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A inserção do agente comunitário de saúde na equipe de Saúde da Família / The insertion of the community health agent in the Family Health team.

Sakata, Karen Namie 15 May 2009 (has links)
O objeto da pesquisa foram as relações sociais estabelecidas entre o agente comunitário de saúde ACS e a equipe de Saúde da Família SF em situações concretas de trabalho. A SF é estratégia prioritária para a reorganização da Atenção Básica no Brasil. A profissão do ACS foi regulamentada somente em 2002 e caracteriza-se pelo exercício de atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde. A literatura aponta que os ACS desempenham ações preconizadas pelo Ministério da Saúde, mas enfrentam dificuldades para cumprirem com funções de caráter mais político e social, voltadas para mudanças nos modos de se cuidar e para o aumento da participação social. O ACS possui características híbridas e singulares, pois é membro da comunidade e da equipe de saúde, propiciando a ligação entre esses dois atores. Objetivou-se compreender as relações sociais estabelecidas entre o ACS e a equipe de SF a partir do trabalho em equipe na saúde, destacando os aspectos da articulação das ações e da interação entre os trabalhadores. A pesquisa foi de abordagem qualitativa com a realização de 23 observações participantes e 11 entrevistas semi-estruturadas junto a uma equipe de SF em um município do interior paulista, O material empírico foi interpretado segundo a análise temática e compreendeu a história da unidade de saúde e seus trabalhadores, o processo de trabalho da equipe e os ACS na equipe de SF na perspectiva da articulação e da interação. Os resultados mostraram que o ACS está inserido em um processo de trabalho em equipe que é dinâmico. O ACS vive as contradições de modelos de saúde que são diferentes e co-existem em um mesmo espaço. Os ACS são laços de ligação quando desempenham ações articuladas ao trabalho da equipe e interagem com os trabalhadores, construindo planos assistenciais em comum. Um núcleo de competência do ACS pode ser a característica de laço de ligação, aproximando equipe e comunidade e adequando as ações de cuidado às reais necessidades das pessoas. Na prática comunicativa com os trabalhadores; os ACS ao falarem de si, estão falando da própria comunidade, pois é ele seu representante e porta-voz na equipe. Como elos de ligação desenvolvem ações essencialmente operacionais para agilizar o trabalho da equipe e da unidade, tais como, entregar recados e encaminhamentos. As atividades desempenhadas dentro da unidade relacionam-se à cooperação e também estão muito atreladas às ações operacionais e instrumentais do trabalho, inclusive com certo caráter de troca. Concluímos que a inserção do ACS na equipe de SF enfrenta dificuldades e requer a criação de estratégias que favoreçam a relação dialógica entre os trabalhadores. Assim, o trabalho da equipe e a dimensão política e social dos ACS poderão ser potencializados, contribuindo para cuidados mais integrais e acolhedores e para um agir em saúde mais criativo e prazeroso. / The social relations established between the community health agent (ACS) and the health family team (SF) in work situations was the object of this study. SF has been a strategic priority to reorganize Primary Health Care in Brazil. ACS only became a regulated profession in 2002 and comprises activities of disease prevention and health promotion. Literature appoints that ACS develops actions recommended by the Ministry of Health but faces difficulties in complying with functions with a more political and social character focused on changing peoples self-care and increasing their social participation. These professionals possess hybrid and singular characteristics because they are both members of the community and the health team making linkages between them. The study aimed to understand the social relations established between the ACS and SF team as from the work developed by the health team, highlighting connections between actions and interaction between workers. This is a qualitative study with 23 participant observations and 11 semistructured interviews with the SF team in a city in the interior of Sao Paulo, Brazil. The empirical material was analyzed according to the thematic analysis and comprises the history of the health unit and its workers, the teamwork process and the perspective of connection and interaction of the ACS in the SF team. Results revealed that ACS is inserted in a dynamic teamwork process, that is, experiences the contradictions of co-existing different health models. These professionals work as links when they develop actions connected to the teamwork and interact with its workers developing common care plans. The ACS core of competency is characterized by the connection they establish approximating team and community and adapting care actions to peoples real needs. When these professionals talk about themselves during communication with workers, they talk about the community itself because they are its representatives and spokesman in the team. As links, they basically develop operational actions to speed up the team and units work such as delivering messages and referrals. The activities developed inside the unit are related to cooperation and are also very associated to operational and instrumental work, which includes a certain exchange. The conclusion is that the inclusion of the ACS in the SF team is difficult and requires strategies favoring the dialogical relation between workers. This way, the teamwork and the ACS political and social dimensions can be strengthened, contributing to more integral and welcoming care and also to more creative and gratifying work in health.
