171 |
Ricardo Reis : ficção da ficçãoFerreira, Priscilla de Oliveira January 2006 (has links)
Fernando Pessoa, em uma de suas muitas definições sobre a questão da heteronímia, diz que seus heterônimos são “personagens fictícias sem drama”. São personagens que fazem poemas. Em O Ano da Morte de Ricardo Reis, Saramago se apropria do mais clássico dos heterônimos e insere este personagem em uma narrativa. Ficção da ficção, enquanto o poeta envia Ricardo Reis para o Brasil, o romancista leva-o de volta a Portugal. O médico que escreve poesias vive suas últimas aventuras em Lisboa, no ano de 1936. O objetivo deste trabalho é analisar a relação entre os dois Ricardos, ver o que os aproxima e o que os distancia. Abordamos a questão do processo heteronímico sob o ponto de vista do “drama em gente”. Apresentamos os dois personagens, o de Pessoa e o de Saramago, e levantamos algumas questões presentes no romance, como a intertextualidade, o dialogismo e a poesia.
|
172 |
Homens, perdoai-lhe, porque ele não sabe o que fez: a ascensão do homem e a queda de Deus em José Saramago, uma alegoria da religiosidade moderna / Men, forgive him, because he does not know what he did: the rise of man and the fall of God in Joseph Saramago, an allegory of modern religiositySilva, Francisca Carolina Lima da January 2016 (has links)
SILVA, Francisca Carolina Lima da. Homens, perdoai-lhe, porque ele não sabe o que fez: a ascensão do homem e a queda de Deus em José Saramago, uma alegoria da religiosidade moderna. 2016. 162f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-Graduação em Letras, Fortaleza (CE), 2016. / Submitted by Gustavo Daher (gdaherufc@hotmail.com) on 2017-01-18T16:49:28Z
No. of bitstreams: 1
2016_dis_fclsilva.pdf: 1252994 bytes, checksum: d1505247d45e6990171e75173aa37993 (MD5) / Approved for entry into archive by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2017-01-25T14:51:26Z (GMT) No. of bitstreams: 1
2016_dis_fclsilva.pdf: 1252994 bytes, checksum: d1505247d45e6990171e75173aa37993 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-01-25T14:51:26Z (GMT). No. of bitstreams: 1
2016_dis_fclsilva.pdf: 1252994 bytes, checksum: d1505247d45e6990171e75173aa37993 (MD5)
Previous issue date: 2016 / One of the predominant themes in José Saramago’s work is the re-reading and the intertextuality with the sacred scriptures which compose the gospels of Christian Judaísm. This technique is built from the deconstruction of biblical narratives and from a subversive reading of some of the precepts that founded western ideology. Firm atheist, in these non religious inversions, Saramago, at the same time that questions unwavering beliefs, presents us a desmystification of western official History, from a humanizing view of the biblical episodes. In this dialog, one of the main subversions the author brings is the inversion of roles between God and man: this one, through Jesus Christ figure, assumes the sacred functions of God (mainly the one of being the measure for everything), while that one embodies typical human qualities, proving, to the author, his insufficiency as a superior entity. Our study proposes to assume that Saramago materializes the perspective of modern Christianism in his work, by the adoption of the philosophical idea of cultural death of God, through humanization and unveiling of the cruel and bloodthirsty nature of this character. The idea of divinity will reborn in Jesus Christ, as a man, strengthening, thus, an anthropological thought which sees man as the measure for everything, occupying, because of this, the place of God in the context of Christian religion. Our work intends, therefore, to comprehend the way this face of modern religiosity is incorporated in the analyzed narratives, through the inversion of roles between God and Jesus Christ. For this purpose, we will use some premises of Comparative Literature, as well as some concepts that define allegory, parody and dialogism, besides other literary theories that occur less frequently in our analysis. According to this, we will also proceed to a historical description that