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Personagens do contestado : os turmeiros da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande (1908-1915)

Espig, Marcia Janete January 2008 (has links)
A presente tese objetiva estudar os “turmeiros”, trabalhadores envolvidos na construção da Linha Sul da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande (1908-1910), especificamente no trecho em que mais tarde ocorreu o Movimento do Contestado (1912- 1916). A historiografia sobre este, via de regra, retrata tais personagens de maneira depreciativa e sugere sua liderança no conflito. Após um profundo estudo historiográfico, constatou-se que esta representação encontrava-se amparada por única fonte, partindo-se então para a coleta de outros documentos. Os estudos demonstraram que a construção da ferrovia em questão envolveu o uso constante de corrupção e negociatas. Recorreu ainda ao desgastado discurso da modernidade, que não correspondeu à experiência desfrutada pelos moradores locais e pelos construtores, que sofreram as conseqüências de uma intensa exploração. O próprio Movimento do Contestado, se por um lado causou perdas à Companhia, por outro resgatou a ferrovia de um constante déficit, levando-a a um curto período de superávit. Ao aproximar-se o foco investigativo, constatou-se a imprecisão de afirmações categóricas feitas pela historiografia sobre os trabalhadores da construção da Linha Sul. Segundo esta, tratava-se de homens desclassificados, vindos do centro do país e que teriam permanecido na região, tornando-a mais violenta. Os estudos demonstraram que um contingente muito significativo, talvez mesmo a maioria dos trabalhadores, era composto de imigrantes. Parte destes foi trazida especialmente pela Companhia, outros abandonaram temporariamente as regiões coloniais dos estados do sul, especialmente do Paraná, para auferir ganhos provisórios com a construção. Tudo indica que a maioria não permaneceu na região ao final dos trabalhos, que se deu se forma paulatina e possibilitou uma lenta retirada. Questiona-se, desta maneira, a participação em grande número destes homens no Movimento do Contestado, apontando para uma permanência bem menos expressiva que afirma a historiografia. A investigação teve seus pressupostos teóricos tomados da micro-história, através do recorte preciso do objeto, do uso intensivo de fontes e do método indiciário. / The present thesis aims to study the workers, known as “turmeiros”, who were hired to work in the construction of the south line of the railroad that connected São Paulo to Rio Grande (1908-1910) specifically in the part that was later called the Contestado Movement (1912-1916). The historiography about this movement gives a depreciative idea of these workers and suggests their leadership in the conflict. After a deep historigraphic study, it was observed that this representation was supported by only one source so other documents were collected. The study showed that the railway construction was involved with corruption and shady business. A worn out speech of modernity was used but it did not correspond the experience the locals and the constructors had, who suffered the consequences of intense exploration. The Contestado Movement itself had caused some loss to the Company but on the other side rescued the railway from a constant deficit taking it to a short period of surplus. Getting closer to the investigative focus, it was noted the imprecision of some categorical affirmations that were done by the historiography about the construction workers of the South Line. According to them, they were discredited people who came from the center of the country and who stayed in the region making it more violent. Studies showed that a very significant contingent or perhaps even the majority of the workers were immigrants. Some of those workers were brought by the Railway Company; others left some colonial regions temporarily in the south states, especially from Paraná, to obtain some provisional money with the construction of the railroad. There was some indication that most of them did not stay in the region when the work was finished, it happened gradually and the withdrawal was slow. The participation of a great number of these men in the Contestado Movement is questioned and it points to permanence much less expressive than what was affirmed in the historiography. The investigation had its theoretical suppositions that were taken from the microhistory, through the precise clipping of the object and also from the intensive use of sources and evidentiary method.
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Mediação e conflitos em espiral: encontros e desencontros do estado e dos movimentos sociais no Pontal do Paranapanema / Mediation and conflicts in spiral: meetings and misunderstandings of state and social movements in Pontal do Paranapanema

ANDRADE, Tânia Márcia Oliveira de January 2006 (has links)
ANDRADE, Tânia Márcia Oliveira de. Mediação e conflitos em espiral: encontros e desencontros do estado e dos movimentos sociais no Pontal do Paranapanema. 2006. 421f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade Federal do Ceará, Departamento de Ciências Sociais, Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Fortaleza-CE, 2006. / Submitted by Maria Josineide Góis (josineide@ufc.br) on 2011-10-27T15:57:53Z No. of bitstreams: 1 2006_Dis_TMOAndrade.pdf: 7638211 bytes, checksum: 661ab1fa97a5838a6ea434af57cc52cc (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Josineide Góis(josineide@ufc.br) on 2011-10-27T15:58:40Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2006_Dis_TMOAndrade.pdf: 7638211 bytes, checksum: 661ab1fa97a5838a6ea434af57cc52cc (MD5) / Made available in DSpace on 2011-10-27T15:58:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2006_Dis_TMOAndrade.pdf: 7638211 bytes, checksum: 661ab1fa97a5838a6ea434af57cc52cc (MD5) Previous issue date: 2006 / Rural collective conflicts and agreements conceived to its pacification within a process of state mediation is the subject of the present work. It is introduced by the history of 150 years of frauds and illegal land appropriation in Pontal do Paranapanema, follows the landholders struggle of resistance transformation into huge land occupation process led by Movimento Sem-Terra (MST), within a collective conflict of great proportions, registered in national and international headlines in the 1995 news. Then, it traces a historical profile of the central social actors in field – landless workers, farmers and State agents – and rescues the circumstances that led to the construction of a Plan for Government Action, based on negotiated proposals among these three actors, which included the reclaiming of those land due to the State that were under the farmers possession, and the gradual settlement of the camped families. That Plan, intended to be peacemaker, started a spiral of conflicts and agreements that seemed to stretch till infinite. In the effort to understand this process, the new way of state action, initiated with the execution of that plan, and the resulting social dynamics, were reconstructed in its minor details, by the actors speeches and images that pictured the main episodes. The narrative goes on until the year of 1996, when the first thousand families that took place in those conflicts are definitively settled in rural settlement