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O herói da modernidade em Dostoiévski e Graciliano RamosArteaga, Cristiane Guimarães January 2011 (has links)
Este trabalho é uma continuação de minha dissertação de mestrado, na qual analisei as possíveis relações de contato entre Crime e Castigo, de Dostoiévski, e Angústia, de Graciliano Ramos. Aqui, pretendo dar continuidade aos pontos de contato entre esses escritores, mas usando a questão da modernidade como ponto comum entre os dois autores. Levando em consideração que, apesar da distância temporal que os separa, as questões da modernidade, como fator de desenvolvimento tecnológico, ou seja, como sinônimo de modernização, e suas consequências para a sociedade estão presentes na literatura de ambos os escritores. No romance de Dostoiévski, por exemplo, teremos várias inovações: o romance dialógico ou polifônico, ao invés do tradicional monológico; a fragmentação da narrativa, “desrespeitando”, muitas vezes, o tempo cronológico; uma maior preocupação com o social; e, principalmente, como decorrência desses fatores, o surgimento de um novo tipo de herói, cujos valores - ou a ausência destes – indicam a existência de uma nova estrutura social gerada pela modernidade e pelo capitalismo. Em consequência disso, as narrativas romanescas passam a apresentar anti-heróis, que oscilam entre o bem e o mal, sem ao menos saber o que de fato é o bem e o mal. Esses “anti-heróis”, como diz Paulo Honório de São Bernardo, podem realizar atos bons que causam prejuízos, mas também atos ruins que geram lucros. Essa nova realidade desconcertante faz com que a sociedade perca seus valores éticos e morais e volte-se para “o que realmente importa”: o dinheiro. Desse modo, conforme Jameson, é compreensível que modernidade e capitalismo sejam considerados sinônimos, pois é o dinheiro que “atribui” o valor ao indivíduo e, em sua ausência, esse “valor” é invalidado na sociedade moderna. Traçamos um panorama da modernidade e das obras de Graciliano Ramos e Dostoiévski antes de partirmos para a análise das obras escolhidas: São Bernardo e Os Demônios, respectivamente. Essas obras foram escolhidas devido a seus protagonistas representarem com precisão o perfil do “anti-herói” da modernidade: cometem “maldades” contra tudo e contra todos, inclusive contra eles mesmos. O destino trágico do herói da modernidade é a impossibilidade de ser feliz e de fazer os outros felizes, numa angustiante sucessão de infelicidades. / This work is the continuation of my master's dissertation, in which I analyzed the possible relations between Dostoyevsky's Crime and Punishment and Graciliano Ramos’s Anguish. My intention, here, is to further develop the points of contact between these two writers; however, the discussion will be carried out from the point of view of modernity, a common notion between both writers. Despite the chronological distance between them, the issues of modernity as technological development – that is, technology as a synonym for modernization – and its influence on society are present in the writing of both authors. Dostoyevsky’s novels, for instance, introduce several innovations: dialogism or polyphony in the place of the traditional monologic discourse; narrative fragmentation, often “breaking” the chronological order; greater concern for social issues; and, mainly as a result of these factors, the emergence of a new type of hero whose values – or the absence of values – point to a new social structure, created by modernity and capitalism. As a consequence, the romantic narratives begin to portray anti-heroes, who oscillate between good and evil unaware of what good and evil really mean. These “anti-heroes” – in the words of Paulo Honório, protagonist of Saint Bernard – may do good deeds that cause harm, but also wrongs that generate benefits. Such new unsettling reality causes society to deviate from its ethical and moral values and turn to “what really matters”: money. Thus, according to Jameson, it is obvious that modernity and capitalism be regarded as synonyms. It is money that “assigns” value to the individual and, in modern society, this “value” is considered null when there is no money. We provide an overview of modernity and the work of Graciliano Ramos and Dostoyevsky before analyzing the selected pieces: Saint Bernard and Demons, respectively. These literary works were selected due to the fact that their protagonists are an