categorizes Saramago as a post-modern author, bearing in mind the transgression of historical, mythical and religious truths that he brings in his works. Also, we point out the use of polyphony of the incorporated discourse to the author’s work, which will let emanate, through the analysis of allegorical ruins, other discourses silenced by traditional and religious History, in the contexts of the intertextualities that the author establishes. Our studies focus on the structures of composition of biblical texts, and on the possibility of treating these writings under a literary perspective. Furthermore, we disseminate the use of data from the sacred scriptures, as well as the profane, which tell about the Jesus’s walk in the Earth, in an attitude disconnected from any dogmatism or tendentious intention, revealing, so, the discourses overcame by their theological reading. We consider, however, that even materializing this perspective, Saramagos’s texts continue inhabiting literary universe, not working, then, as a “destroyer” of sacred truths of Christianism. / Uma das temáticas predominantes na obra de José Saramago é a releitura e a intertextualidade com as escrituras sagradas que compõem os evangelhos do judaísmo-cristão. Essa prática se constrói a partir de uma desconstrução das narrativas bíblicas e de uma leitura subversiva de alguns dos preceitos que fundaram o ideário ocidental. Ateu convicto, nessas inversões antirreligiosas, Saramago, ao mesmo tempo em que questiona crenças inabaláveis, apresenta-nos a desmistificação da História oficial, a partir de uma visão humanizadora dos episódios bíblicos. Dentro desse diálogo, uma das principais subversões que o autor realiza é a inversão de papéis entre Deus e o homem: enquanto este, através da figura de Jesus Cristo, assume as funções sagradas de Deus, (principalmente a de ser a medida de todas as coisas), aquele corporifica qualidades tipicamente humanas, comprovando, para o autor, sua ineficiência enquanto entidade superior. Nosso estudo propõe supor que Saramago materializa a perspectiva do Cristianismo moderno em sua obra, através da adoção da ideia filosófica da morte cultural de Deus, por meio da humanização e do desvendamento do caráter cruel e sanguinário dessa personagem. A ideia de divindade renascerá em Jesus Cristo, enquanto homem, potencializando assim um pensamento de teor antropológico, em que o homem passa a ser a medida de todas as coisas, ocupando, inclusive, o lugar de Deus no âmbito da religião Cristã. Nosso trabalho pretende, portanto, compreender de que forma esse perfil da religiosidade moderna é incorporado nas narrativas em análise, através da inversão de papéis entre Deus e Jesus Cristo. Para tanto, faremos uso dos postulados da Literatura Comparada para proceder nossa análise, utilizando também os conceitos que definem a alegoria, a paródia e o dialogismo, além de outras teorias literárias de menos ocorrência em nossa análise. Sendo assim, procederemos um apanhado teórico que categoriza Saramago enquanto autor pós-moderno, tendo em vista a transgressão das verdades históricas, míticas e religiosas que realiza em suas obras. Destacando, nesse sentido, o uso da polifonia do discurso incorporado às obras do autor, permitindo, assim, que emanem, através da análise das ruínas alegóricas, os outros discursos silenciados pela história tradicional e religiosa, no âmbito das intertextualidades que o autor realiza. Nosso cotejamento se dá acerca da estrutura de composição dos textos bíblicos, e da possibilidade de tratamento de tais escritos sob uma perspectiva literária. Além disso, difundimos a utilização de dados oriundos dos textos sagrados e profanos que narram a passagem do Judeu da Galileia pela terra, numa atitude desvinculada de qualquer dogmatismo ou intenção tendenciosa, revelando assim, os discursos suplantados pela leitura teológica de tais textos. Considera-se, entretanto, que mesmo materializando essa perspectiva, os textos de Saramago continuam a povoar o universo literário, não funcionando, assim, como desconstrutores das verdades sagradas do Cristianismo.
