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Papel da leptina no crescimento sem GH de crianças e adolescentes portadores de craniofaringioma / Leptin role in the metabolism of children and adolescents with craniopharyngioma

Baságlia, Glaucimar Martins Michetti 11 July 2007 (has links)
O craniofaringioma (CF) é o tumor das regiões selar e supra-selar mais comum na infância, que cursa com deficiências hipofisárias, principalmente do hormônio de crescimento (GH). As crianças afetadas apresentam redução da velocidade de crescimento (VC) e baixa estatura, mas após a ressecção do tumor, há relatos de pacientes com crescimento normal ou até aumentado mesmo deficientes em GH (DGH). Os mecanismos deste evento não são claros, mas há associações com o ganho de peso. Recentemente foram descritas relações diretas entre a leptina, o GH e o índice de massa corpórea (IMC). Com os objetivos de estabelecer correlações entre a leptina e a velocidade de crescimento (VC) e com o IMC, de correlacionar a leptina e o IGF-I com GH, e de verificar se o GH exógeno modifica o perfil de leptina nos portadores de CF e DGH, foram estudados 15 pacientes portadores de CF, sendo sete meninos e oito meninas, menores de 18 anos, deficientes em GH e impúberes. Os pacientes foram divididos em dois grupos (1 e 2) quanto à reposição com GH em tratados e não-tratados, respectivamente, e foram avaliados quanto a VC, IMC, leptinemia, insulinemia, lipidograma e IGF-I nos dois primeiros anos após a primeira cirurgia. Foi estabelecida correlação entre o IMC e a leptinemia e, para os pacientes do grupo 2, foram estabelecidas correlações entre a VC e o IGF-I, a insulinemia, o índice HOMA e a leptinemia. Após a primeira neurocirurgia, 13 pacientes cursaram com hipocortisolismo, 11 com diabetes insipidus definitivo, 12 com hipotiroidismo e todos com deficiência de GH. As medianas dos valores de Z-escore das velocidades de crescimento (Z-VC) no primeiro e segundo anos, respectivamente ,foram: no grupo 1, 0,61 e -1,86; e no grupo 2, 0,85 e 0,94. Os valores do Z-IMC final do grupo 1 variaram de -0,24 a 2,74, e no grupo 2, de -0,12 a 2,88. Não houve correlação entre o Z-IMC e o Z-VC. Os pacientes apresentaram hiperleptinemia (MZ-leptina = 10,58 e DP = 14,08), com correlação positiva entre os valores de leptina e o Z-IMC final (P = 0,0095). Não houve correlação entre os valores da leptina e o Z-VC. A correlação entre a insulina e o Z-IMC foi significante apenas no grupo 1 (P = 0,001). A insulina não se correlacionou com a VC no grupo 2. A correlação entre o IGF-I e a VC foi positiva apenas no primeiro ano (P = 0,007). Não houve diferença estatisticamente significante entre a leptina e o IGF-I, nos pacientes do grupo 2. Concluímos que houve correlação positiva entre os valores de leptina e o IMC nos pacientes portadores de CF e DGH; não houve correlação entre a leptina e a VC; não houve correlação positiva entre o IGF I e a leptina dos pacientes com CF e DGH não-tratados com hGH e não houve diferença estatística dos valores de leptina entre os grupos tratados e não-tratados. / Craniopharyngioma (CF) is a tumor of the sellar and suprasellar regions, more commonly found in children, its course being associated with hypophyseal hormones deficiency, especially growth hormone (GHD). Affected children have reduced growth rates (GR) and short stature. However, after tumor resection, patients have been reported to exhibit normal or increased growth rates, even in the presence of GH deficiency. The underlying mechanisms to this phenomenon are not clear, yet they are known to be associated with weight gain. Recently, a direct relation between leptin, GH and the body mass index (BMI) has been reported. With the objective of establishing correlations between leptin, growth rate (GR) and BMI; correlate leptin and IGF-I with GH, and verify if exogenous GH modifies the leptin profile in patients with CF and GHD, 15 GH-deficient and impuberal patients with CF, 7 boys and 8 girls, under the age of 18, were studied. According to the use of GH replacement therapy, patients were divided into 2 groups (1 and 2), respectively treated and non treated, and were evaluated for GR and BMI, leptinemia, insulinemia, lipidogram and IGF-I during the first 2 years after the first surgery. Correlation was established between BMI and leptinemia and, for the patients in group 2, correlations were established between GR and IGF-I, insulinemia, the HOMA index and leptinemia. After the first neurosurgery, 13 