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Depois da desaparição : vida, arte e imagem (Argentina 1976-2013)Montero, Rodrigo January 2013 (has links)
Este trabalho aborda uma série de práticas da arte e da imagem enquanto contramedidas aos vazios abertos pela violência da desaparição como metodologia sistematizada de extermínio na Argentina. Esta abordagem visa dimensionar tais práticas em relação, primeiro, às especificidades da violência da desaparição, suas consequências e desdobramentos e, segundo, aos alcances e às limitações dos usos e sentidos da imagem consolidados no senso comum ocidental. Em relação a isto, em primeiro lugar, a desaparição tem sua própria especificidade em relação a um imaginário comum ocidental, que atrela a ideia de atrocidade a uma visualidade determinada. Neste sentido, a desaparição como violência que não deixa vestígios concretos do seu acontecimento também é inadequável a uma ilusão de onicontemplação, esta última também consolidada no senso comum da cultura midiatizada moderna e contemporânea. Diante destas circunstâncias, a práxis da arte surge como uma alternativa para lidar com as especificidades materiais, simbólicas e afetivas da desaparição. As práticas da arte e da imagem também surgem como uma reação frente ao projeto dos autores intelectuais da desaparição que pretendiam, além da eliminação, determinar a não-existência das suas vítimas. Por outro lado, as práticas da arte e da imagem também surgem como alternativas enunciativas diante da impossibilidade do testemunho dos sobreviventes da situação-limite da desaparição. Por último, os familiares dos desaparecidos também lançam mão das práticas da arte e da imagem, principalmente através da fotografia, como uma maneira de lidar política, simbólica e afetivamente com a complexa e específica ausência dos seus seres amados. / This work approaches a series of art and image practices as countermeasures to the opened emptiness generated by the violence of disappearing as a systematized methodology of extermination in Argentina. This approach aims to dimension those practices in relation to: first the specificities of the disappearance, and its consequences and unfolding, and second, by understanding the limitations and the reach of image, considering both its use and meaning, in the western common sense. In the first place, the disappearing has its own specificity towards a western common imaginary that links the idea of atrocity to a determined visuality. In this manner, the disappearance (as violence that does not leave concrete vestige of its event) also does not suit to an omnicontemplation illusion, being the latter also consolidated to the common sense of the mediatized modern and contemporary culture. Within this context, the praxis of art emerges as an alternative to deal with the material, symbolic and affective specificities of disappearing. Also, the practices of art and image emerge as a reaction to the architects of the disappearances who intended not only the elimination but also to determine the non-existence of their victims. Another aim for the use of art and image emerges as enunciative alternatives before the impossibility of testimony of the survivors of the limit-situation of disappearing. Finally, the relatives of the missing also draw on the practices of art and image, especially through the use of photography. Their intention is to deal with the complex and specific absence of their beloved ones in political, symbolical and affective way.
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Mortes roubadas : o luto dos familiares de desaparecidos políticos no BrasilRamos, Maria Vilar Ramalho 24 July 2017 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, 2017. / Submitted by Raquel Almeida (raquel.df13@gmail.com) on 2017-10-20T15:54:29Z
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Previous issue date: 2017-10-24 / A partir de entrevistas realizadas com familiares de desaparecidos políticos brasileiros, da análise das suas produções literárias e dos documentos e processos pesquisados na Comissão da Anistia e Arquivo Nacional de Brasília, a tese investiga o impacto dessas mortes na vida dos seus familiares, e as (im)possibilidades da realização do luto, relacionado-os com a ausência de julgamentos e condenações, em razão da Lei de Anistia, instituída ainda no ano de 1979, e a insuficiência de leis e políticas de memória sobre a ditadura militar no Brasil. A tese refletiu sobre o luto também em seu aspecto coletivo e político ao relacioná-lo às categorias arendtianas da “indiferença” e da “banalidade do mal” refletindo sobre a tolerância civil-militar com os crimes praticados no passado. / Based on interviews with relatives of disappeared Brazilian politicians, the analysis of their literary productions and the documents and processes researched in the Commission of Amnesty and the National Archives of Brasília, the thesis investigates the impact of these deaths on the lives of their relatives, and the (im)possibilities of mourning, related to the absence of judgments and convictions, due to the Amnesty Law, instituted in 1979, and the absence of laws and policies of memory on the military dictatorship in Brazil. The thesis also reflected on mourning in its collective and political aspect by relating it to the Arendt categories of "indifference" and "banality of evil" reflecting on civil-military tolerance of crimes committed in the past.