accurate portrayal of the “anti-hero” of modernity: they are cruel and mischievous towards everything and everyone, including themselves. The tragic destiny of the modern hero is the impossibility of being happy and making others happy. He is forever trapped in an anguishing succession of mishaps. / Este trabajo es una continuación de mi disertación de maestría, en la cual analicé las posibles relaciones de contacto entre Crimen y Castigo, de Dostoievski, y Angustia, de Graciliano Ramos. Aquí, pretendo dar continuidad a los puntos de contacto entre esos escritores, pero usando la cuestión de la modernidad como punto común entre los dos autores. Llevando en consideración que, a pesar de la distancia temporal que los separa, las cuestiones de la modernidad, como factor de desarrollo tecnológico, o sea, como sinónimo de modernización, y sus consecuencias para la sociedad están presentes en la literatura de ambos escritores. En el romance de Dostoievski, por ejemplo, tendremos varias innovaciones: el romance dialógico o polifónico, en vez del tradicional monológico; la fragmentación de la narrativa, “desrespetando”, muchas veces, el tiempo cronológico; una mayor preocupación con lo social; y, principalmente, como consecuencia de esos factores, el surgimiento de un nuevo tipo de héroe, cuyos valores -o su ausencia- indican la existencia de una nueva estructura social generada por la modernidad y por el capitalismo. En consecuencia de eso, las narrativas romanescas pasan a presentar antihéroes, que oscilan entre el bien y el mal, sin al menos saber qué de hecho es el bien y el mal. Esos “antihéroes”, como lo dice Paulo Honório de São Bernardo, pueden realizar actos buenos que causan perjuicios, pero también actos malos que generan lucros. Esa nueva realidad desconcertante hace que la sociedad pierda sus valores éticos y morales y vuelque hacia “lo que realmente importa”: el dinero. De ese modo, conforme Jameson, es comprensible que modernidad y capitalismo sean considerados sinónimos, pues es el dinero que “atribuye” el valor al individuo y, en su ausencia, ese “valor” es invalidado en la sociedad moderna. Trazamos un panorama de la modernidad y de las obras de Graciliano Ramos y Dostoievski antes de que partamos al análisis de las obras escogidas: São Bernardo y Los Demonios, respectivamente. Esas obras se escogieron debido a que sus protagonistas representen con precisión el perfil del “antihéroe” de la modernidad: cometen “maldades” contra todo y contra todos, inclusive contra ellos mismos. El destino trágico del héroe de la modernidad es la imposibilidad de ser feliz y de hacer a los otros felices, en una angustiante sucesión de infelicidades.
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'You are what you read' : intertextual relations in Patrick White's The solid mandalaStefani, Monica January 2011 (has links)
Este trabalho apresenta uma análise intertextual do romance The Solid Mandala, do escritor australiano, ganhador do prêmio Nobel, Patrick White, publicado em 1966, como parte de um esforço para estimular estudos sobre sua obra no Brasil e para investigar por que sua fortuna crítica tem passado por uma fase negativa recentemente. Primeiro, mostramos brevemente sua biografia e as condições relacionadas à produção e publicação de The Solid Mandala. Em seguida, apresentamos o contexto histórico do romance. As relações de conflito e complementação envolvendo os irmãos gêmeos Waldo e Arthur Brown na narrativa são analisadas, com destaque para a relação deles com a literatura (um tema importante no romance), retratando o papel das personagens como leitores e escritores na história, apreendendo, assim, seus sentimentos, suas visões de mundo e filosofia de vida (Waldo aspira à uma carreira de escritor e Arthur de fato compõe um poema). Os estudos de Gérard Genette sobre Narratologia são utilizados para embasar a análise, particularmente na relação intertextual entre The Solid Mandala e The Brothers Karamazov, do escritor F. Dostoyevsky, que é o título que chama a atenção de Arthur. Na busca pelo todo de sua vida, Arthur incorpora vários elementos (centrados em um único ponto, suas mandalas) e consegue criar sua própria filosofia. No final vemos que Arthur transcende sua realidade ao usar a leitura do romance russo como um instrumento. Esse estudo destaca a pertinência de revisitar a obra de Patrick White (uma vez que ela prova estar em sintonia com as questões filosóficas