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Entre-nós: uma análise da conjugalidade homoafetiva feminina sob a ótica das alianças inconscientes / Between us: an analysis of the female homosexual conjugality from the perspective of unconscious alliancesLopreato, Marina Roquette 31 May 2019 (has links)
O aparecimento das novas configurações familiares LGBT tem gerado discussões candentes no cenário mundial. Nos últimos anos, o Brasil teve conquistas jurídicas e sociais importantes. Porém, mesmo diante desses avanços, o país ocupa a posição de primeiro lugar no ranking mundial de assassinatos por homolesbotransfobia. Os relacionamentos homoafetivos, cada vez mais expressivos e visíveis, trazem a necessidade de compreender como esses casais investem subjetivamente na relação e os dilemas que vivenciam. Esta pesquisa teve por objetivo investigar a conjugalidade homoafetiva feminina e conhecer os impactos do campo de representação social predominantemente atravessado por preceitos heteronormativos nos intercâmbios inconscientes que estruturam o vínculo intersubjetivo desses casais. Foram realizadas entrevistas abertas com casais homoafetivos femininos, no qual a pesquisadora pediu para as entrevistadas compartilharem de forma livre como foi a construção do relacionamento e que pontos da relação elas julgavam importantes de serem compartilhados. O exame do material teve o apoio teórico da psicanálise, baseado nos postulados de René Kaës,que compreende o sujeito do inconsciente enquanto sujeito do grupo. Os conceitos de intersubjetividade, alianças inconscientes e negatividade serviram de embasamento conceitual-teórico e nortearam as discussões. Nos relatos das protagonistas, foram identificadas diversas formas de violência na qual foram vítimas, impingidas através de atos sutis ou de estigmatização dessubjetivante, sugerindo uma recusa da existência legítima e da visibilidade da homoconjugalidade pelos laços sociais e vínculos familiares. Negativamente marcadas, elas narraram episódios de homofobia e um imaginário de associação da mulher homoafetiva com a marginalidade. Esse cenário social de hostilidade desafia os avalistas metassociais e psíquicos do vínculo intersubjetivo e impacta nas alianças de base, fundamentais para a função narrativa e legitimadora da relação / The onset of the new LGBT Family configurations has been generating burning discussions in the world scenario. Brazil has had important legal and social achievements in the last years. However, even considering such advances, the country ranks first in murders due to homophobie. The homosexual relationships, each time more significant and visible, bring a need to understand how these couples subjectively invest in the relationship and, therefore, the dilemma that they experience. In the present research, I propose the research of the female homosexual conjugality and the knowledge of the impacts of the field of social representation, which are predominantly crossed by heteronormative precepts in the unconscious exchanges that structure the intersubjective bond of these couples. Open interviews with female homosexual couples were made, in which the interviewed were asked to freely share the construction of their relationship as well as the aspects of the relationship they found important to be shared. Theoretical support of psychoanalysis was sought in the analysis of the material, especially in the postulates of René Kaës, who understands the subject of the unconscious as the subject of the group.The concepts of intersubjectivity, unconscious alliances and negativity were taken as conceptual and theoretical background and they guided discussions. Various forms of violence were identified in the report of the victims themselves, in which they were foisted either through subtile acts or through desubjectivating stigmatization, suggesting a refusal of both the legitimate existence and the visibility of the homoconjugality through social ties and family bonds. These subjects are strikingly marked and they narrate episodes of homophobia and an imagery of association of homosexual woman and marginality. This social scenario of hostility challenges the metasocial and psychic guarantors of the intersubjective bond and it presents a negativity in the alliances of base that are essential for the role of the narrative and legitimising of the relationship
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[fr] LES PERCEPTIONS INCONSCIENTES DANS LA PENSÉE DE GOTTFRIED W. LEIBNIZ / [pt] AS PERCEPÇÕES INCONSCIENTES NO PENSAMENTO DE GOTTFRIED W. LEIBNIZMICHAEL PONTES DE ABREU 09 January 2004 (has links)
[pt] Atentando para a importância manifesta que as percepções
inconscientes desempenham no pensamento de Leibniz, essa
pesquisa tem por objetivo apresentar um exame minucioso de
sua natureza, e de como elas se inserem nas argumentações
desenvolvidas pelo filósofo. Para tanto, elegemos a obra
Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano (1704) como base
de nossas investigações, por considerarmos que ela seja o
escrito onde o autor mais minuciosamente trata do tema que
nos propomos a examinar. Participando quase que
integralmente de todos os temas analisados por Leibniz nos
Novos Ensaios, o conceito de percepção inconsciente, além
de apresentar uma grande amplitude teórica, adquire também
um número considerável de matizes conforme se insere nos
diferentes contextos examinados, perfazendo um conceito de
difícil entendimento. Por conta disso, dividimos nossa
Dissertação em duas partes, buscando compreender in
abstrato, ou seja, da maneira mais geral possível, qual a
natureza dessas percepções, para apenas em seguida
analisarmos como elas efetivamente se inserem nas
diferentes temáticas examinadas na obra, a saber:
conhecimento, moral, psicologia e metafísica. / [fr] Le but de cette recherche est l`examen détaillé du concept
de perception
inconsciente dans la pensée de Leibniz, et du rôle - par
ailleurs fondamental - que lui
est assigné dans l`argumentation developpée par l`auteur.