and the situation turns to normality. The Plan of Action fulfilled its objectives of pacification, at last. In the final part, the work analyses the several plans in which these conflicts were developed, with simultaneous factors related to personal and collective issues; to honor, prestige and charisma aspects; to economic and politic power aspects; to beliefs and moral codes shared by the social groups; and to the showing off and scenes directed to external public, when press acted key rule. It also analyses the action developed by state in mediation, the mediators’ practices and the dilemmas related to the duality of the state agent in the dual rule of mediator-executor of the agreements originated by the plan. In conclusion, the work presents some reflections about the conditions of possibility for a state practice in mediation on conflicts in Brazil. / Este trabalho trata de conflitos coletivos rurais e de acordos construídos para sua pacificação em um processo de mediação estatal. Inicia pela história de 150 anos de fraudes e grilagem no Pontal do Paranapanema, acompanhando a transformação da luta de resistência dos posseiros em grandes ocupações de terra lideradas pelo Movimento Sem Terra (MST), num conflito coletivo de grandes proporções que ganhou as manchetes nacionais e internacionais em 1995. A partir daí, traça um perfil histórico dos principais atores sociais envolvidos – sem-terra, fazendeiros e Estado – e resgata as circunstâncias que culminaram na elaboração de um Plano de Ação Governamental, construído a partir de propostas negociadas entre esses três atores, que incluía a retomada pelo Estado das terras devolutas estaduais em poder dos fazendeiros e o assentamento gradual das famílias acampadas. Esse Plano de Ação que se pretendia pacificador deu início a uma espiral de conflitos e acordos que parecia tendente ao infinito. Num esforço de compreensão desse processo, a nova forma de ação estatal, iniciada com a experiência de execução do Plano, e as dinâmicas sociais daí resultantes foram minuciosamente reconstruídas com recurso às falas dos atores e imagens que retratam os principais episódios. A narrativa prossegue até o ano de 1996, quando as primeiras mil famílias envolvidas naqueles conflitos começam a ser assentadas em lotes definitivos e a situação ganha ares de normalidade. O Plano de Ação enfim cumpria seus objetivos de pacificação. Ao final, o trabalho analisa os vários planos em que esses conflitos se desenvolveram, com fatores relacionados simultaneamente a questões pessoais ou coletivas; aos aspectos de honra, prestígio e carisma; aos aspectos de poder econômico e político; aos valores e códigos morais compartilhados nos grupos sociais; e aos jogos de cenas e espetáculos voltados ao público externo, em que a imprensa exercia papel fundamental. Analisa também a ação de mediação estatal desenvolvida, as práticas dos mediadores e os dilemas relacionados à dualidade do agente estatal na condição de mediador-executor dos acordos referentes ao Plano de Ação. Em conclusão, o trabalho apresenta algumas reflexões sobre as condições de possibilidade de uma prática estatal de mediação de conflitos no Brasil.
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Entre mobilidades e disputas: o sertão do Rio Piranhas, Capitania da Paraíba do Norte (1670-1750) / Mobility and conflicts: the hinterland of Rio Piranhas, Captaincy North Paraíba (1670-1750)

Moraes, Ana Paula da Cruz Pereira de January 2015 (has links)
MORAES, Ana Paula da Cruz Pereira de. Entre mobilidades e disputas: o sertão do Rio Piranhas, Capitania da Paraíba do Norte (1670-1750). 2015. 301f. – Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em História Social, Fortaleza (CE), 2015. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2015-12-15T11:39:28Z No. of bitstreams: 1 2015_tese_apcpmoraes.pdf: 6078475 bytes, checksum: 33db9db18e8a2ab123388f2aa59ee385 (MD5) / Approved for entry into archive by Márcia Araújo(marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2015-12-15T17:09:20Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2015_tese_apcpmoraes.pdf: 6078475 bytes, checksum: 33db9db18e8a2ab123388f2aa59ee385 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-12-15T17:09:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2015_tese_apcpmoraes.pdf: 6078475 bytes, checksum: 33db9db18e8a2ab123388f2aa59ee385 (MD5) Previous issue date: 2015 / After the expulsion of the Dutch of Portuguese America, the Lusitanian Crown returned to efforts for economic development and occupation of their colony in the New World. The time had come to expand its boundaries westward, turning to the distant hinterlands, investing in wars and raising cattle, as a impeller of the opening of paths and of occupation areas. From the perspective of a Social History of the Hinterland, this research sought to contribute to the debate on the spatial and social formation of the colonial hinterlands, building upon the Hinterland of Rio Piranhas, between 1670 and 1750, located in the Captaincy of North Paraíba. In this context of internalization of the lusos domains, the aforementioned hinterland was involved in a play of power over their spaces articulated by strategic actions of the colonizers, which resulted in the reconfiguration of territories, through the deterritorialization of indigenous nations, which in turn, they did resistance actions of different ways, from direct confrontation, the war against the colonial forces, to the formation of alliances with outsiders. Using documents of the Overseas Historical Archive, land grants registers and cartographic documents, among other sources, sought to launch a historiographic view at the plot of this hinterland, which had become a zone of multiple frontiers, pervaded by the mobile capability of their social agents, which articulated in paths networks and social networks that points a moving hinterland. / Após a expulsão dos neerlandeses da América Portuguesa, a Coroa retomou os esforços pelo desenvolvimento econômico e ocupação da sua colônia no Novo Mundo. Chegara o tempo de expandir seus limites na direção oeste, voltando-se para os sertões ermos, investindo nas guerras e na criação do gado, como um propulsor de abertura de estradas e núcleos de ocupação. Partindo da perspectiva de uma História Social do Sertão, esta pesquisa buscou contribuir com o debate em torno da formação espacial e social dos sertões coloniais, tomando como base o Sertão do Rio Piranhas, entre 1670 e 1750, localizado na Capitania da Paraíba do Norte. Nesse contexto de interiorização dos domínios lusos, o mencionado sertão foi envolvido em um jogo de poder sobre seus espaços, articulado por ações estratégicas dos colonizadores, que culminou na reconfiguração de territórios, por meio da desterritorialização das nações indígenas que, por sua vez, empreenderam ações de resistência de diferentes maneiras, desde o confronto direto, a guerra contra as forças coloniais, até a tessitura de alianças com os forasteiros. Utilizando documentos do Arquivo Histórico Ultramarino, cartas de sesmarias e material cartográfico, entre outras fontes, buscou-se lançar um olhar historiográfico sobre a trama desse sertão, que se tornara uma zona de múltiplas fronteiras, perpassadas pela capacidade móvel dos seus atores sociais, que se articulavam em redes de caminhos e redes sociais que apontam um sertão em movimento.
