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Expressão das enzimas: citocromo P450 aromatase, NADPH-citocromo P450 redutase e citocromo P450c17 (17-α-hidroxilase/17, 20-liase) na vagina de fêmeas de preás (Galea spixii, Wagler, 1831) / Enzymes expression: of the cytochrome P450 aromatase, NADPHcytochrome P450 redutase and cytochrome P450c17 (17-α-hidroxilase/17, 20-lyase) in the vagina of female cavies (Galea spixii, Wagler, 1831)Amilton Cesar dos Santos 22 November 2012 (has links)
Para a metabolização de hormônios esteroides sexuais é essencial a participação de enzimas esteroidogênicas. A enzima citocromo P450c17 é responsável pela produção de andrógenos e a enzima citocromo P450 aromatase é responsável pela produção de estrógenos, sendo que, ambas as enzimas necessitam formar um complexo com uma enzima parceira, denominada NADPH citocromo P450 redutase, para realizar a metabolização destes hormônios essenciais para a diferenciação sexual. Objetivou-se imunolocalisar as três enzimas acima citadas no tecido vaginal de fêmeas de roedores Galea spixii. Para tanto, o experimento foi desenvolvido utilizando técnicas de citologia esfoliativa vaginal para definição das fases do ciclo estral, técnicas de microscopia de Luz, Eletrônica de Varredura e testes de imunohistoquímica para detecção das enzimas: citocromo P450c17, citocromo P450 aromatase, e NADPH citocromo P450 redutase. Constatou-se no presente estudo que o ciclo estral das fêmeas de preás silvestres do semiárido apresenta ciclo estral com duração de 15,85 ± 1,4 dias, com a formação e ruptura da membrana de oclusão vaginal durante cada ciclo estral. A vagina apresenta um clitóris hipertrofiado com o óstio uretral que se abre no topo do mesmo, e ausência de um vestíbulo vaginal. O epitélio da mucosa vaginal sofre modificações proliferativas, se espessando e se adelgando de acordo com a respectiva fase do ciclo estral. As enzimas citocromo P450 aromatase e NADPH redutase estão imunolocalizadas durante todo o ciclo estral no epitélio e tecido conjuntivo da vagina de Galea spixii. Por outro lado, a enzima P450c17 está imunolocalizada no epitélio vaginal durante todas as fases do ciclo estral, porém não está presente no estro. Com estes dados pode-se sugerir que ocorre uma metabolização local de hormônios estrógenos e andrógenos no tecido vaginal o que podem estar relacionado com a proliferação celular, variação na vascularização e inervação e ruptura da membrana de oclusão vaginal. / To the metabolism of sex steroid hormones is essential the participation of esteroidogenic enzymes. The enzyme cytochrome P450c17 is responsible for androgen production; and the enzyme aromatase cytochrome P450 is responsible for estrogen production, however, both enzymes require forming a complex with an enzyme partner called NADPH cytochrome P450 reductase to perform the metabolism of these hormones, which are essential for sexual differentiation. This study aimed to immunolocalization of the three enzymes above mentioned in the vaginal tissue from female rodents Galea spixii. Therefore, the experiment was carried out using vaginal cytology techniques for definition of the estrous cycle phases, techniques for light microscopy, scanning electron and immunohistochemical tests for the detection of enzymes: cytochrome P450c17, cytochrome P450 aromatase, and NADPH cytochrome P450 reductase. It was found that the estrus cycle of Galea spixii female lasts 15.85 ± 1.4 days, with the formation and rupture of vaginal closure membrane during each oestrous cycle. The vagina has a hypertrophied clitoris with the urethral orifice that opens on top of it, and it is observed the absence of a vaginal vestibule. The vaginal mucosal epithelium undergoes proliferative changes, with thickening and thinning according to the respective estrous cycle phase. The enzymes cytochrome P450 aromatase and NADPH reductase are immunolocated throughout the oestrous cycle in the epithelium and connective tissue of the vagina from Galea spixii. On the other hand, the enzyme cytochrome P450c17 is immune located in the vaginal epithelium during all stages of the estrous cycle, except at estrous. With these data may be suggested that there is a local estrogens and androgens metabolism in vaginal tissue which may be associated with cell proliferation, vascularization and innervation variation besides the formation and rupture of the vaginal closure membrane.
