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A importância da negatividade hegeliana para o pensamento dialético de Herbert Marcuse : o legado da filosofia da história /Silva, Thiago Evandro Vieira da. January 2012 (has links)
Orientador: Robespierre de Oliveira / Banca: Ricardo Monteagudo / Banca: Imaculada Kangussu / Resumo: Esta dissertação tem como objetivo analisar o legado do pensamento dialético de Hegel para a Teoria Crítica, e como esta se apropria do conceito de negatividade enquanto um método para a superação das antinomias inerentes à sociedade capitalista, a partir do tema da Filosofia da História, tentando responder a seguinte questão: qual é a importância da negatividade hegeliana na teoria crítica de Marcuse? Em termos metodológicos, a pesquisa procurou considerar todo um quadro contextual que apreende o objeto e o ultrapassa. A partir da análise da Filosofia da História de Hegel observou-se certa proximidade dos conceitos por este desenvolvidos com os utilizados pela Teoria Crítica, alguns intermediados pelo materialismo histórico de Marx. Tal proximidade tornou-se mais evidente na análise do texto Razão e Revolução de Marcuse. Como se supôs que a leitura de Marcuse do sistema de Hegel não desconsidera a própria crítica de Marx ao sistema filosófico de seu mestre, isso exigiu que a pesquisa considerasse também o pensamento de Marx para avaliar melhor como ocorreu a apropriação marcuseana de algumas categorias hegelianas. / Abstract: This thesis aims to analyse the legacy of dialectical thought of Hegel to Critical Theory, and how it appropriates the concept of negativity as a method to overcome the antinomies inherent in capitalist society, based on the theme of Philosophy of History so trying to answer the following question: what is the importance of Hegelian negativity in Marcuse's critical theory? In methodological terms, this research sought to consider a whole contextual framework that captures the object and beyond. From the analysis of Hegel's Philosophy of History was observed near some of the concepts developed in this with those used by Critical Theory, some mediated by the historical materialism of Marx. This closeness has become more evident in the analysis of the Marcuse's Reason and Revolution text. As it was assumed that the reading of Marcuse's Hegelian system does not ignore Marx's own critique of the philosophical system of his master, demanded that this research should also considered the thought of Marx in order to better assess how the Marcuse was the appropriation of Hegelian categories. / Mestre
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InfânciaFelippe, Renata Farias de January 2003 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Literatura . / Made available in DSpace on 2012-10-21T07:12:01Z (GMT). No. of bitstreams: 1
194031.pdf: 617383 bytes, checksum: ba58665d19ed3d4e928cf33875d348c6 (MD5) / O presente trabalho tem o objetivo de refletir a respeito da presença mítica na contemporaneidade, inclusive nas manifestações que pretendem negá-la. Sendo assim, valemo-nos de Infância (1945), texto autobiográfico de Graciliano Ramos, narrativa aparentemente desmitificadora, construída sob o viés da negatividade, para pensarmos a respeito do caráter impositivo do mito. Analisar o modo como este se faz presente em um texto essencialmente voltado para a subversão, também será foco de nossa análise.
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Ironia e subjetividade em Kierkegaard /Aun, Fernando Santos. January 2011 (has links)
Orientador: Arlenice Almeida da Silva / Banca: Silvia Saviano Sampaio / Banca: Carlos Eduardo Jordão Machado / Resumo: Esta dissertação procura esclarecer a singularidade da concepção kierkegaardiana do conceito de ironia e a relação estabelecida entre este conceito e a questão da subjetividade. Com essa finalidade priorizamos a análise da obra O conceito de ironia constantemente referido a Sócrates, na qual podemos investigar as distinções que Kierkegaard estabelece entre a ironia socrática, a ironia no romantismo alemão e a concepção hegeliana de ironia. Valorizamos a análise da definição de ironia como "negatividade" e também a noção de "personalidade" apresentada pelo autor. Tendo em vista que, como figura de transição, o lugar ocupado pela ironia na obra de Kierkegaard é configurado sempre no intervalo e na passagem entre várias dualidades, tais como, real e ideal; finito e infinito; interior e exterior; vida e forma ou, ainda, entre uma subjetividade e outra, defendemos ao longo da dissertação que um estudo detido da tese kierkegaardiana sobre a ironia é essencial para compreendermos alguns dos principais aspectos de sua filosofia / Abstract: This dissertation aims at clarifying the singularity of Kierkegaard's concept of irony and its relation to the subjectivity. Thus, the priority of this research is the analysis of the work: "The Concept of Irony, with Continual Reference to Socrates", by Kierkegaard, in which it is possible to examine the distinctions between the Socratic irony, the irony in the German Romanticism and the Hegelian notion of irony. We focus on the analysis of irony as negativity and also on the author's idea about "personality". Considering the place of irony in the Kierkegaard's work as an element of transition, that figures in between several dualisms, such as: Real and ideal; finite and infinite; interior and exterior; life and form; or also between subjectivities; we believe that a careful study of Kierkegaard's thesis about irony is essential to understand some of the main aspects of his philosophy / Mestre
