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O protagonismo kaingang no espaço da escola indígena

Amaral, Fátima Trindade do 16 July 2014 (has links)
O trabalho está referido as minhas práticas e de outros professores kaingang que se somam a tantas outras em desenvolvimento em escolas das comunidades kaingang. Decorre de questão que sempre me intrigou, ou seja, o que seria a Educação Escolar Indígena específica e diferenciada nas escolas kaingang? Nós, professores kaingang, sabemos que a educação para o kaingang tem duas dimensões que deveriam se complementar, uma antes das nossas crianças irem para a escola, a educação indígena ou educação tradicional e a outra que acontece depois que a criança kaingang passa a participar do espaço da escola, a educação escolar indígena. Está aí o maior desafio do professor indígena, que é dar sentido à “escolarização do conhecimento” em uma escola indígena. Atualmente somos desafiados a desconstruir conceitos de escola, pois sabemos que o modelo de escola dos fóg não serve para nossas comunidades. Mas também nos interrogamos: O que nos serve? Por meio de narrativas, relatos de histórias e reflexões teóricas situadas em pesquisa de campo, procuro indagar: O que é educação escolar indígena específica e diferenciada? Como são “garantidas” mudanças no cenário da educação escolar kaingang? A pesquisa de campo fez uso de registros em “cadernos de campo”, do que corresponde às minhas memórias de quinze anos de vivências como professora na escola indígena de minha comunidade, conversas informais e “diálogos dirigidos” com professoras e professores kaingang (mediante consentimento prévio informado), compartilhando dados retirados de documentos da escola. Produzi, também, histórias baseadas em fatos vivenciados por parentes kaingang e recorrendo às minhas memórias. Pautando-me na cultura kaingang proponho uma possibilidade de currículo alicerçado em seus componentes relevantes onde a escola torna-se o espaço educativo e elementos da cultura passam a ser prática educativa no âmbito escolar. Para sustentar as reflexões apresentadas na dissertação apoiei-me basicamente na produção teórica de parentes kaingang, protagonistas no processo de luta pela construção de uma educação escolar diferenciada e de qualidade (Andila Nivygsãnh Inácio, Maria Inês de Freitas, Márcia Gojten Nascimento, Bruno Ferreira, Clarice dos Santos Berton, Dorvalino Cardoso e Sara Kariká Sales) e de pesquisadores da cultura indígena (Maria Aparecida Bergamaschi, Sérgio Baptista, Sandro Luckmann e Carlos Eduardo de Sousa). O foco da pesquisa foi desdobrado em reflexões centradas nos conceitos de diálogo, consciência, experiência transmitida e resistência, para as quais a interlocução se deu, principalmente com Paulo Freire, Stuart Hall e Carlos Rodrigues Brandão. / 85 f.
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Escola pública Mbyá Guarani Tekoa Porã: entre a preservação e o aniquilamento cultural

Krumel, Ana Paula da Costa 21 July 2014 (has links)
Submitted by William Justo Figueiro (williamjf) on 2015-07-17T21:26:03Z No. of bitstreams: 1 26c.pdf: 2800596 bytes, checksum: 5f5ba52c63898734c3e4a282a709573e (MD5) / Made available in DSpace on 2015-07-17T21:26:03Z (GMT). No. of bitstreams: 1 26c.pdf: 2800596 bytes, checksum: 5f5ba52c63898734c3e4a282a709573e (MD5) Previous issue date: 2014-07-21 / Nenhuma / Para os povos indígenas, a escola se instalou como um processo exógeno às comunidades originárias. As críticas partem do pressuposto de que adaptar um currículo existente não é o mesmo que criar uma escola com processos próprios de aprendizagem. Em um currículo adaptado, é suprimido, muitas vezes, viver a própria educação. É uma diferença acentuada quando se busca compreender e administrar o tempo, a cosmologia, os símbolos e os ritos. O estudo se propôs entender a participação da comunidade indígena nas propostas de educação. Enquanto o governo propõe uma política engessada, o indígena diz que o ser humano desvalorizou as outras formas de leitura e de escrita do mundo e impôs seus próprios olhares e métodos científicos. Fez crer que sua escrita era mais perfeita do que culturas infinitamente mais antigas. Os ensinamentos são transferidos de forma espontânea entre os membros da tribo, sem a necessidade das figuras específicas de quem ensina e de quem aprende. Esta perspectiva não caracteriza um detentor do saber, e não há limite físico do espaço de aprendizagem, ou seja, toda aldeia é local para interagir e aprender. O estudo é uma pesquisa qualitativa que buscou compreender os anseios da comunidade Coxilha da Cruz