|
173 |
Sons de um futuro impreciso: a utopia dos Ensaios de José Saramago / Sounds of an inaccurate future: the utopia of Ensaios by José SaramagoCavalcante, Francisco Wilton Lima January 2015 (has links)
CAVALCANTE, Francisco Wilton Lima. Sons de um futuro impreciso: a utopia dos Ensaios de José Saramago. 2015. 136f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Letras, Fortaleza (CE), 2015. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2016-05-16T14:58:26Z
No. of bitstreams: 1
2015_dis_fwlcavalcante.pdf: 3020634 bytes, checksum: 28984450fbf18e5dd54bce86311843b1 (MD5) / Approved for entry into archive by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2016-05-16T15:12:10Z (GMT) No. of bitstreams: 1
2015_dis_fwlcavalcante.pdf: 3020634 bytes, checksum: 28984450fbf18e5dd54bce86311843b1 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-05-16T15:12:10Z (GMT). No. of bitstreams: 1
2015_dis_fwlcavalcante.pdf: 3020634 bytes, checksum: 28984450fbf18e5dd54bce86311843b1 (MD5)
Previous issue date: 2015 / As discussões sobre utopia, costumeiramente, partem da obra que deu origem a essa palavra: Utopia, de Thomas More, no mesmo molde de enredo d’A cidade do sol, de Tommaso Campanella, e Nova Atlântida, de Francis Bacon – o relato de viagem a uma ilha “perfeita”. A esse debate junta-se o da distopia, termo criado nas primeiras décadas do século XX, pelo editor J. Max Patrick, que seria o oposto da utopia. Os estudos sobre o tema, no entanto, vão muito além dessas obras, e permitem diálogo com a literatura distópica, incluindo os gêneros a ela relacionados, como a ficção científica e a pós-apocalíptica, agregando narrativas que fogem ao enredo do relato de viagem, comumente apontado como o gênero literário utópico por excelência. Assim, o estudo das concepções de utopia, e das representações utópicas ou distópicas, incluindo as literárias, é possível em narrativas as mais distintas. Nesta pesquisa, propomos uma análise dos romances Ensaio sobre a cegueira (1995) e Ensaio sobre a lucidez (2004), do escritor português José Saramago (1922-2010), a partir da utopia. O Ensaio sobre a cegueira defende a organização como uma experiência ainda não vivida – essa é sua utopia; é a personagem “mulher do médico” que permite os deslocamentos dessa busca. Nesse romance, as personagens são desafiadas a imaginar outro mundo, o qual se contrapõe radicalmente ao mundo conhecido. Nos dois livros, são apresentados os valores fundamentais da nova sociedade. Esses romances dialogam muitas vezes, quando questionam a suposta organização e os modelos supostamente democráticos em que vivemos, mostrando que ainda não nos organizamos e que ainda não vivenciamos a democracia, pois, no Ensaio sobre a lucidez, essa sociedade “democrática” é representada como uma distopia. Ao negar-se a imaginar um novo mundo como fizeram os utopistas projetistas, que desenhavam milimetricamente suas propostas de sociedade, Saramago não tinha outra saída senão escutar, e converter para nós em suas ficções, os sons imprecisos do futuro.
|
174 |
A lógica da caverna : um ensaio dialético sobre a pós-modernidade em SaramagoMorais, Tiago Martins de January 2013 (has links)
O objeto artístico desta dissertação é o romance A caverna do escritor português José Saramago. Os caminhos teóricos que vão construir um método adequado para uma visão aprofundada desta narrativa são os do estudo das teorias que veem a literatura como uma junção de texto e contexto, que entendem os elementos sócio-históricos em uma relação de interpenetração com o texto literário, de forma que esses elementos externos transmutem-se em elementos internos à obra (ou seja, em elementos estéticos). A construção de um método dialético foca-se principalmente nos textos de teóricos como Theodor Adorno, Raymond Williams e Fredric Jameson. Após o estudo das teorias dialéticas, objetiva-se proceder com a análise do romance de Saramago, sempre relacionando obra e contexto. Considerando que o contexto da obra em questão refere-se – como se defende neste trabalho – a um período pós-moderno de nossa história, a pesquisa, então, concentra-se no estudo do elemento social objetivando um entendimento da sociedade pós-moderna, para, logo após, de forma imanente, fazer uma leitura possível da obra saramaguiana centrada em dois elementos: o do mapeamento do pós-moderno e o da crítica à lógica do capitalismo. As pesquisas sobre o pós-modernismo centram-se essencialmente nas teses de David Harvey e de Fredric Jameson. / The artistic object of this dissertation is the novel “The Cave” by José Saramago. The theoretical roads responsible for building a proper method to reach a deeper view of this narrative are related with theories that see literature in connection with its social context; theories that understand the social historical elements in relation with the literary object in a way in which these outside elements transmute into inner ones in the work (in other words, aesthetic elements). The building of a dialectical method focuses mainly on the works of Theodor Adorno, Raymond Williams and Fredric Jameson. After the study of these theories, this work intends to analyze Saramago’s novel, always looking into the relation between art and society. Taking into account that the novel’s context refers – as I propose in this work – to a post-modernist period of our history, my research, then, focuses on the study of the social element looking for an understanding of post-modern society, focused on two elements: the description of post-modernism and the criticism towards capitalistic logic. The researches about post-modernism are essentially based on the thesis of David Harvey and Fredric Jameson.