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[en] DOSTOIEVSKI: TRAGIC CONSCIOUSNESS AND THEOLOGICAL CRITIQUE OF MODERNITY: UNDERGROUND, TRAGEDY AND THEOLOGICAL NEGATIVITY / [pt] DOSTOIÉVSKI: CONSCIÊNCIA TRÁGICA E CRÍTICA TEOLÓGICA DA MODERNIDADE: SUBTERRÂNEO, TRAGÉDIA E NEGATIVIDADE TEOLÓGICAJIMMY SUDARIO CABRAL 28 January 2013 (has links)
[pt] A tese quer demonstrar os fundamentos teológicos que determinaram a obra
romanesca de F. Dostoiévski. Partindo dos rastros da longa tradição de comentadores
religiosos de sua produção literária, como V. Ivanov, N. Berdiaev, P. Evdokimov, o
trabalho identifica na obra de Dostoiévski uma teologia que encontrou na tragédia, e
não na filosofia clássica de tradição socrática e platônica, os seus fundamentos e
afinidades eletivas. Possuindo uma configuração anárquica desprovida de
fundamentos metafísicos, a teologia dostoievskiana tornou-se o sintoma mais
significativo do pensamento trágico moderno, manifestando-se como uma crítica
religiosa de todos os sistemas romântico-racionalistas que se instauraram a partir da
Aufhebung hegeliana, que se compôs como o elemento constitutivo da reconciliação
materialista moderna. Como reflexão trágica, o cristianismo de Dostoiévski abriu,
fora dos quadros da metafísica, o problema teológico na modernidade, antecipando
a aporia trágica e a radical insuficiência teológica do materialismo moderno. / [en] The thesis aims to demonstrate the theological foundations that determined the
romanesque work of F. Dostoevsky. Based on the traces of the long tradition of
religious commentators of his work, as V. Ivanov, N. Berdyaev, P. Evdokmov, the
paper identifies in Dostoevsky’s work a theology that found in tragedy, and not in the
classical philosophy of tradition from Plato and Socratic, its foundations and elective
affinities. Possessing an anarchic configuration devoid of metaphysical foundations,
theology of Dostoevsky became the most significant symptom of the modern tragic
thought, manifesting itself as a religious criticism of all romantic-rationalist systems
that have established from the Hegelian Aufhebung, which is composed as the
constitutive element of modern materialistic reconciliation. As tragic reflection,
Dostoevsky s Christianity opened the theological problem in modernity, outside the
frames of metaphysics, anticipating the tragic stalemate and radical theological
insufficiency of modern materialism.
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Do "não", da negação e do "nada" ou sobre o estatuto da negatividade em HeideggerSilva, Taciane Alves da January 2015 (has links)
Orientador: Prof. Dr. Marco Antonio Valentim / Dissertaçao (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Defesa: Curitiba, 27/02/2015 / Inclui referências / Área de concentração: Filosofia / Resumo: Do "não", da negação e do "nada" ou sobre o estatuto da negatividade em Heidegger. Curitiba, 2015. Dissertação (Mestrado em Filosofia). - Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Centro de Ciências Humanas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2015. O ponto de partida desta dissertação é uma passagem do prefácio, de 1949, à terceira edição de Da essência do fundamento, na qual Heidegger recorre ao não para definir duas noções centrais de seu itinerário de pensamento, a saber, o nada e a diferença ontológica. Enquanto se poderia definir o primeiro como a alteridade do ente, o não do ente, ou seja, como a perspectiva segundo a qual o ser "afigurar-se-ia" a partir de um prisma ôntico, a segunda seria concebida como o não entre ente e ser. Diante de tal cenário, surgem as seguintes questões que carecem de ser ulteriormente respondidas: como se haveria de qualificar os caracteres essenciais deste não capaz de definir o próprio nada, bem como de presidir a fissura diferencial que há entre ser e ente? Quais seriam os operadores conceituais que poderiam ser despendidos para se circunscrever os estatutos próprios do nada, do ente e do ser, sobre qual seria o solo comum em que esta tríade conceitual se estribaria e, por fim, sobre a natureza da imbricação que há entre as noções? Portanto, tomando como ensejo as duas definições supracitadas, pretende-se fundamentalmente esboçar uma interpretação dos conceitos de nada, de não e de diferença ontológica, bem como de outras noções por eles pressupostos, desde o horizonte de pensamento heideggeriano. / Abstract: The starting point of this work is a passage from the preface of 1949, the third edition On the Essence of ground, in which Heidegger resorts to not to set two central notions of his itinerary of thought, namely, the nothing and the ontological difference. While power would define the first as the otherness of being, not of the one, that is, as the view that Being "appears would be" from an ontic prism, the second would be conceived as not between the one and Being. Faced with this scenario, there are the following issues that need to be further answered: how would qualify the essential character of this not able to set the nothing itself as well as to chair the fissure differential that exists between Being and being? What are the operating concepts that could be made to confine its own statutes of nowhere, the being and Being, what would be the common ground on which this conceptual triad ground and, finally, about the nature of overlap there is between the notions? So, taking as an opportunity both above definitions, fundamentally want up sketch an interpretation of anything, not and ontological difference, as well as other ideas for them assumptions from the horizon of Heidegger's thought.