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Mecanismos envolvidos na programação fetal do comportamento alimentar pela restrição de crescimento intrauterino em roedores e humanosDalle Molle, Roberta January 2014 (has links)
Introdução: Alterações no ambiente fetal conferem um risco aumentado para doenças crônicas como obesidade, doença cardiovascular, hipertensão arterial e diabetes tipo 2. As evidências sugerem que a restrição de crescimento intrauterino (RCIU) pode programar de forma persistente as preferências alimentares, e acredita-se que esse tipo de alteração comportamental, pode explicar, pelo menos em parte, o aumento do risco para essas doenças em indivíduos que sofreram RCIU. Portanto, torna-se importante entender os fatores associados e mecanismos envolvidos nesse comportamento. O objetivo deste trabalho foi investigar o efeito da RCIU no comportamento alimentar em animais e humanos, assim como os possíveis mecanismos envolvidos na sua programação. Métodos: Ratas Sprague Dawley prenhes foram randomizadas para o grupo controle (Adlib), que recebeu dieta padrão ad libitum ou grupo restrição 50% (FR), que recebeu 50% do consumo habitual de genitoras alimentadas ad libitum. As dietas foram oferecidas a partir do dia 10 de gestação até o dia 21 de lactação. Em até 24h após o nascimento, foi realizada a adoção cruzada formando os grupos: Adlib_Adlib, FR_Adlib, FR_FR, Adlib_FR. O consumo de ração padrão foi comparado entre todos os grupos. A preferência alimentar, a preferência condicionada por lugar induzida por alimento palatável, assim como a fosforilação da enzima tirosina hidroxilase e os níveis de receptores D2 no núcleo acumbens foram comparados entre os grupos de interesse (Adlib_Adlib e FR_Adlib). Nos humanos, 75 jovens, classificados quanto à RCIU, participaram de avaliação antropométrica, bioquímica e de comportamento alimentar (teste de escolha alimentar, no qual todos recebiam um valor monetário para compra de um lanche, e Dutch Eating Behaviour Questionnaire, DEBQ). Dados de neuroimagem funcional em repouso entre regiões relacionadas à recompensa de 28 indivíduos foram processados e analisados, de um total de 43 exames realizados. Resultados: No estudo experimental, viu-se que o consumo de ração padrão não foi diferente entre os grupos. Ratos restritos apresentaram preferência pela dieta palatável, mas menor condicionamento de preferência ao lugar associado ao alimento palatável. A fosforilação da tirosina hidroxilase no núcleo acumbens foi maior nestes animais no estado basal, mas após exposição ao doce essa diferença entre os grupos permaneceu apenas nos machos. A RCIU também se associou a menores níveis de receptores D2 no núcleo acumbens. No estudo clínico, encontrou-se que a menor razão de crescimento fetal (indicativo de maior RCIU) e alto índice de massa corporal predizem um estilo alimentar restritivo visto pelo DEBQ. Pessoas nascidas com RCIU também usaram menor quantidade do um recurso financeiro oferecido no teste de escolha alimentar após um período de jejum. Os dados de neuroimagem funcional sugerem que os indivíduos restritos apresentam um padrão de conectividade em repouso alterado entre o córtex orbito-frontal, o estriado ventral/dorsal e a amígdala. Conclusão: A RCIU esteve associada com preferência por alimentos palatáveis e alterações no sistema dopaminérgico no estudo experimental e alterações da conectividade em repouso entre áreas do sistema mesocorticolímbico no estudo clínico. As alterações observadas no sistema dopaminérgico dos animais restritos indicam que esse sistema estaria envolvido na programação da preferência alimentar nesses indivíduos. Além disso, o padrão de conectividade em repouso observado nos indivíduos restritos sugere que alterações em determinadas regiões do sistema de recompensa poderiam estar associadas com mudanças no comportamento alimentar. As alterações neurocomportamentais observadas confirmam a existência de programação fetal do comportamento alimentar pela RCIU, apontando modificações persistentes no sistema de recompensa do cérebro, o que pode ser visto como um fator de risco para o desenvolvimento de obesidade e suas comorbidades. / Introduction: Fetal environment changes can lead to adaptations that are associated with increased risk for obesity, cardiovascular disease, hypertension and diabetes in adult life. Evidence suggests that intrauterine growth restriction (IUGR) can persistently program the subject’s preference for palatable foods. It is believed that feeding behavior alterations can explain, at least in part, the increased risk for chronic diseases in IUGR individuals. Therefore, it becomes important to understand the factors and mechanisms involved in this behavior. The aim of this study was to explore how IUGR affects feeding behavior of animals and humans, as well as to verify the potential mechanisms related to this behavioral programming. Methods: Time-mated pregnant Sprague-Dawley rats were randomly allocated to Control (receiving standard chow ad libitum) or 50% food restricted (FR), receiving 50% of the ad libitum-fed dam’s habitual intake. These diets were provided from day 10 of pregnancy throughout day 21 of lactation. Within 24 hours after birth, pups were crossfostered, forming four groups: Adlib_Adlib, FR_Adlib, FR_FR, Adlib_FR. Standard chow consumption was compared between all groups. Food preference, conditioned place preference to a palatable diet, and the nucleus accumbens tyrosine hydroxylase phosphorylation and D2 receptor levels were analyzed focusing on two groups of interest (Adlib_Adlib and FR_Adlib). In humans, 75 youths were classified regarding IUGR and had anthropometric data, biochemical data, and feeding behavior (food choice task, in which everyone received a monetary value to purchase a snack, and Dutch Eating Behaviour Questionnaire) assessed. Forty three neuroimaging exams were performed and resting state functional connectivity between brain regions related to reward of 28 individuals were processed and analyzed. Results: In the experimental study, standard chow consumption was not different between groups. IUGR adult rats had increased preference for palatable food, but showed less conditioned place preference to a palatable diet compared to controls. At baseline, the accumbal tyrosine hydroxylase phosphorylation was increased in IUGR rats compared to controls. After sweet food exposure, the difference between groups remained only in males. Accumbal D2 receptors levels were decreased in IUGR rats. In the clinical study, it was found that low birth weight ratio (indicative of higher IUGR) and high body mass index predict a restrained eating style as seen by the DEBQ. IUGR individuals used a smaller quantity of a financial resource offered in the food choice task after a fasting period. Resting state functional connectivity data suggest that IUGR individuals had an altered pattern of connectivity between the orbitofrontal cortex, the ventral/dorsal striatum and the amygdala. Conclusion: IUGR was associated with a preference for palatable foods and alterations in the dopaminergic system in the experimental study, as well as changes in the resting state functional connectivity between regions of the mesocorticolimbic pathway in the clinical study. Alterations in the mesolimbic dopaminergic system observed in IUGR rats indicate an important role in the programming of food preferences. Moreover, the IUGR pattern of brain connectivity observed suggests that alterations in certain regions involved in reward processing and evaluation could be associated with changes in eating behavior. Neurobehavioral changes observed confirmed the existence of a fetal programming of feeding behavior associated with IUGR, pointing out to persistent modifications in the brain reward system, which can be seen as a risk factor for the development of obesity and its comorbidities.