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Tensões sociais no consumo de bebidas alcoólicas em Fortaleza (1915 - 1935): trabalhadores, boêmios, ébrios e alcoólatras

Costa, Raul Max Lucas da January 2009 (has links)
COSTA, Raul Max Lucas da. Tensões sociais no consumo de bebidas alcoólicas em Fortaleza (1915 - 1935): trabalhadores, boêmios, ébrios e alcoólatras. 2009. 209 f. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal do Ceará, Departamento de História, Programa de Pós-Graduação em História Social, Fortaleza-CE, 2009. / Submitted by Raul Oliveira (raulcmo@hotmail.com) on 2012-06-28T15:30:56Z No. of bitstreams: 1 2009_Dis_RMLCosta.pdf: 11601952 bytes, checksum: 146436e56bf91f07e9292608ffbd1e0e (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Josineide Góis(josineide@ufc.br) on 2012-07-06T16:20:06Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2009_Dis_RMLCosta.pdf: 11601952 bytes, checksum: 146436e56bf91f07e9292608ffbd1e0e (MD5) / Made available in DSpace on 2012-07-06T16:20:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2009_Dis_RMLCosta.pdf: 11601952 bytes, checksum: 146436e56bf91f07e9292608ffbd1e0e (MD5) Previous issue date: 2009 / Este trabalho tem como objetivo analisar as tensões sociais em torno do consumo de bebidas alcoólicas em Fortaleza, entre os anos de 1915 e 1935, período marcado pela intensificação do comércio de bebidas e dos discursos antialcoólicos na cidade. Elegemos como fontes de pesquisa: mensagens e relatórios oficiais, processos crimes, livros de queixas, periódicos médicos e operários, jornais, almanaques, guias, crônicas e obras literárias. Como referencial teórico e historiográfico, utilizamos as contribuições de Michel de Certeau, Roger Chartier, Michel Foucault, Henrique Carneiro, Sidney Chalhoub, Denise Sant’anna, dentre outros. Abordamos a bebida alcoólica como um objeto cultural e econômico, delineando seus modos de produção, circulação e consumo na cidade. Mapeada esta trajetória, identificamos os modos de acesso e uso das bebidas, bem como as discursividades e os conflitos sociais derivados de seu consumo. Constatamos que, beber em Fortaleza era uma prática de distinção social, referenciada no tipo de bebida consumida e nos diferentes espaços de consumo na cidade. Esta distinção era reforçada pela discursividade antialcoólica que condenava o uso da cachaça e era mais permissiva ao consumo de cervejas e de vinhos. O alcoolismo e a criminalidade eram considerados problemas afins, próprios da população pobre citadina. Na intimidade dos conflitos cotidianos, os modos de consumo alcoólico eram parâmetros decisórios nas diferenciações sociais entre o cidadão ordeiro, o ébrio habitual e o boêmio. Consideramos que beber na cidade era uma prática paradoxal, pois contrapunha os novos ideais urbanos às referências populares. A dimensão comercial e sociocultural das bebidas alcoólicas foi decisiva para as contradições médicas, jurídicas e políticas. O consumo alcoólico se apresentou como uma evidência chave dos conflitos urbanos da sociedade fortalezense em torno da distinção social e da moral civilizadora.
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Marxismo, educação, consciência e luta de classes no sindicato dos gráficos do Ceará / Marximo, Education, Consciousness and Class Struggle in the Union of Graphs of Ceará

BEZERRA, Tânia Serra Azul Machado January 2011 (has links)
BEZERRA, Tânia Serra Azul Machado. Marxismo, educação, consciência e luta de classes no Sindicato dos Gráficos do Ceará. 2011. 188 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira, Fortaleza-CE, 2011. / Submitted by moises gomes (celtinha_malvado@hotmail.com) on 2012-07-16T15:24:58Z No. of bitstreams: 1 2011_dis_TSAMBezerra.pdf: 1215970 bytes, checksum: 57c636c0ca25ffc0a50c63c3e81913f0 (MD5) / Rejected by Maria Josineide Góis(josineide@ufc.br), reason: fAZER CORREÇÃO on 2012-07-17T11:09:07Z (GMT) / Submitted by moises gomes (celtinha_malvado@hotmail.com) on 2012-07-17T11:18:49Z No. of bitstreams: 1 2011_tese_TSAMBezerra.pdf: 1215970 bytes, checksum: 57c636c0ca25ffc0a50c63c3e81913f0 (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Josineide Góis(josineide@ufc.br) on 2012-07-17T11:53:49Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2011_tese_TSAMBezerra.pdf: 1215970 bytes, checksum: 57c636c0ca25ffc0a50c63c3e81913f0 (MD5) / Made available in DSpace on 2012-07-17T11:53:49Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2011_tese_TSAMBezerra.pdf: 1215970 bytes, checksum: 57c636c0ca25ffc0a50c63c3e81913f0 (MD5) Previous issue date: 2011 / No doutorado, objetivamos registrar/analisar a práxis de um grupo de trabalhadores que, no tempo presente, se organiza no Sindicato dos Gráficos do Ceará, experienciando um processo de formação política. Inspirados pelo materialismo histórico-dialético trabalhamos com a interseção de fontes orais (histórias de vidas) e com vertentes escritas diversas (fotografias, jornais, panfletos etc). A problemática investigativa anuncia-se ao passo que, mesmo em tempos de fragmentação da classe trabalhadora e de destituição da luta sindical, os sujeitos desta pesquisa se reúnem interessados em estudar Marx e as transformações político-econômicas contemporâneas. Nesta perspectiva, asseguramos estar diante de um movimento de resistência e luta operária no século XXI. As reflexões/ações do grupo encontram nos princípios marxistas uma possibilidade de superação da crise enfrentada. Os resultados desta tese demonstram que a práxis formativa destes trabalhadores cinge-se à tese de que a formação é parte fundamental do conjunto destas relações sociais, portanto, determinada pelas relações mais amplas, mas constituindo potente instrumento de mudança da realidade social. Em nossas considerações, esta busca por uma educação politizadora, aliada à práxis de luta, contribui para a formação de uma subjetividade revolucionária pautada na consciência de classe.