|
175 |
Elementos da poética de SaramagoRöhrig, Maiquel January 2014 (has links)
Nesta tese de doutorado, analiso as obras Levantado do chão, Memorial do convento, História do cerco de Lisboa, O evangelho segundo Jesus Cristo, Caim, Ensaio sobre a cegueira, Ensaio sobre a lucidez, A caverna e Todos os nomes, de José Saramago. Meu objetivo é identificar, descrever e analisar elementos da poética de Saramago, de modo a apresentar o que Bakhtin chamou de “voz interior” do autor. Analiso os aspectos formais, a dimensão alegórica e os conteúdos das narrativas, classificando-as segundo sua relação com a história, a religião e a sociedade capitalista. Realizo uma leitura intertextual e alegórica, sustentada por aproximações entre literatura, historiografia, filosofia e discurso religioso. As análises enfocam personagens, ações e discursos, de modo a identificar suas funções estéticas e ideológicas no plano da significação. Considero as narrativas ficcionais metonímias do real. Nesse sentido, pretendo evidenciar como Saramago, nos textos situados num tempo pretérito, reelabora o passado e o discurso bíblico estabelecendo um diálogo com a referencialidade histórica do tempo presente; e, nos textos situados na contemporaneidade, como o autor alegoriza o mundo. A partir disso, reflito sobre o papel da literatura como agente de transformação social, considerando este aspecto uma dimensão fundamental da poética do autor. / In this thesis, I analyze the work of Jose Saramago considering its formal aspects, its allegorical dimension and its contents, classified according to their relation to history, religion and capitalist society. My goal is to identify, describe and analyze elements of Saramago’s poetics in order to present what Bakhtin called "inner voice" of the author, and reflect on the role of literature as an agent of social transformation. I realize an intertextual and allegorical reading, supported by similarities between the literature, history, philosophy and religious discourse. The analyses focus on the characters, actions and discourses in order to identify their aesthetic and ideological functions at the level of significance. I consider the novels as metonymy of real. Thus, I intend to show how Saramago elaborates the past and the biblical discourse by establishing a dialogue with the historical referentiality of the present and how the author allegorizes the world.
|
176 |
Poética socrática, tanatografia e a invenção do desassossegoMedeiros, Ana Clara Magalhães de 22 December 2017 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, 2017. / Submitted by Raquel Almeida (raquel.df13@gmail.com) on 2018-04-11T17:08:18Z
No. of bitstreams: 1
2017_AnaClaraMagalhãesdeMedeiros.pdf: 4586466 bytes, checksum: 474dad4a536727a86487e90d8de1414e (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2018-04-18T19:39:32Z (GMT) No. of bitstreams: 1
2017_AnaClaraMagalhãesdeMedeiros.pdf: 4586466 bytes, checksum: 474dad4a536727a86487e90d8de1414e (MD5) / Made available in DSpace on 2018-04-18T19:39:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1
2017_AnaClaraMagalhãesdeMedeiros.pdf: 4586466 bytes, checksum: 474dad4a536727a86487e90d8de1414e (MD5) / A escrita de morte, denominada tanatografia, conduz esta tese. O conceito funda-se no dialogismo ensejado por Mikhail Bakhtin, cujas preconizações orientam também a metodologia investigativa (polifônica) aqui arrolada. O fenômeno Hamlet, de Shakespeare, despontado no momento de ascensão do individualismo e de enclausuramento da loucura, emerge como cerne irradiador do desassossego a ser espraiado em três obras do breve século XX, a saber: Esaú e Jacó, de Machado de Assis, O Outro, de Miguel de Unamuno, e O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago. Apresentamos como o veio trágico (Nietzsche), a ironia (Kierkegaard) e o ímpeto sepulcral (Augusto Silva Junior) de Hamlet aproximam o mal-estar moderno do desassossego latente desde o grego Sócrates. As lições por este legadas, via diálogos platônicos e sátiras menipeias, orientam nossa proposição de uma poética socrática – por que carnavalizada, gestada na práxis dialogal. O discurso sobre o trespasse