o desafio de responder ao questionamento inicial, da relação homem-natureza e suas implicações, durante a segunda metade do século XIX, na região que margeia o rio Araguaia. _________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / This dissertation deals with the relationships established between men and nature during the second half of the XIX, century in particular the region around the Araguaya River, between the provinces of Mato Grosso and Goiás. In light of an important spring of information about the socioenvironmental reality of that context, we used texts of naturalists, explorers, navigators and researchers. Among quotidian experiences of social actors, especially those regarding their political actions that, directly or indirectly, influenced the socioenvironmental relations established, we highlight Couto de Magalhães. Public man, articulate and intellectual who had a strong influence on the developmental policies of the central-North region, being responsible for the effective steam navigation of along the Araguaya, that lasted from 1868 to 1888. As the main objective of this dissertation was the search to comprehend the environment in the strategic policies figured in the speeched and projects of social actors, our goal had as analysis axis the environmental history, which is a field of knowledge, a branch of history, that deals with the rol and place of nature in human life and vice-versa, that immensely helped us to overcome the challenge of answering the initial question concderning the relationship men-nature and its consequences, during the second half of the XIX century , at the margin of the Araguaya River.
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Entra traços, tranças e travessias : figurações do estrangeiro como hiato rizomático na narrativa de Milton Hatoum e Mia CoutoQueiroz, Amilton José Freire de January 2015 (has links)
Esta tese investiga o tema da figuração do estrangeiro nas narrativas: Relato de um certo oriente (1989), Terra Sonâmbula (1992), Dois irmãos (2000) e O outro pé da sereia (2006), respectivamente de Milton Hatoum e Mia Couto. Esses textos são lidos com os aportes teórico-metodológicos da Literatura Comparada e dos Estudos Pós-coloniais, içando pontes de diálogo entre as reflexões de Homi Bhabha, Edward Said, Édouard Glissant, Mary Louise Pratt, Walter Mignolo, Julia Kristeva, Tzvetan Todorov, Tania Carvalhal, Abdala Junior, Zilá Bernd, Maria Zilda Ferreira Cury, Jane Tutikian, Ana Mafalda Leite, Laura Padilha, Marli Fantini, dentre outros de fundamental relevância a esse construto. Com o auxílio dessa sintaxe crítica, no primeiro e segundo capítulos, mapeiam-se os fluxos comunitários e as paisagens literárias dos quatro romances; no terceiro, cartografam-se os lugares do narrar de RCO e TS, analisando como os narradores mediadores conectam geografias planetárias; e no quarto, topografam-se as cenas do des(re)territorializar de DI e OPS, examinando de que maneira os narradores figuram as errâncias, os limiares e os percursos transfronteiriços. Como lugares de passagens heterogêneas, essas quatro narrativas velejam nas águas do próprio e alheio, pintando a cartografia da paisagem brasileira/moçambicana em movimento contínuo de des(re)territorialização do dentro-fora da rede de contato intercultural. Entre o ir e vir propiciado pelo intercâmbio com outros saberes e práticas intercontinentais, os narradores desenham traços, tranças e travessias do dentrofora e fora-dentro do imaginário transatlântico, figurando o estrangeiro como hiato rizomático que interliga, disjuntivamente, a geografia do encontro de personagens que se reconhecem múltiplas, imersas na trama de culturas em errância. A travessia das personagens, longe de separá-las, estigmatizá-las e engessá-las, testemunha, pontualmente, como o dentro-fora do nacional híbrido e o fora-dentro estrangeiro cindido encontram-se no porto simbólico da estrangeiridade. A configuração desse lugar de estranhamento dentro de si mesmo consubstancia-se na dicção de vozes que deferem o jogo de estar entre os labirintos dos mapas da multiplicidade de olhares. Habitando posições intervalares, os narradores e personagens de RCO, TS, DI e OPS movem-se entre passagens, itinerários e paisagens culturais que instauram a poética do dentro-fora e fora-dentro das redes de solidariedade plurais. Isto é, o eu que narra e o eu narrado navegam, simultaneamente, pela canoa do imaginário da mobilidade cultural, aprendendo a habitar o movimento transversal e a zona friccional das alteridades. Do trânsito pelo espaço medial, tanto os narradores como as