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Células progenitoras CD34+ durante a ampliação esplênica na malária experimental de roedores. / CD34+ progenitor cells during spleen amplification in experimental rodent malaria.Felipe Pessoa de Melo Hermida 24 September 2007 (has links)
A malária é uma infecção causada por plasmódios, cujo controle depende do baço, o responsável pelo clareamento dos eritrócitos parasitos. O aumento da parasitemia induz uma ampliação do baço para resolver a infecção, onde participam células precursoras que apresentam CCD34+ na sua superfície. Estudamos a distribuição e a quantidade de células CD34+ em baços de roedores durante malárias de roedores, para compreender sua participação na ampliação do baço e no controle da infecção. Camundongos C57Bl/6j infectados com as cepas AJ e CR de Plasmodium chabaudi, e com a cepa ANKA de Plasmodium berghei, tiveram seus baços removidos e encaminhados para histologia e citometria de fluxo. A distribuição das células CD34+ mostrou-se mais intensa no 4º dia p.i. e menos intensa no 8º dia p.i.. As células CD34+ livres, por citometria de fluxo, surgem com uma onda no 4º dia p.i.. Sua quantidade é similar entre os modelos de P. chabaudi, mas diferente no P. berghei. Neste trabalho, o influxo de células CD34+ no baço não se relaciona com o controle da infecção. / Malaria is caused by Plasmodium sp., which control depends on the spleen, responsible for parasite clearing. The increase of parasitemia implies in spleen amplification to control the infection, with participation of CD34+ cells. We studied the distribution and amount of CD34+ cells in spleen during rodent malaria, to define the role of those cells in spleen amplification and infection control. C57Bl/6j mice were infected with strains CR and AJ of Plasmodium chabaudi, and ANKA strain of Plasmodium berghei. The spleen was removed and processed for histology and flow cytometry. Spleen CD34+ cells was increased in 4th day, p.i., and decreases in 8th day p.i. in all models. By flow cytometry, free CD34+ cells appears as a wave in the 4th day p.i.. P. chabaudi models presented the same level of those cells, which was larger in the P. berghei mice. In this work, increase of spleen CD34+ cells do not correlate with infection control.
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Ecologia e comportamento do ouriço-preto (Chaetomys subspinosus, Olfers 1818) em fragmentos de Mata Atlântica do município de Ilhéus, sul da Bahia / The ecology and behavior of thin-spined porcupine (Chaetomys subspinosus, Olfers 1818) in fragments of the Atlantic forest, Ilheus, southern BahiaFernandez Giné, Gastón Andres 22 May 2009 (has links)
O ouriço-preto (Chaetomys subspinosus, Olfers 1818), roedor endêmico da Mata Atlântica ameaçado de extinção, foi estudado na região cacaueira do sul da Bahia. O conhecimento acerca de aspectos básicos de sua história natural ainda é insipiente. Neste contexto, foi estudada a ecologia comportamental do ouriço-preto quanto à ecologia alimentar, organização temporal do comportamento, uso do espaço e seleção do habitat, a fim de conhecer suas estratégias adaptativas, seus requerimentos de habitat e embasar ações de conservação. Foram rádio-monitorados quatro indivíduos em vida-livre, por 11 a 13 meses cada, durante 24 dias completos (24h) e 146 noites parciais, totalizando 1.520 horas de observação, entre abril de 2005 a setembro de 2006. Dados sobre o comportamento, localização e uso de recursos foram registrados a cada 10 minutos por visualização direta dos animais. Simultaneamente, foram coletados dados sobre: clima, disponibilidade de alimento, fase da lua, tipo de vegetação na paisagem, estrutura horizontal e vertical da vegetação, abundância de recursos, e composição nutricional de espécies da dieta. Os dados foram analisados através de três abordagens. Os resultados do primeiro enfoque revelam que os ouriços-preto estudados foram estritamente folívoros e especialistas, e não apresentaram mudanças na composição da dieta ao longo do ano. Preferiram folhas jovens, espécies pioneiras, principalmente Fabaceas com capacidade de fixação biológica de nitrogêncio. Os resultados do segundo enfoque indicaram que os ouriços estudados são estritamente noturnos, solitários, possuem baixos níveis de atividade entre outras estratégias voltadas para a conservação de energia. Eles apresentaram ritmo circadiano de atividade e padrão bimodal de atividade que parecem associados a aspectos que permeiam o processo digestivo e de forrageamento. Não mostraram expressivas mudanças comportamentais ao longo do ano, mas em noites chuvosas sua atividade foi reduzida. Os resultados da terceira abordagem indicam que eles possuem áreas de vida pequena, são estritamente arborícolas, e preferem locais com alta complexidade vertical da vegetação e infestação de cipós em todas as escalas de seleção de habitat avaliadas. Dessa forma, as florestas e as áreas de borda foram preferidas pelos ouriçospreto, e raramente foram usadas as capoeiras e sistemas agroflorestais. Este estudo comprova que os ouriços-preto são estritamente folívoros, arborícolas e especialistas. Eles adotam estratégias comportamentais voltadas à conservação de energia, similares a outros mamíferos folívoros, e são altamente seletivos no uso de recursos do habitat. Estes recursos são comuns em áreas florestais sobre perturbação do efeito de borda. Enquanto, por um lado os ouriços-preto mostram ser especializados em bordas de floresta, por outro, evitam áreas forestais estruturalmente simplificadas. A tolerância ao efeito de borda e a evitação dos sistemas agroflorestais pelos ouriços-preto são discutidas no âmbito de sua conservação. / The behavioral ecology of thin-spined porcupine (Chaetomys subspinosus, Olfers 1818), threatened rodent endemic from Atlantic forest, was researched in the cacao-growing region of southern Bahia. The knowledge about basic aspects of specie natural history is still incipient. The aim of the present research was to study feeding ecology, behavior temporal organization, use of space, and habitat selection, to know the adaptation strategies, their habitat requirements and to support conservation actions. In this way, four individuals in situ were followed using radiotelemetry along 11 to 13 months each, during 146 half-nights and 24 complete days (24h), totaling 1520 hours of observation, from April 2005 to September 2006. Data about behavior, localization and use of resources were registered by instantaneous sampling performed each 10 minutes by direct visualization of animals. Simultaneously, data about climatic variables, food availability, moon phase, vegetation types in landscape, horizontal and vertical vegetation structure, resource abundance, and nutritional composition of diets species were collected. Data was analyzed following three different approaches. The results of the first part revealed that the thin-spined porcupines are strictly folivorous and specialist, eating a lot of few species, any change on foraging patterns and diet composition were observed along the year. The preference was for young leaves, pioneer species, mainly Fabaceas with capability of biological nitrogen fixation. The results of the second part indicated that the studied thin-spined porcupines are strictly nocturnal and solitary presenting low level of activity among other strategies for energy conservation. Also, presented circadian rhythm and activity bimodal pattern related to aspects that permeate their foraging and digestive process. They did not change their activities or dislocations due to seasonal but in raining nights their activity was reduced. The results of the third approach revealed that they exhibit small home range, were strictly arboreal and preferred locals with high complexity vertical vegetation and lianas abundance in all the habitat-scales selection evaluated. Thus the forest and the edged areas were preferred by the porcupine, and rarely went to early-growth forest and agro-forest systems. This study confirmed that thin-spined porcupine is strictly folivore, arboreal and specialist. They adopt conservative-energy strategies similar to others arboreal folivorous mammals, and denotes that are highly selective in use habitat resources. Those resources are common in forest areas with edge effect disturbance. While demonstrated to be specialist in edges forest, in other side, they avoid simplified structurally areas. The thin-spined porcupine tolerance to edge effect and their avoidance to agroforest systems are discussed under the focus of conservation.
