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Análise de polimorfismos dos genes de enzimas de metabolização de detoxificação em doenças inflamatórias crônicasRech, Tássia Flores January 2013 (has links)
A doença inflamatória intestinal (DII) e a esclerose sistêmica (ES) são doenças inflamatórias crônicas de difícil diagnóstico e tratamento. A etiologia da DII e da ES ainda não é completamente compreendida, mas sabe-se que fatores genéticos, imunológicos e ambientais estão envolvidos na sua patogênese. A DII possui dois principais subtipos clínicos: a doença de Crohn (DC) e a retocolite ulcerativa (RCU), caracterizados pela inflamação do intestino delgado e/ou cólon. Evidências sugerem que o aumento do estresse oxidativo desempenha um papel importante na fisiopatologia da DII. A ES é uma doença inflamatória autoimune rara, caracterizada pela fibrose progressiva da pele e de órgãos internos. A hipótese de que o aumento do dano oxidativo pode iniciar o dano vascular e desencadear os eventos patológicos observados na ES vem sendo investigada. Genes e enzimas envolvidos na metabolização (Fase I) e detoxificação (Fase II) de xenobióticos são utilizados como marcadores de susceptibilidade para o desenvolvimento de doenças que possuem fatores ambientais como fatores de risco. Em uma reação de Fase I, as enzimas do Citocromo P450 (CYP) inserem um átomo de oxigênio em um substrato deixando-o eletrofílico e reativo, criando um sítio para posterior conjugação pelas enzimas de Fase II. As enzimas Glutationa S-tranferases (GST) de Fase II catalisam a conjugação da glutationa com uma grande variedade de compostos eletrofílicos, detoxificando substâncias endógenas e exógenas. A atividade catalítica aumentada das enzimas CYP, bem como a falha na detoxificação de metabólitos pelas GST pode contribuir para o aumento do estresse oxidativo. O objetivo deste estudo foi investigar o papel de polimorfismos nos genes que codificam enzimas de metabolização (CYP1A*2C e CYP2E1*5B) e detoxificação (GSTT1 nulo, GSTM1 nulo e GSTP1 Ile105Val) na susceptibilidade a estas doenças. O grupo de pacientes com DII era constituído por 235 indivíduos e o grupo controle por 241 indivíduos, todos eurodescendentes. Na ES, 122 pacientes (99 eurodescendentes e 23 afrodescendentes) e 329 controles (241 eurodescendentes e 87 afrodescendentes) foram analisados. Os polimorfismos CYP foram genotipados por PCR-RFLP, enquanto que os polimorfismos em GSTT1 e GSTM1 foram genotipados por PCR multiplex e PCR-RFLP para GSTP1. As frequências alélicas e genotípicas foram comparadas entre pacientes e controles usando o teste de Qui-Quadrado. A respeito dos resultados das análises em DII, as frequências alélicas e genotípicas dos polimorfismos CYP1A1*2C, CYP2E1*5B e GSTP1 Ile105Val, bem como as frequências genotípicas do polimorfismo de presença/ausência de GSTM1, foram similares nos três grupos de pacientes (DII, DC e RCU) quando comparados ao grupo controle (P>0,05). Observouse uma frequência significativamente aumentada do genótipo nulo de GSTT1 no grupo de pacientes com DII quando comparado ao grupo controle [0,28 vs 0,18; χ² com Yates P=0,02; OR=1,71 (IC 95% 1,09 –2,71)]. Quando separamos o grupo de pacientes em DC ou RCU, esta frequência permaneceu significativamente aumentada somente no grupo de pacientes com RCU comparado ao grupo controle [0,29 vs 0,18; χ² com Yates P=0,035; OR=1,84 (IC 95% 1,03 –3,24)]. Com relação aos resultados das análises na ES, uma frequência significativamente aumentada do genótipo *1A/*1A (P=0,03; 0,74 vs. 0,61) e do alelo *1A (P=0,013; 0,86 vs 0,78; OR=0,57, IC 95% 0,36–0,90) do polimorfismo CYP1A1*2C foi observada entre os indivíduos controles eurodescendentes. Em contrapartida, a frequência do alelo *2C estava significativamente aumentada entre os pacientes de mesma etnia (P=0,013; 0,22 vs 0,14; OR=1,75, IC 95% 1,11–2,74). Com relação às frequências alélicas e genotípicas dos polimorfismos CYP2E1*5B e GSTP1 Ile105Val, e as frequências genotípicas do polimorfismo de presença/ausência de GSTM1, nenhuma diferença significativa foi observada quando os grupos de pacientes de ambas as etnias foram comparados aos grupos controle (P>0,05). Uma frequência significativamente aumentada do genótipo nulo de GSTT1 [0,29 vs 0,18; χ² com Yates P=0,035; OR=1,85 (IC 95% 1,03–3,29)], bem como uma alta frequência da dupla deleção de GSTT1/GSTM1 [0,19 vs 0,08; χ² com Yates P=0,007; OR=2,62 (IC 95% 1,25 –5,46)], foi observada no grupo de pacientes comparado aos controles (eurodescendentes). Estas associações não se repetiram entre indivíduos afrodescendentes. Concluindo, nossos resultados sugerem que o genótipo nulo de GSTT1 está associado à susceptibilidade a DII e pode influenciar na definição do curso da doença para a RCU. Além disso, o genótipo nulo de GSTT1 sozinho ou em combinação com o genótipo nulo de GSTM1 é um fator genético de susceptibilidade para a ES, enquanto que o genótipo *1A/*1A ou a presença do alelo *1A do polimorfismo CYP1A1*2C pode exercer um papel protetor contra o desenvolvimento da ES em indivíduos eurodescendentes. / Inflammatory bowel disease (IBD) and systemic sclerosis (SSc) are chronic inflammatory diseases of difficult diagnosis and treatment. The etiology of IBD and SSc is not completely understood but it is known that genetic, immunologic and environmental factors are involved in its pathogenesis. Crohn’s disease (CD) and ulcerative colitis (UC) are the two major subtypes of IBD, characterized by inflammation of the small intestine and/or colon. Evidences suggest that the increase of oxidative stress plays an important role in the pathophysiology of IBD. SSc is a rare autoimmune inflammatory disease of the connective tissue characterized by progressive fibrosis of the skin and internal organs. The hypothesis that the increase of oxidative stress can initiate vascular damage and triggers the pathological events in SSc has been investigated. Genes and enzymes involved in metabolism (Phase I) and detoxification (Phase II) of xenobiotics are used as markers of susceptibility to the development of diseases that have environmental factors as risk factors. In a Phase I reactions, the Cytochrome P450 (CYP) enzymes insert an oxygen atom in a substrate that making it more electrophilic and reactive, and creating a site for subsequent conjugation by Phase II enzymes. Phase II Glutathione S-transferases (GSTs) enzymes catalyze the conjugation of glutathione with a variety of electrophilic compounds, detoxifying endogenous and exogenous substances. A higher catalytic activity of CYP enzymes, as well as the failure in detoxifying of metabolites by GST enzymes may to contribute for the increase of oxidative stress. The aim of this study was investigated the role of polymorphisms in genes coding Phase I enzymes (CYP1A*2C and CYP2E1*5B) and Phase II (GSTT1 null, GSTM1 null and GSTP1 Ile105Val) in susceptibility to these diseases. IBD group was constituted by 235 patients and the control group by 241 individuals, all European-derived. In SSc group, 122 patients (99 European-derived and 23 African-derived) and 329 controls (241 European-derived and 87 African-derived) were analyzed. The CYP polymorphisms were genotyped by PCR-RFLP, whereas polymorphisms in GSTM1 and GSTT1 were genotyped by multiplex PCR and PCRRFLP for GSTP1. Allelic and genotypic frequencies were compared between patients and controls using the Chi-square test. Concerning IBD, allelic and genotypic frequencies of CYP1A1*2C, CYP2E1*5B and GSTP1 Ile105Val polymorphisms, as well as genotypic frequencies of GSTM1 presence/absence polymorphism were similar in all groups patients (IBD, CD, and UC) and controls (P>0.05). We observed a significantly increased frequency of GSTT1 null genotype in IBD group as compared to controls [0.28 vs. 0.18, χ ² with Yates P=0.02, OR=1.71 (95% CI 1.09 – 2.71)]. When patients were classified in CD or UC group, this frequency remained significantly increased only among UC patients [0.29 vs. 0.18, χ ² with Yates P=0,035, OR=1.84 (95% CI 1.03 – 3.24)] as compared to controls. Regarding results in SSc, a frequency significantly increased of *1A/*1A genotype (P=0.03; 0.74 vs. 0.61) and *1A allele (P=0.013; 0.86 vs 0.78; OR=0.57, 95% CI 0.36–0.90) from CYP1A1*2C polymorphism was observed among European-derived controls. On the other hand, the frequency of *2C allele was significantly increased among patients of same ethnic group (P=0.013; 0.22 vs 0.14; OR=1.75, 95% CI 1.11–2.74). The allelic and genotypic frequencies of CYP2E1*5B and GSTP1 Ile105Val polymorphisms, as well as genotypic frequencies of GSTM1 presence/absence polymorphism were similar between SSc patients and controls of both ethnic groups (P>0.05). We observed a significantly increased frequency of GSTT1 null genotype [0.29 vs. 0.18, χ ² with Yates P=0.035, OR=1.85 (95% CI 1.03–3.29)], as well as an increased frequency of GSTT1/GSTM1 double-null in SSc patients as compared to controls [0.19 vs. 0.08; χ ² with Yates P=0.007, OR=2.62 (95% CI 1.25 – 5.46)]. These associations were exclusive to European-derived individuals. In conclusion, our results suggest that the GSTT1 null genotype is associated with susceptibility to IBD and may influence in defining the course of the disease for RCU. Furthermore, the GSTT1 null genotype alone or combined with GSTM1 null genotype is a susceptibility genetic factor to SSc, while the *1A/*1A genotype or the presence of *1A allele from CYP1A1*2C polymorphism may plays a protector role in SSc development in Brazilian Europeanderived individuals.
