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Efeito antimitótico de um derivado de pirimidinona no desenvolvimento embrionário de ouriços-do-marOliveira, Dalliane Macedo Lopes de 28 May 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-05-28 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Cancer is characterized by uncontrolled cell growth of a particular tissue, which
invades and impairs healthy cells functions. Chemotherapy is the main cancer
treatment, and consists of drug administration that interferes in several metabolic
pathways, leading to cancer cell death. Among the main chemotherapy drugs,
antimitotics directly affect cell division. This study aimed to investigate the effect of a
pyrimidinone derivative (4-4-chloro-phenyl)-2-(-4-methoxy-phenyl)-6-oxo-1,6-dihydropyrimidine-
5-carbonitrile, Py-09) on embryonic development of the sea urchin
Echinometra lucunter. Adult animals were collected at João Pessoa coast, Paraíba,
Brazil and kept in filtered sea water under constant air flow. Gametes or embryos
were treated with Py-09 and the effects of the compound were analyzed on
fertilization, embryonic development, mitochondrial membrane potential (ΔΨm),
production of reactive oxygen species (ROS) and ABC transporters activity. Py-09
(12.5 μM) inhibited around 60% fertilization of pretreated eggs. However, treatment of
sperm with Py-09 did not affect fertilization rate. Treatment of zygotes with Py-09
inhibited the early embryonic development in a time and dose-dependent pattern,
with the maximum effect at 50 μM (EC50 = 12.5 μM). Morphological changes were
observed in the pattern of embryos cleavage (unequal cleavage) and at larval stages
(irregular distribution and cracks of spicules and pigment cells leakage). Py-09
induced the loss of ΔΨm without altering ROS intracellular levels. The assays with
ABCB1 and ABCC1 transporters inhibitors (Reversin 205 and MK571, respectively)
showed that Py-09 is not ABC proteins substrate. The intracellular calcein
accumulation assay and PY-09/vinblastine association demonstrated Py-09 was not
able to increase intracellular calcein fluorescence levels and that the compound did
not reverse MXR phenomenon. In summary, this study demonstrated that the Py-09
features a remarkable antimitotic activity, producing changes both in morphology and
cell physiology. Further studies are needed for a better understanding of the
mechanism of action of the compound, and research on the potential of Py-09 as
pharmacological tool for in vitro studies, as well as its therapeutic use. / O câncer é caracterizado pelo crescimento descontrolado de células de um
determinado tecido, que invadem e comprometem, funcionalmente, células sãs do
organismo. A quimioterapia é o principal tratamento do câncer, consistindo na
administração de drogas que interferem em diversas vias metabólicas, ocasionando
a morte celular. Dentre os principais quimioterápicos, os antimitóticos são drogas
que afetam, diretamente, a divisão celular.O presente trabalho teve como objetivo
investigar a atividade antimitótica de um derivado de pirimidinona (Py-09) no
desenvolvimento embrionário do ouriço-do-mar Echinometra lucunter. Animais
adultos foram coletados na costa João Pessoa, Paraíba, Brasil, mantidos em água
do mar filtrada sob fluxo de ar constante. Os gametas foram coletados por injeção
intracelomática de KCl. Os gametas ou embriões foram tratados com Py-09 e foi
analisada a atividade do composto sobre a fertilização, o desenvolvimento
embrionário, o potencial de membrana mitocondrial interna (ΔΨm), a produção de
espécies reativas de oxigênio (ROS) e a atividade de transportadores ABC. O Py-09
(12,5 μM) inibiu, em cerca de 60%, a fertilização de óvulos previamente tratados
com o composto. No entanto, o tratamento dos espermatozoides com o Py-09 não
afetou a taxa de fertilização. O tratamento dos zigotos com o Py-09 inibiu o
desenvolvimento embrionário inicial, apresentando um efeito antimitótico dose e
tempo-dependente, atingindo um efeito máximo na concentração de 50 μM (CE50 =
12,5 μM). Foram observadas alterações morfológicas no padrão de clivagem dos
embriões (clivagem desigual) e em estágios larvais (distribuição irregular e fissuras
das espículas e extravasamento de células pigmentares).O tratamento com Py-09
promoveu a perda do ΔΨm, sem, entretanto, alterar os níveis intracelulares de ROS.
O ensaio com os inibidores dos transportadores ABCB1 e ABCC1 (Reversina 205 e
MK571, respectivamente) mostrou que o Py-09 não é substrato de proteínas ABC.
Por outro lado, o ensaio de acúmulo intracelular de calceína e os ensaios de
associação do Py-09 com a vimblastina demonstraram que o mesmo não reverte o
fenômeno MXR, uma vez que o composto não foi capaz de aumentar os níveis de
fluorescência intracelular da calceína, e a associação Py-09 (12,5 μM)/vimblastina
(100 e 400 nM) apresentou o mesmo efeito inibitório da vimblastina per se.Em suma,
o presente trabalho demonstrou que o Py-09 apresenta uma marcante atividade
antimitótica, acarretando alterações tanto na morfologia quanto na fisiologia
celular.Estudos adicionais são necessários para um maior entendimento do
mecanismo de ação do composto, e para a investigação acerca do potencial do Py-
09 como ferramenta farmacológica para estudos in vitro, assim como para o seu uso
terapêutico.