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O repertório acústico de um especialista de rochedos da caatinga, o Mocó / The acoustic repertoire of a specialist of caatinga rockpiles, the rocky cavyAlencar Junior, Raimundo Novaes 19 January 2012 (has links)
A Caatinga é um ecossistema brasileiro análogo as savanas africanas apresentando escassez de chuvas e temperaturas altas. O mocó apresenta, importantes adaptações ao microambiente dos afloramentos rochosos. Esse roedor caviomorfo, abandonou o hábito pastador comum a outros roedores cavíneos, como preá e a capivara, pela capacidade de escalar árvores e se alimentar de folhas e frutos. Alongou o período de gestação e adotou o cuidado paterno. Interessados em entender de que forma a comunicação acústica teria se ajustado ao ambiente isolado dos rochedos da caatinga, gravamos e analisamos as emissões sonoras dos mocós. Foram 90 dias de trabalho de campo nas Fazendas Tamanduá e São Francisco, na cidade de Patos, Paraíba. Capturamos 13 animais (6 machos e 7 fêmeas) e fizemos registros em áudio e vídeo em três situações: 1) pareamentos em caixa teste, nas condições macho x macho, macho x fêmea e fêmea x fêmea, 2) animais em grupo em cativeiro, e 3) animais em vida livre. Encontramos um repertório de 11 sinais sonoros, registrados em 3 categorias amplas de comportamento: (1) Exploração/Forrageamento: Có de contato, Estalido, Chorinho e Drrr; (2) Alerta: Assobio de alarme, Drrr e Silvo; (3) Interação Agonística: Ganido, Grito, Ronco, Arfar, Assobio de alarme e o Baterdedentes. O repertório mostrouse mais rico do que o de outros caviomorfos, como o preá. Discutimos esse resultado em relação ao tipo de vida social da espécie em comparação com a de outros caviníneos e à vida nos rochedos da caatinga. Também sugerimos que o Assobio de alarme seja um comportamento compartilhado entre o mocó e outras espécies de roedores 10 de rochedos. Há uma perspectiva de continuidade da pesquisa em busca de uma maior compreensão da função biológica desse sinal e da riqueza desse repertório acústico / The environment of Brazilian Caatinga ecosystem is similar to African Savannah with low level of rain and high temperature. The Moco shows important adaptation at the microenvironment of rock outcrops. This caviomorph rodent abandoned grazing habit, commom at others Caviinae species such as the Cavy and the Capybara for the capacity of climbing trees feeding of leaves and fruits. It also lengthened the gestation period and adopted paternal care. Interested in understanding how acoustic communication would have adjusted to the isolated environment of Caatinga rock piles, we recorded and analyzed the signals songs of Moco. Past through 90 days in field at Fazenda Tamanduá and Sítio São Francisco located at Patos city Paraiba State in Brazil. We captured 13 animals (6 males and 7 females), acquired audio and video of animals in three different situations: 1) paired in tests boxes under conditions: male x male, female x male and female x female; 2) captivity group and 3) Living free. We found a repertoire with 11 acoustic signals registered in 3 broad behavioral categories: (1) Exploration/ Foraging: Contact call, Co, Clicking (Estalido), Whine (Chorinho) and Drrr call, (2) Warning: Alarm whistle, Drrr call and Silvo, (3) Agonistic Interaction: yelp (Ganido), scream (Grito), grunt (Ronco), a breathless like sound (Arfar), Alarm Whistle and ToothChatter. This repertoire showed more rich that other caviomorph as a cavy. eu escreveria esse parágrafo dessa forma: This repertoire seemed better than other caviomorph as a Cavy. We discussed those results comparing the social life of species with social life of others Caviinae and the life at the rock piles of Caatinga. We also suggested that the Alarm whistle is shared between the 12 Moco and others rock rodents. There is a perspective to continue this research looking for a better comprehension of the biologic function of this signal and acoustic repertoire richness
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Plasticidade da inervação cardíaca durante o desenvolvimento pós-natal em préas (Galea spixii, Wagler, 1831) / Plasticity of cardiac innervation during postnatal development in preás (Galea spixii, Wagler, 1831)Moura, Ana Paula Frigo 18 September 2014 (has links)
O gânglio estrelado (GE) é o principal componente da inervação cardíaca extrínseca e está envolvido na gênese de diversas cardiomiopatias. Durante o envelhecimento, o controle neural do coração dos mamíferos é alterado de forma complexa e não clara, geralmente ocasionando decremento da função cardíaca e maior propensão a doenças degenerativas. A ocorrência de resultados dissonantes quanto aos parâmetros morfoquantitativos durante o envelhecimento, como o aumento ou diminuição do número total de neurônios simpáticos, é assunto para discussões interessantes. Esta pesquisa foi conduzida em preás machos (Galea spixii), um pequeno roedor da fauna brasileira. Desta forma, estudou-se o efeito do desenvolvimento pós-natal (maturação e envelhecimento) na macro e microestrutura do gânglio estrelado esquerdo (GEe) de preás, por meio de microscopia quantitativa tridimensional (Estereologia) associada a técnicas de imuno-histoquímica. De acordo com a fase específica do desenvolvimento pós-natal, os animais foram alocados nos seguintes grupos etários: Neonatos, Jovens, Adultos e Senis. Inicialmente, os animais foram submetidos à eutanásia e seus gânglios estrelados esquerdos coletados e fixados em solução de formaldeído (4%) em PBS. Foi realizada amostragem sistemática e uniformemente aleatória (SURS), estimando-se: volume do GEe, volume neuronal e número total de neurônios do GEe. Os principais achados deste estudo foram: i) aumento do comprimento do gânglio - 42% entre Neonato e Senil; 34% entre Jovem e Senil e 35% entre Adulto e Senil; ii) hipertrofia do GEe - 171% entre os grupos Neonato e Adulto; iii) aumento do tecido não neuronal - 268% entre os grupos Neonato e Adulto; iv) estabilidade no número total