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Eficácia e segurança da azatioprina no tratamento de longo prazo de pacientes com colite ulcerativa córtico-dependenteChebli, Liliana Andrade 17 October 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011-10-17 / Colite ulcerativa é uma doença inflamatória intestinal idiopática da mucosa colônica caracterizada clinicamente por episódios intermitentes de exacerbações alternados com períodos de remissão. Os corticosteroides permanecem como uma das drogas mais efetivas no tratamento das exacerbações moderadas a graves da colite ulcerativa. Entretanto, eles não são adequados para terapia de manutenção devido à falta de eficácia na prevenção de recorrências. Além disso, seu uso associa-se frequentemente com vários efeitos adversos e, aproximadamente, 25% dos pacientes que respondem aos corticosteroides serão incapazes de tolerar sua retirada sem que apresentem recorrências sintomáticas. Consequentemente, ―dependência de esteróides‖ em pacientes com colite ulcerativa é um problema de grande relevância na prática e manutenção da remissão sem esteróides é meta importante a ser alcançada. Diversas modalidades terapêuticas podem ser empregadas em pacientes com colite ulcerativa córtico-dependente (CUCD). Tradicionalmente, a escolha é entre a cirurgia ou o escalonamento do tratamento clínico, que geralmente envolve o uso de imunossupressores. O tratamento com azatioprina (AZA) tem tido amplo uso neste cenário. Entretanto, estudos no longo prazo avaliando a eficácia da AZA na CUCD são inexistentes. Os objetivos deste estudo foram avaliar em pacientes com CUCD, a eficácia da AZA no longo prazo para manutenção da remissão clínica sem esteróides, bem como a segurança desta droga neste contexto. Neste estudo de coorte prospectivo observacional, pacientes adultos com CUCD foram recrutados para tratamento com AZA durante o período de 36 meses. AZA foi ajustada para a dose alvo de 2-3 mg/Kg/dia. A redução da dose de esteróides durante o estudo seguiu um esquema previamente padronizado. A avaliação primária de eficácia foi a taxa anual de pacientes que alcançaram resposta sustentada a AZA sem esteróides. Resposta sustentada foi definida como a retirada completa dos corticosteroides e manutenção da remissão clínica sem a necessidade de se reintroduzir esteróides durante pelo menos seis meses adicionais. As principais avaliações de eficácia secundária foram: dose cumulativa anual de esteróides, número anual de recorrências da colite após introdução da AZA e efeitos adversos. Em base intenção de tratar, a proporção de pacientes permanecendo em remissão sem esteróides em 12, 24, e 36 meses foi 0.55, 0.52, e 0.45, respectivamente. Significante diminuição na taxa de recidivas clínicas assim como no requerimento para esteróides foram observados durante três anos de tratamento com AZA comparado com o ano prévio (P=0.000 para ambos). Pacientes com e sem resposta sustentada foram similares de acordo com demografia, extensão da doença, dose de AZA, uso de esteróides e 5-ASA. Apenas a duração menor da doença (<36 meses) associou-se à remissão sem esteróides (P=0.02, OR 3.12 95% IC 1.89-7.64). AZA foi bem tolerada e o perfil risco-benefício favorável. Neste estudo, AZA mostrou eficácia sustentada para manutenção da remissão clínica sem esteróides e para poupar esteróides durante três anos de terapia em pacientes com CUCD. Pacientes com colite ulcerativa de início mais recente são aqueles que mais provavelmente alcançarão remissão sustentada sem esteróides no final de 12 meses enquanto em uso de AZA. Isto parece se manter por até 36 meses. / Ulcerative colitis (UC) is a lifelong, immune-mediated inflammatory condition of the colonic mucosa, which is characterized by a relapsing and remitting course. Corticosteroids remain one of the most effective therapies for inducing remission in patients with moderate-to-severe UC. Nonetheless, corticosteroids are not used in maintenance therapy, mainly because undesirable side effects outweigh the possible benefits. Furthermore, approximately 25% of the patients is unable to support its withdrawal without relapsing, suggesting that the need to start steroid therapy in UC is associated with a dismal long-term prognosis. Thus, corticosteroid dependence in patients with UC is a pivotal clinical problem and maintenance of steroid-free remission is an important current evolving treatment goal. Patients with steroid dependent UC are usually given a choice between colectomy or stepped-up medical treatment, which traditionally involves prescription of an immunosuppressive drug. Azathioprine (AZA) therapy has found widespread use for this setting in clinical practice. However, studies assessing the efficacy of azathioprine in steroid-dependent ulcerative colitis (SD-UC) are scarce. The purpose of this trial was to explore the efficacy and safety of AZA in maintaining long-term steroid-free remission in SD-UC patients and the factors associated to sustained response. In this observational cohort study 42 subjects with SD-UC were recruited for AZA therapy during a 3-year period. AZA was adjusted for a target dose of 2-3 mg/Kg/day. Steroid therapy was tapered off following a standardized regimen. The primary endpoint was the annual rate of steroid-free response to AZA. Secondary endpoints included clinical recurrence, yearly steroid dose, and safety of treatment. On an intention-to-treat basis, the proportion of patients remaining in steroid-free remission at 12, 24, and 36 months was 0.55, 0.52, and 0.45, respectively. A significant decrease in the flare-ups rate and in requirement for steroids were observed during 3 years on AZA compared with the previous year (P=0.000 for both). Patients with and without sustained response were comparable according to demographics, extent of disease, dose of AZA, steroids and 5-ASA use. Only disease duration <36 months was associated to off-steroids remission (P=0.02, OR 3.12 95% CI 1.89-7.64). The AZA benefit-risk profile was favorable. In this open-label observational trial AZA showed sustained efficacy for maintenance of clinical remission off steroids and steroid sparing through 3 years of therapy in SD-UC. Patients with earlier UC are those who most probably will have sustained steroid-free remission at the end of 12 months while on AZA. This appears to sustain until 36 months.