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Developing a human resource profile for the nutrition workforce in the public health sector in the Western Cape province, South Africa

Goeiman, Hilary 12 1900 (has links)
Thesis (MNutr (Human Nutrition))--Stellenbosch University, 2008. / Background: The crisis and study of health workforce has become more important in developed and developing countries. The relationship between human resource issues and health system effectiveness has been acknowledged. Human resources are seen to be one of the main constraints in achieving the millennium development goals. A number of changes have taken place within health services since 2003, including the promulgation of the new health Act 63 of 2003, restructuring processes in the Western Cape province and the development of a Comprehensive Service Plan (CSP) to implement Health Care 2010. Nationally and provincially nutrition is declared a priority, due to the documented beneficial impact of nutrition support on preventable diseases, disease of life-style, as well as the treatment of high priority disease groups, namely TB and HIV/AIDS. For appropriate planning of nutrition services, the Integrated Nutrition Programme (INP) in the Western Cape needed to review the status of the nutrition workforce in the province, towards developing a human resource plan to meet the nutrition service needs, in the provincial context, its service platforms and approved service implementation plan for public health sector. Objectives The study aimed to describe the current status of the nutrition workforce (staffing profile) in the Western Cape province in terms of staffing levels, personnel categories, location, placement, qualifications, skills, and personnel expenditure at all levels of the public health sector. Provincial maps were developed to indicate the density of personnel per category pictorially. Methods In this descriptive observational study, a targeted sampling approach was applied by developing master lists of the respective nutrition/dietetic/food service units and personnel within the geographical districts and hospitals at all levels of care. All nutrition personnel employed by the Western Cape Department of Health were included in the study. Quantitative data collection methods including coding sheets (per facility), self administered questionnaires and the official personnel database (Persal) of the Department of Health was used. Questionnaires were constructed according to the variability of services, settings, and job outputs. The respective personnel were grouped into 5 categories. Descriptive statistical methods were used to analyse data. Comparisons in terms of urban and rural distributions were also completed. Results A response rate of 86% was achieved (N = 647) with food service workers being the largest proportion of staff (N = 509), followed by dietitians (N = 64), managers (N = 31), auxiliary workers (N = 28) and administrative personnel (N= 15). Significant differences (p=0.0001- 0.05) were found amongst the respective personnel categories in terms of demographics, qualifications, training, experience, skills, competencies, time spent on the INP, and general human resource management areas. Training needs and areas of low skills were identified for the respective categories and key challenges and solutions in the nutrition workforce were highlighted. Conclusion The study indicates that the processes used to develop the workforce need to receive the same intensity as all other interventions. The results can be applied in providing evidence based information for the development of the Department of Health, Western Cape human resource plan and the integration of nutrition therein.
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Agente Comunitário de Saúde (ACS): construção do percurso identitário a partir da história de vida / Community Health Agent (CHA): Construction of pathway identity from life history

Cristiane Otoni Gomes 26 April 2013 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Esta pesquisa busca compreender a construção do percurso identitário do Agente Comunitário de Saúde (ACS) a partir da história de vida. Os objetivos colocados neste estudo foram analisar as formas como se constituíram os princípios e valores que orientam as práticas de cuidado do ACS e de construir uma narrativa que contemplasse como as contingências e os acasos produziram os sentidos para o seu percurso identitário. Para isto, utilizou-se a metodologia qualitativa heterogênea através da abordagem da História de Vida e da Análise de Conteúdo. A primeira - História de Vida, segundo Becker (1994) é a expressão de uma forma de vida, de conhecer crenças, valores e desejos de uma população estudada dentro do contexto da vida destes sujeitos. Para tanto, foram realizadas entrevistas com seis ACS que atuam há pelo menos dois anos no município do Rio de Janeiro. As entrevistas foram gravadas e, parcialmente, transcritas após o aceite e a assinatura do termo de consentimento. Acredito que os agentes podem operar entre si diferentes modos de fazer, uma vez que afetam e sofrem afetamentos, atravessam e ao mesmo tempo são atravessados por diferentes micro redes que geram solidariedade ou individualismo, humanidade ou animosidade nas inter-relações. Neste contexto, o estudo conclui que ainda que a maioria dos entrevistados não escolhesse a carreira de ACS, houve uma disponibilidade para aprender o ofício e um compromisso com as atribuições definidas para o exercício profissional. Aliado a isso, constatou-se também, que a inserção na profissão foi uma forma de conseguir um emprego formal que garanta uma renda fixa mensal. Não há o desejo de permanecer por muito tempo nesta profissão pelo desgaste físico e emocional que é fortemente sentido já no primeiro ano de trabalho. Em relação à construção dos sentidos para o percurso identitário dos ACS, os depoimentos apresentam uma identificação com as ações de ajuda e solidariedade presentes na vida dos sujeitos. E, dentre os valores ou princípios que constituíram a formação de um caráter ou identidade pessoal, que são determinantes para a atuação no cuidado à saúde das pessoas, destacam-se a sensibilidade, a escuta, o afeto, o acolhimento, a ética, a amizade e alteridade. Na discussão sobre a necessidade deste profissional ser morador da área que vai atuar, observou-se, a partir das narrativas, que esta exigência pode facilitar a abordagem. Contudo, a qualidade do cuidado não está diretamente relacionada a este critério que pode gerar distanciamento e desconfiança dos outros moradores. Logo, estudos como este se justificam para que se possa reafirmar a importância de trabalhadores do SUS, em especial, o ACS. Estes representam hoje mais de 200 mil trabalhadores da saúde pública e se espera que sejam profissionais responsáveis por um cuidado em saúde que respeitem as diferenças entre as pessoas, que não sobreponham a doença ao sujeito e não minimizem o sofrimento em função do cumprimento de metas e produção de dados a serem planilhados. Lutem, acima de tudo, pela defesa de qualquer vida.