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Presença e ausência: a construção dos discursos de memória sobre desaparecidos políticos / Presence and absence: the construction of memory speeches on political disappearedFerreira Netto, Leticia Rodrigues [UNESP] 29 May 2017 (has links)
Submitted by Leticia Rodrigues Ferreira Netto (lferreiranetto@gmail.com) on 2017-08-04T15:03:23Z
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Previous issue date: 2017-05-29 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / O caminho da construção do discurso sobre desaparecimento político, em cada comissão oficial, é uma forma de elaborar uma memória nacional. Uma memória que pode integrar ou esquecer muitos grupos diferentes. Entender a definição estatal atual e pretérita sobre os desaparecidos, permite entender como o Estado produz os desaparecidos e mortos políticos. A reelaboração dos discursos sobre os desaparecidos deriva de diversos conflitos sociais que permeiam a discussão da memória e do lembrar e esquecer. Essa pesquisa busca desenvolver como a memória é veiculada nos diversos documentos e como se pode ler as suas mudanças no decorrer dos anos a fim de contar uma determinada história. É também na maneira de contar a história que pode aperfeiçoar os direitos políticos e civis na democracia. Os documentos, aqui, analisados são produzidos por civis, familiares de pessoas mortas e desaparecidas políticas, e, posteriormente, pela Casa Civil da Presidência. Sendo eles: Brasil: Nunca Mais (1985), Dossiê dos mortos e desaparecidos políticos de 1964 (1995), Lei 9.140/95 (1995), Livro-Relatório da CEMDP (2007), Lei 12.528/2011 (2011), Relatório Final da CNV (2014). Para ler estes documentos, as interpretações de M. Foucault (2005) quanto a elaboração da verdade pelo documento e pelo inquérito, base do sistema jurídico atual, são essenciais. Assim como as interpretações de J. Le Goff (1991) sobre a elaboração e a falta de inocência dos documentos e, de A. Assmann (2014) e J. Assmann (2008) sobre as diferentes dimensões da memória, dentro da família e dentro da nação. Com este arcabouço teóricometodológico, a leitura se desenrola a fim de buscar as formas como os desaparecidos são retratados através desse período, saindo de "desaparecidos" mártires (ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO, 1985) para "cadáveres ocultos" (CNV, 2014). E se pode observar como a memória da família e as respostas que esta família esperam são diferentes daquelas que as comissões podem elaborar e responder. Pode-se dizer, com ressalvas ainda assim, que a memória nacional não tem coração de mãe, pai, irmãos, conjugues, amigos, mas tem letras que poderiam garantir os direitos destes. / The way of constructing the discourse on political disappearance, in each official commission, is a way of elaborating a national memory. A memory that can integrate or forget many different groups. Understanding the present and past state definition of the disappeared allows us to understand how the state produces the disappeared and the political dead. The reelaboration of the discourses on the disappeared derives from diverse social conflicts that permeate the discussion of memory and remember and forget. This research seeks to develop how memory is conveyed in the various documents and how one can read its changes over the years in order to tell history. It is the way of telling the history that can improve political and civil rights in democracy. The documents analyzed here are produced by civilians, relatives of political dead and missing people, and later, by the Civil House of the Presidency. They are: Brasil: Nunca Mais (1985), Dossiê dos mortos e desaparecidos políticos de 1964 (1995), Lei 9.140/95 (1995), Livro-Relatório da CEMDP (2007), Lei 12.528/2011 (2011), Relatório Final da CNV (2014). To read these documents, the interpretations of M. Foucault (2005) regarding the elaboration of the truth by documents and the inquiry, the basis of the current legal system, are essential. As well as the interpretations of J. Le Goff (1991) on the elaboration – and lack of innocence – of the documents, and A. Assmann's (2014) and J. Assmann's (2008) differentiation of dimensions of the memory, within the family and within the nation. With this theoretical-methodological framework, the reading unfolds in order to search for the ways the disappeared are portrayed through the time, leaving "disappeared" martyrs (ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO, 1985) for "hidden corpses" (CNV, 2014). And one can see how the memory of the family and the answers that this family expects are different from those that the commissions can elaborate and respond to. It can be said, with reservations, that the national memory does not have the heart of a mother, father, siblings, spouses, friends, but it has letters that could guarantee their rights.