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Estudo genético da interação entre as proteínas FtsZ e SpoIIE em Bacillus subtilis / Genetic study of the interaction between the FstZ and SpoIIE proteins in Bacillus subtilisMaxwell de Castro Durvale 12 November 2013 (has links)
Um dos principais componentes envolvidos no processo de divisão celular bacteriana é FtsZ, uma proteína homóloga à tubulina eucariótica. FtsZ polimeriza no interior da célula formando um anel ao qual dá-se o nome de anel Z, responsável pelo recrutamento de diversas outras proteínas de divisão, formando o divisomo. Como meio de sobrevivência sob condições adversas, alguns procariotos, como B. subtilis, podem sofrer um tipo de diferenciação celular que forma um organismo em estado latente, conhecido como esporo. A primeira etapa da formação do esporo é a mudança da posição do anel Z para mais próximo a um dos pólos da célula, produzindo duas células com tamanhos diferentes. SpoIIE é uma proteína fosfatase integral de membrana, que se localiza especificamente no septo assimétrico de uma célula em processo de esporulação. Além de um papel na ativação do fator de transcrição de esporulação σF, SpoIIE se liga a FtsZ e a auxilia na formação do septo assimétrico. Para definirmos a região de FtsZ responsável pela interação com SpoIIE, neste trabalho foram realizados ensaios de duplo-híbrido utilizando vetores com domínios de ativação e de ligação ao DNA do fator de transcrição GAL4 de levedura fusionados a diferentes porções de FtsZ, bem como a SpoIIE. Esses experimentos não forneceram informações sobre interação entre essas proteínas, já que através deles não foi possível reproduzir o resultado positivo descrito na literatura. Como alternativa ao duplo-hibrido para identificarmos o sítio de interação entre as duas proteínas, criamos uma triagem genética capaz de identificar mutantes de FtsZ que não interagem com SpoIIE, fazendo uso de uma biblioteca de mutantes de FtsZ já disponível no laboratório. Foi padronizada uma técnica de microscopia em larga escala em placas de 96 poços, que permitiu a triagem de mais de mil de mutantes de FtsZ, em busca de um em que SpoIIE-GFP induzido não localizasse no anel Z em célula vegetativa. Porém todos os mutantes triados ainda localizavam SpoIIE-GFP. Paralelamente, foi realizada uma triagem de supressão, utilizando como ponto de partida um mutante de SpoIIE que perdeu capacidade de interagir com FtsZ e buscando mutações em FtsZ que reestabelecessem a interação com SpoIIE mutante. Foram triados cerca de 35000 mutantes nesse ensaio, dentre os quais dezoito apresentaram o fenótipo esperado para um supressor. No entanto, todos os candidatos selecionados tratavam-se de falsos-positivos. O motivo que leva esses candidatos a apresentarem o fenótipo esperado sem reestabelecer a interação entre as duas proteínas ainda é desconhecido. A fim de confirmar se não haveria outras proteínas do divisomo responsáveis por intermediar a interação entre FtsZ e SpoIIE, foram feitos experimentos de co-localização de FtsZ e SpoIIE na ausência de DivIB e FtsA. Em ambos os casos SpoIIE ainda localiza no divisomo, descartando a possibilidade de que DivIB e FtsA sejam mediadores da interação FtsZ-SpoIIE. Por fim, foram realizados experimentos de co-localização de SpoIIE com mutantes de FtsZ previamente identificados em outros experimentos em nosso laboratório. Nesse experimento foi identificado que a expressão de SpoIIE-GFP induzida por IPTG é capaz de reestabelecer a frequência de divisão no mutante FtsZ-R376T, que normalmente é deficiente na formação de divisomos. Esse resultado reforça a idéia de que essas proteínas interagem diretamente, e sugere que SpoIIE é capaz de reestabelecer a atividade de FtsZ em um mutante que apresente falhas na polimerização. / One of the major components involved in bacterial cell division is FtsZ, a protein homologous to the eukaryotic tubulin. FtsZ polymerizes inside the cell forming a ring to which is given the name Z ring, wich is responsible for the recruitment of several other proteins division, forming the divisome. As a means of survival under adverse conditions, some prokaryotes such as B. subtilis may undergo a type of cell differentiation that results in an organism in a latent state, known as a spore. The first stage of the spore formation is to change the Z ring position closer to the poles of the cell, producing two cells of different sizes. SpoIIE is an integral membrane phosphatase protein, which is specifically located in the septum of an asymmetric cell in sporulation process. In addition to a role in the activation of the sporulation transcription factor σF, SpoIIE binds to FtsZ and assists in the formation of the asymmetric septum. To define the FtsZ region responsible for interaction with SpoIIE, in this work we performed tests using two-hybrid vectors with activation and DNA binding domains of the yeast transcription factor GAL4 fused to different portions of FtsZ and SpoIIE. These experiments did not provide information on the interaction between these proteins, since through them it was not possible to reproduce the positive results reported in the literature. As an alternative to the two-hybrid to identify the site of interaction between the two proteins, we created a genetic screening that can identify FtsZ mutants that cannot interact with SpoIIE, using a library of FtsZ mutants already available in the laboratory. We standardized a large scale microscopy using 96-well plates, allowing the screening of over a thousand mutants of FtsZ in search of a induced SpoIIE-GFP which would no longer localize at the vegetative cell Z ring. However, all the screened mutants still localized SpoIIE-GFP. In parallel, we performed a screening of suppression, using as a starting point a SpoIIE mutant that lost the ability to interact with FtsZ and searching for mutations in FtsZ that would reestablish interaction with the SpoIIE mutant. We screened approximately 35,000 mutants in this essay, eighteen of which showed the phenotype expected for a suppressor. However, all selected candidates were false positives. The reason why such candidates do show the expected phenotype without reestablishment of the interaction between the two proteins is still unknown. In order to confirm whether there would be other divisiome proteins responsible for mediating the interaction between FtsZ and SpoIIE, co-localization experiments were made using FtsZ and SpoIIE in the absence of DivIB and FtsA. In both cases SpoIIE still located in divisome, ruling out the possibility that DivIB and FtsA are essencial mediators of the SpoIIE-FtsZ interaction. Finally, co-localization experiments were carried out with SpoIIE and FtsZ mutants previously identified in other experiments in our laboratory. In this experiment it was identified that the expression of IPTG-induced SpoIIE-GFP is able to restore the division frequency in the FtsZ-R376T mutant, which normally is deficient in the formation of divisomes. This result reinforces the idea that these proteins interact directly, and suggests that SpoIIE is able to restore the activity of FtsZ in a mutant that presents defect in polymerization.