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Intervenção educacional em grupo para promoção do consumo de frutas e hortaliças de Agentes Comunitários de Saúde do município de Porto Feliz-SP / Educational group intervention to promote the consumption of fruits and Non-starchy vegetables by Community Health Agents from the municipality of Porto Feliz-SP

Alcalá Garcia, Carina [UNESP] 20 August 2014 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2015-06-17T19:33:47Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2014-08-20. Added 1 bitstream(s) on 2015-06-18T12:48:03Z : No. of bitstreams: 1 000831020.pdf: 1578746 bytes, checksum: e3f5d6af5706db515dbf0f62db5cf4ef (MD5) / Foi realizado um estudo de intervenção, com grupo controle, para avaliar o impacto de uma atividade educativa em grupo (AEG) sobre o consumo de frutas e hortaliças (FH) de agentes comunitários de saúde (ACS) de um município de pequeno porte do interior do estado de São Paulo. Foram constituídos dois grupos: grupo intervenção (n=16), formado por agentes que participaram de cinco sessões de grupo e uma oficina culinária; e grupo controle (n=30), formado por agentes não participantes. Para aferir o consumo de FH, em gramas e em porcentagem da energia da dieta, foram aplicados, antes e 90 dias após a intervenção, um recordatório de 24h e dois registros de consumo em 24 horas; um destes, referente a um fim de semana. O impacto da intervenção foi avaliado mediante análises de medidas repetidas com ANOVA seguida de teste Tukey ou gama seguida de teste de comparação múltipla, caso a distribuição das variáveis fosse, ou não, simétrica. Foram também comparadas as distribuições dos indivíduos dos dois grupos de acordo com os estágios de mudança de comportamento segundo o Modelo Transteorético, antes e após a intervenção, mediante teste qui-quadrado de tendência. Também houve avaliação de processo e do efeito da intervenção na visão dos ACS participantes. O incentivo ao consumo de FH realizado pelos ACS dos dois grupos, juntos às famílias assistidas por eles, também foram comparados, três meses após a intervenção. Todas as análises foram feitas utilizando o programa SAS for Windows, versão 9.3. Em todos os testes foi fixado o nível de significância de 5%, ou o p-valor correspondente. O grupo que participou da intervenção aumentou significativamente o consumo de hortaliças (em gramas e percentual calórico) quando comparado com o grupo controle, efeito não observado para o consumo de frutas. Em relação aos estágios de mudança de comportamento, 60% dos ACS do grupo intervenção modificaram... / This intervention study assessed the impact of a group education activity on the consumption of produce (fruits and non-starchy vegetables) by community health agents from a small municipality in the state of São Paulo. The intervention group (n=16) consisted of agents who participated in five group sessions and a cooking workshop, and the control group consisted of agents (n=30) who did not participate in those activities. Produce intake in grams and percentage of total energy intake was investigated by one 24-hour dietary recall and two 24- hour food records(one weekday and one weekend day). The three instruments were administered before and 90 days after the intervention. The impact of the intervention was assessed by repeated measures analysis of variance (ANOVA) followed by the Tukey's test or gamma followed by multiple comparison test depending on variable distribution (symmetric or not). The chi-square test for trend compared the distributions of the individuals in the two groups before and after the intervention according to the stages of change of the transtheoretical model. The participants also assessed the intervention and its effect. The study also investigated the impact of the two groups on the produce intake of the families they visited. The data were treated by the software SAS for Windows version 9.3 with a significance level of 5% or corresponding p-value. The non-starchy vegetable intake (in grams and percentage of total energy intake) of the intervention group increased significantly, but not the fruit intake. The produce intake in grams and percentage of total energy intake also did not change. Sixty percent of the intervention group increased their produce intake against 25% of the control group. All participants in the intervention group reported positive repercussions associated with the intervention, citing greater awareness of the importance of healthy food habits most. The intervertion group ...
