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A estrutura argumental das construções de tópico-sujeito : o caso dos sujeitos locativosMunhoz, Ana Terra Mejia January 2011 (has links)
Dissertação (Mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, 2011. / Submitted by Shayane Marques Zica (marquacizh@uol.com.br) on 2011-09-14T18:49:21Z
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2011_AnaTerraMejiaMunhoz.pdf: 640184 bytes, checksum: 6eec42750b0ec54abebb4a17e7c8cec4 (MD5) / Esta dissertação dedica-se ao estudo das construções chamadas na literatura de “tópico sujeito” assim denominadas por aparentemente envolverem um sintagma tópico que exerce a função de sujeito da oração. Caracterizadas pela ordem linear [DP V DP], em que o primeiro DP é um locativo ou um todo cuja parte é o DP pós-verbal, as construções de tópico-sujeitosão um desafio à investigação linguística por surgirem como um fenômeno que distancia o português brasileiro do português europeu e de outras línguas românicas. Por isso, várias análises vêm lidando com o tópico-sujeito no contexto ampliado da sintaxe do português do Brasil em comparação com a sintaxe do português europeu, especialmente no tocante às propriedades e ao preenchimento da posição de sujeito. Este trabalho, orientado pelos pressupostos da Gramática Gerativa, submete essas construções a um olhar diferenciado: o da estrutura argumental dos verbos que as licenciam. Ao fazê-lo, mostra que as construções sob o rótulo de “tópico-sujeito” são um grupo heterogêneo e se diferenciam essencialmente no tocante ao número de argumentos selecionados pelos verbos. Propõe-se que as construções aqui denominadas de tópico-sujeito genitivo, que envolvem interpretação de todo-parte, se formam com inacusativos típicos mono argumentais; já as construções aqui denominadas de tópico-sujeito locativo, que envolvem interpretação de tema em relação a um local, licenciam se com inacusativos biargumentais. Esta dissertação corrobora, nesse sentido, os achados de estudos anteriores que vêm apontando para a heterogeneidade da classe dos inacusativos, bem como a descrição, feita por pesquisas voltadas especificamente à análise da estrutura das construções de tópico-sujeito, de que esse fenômeno envolve uma posição não temática de sujeito, disponibilizada por verbos inacusativos. _______________________________________________________________________________ ABSTRACT / This dissertation is dedicated to the study of the so-called ‘topic-subject’ constructions, named as such for apparently involving a topic phrase which plays the subject role of the clause. Characterized by the linear order [DP V DP], in which the first DP expresses either a location or the whole in a whole-part relation, topic-subject constructions pose a challenge to linguistic research for occurring as a phenomenon that separates the Brazilian Portuguese from the European Portuguese and other Romance. Because of that, several studies have been dealing with topic-subject constructions in the broader context of the Brazilian Portuguese syntax, in comparison with the European Portuguese syntax, especially with regards to the preference for overt elements in the subject position and to the properties of this position in Brazilian Portuguese. This work, as guided by the principles of Generative Grammar, analyzes these constructions from a different perspective, with a focus on the argument structure of the verbs that license them. In doing so, it demonstrates that the constructions labeled ‘topic-subject’ are a heterogeneous group, diverging mainly according to the number of arguments selected by the verbs. It is proposed that the constructions hence named genitive topic-subject constructions, which involve a whole-part interpretation, are formed with typical monadic unaccusatives; the ones called locative topic-subject constructions, which involve a theme-location interpretation, are formed with dyadic unaccusatives. This dissertation corroborates, in this sense, the findings of previous studies that point out the heterogeneity of the unaccusative verb class. It also confirms the description made by studies devoted specifically to the analysis of the structure underlying topic-subject constructions that this phenomenon involves a non-thematic subject position, as left available by unaccusative verbs.