patients evolved with hypocortisolism, 11 with established diabetes insipidus, 12 with hypothyroidism and all patients were GH-deficient. Mean growth rate Z-score values (Z-GR) in the 1st and 2nd year, respectively, were: group 1: 0.61 and 1.86 and group 2: 0.85 and 0.94. Final Z-BMI values ranged from -0.24 to 2.74 for group 1 and from -0.12 to 2.88 for group 2. There was no correlation between Z-BMI and Z-GR. The patients showed hyperleptinemia (MZ-leptin = 10.58; SD = 14.08), with positive correlation between leptin values and the final Z-BMI (P=0.0095). There was no correlation between leptin values and Z-GR. The correlation between insulin and Z-BMI was only significant in group 1 (P = 0.001). Insulin did not correlate with GR in group 2. The correlation between IGF-I and GR was only positive in the 1st year (P = 0.007). There was t correlation between leptin and the IGF I in group 2. We conclude that there was a positive correlation between leptin values and the IMC in patients with CF and DGH; there was no correlation between leptin and GR; there was no positive correlation between IGF I and leptin in patients with CF and GHD not treated with hGH, and there was no statistical difference in leptin values between treated and non-treated groups.
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Papel da leptina no crescimento sem GH de crianças e adolescentes portadores de craniofaringioma / Leptin role in the metabolism of children and adolescents with craniopharyngioma

Glaucimar Martins Michetti Baságlia 11 July 2007 (has links)
O craniofaringioma (CF) é o tumor das regiões selar e supra-selar mais comum na infância, que cursa com deficiências hipofisárias, principalmente do hormônio de crescimento (GH). As crianças afetadas apresentam redução da velocidade de crescimento (VC) e baixa estatura, mas após a ressecção do tumor, há relatos de pacientes com crescimento normal ou até aumentado mesmo deficientes em GH (DGH). Os mecanismos deste evento não são claros, mas há associações com o ganho de peso. Recentemente foram descritas relações diretas entre a leptina, o GH e o índice de massa corpórea (IMC). Com os objetivos de estabelecer correlações entre a leptina e a velocidade de crescimento (VC) e com o IMC, de correlacionar a leptina e o IGF-I com GH, e de verificar se o GH exógeno modifica o perfil de leptina nos portadores de CF e DGH, foram estudados 15 pacientes portadores de CF, sendo sete meninos e oito meninas, menores de 18 anos, deficientes em GH e impúberes. Os pacientes foram divididos em dois grupos (1 e 2) quanto à reposição com GH em tratados e não-tratados, respectivamente, e foram avaliados quanto a VC, IMC, leptinemia, insulinemia, lipidograma e IGF-I nos dois primeiros anos após a primeira cirurgia. Foi estabelecida correlação entre o IMC e a leptinemia e, para os pacientes do grupo 2, foram estabelecidas correlações entre a VC e o IGF-I, a insulinemia, o índice HOMA e a leptinemia. Após a primeira neurocirurgia, 13 pacientes cursaram com hipocortisolismo, 11 com diabetes insipidus definitivo, 12 com hipotiroidismo e todos com deficiência de GH. As medianas dos valores de Z-escore das velocidades de crescimento (Z-VC) no primeiro e segundo anos, respectivamente ,foram: no grupo 1, 0,61 e -1,86; e no grupo 2, 0,85 e 0,94. Os valores do Z-IMC final do grupo 1 variaram de -0,24 a 2,74, e no grupo 2, de -0,12 a 2,88. Não houve correlação entre o Z-IMC e o Z-VC. Os pacientes apresentaram hiperleptinemia (MZ-leptina = 10,58 e DP = 14,08), com correlação positiva entre os valores de leptina e o Z-IMC final (P = 0,0095). Não houve correlação entre os valores da leptina e o Z-VC. A correlação entre a insulina e o Z-IMC foi significante apenas no grupo 1 (P = 0,001). A insulina não se correlacionou com a VC no grupo 2. A correlação entre o IGF-I e a VC foi positiva apenas no primeiro ano (P = 0,007). Não houve diferença estatisticamente significante entre a leptina e o IGF-I, nos pacientes do grupo 2. Concluímos que houve correlação positiva entre os valores de leptina e o IMC nos pacientes portadores de CF e DGH; não houve correlação entre a leptina e a VC; não houve correlação positiva entre o IGF I e a leptina dos pacientes com CF e DGH não-tratados com hGH e não houve diferença estatística dos valores de leptina entre os grupos tratados e não-tratados. / Craniopharyngioma (CF) is a tumor of the sellar and suprasellar regions, more commonly found in children, its course being associated with hypophyseal hormones