sendo discutidas atualmente) e coloca The Solid Mandala no contexto da literatura mundial. / This work performs an intertextual analysis of the Nobel Prize winning Australian novelist Patrick White’s The Solid Mandala, published in 1966, as part of an effort to boost studies of his novels in Brazil and to investigate why his critical fortune has been undergoing a negative phase recently. First, we briefly present his biography and the conditions surrounding the writing and publication of The Solid Mandala. Later on, we present the historical context of the novel. The relations of conflict and complementation involving the twin brothers Waldo and Arthur Brown in the narrative are analysed, but we focus on their relation to literature (which is an important theme in the novel), depicting their roles as readers and writers in the story, thus, apprehending their feelings towards each other, worldviews and outlook on life (Waldo aspires to become a great writer, and Arthur actually produces a poem). Gérard Genette’s studies on Narratology are used to support our analysis, particularly in the intertextual relation between The Solid Mandala and F. Dostoyevsky’s The Brothers Karamazov, which is the title that calls Arthur’s attention. In his pursue to find the whole of his life, Arthur incorporates various elements (centred at just one point, his mandalas) and is able to create his own philosophy. At the end we see that Arthur transcends his reality by using the reading of the Russian novel as an instrument. This study enlightens the pertinence of revisiting Patrick White’s oeuvre (since it proves to be so well tuned in to the current philosophical issues being discussed), and places The Solid Mandala in the context of worldwide literature.
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O herói da modernidade em Dostoiévski e Graciliano RamosArteaga, Cristiane Guimarães January 2011 (has links)
Este trabalho é uma continuação de minha dissertação de mestrado, na qual analisei as possíveis relações de contato entre Crime e Castigo, de Dostoiévski, e Angústia, de Graciliano Ramos. Aqui, pretendo dar continuidade aos pontos de contato entre esses escritores, mas usando a questão da modernidade como ponto comum entre os dois autores. Levando em consideração que, apesar da distância temporal que os separa, as questões da modernidade, como fator de desenvolvimento tecnológico, ou seja, como sinônimo de modernização, e suas consequências para a sociedade estão presentes na literatura de ambos os escritores. No romance de Dostoiévski, por exemplo, teremos várias inovações: o romance dialógico ou polifônico, ao invés do tradicional monológico; a fragmentação da narrativa, “desrespeitando”, muitas vezes, o tempo cronológico; uma maior preocupação com o social; e, principalmente, como decorrência desses fatores, o surgimento de um novo tipo de herói, cujos valores - ou a ausência destes – indicam a existência de uma nova estrutura social gerada pela modernidade e pelo capitalismo. Em consequência disso, as narrativas romanescas passam a apresentar anti-heróis, que oscilam entre o bem e o mal, sem ao menos saber o que de fato é o bem e o mal. Esses “anti-heróis”, como diz Paulo Honório de São Bernardo, podem realizar atos bons que causam prejuízos, mas também atos ruins que geram lucros. Essa nova realidade desconcertante faz com que a sociedade perca seus valores éticos e morais e volte-se para “o que realmente importa”: o dinheiro. Desse modo, conforme Jameson, é compreensível que modernidade e capitalismo sejam considerados sinônimos, pois é o dinheiro que “atribui” o valor ao indivíduo e, em sua ausência, esse “valor” é invalidado na sociedade moderna. Traçamos um panorama da modernidade e das obras de Graciliano Ramos e Dostoiévski antes de partirmos para a análise das obras escolhidas: São Bernardo e Os Demônios, respectivamente. Essas obras foram escolhidas devido a seus protagonistas representarem com precisão o perfil do “anti-herói” da modernidade: cometem “maldades” contra tudo e contra todos, inclusive contra eles mesmos. O destino trágico do herói da modernidade é a impossibilidade de ser feliz e de fazer os outros felizes, numa angustiante sucessão de infelicidades. / This work is the continuation of my master's dissertation, in which I analyzed the possible relations between Dostoyevsky's Crime and Punishment and Graciliano Ramos’s Anguish. My intention, here, is to