Pour ce faire, nous avons
élu les Nouveaux essais sur l`entendement humain (1704)
comme la base de notre
investigation. La raison de ce choix ne saurait sinon se
rattacher au traitement
minutieux donné par Leibniz au concept de perception
inconsciente dans cet
ouvrage.
Le concept de perception inconsciente prend sa part dans la
discussion de
presque tous les thèmes analysés par Leibniz dans les
Nouveaux essais, et il y acquiert
ainsi un nombre considérable de nuances. La division de
notre Dissertation en deux
parties répond à cette complexité. Dans la première, nous
cherchons à comprendre
la nature des perceptions inconscientes; dans la seconde,
nous nous appliquons à
analyser comment elles trouvent leur place vis-à-vis de la
plupart des thèmes
explorés dans l`ouvrage en question, à savoir:
connaissance, morale, psychologie,
physique, et métaphysique.
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O discurso da autonomia em saúde mental: construção, reprodução, institucionalização e criação / Not informed by the authorOtsuka, Ed 05 April 2017 (has links)
Neste trabalho busca-se explicitar como o discurso de promoção de autonomia se instaura e se reproduz entre os diversos atores do campo da saúde mental, especialmente os trabalhadores da saúde mental, que mais o proferem como forma de embasar sua atuação. Para tal tarefa, explora-se o modo como a noção de autonomia é sustentada institucionalmente e como ela atinge de forma incisiva os usuários de serviços de saúde mental, sobre os quais recaem as ações e as práticas institucionais. Ao longo do percurso da pesquisa, considera-se que a psicanálise, que pensa o homem como sujeito do grupo e do vínculo, consiste no mais adequado aporte teórico para discutir os processos que envolvem a temática, por implicar as dimensões da subjetividade, do social, do grupal e do institucional. Avalia-se ser fundamental compreender como a autonomia do sujeito é condicionada desde sua constituição, que ocorre na relação com o outro e o mundo, definindo sua realidade intrapsíquica e intersubjetiva. A partir da obra de Kaës e do conceito de alianças inconscientes, discute-se como o sujeito se constitui, sendo a relação entre mundo interno e externo indissociável. As alianças exercem a função de intermediário. Assim, para compreender como o sujeito se insere no mundo, verifica-se o imperativo dos contratos e pactos, mais especialmente o contrato narcísico e o pacto denegativo, por um processo de economia psíquica que visa garantir sua sobrevivência e a convivência possível para cada sujeito. É por meio dessas modalidades de alianças inconscientes, que o sujeito busca a autopreservação e a perpetuação do grupo, da instituição e da espécie. Com a referência da autora Piera Aulagnier, empreende-se uma imersão nos processos de constituição do sujeito, que se define como tal, condicionado ao vínculo com a mãe, representante primeira do mundo, que lhe apresenta suas possibilidades de representação sobre ele. Assim, as possibilidades de subjetivação, de construção de identidade e de agir do sujeito são limitadas e delimitadas pelo que a realidade, anterior a ele, lhe concede. O intuito do estudo aqui apresentado consiste na promoção de uma discussão que possa trazer possibilidades de análise e de ruptura dos discursos instituídos e alienadamente reproduzidos. Por meio da elaboração dos processos psíquicos envolvidos na trama institucional, é possível se pensar na superação de tal quadro por cada sujeito que se insere nessa realidade. Considerando que a busca pelo saber, pelo novo, é inerente a todo sujeito, discute-se o processo de criação que consiste na tensão entre o estabelecido e seu diferente, e que pode surgir, ao se estabelecer a dialética entre ambos, superando o estado dilemático que impõe uma paralisação nessa relação. Assim, a problemática da autonomia desloca-se para a de criação / In the present work, we aim to explicit how the discourse of autonomy promotion is established and reproduced by several actors in the mental health field, especially the workers, who utter it most of the time as a way to support their actions. In order to do so, we have analysed how the notion of autonomy is sustained by institutions and how it sharply reaches the users of mental health services, upon whom institutional actions and practices fall. Throughout the research, we have considered that the type of psychoanalysis that interpret an individual as a part of a group consists in the most appropriate theoretical framework to discuss the processes that encompass the theme, as it considers the dimensions of subjectivity, society, groups and institutions. We think it is fundamental to understand how the autonomy of the subject has been shaped since his constitution, which occurs in the relationship with the other and the world, thus defining his intrapsychic and intersubjective reality. Based on René Kaës\'s work and the concept of unconscious alliances, we have discussed the way by which the subject is built, considering the relationship between external and internal worlds inseparable. The alliances play the role of intermediary. In order to understand how the subject enters the world, we stress the importance of the imperative of contracts and pacts, especially the narcissist contract and the denegativo pact, by