deficiency, especially growth hormone (GHD). Affected children have reduced growth rates (GR) and short stature. However, after tumor resection, patients have been reported to exhibit normal or increased growth rates, even in the presence of GH deficiency. The underlying mechanisms to this phenomenon are not clear, yet they are known to be associated with weight gain. Recently, a direct relation between leptin, GH and the body mass index (BMI) has been reported. With the objective of establishing correlations between leptin, growth rate (GR) and BMI; correlate leptin and IGF-I with GH, and verify if exogenous GH modifies the leptin profile in patients with CF and GHD, 15 GH-deficient and impuberal patients with CF, 7 boys and 8 girls, under the age of 18, were studied. According to the use of GH replacement therapy, patients were divided into 2 groups (1 and 2), respectively treated and non treated, and were evaluated for GR and BMI, leptinemia, insulinemia, lipidogram and IGF-I during the first 2 years after the first surgery. Correlation was established between BMI and leptinemia and, for the patients in group 2, correlations were established between GR and IGF-I, insulinemia, the HOMA index and leptinemia. After the first neurosurgery, 13 patients evolved with hypocortisolism, 11 with established diabetes insipidus, 12 with hypothyroidism and all patients were GH-deficient. Mean growth rate Z-score values (Z-GR) in the 1st and 2nd year, respectively, were: group 1: 0.61 and 1.86 and group 2: 0.85 and 0.94. Final Z-BMI values ranged from -0.24 to 2.74 for group 1 and from -0.12 to 2.88 for group 2. There was no correlation between Z-BMI and Z-GR. The patients showed hyperleptinemia (MZ-leptin = 10.58; SD = 14.08), with positive correlation between leptin values and the final Z-BMI (P=0.0095). There was no correlation between leptin values and Z-GR. The correlation between insulin and Z-BMI was only significant in group 1 (P = 0.001). Insulin did not correlate with GR in group 2. The correlation between IGF-I and GR was only positive in the 1st year (P = 0.007). There was t correlation between leptin and the IGF I in group 2. We conclude that there was a positive correlation between leptin values and the IMC in patients with CF and DGH; there was no correlation between leptin and GR; there was no positive correlation between IGF I and leptin in patients with CF and GHD not treated with hGH, and there was no statistical difference in leptin values between treated and non-treated groups.
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Pesquisa de mutações no gene do receptor do secretagogo de hormônio de crescimento (GHSR) em crianças com baixa estatura idiopática e deficiência isolada de hormônio de crescimento / Growth hormone secretatogue receptor gene (GHSR) analysis in patients with idiopathic short stature (ISS) and patients with isolated growth hormone deficiency

Pires, Patrícia Nascimbem Pugliese 10 October 2011 (has links)
A ghrelina, hormônio secretado principalmente por células gástricas, liga-se ao seu receptor, o receptor de secretagogo de GH (GHSR - Growth hormone secretagogue receptor), localizado no hipotálamo e na hipófise, estimulando a síntese e secreção do GH. Recentemente foram identificadas mutações no gene GHSR em crianças com baixa estatura idiopática (BEI) e com deficiência isolada de GH (DGH). No presente estudo investigamos a presença de mutações no gene GHSR em crianças com DGH isolada de causa não identificada e crianças com BEI, incluindo um subgrupo de crianças com atraso constitucional de crescimento e desenvolvimento (ACCD). Foram selecionados 14 pacientes com deficiência isolada de GH sem alterações anatômicas da região hipotálamo-hipofisária e 96 pacientes com BEI, destes 31 (32%) apresentavam ACCD. Também foram estudados 150 controles adultos e 197 crianças controle com crescimento e puberdade normais. A região codificadora do GHSR foi amplificada utilizando-se oligonucleotídeos iniciadores específicos, seguida de purificação enzimática e seqüenciamento automático. Encontramos 6 variantes alélicas em heterozigose no GHSR: nenhuma delas presente nos controles estudados, e quatro destas variantes estão localizadas em regiões conservadas do gene. Uma variante foi encontrada em uma paciente do grupo DGH (p.Val249Leu) e as outras cinco (c.