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Azatioprina no tratamento de pacientes com doença de Crohn córtico-dependente: resultados no longo prazo e fatores preditivos de respostaPinto, André Luis Tavares 30 March 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-03-30 / A doença de Crohn é uma afecção intestinal inflamatória crônica, multissistêmica e de caráter recorrente. Sua etiopatogênese permanece ainda desconhecida, mas considera-se haver um cenário fisiopatológico caracterizado, principalmente, pela inibição da imunidade inata com exacerbação da imunidade adaptativa, com atividade inflamatória mucosa intensificada. Por isso, os corticosteróides constituem a base fundamental do tratamento farmacológico na indução da remissão clínica na doença, graças às suas potentes ações como supressores do processo inflamatório. Entretanto, os proibitivos efeitos colaterais da corticoterapia prolongada associados à alta freqüência da cortico-dependencia na doença estimulou a busca de alternativas terapêuticas para manutenção da remissão no longo prazo. Nesse contexto, os imunossupressores, particularmente, os análogos da purina, azatioprina (AZA) ou 6mercaptopurina ocupam um papel central no tratamento de manutenção na doença, com efeitos “poupadores de esteróides”. A utilização desses agentes para manter a remissão clínica na doença é apoiada por evidências de estudos clínicos controlados e randomizados. No entanto, a maioria desses estudos não avaliou especificamente os doentes corticodependentes, não sendo claramente conhecida a ação dos análogos da purina nesse grupo de pacientes. Portanto, os objetivos do nosso estudo foram verificar a eficácia no longo prazo, da AZA em uma população exclusivamente portadora de doença de Crohn dependente de esteróides, assim como identificar os possíveis fatores preditivos associados à resposta clínica sustentada. Além disso foi verificada também a segurança dessa terapia, através da análise da incidência de eventos adversos. Para tanto, um total de 106 indivíduos adultos com doença de Crohn cortico-dependente foram prospectivamente incluídos para tratamento com AZA (2-3 mg/Kg/dia), durante o período de acompanhamento de até 10 anos. A proporção de doentes em remissão sustentada livre de esteróides ao final de 12, 24, 36, 48 e 60 meses foi de 0.61, 0.73, 0.72, 0,70 e 0.70 respectivamente. Depois disso, essa taxa anual foi sendo gradualmente reduzida, alcançando um nadir aos 108 meses de acompanhamento. O tempo médio de retirada completa dos esteróides foi de seis meses. Características demográficas, aquelas relacionadas à doença e a dose de AZA não se correlacionaram com remissão sustentada. Apenas a reduzida contagem leucocitária média durante o acompanhamento foi associada com a remissão livre de corticóides (P=0.01). Efeitos adversos graves relacionados à terapia com AZA foram incomuns. / The Crohn´s disease is a chronic, inflammatory, multisystem bowel disorder with a relapsing course. Her etiology remains unknown but probably there´s a scenario characterized by inibition of innate immunity and exacerbation of the adaptative immunity with exacerbated mucosal inflammatory activity. Then, the corticosteroids have been the mainstay of pharmacologic treatment for inducing clinical remission in the disease. However, the prohibitive side effects of prolonged corticosteroid therapy associated with high frequency of the corticosteroid- dependency in the disease taken to alternative treatments for long- term maintenance of clinical remission. The immunomodulators, especially, the purine analogs, azathioprine(AZA) or 6- mercaptopurine are the major option for this indication, with corticosteroid- sparing proprieties. The use of these agents is supported by randomized, controlled clinical studies. However, these trials have not evaluated the specific issue of the steroid dependence. Thus, our objectives in this study were to asses the efficacy and safety of AZA therapy in patients strictly with steroid-dependent Crohn`s disease and possibly, factors associated with sustained clinical remission. Therefore, 106 adults patients with steroiddependent Crohn`s disease were prospectively included for treatment with AZA (23mg/Kg/day) during the period of follow up as long as 10 years. The proportion of patients remaining in sustained steroid-free remission at 12, 24, 36, 48 and 60 months was 0.61, 0.73, 0.72, 0.70 and 0.70, respectively. Thereafter, the annual rate of weaning from steroids decreased gradually, reaching a nadir of 0.41 at 108 months. Median time to complete steroid withdrawal was 6 months. Demographics, disease-related data and the AZA dose did not correlate with sustained remission. Only the reduced mean leukocyte count during the follow up was associated with remission free steroids (P= 0.01). Serious adverse effects related to AZA therapy were uncommon.
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Azatioprina no tratamento de pacientes com colite ulcerativa córtico-dependente: resultados e fatores preditivos de respostaChebli, Liliana Andrade 06 August 2009 (has links)
Submitted by Renata Lopes (renatasil82@gmail.com) on 2017-06-14T14:16:56Z
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Previous issue date: 2009-08-06 / CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Colite ulcerativa é uma condição inflamatória imuno-mediada da mucosa colônica, caracterizada por curso intermitente e recorrente. Corticosteróides permanecem como uma das terapias mais efetivas para induzir remissão em pacientes com colite ulcerativa moderada a severa. Todavia, corticosteróides não são usados como terapia de manutenção, principalmente porque os efeitos colaterais indesejáveis superam seus possíveis benefícios. Além disso, em um ano, menos da metade dos pacientes com colite ulcerativa que requerem corticosteróides terão resposta sustentada, aproximadamente um terço dos pacientes necessitarão de colectomia e um quarto não tolerarão a retirada do mesmo sem que apresentem recidiva da doença. Assim, dependência de corticóides em paciente com colite ulcerativa é problema clínico fundamental e manutenção da remissão sem esteróides é uma importante meta terapêutica no presente. Em pacientes com colite ulcerativa córtico-dependente, usualmente é colocado a escolha entre colectomia ou escalonamento do tratamento clínico, o qual tradicionalmente envolve a prescrição de droga imunossupressora. A terapia com tiopurinas tem tido amplo uso neste cenário na prática clínica. Entretanto, estudos avaliando a eficácia da azatioprina (AZA) na colite ulcertiva córtico-dependente são escassos. Os objetivos deste estudo foram avaliar em pacientes com colite ulcerativa dependente de esteróides, a eficácia da AZA na manutenção da remissão clínica sem esteróides, bem como os possíveis fatores associados à resposta sustentada a esta droga. Neste estudo de coorte observacional, pacientes adultos com colite ulcerativa dependente de esteróides foram recrutados para tratamento com AZA durante o período de 12 meses. AZA foi ajustada para a dose alvo de 2-3 mg/Kg/dia. A redução da dose de esteróides durante o estudo seguiu um esquema previamente padronizado. A avaliação primária de eficácia foi a taxa anual de pacientes que alcançaram resposta sustentada a AZA sem esteróides. Avaliações secundárias incluíram o número anual de recorrências clínicas, dose mediana de esteróides utilizadas durante o ano e segurança do tratamento. O total de 42 pacientes foi incluído. Na análise intenção de tratar, a proporção de pacientes permanecendo em remissão sustentada sem esteróides no final de 12 meses foi de 0,55. Observou-se significante redução na taxa de recorrências clínicas, assim como no requerimento de esteróides durante 12 meses de tratamento com AZA quando comparado com o ano anterior ao uso desta droga. (P=0,000 para ambas as comparações). Apenas a duração da doença < 36 meses antes do início da AZA foi associada à remissão clínica sem esteróides (P=0,02, OR 3,12 95% IC 1,89-7,64). AZA foi bem tolerada e o seu perfil risco-beneficio favorável. AZA mostrou eficácia sustentada para a manutenção da remissão clínica sem esteróides, bem como efeito poupador de esteróides durante 