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"Tenemos miedo de nosotros mismos" : a construção social do medo em uma situação de conflito prolongado : os refugiados colombianos reassentados no Rio Grande do Sul

Oliveira, Aline Passuelo de January 2012 (has links)
A presente dissertação aborda a situação de conflito prolongado estabelecido na Colômbia a partir da metade do século XX e o impacto que esse embate entre grupos guerrilheiros, grupos paramilitares e o poder estatal tem na população local. A Colômbia é um dos países com o maior número de deslocados internos e refugiados do mundo, demonstrando a centralidade que a temática das migrações tem no cotidiano de sua população. A abordagem aqui empreendida trabalha com deslocados colombianos que pediram refúgio no Equador e necessitaram buscar um terceiro país para serem reassentados, nesse caso no Brasil e, mais especificamente, o Rio Grande do Sul. Diante disso, questiona-se como viver em um país em que há um conflito prolongado influencia no processo de socialização dos indivíduos? Como o medo socialmente construído pela constante presença e ameaça de tal conflito, conforma a trajetória dos indivíduos e faz com a migração seja uma estratégia presente em suas vidas? E, por fim, como o medo continua operando e mobilizando a vida dos refugiados reassentados? Objetiva discutir as principais correntes teóricas que abordam a questão migratória, focando na contribuição que a percepção da violência como fator migratório traz ao campo de discussão das migrações; contextualizar o conflito na Colômbia e analisar como se dá o processo de refúgio no Equador e de reassentamento de refugiados colombianos no Brasil. A partir da trajetória de vida de uma amostra com seis reassentados, buscar apreender como o conflito experienciado em seu país de origem afetou e influenciou suas vidas, objetivando identificar como o medo, enquanto construção social,fez parte da socialização dessas pessoas e de como segue fazendo parte de suas vidas no país de primeiro asilo e no país de reassentamento. As hipóteses que norteiam esse trabalho são que os indivíduos expostos a situações de conflito prolongado desenvolvem disposições para migrar, que são adquiridas ao longo do processo de socialização através do contato com diferentes grupos e espaços, tornando temas como conflito, violência e migração recorrentes nas diferentes esferas da vida social; em sociedades que enfrentam conflitos prolongados, a violência sistematicamente impetrada contra as populações e seus ecos na vida social, faz com que seja desenvolvido um medo coletivo. Esse medo, socialmente construído, influencia na trajetória de vida dos indivíduos, que buscam migrar como estratégia de sobrevivência; o indivíduo que foi socializado nessas condições acaba carregando consigo tal medo socialmente construído e em muitas situações, acaba reproduzindo nas sociedades de acolhida, atitudes e reações pautadas em suas experiências pregressas. Para que seja empreendida tal análise serão utilizados os conceitos de medo socialmente construído, socialização, habitus e estratégia. É uma pesquisa de caráter exploratório e os procedimentos metodológicos utilizados foram a pesquisa bibliográfica e entrevistas em profundidade, além da coleta de dados qualitativos que visam identificar a trajetória. Tais dados foram interpretados á luz da análise de conteúdo. / The present dissertation approaches the situation of extended conflict established in Colombia since de middle of the 20th century and the impact that this brunt between guerrilla groups, paramilitary groups and the state power have on the local community. Colombia is one of the countries with the largest number of internally displaced and refugees in the world, demonstrating the centrality that the theme of migration have on the daily life of its population. The approach here undertakes works with displaced Colombians who requested refugee on Equator and needed to seek a third country to be resettled, in this case in Brazil and, more specifically, Rio Grande do Sul. Given this fact, it's questioned how living in a country where there is a prolonged conflict influences the process of socialization of the individuals? How the fear socially constructed by the constant presence and threat of such conflict conforms the trajectory of the individuals and makes the immigration a present strategy in their lives? And, lastly, how the fear keeps operating and mobilizing the lives of the resettled refugees? It is intended to discuss the main theoretical currents that approach the migration matter, focusing on the contribution that the perception of violence as a migratory factor brings to the field of migration discussion; contextualize the conflict in Colombia and analyze how the process of refuge in Equator and resettlement of Colombian refugees in Brazil happens. From the life trajectory of a sample of six resettled, seek to learn how the conflict experienced in their country of origin affected and influenced their lives, aiming to identify how the fear, as a social construction, took part of the socialization of those people and how it keeps being a part of their lives in the country of first refuge and in the resettlement country. The hypotheses that guide this work are that the individuals exposed to the extended conflict situations develop willingness to migrate, which are acquired along the process of socialization through the contact with different groups and spaces, making subjects such as conflict, violence and migration recurrent on different spheres of social life; in societies that face extended conflicts, the violence systematically filed against the populations and its echoes on the social life, develops a collective fear. This fear, socially constructed, influences the life trajectory of the individuals which seek to migrate as a survival strategy; the individual that was socialized on those conditions ends up carrying with such fear socially constructed, and in many situations, ends up reproducing in the host society attitudes and reactions based on their previous experiences. To undertake this analysis, it will be used the concepts of socially constructed fear, socialization, habitus and strategy. It’s a exploratory research and the methodological procedures used were bibliographical researches and in-depth interviews, in addition to qualitative data collection, aimed to identify the trajectory. These data were interpreted in the light of the content analysis. / La presente tesis aborda la situación de conflicto prolongado establecido en Colombia a partir de la mitad del siglo XX y el impacto que ese embate entre grupos guerrilleros, grupos paramilitares y el poder estatal tiene en la población local. Colombia es uno de los países con mayor número de desplazados internos y refugiados del mundo, demostrando la centralidad que la temática de las migraciones tiene en el cotidiano de la población. El enfoque aquí emprendido trabaja con los desplazados colombianos que pidieron refugio en Ecuador y necesitaron buscar un tercer país para su reasentamiento, en este caso Brasil y, más específicamente, en Rio Grande del Sur. Desde esta realidad, se cuestiona: ¿Cómo vivir en un país, a partir de la influencia de un conflicto prolongado en el proceso de socialización de los individuos?, ¿Cómo el miedo socialmente construido por la constante presencia y amenaza de tal conflicto, conforma la trayectoria de los individuos y hace que la migración sea una estrategia presente en sus vidas?, Y finalmente, ¿Cómo el miedo continúa operando y movilizando la vida de los refugiados reasentados? Se pretende discutir las principales corrientes teóricas que abordan la cuestión migratoria, enfocando en la contribución que la percepción de la violencia como factor migratorio trae al campo de discusión de las migraciones; contextualizar el conflicto en Colombia y analizar cómo se da el proceso de refugio en Ecuador y de reasentamiento de refugiados colombianos en Brasil. A partir de la trayectoria de vida de una muestra con seis reasentados, buscar aprender cómo el conflicto vivido en su país de origen afectó e influenció sus vidas, objetivando identificar cómo el miedo, en cuanto construcción social, formó parte de la socialización de esas personas y de cómo sigue siendo parte en sus vidas en el país de primer asilo y en el país de reasentamiento. Las hipótesis que orientan este trabajo son: que los individuos expuestos a situaciones de conflicto prolongado desenvuelven disposiciones para migrar, adquiridas a lo largo del proceso de socialización a través del contacto con diferentes grupos y espacios, surgiendo temas como conflicto, violencia y migración habituales en las diferentes esferas de la vida social; en sociedades que enfrentan conflictos prolongados, la violencia sistemáticamente impregnada contra las poblaciones y sus ecos en la vida social, hace que sea expandido un miedo colectivo. Ese miedo, socialmente construido, influye en la trayectoria de vida de los individuos, que buscan migrar como estrategia de sobrevivencia; el individuo que fue socializado bajo esas condiciones acaba llevando consigo tal miedo socialmente construido y que en muchas situaciones, acaba reproduciendo en las sociedades acogedoras, actitudes y reacciones pautadas en sus experiencias pasadas. Para que sea emprendido tal análisis serán utilizados los conceptos de miedo socialmente construido, socialización, habitus y estrategia. Es una investigación de carácter exploratorio y los procedimientos metodológicos utilizados fueron la investigación bibliográfica y entrevistas en profundidad, además de la colecta de datos cualitativos que visan identificar las trayectorias. Tales datos fueron interpretados a la luz del análisis del contenido.