means of a process of psychic economy that is aimed at guaranteeing each subject possible ways of survival and interactions. By means of these types of unconscious alliances, the subject seeks self-preservation and the perpetuation of the group, the institution and the species. Based on Piera Aulagnier, we have immersed ourselves in the processes of the constitution of the subject, which is determined by the relationship with the mother, the first representative of the world, who presents him his possibilities of representation of the world. So, his possibilities of subjectivation, identity building and action are limited and shaped by all the aspects that the reality, which comes before the subject, gives to him. The aim of this work consists in stimulating a discussion that may bring possibilities of analysis and ruptures as well of the discourses that are established and reproduced in an alienated way. By elaborating the psychic processes that are involved in the institutional framework, it is possible to identify the possibility that each subject who participates in this reality has to overcome this context. Considering that the search for knowledge and innovation is inherent in every subject, we have discussed the process of creation that consists in a tension between the established situation and different scenarios, which may arise when there is a dialectical tie between them, thus overcoming the dilematic state that imposes a stoppage on this relationship. In other words, the question of autonomy gives way to that of creation
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Ouro, cobre e chumbo: A psicanálise, o grupo e o movimento analítico brasileiro em tempos de ditadura / Gold, copper and lead: psychoanalysis, group and the Brazilian psychoanalytic movement during military dictatorship timesSilveira, Fernando da 26 February 2016 (has links)
O trabalho atual visa entender o papel que as alianças inconscientes desempenham na institucionalização da psicanálise brasileira. O psiquismo é entendido a partir de uma perspectiva intersubjetiva, tal como proposta por Kaës. Tem-se como hipótese que um dos efeitos das alianças inconscientes foi restringir a possibilidade de a psicanálise lidar, no movimento analítico brasileiro, com a questão do grupo, a partir do inicio dos anos 1970. Sob a sombra do narcisismo de Freud, desde a sua fundação, o grupo é, paradoxalmente, o suporte de transmissão da psicanálise e um objeto de estudos denegado, no movimento analítico. O objetivo deste estudo é contribuir com um debate atual acerca da relação entre a questão do grupo e a institucionalização do movimento analítico brasileiro. Foi realizada uma leitura de textos publicados na Revista Brasileira de Psicanálise, RBP, buscando elementos que ajudassem a compreender o afastamento do trabalho com grupos nas instituições psicanalíticas, fato ainda observado na atualidade. As alianças inconscientes são formações intermediárias que estão na base da construção dos vínculos entre o sujeito singular e o grupo, formando apoios psíquicos de uma instituição. A resistência ao conhecimento sobre o grupo é o ponto de partida para esta pesquisa. Foi realizado um trabalho de interpretação dos textos, sobre a institucionalização da psicanálise no Brasil. Foram identificados os efeitos das alianças inconscientes sobre o processo de institucionalização do movimento analítico brasileiro. Elucidar o passado pode ajudar a analisar, no presente, as resistências que ainda existem e que dificultam a extensão da psicanálise para a inclusão do grupo como um campo legitimo de estudo. Foram analisados, no total, 55 textos publicados entre 1967 e 1976. A análise foi dividida em dois períodos: 1967 e 1970; 1971 e 1976. Até 1970, diversos psicanalistas tentaram validar o trabalho com grupos como psicanalítico. A partir de 1970, as fronteiras da psicanálise delimitaram-se em torno do estudo do intrapsíquico, na situação da clínica bipessoal. Trabalhos com grupos ficaram para fora do movimento analítico por não serem legitimados como verdadeiramente psicanalíticos. Ao mesmo tempo, observa-se um insistente retorno do recalcado, pois as crises de relacionamento em grupo nas sociedades passam cada vez mais a serem discutidas nas páginas da RBP. Conforme afirma Kaës, o grupo é a quarta ferida narcísica para a humanidade e, também, uma importante ferida narcísica para a psicanálise da qual ela se defende, durante o período analisado. Os constantes ataques aos espaços intermediários, a partir do metaquadro social até o quadro institucional, sustentam uma clivagem que mantem a psicanálise em condições estritamente narcísicas, quando a libido se volta para a autopreservação. A psicanálise precisa dos espaços intermediários e do grupo para refazer a sua ligação com o mundo e nele sobreviver. A continuidade da vida acontece pelo outro, pelo grupo e não pelo Eu. É um grande desafio construir uma cultura de grupo que sirva de suporte psíquico para que o nosso narcisismo esteja a serviço das gerações futuras e da continuidade da vida / This current paper seeks to understand the role that unconscious alliances play in the institutionalization of Brazilian psychoanalysis. The psyche is understood starting from an intersubjective perspective, as proposed by Kaës. The hypothesis is