-6 G>C, p.Ser84Ile, p.Val182Ala, p.Ala169Thr e p.Ala358Thr) foram encontradas em pacientes do subgrupo ACCD do grupo BEI. As variantes missense foram submetidas a estudo funcional que evidenciou que as mutações p.Ser84Ile e p.Val182Ala possuem diminuição na atividade basal associadas à diminuição da expressão do receptor na superfície celular. Adicionalmente, a mutação p.Ser84Ile também apresenta redução na atividade do GHSR induzida pelo ligante. A variante p.Val249Leu foi encontrada em uma paciente do sexo feminino com diagnóstico de DGH isolado. A falta de segregação familiar associada à ausência de déficit funcional da variante nos estudos in vitro sugere que, neste caso, a variante p.Val249Leu não é a causa do fenótipo de DGH nesta família e trata-se de uma variante alélica rara. As 5 variantes alélicas no GHSR (c.-6 G>C, p.Ser84Ile, p.Val182Ala, p.Ala169Thr e p.Ala358Thr) encontradas nos pacientes com BEI foram identificadas apenas naqueles com puberdade atrasada, ou seja, pertencentes ao subgrupo ACCD (3 do sexo masculino e 2 do sexo feminino). A freqüência de variantes neste grupo de pacientes foi de 16%, significativamente maior que nos outros grupos, e a ausência de variantes gênicas novas no grupo de crianças obesas com altura normal e mesmo no grupo de crianças com BEI sem ACCD sugere que nosso achado não foi casual e que as alterações descritas podem estar associadas ao fenótipo de ACCD. Os estudos in vitro mostraram prejuízos funcionais em 2 destas variantes (p.Ser84Ile e p.Val182Ala) porém, devido à limitação dos estudos funcionais (celulas heterólogas) não podemos afastar que as demais não tenham algum impacto funcional in vivo. Em conclusão, nossos resultados sugerem um envolvimento dos defeitos no GHSR na etiologia do atraso constitucional do crescimento e desenvolvimento em uma parcela de pacientes com esta condição / Ghrelin, hormone secreted by gastric cells, stimulates growth hormone secretion by acting on its receptor GHSR, located in the hypothalamus and pituitary. Recently, mutations in the GHSR gene were described in patients with growth hormone deficiency (GHD) and idiopathic short stature (ISS). In the present study we analyzed the GHSR gene in patients with isolated GHD and patients with ISS, including a subgroup of patients with constitutional delay of growth and puberty (CDGP). We studied 14 GHD patients with normal pituitary magnetic resonance imaging and 96 patients with ISS, 31 of them with CDGP. We also studied 150 adults and in 197 children with normal stature. The entire coding region as well as the exon-intron boundaries of GHSR were PCR amplified in all patients and control group and PCR products were bidirectionally sequenced. Six different heterozygous variants in GHSR were identified: none of them were found in the control group and four of these amino acid substitutions occurred at a conserved position within the GHSR. One variant (p.Val249Leu) was found in a GHD patient and the other five (c.-6 G>C, p.Ser84Ile, p.Val182Ala, p.Ala169Thr e p.Ala358Thr) were found in patients with CDGP. The missense variants were submitted to functional studies. Two of these variants (p.Ser84Ile and p.Val182Ala) result in a decrease in basal activity that was in part explained by a reduction in cell surface expression. The p.Ser84Ile mutation was also associated with a defect in ghrelin potency. The p.Val249Leu variant, found in a female patient with isolated GHD, did not segregate with the phenotype in the family and had no functional impairment in vitro. This suggests that p.Val249Leu is not the cause of the GHD in the family and may be a rare allelic variant. The other variants (c.-6 G>C, p.Ser84Ile, p.Val182Ala, p.Ala169Thr e p.Ala358Thr) were identified only in patients with CDGP (3 male and 2 female). The frequency of allelic variants observed in this group (16%) was higher than expected by chance in contrast with ISS and GHD children, and the absence of other GHSR mutations in the large group of control children suggests that the association between GHSR mutations and CDGP phenotype is unlikely to be fortuitous. Functional studies revealed that two of the identified missense variants (p.Ser84Ile and p.Val182Ala) are functionally significant. These functional studies were performed in heterologous cell expression systems; therefore it is not possible to completely rule out that the other identified variants might cause some unrevealed impairment on GHSR function or expression in vivo. In conclusion, our data raise the possibility that abnormalities in ghrelin receptor function may be implicated in the ethiology of CDGP in some patients