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Personagens do contestado : os turmeiros da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande (1908-1915)

Espig, Marcia Janete January 2008 (has links)
A presente tese objetiva estudar os “turmeiros”, trabalhadores envolvidos na construção da Linha Sul da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande (1908-1910), especificamente no trecho em que mais tarde ocorreu o Movimento do Contestado (1912- 1916). A historiografia sobre este, via de regra, retrata tais personagens de maneira depreciativa e sugere sua liderança no conflito. Após um profundo estudo historiográfico, constatou-se que esta representação encontrava-se amparada por única fonte, partindo-se então para a coleta de outros documentos. Os estudos demonstraram que a construção da ferrovia em questão envolveu o uso constante de corrupção e negociatas. Recorreu ainda ao desgastado discurso da modernidade, que não correspondeu à experiência desfrutada pelos moradores locais e pelos construtores, que sofreram as conseqüências de uma intensa exploração. O próprio Movimento do Contestado, se por um lado causou perdas à Companhia, por outro resgatou a ferrovia de um constante déficit, levando-a a um curto período de superávit. Ao aproximar-se o foco investigativo, constatou-se a imprecisão de afirmações categóricas feitas pela historiografia sobre os trabalhadores da construção da Linha Sul. Segundo esta, tratava-se de homens desclassificados, vindos do centro do país e que teriam permanecido na região, tornando-a mais violenta. Os estudos demonstraram que um contingente muito significativo, talvez mesmo a maioria dos trabalhadores, era composto de imigrantes. Parte destes foi trazida especialmente pela Companhia, outros abandonaram temporariamente as regiões coloniais dos estados do sul, especialmente do Paraná, para auferir ganhos provisórios com a construção. Tudo indica que a maioria não permaneceu na região ao final dos trabalhos, que se deu se forma paulatina e possibilitou uma lenta retirada. Questiona-se, desta maneira, a participação em grande número destes homens no Movimento do Contestado, apontando para uma permanência bem menos expressiva que afirma a historiografia. A investigação teve seus pressupostos teóricos tomados da micro-história, através do recorte preciso do objeto, do uso intensivo de fontes e do método indiciário. / The present thesis aims to study the workers, known as “turmeiros”, who were hired to work in the construction of the south line of the railroad that connected São Paulo to Rio Grande (1908-1910) specifically in the part that was later called the Contestado Movement (1912-1916). The historiography about this movement gives a depreciative idea of these workers and suggests their leadership in the conflict. After a deep historigraphic study, it was observed that this representation was supported by only one source so other documents were collected. The study showed that the railway construction was involved with corruption and shady business. A worn out speech of modernity was used but it did not correspond the experience the locals and the constructors had, who suffered the consequences of intense exploration. The Contestado Movement itself had caused some loss to the Company but on the other side rescued the railway from a constant deficit taking it to a short period of surplus. Getting closer to the investigative focus, it was noted the imprecision of some categorical affirmations that were done by the historiography about the construction workers of the South Line. According to them, they were discredited people who came from the center of the country and who stayed in the region making it more violent. Studies showed that a very significant contingent or perhaps even the majority of the workers were immigrants. Some of those workers were brought by the Railway Company; others left some colonial regions temporarily in the south states, especially from Paraná, to obtain some provisional money with the construction of the railroad. There was some indication that most of them did not stay in the region when the work was finished, it happened gradually and the withdrawal was slow. The participation of a great number of these men in the Contestado Movement is questioned and it points to permanence much less expressive than what was affirmed in the historiography. The investigation had its theoretical suppositions that were taken from the microhistory, through the precise clipping of the object and also from the intensive use of sources and evidentiary method.