that, beginning in the 1970s, one of the effects of unconscious alliances has been to restrict the possibility of psychoanalysis to deal with the question of the group within the Brazilian analytical movement. Under the shadow of Freuds narcissism, the group has paradoxically been the basis for the transmission of psychoanalysis and a denied object of study from the founding of the Brazilian psychoanalytical movement. The objective of this study is to contribute to the debate concerning the relationship between the group and the institutionalization of the Brazilian psychoanalytical movement. Based on a reading of texts published in the Brazilian Journal of Psychoanalysis (BJP) [Revista Brasileira de Psicanálise -- RBP], it looks for elements to try to understand the moving away from group work in psychoanalytic institutions, a fact that can be observed until the present day. Unconscious alliances are intermediary formations that are at the root of the construction of the ties between a singular subject and a group which make up the psychic supports of an institution. Texts on the institutionalization of psychoanalysis in Brazil were subjected to interpretation. Elucidating the past may aid in analyzing the resistance that still exists and which, in the present, impedes the extension of psychoanalysis to inclusion of the group as a legitimate field of study. A total of 55 texts published between 1967 and 1976 have been analyzed. This analysis was then divided into two periods: 1967 to 1970 and 1971 to 1976. Until 1970, several psychoanalysts attempted to validate group work as being psychoanalytical. After 1970, the limits of psychoanalysis were confined to the study of intrapsychic processes in bipersonal clinical situations. Work with groups remained outside of the Brazilian psychoanalytical movement as it was not legitimized as being truly psychoanalytic. At the same time, there was an insistent return of that repressed work as the crises of group relations in society were increasingly discussed in the pages of the BJP. As Kaës has stated, the group is the fourth narcissistic wound of humanity, and was also an important narcissistic wound for psychoanalysis from which it tried to defend itself during the period studied. The constant attacks on intermediate spaces, beginning with the social metaframework and extending to the institutional framework, argue for the existence of a rift that holds psychoanalysis within a strictly narcissistic condition, one in which the libido turns towards self--preservation.. The continuity of life occurs by means of the other, by means of the group and not by means of the Self. Building a culture of the group that may serve as a psychic support so that our narcissism may be of service to future generations and the continuity of life is indeed a great challenge
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A relação entre psicologia e racismo: As heranças da clínica psicológica / Not informed by the authorBenedito, Maiara de Souza 13 April 2018 (has links)
Esta dissertação tem como objetivo investigar como a raça e o racismo afetam a prática dos psicólogos. A partir de uma leitura histórica da construção do que é ser negro no Brasil, discute-se as formas como a Psicologia pode contribuir para o enfrentamento do sofrimento causado pelo racismo. Adota-se a compreensão da raça enquanto uma construção social que reverbera em diversas faces do racismo, entre elas o racismo institucional, que pode refletir e determinar a forma como os negros acessam seus direitos. Apoiada na psicanálise vincular e no conceito de alianças inconscientes de Kaës, averigua-se se e como profissionais do campo da clínica psicológica identificam problemas relacionados ao racismo, analisando como eles atuam diante dessa problemática. As entrevistas abertas tiveram como base os pressupostos de Bleger e realizadas com três profissionais que atuam em dispositivos clínicos em serviços públicos e privados na região metropolitana de São Paulo. Em seguida, identificou-se de que modo as questões raciais são expressas no campo da clínica nesses dispositivos. Foram encontrados aspectos comuns entre as narrativas estudadas com relação ao racismo operar como uma transmissão psíquica entre as gerações e observou-se que há ambiguidade na diferenciação do racismo a outros tipos de preconceitos. Reconheceu-se a contradição entre desejo e a culpa entre as vítimas do racismo nos relatos dos entrevistados. Evidenciou-se a problemática do lugar do negro nos espaços sociais e a relevância dos territórios onde eles podem ou não ocupar. Na clínica psicológica, admitiu-se a existência de estruturantes psíquicos, responsáveis pelo delineamento do sofrimento de ser negro, e que, nessa dimensão, há um espaço para elaboração desse problema. Percebeu-se a importância de respeitar o sujeito enquanto si mesmo antes de fazer os recortes sociais necessários. Além disso, foi descoberta a necessidade de se realizar parcerias para o enfrentamento do racismo, destacando-se ainda o valor da apropriação histórica para que os fenômenos raciais possam ser compreendidos e superados. Este estudo conclui que a atuação da Psicologia se faz necessária política e socialmente / This dissertation aims to investigate how race and racism have affected the practice of