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Pesquisa de mutações no gene do receptor do secretagogo de hormônio de crescimento (GHSR) em crianças com baixa estatura idiopática e deficiência isolada de hormônio de crescimento / Growth hormone secretatogue receptor gene (GHSR) analysis in patients with idiopathic short stature (ISS) and patients with isolated growth hormone deficiency

Patrícia Nascimbem Pugliese Pires 10 October 2011 (has links)
A ghrelina, hormônio secretado principalmente por células gástricas, liga-se ao seu receptor, o receptor de secretagogo de GH (GHSR - Growth hormone secretagogue receptor), localizado no hipotálamo e na hipófise, estimulando a síntese e secreção do GH. Recentemente foram identificadas mutações no gene GHSR em crianças com baixa estatura idiopática (BEI) e com deficiência isolada de GH (DGH). No presente estudo investigamos a presença de mutações no gene GHSR em crianças com DGH isolada de causa não identificada e crianças com BEI, incluindo um subgrupo de crianças com atraso constitucional de crescimento e desenvolvimento (ACCD). Foram selecionados 14 pacientes com deficiência isolada de GH sem alterações anatômicas da região hipotálamo-hipofisária e 96 pacientes com BEI, destes 31 (32%) apresentavam ACCD. Também foram estudados 150 controles adultos e 197 crianças controle com crescimento e puberdade normais. A região codificadora do GHSR foi amplificada utilizando-se oligonucleotídeos iniciadores específicos, seguida de purificação enzimática e seqüenciamento automático. Encontramos 6 variantes alélicas em heterozigose no GHSR: nenhuma delas presente nos controles estudados, e quatro destas variantes estão localizadas em regiões conservadas do gene. Uma variante foi encontrada em uma paciente do grupo DGH (p.Val249Leu) e as outras cinco (c.-6 G>C, p.Ser84Ile, p.Val182Ala, p.Ala169Thr e p.Ala358Thr) foram encontradas em pacientes do subgrupo ACCD do grupo BEI. As variantes missense foram submetidas a estudo funcional que evidenciou que as mutações p.Ser84Ile e p.Val182Ala possuem diminuição na atividade basal associadas à diminuição da expressão do receptor na superfície celular. Adicionalmente, a mutação p.Ser84Ile também apresenta redução na atividade do GHSR induzida pelo ligante. A variante p.Val249Leu foi encontrada em uma paciente do sexo feminino com diagnóstico de DGH isolado. A falta de segregação familiar associada à ausência de déficit funcional da variante nos estudos in vitro sugere que, neste caso, a variante p.Val249Leu não é a causa do fenótipo de DGH nesta família e trata-se de uma variante alélica rara. As 5 variantes alélicas no GHSR (c.-6 G>C, p.Ser84Ile, p.Val182Ala, p.Ala169Thr e p.Ala358Thr) encontradas nos pacientes com BEI foram identificadas apenas naqueles com puberdade atrasada, ou seja, pertencentes ao subgrupo ACCD (3 do sexo masculino e 2 do sexo feminino). A freqüência de variantes neste grupo de pacientes foi de 16%, significativamente maior que nos outros grupos, e a ausência de variantes gênicas novas no grupo de crianças obesas com altura normal e mesmo no grupo de crianças com BEI sem ACCD sugere que nosso achado não foi casual e que as alterações descritas podem estar associadas ao fenótipo de ACCD. Os estudos in vitro mostraram prejuízos funcionais em 2 destas variantes (p.Ser84Ile e p.Val182Ala) porém, devido à limitação dos estudos funcionais (celulas heterólogas) não podemos afastar que as demais não tenham algum impacto funcional in vivo. Em conclusão, nossos resultados sugerem um envolvimento dos defeitos no GHSR na etiologia do atraso constitucional do crescimento e desenvolvimento em uma parcela de pacientes com esta condição / Ghrelin, hormone secreted by gastric cells, stimulates growth hormone secretion by acting on its receptor GHSR, located in the hypothalamus and pituitary. Recently, mutations in the GHSR gene were described in patients with growth hormone deficiency (GHD) and idiopathic short stature (ISS). In the present study we analyzed the GHSR gene in patients with isolated GHD and patients with ISS, including a subgroup of patients with constitutional delay of growth and puberty (CDGP). We studied 14 GHD patients with normal pituitary magnetic resonance imaging and 96 patients with ISS, 31 of them with CDGP. We also studied 150 adults and in 197 children with normal stature. The entire coding region as well as the exon-intron boundaries of GHSR were PCR amplified in all patients and control group and PCR products were bidirectionally sequenced. Six different heterozygous variants in GHSR were identified: none of them were found in the control group and four of these amino acid substitutions occurred at a conserved position within the GHSR. One variant (p.Val249Leu) was found in a GHD patient and the other five (c.