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Estudo do processo de divisão em Bacillus subtilis por microscopia de fluorescência vital / Study of cell division in Bacillus subtilis by fluorescence microscopyGuilherme Louzada Silva Meira 23 June 2010 (has links)
A divisão celular em B. subtilis inicia-se pela formação de um complexo multiprotéico, o divisomo, no sítio onde a bactéria irá se dividir. FtsZ é a primeira proteína a se localizar no futuro sitio de divisão, formando uma estrutura em anel (anel Z) que se estende por toda a circunferência da célula. O anel Z funciona como um arcabouço responsável por recrutar outras quinze proteínas de divisão que irão participar da montagem do divisomo. Nesta tese, utilizamos abordagens quantitativas e qualitativas de microscopia de fluorescência vital para estudarmos duas questões ainda não esclarecidas sobre o funcionamento do divisomo. A primeira delas é como o divisomo é montado. Para estudarmos a montagem do divisomo nós realizamos ensaios de co-localização entre o anel Z (FtsZ-mCherry) e as proteínas ZapA, EzrA, FtsW, FtsL, YpsB , DivIVA, e MinC fusionadas a GFP. Quanto maior a freqüência de co-localização entre FtsZ e outra proteína de divisão, mais inicial é a participação da proteína na formação do divisomo. Portanto, a medida da freqüência de co-localização entre o anel Z e as proteínas componentes do divisomo permite que se deduza uma cinética da montagem deste complexo. Estes ensaios demonstraram uma freqüência de co-localização de 97,33% para ZapA; 98,31% para EzrA; 83,90% para FtsW; 78,43% para FtsL; 50% para YpsB; 41,7% para DivIVA e 31,64% para MinC. Estes resultados sugerem que o divisomo seja formado em três etapas. ZapA e EzrA se associam ao divisomo imediatamente após a formação do anel Z, em seguida FtsW e FtsL são recrutados para o divisomo, e por último YpsB, DivIVA, MinC associam-se ao divisomo. A segunda questão que investigamos nesta tese foi o mecanismo da mudança de posição do divisomo que ocorre durante a esporulação em B. subtilis. Na fase de esporulação a célula divide-se assimetricamente, com a formação do septo próxima a um dos pólos. Durante o crescimento vegetativo a divisão não ocorre próxima aos pólos por causa da ação das proteínas MinC, MinD e DivIVA, importantes reguladores espaciais da divisão. MinCD e DivIVA são inibidores da formação do anel Z que durante o crescimento vegetativo se localizam nos pólos das células.. Uma hipótese para explicar o uso dos sítios polares para a divisão durante a esporulação seria que as proteínas MinCD e DivIVA seriam removidas dos pólos celulares. Para testarmos esta hipótese, estudamos a localização das proteínas MinCD e DivIVA durante a esporulação. Nossos resultados demonstraram que MinCD e DivIVA se re-localizam e saem dos pólos celulares durante a esporulação. Porém esta dinâmica ocorre após a formação do anel Z assimétrico, sugerindo que o anel Z seja insensível a estes inibidores durante a esporulação. Por ensaios genéticos em B. subtilis demonstramos que a proteína SpoIIE, conhecida como provável proteína responsável por promover a formação do septo assimétrico, seja capaz de contrapor a ação de MinC no início da esporulação. Dessa maneira nós propomos um novo modelo de mudança da divisão simétrica para assimétrica durante a esporulação, diferentemente da simples saída do complexo MinCD dos pólos como é proposto na literatura. / Bacillus subtilis division begins through the formation of a multiprotein complex, the divisome, at the site of division. FtsZ is the earliest known protein to localize to the future division site where the protein forms a ring-like structure (Z-ring) that extends around the circumference of the cell. The Z-ring functions as a scaffold and recruits about fifteen other division proteins that compose the divisome. In this work, we used quantitative and qualitative methods of vital fluorescence microscopy to study two questions that have not been elucidated about the divisome dynamics. The first is how divisome is assembled. To address that problem, we made co-localization between Z-ring (FtsZ-mCherry) and proteins ZapA, EzrA, FtsW, FtsL, YpsB, DivIVA, and MinC fused to GFP. Higher is the match between GFP fusions to Z-ring, earlier is the assembly of division proteins to divisome. Therefore, the co-localization frequency between Z ring and divisome proteins will allow us to deduce the assemble kinetics of the divisome. This assays showed a co-localization frequency of 97,33% for ZapA; 98,31% for EzrA; 83,90 for FtsW; 78,43% for FtsL; 50% for YpsB; 41,7% for DivIVA and 31,64% for MinC. This data suggests that the divisome does not assemble in two but in three steps. ZapA and EzrA assemble into the divisome immediately after Z ring formation, secondly FtsW and FtsL were recruited to the divisome, and finally YpsB, DivIVA, MinC associated with the divisome. The second question that we investigated in this work is the mechanism responsible for change the divisome position that occurs during sporulation in B. subtilis. In sporulation the cell divides asymmetrically, with a septum formation near poles. During vegetative grown the divisiome does not occur near poles because of MinC, MinD and DivIVA action, relevant for spatial regulation of division. MinCD and DivIVA are inhibitors of Z ring formation that during vegetative growth are located at poles. A hypothesis to explain the use of polar sites for division during sporulation would be that MinCD and DivIVA would be removed from cellular poles. To test this hypothesis, we studied the location of MinCD and DivIVA proteins during sporulation. Our results demonstrated that MinCD and DivIVA re-localize and leave to cell poles during sporulation. However this process occurs after asymmetric Z ring formation, suggesting that Z ring would be unresponsive to this inhibitors during sporulation. Through genetics assays in B. subtilis we demonstrated that SpoIIE protein, known to probably play a role in asymmetric septum formation, would be able to contrapose MinC action during early sporulation. Therefore, we propose a novel model for change the symmetric to asymmetric division during sporulation, unlike the release of MinCD from pole proposed in the literature.