12 meses de terapia em pacientes com colite ulcerativa dependente de esteróides. Os pacientes com colite ulcerativa de início mais precoce são aqueles que mais provavelmente alcançarão remissão sustentada sem esteróides durante o uso de AZA. / Ulcerative colitis (UC) is a lifelong, immune-mediated inflammatory condition of the colonic mucosa, which is characterized by a relapsing and remitting course. Corticosteroids remain one of the most effective therapies for inducing remission in patients with moderate-to-severe UC. Nonetheless, corticosteroids are not used in maintenance therapy, mainly because undesirable side effects outweigh the possible benefits. Furthermore, at one year, less than half of UC patients who require steroids have a sustained response, nearly one-third of patients require colectomy, and approximately a quarter is unable to support its withdrawal without relapsing. Thus, corticosteroid dependence in patients with UC is a pivotal clinical problem and maintenance of steroid-free remission is an important current evolving treatment goal. Patients with steroid dependent UC are usually given a choice between colectomy or stepped-up medical treatment, which traditionally involves prescription of an immunosuppressive drug. Thiopurine therapy has found widespread use for this setting in clinical practice. However, studies assessing the efficacy of azathioprine (AZA) in steroid-dependent ulcerative colitis (UC) are scarce. The purpose of this trial was to explore the efficacy of AZA in maintaining steroid-free remission in steroid-dependent UC patients as well as the factors associated to sustained response. In this observational cohort study adult subjects with steroid-dependent UC were recruited for AZA therapy during a 12 months period. AZA was adjusted for a target dose of 2-3 mg/Kg/day. Steroid therapy was tapered off following a standardized regimen. The primary endpoint was the rate of patients with sustained steroid-free response to AZA at the end of 12 months. Secondary endpoints included clinical recurrence, yearly steroid dose, and safety of treatment. A total of 42 patients were included. On an intention-to-treat basis, the proportion of patients remaining in sustained steroid-free remission at 12 months was 0.55. A significant decrease in the flare-ups rate as well as in requirement for steroids were observed during 12 months while on AZA compared with the previous year (P=0.000). Only disease duration of <36 months before the initiation of AZA was associated to off-steroids remission (P=0.02, OR 3.12 (95% CI 1.89-7.64)). AZA was well tolerated and its benefit-risk profile favorable. AZA showed sustained efficacy for maintenance of clinical remission off steroids and steroid sparing through 12 months of therapy in patients with steroid dependent UC. Patients with earlier UC are those who most probably will have sustained steroid-free remission while on AZA.
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Análise de polimorfismos dos genes de enzimas de metabolização de detoxificação em doenças inflamatórias crônicasRech, Tássia Flores January 2013 (has links)
A doença inflamatória intestinal (DII) e a esclerose sistêmica (ES) são doenças inflamatórias crônicas de difícil diagnóstico e tratamento. A etiologia da DII e da ES ainda não é completamente compreendida, mas sabe-se que fatores genéticos, imunológicos e ambientais estão envolvidos na sua patogênese. A DII possui dois principais subtipos clínicos: a doença de Crohn (DC) e a retocolite ulcerativa (RCU), caracterizados pela inflamação do intestino delgado e/ou cólon. Evidências sugerem que o aumento do estresse oxidativo desempenha um papel importante na fisiopatologia da DII. A ES é uma doença inflamatória autoimune rara, caracterizada pela fibrose progressiva da pele e de órgãos internos. A hipótese de que o aumento do dano oxidativo pode iniciar o dano vascular e desencadear os eventos patológicos observados na ES vem sendo investigada. Genes e enzimas envolvidos na metabolização (Fase I) e detoxificação (Fase II) de xenobióticos são utilizados como marcadores de susceptibilidade para o desenvolvimento de doenças que possuem fatores ambientais como fatores de risco. Em uma reação de Fase I, as enzimas do Citocromo P450 (CYP) inserem um átomo de oxigênio em um substrato deixando-o eletrofílico e reativo, criando um sítio para posterior conjugação pelas enzimas de Fase II. As enzimas Glutationa S-tranferases (GST) de Fase II catalisam a conjugação da glutationa com uma grande variedade de compostos eletrofílicos, detoxificando substâncias endógenas e exógenas. A atividade catalítica aumentada das enzimas CYP, bem como a falha na detoxificação de metabólitos pelas GST pode contribuir para o aumento do estresse oxidativo. O objetivo deste estudo foi investigar o papel de polimorfismos nos genes que codificam enzimas de metabolização (CYP1A*2C e CYP2E1*5B) e detoxificação (GSTT1 nulo, GSTM1 nulo e GSTP1 Ile105Val) na susceptibilidade a estas doenças. O grupo de pacientes com DII era constituído por 235 indivíduos e o grupo controle por 241 indivíduos, todos eurodescendentes. Na ES, 122 pacientes (99 eurodescendentes e 23 afrodescendentes) e 329 controles (241 eurodescendentes e 87 afrodescendentes) foram analisados. Os polimorfismos CYP foram genotipados por PCR-RFLP, enquanto que os polimorfismos em GSTT1 e GSTM1 foram genotipados por PCR multiplex e PCR-RFLP para GSTP1. As frequências alélicas e genotípicas foram comparadas entre pacientes e controles usando o teste de Qui-Quadrado. A respeito dos resultados das análises em DII, as frequências alélicas e genotípicas dos polimorfismos CYP1A1*2C, CYP2E1*5B e GSTP1 Ile105Val, bem como as frequências genotípicas do polimorfismo de presença/ausência de GSTM1, foram similares nos três grupos de pacientes (DII, DC e RCU) quando comparados ao grupo controle (P>0,05). Observouse uma frequência significativamente aumentada do genótipo nulo de GSTT1 no grupo de pacientes com DII quando comparado ao grupo controle [0,28 vs 0,18; χ² com Yates P=0,02; OR=1,71 (IC 95% 1,09 –2,71)]. Quando separamos o grupo de pacientes em DC ou RCU, esta frequência permaneceu significativamente aumentada somente no grupo de pacientes com RCU comparado ao grupo controle [0,29 vs 0,18; χ² com Yates P=0,035; OR=1,84 (IC 95% 1,03 –3,24)]. Com relação aos resultados das análises na ES, uma frequência significativamente aumentada do genótipo *1A/*1A (P=0,03; 0,74 vs. 0,61) e do alelo *1A (P=0,013; 0,86 vs 0,78; OR=0,57, IC 95% 0,36–0,90) do polimorfismo CYP1A1*2C foi observada entre os indivíduos controles eurodescendentes. Em contrapartida, a frequência do alelo *2C estava significativamente aumentada entre os pacientes de mesma etnia (P=0,013; 0,22 vs 0,14; OR=1,75, IC 95% 1,11–2,74). Com relação às frequências alélicas e genotípicas dos polimorfismos CYP2E1*5B e GSTP1 Ile105Val, e as frequências genotípicas do polimorfismo de presença/ausência de GSTM1, nenhuma diferença significativa foi observada quando os grupos de pacientes de ambas as etnias foram comparados aos grupos controle (P>0,05). Uma frequência significativamente aumentada do genótipo nulo de GSTT1 [0,29 vs 0,18; χ² com Yates P=0,035; OR=1,85 (IC 95% 1,03–3,29)], bem como uma alta frequência da dupla deleção de GSTT1/GSTM1 [0,19 vs 0,08; χ² com Yates P=0,007; OR=2,62 (IC 95% 1,25 –5,46)], foi observada no grupo de pacientes comparado aos controles (eurodescendentes). Estas associações não se repetiram entre indivíduos afrodescendentes. Concluindo, nossos resultados sugerem que o genótipo nulo de GSTT1 está associado à susceptibilidade a DII e pode influenciar na definição do curso da doença para a RCU. Além disso, o genótipo nulo de GSTT1 sozinho ou em combinação com o genótipo nulo de GSTM1 é um fator genético de susceptibilidade para a ES, enquanto que o genótipo *1A/*1A ou a presença do alelo *1A do polimorfismo CYP1A1*2C pode exercer um papel protetor contra o desenvolvimento da ES em indivíduos eurodescendentes. / Inflammatory bowel disease (IBD) and systemic sclerosis (SSc) are chronic inflammatory diseases of difficult diagnosis and treatment. The etiology of IBD and SSc is not completely understood but it is known