further develop the points of contact between these two writers; however, the discussion will be carried out from the point of view of modernity, a common notion between both writers. Despite the chronological distance between them, the issues of modernity as technological development – that is, technology as a synonym for modernization – and its influence on society are present in the writing of both authors. Dostoyevsky’s novels, for instance, introduce several innovations: dialogism or polyphony in the place of the traditional monologic discourse; narrative fragmentation, often “breaking” the chronological order; greater concern for social issues; and, mainly as a result of these factors, the emergence of a new type of hero whose values – or the absence of values – point to a new social structure, created by modernity and capitalism. As a consequence, the romantic narratives begin to portray anti-heroes, who oscillate between good and evil unaware of what good and evil really mean. These “anti-heroes” – in the words of Paulo Honório, protagonist of Saint Bernard – may do good deeds that cause harm, but also wrongs that generate benefits. Such new unsettling reality causes society to deviate from its ethical and moral values and turn to “what really matters”: money. Thus, according to Jameson, it is obvious that modernity and capitalism be regarded as synonyms. It is money that “assigns” value to the individual and, in modern society, this “value” is considered null when there is no money. We provide an overview of modernity and the work of Graciliano Ramos and Dostoyevsky before analyzing the selected pieces: Saint Bernard and Demons, respectively. These literary works were selected due to the fact that their protagonists are an accurate portrayal of the “anti-hero” of modernity: they are cruel and mischievous towards everything and everyone, including themselves. The tragic destiny of the modern hero is the impossibility of being happy and making others happy. He is forever trapped in an anguishing succession of mishaps. / Este trabajo es una continuación de mi disertación de maestría, en la cual analicé las posibles relaciones de contacto entre Crimen y Castigo, de Dostoievski, y Angustia, de Graciliano Ramos. Aquí, pretendo dar continuidad a los puntos de contacto entre esos escritores, pero usando la cuestión de la modernidad como punto común entre los dos autores. Llevando en consideración que, a pesar de la distancia temporal que los separa, las cuestiones de la modernidad, como factor de desarrollo tecnológico, o sea, como sinónimo de modernización, y sus consecuencias para la sociedad están presentes en la literatura de ambos escritores. En el romance de Dostoievski, por ejemplo, tendremos varias innovaciones: el romance dialógico o polifónico, en vez del tradicional monológico; la fragmentación de la narrativa, “desrespetando”, muchas veces, el tiempo cronológico; una mayor preocupación con lo social; y, principalmente, como consecuencia de esos factores, el surgimiento de un nuevo tipo de héroe, cuyos valores -o su ausencia- indican la existencia de una nueva estructura social generada por la modernidad y por el capitalismo. En consecuencia de eso, las narrativas romanescas pasan a presentar antihéroes, que oscilan entre el bien y el mal, sin al menos saber qué de hecho es el bien y el mal. Esos “antihéroes”, como lo dice Paulo Honório de São Bernardo, pueden realizar actos buenos que causan perjuicios, pero también actos malos que generan lucros. Esa nueva realidad desconcertante hace que la sociedad pierda sus valores éticos y morales y vuelque hacia “lo que realmente importa”: el dinero. De ese modo, conforme Jameson, es comprensible que modernidad y capitalismo sean considerados sinónimos, pues es el dinero que “atribuye” el valor al individuo y, en su ausencia, ese “valor” es invalidado en la sociedad moderna. Trazamos un panorama de la modernidad y de las obras de Graciliano Ramos y Dostoievski antes de que partamos al análisis de las obras escogidas: São Bernardo y Los Demonios, respectivamente. Esas obras se escogieron debido a que sus protagonistas representen con precisión el perfil del “antihéroe” de la modernidad: cometen “maldades” contra todo y contra todos, inclusive contra ellos mismos. El destino trágico del héroe de la modernidad es la imposibilidad de ser feliz y de hacer a los otros felices, en una angustiante sucesión de infelicidades.