personagens desviam-se da densidade da lógica imóvel, encontrando na conjuntura da velocidade brechas para rasurarem qualquer tentativa de reconstrução do trajeto de início ou fim da alteridade. Ao contrário, eles exploram a estética do movimento para se des(re)territorializarem entre imaginários embalados pela dinâmica do dentro-fora e fora-dentro na trama instável de fluxos, subjetividades e histórias múltiplas. Nesse sentido, a figuração do estrangeiro é uma problematização possível à medida que traz, enquanto epicentro argumentativo, os atravessamentos movediços do dentro-fora e fora-dentro das relações interculturais. Em sua natureza performativa, o estrangeiro impulsiona o fluxo da heterogeneidade e mutabilidade das vozes, dos imaginários, dos contatos e das rasuras do eu que narra e do eu narrado. Assim, cartografar os limiares da canoa na letra de Milton Hatoum e Mia Couto é habitar o movimento da travessia de sujeitos que surfam nas ondas de entre-mundos da errância em devir. / This thesis investigates the issue of foreign figuring in the narrative: Relato de um certo oriente (1989), Terra Sonâmbula (1992), Dois irmãos (2000) and O outro da sereia (2006), respectively by Milton Hatoum and Mia Couto. These texts are read with the theoretical and methodological contributions of Comparative Literature and Postcolonial Studies, hoisting bridges of dialogue between the reflections of Homi Bhabha, Edward Said, Édouard Glissant, Mary Louise Pratt, Walter Mignolo, Julia Kristeva, Tzvetan Todorov, Tania Carvalhal, Abdala Junior Zillah Bernd, Maria Zilda Ferreira Cury, Jane Tutikian, Ana Mafalda Leite, Laura Padilla, Marli Fantini, among other fundamental relevance to this construct. With the help of this criticism syntax, in the first and second chapters, if the map-Community flows and literary landscapes of the four novels; in the third, if the cartografam-places in the recount of RCO and TS, analyzing how the mediators narrators connect planetary geographies; and the fourth, topografam up the scenes of des (re) territorialize of DI and OPS, examining how the narrators include the wanderings, the thresholds and cross-border routes. As places of heterogeneous passages, these four narratives sail in the waters of own and outside, painting the cartography of Brazil / Mozambique landscape in continuous movement de (re) territorialization of the inside-out of intercultural contact network. Between the coming and going fostered the exchange with other knowledge and intercontinental practices, the narrators draw lines, braids and crossings inside-out and outside-in the transatlantic imaginary, figuring abroad as rhizome gap linking, disjunctively, the geography of the meeting characters that recognize multiple, immersed in the plot of cultures wandering. The crossing of the characters, far from separating them, stigmatizing them and paralyzes them, witness, on time, as the inside-out of hybrid national and out within split abroad are symbolic in the strangeness port. Setting this place of estrangement within himself embodied in the diction of voices defer the dynamic game to be among the labyrinths of maps of multiplicity of perspectives. Dwelling interval positions, narrators and characters of RCO, TS, DI and OPS move between passes, itineraries and cultural landscapes that establish the poetics of inside-out and outside-in of plural networks of solidarity. That is, the self who tells and I narrated sail simultaneously for the imaginary Canoe cultural mobility, learning to inhabit the transverse movement and the frictional area of otherness. Transit through medial space, both narrators and characters deviate from the property logic density, finding the speed situation loopholes to rasurarem any attempt to rebuild the path beginning or end of otherness. Instead, they explore the dynamics of movement to des (re) territorializarem between imaginary packed by the dynamics of inside-out and outside-in on the plot unstable flows, subjectivities and multiple stories. In this sense, foreign figuration is a questioning possible as it brings, while argumentative epicenter, the Loose crossings from inside-out and outside-in intercultural relations. In its performative nature and intricate intercultural relations, foreign boosts the flow of heterogeneity and mutability of voices, the imaginary, of contacts and erasures of self that narrates and I narrated. Thus, mapping the canoe thresholds in the letter of Milton Hatoum and Mia Couto is inhabiting the movement of the crossing of individuals surfing the waves of wandering between worlds of becoming.