de neurônios uninucleados, binucleados e total (uni+bi); v) estabilidade no tamanho (volume) dos neurônios uninucleados e binucleados; e vi) estabilidade no número total de neurônios imunorreativos ao Ki-67 (uni+bi). Espera-se que os resultados gerados por esta pesquisa possam esclarecer alguns aspectos estruturais da plasticidade neural durante o desenvolvimento pós-natal de preás, avançando assim o conhecimento acerca da inervação cardíaca extrínseca / The stellate ganglion (SG) is a main component of extrinsic cardiac innervation and is involved in the genesis of various cardiomyopathies. During ageing, the neural control of heart in mammals is altered in the complex shape and unclear, generally cause decrement in the cardiac function and a greater propensity to degenerative diseases. The occurrence of discordant results regarding the morphoquantitative parameters during ageing, such as increase or decrease in the total number of sympathetic neurons, is a subject for interesting discussions. This research was conducted in males preas (Galea spixii), a small rodent of the Brazilian fauna. Therefore, this work aimed to study the effect of postnatal development (maturation and ageing) in the macro and microstructure of the left stellate ganglion (LSG) in preas by dimensional quantitative microscopy (Stereology) associated to immunohistochemistry techniques. According to a specific stage of postnatal development, the animals were allocated into the following age groups: Newborn, Young, Adult and Elderly. The animals were euthanised and the left stellate ganglia were collected and fixed in 4% formaldehyde solution in PBS. A systematic uniformly random sampling (SURS) was performed to estimate: the volume of LSG, neuron volume and the total number of LSG neurons. The main findings of this study were: i) increase in length ganglia - 42% between Newborn and Elderly; 34% between Young and Elderly and 35% between Adult and Elderly; ii) hypertrophy of LSG - 171% between the groups Newborn and Adult; iii) increase of non-neuronal tissue - 268% between the groups Newborn and Adult; iv) stability for the total number of uninucleate neurons, binucleate neurons and total (uni+bi); v) stability in the size (volume) of uninucleate and binucleate neurons; and, vi) stability for the total number of neurons immunorreactive to Ki-67 (uni+bi). It is expected that the results generated for this research may clarify structural aspects of neural plasticity during the postnatal development of preas, thus advancing the knowledge about the extrinsic cardiac innervation
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Maturação sexual, ciclos reprodutivos e da temperatura no roedor rabo-de-facho (trinomys yonenagae, echimyidae) / Sexual maturity, reproductive cycles and the temperature in the torch-tail rodent (Trinomys yonenagae, Echimyidae)Luchesi, Lilian Cristina 25 June 2010 (has links)
Os ratos-de-espinho são abundantes nas florestas úmidas Neotropicais. Trinomys yonenagae (ROCHA, 1995) constitui uma exceção entre as espécies do gênero por habitar o campo de dunas fixas da Caatinga, ser colonial e fossorial. Tanto o ambiente seco, como a socialidade e o hábito fossorial podem alterar o padrão reprodutivo das espécies. Diante do fato desses roedores serem coloniais, por exemplo, espera-se a influência de co-específicos (fêmeas ou machos) no ciclo estral. Estudos-piloto na natureza e em cativeiro mostraram que a fase de diestro pode ocorrer com a vagina aberta, um fato que merece ser mais investigado, já que se considera que a abertura vaginal ocorra somente durante a transição da fase proestro-estro. O objetivo deste trabalho é, portanto, o de estudar aspectos dos ritmos reprodutivos infradianos (ciclo estral e gestação) e circadiano (temperatura corporal) em rabos-de-facho, mantidos em cativeiro, alojados individualmente, e pareados com fêmeas e com machos. Nesses grupos são caracterizados os esfregaços e o estado de abertura da vagina, buscando conhecer aspectos da fisiologia reprodutiva, tais como, a idade de maturidade sexual (cap. 1), a relação entre a fase do ciclo estral e o estado vaginal (cap. 2), e as características da citologia esfoliativa durante a gravidez (cap. 3). Os dados da citologia são correlacionados com o padrão comportamental durante o acasalamento, caracterizando a existência de estro pós-parto (cap. 3). Analisa-se ainda a distribuição de todos os nascimentos ocorridos ao longo de dez anos. O ritmo de temperatura corporal das fêmeas é aferido a partir de acompanhamento da temperatura retal com uso de termômetro digital durante 72h (cap. 4). Embora de maneira geral Trinomys yonenagae siga os padrões reprodutivos de outros membros da família Echimyidae, tais como, gestação longa (90d), ninhadas pequenas (média de 2 filhotes) e maturidade sexual tardia (ao redor dos 90d) é possível identificar a influência de co-específicos (dominância entre fêmeas) no ciclo estral. Este ciclo parece ser espontâneo, do tipo poliéstrico, com fases muito curtas de proestro e estro (< 24h). A condição vaginal não é um bom indicativo de atividade reprodutiva (ocorre abertura no diestro e na gravidez); a presença do macho não garante fecundação; também se confirma a ocorrência de estro pós-parto, igualmente breve. O comportamento de acasalamento é elaborado, o que é esperado de espécies com estro curto ou de vida social e subterrânea. A distribuição dos nascimentos não é sazonal, confirmando dados de campo. Quanto ao ritmo de temperatura corporal, ele é circadiano com picos noturnos e com relação positiva de fase com o ritmo de atividade/repouso, o que segue o padrão geral de roedores / Spiny rats are among the most numerous group of mammals in Neotropical rainforests. Trinomys yonenagae (ROCHA, 1995) is an exception because it is colonial, fossorial and inhabits the semiarid Caatinga. The dry environment and the underground and colonial life styles are known to affect reproductive patterns. So it is expected, for example, that social life may influence