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'You are what you read' : intertextual relations in Patrick White's The solid mandalaStefani, Monica January 2011 (has links)
Este trabalho apresenta uma análise intertextual do romance The Solid Mandala, do escritor australiano, ganhador do prêmio Nobel, Patrick White, publicado em 1966, como parte de um esforço para estimular estudos sobre sua obra no Brasil e para investigar por que sua fortuna crítica tem passado por uma fase negativa recentemente. Primeiro, mostramos brevemente sua biografia e as condições relacionadas à produção e publicação de The Solid Mandala. Em seguida, apresentamos o contexto histórico do romance. As relações de conflito e complementação envolvendo os irmãos gêmeos Waldo e Arthur Brown na narrativa são analisadas, com destaque para a relação deles com a literatura (um tema importante no romance), retratando o papel das personagens como leitores e escritores na história, apreendendo, assim, seus sentimentos, suas visões de mundo e filosofia de vida (Waldo aspira à uma carreira de escritor e Arthur de fato compõe um poema). Os estudos de Gérard Genette sobre Narratologia são utilizados para embasar a análise, particularmente na relação intertextual entre The Solid Mandala e The Brothers Karamazov, do escritor F. Dostoyevsky, que é o título que chama a atenção de Arthur. Na busca pelo todo de sua vida, Arthur incorpora vários elementos (centrados em um único ponto, suas mandalas) e consegue criar sua própria filosofia. No final vemos que Arthur transcende sua realidade ao usar a leitura do romance russo como um instrumento. Esse estudo destaca a pertinência de revisitar a obra de Patrick White (uma vez que ela prova estar em sintonia com as questões filosóficas sendo discutidas atualmente) e coloca The Solid Mandala no contexto da literatura mundial. / This work performs an intertextual analysis of the Nobel Prize winning Australian novelist Patrick White’s The Solid Mandala, published in 1966, as part of an effort to boost studies of his novels in Brazil and to investigate why his critical fortune has been undergoing a negative phase recently. First, we briefly present his biography and the conditions surrounding the writing and publication of The Solid Mandala. Later on, we present the historical context of the novel. The relations of conflict and complementation involving the twin brothers Waldo and Arthur Brown in the narrative are analysed, but we focus on their relation to literature (which is an important theme in the novel), depicting their roles as readers and writers in the story, thus, apprehending their feelings towards each other, worldviews and outlook on life (Waldo aspires to become a great writer, and Arthur actually produces a poem). Gérard Genette’s studies on Narratology are used to support our analysis, particularly in the intertextual relation between The Solid Mandala and F. Dostoyevsky’s The Brothers Karamazov, which is the title that calls Arthur’s attention. In his pursue to find the whole of his life, Arthur incorporates various elements (centred at just one point, his mandalas) and is able to create his own philosophy. At the end we see that Arthur transcends his reality by using the reading of the Russian novel as an instrument. This study enlightens the pertinence of revisiting Patrick White’s oeuvre (since it proves to be so well tuned in to the current philosophical issues being discussed), and places The Solid Mandala in the context of worldwide literature.
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Vers une poétique dostoïevskienne du terrorisme : lecture girardienne de la violence terroriste dans l’œuvre de DostoïevskiCournoyer-Dupuis, Jessy 08 1900 (has links)
Ce mémoire porte sur le terrorisme dans l’œuvre de Dostoïevski. Au travers d’une analyse s’appuyant sur la théorie mimétique de René Girard ainsi que sur ses contributions sur Dostoïevski, l’auteur dégage de l’œuvre du romancier russe certains des motifs et éléments de représentation pouvant constituer l’ébauche d’une analytique dostoïevskienne du terrorisme.