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Depois da desaparição : vida, arte e imagem (Argentina 1976-2013)Montero, Rodrigo January 2013 (has links)
Este trabalho aborda uma série de práticas da arte e da imagem enquanto contramedidas aos vazios abertos pela violência da desaparição como metodologia sistematizada de extermínio na Argentina. Esta abordagem visa dimensionar tais práticas em relação, primeiro, às especificidades da violência da desaparição, suas consequências e desdobramentos e, segundo, aos alcances e às limitações dos usos e sentidos da imagem consolidados no senso comum ocidental. Em relação a isto, em primeiro lugar, a desaparição tem sua própria especificidade em relação a um imaginário comum ocidental, que atrela a ideia de atrocidade a uma visualidade determinada. Neste sentido, a desaparição como violência que não deixa vestígios concretos do seu acontecimento também é inadequável a uma ilusão de onicontemplação, esta última também consolidada no senso comum da cultura midiatizada moderna e contemporânea. Diante destas circunstâncias, a práxis da arte surge como uma alternativa para lidar com as especificidades materiais, simbólicas e afetivas da desaparição. As práticas da arte e da imagem também surgem como uma reação frente ao projeto dos autores intelectuais da desaparição que pretendiam, além da eliminação, determinar a não-existência das suas vítimas. Por outro lado, as práticas da arte e da imagem também surgem como alternativas enunciativas diante da impossibilidade do testemunho dos sobreviventes da situação-limite da desaparição. Por último, os familiares dos desaparecidos também lançam mão das práticas da arte e da imagem, principalmente através da fotografia, como uma maneira de lidar política, simbólica e afetivamente com a complexa e específica ausência dos seus seres amados. / This work approaches a series of art and image practices as countermeasures to the opened emptiness generated by the violence of disappearing as a systematized methodology of extermination in Argentina. This approach aims to dimension those practices in relation to: first the specificities of the disappearance, and its consequences and unfolding, and second, by understanding the limitations and the reach of image, considering both its use and meaning, in the western common sense. In the first place, the disappearing has its own specificity towards a western common imaginary that links the idea of atrocity to a determined visuality. In this manner, the disappearance (as violence that does not leave concrete vestige of its event) also does not suit to an omnicontemplation illusion, being the latter also consolidated to the common sense of the mediatized modern and contemporary culture. Within this context, the praxis of art emerges as an alternative to deal with the material, symbolic and affective specificities of disappearing. Also, the practices of art and image emerge as a reaction to the architects of the disappearances who intended not only the elimination but also to determine the non-existence of their victims. Another aim for the use of art and image emerges as enunciative alternatives before the impossibility of testimony of the survivors of the limit-situation of disappearing. Finally, the relatives of the missing also draw on the practices of art and image, especially through the use of photography. Their intention is to deal with the complex and specific absence of their beloved ones in political, symbolical and affective way.