na escola Escola Estadual Indígena Ensino Fundamental Tekoa Porã à proposta de escolarização do governo do Estado do Rio Grande do Sul e a importância de sua participação nos processos de decisão. A metodologia aplicada é um Estudo de Caso, que contou com a observação participante, pesquisa documental e entrevista semiestruturada como instrumentos de coleta de dados. O trabalho está estruturado em três capítulos. O primeiro, intitulado ‘A proposta de Educação Pública do Estado para os Povos Indígenas’, seguido de ‘Aprendizagens na Cultura Mbyá Guarani’, e finaliza com um capítulo chamado ‘Encontro com o povo Mbyá Guarani da aldeia Coxilha da Cruz’. Para a apresentação histórica dos movimentos indigenistas no Brasil, as referências principais são Rosane Freire Lacerda (2007), Manuela Carneiro da Cunha (1993), Silvio Coelho Santos (2004) e Fábio K. Comparato (2007), que auxiliaram no conhecimento da história, das políticas indigenistas, do direito e da cidadania dos povos indígena no Brasil. Na problematização das ações afirmativas para a promoção da educação escolar indígena, utilizei prioritariamente os seguintes autores: Antonio Hilário Aguilera Urquiza (2010), Adir Casaro Nascimento (2010), José Ribamar Bessa Freire (2004), Luís Donisete Benzi Grupioni (2000), Aracy Lopes da Silva (2000), Wilmar da Rocha D’Angelis (1999), Maria Aparecida Bergamaschi (2005), que escrevem sobre os contextos políticos e administrativos da Educação Escolar Indígena e os processos interculturais gerados pela institucionalização da escola para os indígenas. A escola na aldeia se organiza com a matriz de uma escola ocidental, mas que escapa à rigidez, pois possui seu próprio tempo em seu próprio espaço. Constrói sua identidade pelo viver Guarani. / For the indigenous, the school settled as an exogenous process originating communities. The criticisms are based on the assumption that adapt an existing curriculum is not the same as creating a school with own learning process. In an adapted curriculum, is suppressed, often, live his own education. It's a marked difference when it tries to understand and manage the time, cosmology, the symbols and rites. The study set out to understand the participation of the indigenous community education proposals. While the Government proposes a policy in a cast, the indigenous says the man was devalued the other forms of reading and writing the world and imposed their own looks and scientific methods. Did believe that his writing was more perfect than infinitely older cultures. The teachings are passed spontaneously among tribe members, without the need of specific figures who teaches and learns. This perspective does not features a holder of knowledge, and there is no physical limit of the learning space, namely, the whole village is place to interact and learn. The study is a qualitative research that sought to understand the aspirations of the community school cross EEIEF Coxilha Tekoa However the proposal of education of the Government of the State of Rio Grande do Sul and the importance of their participation in decision process. The methodology applied is a case study, participant observation, documentary research and semi-structured interview data collection instruments. The work is structured in three chapters. The first, titled ' the proposal for State Public Education for indigenous peoples ', followed by ' Mbyá Guarani culture Learning ', and ends with a chapter called ' encounter with the Mbyá Guarani people of village Coxilha da Cruz '. For the historical presentation of the indigenous movement in Brazil, the main references are Rosane Freire Lacerda (2007), Manuela Carneiro da Cunha (1993), Silvio Coelho Santos (2004) and Fábio k. Comparato (2207), which assisted in the knowledge of history, indigenous policies, law and indigenous peoples ' citizenship in Brazil. On questioning of affirmative actions for the promotion of indigenous school education, used primarily the following authors: Antonio Hilário Aguilera Urquiza (2010), Adir Casaro Nascimento (2010), José Ribamar Bessa Freire (2004), Luís Donisete Benzi Grupioni (2000), Aracy Lopes da Silva (2000), Wilmar da Rocha D’Angelis (1999), Maria Aparecida Bergamaschi (2005), writing about the political and administrative contexts of Indigenous school education and intercultural processes generated by the institutionalization of school for indigenous peoples. The school in the village is organized with the matrix of a Western school, but who escapes the rigidity, because it has its own time in their own space. Build your identity through live Guarani.