that genetic, immunologic and environmental factors are involved in its pathogenesis. Crohn’s disease (CD) and ulcerative colitis (UC) are the two major subtypes of IBD, characterized by inflammation of the small intestine and/or colon. Evidences suggest that the increase of oxidative stress plays an important role in the pathophysiology of IBD. SSc is a rare autoimmune inflammatory disease of the connective tissue characterized by progressive fibrosis of the skin and internal organs. The hypothesis that the increase of oxidative stress can initiate vascular damage and triggers the pathological events in SSc has been investigated. Genes and enzymes involved in metabolism (Phase I) and detoxification (Phase II) of xenobiotics are used as markers of susceptibility to the development of diseases that have environmental factors as risk factors. In a Phase I reactions, the Cytochrome P450 (CYP) enzymes insert an oxygen atom in a substrate that making it more electrophilic and reactive, and creating a site for subsequent conjugation by Phase II enzymes. Phase II Glutathione S-transferases (GSTs) enzymes catalyze the conjugation of glutathione with a variety of electrophilic compounds, detoxifying endogenous and exogenous substances. A higher catalytic activity of CYP enzymes, as well as the failure in detoxifying of metabolites by GST enzymes may to contribute for the increase of oxidative stress. The aim of this study was investigated the role of polymorphisms in genes coding Phase I enzymes (CYP1A*2C and CYP2E1*5B) and Phase II (GSTT1 null, GSTM1 null and GSTP1 Ile105Val) in susceptibility to these diseases. IBD group was constituted by 235 patients and the control group by 241 individuals, all European-derived. In SSc group, 122 patients (99 European-derived and 23 African-derived) and 329 controls (241 European-derived and 87 African-derived) were analyzed. The CYP polymorphisms were genotyped by PCR-RFLP, whereas polymorphisms in GSTM1 and GSTT1 were genotyped by multiplex PCR and PCRRFLP for GSTP1. Allelic and genotypic frequencies were compared between patients and controls using the Chi-square test. Concerning IBD, allelic and genotypic frequencies of CYP1A1*2C, CYP2E1*5B and GSTP1 Ile105Val polymorphisms, as well as genotypic frequencies of GSTM1 presence/absence polymorphism were similar in all groups patients (IBD, CD, and UC) and controls (P>0.05). We observed a significantly increased frequency of GSTT1 null genotype in IBD group as compared to controls [0.28 vs. 0.18, χ ² with Yates P=0.02, OR=1.71 (95% CI 1.09 – 2.71)]. When patients were classified in CD or UC group, this frequency remained significantly increased only among UC patients [0.29 vs. 0.18, χ ² with Yates P=0,035, OR=1.84 (95% CI 1.03 – 3.24)] as compared to controls. Regarding results in SSc, a frequency significantly increased of *1A/*1A genotype (P=0.03; 0.74 vs. 0.61) and *1A allele (P=0.013; 0.86 vs 0.78; OR=0.57, 95% CI 0.36–0.90) from CYP1A1*2C polymorphism was observed among European-derived controls. On the other hand, the frequency of *2C allele was significantly increased among patients of same ethnic group (P=0.013; 0.22 vs 0.14; OR=1.75, 95% CI 1.11–2.74). The allelic and genotypic frequencies of CYP2E1*5B and GSTP1 Ile105Val polymorphisms, as well as genotypic frequencies of GSTM1 presence/absence polymorphism were similar between SSc patients and controls of both ethnic groups (P>0.05). We observed a significantly increased frequency of GSTT1 null genotype [0.29 vs. 0.18, χ ² with Yates P=0.035, OR=1.85 (95% CI 1.03–3.29)], as well as an increased frequency of GSTT1/GSTM1 double-null in SSc patients as compared to controls [0.19 vs. 0.08; χ ² with Yates P=0.007, OR=2.62 (95% CI 1.25 – 5.46)]. These associations were exclusive to European-derived individuals. In conclusion, our results suggest that the GSTT1 null genotype is associated with susceptibility to IBD and may influence in defining the course of the disease for RCU. Furthermore, the GSTT1 null genotype alone or combined with GSTM1 null genotype is a susceptibility genetic factor to SSc, while the *1A/*1A genotype or the presence of *1A allele from CYP1A1*2C polymorphism may plays a protector role in SSc development in Brazilian Europeanderived individuals.
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Potencial terapêutico da saliva de Aedes aegypti na inflamação intestinal experimental / Therapeutic activity of Aedes aegypti saliva in experimental colitisHelioswilton Sales de Campos 17 December 2015 (has links)
As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) são caracterizadas por resposta inflamatória exacerbada na mucosa intestinal, com desbalanço entre mecanismos pró-inflamatórios e reguladores. Entretanto, até o momento, nenhuma terapia é curativa e vários pacientes são refratários ou intolerantes a elas, necessitando de intervenções cirúrgicas para combater as complicações da doença. Sendo assim, é evidente que novas terapias são necessárias para o controle da progressão das DII. Dessa forma, como a saliva de insetos hematófagos constitui uma fonte importante de moléculas com potencial farmacológico, o objetivo desse trabalho foi avaliar a atividade terapêutica do extrato de glândula salivar (EGS) do Aedes aegypti e suas frações na colite experimental. Para tal, camundongos C57BL/6 foram submetidos à indução de colite pela administração de água contendo 3% de dextran sulfato de sódio (DSS). Os resultados demonstraram melhora na condição clínica e no escore pós-morte dos camundongos tratados com o EGS i.v. ou i.p. Essa melhora foi acompanhada de redução de leucócitos no sangue periférico, principalmente quando os animais foram tratados i.v. Além disso, redução do infiltrado inflamatório e das citocinas patogênicas IL-12, IFN-?, TNF-?, IL- 1? e IL-5, no intestino, foi também associada ao tratamento. Ademais, houve diminuição da frequência de linfócitos TCD4+ produtores de IFN-?, IL-17 e IL-4 no baço e nos linfonodos mesentéricos (LNM) dos animais tratados com EGS. Ainda, uma menor frequência de células CD11b+ no baço e CD49b+ nos LNM também foi detectada nos animais com inflamação intestinal tratados com o EGS. De forma interessante, quando expostos por dois ciclos ao DSS, o tratamento precoce com EGS (1o ciclo) protegeu os camundongos do desenvolvimento da colite após nova indução da inflamação intestinal (2o ciclo), sugerindo que a saliva do A. aegypti possui componentes com capacidade de retardar o aparecimento e a gravidade da recidiva da doença. A melhora na condição clínica associada ao tratamento com EGS parece também estar associada à modulação de populações bacterianas no intestino com características supostamente colitogênicas (Pseudomonas monteilii) e protetoras (Ruminococus champanelensis e Turicibacter sanguinis). De fato, o transplante de microbiota de camundongos tratados com EGS para animais que sofreram indução da colite levou à aparente melhora do escore pós-morte e à redução de leucócitos circulantes. Além disso, o transplante diminuiu a expressão de RNAm das citocinas inflamatórias IFN-? e IL-1?, indicando que alterações na microbiota intestinal podem ser um dos mecanismos pelos quais o EGS modula a colite experimental. Finalmente, experimentos utilizando a cromatografia líquida de alta performance (HPLC) sugerem que uma fração (F3) do extrato bruto da saliva, pode ser a responsável pela melhora observada nos sinais clínicos da doença. De forma geral, o EGS e seus componentes parecem representar uma fonte importante de moléculas imunomoduladoras com potencial terapêutico no tratamento da inflamação intestinal induzida experimentalmente / Inflammatory Bowel Disease (IBD) is an inflammatory disorder characterized by an imbalance between inflammatory and regulatory immune responses at the gut mucosa. However, current therapies are not totally effective and a plenty of patients require repeated surgeries to control disease complications. So, it is clear that novel therapies are still needed to control IBD progression. Thereby, since saliva from bloodsucking arthropods is a rich source of pharmacologically bioactive molecules, the aim of this study was to evaluate the therapeutic activity of Aedes aegypti