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Intervenção educacional em grupo para promoção do consumo de frutas e hortaliças de Agentes Comunitários de Saúde do município de Porto Feliz-SP /

Alcalá Garcia, Carina. January 2014 (has links)
Orientador: Maria Antonieta de Barros Leite Carvalhaes / Coorientador: José Eduardo Corrente / Banca: Silvia Justina Papini / Banca: Betzabeth Slater Villar / Resumo: Foi realizado um estudo de intervenção, com grupo controle, para avaliar o impacto de uma atividade educativa em grupo (AEG) sobre o consumo de frutas e hortaliças (FH) de agentes comunitários de saúde (ACS) de um município de pequeno porte do interior do estado de São Paulo. Foram constituídos dois grupos: grupo intervenção (n=16), formado por agentes que participaram de cinco sessões de grupo e uma oficina culinária; e grupo controle (n=30), formado por agentes não participantes. Para aferir o consumo de FH, em gramas e em porcentagem da energia da dieta, foram aplicados, antes e 90 dias após a intervenção, um recordatório de 24h e dois registros de consumo em 24 horas; um destes, referente a um fim de semana. O impacto da intervenção foi avaliado mediante análises de medidas repetidas com ANOVA seguida de teste Tukey ou gama seguida de teste de comparação múltipla, caso a distribuição das variáveis fosse, ou não, simétrica. Foram também comparadas as distribuições dos indivíduos dos dois grupos de acordo com os estágios de mudança de comportamento segundo o Modelo Transteorético, antes e após a intervenção, mediante teste qui-quadrado de tendência. Também houve avaliação de processo e do efeito da intervenção na visão dos ACS participantes. O incentivo ao consumo de FH realizado pelos ACS dos dois grupos, juntos às famílias assistidas por eles, também foram comparados, três meses após a intervenção. Todas as análises foram feitas utilizando o programa SAS for Windows, versão 9.3. Em todos os testes foi fixado o nível de significância de 5%, ou o p-valor correspondente. O grupo que participou da intervenção aumentou significativamente o consumo de hortaliças (em gramas e percentual calórico) quando comparado com o grupo controle, efeito não observado para o consumo de frutas. Em relação aos estágios de mudança de comportamento, 60% dos ACS do grupo intervenção modificaram... / Abstract: This intervention study assessed the impact of a group education activity on the consumption of produce (fruits and non-starchy vegetables) by community health agents from a small municipality in the state of São Paulo. The intervention group (n=16) consisted of agents who participated in five group sessions and a cooking workshop, and the control group consisted of agents (n=30) who did not participate in those activities. Produce intake in grams and percentage of total energy intake was investigated by one 24-hour dietary recall and two 24- hour food records(one weekday and one weekend day). The three instruments were administered before and 90 days after the intervention. The impact of the intervention was assessed by repeated measures analysis of variance (ANOVA) followed by the Tukey's test or gamma followed by multiple comparison test depending on variable distribution (symmetric or not). The chi-square test for trend compared the distributions of the individuals in the two groups before and after the intervention according to the stages of change of the transtheoretical model. The participants also assessed the intervention and its effect. The study also investigated the impact of the two groups on the produce intake of the families they visited. The data were treated by the software SAS for Windows version 9.3 with a significance level of 5% or corresponding p-value. The non-starchy vegetable intake (in grams and percentage of total energy intake) of the intervention group increased significantly, but not the fruit intake. The produce intake in grams and percentage of total energy intake also did not change. Sixty percent of the intervention group increased their produce intake against 25% of the control group. All participants in the intervention group reported positive repercussions associated with the intervention, citing greater awareness of the importance of healthy food habits most. The intervertion group ... / Mestre
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Agente Comunitário de Saúde (ACS): construção do percurso identitário a partir da história de vida / Community Health Agent (CHA): Construction of pathway identity from life history

Cristiane Otoni Gomes 26 April 2013 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Esta pesquisa busca compreender a construção do percurso identitário do Agente Comunitário de Saúde (ACS) a partir da história de vida. Os objetivos colocados neste estudo foram analisar as formas como se constituíram os princípios e valores que orientam as práticas de cuidado do ACS e de construir uma narrativa que contemplasse como as contingências e os acasos produziram os sentidos para o seu percurso identitário. Para isto, utilizou-se a metodologia qualitativa heterogênea através da abordagem da História de Vida e da Análise de Conteúdo. A primeira - História de Vida, segundo Becker (1994) é a expressão de uma forma de vida, de conhecer crenças, valores e desejos de uma população estudada dentro do contexto da vida destes sujeitos. Para tanto, foram realizadas entrevistas com seis ACS que atuam há pelo menos dois anos no município do Rio de Janeiro. As entrevistas foram gravadas