ganha amplo desenvolvimento a partir das noções de catábase – viagens aos infernos pelo literário, conforme Eudoro de Sousa – e a tragicarnavalização – tipologia híbrida, a um só tempo cômica e séria, por nós flagrada nas quatro principais publicações analisadas. Disposta em dois grandes capítulos teórico-analíticos, seguidos de um ensaio final, esta tese é palco para discussão sobre uma teoria do literário. O daimon poético Fernando Pessoa e suas pessoas redimensionam a dúvida filosófica propulsora do fazer artístico. Multiplicidade e inacabamento manifestam-se, enfim, como modos possíveis de transcender a comum experiência humana pela palavra e revelar, via plenitude, sentidos para o existir. / The writing of death, called thanatography, conducts this thesis. The concept is based upon the dialogism designed by Mikhail Bakhtin, whose recommendations also guide the investigative (polyphonic) methodology engaged in this thesis. Shakespeare’s Hamlet phenomenon, dawned during the ascension of individualism and enclosure of madness, emerges as a core that irradiates unrest to be sprawled along three works of the brief twentieth century: Machado de Assis’ Esaú e Jacó, Miguel de Unamuno’s El Otro, and José Saramago’s O ano da morte de Ricardo Reis. We present how Hamlet’s tragic tone (Nietzsche), irony (Kierkegaard), and sepulchral impetus (Augusto Silva Junior) bring together the modern malaise and the unrest latent since the Greek Socrates. The lessons bequeathed by the latter, through platonic dialogues and Menippean satires, guide our proposition of a Socratic poetry – which is carnavalized, gestated in the dialogal praxis. The discourse about the trespass acquires broad development starting from the notions of katabasis – travels to the hells through literariness, according to the understanding of Eudoro de Sousa – and the tragicarnavalization – hybrid typology, at once comic and serious, caught by us in the four publications mainly analyzed. Displayed in two extensive theoretical-analytical chapters, followed by a final essay, this thesis is the stage for a discussion about the theory of the literariness. Fernando Pessoa’s poetic daimon and his personas resize the philosophical doubt that propels the making of art. Multiplicity and unfinishedness manifest, at last, as possible wais to transcend the common human experience through the word and reveal, through plenitude, meanings of the existing. / La escrita de muerte, denominada tanatografía, conduce esta tesis. El concepto se funda en el diálogo enseñado por Mikhail Bakhtin, cuyas preconizaciones orientan también la metodología investigativa (polifónica) aquí arrollada. El fenómeno Hamlet, de Shakespeare, surgido en el momento de ascensión del individualismo y de clausura de la locura, emerge como núcleo irradiador del desasosiego a ser propagado en tres obras del breve siglo XX, a saber: Esaú y Jacob, de Machado de Assis, El Otro, de Miguel de Unamuno, y El año de la muerte de Ricardo Reis, de José Saramago. Presentamos como el influjo trágico (Nietzsche), la ironía (Kierkegaard) y el ímpeto sepulcral (Augusto Silva Junior) de Hamlet acercan el mal-estar moderno del desasosiego latente desde el greco Sócrates. Las lecciones por él dejadas, vía diálogos platónicos y sátiras menipeas, orientan nuestra proposición de una poética socrática – por que carnavalizada, gestada en la praxis dialogal. El discurso sobre el traspaso gana amplio desarrollo a partir de las nociones de catábase – viajes a los infiernos por el literario, según Eudoro de Sousa – y la tragicarnavalización – tipología híbrida, a un solo tiempo cómico y seria, por nosotros flagrada en las cuatro principales publicaciones analizadas. Organizada en dos grandes capítulos teórico-analíticos, seguidos de un ensayo final, esta tesis es escenario para discusión sobre una teoría del literario. El daimón poético Fernando Pessoa y sus personas redimensionan la duda filosófica propulsora del hacer artístico. Multiplicidad e inacabamiento se manifiestan, en fin, como modos posibles de trascender la común experiencia humana por la palabra y revelar, vía plenitud, sentidos para el existir.