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Muito além das telas douradas: cidade e tradição em Goiandira do CoutoBarbosa, Raquel Miranda 12 April 2017 (has links)
Submitted by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com) on 2018-02-20T12:24:37Z
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Previous issue date: 2017-04-12 / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás - FAPEG / In representing the urban landscape of the City of Goiás, Goiandira do Couto (1915-2011)
privileges a pictorial narrative based on the myths and landmarks built during Portuguese
colonization, along the axis that is structured between the Largo do Rosário (Rosary Square) and
the Largo do Chafariz (Fountain Square). As an heiress of a cultural and family traditions, the artist
establishes a relationship with Guardian-of-the-past Institutions, such as the Organization of Arts
and Traditions of the City of Goiás (Organização Vilaboense de Artes e Tradições - OVAT),
reinventing the city and its cultural identity. In her paintings, the valorization of the symbols of the
official memory inspired the creation of an ideal city which would later become a heritage city,
proclaiming the plot of officialdom, as seen in the Dossier of Goiás, the document that formalized
the candidature of the City of Goiás to the title of World Heritage, homologated in 2001. Because
it is a complex process, the institutional power of the Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional – IPHAN (Institute of National Historical and Artistic Heritage) is highlighted, which
was dedicated to the survey, recognition and promulgation of the cultural heritage of the City of
Goiás, between the decades of 1950 and 1990. From the 1960s onwards, this process is established
in a fruitful dialogue with the cultural elite (OVAT) and with the local and regional political
authorities which, in turn, have glimpsed the preservation of the past as an attribute to project the
City of Goias to the future. Meanwhile, the golden canvas travelled around the world, stating the
existence of an ideal city in the interior of Brazil, endowed with "universal exceptional value". We
hypothesized that, in delimiting the perimeter of the historical listed patrimony, in the 1980s, the
IPHAN has considered the relationship of the built heritage with the list of traditions visually and
immaterially constructed by Goiandira do Couto. We suspect that these approaches have
converged to the delimitation and normalization of the limits, symbols and characters which would
represent the birthplace of the local (State of Goiás) culture along with UNESCO. Through the
specificities of this process, the traces of Goiandira do Couto were legitimized, in the advent of the
21st century, among the memory places of the heritage city with the foundation of the Cultural
Space Goiandira do Couto, a place intended to the ‘musealization’ of the public and private
trajectories of this remarkable artist and guardian of the memories of the City of Goiás, when she
was still alive. / Ao representar a paisagem urbana da Cidade de Goiás, Goiandira do Couto (1915-2011) privilegia
uma narrativa pictórica baseada nos mitos e marcos edificados, durante a colonização portuguesa,
no eixo que se estrutura entre o Largo do Rosário e o Largo do Chafariz. Como herdeira de uma
tradição cultural e familiar, a artista se relaciona com as instituições guardiãs do passado, como a
Organização Vilaboense de Artes e Tradições (OVAT), reinventando a cidade e sua identidade
cultural. Em suas telas, a valorização dos símbolos da memória oficial inspirou a criação de uma
cidade-ideal que, mais tarde, tornar-se-ia cidade-patrimônio apregoando o enredo das oficialidades,
conforme se vê no Dossiê de Goiás, documento que formalizou a candidatura da Cidade de Goiás
ao título de patrimônio mundial, homologado em 2001. Por se tratar de um processo complexo,
ressalta-se o poder institucional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)
que se dedicou entre as décadas de 1950 a 1990, ao levantamento, reconhecimento e tombamento
do patrimônio cultural vilaboense. A partir da década de 1960, nota-se que esse trâmite se
estabelece em profícuo diálogo com a elite cultural (OVAT) e com as autoridades políticas locais e
regionais que, por sua vez, vislumbraram a preservação do passado como atributo para projetar a
Cidade de Goiás para o futuro. Paralelamente, as telas douradas circulavam pelo mundo
enunciando a existência de uma cidade-ideal, no interior do Brasil, dotada de “valor excepcional
universal”. Aventamos a hipótese de que, ao delimitar o perímetro do tombamento histórico, nos
anos de 1980, o IPHAN considerou a relação do patrimônio edificado com o roteiro das tradições
construídas visual e imaterialmente por Goiandira do Couto. Suspeitamos que essas aproximações
afluíram para a delimitação e normatização dos limites, dos símbolos e das personagens que
representariam a cidade berço da cultura goiana junto à UNESCO. Nas especificidades desse
processo, os rastros de Goiandira do Couto se legitimaram, no advento do século XXI, entre
os lugares de memória da cidade-patrimônio com a fundação do Espaço Cultural Goiandira do
Couto, um lugar destinado à musealização da trajetória público-privada desta notável artista e
guardiã das memórias vilaboenses, ainda, em vida.