-6 G>C, p.Ser84Ile, p.Val182Ala, p.Ala169Thr e p.Ala358Thr) were found in patients with CDGP. The missense variants were submitted to functional studies. Two of these variants (p.Ser84Ile and p.Val182Ala) result in a decrease in basal activity that was in part explained by a reduction in cell surface expression. The p.Ser84Ile mutation was also associated with a defect in ghrelin potency. The p.Val249Leu variant, found in a female patient with isolated GHD, did not segregate with the phenotype in the family and had no functional impairment in vitro. This suggests that p.Val249Leu is not the cause of the GHD in the family and may be a rare allelic variant. The other variants (c.-6 G>C, p.Ser84Ile, p.Val182Ala, p.Ala169Thr e p.Ala358Thr) were identified only in patients with CDGP (3 male and 2 female). The frequency of allelic variants observed in this group (16%) was higher than expected by chance in contrast with ISS and GHD children, and the absence of other GHSR mutations in the large group of control children suggests that the association between GHSR mutations and CDGP phenotype is unlikely to be fortuitous. Functional studies revealed that two of the identified missense variants (p.Ser84Ile and p.Val182Ala) are functionally significant. These functional studies were performed in heterologous cell expression systems; therefore it is not possible to completely rule out that the other identified variants might cause some unrevealed impairment on GHSR function or expression in vivo. In conclusion, our data raise the possibility that abnormalities in ghrelin receptor function may be implicated in the ethiology of CDGP in some patients
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Estudo do gene do hormônio de crescimento hipofisário (GH1) em indivíduos com baixa estatura idiopática / Study of Growth Hormone 1 gene (GH1) in children with idiophatic short stature

Lido, Ândria Carla Vito 05 August 2014 (has links)
O sistema hormônio de crescimento (GH) / fator de crescimento insulina- símile tipo 1 (IGF-1) é o principal determinante e regulador do crescimento linear pósnatal. O GH é codificado pelo gene Growth Hormone 1 (GH1). Mutações no GH1 com efeito dominante negativo e herança autossômica dominante são as principais causas monogênicas de deficiência isolada de hormônio de crescimento (DIGH), enquanto deleções ou mutações de ponto no GH1 causam formas raras autossômicas recessivas de DIGH. No grupo de pacientes com DIGH do ambulatório de Endocrinologia do Desenvolvimento do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, foram identificadas apenas deleções em homozigose no GH1 mesmo após estudo criterioso deste gene. Esta diferença em relação aos dados descritos na literatura poderia ser justificada pelo critério diagnóstico para a DIGH adotado pelo nosso grupo, sendo utilizado pico de GH em teste de estímulo inferior a 3,3 ug/L, em contraste com os valores de corte descritos na literatura que variam de 7 a 10 ug/L. Devido a esse fator, pacientes com mutações no GH1 com herança autossômica dominante poderiam estar sendo erroneamente diagnosticados como portadores de baixa estatura familiar ou idiopática (BEI) em nosso serviço. Adicionalmente, mutações que originam moléculas de GH biologicamente inativas também poderiam estar presentes nestes pacientes. Pelos fatores acima apresentados, expandimos o estudo do GH1 para um grupo de crianças classificadas como BEI. Foram selecionadas 98 de 487 crianças avaliadas em nosso serviço com baixa estatura utilizando os seguintes critérios: peso e comprimento normais para idade gestacional ao nascimento, escore-Z da altura < -2, escore-Z do IGF-1 < -1 e pico de resposta de GH >= 3,3 ug/L no teste de estímulo. DNA foi extraído de leucócitos periféricos desses pacientes para rastreamento de mutações no gene GH1. Realizamos estudo molecular por reação em cadeia da polimerase e sequenciamento automático de toda a região codificadora do GH1. Segregação familiar foi realizada para as variantes alélicas identificadas. Em nossa casuística, foram identificadas 10 variantes alélicas nos éxons 4 e 5 e no íntron 4 do GH1, sendo três variantes ainda não descritas na literatura (c.407G > A/p.Val122Ile, c.507C > T/p.Tyr169Tyr