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Educação autóctone tradicional e a educação oficial moderna : efeitos dos ritos de iniciação autóctone sobre o rendimento escolar dos alunos iniciados

Canda, Candido Jasse 03 August 2006 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-27T14:31:53Z (GMT). No. of bitstreams: 1 candido jasse.pdf: 4814294 bytes, checksum: 77af281c87241e3b208343b660f10093 (MD5) Previous issue date: 2006-08-03 / The presente research studies lhe impact of traditional native education on a modem official education in lhe scope of initiations rites effects upon school achievement of lhe pupils initiated It aims to identifyeducational effects embedded in the traditional native education through. initiatian rites that influence school achievement afilie pupils initiated. The methods and means of transmissionof knowledgeapplied in the native education, are at lhe core of this research in an attemptto assess their effectivenessin the building of personalityand bringing up new moral and ethic values fostering scholl achievementofthe initiated youngsters. The study of educationalimpact acknowledgesthat lhe subjects of lhe study are a racional species that owns culture. The study outcomes highlight that: 1. Tradionalcommunitiesexpress great worry about lhe official school effectivinessregarding lhe basic education for lhe new generations.The fact of official school beeing under govermmentinhbits lhe communitiesto overtly express their opinion in lhe relation no matter for jt is taken for granted that what is under stat contrai mnst be honorably and full carried out. This situationtums the apparentconflictbetween native education and official educationinto a longstandingconflictbetweenlhe two educationalsystems is a social and cultural imperative. 2. Teachers,as those who put into efectlhe modem educationpolicies are awãte of lhe relevanceof some educationalaspects of native education,but due rigidity of lhe official education,there is no roam for teachersinitiativeswhen carrying out official teachingand leaming programs / A presente pesquisa tem como objecto de estudo o impacto da educação autóctone tradicional sobre a educação oficial moderna, no âmbito dos ritos de iniciação autoctones sobre o rendimento escolar dos alunos iniciados. O objectivo da pesquisa é identificar os aspectos educativos contidos nas acções da educação autóctone tradicional através dos ritos de iniciação que influênciam o rendimento escolar dos alunos iniciados do sexo masculino num ambiente étnico-linguístico-cultural matswa no Distrito de Vilanculos Provincia de Inhambane, Moçambique. Os métodos e meios de transmissão de conhecimentos empregados na educação autóctone mereceram a atenção central neste estudo, na intenção de se avaliar a sua eficácia na formação da personalidade e produção de novos valoresmorais e éticosnos iniciadosfavorecendoo seurendimento escolar. Oa resultadosda pesquisa apontampara o seguinte: 1. As comunidadestradicionaismostram-seaflitas pela ineficáciada escola oficial em relação à educação de base humana das novas gerações. O facto de a escola oficial ser do Governo inibe as comunidades de exprimirem abertamente as suas opinões relativas a essa questão, isto porque reina um ambiente de que o que é do Estado deve ser honrado e cumprido integralmente. Esta situação faz com que o conflito (aparente) entre a educação autóctone e a educação , oficial se mantenha por muito tempo, embora haja evidências de que a articulação dos dois sistemas educativos seja um imperativo sociocultural. 2. Os executores da política educacional moderna (professores) têm consciência da relevância de alguns aspectos educativos da educação autóctone, mas, porque o regime instituido pelo sistema de educação oficial é rígido, não há espaço para acomodar as iniciativas dos professores, no cumprimento dos programas de ensino-aprendizagem oficial

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