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O conflito das fronteiras: Metaf?sica, Negatividade e o Extremo OrienteTeixeira, Luiz Fernando Fontes 30 May 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-05-30 / O conflito das fronteiras se desdobra como um percurso natural da hist?ria do pensamento humano. Torna-se manifesto todavia apenas mediante um expl?cito choque cultural, que evidencia distintas formata??es conceituais. Pensar este conflito pode esclarecer os enlaces respons?veis pelo desenvolvimento do pensamento contempor?neo. Esta tese pretende analisar, em um primeiro momento, a hist?ria do pensamento enquanto metaf?sica, apresentando um diagn?stico da maneira pela qual o Ocidente impinge sua l?gica categ?rica. Por conseguinte, apresenta a tradi??o da negatividade, evidenciando um pensamento para al?m da ontologia cl?ssica mediante uma henologia e uma meontologia no neoplatonismo e na m?stica medieval. Por fim, exp?e o pensamento do Extremo Oriente como possiblidade de recep??o contempor?nea da negatividade e escapat?ria para a formata??o ocidentalizante da filosofia vigente. / The conflict of borderlines unfolds itself as a natural path in history of human thought. It
becomes clear only through an explicit cultural clash, which conveys distinct conceptual
formatting. Thinking this conflict might enlighten the bindings responsible for development of
contemporary way of thought. This thesis intent to analyse, in a first moment, the history of
thought as Metaphysics, presenting a diagnostic towards the way through which the West
impinges its categorical logic. Thereafter, presents the tradition of Negativity, showing a
thinking beyond Classic Ontology through a Henology and a Meontology in Neoplatonism and
Medieval Mysticism. At the end, exposes the Far Eastern thought as possibility of contemporary
reception of Negativity and escape from the Westernizer formatting of contemporary
philosophy
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A negatividade em mestre Eckhart e sua influência na analítica existencial de Martin HeideggerMARÇAL FILHO, José Carlos Gomes 31 January 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Este presente trabalho tenta demonstrar as similitudes estruturais entre a mística
religiosa de Mestre Eckhart e a Analítica Existencial de Martin Heidegger. Tal tarefa se
funda na análise da estrutura da Analítica Existencial e suas conseqüências no
pensamento heideggeriano: o nada, a diferença existencial, a transcendência do Dasein, a
compreensão heideggeriana da angústia, da alétheia, do lógos e do destinamento do ser,
bem como na compreensão eckhartiana de Deus, mundo, alma, Abgeschiedenheit,
Gelassenheit, diferença e Negatividade. A idéia inicial desta abordagem advém das
especulações filosóficas de John Caputo na sua obra The Mystical Element in
Heidegger´s Thought. Definir, portanto, a própria tradição em que Mestre Eckhart se
filia Filo de Alexandria, Plotino e Dionisius é tentar delimitar com mais clareza o
próprio pensamento de Eckhart e o todo de sua influência no pensar heideggeriano.