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A estrutura argumental da língua Dâw / The argument structure of the Dâw languageCosta, Jéssica Clementino da 09 June 2014 (has links)
Esta dissertação descreve e analisa a estrutura argumental e as classes verbais da língua Dâw (família Nadahup, Amazonas). Estudamos os verbos dessa língua do ponto de vista semântico e sintático, identificando classes e subclasses de acordo com o comportamento morfossintático das raízes verbais. Além disso, avaliamos as hipóteses descritivas e explicativas das classes verbais identificadas por Martins (2004), primeira pesquisadora a abordar a morfossintaxe Dâw. Nosso arcabouço teórico é a teoria de estrutura argumental desenvolvida por Hale & Keyser (2002), que propõe uma análise da sintaxe e da semântica dos itens lexicais por meio da estrutura argumental sistema de relações estruturais estabelecidas entre o núcleo e seus argumentos, dentro de estruturas sintáticas projetadas pelo próprio núcleo. Por meio de testes linguísticos variados, incluindo alternância de valência e julgamento de (a)gramaticalidade, reclassificamos as nove classes verbais identificadas por Martins (2004) em três classes de acordo com a valência do verbo: classe dos verbos intransitivos, classe dos verbos transitivos e classe dos verbos bitransitivos. Martins (2004) afirma que, na sentença, os verbos podem mudar de tom devido à presença de um morfema tonal transitivizador ou intransitivizador. Contudo, mostramos neste trabalho que o sistema tonal da língua, no nível da sentença, é previsível. Desse modo, independentemente do processo de aumento de valência envolvido, percebemos que a mudança tonal dos verbos decorre devido ao fraseamento fonológico das sentenças. Quanto ao processo de transitivização, este identificou subclasses de verbos intransitivos: verbos alternantes e verbos nãoalternantes. As restrições de alternância devem-se à estrutura argumental de cada tipo verbal. No caso dos verbos intransitivos alternantes ou inacusativos, observamos que eles são formados a partir de estrutura diádica composta, que projeta um especificador interno e um complemento, o que lhe permite alternar entre uma forma intransitiva e transitiva. No caso dos verbos não-alternantes encontramos três padrões: verbos denominais e inergativos, formados a partir de uma estrutura argumental monádica (que não projeta especificador interno), o que impede a alternância; verbos inacusativos nãoalternantes, formados a partir de uma estrutura monádica que toma como complemento uma estrutura diádica básica verbos desse tipo não alternam, pois eles não são formados por uma estrutura diádica, mas contêm tal estrutura; e ve b s e jetiv is, formados a partir de uma cópula que toma como complemento um adjetivo. Uma vez que raiz e núcleo verbal possuem conteúdo fonológico pleno (não vazio), não é possível fazer conflation entre núcleo e raiz, o que impede que o predicado verbal seja formado. Essa estrutura explica a agramaticalidade desses verbos frente ao processo de transitivização automática. Também testamos a sintaxe e a semântica da intransitivização (construções incoativas, voz passiva, reflexiva e média). De modo geral, percebemos que não há morfologia específica para a construção de sentenças médias, incoativas ou anticausativas. Não existem passivas em Dâw; no lugar desta voz, os falantes produzem sentenças incoativas ou com o sujeito subespecificado. As sentenças reflexivas são geradas por meio de pronomes reflexivos na posição de objeto da sentença. Por fim, vimos que objetos diretos de sentenças transitivas são marcados pelo morfema {-uuy\'} analisados por nós como MDO. Sua aplicação está condicionada a restrições semânticas de definitude e animacidade / This thesis describes and analyzes the argument structure and verbal classes of the Dâw language (Nadahup family, Amazon). We studied the verbs of that language from the semantic and syntactic perspective, identifying classes and subclasses according to the morphosyntactic behavior of verbal roots. Furthermore, we evaluated the descriptive and explanatory hypotheses of verb classes identified by Martins (2004), the first researcher to address Dâw morphosyntax. Our theoretical framework is the theory of argument structure developed by Hale & Keyser (2002), which proposes an analysis of the syntax and semantics of lexical items by means of the argument structure the pattern of structural relations between the head and its arguments within syntactical structures projected by the head itself. Through various language tests, including verbal valency alternation and judgment of (a)grammaticality, we reclassified the nine verb classes identified by Martins (2004) into three classes according to the verbal valency: the classes of intransitive verbs, transitive verbs and bitransitive verbs. Martins (2004) states that, in the sentence, the verbs may change in tone due to the presence of a transitivizing or intransitivizing tonal morpheme. However, we show in this paper that the tonal system of the language is predictable at the sentence level. Thus, regardless of the valency-increasing process involved, we realized that the tonal change of verbs arises due to the phonological phrasing of sentences. Regarding the transitivization process, subclasses of intransitive verbs were identified: alternating and non-alternating verbs. The restrictions on alternation are due to the argument structure of each verb type. In the case of unaccusative or alternating intransitive verbs, we observed that they are formed from a composite dyadic structure, projecting an internal specifier and a complement, which allows them to switch between intransitive and transitive forms. In the case of non-alternating verbs we found three patterns: denominal and unergative verbs, based on a monadic argument structure (that does not project internal specifier) that prevents alternation; non-alternating unaccusative verbs based on a monadic structure that takes a basic dyadic structure as a complement verbs of this type do not alternate because they are not formed by a dyadic structure, but contain such a structure n e jectiv l ve bs, f me f m c p l ve b th t t kes n jective s complement. Since the root and verbal head have full (non-empty) phonological content, no conflation is possible between head and root, which prevents the formation of the verbal predicate. This structure explains the agrammaticality of these verbs with regard to the automatic transitivization process. We also tested the syntax and semantics of intransitivization (inchoative constructions, passive, reflexive and middle voices). In general, we found that there is no specific morphology for constructing middle, inchoative or anticausative sentences. There are no passives in Dâw; in place of this voice, the speakers form sentences that are inchoative or have a subspecified subject. Reflexive sentences are created using reflexive pronouns in the position of the object of the sentence. Finally, we found that direct objects of transitive sentences are marked by the {-uuy\'} morpheme analyzed by us as DOM. Its use is subject to semantic constraints of definiteness and animacy
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Não-finitude em Karitiana: subordinação versus nominalização / Non-finiteness in Karitiana: subordination versus nominalizationSilva, Ivan Rocha da 02 May 2016 (has links)
A meta da presente tese é analisar as orações não-finitas em Karitiana. Esta é uma língua Ameríndia falada atualmente por 400 pessoas que habitam a Terra Indígena Karitiana. A reserva Karitiana está localizada a 95 quilômetros ao sul da área urbana de Porto Velho, Rondônia, Brasil. A língua é a única representante do ramo Arikém, família Tupi. A presente pesquisa investiga as diferenças entre as orações subordinadas que funcionam como orações subordinadas adverbiais, relativas e completivas, bem como a nominalização oracional e as orações infinitivas marcadas pelos sufixos e , respectivamente. Apesar de a língua não apresentar morfologia de tempo, modo ou concordância em subordinadas, ela possui várias outras características, tais como núcleos aspectuais, voz, variação na ordem de palavras (SOV ou OSV), morfologia de foco do objeto, o que sugere que se trata subordinação e não nominalização (Storto 1999, Storto 2012, Vivanco 2014). Mostramos ainda que as orações encaixadas Karitiana podem ser modificadas por advérbios, negação e evidenciais que estão associados a orações ou sintagmas verbais. Esta pesquisa levantou uma discussão que tem sido amplamente abordada na literatura sobre as orações subordinadas nãofinitas em línguas Ameríndias. A literatura sobre essas orações não-finitas mostra que muitos autores que assumem que elas são nominalizações utilizam dois argumentos: (1) a falta de traços finitos e (2) o fato de algumas línguas exibirem marcas de caso. Os argumentos com base no item (2) supramencionado não parece muito convincentes para assumirmos uma análise de nominalização em Karitiana, visto que orações subordinadas finitas em várias línguas podem ser usadas como complemento verbal e receber marcas de caso. A nossa análise apresentada nesta tese assume que a falta de traços finitos não significa necessariamente que estas orações sejam nominalizadas porque elas exibem em suas estruturas várias características de orações ativas, tais como núcleos funcionais de