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"Tenemos miedo de nosotros mismos" : a construção social do medo em uma situação de conflito prolongado : os refugiados colombianos reassentados no Rio Grande do Sul

Oliveira, Aline Passuelo de January 2012 (has links)
A presente dissertação aborda a situação de conflito prolongado estabelecido na Colômbia a partir da metade do século XX e o impacto que esse embate entre grupos guerrilheiros, grupos paramilitares e o poder estatal tem na população local. A Colômbia é um dos países com o maior número de deslocados internos e refugiados do mundo, demonstrando a centralidade que a temática das migrações tem no cotidiano de sua população. A abordagem aqui empreendida trabalha com deslocados colombianos que pediram refúgio no Equador e necessitaram buscar um terceiro país para serem reassentados, nesse caso no Brasil e, mais especificamente, o Rio Grande do Sul. Diante disso, questiona-se como viver em um país em que há um conflito prolongado influencia no processo de socialização dos indivíduos? Como o medo socialmente construído pela constante presença e ameaça de tal conflito, conforma a trajetória dos indivíduos e faz com a migração seja uma estratégia presente em suas vidas? E, por fim, como o medo continua operando e mobilizando a vida dos refugiados reassentados? Objetiva discutir as principais correntes teóricas que abordam a questão migratória, focando na contribuição que a percepção da violência como fator migratório traz ao campo de discussão das migrações; contextualizar o conflito na Colômbia e analisar como se dá o processo de refúgio no Equador e de reassentamento de refugiados colombianos no Brasil. A partir da trajetória de vida de uma amostra com seis reassentados, buscar apreender como o conflito experienciado em seu país de origem afetou e influenciou suas vidas, objetivando identificar como o medo, enquanto construção social,fez parte da socialização dessas pessoas e de como segue fazendo parte de suas vidas no país de primeiro asilo e no país de reassentamento. As hipóteses que norteiam esse trabalho são que os indivíduos expostos a situações de conflito prolongado desenvolvem disposições para migrar, que são adquiridas ao longo do processo de socialização através do contato com diferentes grupos e espaços, tornando temas como conflito, violência e migração recorrentes nas diferentes esferas da vida social; em sociedades que enfrentam conflitos prolongados, a violência sistematicamente impetrada contra as populações e seus ecos na vida social, faz com que seja desenvolvido um medo coletivo. Esse medo, socialmente construído, influencia na trajetória de vida dos indivíduos, que buscam migrar como estratégia de sobrevivência; o indivíduo que foi socializado nessas condições acaba carregando consigo tal medo socialmente construído e em muitas situações, acaba reproduzindo nas sociedades de acolhida, atitudes e reações pautadas em suas experiências pregressas. Para que seja empreendida tal análise serão utilizados os conceitos de medo socialmente construído, socialização, habitus e estratégia. É uma pesquisa de caráter exploratório e os procedimentos metodológicos utilizados foram a pesquisa bibliográfica e entrevistas em profundidade, além da coleta de dados qualitativos que visam identificar a trajetória. Tais dados foram interpretados á luz da análise de conteúdo. / The present dissertation approaches the situation of extended conflict established in Colombia since de middle of the 20th century and the impact that this brunt between guerrilla groups, paramilitary groups and the state power have on the local community. Colombia is one of the countries with the largest number of internally displaced and refugees in the world, demonstrating the centrality that the theme of migration have on the daily life of its population. The approach here undertakes works with displaced Colombians who requested refugee on Equator and needed to seek a third country to be resettled, in this case in Brazil and, more specifically, Rio Grande do Sul. Given this fact, it's questioned how living in a country where there is a prolonged conflict influences the process of socialization of the individuals? How the fear socially constructed by the constant presence and threat of such conflict conforms the trajectory of the individuals and makes the immigration a present strategy in their lives? And, lastly, how the fear keeps operating and mobilizing the lives of the resettled refugees? It is intended to discuss the main theoretical currents that approach the migration matter, focusing on the contribution that the perception of violence as a migratory factor brings to the field of migration discussion; contextualize the conflict in Colombia and analyze how the process of refuge in Equator and resettlement of Colombian refugees in Brazil happens. From the life trajectory of a sample of six resettled, seek to learn how the conflict experienced in their country of origin affected and influenced their lives, aiming to identify how the fear, as a social construction, took part of the socialization of those people and how it keeps being a part of their lives in the country of first refuge and in the resettlement country. The hypotheses that guide this work are that the individuals exposed to the extended conflict situations develop willingness to migrate, which are acquired along the process of socialization through the contact with different groups and spaces, making subjects such as conflict, violence and migration recurrent on different spheres of social life; in societies that face extended conflicts, the violence systematically filed against the populations and its echoes on the social life, develops a collective fear. This fear, socially constructed, influences the life trajectory of the individuals which seek to migrate as a survival strategy; the individual that was socialized on those conditions ends up carrying with such fear socially constructed, and in many situations, ends up reproducing in the host society attitudes and reactions based on their previous experiences. To undertake this analysis, it will be used the concepts of socially constructed fear, socialization, habitus and strategy. It’s a exploratory research and the methodological procedures used were bibliographical researches and in-depth interviews, in addition to qualitative data collection, aimed to identify the trajectory. These data were interpreted in the light of the content analysis. / La presente tesis aborda la situación de conflicto prolongado establecido en Colombia a partir de la mitad del siglo XX y el impacto que ese embate entre grupos guerrilleros, grupos paramilitares y el poder estatal tiene en la población local. Colombia es uno de los países con mayor número de desplazados internos y refugiados del mundo, demostrando la centralidad que la temática de las migraciones tiene en el cotidiano de la población. El enfoque aquí emprendido trabaja con los desplazados colombianos que pidieron refugio en Ecuador y necesitaron buscar un tercer país para su reasentamiento, en este caso Brasil y, más específicamente, en Rio Grande del Sur. Desde esta realidad, se cuestiona: ¿Cómo vivir en un país, a partir de la influencia de un conflicto prolongado en el proceso de socialización de los individuos?, ¿Cómo el miedo socialmente construido por la constante presencia y amenaza de tal conflicto, conforma la trayectoria de los individuos y hace que la migración sea una estrategia presente en sus vidas?, Y finalmente, ¿Cómo el miedo continúa operando y movilizando la vida de los refugiados reasentados? Se pretende discutir las principales corrientes teóricas que abordan la cuestión migratoria, enfocando en la contribución que la percepción de la violencia como factor migratorio trae al campo de discusión de las migraciones; contextualizar el conflicto en Colombia y analizar cómo se da el proceso de refugio en Ecuador y de reasentamiento de refugiados colombianos en Brasil. A partir de la trayectoria de vida de una muestra con seis reasentados, buscar aprender cómo el conflicto vivido en su país de origen afectó e influenció sus vidas, objetivando identificar cómo el miedo, en cuanto construcción social, formó parte de la socialización de esas personas y de cómo sigue siendo parte en sus vidas en el país de primer asilo y en el país de reasentamiento. Las hipótesis que orientan este trabajo son: que los individuos expuestos a situaciones de conflicto prolongado desenvuelven disposiciones para migrar, adquiridas a lo largo del proceso de socialización a través del contacto con diferentes grupos y espacios, surgiendo temas como conflicto, violencia y migración habituales en las diferentes esferas de la vida social; en sociedades que enfrentan conflictos prolongados, la violencia sistemáticamente impregnada contra las poblaciones y sus ecos en la vida social, hace que sea expandido un miedo colectivo. Ese miedo, socialmente construido, influye en la trayectoria de vida de los individuos, que buscan migrar como estrategia de sobrevivencia; el individuo que fue socializado bajo esas condiciones acaba llevando consigo tal miedo socialmente construido y que en muchas situaciones, acaba reproduciendo en las sociedades acogedoras, actitudes y reacciones pautadas en sus experiencias pasadas. Para que sea emprendido tal análisis serán utilizados los conceptos de miedo socialmente construido, socialización, habitus y estrategia. Es una investigación de carácter exploratorio y los procedimientos metodológicos utilizados fueron la investigación bibliográfica y entrevistas en profundidad, además de la colecta de datos cualitativos que visan identificar las trayectorias. Tales datos fueron interpretados a la luz del análisis del contenido.