|
177 |
O trágico e o demoníaco em "O evangelho segundo Jesus Cristo", de SaramagoPinheiro, Vanessa Neves Riambau January 2007 (has links)
Este estudo realiza uma análise de O Evangelho segundo Jesus Cristo, de José Saramago, partindo do pressuposto de que a obra recupera circunstâncias presentes no trágico grego, lhe oferecendo nova roupagem. Avaliamos, através deste estudo, que determinados fatores pertinentes à época grega, tais como a culpa e a inevitável submissão a um destino inexorável, permanecem intactos. Porém, como as tragédias gregas não mais existem, algumas mudanças no modus tragicus surgiram, tais como as forças que pesam sobre o herói e a sua atual disposição: o protagonista revela-se agora hesitante e questionador, e seu desfecho não é mais prenunciado pela moira implacável, e sim diretamente causado pela ação de um tirano. Para chegarmos a essas conclusões, realizamos um percurso que se iniciou na Grécia antiga, com o estudo de Aristóteles, até chegarmos aos pensadores contemporâneos, tais como Peter Szondi e George Steiner. A partir dessa pesquisa sobre o trágico, percebemos que a obra estudada encaixa-se no modo de ficção trágica formulado pelo crítico canadense Northrop Frye. Não obstante, consideramos que a narrativa recupera imagens, tais como a cruz, o deserto e o nevoeiro, que aparecem como indícios deste mundo obscuro, chamado por Frye de demoníaco. Cabe ressaltar que o mundo demoníaco é considerado pelo crítico como um modo de representação da ficção trágica. Frye em a Anatomia da crítica propõe quatro tipos de crítica, complementares entre si: histórica, ética, arquetípica e retórica. Em nosso estudo, nos embasamos principalmente nos conceitos formulados a partir da crítica histórica e da arquetípica. A primeira analisa os modos de ficção e mostra de que forma ocorre a ficção que se pretende trágica, e a última, por sua vez, privilegia os mitos e as imagens suscitadas a partir deles. Assim, pudemos nos apropriar dessas definições trabalhadas pelo teórico para embasar nossa hipótese, ou seja, para podermos verificar a tragicidade existente em O Evangelho segundo Jesus Cristo. / This study undertakes an analysis of The Gospel According to Jesus Christ, by José Saramago based on the assumptions that the work recovers elements present in Greek tragedy, giving it new treatment. We consider, through this study, that certain factors pertaining to the Greek context, such as guilt and an inevitable submission to an inexorable destiny, remain intact. However, as Greek tragedies no longer exist, some changes in the modus tragicus appeared, such as forces that weigh upon the hero and his current disposition: the protagonist now discloses himself as hesitating and inquisitive and his ending is not dictated by the implacable moira. Instead, it is directly caused by the action of a tyrant. In order to bring off such conclusions we traced a path that started back in Ancient Greece, with the study of Aristotle, and came up to contemporary thinkers such as Peter Szondi and George Steiner. Based on this research on the tragedy, we come to understand that the novel in question fits the mode of tragic fiction formulated by the Canadian critic Northrop Frye. Moreover, the narrative recovers images, such as the cross, the desert and the fog, that appear as indications of the obscure world called demoniac by Frye. It is important to highlight that the demoniac world is considered by the critic as a mode of representation in tragic fiction. In his Anatomy of Criticism , Frye proposes four types of criticism that complement one another: historical, ethical, archetypical and rhetoric. Our study is chiefly based on the concepts formulated in historical and archetypical criticism. The former analyses the modes of fiction and shows how the allegedly tragic fiction works. The latter focuses on the myths and images occasioned by them. Thus, we were able to make use of the definitions worked out by the theoretician to embed our hypothesis, that is, to verify the tragicity present in The Gospel According to Jesus Christ.
|
178 |
Ricardo Reis : ficção da ficçãoFerreira, Priscilla de Oliveira January 2006 (has links)
Fernando Pessoa, em uma de suas muitas definições sobre a questão da heteronímia, diz que seus heterônimos são “personagens fictícias sem drama”. São personagens que fazem poemas. Em O Ano da Morte de Ricardo Reis, Saramago se apropria do mais clássico dos heterônimos e insere este personagem em uma narrativa. Ficção da ficção, enquanto o poeta envia Ricardo Reis para o Brasil, o romancista leva-o de volta a Portugal. O médico que escreve poesias vive suas últimas aventuras em Lisboa, no ano de 1936. O objetivo deste trabalho é analisar a relação entre os dois Ricardos, ver o que os aproxima e o que os distancia. Abordamos a questão do processo heteronímico sob o ponto de vista do “drama em gente”. Apresentamos os dois personagens, o de Pessoa e o de Saramago, e levantamos algumas questões presentes no romance, como a intertextualidade, o dialogismo e a poesia.