e, parcialmente, transcritas após o aceite e a assinatura do termo de consentimento. Acredito que os agentes podem operar entre si diferentes modos de fazer, uma vez que afetam e sofrem afetamentos, atravessam e ao mesmo tempo são atravessados por diferentes micro redes que geram solidariedade ou individualismo, humanidade ou animosidade nas inter-relações. Neste contexto, o estudo conclui que ainda que a maioria dos entrevistados não escolhesse a carreira de ACS, houve uma disponibilidade para aprender o ofício e um compromisso com as atribuições definidas para o exercício profissional. Aliado a isso, constatou-se também, que a inserção na profissão foi uma forma de conseguir um emprego formal que garanta uma renda fixa mensal. Não há o desejo de permanecer por muito tempo nesta profissão pelo desgaste físico e emocional que é fortemente sentido já no primeiro ano de trabalho. Em relação à construção dos sentidos para o percurso identitário dos ACS, os depoimentos apresentam uma identificação com as ações de ajuda e solidariedade presentes na vida dos sujeitos. E, dentre os valores ou princípios que constituíram a formação de um caráter ou identidade pessoal, que são determinantes para a atuação no cuidado à saúde das pessoas, destacam-se a sensibilidade, a escuta, o afeto, o acolhimento, a ética, a amizade e alteridade. Na discussão sobre a necessidade deste profissional ser morador da área que vai atuar, observou-se, a partir das narrativas, que esta exigência pode facilitar a abordagem. Contudo, a qualidade do cuidado não está diretamente relacionada a este critério que pode gerar distanciamento e desconfiança dos outros moradores. Logo, estudos como este se justificam para que se possa reafirmar a importância de trabalhadores do SUS, em especial, o ACS. Estes representam hoje mais de 200 mil trabalhadores da saúde pública e se espera que sejam profissionais responsáveis por um cuidado em saúde que respeitem as diferenças entre as pessoas, que não sobreponham a doença ao sujeito e não minimizem o sofrimento em função do cumprimento de metas e produção de dados a serem planilhados. Lutem, acima de tudo, pela defesa de qualquer vida.
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A inserção do agente comunitário de saúde na equipe de Saúde da Família / The insertion of the community health agent in the Family Health team.

Karen Namie Sakata 15 May 2009 (has links)
O objeto da pesquisa foram as relações sociais estabelecidas entre o agente comunitário de saúde ACS e a equipe de Saúde da Família SF em situações concretas de trabalho. A SF é estratégia prioritária para a reorganização da Atenção Básica no Brasil. A profissão do ACS foi regulamentada somente em 2002 e caracteriza-se pelo exercício de atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde. A literatura aponta que os ACS desempenham ações preconizadas pelo Ministério da Saúde, mas enfrentam dificuldades para cumprirem com funções de caráter mais político e social, voltadas para mudanças nos modos de se cuidar e para o aumento da participação social. O ACS possui características híbridas e singulares, pois é membro da comunidade e da equipe de saúde, propiciando a ligação entre esses dois atores. Objetivou-se compreender as relações sociais estabelecidas entre o ACS e a equipe de SF a partir do trabalho em equipe na saúde, destacando os aspectos da articulação das ações e da interação entre os trabalhadores. A pesquisa foi de abordagem qualitativa com a realização de 23 observações participantes e 11 entrevistas semi-estruturadas junto a uma equipe de SF em um município do interior paulista, O material empírico foi interpretado segundo a análise temática e compreendeu a história da unidade de saúde e seus trabalhadores, o processo de trabalho da equipe e os ACS na equipe de SF na perspectiva da articulação e da interação. Os resultados mostraram que o ACS está inserido em um processo de trabalho em equipe que é dinâmico. O ACS vive as contradições de modelos de saúde que são diferentes e co-existem em um mesmo espaço. Os ACS são laços de ligação quando desempenham ações articuladas ao trabalho da equipe e interagem com os trabalhadores, construindo planos assistenciais em comum. Um núcleo de competência do ACS pode ser a característica de laço de ligação, aproximando equipe e comunidade e adequando as ações de cuidado às reais necessidades das pessoas. Na prática comunicativa com os trabalhadores; os ACS ao falarem de si, estão falando da própria comunidade, pois é ele seu representante e porta-voz na equipe. Como elos de ligação desenvolvem ações essencialmente operacionais para agilizar o trabalho da equipe e da unidade, tais como, entregar recados e encaminhamentos. As atividades desempenhadas dentro da unidade relacionam-se à cooperação e também estão muito atreladas às ações operacionais e instrumentais do trabalho, inclusive com certo caráter de troca. Concluímos que a inserção do ACS na equipe de SF enfrenta dificuldades e requer a criação de estratégias que favoreçam a relação dialógica entre os trabalhadores. Assim, o trabalho da equipe e a dimensão política e social dos ACS poderão ser potencializados, contribuindo para cuidados mais integrais e acolhedores e para um agir em saúde mais criativo e prazeroso. / The social relations established between the community health agent (ACS) and the health family team (SF) in work situations was the object of this study. SF has been a strategic priority to reorganize Primary Health Care in Brazil. ACS