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Depois da desaparição : vida, arte e imagem (Argentina 1976-2013)Montero, Rodrigo January 2013 (has links)
Este trabalho aborda uma série de práticas da arte e da imagem enquanto contramedidas aos vazios abertos pela violência da desaparição como metodologia sistematizada de extermínio na Argentina. Esta abordagem visa dimensionar tais práticas em relação, primeiro, às especificidades da violência da desaparição, suas consequências e desdobramentos e, segundo, aos alcances e às limitações dos usos e sentidos da imagem consolidados no senso comum ocidental. Em relação a isto, em primeiro lugar, a desaparição tem sua própria especificidade em relação a um imaginário comum ocidental, que atrela a ideia de atrocidade a uma visualidade determinada. Neste sentido, a desaparição como violência que não deixa vestígios concretos do seu acontecimento também é inadequável a uma ilusão de onicontemplação, esta última também consolidada no senso comum da cultura midiatizada moderna e contemporânea. Diante destas circunstâncias, a práxis da arte surge como uma alternativa para lidar com as especificidades materiais, simbólicas e afetivas da desaparição. As práticas da arte e da imagem também surgem como uma reação frente ao projeto dos autores intelectuais da desaparição que pretendiam, além da eliminação, determinar a não-existência das suas vítimas. Por outro lado, as práticas da arte e da imagem também surgem como alternativas enunciativas diante da impossibilidade do testemunho dos sobreviventes da situação-limite da desaparição. Por último, os familiares dos desaparecidos também lançam mão das práticas da arte e da imagem, principalmente através da fotografia, como uma maneira de lidar política, simbólica e afetivamente com a complexa e específica ausência dos seus seres amados. / This work approaches a series of art and image practices as countermeasures to the opened emptiness generated by the violence of disappearing as a systematized methodology of extermination in Argentina. This approach aims to dimension those practices in relation to: first the specificities of the disappearance, and its consequences and unfolding, and second, by understanding the limitations and the reach of image, considering both its use and meaning, in the western common sense. In the first place, the disappearing has its own specificity towards a western common imaginary that links the idea of atrocity to a determined visuality. In this manner, the disappearance (as violence that does not leave concrete vestige of its event) also does not suit to an omnicontemplation illusion, being the latter also consolidated to the common sense of the mediatized modern and contemporary culture. Within this context, the praxis of art emerges as an alternative to deal with the material, symbolic and affective specificities of disappearing. Also, the practices of art and image emerge as a reaction to the architects of the disappearances who intended not only the elimination but also to determine the non-existence of their victims. Another aim for the use of art and image emerges as enunciative alternatives before the impossibility of testimony of the survivors of the limit-situation of disappearing. Finally, the relatives of the missing also draw on the practices of art and image, especially through the use of photography. Their intention is to deal with the complex and specific absence of their beloved ones in political, symbolical and affective way.