e c.456+19G > T). A análise in silico de todas as variantes identificadas indicou ausência de predição de efeito deletério sobre a proteína do GH. Estudo complementar realizado pelo nosso grupo identificou em crianças diagnosticadas com DIGH grave apenas uma paciente com mutação no GH1 responsável pela forma dominante desta doença. Em conclusão, mutações no GH1 causadoras da forma autossômica dominante de DIGH ou Tipo II não foram encontradas em nossa casuística, o que sugere que estas mutações sejam infrequentes em nossa população / The growth hormone (GH) / insulin-like growth factor-1 (IGF-1) axis is the most important hormonal regulator of post-natal linear growth. GH is encoded by the Growth Hormone 1 gene (GH1). Mutations in GH1 with dominant inheritance, which exerts a dominant negative effect on the bioactive GH isoforms, are the main causes of monogenic isolated deficiency of growth hormone (IGHD), while deletions or point mutations in GH1 are responsible for a rare autosomal recessive form of IGHD. However, only homozygous deletions were identified in patients with IGHD from Unidade de Endocrinologia do Desenvolvimento do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, even after detailed investigation of GH1. This difference regarding to literature can be caused by different criteria used to diagnose IGHD in our group, which adopted the cutoff value of peak GH < 3.3ug/L in response to stimulation test, in contrast to literature that describes other groups that use the cutoff peak value of the 7 - 10ug/L. Consequently, patients with autosomal dominant inheritance mutations in GH1 could be being erroneously diagnosed, as having idiopathic short stature (ISS) in our group. Additionally, mutations that cause biologically inactive GH can also be responsible for short stature in these patients. Due to the factors described above, we decided to screen mutations in GH1 in a group of children classified as ISS. We selected 98 of 487 children followed in our department with short stature according to the following criteria: normal birth weight and length for gestational age, height SDS <= -2, IGF-1 SDS < -1 and peak GH in stimulation test >= 3.3 ug/L. Genomic DNA was extracted from peripheral blood leucocytes of the patients to screen for mutations in GH1. We performed molecular analysis by polymerase chain reaction and automated sequencing of the entire coding region of the GH1. Segregation analysis was performed in the presence of allelic variations. In our casuistic, we identified 10 allelic variants in exon 4, exon 5 and intron 4 of GH1, three of which have not been described (c.407G > A/p.Val122Ile, c.507C > T/p.Tyr169Tyr and c.456+19G >T). In silico analysis predicted that none of the mutant alleles would result in deleterious effect on the GH protein. An additional study in children diagnosed with severe IGHD, identified just one patient with the pathogenic GH1 mutation responsible for the dominant form of this disease. In summary, defects in GH1 responsible for the autosomal dominant form of IGHD or Type II were not found in our cohort of Brazilian patients, suggesting that these mutations are infrequent in our population
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Estudo do gene do hormônio de crescimento hipofisário (GH1) em indivíduos com baixa estatura idiopática / Study of Growth Hormone 1 gene (GH1) in children with idiophatic short stature

Ândria Carla Vito Lido 05 August 2014 (has links)
O sistema hormônio de crescimento (GH) / fator de crescimento insulina- símile tipo 1 (IGF-1) é o principal determinante e regulador do crescimento linear pósnatal. O GH é codificado pelo gene Growth Hormone 1 (GH1). Mutações no GH1 com efeito dominante negativo e herança autossômica dominante são as principais causas monogênicas de deficiência isolada de hormônio de crescimento (DIGH), enquanto deleções ou mutações de ponto no GH1 causam formas raras autossômicas recessivas de DIGH. No grupo de pacientes com DIGH do ambulatório de Endocrinologia do Desenvolvimento do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, foram identificadas apenas deleções em homozigose no GH1 mesmo após estudo criterioso deste gene. Esta diferença em relação aos dados descritos na literatura poderia ser justificada pelo critério diagnóstico para a DIGH adotado pelo nosso grupo, sendo utilizado pico de GH em teste de estímulo inferior a 3,3 ug/L, em contraste com os valores de corte descritos na literatura que variam de 7 a 