only became a regulated profession in 2002 and comprises activities of disease prevention and health promotion. Literature appoints that ACS develops actions recommended by the Ministry of Health but faces difficulties in complying with functions with a more political and social character focused on changing peoples self-care and increasing their social participation. These professionals possess hybrid and singular characteristics because they are both members of the community and the health team making linkages between them. The study aimed to understand the social relations established between the ACS and SF team as from the work developed by the health team, highlighting connections between actions and interaction between workers. This is a qualitative study with 23 participant observations and 11 semistructured interviews with the SF team in a city in the interior of Sao Paulo, Brazil. The empirical material was analyzed according to the thematic analysis and comprises the history of the health unit and its workers, the teamwork process and the perspective of connection and interaction of the ACS in the SF team. Results revealed that ACS is inserted in a dynamic teamwork process, that is, experiences the contradictions of co-existing different health models. These professionals work as links when they develop actions connected to the teamwork and interact with its workers developing common care plans. The ACS core of competency is characterized by the connection they establish approximating team and community and adapting care actions to peoples real needs. When these professionals talk about themselves during communication with workers, they talk about the community itself because they are its representatives and spokesman in the team. As links, they basically develop operational actions to speed up the team and units work such as delivering messages and referrals. The activities developed inside the unit are related to cooperation and are also very associated to operational and instrumental work, which includes a certain exchange. The conclusion is that the inclusion of the ACS in the SF team is difficult and requires strategies favoring the dialogical relation between workers. This way, the teamwork and the ACS political and social dimensions can be strengthened, contributing to more integral and welcoming care and also to more creative and gratifying work in health.
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Licença, posso entrar? As visitas domiciliares nos programas de Agentes Comunitários de Saúde e Saúde da Família e a integralidade / Excuse me, may I come in? Home visits in the Brazilian health care programs \'Community Health Agents\' and \'Family Health\' and the practice of integrality

Margarete Knoch Mendonça 04 July 2008 (has links)
O objetivo deste trabalho foi analisar as características das visitas domiciliares nos programas Agentes Comunitários de Saúde e Saúde da Família e sua possível contribuição para o alcance da integralidade. Em ambos os programas, a visita domiciliar apresenta-se como uma ação emblemática, como evidenciado pela designação de um profissional específico para essa atividade (o agente comunitário de saúde), embora se recomende que seja realizada por todos os profissionais de saúde. A integralidade foi buscada como representando um norte para a atenção primária, através de características do processo de trabalho em saúde. A metodologia adotada foi a pesquisa de tipo qualitativo, sendo os dados empíricos obtidos por meio de entrevistas com profissionais e usuários e pela observação do cotidiano de três equipes de agentes comunitários de saúde e três equipes de Saúde da Família em Campo Grande, MS, de novembro de 2005 a julho de 2006. A análise dos dados aponta que as coordenações estadual e municipal dos programas incentivam as visitas, mas consideram serem necessários critérios para as solicitações de visitas, definição do profissional que as realizará e mecanismos de avaliação, especialmente no que se refere às visitas feitas por profissionais com formação universitária. Na dinâmica de trabalho das equipes pesquisadas, as formas de organização do trabalho são diversas, podendo favorecer ou dificultar a realização das visitas domiciliares. As visitas são solicitadas majoritariamente por agentes comunitários de saúde, respondendo a demandas de usuários, ou decorrem de demandas internas dos serviços, com variados enfoques quanto às finalidades, conteúdos e prioridades. Os profissionais apontam como aspectos positivos das visitas uma leitura ampliada da realidade, das dinâmicas familiares, das condições de vida e das necessidades dos usuários, permitindo implementação de medidas preventivas e assistenciais e o fortalecimento do vínculo entre usuários e equipe de saúde. No entanto, evidenciam-se tensões relacionadas com o tipo de solicitações dos usuários, predominantemente de caráter clínico, muitas vezes requerendo referências secundárias e terciárias, nem sempre presentes. Por outro lado, a pobreza e as precárias condições de vida dos usuários, características das populações cobertas pelos programas, geram demandas de ações de assistência social, moradia, educação e trabalho, entre outras, que muitas vezes também permanecem sem resposta ou são tratadas de forma caritativa. Além disso, existem dificuldades relacionadas a horários, percursos, transporte e abordagem dos moradores durante as visitas, além de situações de resistência, de recusa e de contato com famílias em