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¿Dónde están?: Ausencia y presencia de un cuerpo hecho imagen.Ruiz Caballero, Josefa Micaela January 2007 (has links)
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Reorganización de la vida cotidiana: prácticas de sobrevivencia de los familiares de DD.DD y ejecutados de Paine (1973-1980)González Osses, Tamara January 2018 (has links)
Informe de Seminario para optar al grado de Licenciado en Historia / Seminario de grado: Entendiendo la sociedad latinoamericana a través de un análisis histórico cultural
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Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça : um estudo sobre o trabalho da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos no BrasilCabrera, Carlos Artur Gallo January 2012 (has links)
O presente estudo analisa as formas como os familiares de pessoas mortas e desaparecidas durante a ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985) se organizaram para reivindicar: 1º) o reconhecimento da responsabilidade do Estado brasileiro pelas violações aos direitos humanos praticadas em nome do regime autoritário; 2º) a apuração das reais circunstâncias em que estas mortes e desaparecimentos ocorreram; 3º) a responsabilização dos culpados; 4º) o resgate e a preservação da memória relativa a estes fatos. Fortalecida na primeira metade da década de 1970, a luta dos familiares organizados em torno da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos (CFMDP) estende-se até a atualidade. Canalizadas para os Comitês Brasileiros pela Anistia (CBA’s) que surgiram a partir de 1978, suas demandas foram, entretanto, praticamente desconsideradas no momento em que o Governo Federal aprovou a Lei da Anistia, em agosto de 1979. Com o fim da luta pela Anistia, e, por consequência, com a extinção dos CBA’s, os familiares rearticularam-se, centralizando seus esforços no fortalecimento da CFMDP. Em mais de três décadas de atividades, a CFMDP vem trabalhando de forma insistente junto à sociedade na tentativa de fazer com que os crimes cometidos no período autoritário não sejam esquecidos e buscando ampliar seu apoio com vistas à construção de políticas que atendam suas demandas. O trabalho desenvolvido pela CFMDP neste sentido obteve: a) o reconhecimento da responsabilidade do Estado brasileiro pelos crimes cometidos em nome do regime civil-militar; b) a concessão de indenizações aos familiares das vítimas fatais do aparato repressivo; c) um incremento no tocante à divulgação do tema junto à sociedade. Para aprofundar suas conquistas e formular novas políticas, que, mais efetivas, tratem do tema, a Comissão continua, no entanto, tendo que lidar com legados do autoritarismo que, tais como o bloqueio interpretativo que defende uma anistia recíproca e incentiva a impunidade e o esquecimento dos crimes cometidos pela ditadura, o rol das prerrogativas militares, a política nacional de sigilo ainda vigente e os resquícios culturais da Doutrina de Segurança Nacional, seguem limitando visivelmente a obtenção de avanços significativos no que se refere à reparação dos familiares. / This study examines the ways in which relatives of people killed or disappeared during the civil-military dictatorship in Brazil (1964-1985) were organized to demand: 1) recognition of liability by the Brazilian state for violations of human rights committed in the name of the authoritarian regime; 2) the investigation of actual circumstances of these deaths and disappearances occurred; 3) liability of perpetrators; 4) the rescue and preservation of the memory on these facts. Strengthened in the first half of the 1970s, the struggle of families organized around the Commission of the Families of the Dead and Disappeared Political Activists (CFDDPA) extends until present. Channeled to the Brazilian Committees for Amnesty (BCA’s) that have emerged since 1978, their demands were, however, virtually ignored at the time the Federal Government approved the Amnesty Law in August 1979. With the end of the fight for amnesty, and, consequently, with the extinction of the BCA’s, the families reorganized themselves, centering its efforts on strengthening the CFDDPA. In more than three decades of activity, CFDDPA has been working persistently to the society in an attempt to make the crimes committed during authoritarian period are not forgotten and seeking to extend their support towards the construction of policies that meet their demands. The work developed by CFDDPA in this direction has obtained: a) the recognition of the liability of the Brazilian state for crimes committed on behalf of civil-military regime, b) the granting of compensation to the families of the victims of the repressive apparatus, c) an increase in respect of the disclosure of the issue to the society. To deepen their achievements and formulate new policies, more effectives to address the issue, the Commission continues, however, having to deal with legacies of authoritarian regimes, such as the interpretative blocking that defends a mutual amnesty and incentives the impunity and forgetfulness for crimes committed by the dictatorship, the role of military prerogatives, the secrecy national policy still in force and the remnants of the cultural National Security Doctrine, still follow limiting the obtaining of significant advances with regard to compensation to the families.