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Vozes à margem: representações do feminino e do realismo animista em A confissão da leoaCastro, Karina Lobo Magalhães 24 June 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-06-24 / In this thesis we are dedicated to the reading of the writer's novel Mozambican Mia Couto, A confissão da leoa, to ensnare the order two aspects that appear sharply in the literary production of the author: Animist Realism and the representation of women. To this end, before, it was made needed a theoretical overview that elucidate the marks of colonialism European in African social context to then understand the remoteness both women, the indigenous cultures in Africa. Bringing the concept of Animist Realism proposed by Pepetela and invigorated by Harry Garuba, we enter the animistic conception of African world, as well as to propose reflections on patriarchy could also observe the marginal condition to which women are subjected in Mozambican society. Thus, when we consider that in Africa the social and cultural issues are intrinsically linked to the psychic representation of reality, the thread this analysis is to find aspects of Animist Realism weaving the representations of women in the novel in question. / Nesta dissertação nos dedicamos à leitura do romance do escritor moçambicano Mia Couto, A confissão da leoa, com o intuito de enlaças dois aspectos que aparecem de forma acentuada na produção literária do autor: o Realismo Animista e a representação do feminino.
Para isso, antes, se fez necessário um apanhado teórico que elucidasse as marcas do colonialismo europeu no contexto social africano para então compreender a situação periférica tanto da mulher, quanto das culturas autóctones em África. Trazendo o conceito de Realismo Animista, proposto por Pepetela e avigorado por Harry Garuba, adentramos na concepção anímica de mundo africana, assim como, ao propor reflexões acerca do patriarcalismo pudemos observar também a condição marginal à que a mulher é submetida na sociedade moçambicana. Desse modo, ao considerarmos que em África as questões sociais e culturais estão intrinsecamente ligadas à representação anímica da realidade, o fio da meada desta análise é encontrar os aspectos do Realismo Animista que tecem as representações da mulher no romance em questão.
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Entre percursos e regressos: formações identitárias na obra de Mia Couto / Between paths and returns: identity formations in the work of Mia CoutoSilva, Rebeca Bulcão da 22 May 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-05-22 / Sem bolsa / O estudo apresenta uma reflexão em torno do conceito de identidade e suas composições, como a identidade nacional, social, cultural e étnica sob a perspectiva de vários teóricos de diferentes áreas. A partir dessas abordagens, em especial da identidade nacional e cultural, examina a identidade africana no contexto pós colonial, assim como faz a caracterização desse período. Para isso, analisa as formações identitárias em três personagens centrais das obras Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (2003), O último voo do flamingo (2005) e O outro pé da sereia (2006) do autor moçambicano Mia Couto, destacando as influências da
colonização, o contato com outra cultura e o resgate de valores autóctones. As personagens selecionadas passaram pela experiência do deslocamento e, em algum momento da sua vida, afastaram-se da terra natal. Esses movimentos direcionam para as implicações e os desdobramentos na constituição de suas identidades. Desse modo, o estudo evidencia, entre os embates do legado europeu, da tradição e da modernidade globalizada, as reconfigurações identitárias e, principalmente, o surgimento dos novos sujeitos culturais africanos. / The study presents a reflection on the concept of identity and its compositions, such as national, social, cultural and ethnic identity from the perspective of several different heorists from different areas. From these approaches, in particular the national and cultural identity, the African identity in the postcolonial context is
examined, as well as the characterization of that period. For this, it analyzes the identity formations in three central characters of the works A River Called Time, A House Called Earth (2009), The Last Flight of the Flamingo (2005) and The Mermaid’s Other Foot (2006) by the Mozambican author Mia Couto, highlighting the
influences of colonization, the contact with another culture and the redemption of native values. The selected characters had the displacement experience and, at some point in their lives, moved away from homeland. These movements direct to the implications and ramifications in the constitution of their identities. Thus, the study shows, the clashes between the European legacy, tradition and global modernity, the identity reconfigurations, and, especially, the emergence of new African cultural subjects.