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Aplicação de microscopia de série temporal para o estudo da expressão gênica e montagem do divisomo em Bacillus subtilis / Aplications of time-lapse microscopy to study gene expression thoughout cell cycle and divisome assembly in Bacillus subtilisTheopi Alexandra Varvakis Rados 21 May 2013 (has links)
A divisão celular nas bactérias requer a formação do divisomo, um complexo protéico que tem como o primeira etapa a polimerização da proteína FtsZ, seguida pela associação de 15 outras proteínas conhecidas. Os mecanismos envolvidos na regulação espacial do divisomo são bem caracterizados, mas o controle temporal da divisão celular em relação a outros eventos do ciclo, como a replicação do cromossomo, segue controversa. Neste trabalho, aplicamos a metodologia de microscopia de série temporal para estudar duas questões fundamentais do processo de divisão: a montagem do complexo que executa a divisão e a possibilidade da oscilação periódica na expressão de um ou mais genes envolvidos em divisão possa participar do controle temporal da montagem do divisomo. Para investigar se há oscilação da expressão gênica, construímos inicialmente variantes instáveis GFP através da adição de sequências peptídicas C-terminais que encaminham para a degradação em B. subtilis e utilizamos estes repórteres para criar fusões transcricionais sob o controle de promotores de genes centrais do processo de divisão. Depois de otimizar as condições de microscopia de série temporal com fusões transcricionais usando a variante instável GFPAISV, observamos que a autofluorescência de B. subtilis interferia nas nossas quantificações. Como forma de contornar a autofluorescência, construímos então fusões transcricionais com duas variantes de YFP (proteína fluorescente amarela) e optamos por trabalhar com Ypet-AISV. A análise de filmes de células individuais, tanto com fusões a GFPAISV como a Ypet-AISV, indicou que apenas o promotor do operon ftsL-pbpB apresentava um padrão de oscilação significativamente diferente de um promotor artificial usado como controle negativo. Esta hipótese, no entanto, não foi confirmada por medidas estáticas de populações de células nas quais correlacionamos intensidade de fluorescência com posição no ciclo celular. Portanto, nossos dados não foram capazes de evidenciar flutuações na expressão dos genes ftsL-pbpB, minCD, ftsZ, ftsA e zapA ao longo do ciclo celular. Para estudar a cinética de montagem divisomo foram realizados experimentos de microscopia de série temporal de FtsZ-mCherry e Pbp2B-GFP, onde observamos que a associação de Pbp2B ao divisomo ocorre 3 minutos após a formação do anel de FtsZ em meio rico e 4 minutos em meio mínimo. Também realizamos experimentos de microscopia de série temporal com uma cepa contendo FtsZ-YFP e DivIVA-CFP, determinando que DivIVA é incorporado ao divisomo 16 minutos após a formação do anel de FtsZ em meio rico e 20 minutos em meio mínimo. Estes dados confirmam que a montagem do divisomo ocorre em três etapas, e não duas, como anteriormente proposto. / Cell division in bacteria requires the formation of the divisome, a protein complex that has as the first step polymerization of FtsZ, followed by the assembly of 15 other known proteins. The mechanisms that underlie spatial regulation of divisome assembly have been largely elucidated, but the temporal control that ties the timing of cell division to other cell cycle events, such as chromosomal replication, remains surrounded by controversy. In this work, we use time-lapse microscopy to address two issues in B. subtilis cell division: the timing of divisome assembly, and the possibility that a periodic oscillation in expression of one or more genes essential for divisome assembly may play a role in defining the timing of cell division. To study the possibility of oscilation in gene expression, we have first built unstable variants of GFP by adding to its C-terminus peptide sequences that target the protein for degradation and used those variants to build transcriptional fusions to access the promoter activity of core cell division genes. After optimizing time-lapse conditions with transcriptional fusions to cell divison genes with the unstable GFPAISV, we observed that B. subtilis autofluorescence was an issue to our quantifications. To improve our signal-to-noise ratio, we built transcriptional fusions with two variants of YFP (Yellow Fluorescent Protein), and decided to work with Ypet. In our single-cell analysis for GFPAISV and for Ypet-AISV, only the ftsL operon promoter presented an oscilating pattern different from our negative control. This was not confirmed, however, when we attempted to correlate fluorescence signal with cell cycle position in static single-cell measurements. Thus, we conclude that that there are no fluctuations in ftsL, pbpB, minCD, ftsZ, ftsA or zapA gene expression throughout the cell cycle. To study divisome assembly we performed time-lapse microscopy of FtsZ-mCherry and Pbp2B-GFP, and determined that the association of Pbp2B occurs 3 minutes after FtsZ polymerization in rich medium and 4 minutes in minimal medium. We also performed time-lapse microscopy with FtsZ-YFP and DivIVA-CFP, determining that DivIVA is incorporated to the divisome in 16 minutes after FtsZ polymerization in rich medium and 20 minutes in minimal medium. This data confirms the assembly of the divisome in three steps rather than two, as previously proposed.