precárias condições de vida. Constatou-se que para atingir sua potencialidade de estimular a integralidade, a visita requer trabalho em equipe e respeito e singularização dos usuários. As visitas domiciliares constituem uma prática com potencial integrador, favorecendo o desenvolvimento de ações no domicílio, a ampliação do acesso à unidade de saúde, a adoção de medidas preventivas, a adesão ao tratamento, o apoio aos cuidadores e a longitudinalidade. No entanto, apesar de potencialmente aumentarem a visibilidade de problemas de difícil abordagem, como alcoolismo, violência doméstica ou sexualidade, as visitas domiciliares não os tomam como objetos de trabalho, geralmente evitando essas situações nos domicílios. As visitas podem colaborar com a integração com os níveis secundário e terciário, com a abordagem familiar e com o desenvolvimento de ações intersetoriais, sempre que houver incentivo e condições para isso. A atividade é, porém, permeada de tensões, por seu caráter por vezes autoritário e de intromissão na vida privada, pelas frágeis condições de trabalho e por sua utilização como atenuante de deficiências no atendimento nas unidades de saúde e na ação do poder público em problemas estruturais. / The purpose of this study was to analyze the profile of home visits in the Brazilian health care programs \'Community Health Agents\' and \'Family Health\' with regard to their potential contribution toward integrality in health services. In both programs home visits occupy a prominent position, as shown by the assignment of a specific professional to carry out this activity--the community health agent--although performance of the visit is recommended for all health professionals. Integrality was the guiding principle intended for primary care, configuring the features of the work process in the health area. The methodology adopted was that of qualitative research. Empirical data were collected by interviewing health professionals and users and by observing the daily activities of three teams of community health agents and three teams of the Family Health Program in Campo Grande, Mato Grosso do Sul, from November 2005 to July 2006. The activity is encouraged by program coordinators at the state and county level, who recognize the need for developing criteria for defining which newly detected cases should warrant the performance of home visits and which professionals should be assigned to perform them, in addition to mechanisms for evaluation of the activity, particularly in the case of home visits performed by health professionals holding higher education degrees. With regard to the operative dynamics of the teams investigated, workflow was found to be organized in various ways, which may facilitate or hinder the performance of visits. Most home visits are requested by community health agents in response to demands of users, but they can also be requested by the service itself, in response to internal demands, and the focus of the activity may vary in terms of purpose, content, and level of priority. According to the professionals interviewed, home visits have a number of positive aspects, as they provide a broader perception of reality, family dynamics, living conditions, and needs of users, in addition to facilitating the implementation of preventive and assistance measures and strengthening the connection between users and health care team. Nonetheless, the activity has inherent tensions, as those related to the type of requests placed by users, mostly of clinical nature, which may require secondary and tertiary care approaches, not always available. On the other hand, poverty and unfavorable living conditions, typical of the population assisted by the programs, generate demands for actions related to social assistance, housing, education and work, among many others, which often are not dealt with at all or are managed with a charitable focus. Additional difficulties involve schedules, transects, transportation, manner of establishing first contact and relating to residents during the visits, situations of resistance or refusal by residents, and the very contact with families living in dire conditions. It was found that in order to exert its potential for promotion of integrality, home visits require not only teamwork, by also respect for users and recognition of their singularity. Home visits have an integrative potential, facilitating the performance of health-related actions in the home setting, promoting broader access to health care units, encouraging adoption of preventive measures, adherence to treatment, and support to caretakers, and fostering the development of longitudinality. However, in spite of their potential for facilitating the perception of issues requiring a more sensitive approach, such as alcohol consumption, domestic violence, or sexuality, home visits do not take these occurrences as their object of action, but usually avoid direct contact with such situations. Visits also aid in the integration with secondary and tertiary levels, are valuable in the establishment of a family-focused approach, and are advantageous to the development of intersectoral actions whenever favorable conditions and incentive are available. The activity, however, is not without tensions. In some instances, its focus is authoritarian and intrusive into private life; working conditions are fragile; and visits play the extra role of lessening deficiencies in services and in the governmental ability to tackle structural issues.