psychologists. From a historical reading of what it means to be black in Brazil, we discuss the ways in which Psychology can contribute to confronting the suffering caused by racism. The understanding of race is adopted as a social construction that reverberates on several branches of racism, including institutional racism, which can reflect and determine how blacks access their rights. Based on Linkage Psychoanalysis and on the concept of Unconscious Alliances by Kaës, we investigate whether and how professionals in the field of Psychology Clinic identify problems related to racism, analyzing how they act in face of this issue. Open interviews were conducted based on the assumptions of Bleger and carried out with three professionals who work in clinical settings in public and private services in the metropolitan region of São Paulo. Then, it was identified how racial issues are expressed in the clinical field. Common aspects were found among the narratives studied regarding racism operating as a psychic transmission between generations. Moreover, it was observed ambiguity in the differentiation of racism from other types of prejudices. The contradiction between desire and guilt among the victims of racism in the interviewees\' accounts was acknowledged. The problematic of the place of the black in social spaces and the relevance of the territories where they can or cannot access were evidenced. In the psychological clinic, the existence of psychic structurants was admitted as responsible for the delineation of the suffering of being black, and in this sense, there is room for further elaboration. The importance of respecting the individual before making necessary social evaluations was recognized. In addition, we discovered the need to realize partnerships to combat racism, highlighting the importance of historical appropriation so that the racial phenomena can be understood and overcome. This study concludes that the performance of Psychology becomes politically and socially necessary
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A relação entre psicologia e racismo: As heranças da clínica psicológica / Not informed by the authorMaiara de Souza Benedito 13 April 2018 (has links)
Esta dissertação tem como objetivo investigar como a raça e o racismo afetam a prática dos psicólogos. A partir de uma leitura histórica da construção do que é ser negro no Brasil, discute-se as formas como a Psicologia pode contribuir para o enfrentamento do sofrimento causado pelo racismo. Adota-se a compreensão da raça enquanto uma construção social que reverbera em diversas faces do racismo, entre elas o racismo institucional, que pode refletir e determinar a forma como os negros acessam seus direitos. Apoiada na psicanálise vincular e no conceito de alianças inconscientes de Kaës, averigua-se se e como profissionais do campo da clínica psicológica identificam problemas relacionados ao racismo, analisando como eles atuam diante dessa problemática. As entrevistas abertas tiveram como base os pressupostos de Bleger e realizadas com três profissionais que atuam em dispositivos clínicos em serviços públicos e privados na região metropolitana de São Paulo. Em seguida, identificou-se de que modo as questões raciais são expressas no campo da clínica nesses dispositivos. Foram encontrados aspectos comuns entre as narrativas estudadas com relação ao racismo operar como uma transmissão psíquica entre as gerações e observou-se que há ambiguidade na diferenciação do racismo a outros tipos de preconceitos. Reconheceu-se a contradição entre desejo e a culpa entre as vítimas do racismo nos relatos dos entrevistados. Evidenciou-se a problemática do lugar do negro nos espaços sociais e a relevância dos territórios onde eles podem ou não ocupar. Na clínica psicológica, admitiu-se a existência de estruturantes psíquicos, responsáveis pelo delineamento do sofrimento de ser negro, e que, nessa dimensão, há um espaço para elaboração desse problema. Percebeu-se a importância de respeitar o sujeito enquanto si mesmo antes de fazer os recortes sociais necessários. Além disso, foi descoberta a necessidade de se realizar parcerias para o enfrentamento do racismo, destacando-se ainda o valor da apropriação histórica para que os fenômenos raciais possam ser compreendidos e superados. Este estudo conclui que a atuação da Psicologia se faz necessária política e socialmente / This dissertation aims to investigate how race and racism have affected the practice of psychologists. From a historical reading of what it means to be black in Brazil, we discuss the ways in which Psychology can contribute to confronting the suffering caused by racism. The understanding of race is adopted as a social construction that reverberates on several branches of racism, including institutional racism, which can reflect and determine how blacks access their rights. Based on Linkage Psychoanalysis and on the concept of Unconscious Alliances by Kaës, we investigate whether and how professionals in the field of Psychology Clinic identify problems related to racism, analyzing how they act in face of this issue. Open interviews were conducted based on the assumptions of Bleger and carried out with three professionals who work in clinical settings in public and private services in the metropolitan region of