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Estudos evolutivos do divisomo, um complexo multiprotéico responsável pela divisão bacteriana / Evolutionary studies of the divisome, a multiprotein complex responsible for bacterial divisionRobson Francisco de Souza 07 November 2007 (has links)
O mecanismo de divisão mais comum entre procariotos é a divisão binária, na qual a célula- mãe reparte seu genoma e conteúdo citoplasmático de forma igual entre duas células filhas. Esse processo é mediado por um complexo protéico especializado, chamado divisoma, composto por cerca de 20 proteínas, que promovem a constrição da parede celular e membrana citoplasmática, formando o septo de divisão. O complexo é organizado em torno do anel Z, uma estrutura em anel composta pela proteína FtsZ, um homólogo de tubulina presente na maioria dos procariotos e em algumas organelas de eucariotos. Partindo de um levantamento detalhado da distribuição dos genes do divisoma em genomas completos de procariotos, aplicamos métodos de máxima verossimilhança para inferência de estados ancestrais e reconstruímos o conteúdo gênico do divisoma no ultimo ancestral comum das bactérias atuais. Estendendo essas análises com a aplicação de métodos filogenéticos, inferimos os eventos responsáveis pelas variações de composição deste complexo, observadas entre os diferentes grupos de bactérias. Nossos resultados mostram que o último ancestral comum de todas as bactérias já possuía a maior parte dos componentes conhecidos do divisoma, sugerindo a existência de uma parede de peptideoglicano e a presença de um aparato molecular tão ou mais complexo que o observado nas linhagens atuais, incluindo a presença de componentes considerados acessórios e de distribuição relativamente restrita, como as proteínas envolvidas na localização do anel Z (sistema Min) e alguns efetores positivos da polimerização de FtsZ. Observamos também que a evolução do complexo não foi muito afetada por eventos de transferência lateral, mas apresenta vários exemplos de perda de genes, em especial em linhagens com genoma reduzido, o que sugere a redundância de vários componentes já presentes no ancestral e a freqüente redução da complexidade, pelo menos dos componentes centrais do divisoma. Episódios de expansão de famílias de componentes do divisoma em linhagens específicas e os mecanismos evolutivos responsáveis pela incorporação de tais variações são discutidos. A caracterização da história evolutiva detalhada do divisoma, aqui apresentada, poderá servir como ponto de partida para novas análises evolutivas e como base para elaboração de experimentos funcionais. / The most common cell division mechanism among prokaryotes is binary fission, where a mother cell partitions its cytoplasm and genome equally among two daughter cells. This process is mediated by a specialized protein complex, known as the divisome, composed of around 20 proteíns, that promotes constriction of the cell wall and cytoplasmic membrane, thus forming the division septa. The complex is organized around the Z-ring, a ring-shaped struture composed by FtsZ, a tubulin homolog present in most prokaryotes and some eukaryotic organelles. After a detailed revision of the distribution of divisome genes among completely sequenced prokaryotic genomes, we applied maximum likelihood methods for the inference of ancestral states and reconstructed the gene content of the divisome in the last common ancestor of all extant bacteria. We then performed phylogeneticanalysis of all cell division genes and inferred the series of events responsible for the observed variations of the complex´s composition among bactérial lineages and their common ancestor. Our results show that the last common ancestor of all bacteria already possessed most of the known divisome components, thus suggesting the existence of a peptidoglycan cell wall and the presence of a molecular apparatus, perhaps more complex than those found in extant bacteria, including the presence of some accessory components with a somewhat restricted distribution, like the proteíns involved in the localization of the Z-ring (Min sistem) and some positive effectors os FtsZ polimerization. We also observed that the complex´s evolution was almost never the subject of horizontasl gene transfer events, but shows several examples of gene loss, specially in lineages displaying clear signs of genome reduction, thus suggesting the redundancy of several components in the ancestral divisome and a certain degree complexity reduction, at least for core components of the divisome. Lineage specific expansion of divisome component and the evolutionary mechanisms behind such processes are discussed. This characterization of the detailed evolutionary history of the divisome might serve as a starting point for new evolutionary analysis and as a basis for the design of functional experiments.
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Construção e caracterização de um vírus Adeno-associado com expressão direcionada para células em divisão / Construction and characterization of adeno-associated virus with limited expression for proliferating cellsAnna Carolina Pereira Vieira de Carvalho 09 April 2010 (has links)
A utilização do vírus adeno-associado recombinante (AAVr) como vetor de transferência gênica em células tumorais está crescendo. Neste trabalho, o promotor gênico de E2F-1, um promotor ativo durante a divisão celular, foi inserido no AAVr e utilizado para dirigir a expressão do HSV-tk ou luciferase e, simultaneamente, eGFP afim de direcionar a expressão viral para células em proliferação. Em paralelo, foram construídos vetores portadores do promotor constitutivo CMV para servir como controles. O promotor gênico de E2F-1 não foi eficiente em dirigir a expressão dos transgenes na linhagem celular HT1080, enquanto o promotor CMV apresentou uma alta expressão dos repórteres e do gene terapêutico. A baixa eficiência do promotor E2F-1 ainda não foi explorada, mas poderia ser relacionada com o desempenho intrínseco deste promotor, a biologia do vetor AAVr e especificidade celular. Contudo, o bom desempenho do vetor AAVr contendo o promotor CMV abre a possibilidade de realizar novos ensaios de transferência gênica para tratamento e visualização de células tumorais / The utilization of recombinant adeno-associated virus (AAVr) as a gene transfer vector in tumor cells is increasing. In this work, the promoter of the E2F-1 gene, active during cell division, was inserted in an AAVr vector and used to drive the expression of HSV-tk or luciferase and, simultaneously, eGFP with the intent of limiting viral expression to proliferating cells. Also, vectors with the constitutive CMV promoter were constructed to be used as controls. The E2F-1 promoter was not efficient in driving the expression of the transgenes in the HT1080 cell line, while the CMV promoter shows high level expression of the reporter and the therapeutic genes. The low efficiency of E2F promoter has not yet been explored, though this problem could be related to the intrinsic performance of this promoter, the biology of the vector AAV and cell-specific factors. However, the performance of the AAVr containing the CMV promoter creates the possibility of performing new gene transfer protocols for the treatment and visualization of tumor cells.