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Perceptions of nurses with regard to the use of computer information technology at primary health care clinics in the eastern part of Ekurhuleni

Tabane, Gabaitsane Manita 14 January 2014 (has links)
M.Cur. (Nursing Management) / Information technology is the management of a computer-based information system, particularly software applications and computer hardware, which are used to handle all aspects of information storage, retrieval, transmittal, protection, and processing information securely. The lack of reliable health information is one of the major obstacles to the effective planning of the health services in South Africa. The existing information systems are fragmented and incompatible; most systems are manually driven with minimal computerisation which results in inadequate analysis, interpretation and the use of data at PHC level. The use of computer information technology in the health facilities will improve service delivery; reduce the cost of providing health care; and enhance the management and control of service. Yet, it seems that nurses are insufficiently using computer information technology at the PHC clinics in the eastern part of Ekurhuleni. It has been observed that nurses do not use Computer Information Technology (CIT) to the benefit of the clients. It was unclear what the perceptions of PHC professional nurses about CIT were. The purpose of this study was to explore and describe the perceptions of primary health care nurses with regard to the use of Computer Information Technology (CIT) with the purpose of recommending the actions to be taken by the nurse manager about computer information technology. In this study a quantitative, exploratory and descriptive design was used in order to obtain factual reasoning and information from professional nurses working at five (5) primary health clinics in the eastern part of Ekurhuleni. The total sample of professional nurses was n = 150. The method of data collection was a self-administered and structured survey- questionnaire that took 30 minutes to complete. Descriptive statistics were compiled by using the Statistical Package of the Social Sciences (SPSS) Version 20 software program. Validity and reliability were ensured by the judgments of the researcher and experts about whether the research instrument had covered the comprehensive set of facets that encompassed the concepts (the use of information technology at primary health care clinics). It also included pre-testing of the instrument to establish the consistency with which participants understood, interpreted and responded to all the carefully formulated questions in the survey-questionnaire. Ethical principles and standards for nurse researchers were adhere to. The findings indicated that there were aspects that need to be addressed in respect of the use of information technology in primary health care clinics. Limitations of study and the recommendations for nursing practice, management and research were discussed. This study determined the perceptions of nurses with regard to the use of computer information technology at the PHC clinics that lead to recommendations on the actions to be taken by the nurse managers about the use of computer information technology at PHC clinics.
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Community health workers' experiences in the care of clients with chronic illness in Julesburg, greater Tzaneen Municipality, South Africa

Mashele, Tintswalo Johanna January 2021 (has links)
Thesis (MPH.) -- University of Limpopo, 2021 / Background: Chronic illnesses, including non-communicable diseases (NCDs), continue to be a public health concern, globally, and contribute to the high burden of diseases. These health challenges have led to the introduction of community health workers (CHWs) in both developed and developing countries as a way of dealing with these challenges. It is more than five years since ward-based outreach teams (WBOTs) were introduced into the Julesburg area in order to respond to the needs of the community, based on the government’s focus on quadruple burden of diseases. The researcher is aware of the increasing workload, unclear roles and responsibilities, different approaches to CHWs’ work taken, and the ever-changing focus of their work, based on the community needs and diseases that the community faces at a particular time. It is for this reason that the researcher is interested in understanding the CHWs’ experiences and the manner in which they cope with challenges when working in their ever-changing environment, workload, work focus and roles and responsibilities. Methods: A qualitative exploratory, descriptive and contextual study approach was used; data was collected using focus group discussions with CHWs and one-on-one interviews with key informants, using their supervisors to gather more information that could not have been shared by CHWs. Result: The findings from the focus group discussions revealed that the CHWs have a high workload, while receiving stipend and are not permanently employed. CHWs have had experiences that make them feel unimportant and not needed, as well as enduring poor working conditions without sufficient personal protective equipment (PPE). Even though they experience dissatisfaction, they are passionate about continuing with their community-based work for many years, evidenced by those who have up to 22 years of service.

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