São Paulo. Then, it was identified how racial issues are expressed in the clinical field. Common aspects were found among the narratives studied regarding racism operating as a psychic transmission between generations. Moreover, it was observed ambiguity in the differentiation of racism from other types of prejudices. The contradiction between desire and guilt among the victims of racism in the interviewees\' accounts was acknowledged. The problematic of the place of the black in social spaces and the relevance of the territories where they can or cannot access were evidenced. In the psychological clinic, the existence of psychic structurants was admitted as responsible for the delineation of the suffering of being black, and in this sense, there is room for further elaboration. The importance of respecting the individual before making necessary social evaluations was recognized. In addition, we discovered the need to realize partnerships to combat racism, highlighting the importance of historical appropriation so that the racial phenomena can be understood and overcome. This study concludes that the performance of Psychology becomes politically and socially necessary
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[en] IN SEARCH OF THE ENCOUNTER: THE NUMINOUS DEMAND IN THE RELIGIOUS SPHERE OF UNIÃO DO VEGETAL / [pt] EM BUSCA DO ENCONTRO: A DEMANDA NUMINOSA NO CONTEXTO RELIGIOSO DA UNIÃO DO VEGETALTATIANA BARBOSA CARVALHO 21 June 2006 (has links)
[pt] Este trabalho se dedica ao estudo da subjetividade de
pessoas mentalmente
saudáveis, que vivenciam a religiosidade através de
experiências de contato direto
com o sagrado, alcançado mediante a ingestão de uma
substância enteógena de
nome Hoasca, no âmbito religioso da União do Vegetal. A
fundamentação teórica
para a compreensão deste modelo de vivência religiosa é
baseada em W. James,
R. Otto e C. G. Jung, autores que conferem importância à
religiosidade, e ao
contato direto com o sagrado na vida do ser humano. / [en] This work is dedicated to the study of the subjectivity of
mentally stable
people religious experiences through direct contact with
the sacred, via the
ingestion of sacred substance know as Hoasca, within the
religious sphere of
União do Vegetal. The theoretical foundation for
understanding this type of
religious experience is based in the thinking of W. James,
R. Otto and C. G. Jung,
as authors that confer importance to religion and its
direct contact with the sacred,
in the life of human being.
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Ouro, cobre e chumbo: A psicanálise, o grupo e o movimento analítico brasileiro em tempos de ditadura / Gold, copper and lead: psychoanalysis, group and the Brazilian psychoanalytic movement during military dictatorship timesFernando da Silveira 26 February 2016 (has links)
O trabalho atual visa entender o papel que as alianças inconscientes desempenham na institucionalização da psicanálise brasileira. O psiquismo é entendido a partir de uma perspectiva intersubjetiva, tal como proposta por Kaës. Tem-se como hipótese que um dos efeitos das alianças inconscientes foi restringir a possibilidade de a psicanálise lidar, no movimento analítico brasileiro, com a questão do grupo, a partir do inicio dos anos 1970. Sob a sombra do narcisismo de Freud, desde a sua fundação, o grupo é, paradoxalmente, o suporte de transmissão da psicanálise e um objeto de estudos denegado, no movimento analítico. O objetivo deste estudo é contribuir com um debate atual acerca da relação entre a questão do grupo e a institucionalização do movimento analítico brasileiro. Foi realizada uma leitura de textos publicados na Revista Brasileira de Psicanálise, RBP, buscando elementos que ajudassem a compreender o afastamento do trabalho com grupos nas instituições psicanalíticas, fato ainda observado na atualidade. As alianças inconscientes são formações intermediárias que estão na base da construção dos vínculos entre o sujeito singular e o grupo, formando apoios psíquicos de uma instituição. A resistência ao conhecimento sobre o grupo é o ponto de partida para esta pesquisa. Foi realizado um trabalho de interpretação dos textos, sobre a institucionalização da psicanálise no Brasil. Foram identificados os efeitos das alianças inconscientes sobre o processo de institucionalização do movimento analítico brasileiro. Elucidar o passado pode ajudar a analisar, no presente, as resistências que ainda existem e que dificultam a extensão da psicanálise para a inclusão do grupo como um campo legitimo de estudo. Foram analisados, no total, 55 textos publicados entre 1967 e 1976. A análise foi dividida em dois períodos: 1967 e 1970; 1971 e 1976. Até 1970, diversos psicanalistas tentaram validar o trabalho com grupos como psicanalítico. A partir de 1970, as fronteiras da psicanálise delimitaram-se em torno do estudo do intrapsíquico, na situação da clínica bipessoal. Trabalhos com grupos ficaram para fora do movimento analítico por não serem legitimados como verdadeiramente psicanalíticos. Ao mesmo tempo, observa-se um insistente retorno do recalcado, pois as crises de relacionamento em grupo nas sociedades passam cada vez mais a serem discutidas nas páginas da RBP. Conforme afirma Kaës, o grupo é a quarta ferida narcísica para a humanidade e, também, uma importante