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La cibermisoginia como clickbait: un análisis de las noticias publicadas en la web del diario La República sobre la actriz peruana Mayra Couto entre mayo y agosto del 2020Rodriguez Ulloa, Katherine Fabiola 16 June 2023 (has links)
El auge de los medios sociales en los últimos años trajo consigo que los medios de
comunicación también migren a las plataformas como Facebook, Twitter, Youtube, Tiktok, etc.,
y que adapten su contenido periodístico para cada red social. Sin duda, dicha adaptación ocurrió
en un contexto de crisis económica y de una cada vez menor credibilidad del oficio periodístico.
En ese sentido, el trabajo serio del periodismo ha dado paso también a malas prácticas que
inciden en la propagación de noticias falsas y en la utilización de estrategias discutibles. Una
de ellas, es el clickbait, una técnica que sirve como anzuelo para los internautas y que despierta
su curiosidad, mediante titulares exagerados, con interrogantes o con símbolos, así como con
información incompleta y, muchas veces, falsa. Todo con el fin de que el lector se interese por
el tema y entre al enlace.
Precisamente, la presente investigación indaga en cómo el clickbait sirve para fomentar
comentarios misóginos en los espacios digitales periodísticos del Perú. En ese sentido, esta
tesis estudiará las noticias web de La República entre mayo y agosto del 2020 relacionadas a
la actriz peruana Mayra Couto, quien constantemente ha sido víctima de comentarios
misóginos y ha sido noticia por sus declaraciones. Para ello, se utilizaron tres técnicas: el
análisis crítico del discurso de Van Leeuwen (1996), a fin de analizar la representación de la
imagen de Mayra Couto; el análisis de contenido de García et al. (2019), para identificar la
tipología del clickbait; y las entrevistas a profundidad, en las cuales participaron cinco
redactores de la sección de Espectáculos de La República del 2020. El fin de estas entrevistas
es conocer el proceso de construcción de una noticia desde dentro de la redacción de
Espectáculos de La República en el 2020.
Entre los principales resultados, se concluye que Mayra Couto es un personaje que genera
mucho tráfico en los medios sociales y en la web, por eso se producen, en gran cantidad,
noticias acerca de ella, y para hacer la nota más atractiva, se emplean diversos tipos de clickbait
que apelan a la masculinidad hegemónica. Por último, el enfoque de la redacción incita que
Mayra sea criticada y expuesta a ser víctima de acoso y cibermisoginia por parte de los lectores. / The rise of social media in recent years has led the media to migrate to platforms such as
Facebook, Twitter, YouTube, Tiktok, etc., and to adapt their journalistic content to each social
network. Undoubtedly, such adaptation occurred in a context of economic crisis and a
decreasing credibility of the journalistic profession. In this sense, the serious work of
journalism has also given way to bad practices that affect the spread of false news and the use
of questionable strategies. One of them is clickbait, a technique that serves as a bait for Internet
users and arouses their curiosity through exaggerated headlines, with question marks or
symbols, as well as incomplete and often false information. All with the aim of getting the
reader interested in the subject and to enter the link.
Precisely, this research investigates how clickbait serves to promote misogynist comments in
digital journalistic spaces. In that sense, this thesis will study the web news of La República
betweenMay and August 2020 related to the peruvian actressMayra Couto, who has constantly
been the victim of misogynist comments and has been in the news for her statements. For this
purpose, three techniques were used: the critical discourse analysis of Van Leeuwen (1996), in
order to analyze the representation of Mayra Couto's image; the content analysis of García et
al. (2019), to identify the typology of clickbait; and in-depth interviews, in which five editors
from the Espectáculos section of 2020 took part. The purpose of these interviews is to know
the process of construction of a news item from within the Espectáculos newsroom of La
República in 2020.