Cette analytique dostoïevskienne réfute le paradigme de la violence religieuse et conteste la notion de violence découlant de la radicalisation (idéologique ou religieuse) pour rendre compte du terrorisme. Elle montre comment la religion ou l’idéologie sont superficielles et comment doivent plutôt nous intéresser un ensemble de déterminants et médiations psychologiques – les désirs, pulsions, émotions et fantasmes au fondement de la violence – pour rendre compte de la violence.
L’analyse des trois figures dostoïevskiennes de Chatov (Les Démons), Raskolnikov (Crime et Châtiment) et Stavroguine (Les Démons) mettent chacune en lumière trois explications causales simplifiées des ressorts et motivations de la violence terroriste. L’étude de Chatov met de l’avant le désir mimétique frustré que sous-tend la violence ainsi que la blessure narcissique, la posture réactionnelle d’opposition et le désir de revanche qu’il produit. Celle de Raskolnikov expose les rêves prométhéens et les désirs d’élévation aux fondements de la violence, mais aussi le récit héroïque auto-mystificateur qu’elle sous-tend. Enfin, l’étude de Stavroguine démontre la centralité de la dimension sexuelle pour rendre compte de la violence terroriste. / This memoir focuses on terrorism in Dostoyevsky's work. Through an analysis based on René Girard's mimetic theory as well as his contributions to Dostoevsky, the author draws from the work of the Russian novelist some of the motifs and elements of representation that constitute the outline of a Dostoevskian analytics of terrorism.
This Dostoevskian analytics refutes the paradigm of religious violence and challenges the notion of violence stemming from radicalization (ideological or religious) to account for terrorism. It shows how religion or ideology is superficial and how we should instead be interested in a set of psychological determinants and mediations – desires, impulses, emotions and fantasies at the root of violence - to account for violence.
The analysis of the three Dostoevskian figures of Chatov (The Demons), Raskolnikov (Crime and Punishment) and Stavrogin (The Demons) each bring to light three simplified causal explanations of the motives and dynamics of terrorist violence. Chatov's study puts forward the frustrated mimetic desire behind violence as well as the narcissistic wound, the reactionary posture of opposition and the desire for revenge it produces. Raskolnikov's analysis exposes Promethean dreams and desires of elevation to the foundations of violence, but also the heroic self-mystifying narrative that it underlies. Finally, Stavrogin's study demonstrates the centrality of the sexual dimension in accounting for terrorist violence.
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Wie die ersten Stickmaschinen aus der Schweiz nach Sachsen kamen: Die historisch authentische Rekonstruktion aus PrimärquellenStrobel, Heino 03 May 2024 (has links)
Nachdem man in Deutschland und Sachsen im Speziellen den eigenen Nachbau von Handstickmaschinen »verschlief«, die 1828 in Mulhouse erfunden wurden, versuchte ab 1855 eine Stickereifirma in Plauen im Vogtland die Beschaffung von Stickmaschinen aus der Ostschweiz. Dort gab es Mitte der 1850er-Jahre drei Hersteller. Zum Ablauf haben sich viele Legenden gebildet, die bis in die jüngste Zeit nur ungeprüft kolportiert werden. Aus Primärbelegen konnte authentisch diese Beschaffung mit heimlicher Ausfuhr über den Bodensee rekonstruiert werden. Ein Gewerbelehrer aus Plauen brachte 1855 von einer Studienreise aus der Ostschweiz vier Maschinenstickmuster mit, die in dieser Studie mit besprochen und gezeigt werden. Zur Bedienung und zum Anlernen weiterer Mitarbeiter wurde in der Schweiz auch ein Stickmeister angeworben, der mit seiner Familie 1858 nach Plauen übersiedelte. Ab 1860 wurden in Sachsen diese Stickmaschinen nachgebaut und verbessert. Von diesen ist in einem Erfindungspatent für Österreich das älteste erhaltene Foto einer Handstickmaschine aus dem Jahr 1861 oder 1862 in den Beitrag ebenso aufgenommen wie ein