the estrous cycle especially through the presence of conspecific (females and males). It is considered that vaginal opening occurs only during the estrus. Previous field studies or in captivity have shown the unexpected occurrence of vaginal opening and diestrus, a fact that deserves further investigation. The aim of this work is verify the reproductive infradian rhythms (estrous cycle and pregnancy) and the circadian body temperature rhythm, in T. yonenagae kept individually or in pairs (male-female and female-female) in captivity. In these groups vaginal smears and the presence of the vaginal membrane is studied aiming to characterize aspects of its reproductive life, such as, the age of sexual maturity (chapter 1), the relationship between the vaginal opening and the phase of the estrous cycle (chapter 2), and the smear cytology during pregnancy (chapter 3). The cytological data are correlated with the mating behavioral, characterizing the post-partum estrus (chapter 3). All birth that occurrence during 10 years are analyzed. The body temperature rhythm is measured during 72h by rectal temperature with a digital thermometer (chapter 4). Although Trinomys yonenagae follows the reproductive patterns of other members of Echimyidae, such as prolonged gestation( 90d), small sized litter (mean of 2) and delayed sexual maturity (around 90d), it is possible to identify the influence of conspecifics (female dominance) upon the estrous cycle. This cycle seems to be spontaneous, poliestric, having very short proestrus and estrus phases (< 24h). The vaginal condition is not a good indicative of the reproductive status (vaginal opening may occur during the diestrus phase and the pregnancy); the presence of males does not guarantee pregnancy. We also confirm the occurrence of post-partum estrus, which is also short-lived. The mating behavior is complex, which is expected in species were the duration of estrus is short, or in species of social and subterranean life. The birth distribution is non seasonal, which is in agreement with field data. The body temperature rhythmicity is circadian with peaks at night; and shows a positive phase relationship with the rest/activity rhythm, both cycles follow the pattern known for other nocturnal rodents
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Detecção molecular de hantavírus pela técnica de real-time PCR em amostras de roedores silvestres coletadas na região do Vale do Ribeira no Estado de São Paulo. / Molecular detection of hantavirus by Real- time PCR in wild rodents collected on Vale do Ribeira region, São Paulo State.Araujo, Jansen de 18 February 2011 (has links)
O conhecimento sobre hantavirus patogênicos no Brasil até o momento indica que roedores silvestres são os reservatórios naturais. Estes roedores podem eliminar grandes quantidades do vírus através das fezes, urina e saliva (Khaiboullina et al., 2005). A infecção humana pode ocorrer por contato com roedores ou inalação dos aerossóis que contêm o vírus. A síndrome cardiopulmonar por hantavirus (HCPS) tem sido relatada em humanos em muitas regiões do Brasil. Tendo em vista a quantidade de casos de doenças emergentes e re-emergentes nas últimas décadas elegemos algumas regiões para um estudo detalhado sobre a distribuição desses reservatórios virais e consequentemente a caracterização da variante circulante. Com objetivo de adquirir um diagnóstico rápido e sensível, desenvolvemos primers específicos que pela técnica de Real- time RT- PCR é capaz de detectar o genoma viral em apenas uma hora em amostras de pulmões, rins e urina de roedores. Ao todo, nosso trabalho analisou 153 amostras sendo: 126 de roedores silvestres e domésticos, (de cinco diferentes regiões do Estado de São Paulo onde: 10 amostras colhidas no município de Jacupiranga, 61 oriundas de Teodoro Sampaio, 7 de Salesópolis, 48 provenientes de Biritiba Mirim, 16 de Nazaré Paulista) e mais 27 soros de pacientes de diferentes localidades de Minas Gerais. Neste estudo foi possível detectar dez amostras positivas em Biritiba Mirim, quatro em Nazaré Paulista e em vinte e dois soros de pacientes com hantavirose. O monitoramento contínuo através de testes moleculares em animais silvestres é imprescindível para um melhor entendimento da circulação dos hantavirus nessas regiões. Acreditamos que este teste possa auxiliar na vigilância e também no diagnóstico dos hantavirus no Brasil. / Current knowledge of the pathogenic hantavirus indicates that wild rodents are its primary natural reservoir. These rodents can eliminate large amounts of the virus through feces, urine and saliva. Human infection can occur through contact with rodents or inhalation of aerosols containing of the virus. Hantavirus cardiopulmonary syndrome (HCPS) has been reported in humans in many regions of Brazil. In view the number of cases of emerging diseases and re- emerging in recent decades, some regions to were select a detailed study on the distribution of these viral reservoirs, and consequently viral characterization. We developed specific primers to detect the presence of viral genomes using Real- time RT- PCR (Reverse- Transcriptase Polymerase Chain Raction). Altogether, our study analyzed 153 samples: 126 of wild rodents and domestic, of five different regions of São Paulo. 10 samples collected in Jacupiranga municipality, 61 in Teodoro Sampaio, 7 Salesópolis, 48 samples in Biritiba Mirim, 16 of Nazaré Paulista and 27 samples of the serum from patients from different sites of Minas Gerais State. Their samples were tested for hantavirus using the described SYBR Green-based real-time RT-PCR protocol and the specific primers. The presence of hantavirus RNA was detected in 10 rodents from Biritiba Mirim, 4 in Nazaré Paulista and 22 in serum of patients with hantaviruse. The surveillance by molecular tests in wild animals is essential to understood of hantavirus circulation in these regions. This SYBR Green real-time RTPCR method for detection of hantavirus may be useful for surveying hantaviruses in Brazil.