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"Papel de dissialogangliosídios na proliferação e morte celular induzida de melanócitos e melanomas in vitro" / Role of disialogangliosides in proliferation and induced cell death of melanocytes and melanomas in vitroOtake, Andreia Hanada 09 March 2006 (has links)
Dissialogangliosídios, como GD3 e derivados são marcadores da progressão de melanomas. Para avaliar as possíveis funções desta molécula, transfectamos células de melanócitos com o gene da enzima ST8Sia I, que converte GM3 em GD3. Mostramos que GD3 não interfere na capacidade proliferativa dessas células, porém a expressão de GD3 mostrou-se associada à sobrevivência celular. Melanomas adquirem autonomia quanto às vias dependentes do fator de crescimento de fibroblastos (FGF-1 e -2). A expressão de GD3 não interfere na resposta proliferativa a estes fatores, porém GD3 e outros glicoesfingolipídios de membrana modulam a resposta migratória induzida por FGF-2. A expressão de GD3 sensibiliza as células à morte celular induzida por diferentes quimioterápicos, como cisplatina e vimblastina; porém, torna as células resistentes ao tratamento com temozolamida. A sensibilização ao tratamento com vimblastina, mas não às outras drogas, depende da presença de GD3, como observado por ensaios de depleção metabólica / Disialoganglioside GD3 and its derivatives are melanoma progression markers. To evaluate the possible roles of these molecules along melanoma progression, we have transfected the GD3 synthase gene (ST8Sia I) in a melanocyte cell line. Accumulation of GD3 did not confer any proliferative advantage to melanocytes. However, GD3 expression was associated with cell survival. The autonomic growth of melanomas is in part related to a constitutive activation of fibroblast growth factor dependent pathways. GD3 expression did not alter the proliferative response to either FGF-1 or FGF-2. However, GD3 and other membrane glycospingolipids modulate the motogenic activity of FGF-2. GD3 expression sensitizes melanocytes to chemotherapeutic agent-induced cell death, as cisplatin and vimblastin. On the other hand, GD3 turned melanocytes more resistant to temozolomide. Chemosensitization to vimblastin, but not to the other drugs, was dependent on the presence of GD3 within the cells, as shown by metabolic depletion of glycosphingolipids
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Identificação e caracterização de novos moduladores da divisão em Bacillus subtilis / Identification and characterization of new modulators of division in B. subtilisTavares, José Roberto 31 July 2009 (has links)
Em procariotos, a principal forma de reprodução é a divisão binária, que permite à célula-mãe dar origem a duas outras células-filhas, com conteúdo genético idêntico ao da progenitora. Em Bacillus subtilis este processo acontece graças ao divisomo, um complexo formado por aproximadamente dezesseis proteínas, que leva à constrição da membrana e da parede, formando o septo de divisão. A montagem do divisomo é coordenada por FtsZ, um homólogo de tubulina, que polimeriza na região central da bactéria e serve de arcabouço para a montagem do divisomo. Partindo de um levantamento detalhado da distribuição dos genes envolvidos em divisão em genomas completos de procariotos detectamos que divIVA, um gene de divisão já bem caracterizado, apresentava um gene parálogo em B. subtilis, conhecido como ypsB. Para determinarmos se YpsB seria um novo componente do divisomo foi realizada uma caracterização citológica e funcional desta proteína. Utilizamos microscopia de fluorescência e fusões de YpsB a GFP para determinar a localização subcelular de YpsB. Estes experimentos revelaram que YpsB está presente no divisomo, apresentando um padrão de localização semelhante mas não idêntico ao de DivIVA. Medindo-se a taxa de co-localização entre o anel Z e YpsB ficou demonstrado que estas proteínas co-localizam em aproximadamente 50%, sugerindo que YpsB é recrutada depois que o anel Z é montado. Para determinar quando YpsB chega ao divisomo, usamos mutantes termo-sensíveis das proteínas de divisão que revelaram a dependência de YpsB pelo sub complexo DivIB-DivIC-FtsL-FtsW-PBP2B. Já na ausência de DivIVA, YpsB continua associado ao divisomo, indicando que não depende do seu parálogo para localizar. Além disso, análises de deleções de YpsB mostraram que a porção N-terminal da proteína é a mais importante para o seu recrutamento ao divisomo. Para determinarmos o papel de YpsB durante a divisão foi construído um mutante com deleção completa do gene. DivIVA é uma proteína responsável por localizar o sistema Min nos pólos da bactéria e assim contribui para a precisão espacial da divisão. Apesar de serem parálogos, a função de YpsB, no entanto, parece ser diferente da de DivIVA. Análise do mutante ypsB- mostrou que na sua ausência, o divisomo é montado e o seu posicionamento tanto em fase vegetativa como em esporulação não são afetados. Como a ausência de YpsB não afeta perceptivelmente a divisão, combinamos a mutação em ypsB com mutações em outros genes envolvidos em divisão. A análise destes duplos mutantes revelou que a ausência simultânea de YpsB e FtsA produz exacerbada lise celular e letalidade. Com base neste fenótipo e em evidências evolutivas, sugerimos que YpsB esteja envolvida na regulação da síntese de peptideoglicano do septo. Mais especificamente, YpsB seria responsável por modular a atividade de PBP1, uma enzima necessária para a síntese de peptideoglicano septal. / In prokaryotes, the main form of reproduction is binary fission, which allows the mother-cell to give origin the two daughter-cells, with identical genetic material. In Bacillus subtilis, this process is performed by the divisome, a complex formed for approximately sixteen proteins that leads to the constriction of the membrane and the wall, creating the division septum. The assembly of the divisome is coordinated by FtsZ, a homolog of tubulin, that polymerizes in the central region of the bacteria and serves as the base for the assembly of the divisome. From a detailed survey of the distribution of the genes involved in division in complete genomes of prokaryotes, we detected that divIVA, a well characterized division gene, showed a paralog in B. subtilis, known as YpsB. To determine if YpsB would be a new component of the divisome, a cytological and functional characterization of this protein was carried out. We used fluorescence microscopy and fusion of YpsB to GFP to determine the subcellular localization of YpsB. These experiments displayed that YpsB is present in the divisome, with similar but not identical localization as DivIVA. Measuring co-localization between the Z ring and YpsB demonstrated that this happened in approximately 50% of the cells, suggesting that YpsB go to the divisome after the Z ring is formed. To determine when YpsB goes to the divisome, we used temperature-sensitive mutants of the division proteins. This showed that YpsB depends on the DivIB-DivIC-FtsL-FtsW-PBP2B sub-complex to associate with the divisome. In the absence of DivIVA, YpsB is still present in the divisome, indicating that it does not depend on its paralog to localize. Moreover, deletion analyses of YpsB showed that the N-terminal portion of the protein is the most important for its recruitment to the divisome. To determine the role of YpsB during division, we constructed a ypsB- mutant. DivIVA is the protein responsible for localization of the Min system in polar regions of B. subtilis and, thus, contributes for the spatial precision of division. Our results showed that the function of YpsB must be different from that of DivIVA, since analysis of the ypsB- mutant showed that in the absence this protein the divisome is assembled and septum position in vegetatively growing or sporulating cells is not affected. Since the absence of YpsB does not affect division, we combined the ypsB- mutant with mutants involved in division. Analysis of these double mutants showed that the simultaneous absence of YpsB and FtsA caused cellular lysis and lethality. Based on this phenotype and evolutionary evidences, we suggest that YpsB is involved in the regulation of peptidoglycan synthesis in the septum. More specifically, YpsB would be responsible for modulating the activity of PBP1, a necessary enzyme for septum peptidoglycan synthesis.
