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[pt] HOBBES ÉDIPICO: FORMAÇÃO DO SUJEITO, SUBJETIVIDADE E NEUROSE NO CONTRATO SOCIAL DE THOMAS HOBBES / [en] OEDIPAL HOBBES: SUBJECTHOOD, SUBJECTIVITY AND NEUROSIS IN HOBBES S SOCIAL CONTRACTMARINA SERTA MIRANDA 29 December 2020 (has links)
[pt] A presente dissertação expressa e narra meu processo de compreensão do meu desejo de saber, suas impossibilidades, e as conexões entre poder e reivindicações à verdade nas narrativas e sujeitos autorizados por tais reivindicações. Eu escolhi particularmente o processo de formação do sujeito como compreendido pela teoria psicanalítica desenvolvida por Jacques Lacan – em seu “retorno a Freud” – e pela teoria contratualista como desenvolvida por Thomas Hobbes. Esse processo de formação do sujeito é um que eu entendo, como Judith Butler, como co-constitutivo e codependente com o poder que o forma numa relação em que não há emergência de um sujeito a não ser que autorizado por alguma instância de poder, ao mesmo tempo que não há poder senão como efeito sobre e através dos sujeitos a quem sujeita. O caminho em particular que eu consegui traçar em minha exploração, primeiro, foi entendendo um certo caráter ou papel estruturante da linguagem na teoria de ambos Lacan e Hobbes. Isso me permitiu dar um passo além, na análise de como o sujeito neurótico e o sujeito do contrato social emergem não só dos mesmos contextos, mas, sendo assim, talvez sejam um e o mesmo sujeito. Para, então, seguir o processo de formação do sujeito como colocada por Lacan até o mecanismo do Nome-do-Pai, procurando entender nossos investimentos políticos em uma certa forma paternalista de autoridade. No último e final passo deste processo ao invés de se fechar e confirmar-se a si mesma, eu busco partilhar uma crítica de um certo modelo heteronormativo e falocêntrico no qual muito da teoria psicanalítica está baseada, seus efeitos danosos nos mecanismos de exclusão e autorização de determinados sujeitos na nossa sociedade, baseados em uma diferenciação sexual. Eu emerjo desta dissertação não só mais capaz de engajar livros, autores e literaturas, mas compreendendo melhor e sendo mais atenta ao meu próprio desejo de saber e os mecanismos de exclusão vigentes no nosso mundo. / [en] This dissertation expresses and narrates my struggle to grapple with my own desire of knowing, its impossibility, and the connections between power and claims to truth in those – people and narratives – authorized by claims to know. I chose the particular process of subject formation as understood by the psychoanalytical theory developed by Jacques Lacan – in his return to Freud – and the social contract theory of Thomas Hobbes. This process of subject formation is one I understand, rooted in the thought of Judith Butler, as a co-constitutive and codependent relationship, where no subject can emerge unless subjected by power, and power can only exist as the effects of authorization of certain subjects. The particular path through which I have been able to do this has been through the exploration, first, of a certain structuring character language has both in lacanian psychoanalytical theory and in the hobbesian political treatise. This allowed me to take one step further into analyzing how the neurotic subject and the social contract subject emerge and understand them as one and the same. So then I could be able to follow Lacan s exploration of subject formation in the device of the Name-of-the-Father, hoping it would make me understand a particular investment of the social contract theory subject in paternal authority. I chose to close this dissertation, then, not confirming and reiterating the movement I have been able to find and develop, but with a critique of the heteronormative, phallocentric model in which much of psychoanalytical theory is rooted in, and its damaging effects on the mechanisms of exclusion and authorization of subjects in our society, as based on sexual difference. I have emerged from this dissertation not only smarter from the books I have read and literature I have engaged with, but wiser in my own inquiries and desire to have access and know how the world works.
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[en] BETWEEN PSYCHIC AND POLITICAL CONFLICT: A STUDY ABOUT THE FREUDIAN IDEA OF HELPLESSNESS / [pt] ENTRE O CONFLITO PSÍQUICO E O CONFLITO POLÍTICO: UM ESTUDO SOBRE A IDEIA FREUDIANA DE DESAMPAROMARINA SANTOS DE CASTRO 18 May 2023 (has links)
[pt] Este trabalho é o resultado de uma pesquisa sobre o desenvolvimento do
conceito de desamparo no percurso teórico de Freud, desde os textos prépsicanalíticos do final do século XIX, até suas últimas obras na década de 1930.