Among the main results, it is concluded that Mayra Couto is a character that generates a lot of
traffic in social media and on the web, that is why news about her are produced, in great
quantity, and to make the note more attractive, various types of clickbait are used. Finally, the
editorial approach encourages Mayra to be criticized and exposed to harassment and
cybermisogyny.
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Diálogo entre história e literatura em Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra, de Mia CoutoLisboa, Leiri Dayana Barbosa Silva 26 February 2016 (has links)
Throughout the time, many borders were raised and intensified antagonism between literature and history. At the same time, the explanatory models that have defined this knowledge passed to be questioned. The limits between science and art, the erudite and the popular as well as the relations of knowledge and power were problematized and they gave to reason and to the reality a greater importance, to the detriment of subjectivity and scientific fiction watched by per si, to establish an intimate process between literature and history. And it is through these discussions focused on the correlation between these two areas of knowledge, we have developed this work, taking as object of study the literary work Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, of the Mozambican Mia Couto. Narrative which shows echoes of the Mozambican literary tradition, targeted by the materiality of the world, is other words, for economic reasons, subjective, inter-subjective of power and by historical perspectives of culture, without forgetting to show the permeability of literature and real (story), seeking constructive and innovative dialogue, rather contaminated by memory.
To establish the discussion on African literature, especially Mozambican, we sought grounds on Maria Fernanda Afonso, Ana Mafalda Leite, Pires Laranjeiras, among others. It is also adhere to the theoretical framework guiding principles of Postcolonial Studies of hybridization notions colonialism and present the ideas of its main authors like Albert Memmi, Homi Bhabha, Frantz Fanon and Stuart Hall. Then we detached the literary text of the encounter with history, drawing on Aristotles thoughts, in order to demonstrate that a fictional work is not limited only to tell what happened, but to observe what could have happened too, from the perspective verisimilitude. Hayden White also helps us to state that the plurality of meanings of literary and historical texts accrue from contextualization, in a view of, there is a dynamic that specifies the literary art and the construction of the historical text, wich adrheres, it transforms or breaks theirs significant loads, through a polysemic speech, intentionally, and, in most cases, selective. / Ao longo dos tempos, muitas fronteiras se erigiram e intensificaram o antagonismo entre literatura e história. Ao mesmo tempo, os modelos explicativos que definiram esses saberes passaram a ser indagados. As fronteiras entre a ciência e a arte, o erudito e o popular, bem como as relações de saber e poder foram problematizadas e deram à realidade e à razão uma maior importância, em detrimento da subjetividade e da ficção científica vistas de per si, ao estabelecer um processo de intimidade entre a literatura e a história. E é por meio dessas discussões, voltadas para a correlação entre essas duas áreas do saber, que desenvolvemos o presente trabalho, adotando como objeto de estudo a obra literária Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, do moçambicano Mia Couto. Narrativa que apresenta ecos da tradição literária moçambicana, alvejados pela materialidade do mundo, ou seja, por questões econômicas, subjetivas, intersubjetivas de poder e por perspectivas históricas de cultura, além de evidenciar a permeabilidade da literatura e do real (história), em busca de um diálogo construtivo e inovador, assaz contaminado pela memória.
Para estabelecer a discussão sobre a Literatura africana, principalmente, a moçambicana, buscamos fundamentos em Maria Fernanda Afonso, Ana Mafalda Leite, Pires Laranjeiras, entre outros. Aderem-se também ao referencial teórico os princípios norteadores dos estudos pós-coloniais em torno das noções de hibridização e colonialismo presentes nas ideias dos seus principais autores, como Albert Memmi, Homi Bhabha, Frantz Fanon e Stuart Hall. Em seguida, destacamos o encontro do texto literário com a história, recorrendo aos pensamentos de Aristóteles, com o objetivo de demonstrar que uma obra ficcional não se limita apenas a contar o acontecido, mas também a observar o que podia ter acontecido, sob a ótica da verossimilhança. Hayden White também nos ajuda afirmar que a pluralidade de significações dos textos literários e históricos decorre de inúmeras contextualizações, porquanto há uma dinâmica que especifica a arte literária e a construção do texto histórico, que adere, transforma ou rompe as suas cargas significativas, por meio de um discurso polissêmico, intencional e, na maioria das vezes, seletivo.
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