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Estudo genético da interação entre FtsZ e o modulador de divisão ZapA em Bacillus subtilis / Genetic Study of the interaction between FtsZ and the division modulator ZapA in Bacillus subtilisBisson Filho, Alexandre Wilson 01 April 2009 (has links)
A citocinese bacteriana é controlada por diversas proteínas que se agrupam em um complexo chamado divisomo. O cerne do divisomo é constituído por FtsZ, uma proteína homóloga à tubulina eucariótica, que se auto-associa formando uma estrutura chamada anel Z. O anel Z serve como arcabouço e recruta diversas outras proteínas componentes do divisomo para o sítio onde o septo será sintetizado na célula. A formação do anel Z é modulada por proteínas que se ligam diretamente a FtsZ e regulam a sua auto-associação, tanto induzindo como inibindo a sua polimerização. Apesar de muitos destes moduladores de FtsZ já serem conhecidos, muito pouco se sabe sobre o mecanismo pelo qual eles controlam a estruturação do anel Z in vivo. O objetivo do presente trabalho foi estudar a interação entre FtsZ e um modulador de divisão, a proteína ZapA, da bactéria gram-positiva Bacillus subtilis. Para isso construímos uma biblioteca de mutantes de ftsZ por \"Error Prone PCR\", com aproximadamente 1 substituição por cópia de ftsZ e contendo um total de 1x105 clones. A partir dessa biblioteca, utilizamos duas triagens genéticas para identificar mutantes incapazes de interagir com ZapA. Na primeira estratégia, selecionamos 12 mutantes de FtsZ resistentes à superexpressão de uma forma tóxica de ZapA, que bloqueia a divisão, causando filamentação e morte das células. Surpreendentemente, apesar destes mutantes serem insensíveis ao efeito de ZapA, ensaios citológicos mostraram que nenhum deles perdeu a interação com ZapA. Como as mutações foram mapeadas nas vizinhanças do sítio catalítico e de polimerização de FtsZ, e como a maioria delas confere resistência cruzada aos efeitos de outros moduladores de FtsZ, suspeitamos que elas afetassem a estabilidade do polímero de FtsZ e, consequentemente, o comportamento do anel Z. Essas suspeitas foram confirmadas em ensaios de FRAP e cálculos de proporção de FtsZ no anel Z, indicando que os mutantes formam um anel Z mais estável que o normal. Como não obtivemos mutantes que perderam a interação com ZapA na primeira triagem, aplicamos a biblioteca em uma segunda estratégia de triagem genética, procurando um mutante de FtsZ que voltasse a interagir com um mutante de ZapA que não se liga mais a FtsZ (ZapAN62A). Esta estratégia de ganho de função identificou um candidato, FtsZE91V , que, tanto por critérios genéticos como citológicos, voltou a interagir com ZapAN62A. Apesar do mutante FtsZE91V mostrar-se capaz de restaurar a interação com ZapAN62A, ele não afetou a interação com ZapA selvagem, segundo nossos ensaios de microscopia de fluorescência e viabilidade. O mutante FtsZE91V, mapeia na hélice H3 de FtsZ. Esta hélice está exposta na superfície de FtsZ (compõe um dos lados da molécula de FtsZ) de uma maneira compatível com a idéia de que ela seria importante para interações laterais entre polímeros de FtsZ. Nossos resultados apontam, portanto, que a hélice H3 deve ser o sítio de interação para ZapA em FtsZ. / The bacterial cytokinesis is ruled by a number of proteins that constitute the divisome complex. FtsZ, a homologue of eukaryotic tubulin, is the main component of the divisome and self-associates in a structure named Z ring. The Z ring works as a scaffold and recruits the other components of divisome, establishing itself where the septum will be synthesized in the cell. Some of these proteins interact directly with FtsZ and control self-association, promoting polymerization or preventing it. Although there have been discovered many of FtsZ modulators, little is known about the mechanisms that control the formation of the Z ring in vivo. The aim of this work was study de interaction between FtsZ e one of its division modulators, ZapA protein, on Bacillus subtilis grampositive bacteria. We created a mutagenized ftsZ plasmid library by error prone PCR, which contained 1,0x105 transformants and exhibited a mutation rate of one substitution per ftsZ copy. The library was transformed into a modified Bacillus subtilis strain and we performed two genetic screenings to select cells with FtsZ mutants incapable of interacting with ZapA. In first strategy, we selected 12 resistant ftsZ mutants for a toxic ZapA overexpression, that blocked division and caused filamentation and cell death. Surprisingly, although these mutants were insensitive to ZapA effect, cytological assays showed that none of them lost interaction with ZapA. As the substitutions were mapped around the catalytic and interaction site of FtsZ structure and showed resistance to other modulators, we suspected that the mutations were affecting the polymer stability of FtsZ and, consequently, the behavior of Z ring. This hypothesis was confirmed by FRAP experiments and by calculations of FtsZ proportions in Z ring, pointing out that the mutants form more stable Z rings. As we didnt\' find mutants that lost their ZapA´s interaction, we applied our library in a second genetic screen, looking for mutants that return to interact with a ZapA mutant (ZapAN62A) that doesn´t bind to FtsZ anymore. This gain of function strategy identified one candidate, FtsZE91V, which returns to interact with ZapAN62A in our genetic and cytological assays. Although the mutant FtsZE91V showed itself capable to interact with ZapAN62A, that didn´t affect the interaction with wild type ZapA by our fluorescent microscopy and viability assays. The substitution E91V was mapped on H3 helix of FtsZ structure. This helix is exposed on FtsZ surfaces (on FtsZ´s lateral side), being compatible with the idea that lateral interaction is important in FtsZ polymers. So, we concluded that helix H3 is the binding site of ZapA in FtsZ.