total (SGE) and fractionated saliva in the treatment of experimental colitis. For this purpose, C57BL/6 male mice were exposed to 3% dextran sulfate sodium (DSS) in drinking water. The results showed an improvement in clinical disease outcome and postmortem scores after SGE treatment, regardless the route of administration used (i.p. or i.v.). This amelioration was accompanied by the systemic reduction in peripheral blood lymphocytes, especially when the i.v route was used. Furthermore, a reduction in the inflammatory area together with a local diminishment of IFN- ?, TNF-?, IL-1? and IL-5 cytokines were observed in the colon of SGE-treated mice. Similarly, a reduction of the frequency of TCD4+ lymphocytes producing IFN-?, IL-17 and IL-4 was observed in spleen and mesenteric lymph nodes (MLN) of SGE-treated mice. A lower frequency of CD11b+ cells in spleen and CD49b+ in MLN was also observed after SGE treatment. Interestingly, early treatment with SGE led to mice protection from a late DSS rechallenging, indicating that the mosquito saliva may present components able to prevent disease relapse. Clinical improvement due to SGE therapy seems to be also related to the modulation of intestinal bacterial population with different characteristics. Thus, SGE-therapy managed to a diminishment of colitogenic (Pseudomonas monteilii) and improvement of protective (Ruminococus champanelensis e Turicibacter sanguinis) bacteria. In fact, microbiota transplantation from SGE-tretaed mice to mice exposed to DSS-colitis improved postmortem scores and induced systemic diminishment in peripheral blood lymphocytes. Additionally, a reduced mRNA levels for the inflammatory cytokines IFN-? and IL-1?, was observed in transplanted mice, pointing to the effects of SGE-therapy in the modulation of gut microbes as one of the mechanisms related to the improvement of disease outcome. Finally, high performance liquid chromatography (HPLC) experiments suggested a major SGE pool fraction (F3) able to ameliorate disease signs. In conclusion, SGE and its components might represent a source of important immunomodulatory molecules with promising therapeutic activity for experimentally induced intestinal inflammation.
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Avaliação endoscópica de cães portadores de doença inflamatória intestinal crônica: correlação com índices clínicos, laboratoriais e histopatológicos / Endoscopic evaluation of dogs with inflammatory bowel disease: correlation with clinical, laboratory and histopathological scoresBarros, Leda Marques de Oliveira 30 November 2012 (has links)
O objetivo do presente trabalho foi diagnosticar a doença inflamatória intestinal crônica em cães acometidos por sinais gastrointestinais bem como avaliar a contribuição de diferentes parâmetros utilizados no diagnóstico desta afecção. Para tanto, 20 cães apresentando sinais compatíveis com a doença foram incluídos no estudo (grupo afetado) e comparados com 20 animais saudáveis (grupo controle). Foram atribuídos escores clínicos e realizadas avaliações endoscópicas e histopatológicas dos animais do grupo afetado. Amostras de sangue e fezes de ambos os grupos foram coletadas, armazenadas a -80°C e, posteriormente, utilizadas para a mensuração de TNF-alpha, proteína C-reativa, calprotectina, proteína S100A12, Folato e Cobalamina. A mediana dos valores de albumina sérica foi 3,17 e apenas um animal apresentou hipoalbuminemia. Todas as avaliações endoscópicas mostraram algum grau de alteração nos parâmetros avaliados, sendo que o edema e a hiperemia foram os mais observados. Quanto à avaliação histopatológica, processos do tipo linfocítico plasmocítico foram os mais diagnosticados, presentes em 12 dos 17 acometimentos gástricos, nove dos 15 acometimentos duodenais e nove de 11 acometimentos colônicos. Quando se analisam os escores atribuídos aos parâmetros gástricos, 67,3% das avaliações foram consideradas normais, enquanto que 27,4% foram considerados com alterações leves. Para os fragmentos duodenais, 55,3% das avaliações demonstraram tecidos normais enquanto que 36,0% foram considerados com alterações leves. No que se refere ao cólon, apenas 38,6% dos parâmetros avaliados foram normais enquanto que 45,4% receberam avaliações de alterações leves. As medianas dos escores atribuídos para estômago, duodeno e cólon foram, respectivamente, 3; 3 e 6. A comparação entre valores de proteína C-reativa entre grupo afetado e controle apresentou diferença estatisticamente significante. Esta diferença também foi significante quando se comparou o grupo controle aos subgrupos afetado I e afetado II. Embora valores séricos de calprotectina não foram estatisticamente significantes, a mensuração fecal desta proteína foi mostrou diferença significante entre os grupos. Em relação mensuração sanguínea da proteína S100A12, os valores de medianas de ambos os grupos foram próximos (195,90 µg/L e 195,55 µg/L para grupos afetado e controle, respectivamente) e a comparação entre estes valores não foi estatisticamente significante. Esta diferença também não foi significante na comparação dos valores fecais. Mensurações de folato e cobalamina não se mostraram estatisticamente significante na comparação entre animais afetados e sadios. Observaram-se correlações entre valores de proteína C-reativa e escore clínico, proteína C reativa e escore histopatológico do cólon, albumina e calprotectina fecal, albumina e S100A12 fecal, valores séricos de S100A12 e calprotectina, valores fecais de S100A12 e calprotectina. / The purpose of this study was to diagnose inflammatory bowel disease in dogs with gastrointestinal signs as well as to evaluate the contribution of different parameters used in the diagnosis of this disease. Twenty dogs with compatible signs of the disease were included in the study (affected group) and compared with 20 healthy animals (control group). Clinical scores were assigned and endoscopic and histopathological analysis were performed in affected animals. Samples of blood and feces were collected from both groups, stored at -80°C and then used to measure TNF-alpha, C-reactive protein, calprotectin, S100A12 protein, folate and cobalamin. Seric albumin median level was 3.17g/dL and only one animal had hypoalbuminemia. All endoscopic evaluations showed some degree of change in the assessed parameters, and hyperemia and edema were the most frequently ones observed. In the histopathological evaluation, lymphocytic plasmocytic process was the most frequently diagnosed (12 out 17 gastric conditions, nine out 15 duodenal conditions and nine out 11 colonic conditions). When analyzing the scores assigned to the gastric parameters, 67.3% of the evaluations were considered normal, while 27.4% presented slight alterations. For duodenal fragments, 55.3% of the evaluations showed normal tissue, while 36.0% were considered slightly altered. Regarding the colon, only 38.6% of these parameters were normal, whereas 45.4% of the evaluations presented slight changes. The median of the scores assigned to the stomach, duodenum and colon were 3, 3 and 6, respectively. The comparison of the Creactive protein values between affected and control groups showed statistical difference. This difference was also significant when comparing the control group to affected I and affected II subgroups. Although seric values of calprotectin werent statistically significant, fecal data statistically differed between the groups. Regarding seric protein S100A12 measurement, the median values of both groups were similar (195.90 mg/L and 195.55 mg/L for the affected and control groups, respectively) and the difference between these values was not statistically significant. The comparison between fecal S100A12 protein values didnt showed a significant difference. Folate and cobalamin measurements showed no statistical difference when comparing healthy and affected animals. A direct positive correlation was found between C-reactive protein and clinical score. C-reactive protein and histopathological score of colon, albumin and fecal calprotectin, albumin and fecal protein S100A12, seric protein S100A12 and seric calprotetin and fecal protein S100A12 and fecal calprotectin were correlated.