Blick zum weiteren Stickmaschinenbau in Sachsen im 19. Jahrhundert. Im Anhang sind die in vier Ländern noch museal zugänglichen Handstickmaschinen aufgelistet. / After Germany, and Saxony in particular, had 'slept through' building its own replica of the hand embroidery machines invented in Mulhouse in 1828, an embroidery company in Plauen in the Vogtland attempted to purchase embroidery machines from eastern Switzerland from 1855. In the mid-1850s, there were three manufacturers there. Many legends have grown up about the process, which have circulated unchecked until recently. This procurement with clandestine export via Lake Constance could be authentically reconstructed from primary documents. A trades teacher from Plauen brought back four machine embroidery patterns from a study trip to Eastern Switzerland in 1855, which are discussed and shown in this study. To operate the machines and train additional employees was recruited a master embroiderer from Switzerland, who moved to Plauen with his family in 1858. From 1860, these embroidery machines were copied and improved in Saxony. The oldest surviving photo of a hand embroidery machine from 1861 or 1862 in an invention patent for Austria is included in the article, as well as a look at other embroidery machine construction in Saxony in the 19th century. The appendix lists the hand embroidery machines still accessible to museums in four countries.
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Les écrivains de La Relève et la pensée romanesque : critique et pratique du roman chez Robert Charbonneau, Robert Élie, Jean Le Moyne et Hector de Saint-Denys GarneauGiguère, Andrée-Anne 23 April 2018 (has links)
Cette thèse porte sur quatre écrivains ayant contribué de manière considérable au réseau à l’origine des revues La Relève et La Nouvelle Relève (1934-1948), soit Robert Charbonneau, Robert Élie, Hector de Saint-Denys Garneau et Jean Le Moyne. Fondé sur la poétique et l’usage des genres littéraires et des modes du discours, ce travail cherche à comprendre quelle pensée romanesque se dégage des essais de ces écrivains et comment cette pensée se répercute dans leurs textes romanesques. Le corpus analysé est constitué de tous les numéros de La Relève et La Nouvelle Relève et des principaux écrits publics ou inédits (disponibles à ce jour) des quatre écrivains susmentionnés, et ce, dans l’optique de ne pas restreindre la pensée de ces écrivains à l’idéologie qui se dégage de leur revue. La première partie de la thèse porte sur l’influence de trois romanciers phares à La Relève : Bernanos, Dostoïevski et Proust. C’est notamment à la lecture de ces romanciers que Charbonneau, Élie, Le Moyne et Garneau construisent leur discours idéaliste sur le roman, sur sa pratique, mais aussi sur son usage. La deuxième partie de la thèse départage les lectures romanesques françaises et anglo-saxonnes à La Relève, éclairant du même coup les positions souvent divergentes des membres du groupe à l’égard du roman, mais également à l’égard des référents culturels étrangers. La troisième partie analyse la transformation du discours sur le roman lorsqu’il se rapporte au roman canadien-français. Moins admiratif, plus pragmatique, ce discours vise à accompagner la naissance d’une littérature moderne au Canada français. La quatrième partie de la thèse se consacre aux romans de La Relève. Elle permet de confronter l’art du roman de ces écrivains à leur pratique concrète tout en tenant compte de leurs différences : si Robert Charbonneau et Robert Élie ont publié des romans, Saint-Denys Garneau n’a laissé que des esquisses, tandis que Jean Le Moyne utilise le mode romanesque dans sa pratique d’autres genres littéraires. Le rapprochement entre leur pensée romanesque et leur pratique individuelle permet d’éclairer autrement la faillite du roman de ce groupe, qui est pourtant l’un des premiers dans l’histoire littéraire au Québec à avoir utilisé le genre romanesque dans la constitution de sa vision du monde.
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