|
179 |
De como um rei tem dois corpos em Memorial do conventoSoistak, Angelis Cristina 09 December 2011 (has links)
Resumo: A presente dissertação tem como objetivo a análise do monarca D. João V enquanto personagem do romance Memorial do convento (1982) de José Saramago e na sua apropriação para a História de Portugal (1879) do historiador português Oliveira Martins, partindo da semelhança com que os dois autores tratam esse rei. Embora a maior parte das interpretações do Memorial seja no sentido de privilegiar os oprimidos, aqui se trilha o caminho inverso, pois se acredita que, embora D. João V seja um personagem secundário, ele se faz onipresente e onipotente durante todo o enredo, determinando as ações dos demais personagens. Isso pode ser explicado a partir da teoria de Ernst Kantorowicz, Os dois corpos do rei (1957), surgida na Idade Média, mas de que se encontram resquícios bem mais tarde, e segundo a qual um rei tem em si dois corpos: ora se atribui a ele um corpo natural e outro político, ora um corpo natural e um corpo místico. Ainda de acordo com a proposta de Kantorowicz, esse corpo político/místico abarca a totalidade da nação, sendo que o rei se constitui como cabeça e os súditos como membros. A existência desses corpos não naturais e dessa corporificação do reino pode ser percebida tanto no texto de Martins como no de Saramago, mas servem de motivo para a crítica dos dois autores, uma vez que reflete o absolutismo e a beatitude com que D. João V conduziu o seu reinado. Por outro lado, o estudo desses textos à luz da teoria de Kantorowicz comprova a continuidade da concepção dos dois corpos do rei já no século XVIII português. A partir dessa análise será possível também evidenciar de que forma o discurso de Oliveira Martins e sua História de Portugal inspiraram José Saramago na composição do Memorial do convento.
|
180 |
A lógica da caverna : um ensaio dialético sobre a pós-modernidade em SaramagoMorais, Tiago Martins de January 2013 (has links)
O objeto artístico desta dissertação é o romance A caverna do escritor português José Saramago. Os caminhos teóricos que vão construir um método adequado para uma visão aprofundada desta narrativa são os do estudo das teorias que veem a literatura como uma junção de texto e contexto, que entendem os elementos sócio-históricos em uma relação de interpenetração com o texto literário, de forma que esses elementos externos transmutem-se em elementos internos à obra (ou seja, em elementos estéticos). A construção de um método dialético foca-se principalmente nos textos de teóricos como Theodor Adorno, Raymond Williams e Fredric Jameson. Após o estudo das teorias dialéticas, objetiva-se proceder com a análise do romance de Saramago, sempre relacionando obra e contexto. Considerando que o contexto da obra em questão refere-se – como se defende neste trabalho – a um período pós-moderno de nossa história, a pesquisa, então, concentra-se no estudo do elemento social objetivando um entendimento da sociedade pós-moderna, para, logo após, de forma imanente, fazer uma leitura possível da obra saramaguiana centrada em dois elementos: o do mapeamento do pós-moderno e o da crítica à lógica do capitalismo. As pesquisas sobre o pós-modernismo centram-se essencialmente nas teses de David Harvey e de Fredric Jameson. / The artistic object of this dissertation is the novel “The Cave” by José Saramago. The theoretical roads responsible for building a proper method to reach a deeper view of this narrative are related with theories that see literature in connection with its social context; theories that understand the social historical elements in relation with the literary object in a way in which these outside elements transmute into inner ones in the work (in other words, aesthetic elements). The building of a dialectical method focuses mainly on the works of Theodor Adorno, Raymond Williams and Fredric Jameson. After the study of these theories, this work intends to analyze Saramago’s novel, always looking into the relation between art and society. Taking into account that the novel’s context refers – as I propose in this work – to a post-modernist period of our history, my research, then, focuses on the study of the social element looking for an understanding of post-modern society, focused on two elements: the description of post-modernism and the criticism towards capitalistic logic. The researches about post-modernism are essentially based on the thesis of David Harvey and Fredric Jameson.
|
Page generated in 0.0464 seconds