ferida narcísica para a psicanálise da qual ela se defende, durante o período analisado. Os constantes ataques aos espaços intermediários, a partir do metaquadro social até o quadro institucional, sustentam uma clivagem que mantem a psicanálise em condições estritamente narcísicas, quando a libido se volta para a autopreservação. A psicanálise precisa dos espaços intermediários e do grupo para refazer a sua ligação com o mundo e nele sobreviver. A continuidade da vida acontece pelo outro, pelo grupo e não pelo Eu. É um grande desafio construir uma cultura de grupo que sirva de suporte psíquico para que o nosso narcisismo esteja a serviço das gerações futuras e da continuidade da vida / This current paper seeks to understand the role that unconscious alliances play in the institutionalization of Brazilian psychoanalysis. The psyche is understood starting from an intersubjective perspective, as proposed by Kaës. The hypothesis is that, beginning in the 1970s, one of the effects of unconscious alliances has been to restrict the possibility of psychoanalysis to deal with the question of the group within the Brazilian analytical movement. Under the shadow of Freuds narcissism, the group has paradoxically been the basis for the transmission of psychoanalysis and a denied object of study from the founding of the Brazilian psychoanalytical movement. The objective of this study is to contribute to the debate concerning the relationship between the group and the institutionalization of the Brazilian psychoanalytical movement. Based on a reading of texts published in the Brazilian Journal of Psychoanalysis (BJP) [Revista Brasileira de Psicanálise -- RBP], it looks for elements to try to understand the moving away from group work in psychoanalytic institutions, a fact that can be observed until the present day. Unconscious alliances are intermediary formations that are at the root of the construction of the ties between a singular subject and a group which make up the psychic supports of an institution. Texts on the institutionalization of psychoanalysis in Brazil were subjected to interpretation. Elucidating the past may aid in analyzing the resistance that still exists and which, in the present, impedes the extension of psychoanalysis to inclusion of the group as a legitimate field of study. A total of 55 texts published between 1967 and 1976 have been analyzed. This analysis was then divided into two periods: 1967 to 1970 and 1971 to 1976. Until 1970, several psychoanalysts attempted to validate group work as being psychoanalytical. After 1970, the limits of psychoanalysis were confined to the study of intrapsychic processes in bipersonal clinical situations. Work with groups remained outside of the Brazilian psychoanalytical movement as it was not legitimized as being truly psychoanalytic. At the same time, there was an insistent return of that repressed work as the crises of group relations in society were increasingly discussed in the pages of the BJP. As Kaës has stated, the group is the fourth narcissistic wound of humanity, and was also an important narcissistic wound for psychoanalysis from which it tried to defend itself during the period studied. The constant attacks on intermediate spaces, beginning with the social metaframework and extending to the institutional framework, argue for the existence of a rift that holds psychoanalysis within a strictly narcissistic condition, one in which the libido turns towards self--preservation.. The continuity of life occurs by means of the other, by means of the group and not by means of the Self. Building a culture of the group that may serve as a psychic support so that our narcissism may be of service to future generations and the continuity of life is indeed a great challenge
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O discurso da autonomia em saúde mental: construção, reprodução, institucionalização e criação / Not informed by the authorEd Otsuka 05 April 2017 (has links)
Neste trabalho busca-se explicitar como o discurso de promoção de autonomia se instaura e se reproduz entre os diversos atores do campo da saúde mental, especialmente os trabalhadores da saúde mental, que mais o proferem como forma de embasar sua atuação. Para tal tarefa, explora-se o modo como a noção de autonomia é sustentada institucionalmente e como ela atinge de forma incisiva os usuários de serviços de saúde mental, sobre os quais recaem as ações e as práticas institucionais. Ao longo do percurso da pesquisa, considera-se que a psicanálise, que pensa o homem como sujeito do grupo e do vínculo, consiste no mais adequado aporte teórico para discutir os processos que envolvem a temática, por implicar as dimensões da subjetividade, do social, do grupal e do institucional. Avalia-se ser fundamental compreender como a autonomia do sujeito é condicionada desde sua constituição, que ocorre na relação com o outro e o mundo, definindo sua realidade intrapsíquica e intersubjetiva. A partir da obra de Kaës e do conceito de alianças inconscientes, discute-se como o sujeito se constitui, sendo a relação entre mundo interno e externo indissociável. As alianças exercem a função de intermediário. Assim, para compreender como o sujeito se insere no mundo, verifica-se o imperativo dos contratos e pactos, mais especialmente