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Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça : um estudo sobre o trabalho da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos no BrasilCabrera, Carlos Artur Gallo January 2012 (has links)
O presente estudo analisa as formas como os familiares de pessoas mortas e desaparecidas durante a ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985) se organizaram para reivindicar: 1º) o reconhecimento da responsabilidade do Estado brasileiro pelas violações aos direitos humanos praticadas em nome do regime autoritário; 2º) a apuração das reais circunstâncias em que estas mortes e desaparecimentos ocorreram; 3º) a responsabilização dos culpados; 4º) o resgate e a preservação da memória relativa a estes fatos. Fortalecida na primeira metade da década de 1970, a luta dos familiares organizados em torno da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos (CFMDP) estende-se até a atualidade. Canalizadas para os Comitês Brasileiros pela Anistia (CBA’s) que surgiram a partir de 1978, suas demandas foram, entretanto, praticamente desconsideradas no momento em que o Governo Federal aprovou a Lei da Anistia, em agosto de 1979. Com o fim da luta pela Anistia, e, por consequência, com a extinção dos CBA’s, os familiares rearticularam-se, centralizando seus esforços no fortalecimento da CFMDP. Em mais de três décadas de atividades, a CFMDP vem trabalhando de forma insistente junto à sociedade na tentativa de fazer com que os crimes cometidos no período autoritário não sejam esquecidos e buscando ampliar seu apoio com vistas à construção de políticas que atendam suas demandas. O trabalho desenvolvido pela CFMDP neste sentido obteve: a) o reconhecimento da responsabilidade do Estado brasileiro pelos crimes cometidos em nome do regime civil-militar; b) a concessão de indenizações aos familiares das vítimas fatais do aparato repressivo; c) um incremento no tocante à divulgação do tema junto à sociedade. Para aprofundar suas conquistas e formular novas políticas, que, mais efetivas, tratem do tema, a Comissão continua, no entanto, tendo que lidar com legados do autoritarismo que, tais como o bloqueio interpretativo que defende uma anistia recíproca e incentiva a impunidade e o esquecimento dos crimes cometidos pela ditadura, o rol das prerrogativas militares, a política nacional de sigilo ainda vigente e os resquícios culturais da Doutrina de Segurança Nacional, seguem limitando visivelmente a obtenção de avanços significativos no que se refere à reparação dos familiares. / This study examines the ways in which relatives of people killed or disappeared during the civil-military dictatorship in Brazil (1964-1985) were organized to demand: 1) recognition of liability by the Brazilian state for violations of human rights committed in the name of the authoritarian regime; 2) the investigation of actual circumstances of these deaths and disappearances occurred; 3) liability of perpetrators; 4) the rescue and preservation of the memory on these facts. Strengthened in the first half of the 1970s, the struggle of families organized around the Commission of the Families of the Dead and Disappeared Political Activists (CFDDPA) extends until present. Channeled to the Brazilian Committees for Amnesty (BCA’s) that have emerged since 1978, their demands were, however, virtually ignored at the time the Federal Government approved the Amnesty Law in August 1979. With the end of the fight for amnesty, and, consequently, with the extinction of the BCA’s, the families reorganized themselves, centering its efforts on strengthening the CFDDPA. In more than three decades of activity, CFDDPA has been working persistently to the society in an attempt to make the crimes committed during authoritarian period are not forgotten and seeking to extend their support towards the construction of policies that meet their demands. The work developed by CFDDPA in this direction has obtained: a) the recognition of the liability of the Brazilian state for crimes committed on behalf of civil-military regime, b) the granting of compensation to the families of the victims of the repressive apparatus, c) an increase in respect of the disclosure of the issue to the society. To deepen their achievements and formulate new policies, more effectives to address the issue, the Commission continues, however, having to deal with legacies of authoritarian regimes, such as the interpretative blocking that defends a mutual amnesty and incentives the impunity and forgetfulness for crimes committed by the dictatorship, the role of military prerogatives, the secrecy national policy still in force and the remnants of the cultural National Security Doctrine, still follow limiting the obtaining of significant advances with regard to compensation to the families.