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Padrões no uso do espaço arbóreo e terrestre por pequenos mamíferos não voadores em uma área de floresta com araucária do Rio Grande do Sul, Sul do BrasilAbreu, Maury Sayão Lobato 24 February 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Neste estudo investiguei os padrões de uso do espaço arbóreo e terrestre por pequenos mamíferos não-voadores em diferentes estratos florestais em uma área de floresta com araucária (domínio da Mata Atlântica) localizada em São Francisco de Paula sul do Brasil. Os espécimes foram capturados, marcados e recapturados em quatro amostragens, cada uma com seis noites de duração, entre fevereiro e novembro de 2011. As armadilhas foram instaladas no solo, no sub-bosque e no dossel (50 em cada estrato) em uma grade de 10x10 estações de captura. Com base na estrutura da vegetação, determinei a complexidade e heterogeneidade do habitat em cada estação de captura. Através de métodos coleta e contagem, estimei a disponibilidade de recursos alimentares (frutos, sementes e invertebrados) para cada estrato e medi 12 variáveis de microhabitat ligadas à estrutura da vegetação. Procurei verificar a existência de associação entre complexidade e heterogeneidade com a diversidade e riqueza de pequenos mamíferos. Além disso, testei a hipótese de associação entre as espécies e os estratos, o uso dos estratos e a disponibilidade de recursos alimentares e entre as variáveis de microhabitat e a abundância das espécies. Como resultados, encontrei um total de oito espécies de roedores e duas de marsupiais durante todo o estudo, com nove espécies presentes no solo, sete no sub-bosque e quatro no dossel. Três espécies foram essencialmente terrestres (Akodon serrensis, Thoptomys nigrita e Monodelphis dimidiata) e uma foi essencialmente arborícola (Juliomys sp.). Não houve associação entre complexidade e heterogeneidade com a riqueza e diversidade de pequenos mamíferos (P > 0,1 para todas as comparações). Contudo, detectei que as espécies mais abundantes apresentaram preferência por um dos estratos, sendo A. montensis, A. serrensis e Delomys dorsalis altamente associadas ao solo (P < 0,005). O marsupial Gracilinanus microtarsus foi a única espécie de pequeno mamífero associada significativamente à disponibilidade de recurso alimentar no dossel (P < 0,01). A maioria dos pequenos mamíferos foi influenciada por variáveis de microhabitat diferentes. A ausência de correlação da complexidade e da heterogeneidade do habitat com a riqueza e diversidade dos pequenos mamíferos possivelmente está associada à escala espacial e escala temporal que utilizei. Os resultados sugerem que a frequência de uso dos estratos pelos pequenos mamíferos não é fortemente influenciado pela disponibilidade de alimento, mas possivelmente por outros fatores como predação e/ou competição. As preferências por microhabitat pelas espécies são condizentes com as preferências por estratos verticais, e explicaram grande parte da ocupação do espaço pelos pequenos mamíferos. / In this study I investigated patterns in the use of arboreal and terrestrial space by non-volant small mammals on different forest layers in an araucaria forest area (Atlantic Forest domain) in São Francisco de Paula municipality Southern Brazil. The specimens were captured, marked and recaptured during four sampling periods, each one with six nights of sampling, between February and November 2011. The traps were installed on the ground, understory and canopy (50 on each) on a 10x10 grid. The habitat complexity and heterogeneity was determined in each trap stations based on vegetation structure. I estimated the food resource availability (fruits, seeds and invertebrates) for every layer using collect and counting methods, and I also measured 12 microhabitat variables related to vegetation structure. In order to verify association of the complexity and heterogeneity with the diversity and richness of small mammals I used the Pearson linear correlation test. Furthermore, I tested the association hypothesis between species and layers, layer use and food resource availability, and the microhabitat variables and the species abundance. As results, I found eight rodent species and two marsupials during the whole study, with nine species on the ground, seven on the understory, and four on the canopy. Three species was essentially terrestrial (Akodon serrensis, Thaptomys nigrita and Monodelphis dimidiata) and one was essentially arboreal (Juliomys sp.). There was no association of the complexity and heterogeneity to the small mammals richness and diversity (P > 0,1 for all comparisons). However, I detected that the most abundant species showed a preference for some layer, with Akodon montensis, A. serrensis and Delomys dorsalis highly associated with the ground (P < 0,005). The marsupial Gracilinanus microtarsus was the only small mammal species significantly associated to the resource availability on the canopy (P < 0,01). The majority of small mammals was influenced by different microhabitat variables. The absence of correlation of the habitat complexity and heterogeneity with the small mammals’ richness and diversity was possibly due to the spatial and temporal scale used. The results suggested that the frequency of use of layers by small mammals were not strongly influenced by food availability, but probably by other factors like predation risk and competition. The microhabitat preferences of the species were consistent with the vertical layer used, and explained a great part of the space use by small mammals.