10 ug/L. Devido a esse fator, pacientes com mutações no GH1 com herança autossômica dominante poderiam estar sendo erroneamente diagnosticados como portadores de baixa estatura familiar ou idiopática (BEI) em nosso serviço. Adicionalmente, mutações que originam moléculas de GH biologicamente inativas também poderiam estar presentes nestes pacientes. Pelos fatores acima apresentados, expandimos o estudo do GH1 para um grupo de crianças classificadas como BEI. Foram selecionadas 98 de 487 crianças avaliadas em nosso serviço com baixa estatura utilizando os seguintes critérios: peso e comprimento normais para idade gestacional ao nascimento, escore-Z da altura < -2, escore-Z do IGF-1 < -1 e pico de resposta de GH >= 3,3 ug/L no teste de estímulo. DNA foi extraído de leucócitos periféricos desses pacientes para rastreamento de mutações no gene GH1. Realizamos estudo molecular por reação em cadeia da polimerase e sequenciamento automático de toda a região codificadora do GH1. Segregação familiar foi realizada para as variantes alélicas identificadas. Em nossa casuística, foram identificadas 10 variantes alélicas nos éxons 4 e 5 e no íntron 4 do GH1, sendo três variantes ainda não descritas na literatura (c.407G > A/p.Val122Ile, c.507C > T/p.Tyr169Tyr e c.456+19G > T). A análise in silico de todas as variantes identificadas indicou ausência de predição de efeito deletério sobre a proteína do GH. Estudo complementar realizado pelo nosso grupo identificou em crianças diagnosticadas com DIGH grave apenas uma paciente com mutação no GH1 responsável pela forma dominante desta doença. Em conclusão, mutações no GH1 causadoras da forma autossômica dominante de DIGH ou Tipo II não foram encontradas em nossa casuística, o que sugere que estas mutações sejam infrequentes em nossa população / The growth hormone (GH) / insulin-like growth factor-1 (IGF-1) axis is the most important hormonal regulator of post-natal linear growth. GH is encoded by the Growth Hormone 1 gene (GH1). Mutations in GH1 with dominant inheritance, which exerts a dominant negative effect on the bioactive GH isoforms, are the main causes of monogenic isolated deficiency of growth hormone (IGHD), while deletions or point mutations in GH1 are responsible for a rare autosomal recessive form of IGHD. However, only homozygous deletions were identified in patients with IGHD from Unidade de Endocrinologia do Desenvolvimento do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, even after detailed investigation of GH1. This difference regarding to literature can be caused by different criteria used to diagnose IGHD in our group, which adopted the cutoff value of peak GH < 3.3ug/L in response to stimulation test, in contrast to literature that describes other groups that use the cutoff peak value of the 7 - 10ug/L. Consequently, patients with autosomal dominant inheritance mutations in GH1 could be being erroneously diagnosed, as having idiopathic short stature (ISS) in our group. Additionally, mutations that cause biologically inactive GH can also be responsible for short stature in these patients. Due to the factors described above, we decided to screen mutations in GH1 in a group of children classified as ISS. We selected 98 of 487 children followed in our department with short stature according to the following criteria: normal birth weight and length for gestational age, height SDS <= -2, IGF-1 SDS < -1 and peak GH in stimulation test >= 3.3 ug/L. Genomic DNA was extracted from peripheral blood leucocytes of the patients to screen for mutations in GH1. We performed molecular analysis by polymerase chain reaction and automated sequencing of the entire coding region of the GH1. Segregation analysis was performed in the presence of allelic variations. In our casuistic, we identified 10 allelic variants in exon 4, exon 5 and intron 4 of GH1, three of which have not been described (c.407G > A/p.Val122Ile, c.507C > T/p.Tyr169Tyr and c.456+19G >T). In silico analysis predicted that none of the mutant alleles would result in deleterious effect on the GH protein. An additional study in children diagnosed with severe IGHD, identified just one patient with the pathogenic GH1 mutation responsible for the dominant form of this disease. In summary, defects in GH1 responsible for the autosomal dominant form of IGHD or Type II were not found in our cohort of Brazilian patients, suggesting that these mutations are infrequent in our population

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