Investigamos como Freud compreende, a partir da categoria de desamparo, algumas
das mediações presentes entre a vida psíquica e a vida política, ou ainda, alguns dos
elos que unem o desenvolvimento singular dos indivíduos e o desenvolvimento
geral da civilização. Analisando a categoria do desamparo, pudemos compreender
como Freud passa a conceber a vida como uma dádiva conferida pelo Outro e não
como o propósito máximo do ser vivente. Isto é, sem a alteridade não há destino
para a pulsão senão a destruição total da vida. Tal conclusão revela a necessidade
de pensarmos o aparelho psíquico como o produto de um trabalho social e não como
algo essencialmente individual. / [en] This work is the result of research on the development of the concept of
helplessness in Freud s theoretical trajectory from the pre-psychoanalytic texts of
the end of the 19th century to his latest works in the 1930s. We investigate how
Freud builds on the category of helplessness in order to understand some of the
mediations that take place between psychic life and political life, or, differently put,
some of the links that connect the singular development of individuals and the
general development of civilization. Analyzing the category of helplessness we
could understand how Freud starts to conceive life as a gift conferred by the Other
and not as the highest aim of the living being. That is, without otherness there is no
destination for the drive but the total destruction of life. Such conclusion shows the
need to think of the psychic apparatus as the product of social work instead of
something essentially individual.
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[en] SUPEREGO AND CULTURE: BEYOND FATHER, PERSPECTIVES FOR ETHICS / [pt] SUPEREU E CULTURA: ALÉM DO PAI, PERSPECTIVAS PARA UMA ÉTICADENISE RODRIGUES MONNERAT 13 July 2017 (has links)
[pt] Esta dissertação busca delinear o desenvolvimento, articulado com a clínica, do conceito de supereu por Freud e sua revisão por Lacan, para pensar sua reverberação recíproca com a cultura. O supereu freudiano, como instância estrutural do aparelho psíquico, tem sua gênese na identificação com o pai, antes e depois do Complexo de Édipo, ao mesmo tempo em que porta a marca da pulsão de morte. Freud dá ênfase às manifestações cruéis da ação autoritária do supereu que, por produzirem um desprazer do qual pode ser difícil prescindir, constituem importante obstáculo ao trabalho clínico e ao laço social. Lacan desloca a referência freudiana ao pai para o campo da linguagem, articulando a função paterna com a estrutura significante, em detrimento das imagos, indo da conceituação do Nome-do-pai aos Nomes-do-pai em suas dimensões imaginária, simbólica e real. Seus novos conceitos de gozo e objeto a reforçam a centralidade da função superegóica, privilegiando sua dimensão pulsional e alteritária e ampliando a perspectiva dinâmica de sua constituição e de seus efeitos. Em função do deslocamento do conceito da referência de autoridade para a de alteridade e de sua estreita relação com o desamparo, abre-se uma via para propor a articulação do supereu com a visada ética pela qual Freud toma o trabalho clínico da psicanálise como uma obra de cultura. / [en] This work aims to study the theoretical development (articulated with clinical practice) of the superego concept by Freud and its revision by Lacan, and to consider its reciprocal effects on culture. The Freudian superego, as a structural agency of the psychic apparatus, has its origin in the identification with the father, before and after the Oedipus complex, at the same time that carries death drive embedded. Freud emphasizes the cruel manifestation of the authoritarian action of the superego which constitute an important obstacle for the clinic work and the social bonds, once these manifestations produce an unpleasure from which it can be hard to prescind. Lacan changes the Freudian reference of the father to the language field, articulating the paternal function with the signifier s structure, to the detriment of the imagos, going from the concept of Name-of-the-father to Names-of-the-father in its imaginary, symbolic and real dimensions. His new concepts of jouissance and object a, reinforce the centrality of the superegoic function, privileging its pulsional and alterity dimension and augmenting the dynamical perspective of its constitution and its effects. Due to this concept shifting its reference from authority to alterity and its close relation with the helplessness, it gives an opportunity to propose the articulation of the superego with the ethical concerns by which Freud takes the psychoanalytic clinical practice as a work of culture.
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