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Personagens do contestado : os turmeiros da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande (1908-1915)

Espig, Marcia Janete January 2008 (has links)
A presente tese objetiva estudar os “turmeiros”, trabalhadores envolvidos na construção da Linha Sul da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande (1908-1910), especificamente no trecho em que mais tarde ocorreu o Movimento do Contestado (1912- 1916). A historiografia sobre este, via de regra, retrata tais personagens de maneira depreciativa e sugere sua liderança no conflito. Após um profundo estudo historiográfico, constatou-se que esta representação encontrava-se amparada por única fonte, partindo-se então para a coleta de outros documentos. Os estudos demonstraram que a construção da ferrovia em questão envolveu o uso constante de corrupção e negociatas. Recorreu ainda ao desgastado discurso da modernidade, que não correspondeu à experiência desfrutada pelos moradores locais e pelos construtores, que sofreram as conseqüências de uma intensa exploração. O próprio Movimento do Contestado, se por um lado causou perdas à Companhia, por outro resgatou a ferrovia de um constante déficit, levando-a a um curto período de superávit. Ao aproximar-se o foco investigativo, constatou-se a imprecisão de afirmações categóricas feitas pela historiografia sobre os trabalhadores da construção da Linha Sul. Segundo esta, tratava-se de homens desclassificados, vindos do centro do país e que teriam permanecido na região, tornando-a mais violenta. Os estudos demonstraram que um contingente muito significativo, talvez mesmo a maioria dos trabalhadores, era composto de imigrantes. Parte destes foi trazida especialmente pela Companhia, outros abandonaram temporariamente as regiões coloniais dos estados do sul, especialmente do Paraná, para auferir ganhos provisórios com a construção. Tudo indica que a maioria não permaneceu na região ao final dos trabalhos, que se deu se forma paulatina e possibilitou uma lenta retirada. Questiona-se, desta maneira, a participação em grande número destes homens no Movimento do Contestado, apontando para uma permanência bem menos expressiva que afirma a historiografia. A investigação teve seus pressupostos teóricos tomados da micro-história, através do recorte preciso do objeto, do uso intensivo de fontes e do método indiciário. / The present thesis aims to study the workers, known as “turmeiros”, who were hired to work in the construction of the south line of the railroad that connected São Paulo to Rio Grande (1908-1910) specifically in the part that was later called the Contestado Movement (1912-1916). The historiography about this movement gives a depreciative idea of these workers and suggests their leadership in the conflict. After a deep historigraphic study, it was observed that this representation was supported by only one source so other documents were collected. The study showed that the railway construction was involved with corruption and shady business. A worn out speech of modernity was used but it did not correspond the experience the locals and the constructors had, who suffered the consequences of intense exploration. The Contestado Movement itself had caused some loss to the Company but on the other side rescued the railway from a constant deficit taking it to a short period of surplus. Getting closer to the investigative focus, it was noted the imprecision of some categorical affirmations that were done by the historiography about the construction workers of the South Line. According to them, they were discredited people who came from the center of the country and who stayed in the region making it more violent. Studies showed that a very significant contingent or perhaps even the majority of the workers were immigrants. Some of those workers were brought by the Railway Company; others left some colonial regions temporarily in the south states, especially from Paraná, to obtain some provisional money with the construction of the railroad. There was some indication that most of them did not stay in the region when the work was finished, it happened gradually and the withdrawal was slow. The participation of a great number of these men in the Contestado Movement is questioned and it points to permanence much less expressive than what was affirmed in the historiography. The investigation had its theoretical suppositions that were taken from the microhistory, through the precise clipping of the object and also from the intensive use of sources and evidentiary method.
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"Tenemos miedo de nosotros mismos" : a construção social do medo em uma situação de conflito prolongado : os refugiados colombianos reassentados no Rio Grande do Sul

Oliveira, Aline Passuelo de January 2012 (has links)
A presente dissertação aborda a situação de conflito prolongado estabelecido na Colômbia a partir da metade do século XX e o impacto que esse embate entre grupos guerrilheiros, grupos paramilitares e o poder estatal tem na população local. A Colômbia é um dos países com o maior número de deslocados internos e refugiados do mundo, demonstrando a centralidade que a temática das migrações tem no cotidiano de sua população. A abordagem aqui empreendida trabalha com deslocados colombianos que pediram refúgio no Equador e necessitaram buscar um terceiro país para serem reassentados, nesse caso no Brasil e, mais especificamente, o Rio Grande do Sul. Diante disso, questiona-se como viver em um país em que há um conflito prolongado influencia no processo de socialização dos indivíduos? Como o medo socialmente construído pela constante presença e ameaça de tal conflito, conforma a trajetória dos indivíduos e faz com a migração seja uma estratégia presente em suas vidas? E, por fim, como o medo continua operando e mobilizando a vida dos refugiados reassentados? Objetiva discutir as principais correntes teóricas que abordam a questão migratória, focando na contribuição que a percepção da violência como fator migratório traz ao campo de discussão das migrações; contextualizar o conflito na Colômbia e analisar como se dá o processo de refúgio no Equador e de reassentamento de refugiados colombianos no Brasil. A partir da trajetória de vida de uma amostra com seis reassentados, buscar apreender como o conflito experienciado em seu país de origem afetou e influenciou suas vidas, objetivando identificar como o medo, enquanto construção social,fez parte da socialização dessas pessoas e de como segue fazendo parte de suas vidas no país de primeiro asilo e no país de reassentamento. As hipóteses que norteiam esse trabalho são que os indivíduos expostos a situações de conflito prolongado desenvolvem disposições para migrar, que são adquiridas ao longo do processo de socialização através do contato com diferentes grupos e espaços, tornando temas como conflito, violência e migração recorrentes nas diferentes esferas da vida social; em sociedades que enfrentam conflitos prolongados, a violência sistematicamente impetrada contra as populações e seus ecos na vida social, faz com que seja desenvolvido um medo coletivo. Esse medo, socialmente