Nossa tarefa se articula no âmbito da História da Filosofia e da Fenomenologia-
Hermenêutica no sentido de extrair do pensamento de Caputo nuances novas sobre a
Analítica Existencial e sua relação com a Tradição filosófica ocidental pelo viés da
Negatividade
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Entre-nós: uma análise da conjugalidade homoafetiva feminina sob a ótica das alianças inconscientes / Between us: an analysis of the female homosexual conjugality from the perspective of unconscious alliancesLopreato, Marina Roquette 31 May 2019 (has links)
O aparecimento das novas configurações familiares LGBT tem gerado discussões candentes no cenário mundial. Nos últimos anos, o Brasil teve conquistas jurídicas e sociais importantes. Porém, mesmo diante desses avanços, o país ocupa a posição de primeiro lugar no ranking mundial de assassinatos por homolesbotransfobia. Os relacionamentos homoafetivos, cada vez mais expressivos e visíveis, trazem a necessidade de compreender como esses casais investem subjetivamente na relação e os dilemas que vivenciam. Esta pesquisa teve por objetivo investigar a conjugalidade homoafetiva feminina e conhecer os impactos do campo de representação social predominantemente atravessado por preceitos heteronormativos nos intercâmbios inconscientes que estruturam o vínculo intersubjetivo desses casais. Foram realizadas entrevistas abertas com casais homoafetivos femininos, no qual a pesquisadora pediu para as entrevistadas compartilharem de forma livre como foi a construção do relacionamento e que pontos da relação elas julgavam importantes de serem compartilhados. O exame do material teve o apoio teórico da psicanálise, baseado nos postulados de René Kaës,que compreende o sujeito do inconsciente enquanto sujeito do grupo. Os conceitos de intersubjetividade, alianças inconscientes e negatividade serviram de embasamento conceitual-teórico e nortearam as discussões. Nos relatos das protagonistas, foram identificadas diversas formas de violência na qual foram vítimas, impingidas através de atos sutis ou de estigmatização dessubjetivante, sugerindo uma recusa da existência legítima e da visibilidade da homoconjugalidade pelos laços sociais e vínculos familiares. Negativamente marcadas, elas narraram episódios de homofobia e um imaginário de associação da mulher homoafetiva com a marginalidade. Esse cenário social de hostilidade desafia os avalistas metassociais e psíquicos do vínculo intersubjetivo e impacta nas alianças de base, fundamentais para a função narrativa e legitimadora da relação / The onset of the new LGBT Family configurations has been generating burning discussions in the world scenario. Brazil has had important legal and social achievements in the last years. However, even considering such advances, the country ranks first in murders due to homophobie. The homosexual relationships, each time more significant and visible, bring a need to understand how these couples subjectively invest in the relationship and, therefore, the dilemma that they experience. In the present research, I propose the research of the female homosexual conjugality and the knowledge of the impacts of the field of social representation, which are predominantly crossed by heteronormative precepts in the unconscious exchanges that structure the intersubjective bond of these couples. Open interviews with female homosexual couples were made, in which the interviewed were asked to freely share the construction of their relationship as well as the aspects of the relationship they found important to be shared. Theoretical support of psychoanalysis was sought in the analysis of the material, especially in the postulates of René Kaës, who understands the subject of the unconscious as the subject of the group.The concepts of intersubjectivity, unconscious alliances and negativity were taken as conceptual and theoretical background and they guided discussions. Various forms of violence were identified in the report of the victims themselves, in which they were foisted either through subtile acts or through desubjectivating stigmatization, suggesting a refusal of both the legitimate existence and the visibility of the homoconjugality through social ties and family bonds. These subjects are strikingly marked and they narrate episodes of homophobia and an imagery of association of homosexual woman and marginality. This social scenario of hostility challenges the metasocial and psychic guarantors of the intersubjective bond and it presents a negativity in the alliances of base that are essential for the role of the narrative and legitimising of the relationship
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Excommunicatio. Ensaio para uma teoria negativa da comunicação / Excommunicatio: an essay for a negative theory of communicationNascimento, Maurício Augusto Pimentel Liesen 19 March 2014 (has links)
Este trabalho de doutorado esboça uma teoria negativa da comunicação a partir da reelaboração negativa dos seus três conceitos fundamentais: a comunicação, o medium e a comunidade. Grosso modo, a comunicação é figurada como uma experiência radical de alteridade; o medium como a descrição dos modos de percepção desta experiência e a comunidade como a incorporação das possibilidades de sua ocorrência. A comunicação manifesta uma experiência que transforma o \'eu\' em \'mim\', pois o sujeito não é necessariamente causa ou efeito desta experiência, mas é exposto à ela, como uma ferida aberta. O medium é o modo de percepção que opera esta experiência: ele não é uma ponte entre o abismo que separa o mim do outro, pois ele acentua esse abismo, na medida em que ele se imaterializa no momento da experiência, como uma materialidade que se descorporifica. E quando essa experiência efetua-se, é porque se