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Identificação e caracterização de novos moduladores da divisão em Bacillus subtilis / Identification and characterization of new modulators of division in B. subtilisJosé Roberto Tavares 31 July 2009 (has links)
Em procariotos, a principal forma de reprodução é a divisão binária, que permite à célula-mãe dar origem a duas outras células-filhas, com conteúdo genético idêntico ao da progenitora. Em Bacillus subtilis este processo acontece graças ao divisomo, um complexo formado por aproximadamente dezesseis proteínas, que leva à constrição da membrana e da parede, formando o septo de divisão. A montagem do divisomo é coordenada por FtsZ, um homólogo de tubulina, que polimeriza na região central da bactéria e serve de arcabouço para a montagem do divisomo. Partindo de um levantamento detalhado da distribuição dos genes envolvidos em divisão em genomas completos de procariotos detectamos que divIVA, um gene de divisão já bem caracterizado, apresentava um gene parálogo em B. subtilis, conhecido como ypsB. Para determinarmos se YpsB seria um novo componente do divisomo foi realizada uma caracterização citológica e funcional desta proteína. Utilizamos microscopia de fluorescência e fusões de YpsB a GFP para determinar a localização subcelular de YpsB. Estes experimentos revelaram que YpsB está presente no divisomo, apresentando um padrão de localização semelhante mas não idêntico ao de DivIVA. Medindo-se a taxa de co-localização entre o anel Z e YpsB ficou demonstrado que estas proteínas co-localizam em aproximadamente 50%, sugerindo que YpsB é recrutada depois que o anel Z é montado. Para determinar quando YpsB chega ao divisomo, usamos mutantes termo-sensíveis das proteínas de divisão que revelaram a dependência de YpsB pelo sub complexo DivIB-DivIC-FtsL-FtsW-PBP2B. Já na ausência de DivIVA, YpsB continua associado ao divisomo, indicando que não depende do seu parálogo para localizar. Além disso, análises de deleções de YpsB mostraram que a porção N-terminal da proteína é a mais importante para o seu recrutamento ao divisomo. Para determinarmos o papel de YpsB durante a divisão foi construído um mutante com deleção completa do gene. DivIVA é uma proteína responsável por localizar o sistema Min nos pólos da bactéria e assim contribui para a precisão espacial da divisão. Apesar de serem parálogos, a função de YpsB, no entanto, parece ser diferente da de DivIVA. Análise do mutante ypsB- mostrou que na sua ausência, o divisomo é montado e o seu posicionamento tanto em fase vegetativa como em esporulação não são afetados. Como a ausência de YpsB não afeta perceptivelmente a divisão, combinamos a mutação em ypsB com mutações em outros genes envolvidos em divisão. A análise destes duplos mutantes revelou que a ausência simultânea de YpsB e FtsA produz exacerbada lise celular e letalidade. Com base neste fenótipo e em evidências evolutivas, sugerimos que YpsB esteja envolvida na regulação da síntese de peptideoglicano do septo. Mais especificamente, YpsB seria responsável por modular a atividade de PBP1, uma enzima necessária para a síntese de peptideoglicano septal. / In prokaryotes, the main form of reproduction is binary fission, which allows the mother-cell to give origin the two daughter-cells, with identical genetic material. In Bacillus subtilis, this process is performed by the divisome, a complex formed for approximately sixteen proteins that leads to the constriction of the membrane and the wall, creating the division septum. The assembly of the divisome is coordinated by FtsZ, a homolog of tubulin, that polymerizes in the central region of the bacteria and serves as the base for the assembly of the divisome. From a detailed survey of the distribution of the genes involved in division in complete genomes of prokaryotes, we detected that divIVA, a well characterized division gene, showed a paralog in B. subtilis, known as YpsB. To determine if YpsB would be a new component of the divisome, a cytological and functional characterization of this protein was carried out. We used fluorescence microscopy and fusion of YpsB to GFP to determine the subcellular localization of YpsB. These experiments displayed that YpsB is present in the divisome, with similar but not identical localization as DivIVA. Measuring co-localization between the Z ring and YpsB demonstrated that this happened in approximately 50% of the cells, suggesting that YpsB go to the divisome after the Z ring is formed. To determine when YpsB goes to the divisome, we used temperature-sensitive mutants of the division proteins. This showed that YpsB depends on the DivIB-DivIC-FtsL-FtsW-PBP2B sub-complex to associate with the divisome. In the absence of DivIVA, YpsB is still present in the divisome, indicating that it does not depend on its paralog to localize. Moreover, deletion analyses of YpsB showed that the N-terminal portion of the protein is the most important for its recruitment to the divisome. To determine the role of YpsB during division, we constructed a ypsB- mutant. DivIVA is the protein responsible for localization of the Min system in polar regions of B. subtilis and, thus, contributes for the spatial precision of division. Our results showed that the function of YpsB must be different from that of DivIVA, since analysis of the ypsB- mutant showed that in the absence this protein the divisome is assembled and septum position in vegetatively growing or sporulating cells is not affected. Since the absence of YpsB does not affect division, we combined the ypsB- mutant with mutants involved in division. Analysis of these double mutants showed that the simultaneous absence of YpsB and FtsA caused cellular lysis and lethality. Based on this phenotype and evolutionary evidences, we suggest that YpsB is involved in the regulation of peptidoglycan synthesis in the septum. More specifically, YpsB would be responsible for modulating the activity of PBP1, a necessary enzyme for septum peptidoglycan synthesis.
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