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Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça : um estudo sobre o trabalho da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos no BrasilCabrera, Carlos Artur Gallo January 2012 (has links)
O presente estudo analisa as formas como os familiares de pessoas mortas e desaparecidas durante a ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985) se organizaram para reivindicar: 1º) o reconhecimento da responsabilidade do Estado brasileiro pelas violações aos direitos humanos praticadas em nome do regime autoritário; 2º) a apuração das reais circunstâncias em que estas mortes e desaparecimentos ocorreram; 3º) a responsabilização dos culpados; 4º) o resgate e a preservação da memória relativa a estes fatos. Fortalecida na primeira metade da década de 1970, a luta dos familiares organizados em torno da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos (CFMDP) estende-se até a atualidade. Canalizadas para os Comitês Brasileiros pela Anistia (CBA’s) que surgiram a partir de 1978, suas demandas foram, entretanto, praticamente desconsideradas no momento em que o Governo Federal aprovou a Lei da Anistia, em agosto de 1979. Com o fim da luta pela Anistia, e, por consequência, com a extinção dos CBA’s, os familiares rearticularam-se, centralizando seus esforços no fortalecimento da CFMDP. Em mais de três décadas de atividades, a CFMDP vem trabalhando de forma insistente junto à sociedade na tentativa de fazer com que os crimes cometidos no período autoritário não sejam esquecidos e buscando ampliar seu apoio com vistas à construção de políticas que atendam suas demandas. O trabalho desenvolvido pela CFMDP neste sentido obteve: a) o reconhecimento da responsabilidade do Estado brasileiro pelos crimes cometidos em nome do regime civil-militar; b) a concessão de indenizações aos familiares das vítimas fatais do aparato repressivo; c) um incremento no tocante à divulgação do tema junto à sociedade. Para aprofundar suas conquistas e formular novas políticas, que, mais efetivas, tratem do tema, a Comissão continua, no entanto, tendo que lidar com legados do autoritarismo que, tais como o bloqueio interpretativo que defende uma anistia recíproca e incentiva a impunidade e o esquecimento dos crimes cometidos pela ditadura, o rol das prerrogativas militares, a política nacional de sigilo ainda vigente e os resquícios culturais da Doutrina de Segurança Nacional, seguem limitando visivelmente a obtenção de avanços significativos no que se refere à reparação dos familiares. / This study examines the ways in which relatives of people killed or disappeared during the civil-military dictatorship in Brazil (1964-1985) were organized to demand: 1) recognition of liability by the Brazilian state for violations of human rights committed in the name of the authoritarian regime; 2) the investigation of actual circumstances of these deaths and disappearances occurred; 3) liability of perpetrators; 4) the rescue and preservation of the memory on these facts. Strengthened in the first half of the 1970s, the struggle of families organized around the Commission of the Families of the Dead and Disappeared Political Activists (CFDDPA) extends until present. Channeled to the Brazilian Committees for Amnesty (BCA’s) that have emerged since 1978, their demands were, however, virtually ignored at the time the Federal Government approved the Amnesty Law in August 1979. With the end of the fight for amnesty, and, consequently, with the extinction of the BCA’s, the families reorganized themselves, centering its efforts on strengthening the CFDDPA. In more than three decades of activity, CFDDPA has been working persistently to the society in an attempt to make the crimes committed during authoritarian period are not forgotten and seeking to extend their support towards the construction of policies that meet their demands. The work developed by CFDDPA in this direction has obtained: a) the recognition of the liability of the Brazilian state for crimes committed on behalf of civil-military regime, b) the granting of compensation to the families of the victims of the repressive apparatus, c) an increase in respect of the disclosure of the issue to the society. To deepen their achievements and formulate new policies, more effectives to address the issue, the Commission continues, however, having to deal with legacies of authoritarian regimes, such as the interpretative blocking that defends a mutual amnesty and incentives the impunity and forgetfulness for crimes committed by the dictatorship, the role of military prerogatives, the secrecy national policy still in force and the remnants of the cultural National Security Doctrine, still follow limiting the obtaining of significant advances with regard to compensation to the families.
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