toma parte em algo comum, em uma comunidade: mesmo que precária ou evanescente, ela incorpora a possibilidade da ocorrência deste fenômeno. Na teoria negativa da comunicação, o medium torna-se transparente, a comunidade torna-se expositória e a comunicação torna-se transcendente. Ponderar sobre a negatividade da comunicação é ir ao encontro de uma ex-comunicação: uma despalavra que busca ex-pôr aquilo que nos fenômenos comunicacionais escapa à discursividade, seja a medialidade do meio, a inefabilidade da relação ou a comunidade daqueles que não constituem qualquer comunidade. O prefixo ex assinala não apenas uma simples negação, mas um deslocamento fundamental: ele é o inegável que se pré-supõe, que constitui a comunicação, mas que resiste à qualquer conceituação. Ao mesmo tempo em que possibilita, o prefixo ex assegura a impossibilidade da sua re-presentação: um comunicar que não se estrutura em signos, mas se mostra - uma comunicação negativa, existencial, intransitiva, inexprimível, mística. / Ex-communication is an «un-word» that emphasizes what eludes in the communicational phenomenon: be it the mediality of the medium, the incomprehensibility of a relation or the community of those who have no community. The «ex» means not only a negation, but also a fundamental drift: it is the irrevocable and the irreconcilable that the communication presupposes and constitutes, although it defies conceptualization. The «ex» guarantees the impossibility of re-presentation. A communication that is not structured by signs, but rather shows itself: it is an existential, intransitive or mystical communication. This PhD thesis aims to establish the general outline for a negative theory of communication. By using the negative and posthermeneutic media philosophy developed by the philosopher Dieter Mersch, this dissertation intends a negative reelaboration of the three main concepts of a communicational theory: media, community and communication. In general, communication is taken as a radical alterity experience, medium as the modes of perception of this experience, and community as the possibility and condition of the communicacional event. In other words: in the negative theory of communication, the medium is transparent, the community is what ex-poses, and communication is transcendent.
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O cinturão verde de São Paulo: a relação cidade-campo como expressão crítica do capital a partir da década de 1970 / São Paulos Green Belt: the relationship between city and countryside as a critical expression of the capital since the 1970sEl-Khatib, Walid Mahmoud Abd Ellatif Mahmoud 30 November 2018 (has links)
O cinturão verde de São Paulo aparece à consciência fetichista como expressão fenomênica do processo de acumulação e de desenvolvimento civilizatório do capital. No entanto, esse mesmo processo, sob a perspectiva da teoria crítica do valor pode ser pensado como explicitação do negativo como determinação da reprodução social. Nesse sentido, a partir da literatura geográfica e de trabalhos de campo pode-se compreender o processo de formação do cinturão verde, não mais como algo dado e naturalizado, mas como expressão social na relação sujeito-objeto, na qual o negativo põe a identidade aos termos. Desloca-se a análise da cisão entre rural e urbano, entre cidade e campo para o campo da crítica, na qual a cisão predicada como negativa impõe à análise a explicitação da negatividade constituinte de seus momentos lógicos e categoriais. Da produção crítica de valor, engendrada pelo desenvolvimento social das forças produtivas e pela divisão social do trabalho, tem-se a produção imanente do negativo como elemento determinante à reprodução social, que por sua vez se fenomeniza conformando na cisão cidade campo, o cinturão verde. É nesse cinturão que a agricultura e o imobiliário confrontam-se, mediados pelo capital financeiro, explicitando, sob o véu material da urbanização, o contrário da acumulação, explicitando que o desenvolvimento do cinturão verde não se põe como acumulação de capital e urbanização, mas como crise e negatividade imanentes ao capital. / Sao Paulo\'s green belt appears to the fetishized consciousness as a phenomenal expression of the accumulation and the civilizational development of the capital. However, this same process, from the perspective of value criticism can be thought as an explicitness of the negative as a determination of social reproduction. In this sense, as from geographic literature and as from fieldwork the formation process of the green belt may be no longer understood as something given and naturalized, but as a social expression of the specific relationship between subject and object, in which is the negative that sets the identity of the terms. Therefore, it moves the scission between rural and urban, between city and countryside to other qualitatively different level, in which the scission predicated as negative requires an analysis of the explicitness from the constituent negativity of its logical and categorical moments. The critical production of value, engendered by the social development of the forces of production and by the social division of labor, engenders the immanent production of the negative as a determining element to the social reproduction, which in turn makes a phenomenon pursuant to the scission city-countryside and therefore the green belt. In the green belt agriculture and the real estate market confront one another mediated by financial capital, explaining in the apparent urbanization the otherwise of accumulation, explaining that the development of the green belt it is not set as an urbanization/accumulation, but as immanent negativity and crises of the capital.
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