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Hantavirus transmission risk in function of climate and landscape structure / O risco de transmissão da Hantavirose em função do clima e da estrutura da paisagemPaula Ribeiro Prist 14 December 2016 (has links)
Hantavirus Cardiopulmonary Syndrome (HCPS) is a disease caused by Hantavirus, which are negative-sense RNA viruses in the family Bunyaviridae. These viruses are highly virulent to humans, taking about 50% of infected people to death. The main Hantavirus reservoir is constituded by generalist rodents species, which increase in abundance in agricultural and fragmented landscapes, potencially augmenting the transmission risk of the disease. Climate can also affect rodent population dynamics and the virus survival in the environment, as well as the time it remains virulent, while social factors may regulate the processes of transmitting viruses from reservoirs to humans. However, despite the high virulence of these viruses and the lack of vaccine is not yet well established how these different factors linked to landscape structure, climate and social conditions affect the dynamics of transmission of the disease. Thus, this study aimed to: 1) identify which social and ecological factors affect the transmission of HCPS, identifying the areas of greatest risk in the state of São Paulo and 2) predict how climate change (RCP4.5 and RCP8.5) and expansion of sugarcane scenarios influence the transmission of HCPS. To answer these questions the study system corresponded to the 645 municipalities that compose the state of São Paulo. To achieve our goals, in a first chapter, we conducted a literature review to understand how landscape structure and climate variables affect the risk of HCPS. In a second chapter we used a Bayesian model to quantify the association between HCPS annual incidence in the state of São Paulo, obtained by the number of cases confirmed by the Ministry of Health, between the years 1993-2012, and climate variables (total annual precipitation and mean annual temperature), landscape structure (percentage of native vegetation, number of fragments and percentage of area occupied with sugarcane), chosen in the literature review, and social factors (number of rural men over 14 years - risk population, and the Human Development Index - HDI). We build separate models for the Atlantic Forest and the Cerrado. In both biomes, the risk of HCPS increased mainly with the proportion of land cultivated with sugarcane and the HDI, but the proportion of native habitat, mean annual temperatures and risk population also showed positive relationships to Atlantic Forest. The average risk of HCPS for the state of São Paulo was 1.3%, with 6% of the municipalities being classified as medium to high risk (>= 5%). In a third chapter we used sugarcane expansion and extracted temperature anomalies of RCP4.5 and RCP8.5 scenarios of general circulation models (GCMs) of IPCC5 to predict HCPS risk. With sugarcane expansion, average risk for HCPS increases from 1.3 to 1.5%, while RCP4.5 and RCP8.5 scenarios increased the risk to 1.6% and 1.7%, respectively. RCP4.5 and RCP8.5 scenarios alone are responsible for the largest increase in the maximum risk of infection (46.1% to 51.4% and 51.7%), while the sugarcane expansion combined with climate scenarios are causing the larger expansion in the number of municipalities at high risk, which goes to 7%. Our analyzes provide the first evidence on the action of landscape, climate and social factors in HCPS incidence in the Neotropics. Moreover, our risk maps can be used to optimize the correct allocation of resources, allowing actions to be taken to reduce the impacts of sugarcane expansion and climate change over this disease propagation / A Síndrome Cardiopulmonar por Hantavirose (HCPS) é uma doença causada por Hantavírus, um conjunto de vírus com RNA negativo pertencentes à família Bunyaviridae. Esses vírus são altamente virulentos para os seres humanos, levando cerca de 50% dos infectados a óbito. O principal reservatório de HCPS é constituído por espécies de roedores generalistas, que aumentam em abundância em paisagens agrícolas e fragmentadas, potencialmente elevando o risco de transmissão dessa doença. O clima também pode afetar a dinâmica populacional dos roedores e a sobrevivência do vírus no ambiente, assim como o tempo em que este se mantém virulento, enquanto que fatores sociais podem regular os processos de transmissão dos vírus dos reservatórios para os seres humanos. No entanto, apesar da alta virulência destes vírus e da falta de vacina, não está ainda bem estabelecido como esses diferentes fatores ligados à estrutura da paisagem, ao clima e às condições sociais afetam a dinâmica de transmissão dessa doença. O presente trabalho teve assim como objetivos: 1) identificar quais fatores ecológicos e sociais afetam a transmissão de HCPS, identificando as áreas de maior risco no estado de São Paulo e 2) prever como cenários de mudanças climáticas (RCP4.5 e RCP8.5) e de expansão de cana-de-açúcar influenciam a transmissão de HCPS. Para responder aos nossos objetivos, o sistema de estudo compreendeu os 645 municípios que compõe o estado de São Paulo. Num primeiro capítulo, realizamos uma revisão bibliográfica para entender como as variáveis de paisagem e de clima afetam o risco de HCPS. Num segundo capítulo, utilizamos um modelo Bayesiano para quantificar a associação entre a incidência anual de HCPS no estado de São Paulo, obtida através do número de casos confirmados pelo Ministério da Saúde, entre os anos de 1993 a 2012, e as variáveis de clima (precipitação total anual e temperatura anual média), estrutura da paisagem (porcentagem de vegetação nativa, número de fragmentos e porcentagem de área ocupada com cana-de-açúcar), escolhidas na revisão bibliográfica, além de fatores sociais (número de homens rurais acima de 14 anos - população de risco, e o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH). Construimos modelos separados para a Mata Atlântica e o Cerrado. Em ambos os biomas, o risco de HCPS aumentou principalmente com a proporção de terra cultivada com cana-de-açúcar e com o IDH, mas a proporção de habitat nativo, temperatura anual média e população de risco também mostraram relações positivas para Mata Atlântica. O risco médio de HCPS para o estado de São Paulo foi de 1.3%, com 6% dos municípios sendo classificados como de médio a alto risco (>= 5%). Num terceiro capítulo, utilizamos cenários de expansão de cana-de-açúcar e anomalias de temperatura extraidas dos cenários RCP4.5 e RCP8.5 de 32 modelos de circulação geral (GCMs) do IPCC5 para prever os riscos futuros de HCPS. Com a expansão de cana-de-açúcar, o risco médio de HCPS para o estado aumenta de 1.3 para 1.5%, enquanto que os cenários RCP4.5 e RCP8.5 aumentam o risco para 1.6% e 1.7%, respectivamente. RCP4.5 e RCP8.5 sozinhos são os cenários que mais aumentam o risco máximo de infecção (46.1% para 51.4% e 51.7%), enquanto que a expansão de cana-de-açúcar combinada com os cenários climáticos são os que mais provocam o aumento da expansão do risco no estado de São Paulo, expandindo o número de municípios em alto risco para 7%. Nossas análises fornecem as primeiras evidências sobre a ação de fatores da paisagem, climáticos e sociais na incidência de HCPS nos Neotrópicos. Também, nossos mapas de risco podem ser utilizados para otimizar a correta alocação de recursos, permitindo que ações sejam tomadas para reduzir os impactos da expansão da cana e das mudanças climáticas sobre a propagação da doença
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