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Contribuição da atenção farmacêutica ao tratamento de pacientes com doenças inflamatórias intestinais / The contribution of pharmaceutical care to the treatment of patients with inflammatory bowel diseases.Dewulf, Nathalie de Lourdes Souza 21 July 2010 (has links)
As doenças inflamatórias intestinais (DII) - doença de Crohn e retocolite ulcerativa, são condições crônicas que, na maioria dos casos, exigem controle com terapia medicamentosa. A atenção farmacêutica (AF), definida como a provisão responsável do tratamento farmacológico, com o propósito de alcançar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida do paciente, constitui nova forma de cuidado ao paciente, que necessita ser mais extensivamente avaliada. Este estudo teve o objetivo de avaliar a contribuição da atenção farmacêutica ao tratamento clínico de pacientes com DII em acompanhamento ambulatorial em hospital terciário. Ao longo de um ano, foi avaliado um grupo que recebeu a atenção farmacêutica (GAF; N=18) e um grupo controle (GC; N=17) não submetido aos procedimentos da AF. Os resultados da contribuição da AF foram avaliados pela comparação de diferentes variáveis entre os grupos, que foram obtidas na primeira entrevista - T(0), aos seis - T(6) e 12 - T(12) meses do estudo. Quanto aos aspectos clínicos, houve redução significativa dos índices de atividade clínica de T(6) para T(12) no GAF (mediana; variação: 2,20; 0,99 3,77 versus 1,90; 0,99 3,77; p=0,02), o que não ocorreu no GC (1,69; 0,99 3,77 versus 1,69; 0,99 3,48). No GAF, houve aumento significativo do percentual de pacientes mais aderentes ao tratamento medicamentoso (27,8% versus 72,2%; p<0,05), quando da avaliação por meio do teste de Morisky, mas não foram observadas diferenças (72,2% versus 88,9%) na adesão avaliada pelo cotejo entre medicamentos utilizados e prescrições registradas. Em ambas as formas de avaliação da adesão, tanto pelo teste de Morisky (41,2% versus 41,2%), quanto pelo confronto das medicações utilizadas e prescrições registradas (88,2% versus 82,4%), não foram observadas alterações no GC. Houve aumento significativo dos índices de conhecimento do paciente sobre o tratamento no GAF entre T(0) e T(12) (mediana; variação: 80%; 40% 100% versus 100%; 100% 100%; p0,0001), o que não ocorreu no GC (80%; 0 100% versus 80%; 60% 100%). No que se refere à qualidade de vida, avaliada pelo instrumento SF36, houve diferenças estatisticamente significativas nos dois grupos apenas no domínio de saúde mental. No GAF, houve elevação dos escores deste domínio entre T(0) e T(12) (54,0 versus 66,0; p=0,04), o que, também ocorreu no GC (60,0 versus 68,0; p=0,01). Porém, no GAF, esta mudança ocorreu mais precocemente, de T(0) para T(6) (54,0 versus 66,0; p<0,01). A AF possibilitou a identificação, em média, de 3,8 problemas relacionados ao medicamento por paciente, que em sua maioria foram resolvidos, com intervenções predominantemente focadas em orientações aos pacientes. Os pacientes do GAF, ao término do estudo, apresentaram alto grau de satisfação com a AF. Os resultados obtidos permitem concluir que a introdução de um programa de atenção farmacêutica a pacientes ambulatoriais com DII seguidos em hospital terciário trouxe contribuição positiva, proporcionando benefícios mensuráveis aos pacientes. / Inflammatory bowel diseases (IBD) Crohns disease and ulcerative colitis are chronic conditions which are usually controlled with drug therapy. Pharmaceutical care (PC), defined as the responsible provision of drug therapy for the purpose of achieving definite outcomes that improve patients quality of life, is a new patient care modality, which needs to be more extensively evaluated. This study aimed at assessing the contribution of pharmaceutical care to the clinical treatment of outpatients with IBD assisted at a reference hospital. During one year, a group receiving pharmaceutical care (PCG; N=18) and a control group (CG; N=17), which did not undergo PC procedures, were evaluated. Results of PC contribution were assessed by comparing the two groups regarding different variables obtained in the first interview at - T(0), at six - T(6) and 12 - T(12) months of study. Regarding the clinical aspects, there was a significant decrease of clinical activity indexes from T(6) to T(12) in the PCG (median; range: 2.20; 0.99 3.77 versus 1.90; 0.99 3.77; p=0.22), but not in the CG (1.69; 0.99 3.77 versus 1.69; 0.99 3.48). In the PCG, there was a significant increase in the percentage of patients who were more compliant to drug treatment (27.8 % versus 72.2 %; p<0.05) as assessed using the Morisky scale; however, no differences in compliance rates were observed (72.2 % versus 88.9 %) by comparing drugs taken with registered prescriptions. In the CG, no differences were observed in none of the compliance assessment methods, neither by the Morisky scale (41.2% versus 41.2%), nor by comparing drugs taken with registered prescriptions (88.2% versus 81.2%). There was a significant increase in the values of an index for patients knowledge about the treatment in the PCG between T(0) and T(12) (median; range: 80%; 40 100 versus 100%; 100 100; p0,0001), but not in the CG (80%; 0 100 versus 80%; 60 100). With respect to quality of life, assessed by the SF36 scale, there were statistically significant differences in both groups only in the mental health domain. There was an increase in scores for this domain between T(0) and T(12) in both PCG (54.0 versus 66.0; p=0,04), and CG (60.0 versus 68.0; p=0,01). However, PCG had this increasing scores earlier, between T(0) and T(12) (54.0 versus 74.0; p<0,01). PC enabled the identification of a number of drug-related problems per patient (mean = 3.8), which were mostly solved by interventions predominantly focused on patient orientation. At the end of the study, patients in the PC group showed a high degree of satisfaction with the intervention. The achieved results allow concluding that the implementation of a pharmaceutical care program to outpatients with IBD followed at a tertiary hospital gave a positive contribution, providing measurable benefits to patients.