o contrato narcísico e o pacto denegativo, por um processo de economia psíquica que visa garantir sua sobrevivência e a convivência possível para cada sujeito. É por meio dessas modalidades de alianças inconscientes, que o sujeito busca a autopreservação e a perpetuação do grupo, da instituição e da espécie. Com a referência da autora Piera Aulagnier, empreende-se uma imersão nos processos de constituição do sujeito, que se define como tal, condicionado ao vínculo com a mãe, representante primeira do mundo, que lhe apresenta suas possibilidades de representação sobre ele. Assim, as possibilidades de subjetivação, de construção de identidade e de agir do sujeito são limitadas e delimitadas pelo que a realidade, anterior a ele, lhe concede. O intuito do estudo aqui apresentado consiste na promoção de uma discussão que possa trazer possibilidades de análise e de ruptura dos discursos instituídos e alienadamente reproduzidos. Por meio da elaboração dos processos psíquicos envolvidos na trama institucional, é possível se pensar na superação de tal quadro por cada sujeito que se insere nessa realidade. Considerando que a busca pelo saber, pelo novo, é inerente a todo sujeito, discute-se o processo de criação que consiste na tensão entre o estabelecido e seu diferente, e que pode surgir, ao se estabelecer a dialética entre ambos, superando o estado dilemático que impõe uma paralisação nessa relação. Assim, a problemática da autonomia desloca-se para a de criação / In the present work, we aim to explicit how the discourse of autonomy promotion is established and reproduced by several actors in the mental health field, especially the workers, who utter it most of the time as a way to support their actions. In order to do so, we have analysed how the notion of autonomy is sustained by institutions and how it sharply reaches the users of mental health services, upon whom institutional actions and practices fall. Throughout the research, we have considered that the type of psychoanalysis that interpret an individual as a part of a group consists in the most appropriate theoretical framework to discuss the processes that encompass the theme, as it considers the dimensions of subjectivity, society, groups and institutions. We think it is fundamental to understand how the autonomy of the subject has been shaped since his constitution, which occurs in the relationship with the other and the world, thus defining his intrapsychic and intersubjective reality. Based on René Kaës\'s work and the concept of unconscious alliances, we have discussed the way by which the subject is built, considering the relationship between external and internal worlds inseparable. The alliances play the role of intermediary. In order to understand how the subject enters the world, we stress the importance of the imperative of contracts and pacts, especially the narcissist contract and the denegativo pact, by means of a process of psychic economy that is aimed at guaranteeing each subject possible ways of survival and interactions. By means of these types of unconscious alliances, the subject seeks self-preservation and the perpetuation of the group, the institution and the species. Based on Piera Aulagnier, we have immersed ourselves in the processes of the constitution of the subject, which is determined by the relationship with the mother, the first representative of the world, who presents him his possibilities of representation of the world. So, his possibilities of subjectivation, identity building and action are limited and shaped by all the aspects that the reality, which comes before the subject, gives to him. The aim of this work consists in stimulating a discussion that may bring possibilities of analysis and ruptures as well of the discourses that are established and reproduced in an alienated way. By elaborating the psychic processes that are involved in the institutional framework, it is possible to identify the possibility that each subject who participates in this reality has to overcome this context. Considering that the search for knowledge and innovation is inherent in every subject, we have discussed the process of creation that consists in a tension between the established situation and different scenarios, which may arise when there is a dialectical tie between them, thus overcoming the dilematic state that imposes a stoppage on this relationship. In other words, the question of autonomy gives way to that of creation
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Cultura organizacional: sedução e carisma?Freitas, Maria Ester de 28 April 1997 (has links)
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Previous issue date: 1997-04-28T00:00:00Z / Apresentando uma abordagem interdisciplinar, discute o papel predominante que as empresas buscam assumir hoje na sociedade, caracterizada por mudanças aceleradas e crise no processo de identificação dos indivíduos. Analisa o imaginário organizacional moderno e a cultura organizacional como seu principal veículo, favorecendo o narcisismo, a identificação e a idealização da empresa. Apresenta a nova estética e as novas construções simbólicas do poder organizacional, fundadas na busca de um carisma da instituição e no uso de estratégias de sedução.
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