construído, influencia na trajetória de vida dos indivíduos, que buscam migrar como estratégia de sobrevivência; o indivíduo que foi socializado nessas condições acaba carregando consigo tal medo socialmente construído e em muitas situações, acaba reproduzindo nas sociedades de acolhida, atitudes e reações pautadas em suas experiências pregressas. Para que seja empreendida tal análise serão utilizados os conceitos de medo socialmente construído, socialização, habitus e estratégia. É uma pesquisa de caráter exploratório e os procedimentos metodológicos utilizados foram a pesquisa bibliográfica e entrevistas em profundidade, além da coleta de dados qualitativos que visam identificar a trajetória. Tais dados foram interpretados á luz da análise de conteúdo. / The present dissertation approaches the situation of extended conflict established in Colombia since de middle of the 20th century and the impact that this brunt between guerrilla groups, paramilitary groups and the state power have on the local community. Colombia is one of the countries with the largest number of internally displaced and refugees in the world, demonstrating the centrality that the theme of migration have on the daily life of its population. The approach here undertakes works with displaced Colombians who requested refugee on Equator and needed to seek a third country to be resettled, in this case in Brazil and, more specifically, Rio Grande do Sul. Given this fact, it's questioned how living in a country where there is a prolonged conflict influences the process of socialization of the individuals? How the fear socially constructed by the constant presence and threat of such conflict conforms the trajectory of the individuals and makes the immigration a present strategy in their lives? And, lastly, how the fear keeps operating and mobilizing the lives of the resettled refugees? It is intended to discuss the main theoretical currents that approach the migration matter, focusing on the contribution that the perception of violence as a migratory factor brings to the field of migration discussion; contextualize the conflict in Colombia and analyze how the process of refuge in Equator and resettlement of Colombian refugees in Brazil happens. From the life trajectory of a sample of six resettled, seek to learn how the conflict experienced in their country of origin affected and influenced their lives, aiming to identify how the fear, as a social construction, took part of the socialization of those people and how it keeps being a part of their lives in the country of first refuge and in the resettlement country. The hypotheses that guide this work are that the individuals exposed to the extended conflict situations develop willingness to migrate, which are acquired along the process of socialization through the contact with different groups and spaces, making subjects such as conflict, violence and migration recurrent on different spheres of social life; in societies that face extended conflicts, the violence systematically filed against the populations and its echoes on the social life, develops a collective fear. This fear, socially constructed, influences the life trajectory of the individuals which seek to migrate as a survival strategy; the individual that was socialized on those conditions ends up carrying with such fear socially constructed, and in many situations, ends up reproducing in the host society attitudes and reactions based on their previous experiences. To undertake this analysis, it will be used the concepts of socially constructed fear, socialization, habitus and strategy. It’s a exploratory research and the methodological procedures used were bibliographical researches and in-depth interviews, in addition to qualitative data collection, aimed to identify the trajectory. These data were interpreted in the light of the content analysis. / La presente tesis aborda la situación de conflicto prolongado establecido en Colombia a partir de la mitad del siglo XX y el impacto que ese embate entre grupos guerrilleros, grupos paramilitares y el poder estatal tiene en la población local. Colombia es uno de los países con mayor número de desplazados internos y refugiados del mundo, demostrando la centralidad que la temática de las migraciones tiene en el cotidiano de la población. El enfoque aquí emprendido trabaja con los desplazados colombianos que pidieron refugio en Ecuador y necesitaron buscar un tercer país para su reasentamiento, en este caso Brasil y, más específicamente, en Rio Grande del Sur. Desde esta realidad, se cuestiona: ¿Cómo vivir en un país, a partir de la influencia de un conflicto prolongado en el proceso de socialización de los individuos?, ¿Cómo el miedo socialmente construido por la constante presencia y amenaza de tal conflicto, conforma la trayectoria de los individuos y hace que la migración sea una estrategia presente en sus vidas?, Y finalmente, ¿Cómo el miedo continúa operando y movilizando la vida de los refugiados reasentados? Se pretende discutir las principales corrientes teóricas que abordan la cuestión migratoria, enfocando en la contribución que la percepción de la violencia como factor migratorio trae al campo de discusión de las migraciones; contextualizar el conflicto en Colombia y analizar cómo se da el proceso de refugio en Ecuador y de reasentamiento de refugiados colombianos en Brasil. A partir de la trayectoria de vida de una muestra con seis reasentados, buscar aprender cómo el conflicto vivido en su país de origen afectó e influenció sus vidas, objetivando identificar cómo el miedo, en cuanto construcción social, formó parte de la socialización de esas personas y de cómo sigue siendo parte en sus vidas en el país de primer asilo y en el país de reasentamiento. Las hipótesis que orientan este trabajo son: que los individuos expuestos a situaciones de conflicto prolongado desenvuelven disposiciones para migrar, adquiridas a lo largo del proceso de socialización a través del contacto con diferentes grupos y espacios, surgiendo temas como conflicto, violencia y migración habituales en las diferentes esferas de la vida social; en sociedades que enfrentan conflictos prolongados, la violencia sistemáticamente impregnada contra las poblaciones y sus ecos en la vida social, hace que sea expandido un miedo colectivo. Ese miedo, socialmente construido, influye en la trayectoria de vida de los individuos, que buscan migrar como estrategia de sobrevivencia; el individuo que fue socializado bajo esas condiciones acaba llevando consigo tal miedo socialmente construido y que en muchas situaciones, acaba reproduciendo en las sociedades acogedoras, actitudes y reacciones pautadas en sus experiencias pasadas. Para que sea emprendido tal análisis serán utilizados los conceptos de miedo socialmente construido, socialización, habitus y estrategia. Es una investigación de carácter exploratorio y los procedimientos metodológicos utilizados fueron la investigación bibliográfica y entrevistas en profundidad, además de la colecta de datos cualitativos que visan identificar las trayectorias. Tales datos fueron interpretados a la luz del análisis del contenido.

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