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Participação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal na Doença Inflamatória Intestinal induzida experimentalmente / Participation of the hypothalamic-pituitary-adrenal axis in experimentally induced inflammatory bowel diseaseSouza, Patrícia Reis de 06 August 2015 (has links)
As doenças inflamatórias intestinais (DII) são causadas por desequilíbrio entre as respostas imunes efetoras e reguladoras na mucosa intestinal e podem ser moduladas pelo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) por meio de interações neuroimunoendócrinas e secreção de cortisol. Embora os glicocorticóides (GC) sejam utilizados para tratar a DII, o cortisol produzido pelas glândulas supra-renais também está envolvido na resposta ao estresse, que pode levar a doenças inflamatórias descontroladas. Portanto, o objetivo deste trabalho é avaliar a participação do eixo HPA na modulação da resposta imune de mucosa intestinal. Para tal, camundongos C57BL/6 foram submetidos à remoção das glândulas adrenais seguida por indução de colite pela administração de água contendo 3% de dextran sulfato de sódio (DSS). Os resultados demonstraram que a ausência das adrenais levou à maior suscetibilidade à doença e mortalidade precoce, fenômeno que não foi prevenido pela reposição de GC. Os animais adrenalectomizados com colite apresentaram níveis significativamente menores de LPS, concomitantemente ao aumento de IL-6 no soro quando comparados aos camundongos não adrenalectomizados. Além disso, os animais adrenalectomizados apresentaram menor celularidade na lâmina própria (LP), menos áreas de erosão e menor escore histopatológico associado ao aumento de IFN-? e FasL, no intestino, sem produção local compensatória de corticosterona. Houve aumento na atividade das enzimas mieloperoxidase (MPO), N- acetilglicosaminidase (NAG) e eosinófilo-peroxidase (EPO) no intestino dos animais expostos ao DSS quando comparados ao grupo de camundongos controles saudáveis, independentemente da presença do eixo HPA intacto e o tratamento com GC nos animais adrenalectomizados levou à redução significativa da atividade de MPO. Também foi observado na LP dos camundongos adrenalectomizados aumento significativo na frequência de células dendríticas tolerogênicas CD11b+CD11c+CD103+, T auxiliares (CD3+CD4+), T citolíticas (CD3+CD8+) e NKT (CD3+CD49b+), além de redução significativa da população de células dendríticas pró-inflamatórias CD11b+CD11c+CD103-, leucócitos CD11b+ e linfócitos intra-epiteliais, de maneira dependente de GC. A ausência do eixo HPA intacto levou à diminuição de leucócitos totais no baço quando comparados ao grupo com colite, relacionada principalmente à redução significativa na frequência de células NKT (CD3+CD49b+), as quais foram restauradas nos camundongos tratados com GC exógenos. Durante a exposição ao DSS houve aumento de células Th2 e Th1 no baço dos camundongos não adrenalectomizados, enquanto que a remoção das adrenais levou a notável redução na população de células T CD4 produtoras de IL-4, IL-10, IFN-? ou IL-17, com aumento de células Th17 e diminuição significativa de células Th1 no baço dos camundongos adrenalectomizados e tratados com GC. De forma interessante, houve menor acúmulo de células T reguladoras juntamente à redução na intensidade média de fluorescência (MFI) de FOXP3 em células T CD4+CD25+ do baço dos camundongos adrenalectomizados expostos ao DSS, de maneira geral dependente de GC. Por fim, esta diminuição de mecanismos reguladores foi acompanhada de menor índice de proliferação e aumento de IL-10 no sobrenadante de cultura de esplenócitos de camundongos com o eixo HPA não ii funcional, indicando que a ausência de GC endógenos pode alterar significativamente a homeostase do sistema imunológico. Juntos, nossos resultados demonstram que o eixo HPA é importante na modulação da resposta imunológica durante a colite induzida experimentalmente / Inflammatory bowel diseases (IBD) are caused by imbalance between regulatory and effector immune responses in the intestinal mucosa and can be modulated by the hypothalamic-pituitary-adrenal (HPA) axis via neuroimmune endocrine interactions and secretion of cortisol. Although glucocorticoids (GC) are used to treat IBD, cortisol produced by the adrenals glands is also involved in the stress response, which can lead to uncontrolled inflammatory diseases. Therefore, the aim of this study was to evaluate the HPA axis in the modulation of the immune response of intestinal mucosa. C57BL/6 mice were subjected to removal of the adrenal glands followed by induction of colitis by administration of water containing 3% dextran sulfate sodium (DSS). The results showed that the absence of adrenals led to increased susceptibility to disease and early mortality, a phenomenon that was not prevented by GC replacement. Adrenalectomized animals exposed to DSS had significantly lower levels of LPS, concomitantly to increased IL-6 in the serum when compared to non-adrenalectomized mice. In addition, adrenalectomized animals had lower cellularity in the lamina propria (LP), less erosion areas and less histopathologic score associated with increased IFN-? and FasL in the intestine, without compensatory local production of corticosterone. There was an increase in the activity of the myeloperoxidase (MPO) enzyme, N- acetilglicosaminidase (NAG) and eosinophil-peroxidase (EPO) in the intestines of DSS-exposed animals when compared to the healthy control group of mice, regardless of the presence of intact HPA axis, while treatment with GC led to significantly reduced MPO activity. It was also observed in the LP of adrenalectomized mice significant increase in the frequency of tolerogenic dendritic cells CD11b+CD11c+CD103+, helper T (CD3+ CD4+), cytolytic T (CD3+ CD8+) and NKT (CD3+ CD49b+) besides significant reduction in the population of pro-inflammatory dendritic cells CD11c+ CD11b+ CD103-, leukocyte CD11b+ and intraepithelial lymphocytes, GC-dependent manner. The absence HPA intact carried decrease in total leukocytes in spleen when compared to the group with colitis, related mainly to significant reduction in the frequency of NKT cells (CD3+CD49b+), which were restored in the GC treated mice. During exposure to DSS there was increased Th2 and Th1 cells in the spleen of non-adrenalectomized mice, while the removal of the adrenals was associated to a marked reduction in the population of CD4 T cells producing IL-4, IL-10, IFN-? or IL-17 with increased Th17 cells and significant decrease in Th1 cells in the spleen of adrenalectomized mice treated with GC. Interestingly there was less accumulation of regulatory T cells together to a reduction in mean fluorescence intensity (MFI) of FOXP3 in CD4+CD25+ T cells in the spleen of mice exposed to DSS after adrenalectomy, most dependent on GC. Finally, the decline of regulatory mechanisms was accompanied by lower rates of proliferation and increased IL-10 in the supernatant culture of splenocytes of mice with disrupted HPA axis, indicating that the absence of endogenous GC altered significantly the homeostasis of the immune system. Together, our results demonstrate that the HPA axis is important in modulating the immune response during experimentally induced colitis
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Manifestações orais da doença inflamatória intestinal: estudo clínico-patológico retrospectivo / Oral manifestations of inflammatory bowel disease: retrospective clinical-pathologic studyPincelli, Thaís Prota Hussein 12 May 2010 (has links)
O termo doença inflamatória intestinal engloba duas doenças inflamatórias crônicas, imunologicamente mediadas, envolvendo o trato gastrointestinal: a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Os sintomas intestinais são predominantes, porém, durante o curso da doença, podem ocorrer manifestações extraintestinais, incluindo o envolvimento da cavidade oral. O envolvimento oral na doença inflamatória intestinal pode se dar por diferentes tipos de lesões, sendo o tipo mais comum a afta. Lesões menos frequentes incluem, entre outras, a pioestomatite vegetante e as lesões granulomatosas da doença de Crohn. Apresentamos dez casos de doentes com manifestações orais de doença inflamatória intestinal, sendo que, em alguns desses casos, essas foram essenciais para o diagnóstico definitivo da doença, além de revisão detalhada da literatura. O envolvimento da cavidade oral pode ser prévio ou simultâneo aos sintomas gastrointestinais. Porém, na maior parte dos casos, a doença inflamatória intestinal precede o início das lesões orais em meses ou anos. Em muitos doentes, a sintomatologia intestinal pode ser mínima ou mesmo ausente, o que justifica exame minucioso do trato gastrointestinal em todos os doentes com lesões orais suspeitas, mesmo na ausência de sintomas evidentes. Geralmente, o curso clínico das lesões orais é paralelo à atividade da doença inflamatória intestinal, por isso as manifestações orais são consideradas bons marcadores cutâneos da doença / Inflammatory bowel disease comprises two chronic, tissue-destructive, clinical entities: Crohns disease and ulcerative colitis, both immunologically based. Bowel symptoms are predominant, but extra-intestinal complications may occur, including involvement of the oral cavity. Oral involvement during Inflammatory bowel disease includes several types of lesions: the most common are aphthae; uncommon lesions include, among others, pyostomatitis vegetans and granulomatous lesions of Crohns disease. Starting with a presentation of ten patients with oral manifestations, which were crucial for the final diagnosis of inflammatory bowel disease, a review on the subject is presented. Oral involvement in inflammatory bowel disease may be previous or simultaneous to the gastrointestinal symptoms. However, in the majority of cases, bowel disease precedes the onset of oral lesions by months or years. In many patients, the intestinal symptoms may be minimal and can go undetected; thus, most authors believe that the bowel must be thoroughly examined in all patients with suspected inflammatory bowel disease even in the absence of specific symptoms. Usually, the clinical course of oral lesions is parallel to the activity of inflammatory bowel disease; therefore, oral manifestations are a good cutaneous marker of inflammatory bowel disease
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