voz, aspecto, advérbios, negação e evidenciais. Tipologicamente, esses núcleos funcionais estão associados a orações ou a sintagmas verbais. E, internamente à língua, eles estão também relacionados a orações ou a sintagmas verbais tanto em ambientes finitos quanto em ambientes não-finitas. / The main aim of this dissertation is to analyze non-finite clauses in Karitiana. Karitiana is an endangered Amerindian language spoken today by approximately 400 people who live in a reservation located 59 miles south of the urban area of Porto Velho, the capital of the state of Rondônia, Brazil (Amazonian region). The language is the unique representative of the Arikém branch, one of the ten linguistic groupings identified inside the Tupian family. The current research investigates differences among embedded clauses that function as adverbial, relative, and complement clauses in Karitiana, as well as nominalization and infinitival embedding marked respectively by the suffixes and . Even though subordinate clauses in Karitiana do not display any finite morphology of agreement, tense, or mood, it is true that the language shows many other functional heads such as morphemes of causativization, passivization, and object focus construction, as well as aspectual nuclei, and word order variation (SOV, OSV), suggesting that they are clauses and not nominalizations (Storto 1999; Vivanco 2014). Furthemore, we show that Karitiana embedded clauses can be modified by adverbs, negation and evidentials that are associated with clauses or verbal phrases. The literature on non-finite clauses in Amerindian languages shows that many specialists in these languages have claimed that these clauses are nominalized based on two arguments: (1) lack of finite traits and (2) the fact that some of these languages display case-marking. The argument that the presence of case-marking in subordination characterizes them as nominalizations seems to be unconvincing because finite subordinate clauses in several languages can be used as verbal complement and can be marked with case. In our analysis, the lack of finite features also does not necessarily mean that these clauses are nominalizations, since Karitiana subordinate clauses exhibit other properties of active clauses such as functional heads: voice, aspect, adverbs, negation, and evidentials. Typologically, these functional heads are associated with clauses and, internally to the language, they are also correlated with clauses and verbal phrases, functioning either in matrix clauses or in subordinate clauses.
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Formação e interpretação dos verbos denominais do português do Brasil / Training and interpretation of the denominal verbs of the portuguese of BrazilBassani, Indaiá de Santana 01 July 2009 (has links)
Em uma visão etimológica, o Verbo Denominal (VD) é aquele verbo que surgiu historicamente a partir de uma base nominal. Os dicionários consideram que um verbo é denominal quando sua forma nominal cognata tem uma datação anterior nos registros da língua. Há, dessa forma, duas maneiras de tratar a relação entre nome e verbo: em uma perspectiva sincrônica ou diacrônica. Como há certa mistura no tratamento do fenômeno, faz-se necessária uma distinção entre critérios etimológicos e sincrônicos para a determinação do que é um verbo denominal. No presente trabalho, buscamos encontrar critérios formais e sincrônicos para saber quais verbos diacronicamente considerados como denominais podem também ser assim considerados em uma análise sincrônica de formação das palavras e em quais casos há razões comprovadas para propor o abandono do rótulo denominal. Partimos de uma amostra de 4.548 verbos etimologicamente denominais do português, retirados do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, e a restringimos por critérios de frequência a 95 verbos, que constituíram de fato o objeto de análise do estudo. Submetemos todos os verbos a testes estruturais de formação de sentenças sugeridos por Kyparsky (1987), Hale & Keyser (2002) e Arad (2003), a saber: Alternância Causativo-incoativo (Teste1); Alternância Média (Teste 2); Presença de Expressão Perifrástica (Teste 3); Presença de Objeto Cognato (Teste 4); Presença de Adjunto Cognato (Teste 5); Presença de Adjuntos Hipônimos e Hiperônimos (Teste 6). As sentenças foram submetidas a julgamento de 40 falantes nativos de português brasileiro. Os resultados apontaram para uma heterogeneidade no comportamento da classe geral dos VDs. Em suma, há um grupo para os quais os testes indicam uma etapa nominal (gramaticalidade para testes 3,(4),5 e 6) e um outro grupo para os quais os testes não indicam a presença de uma etapa nominal na formação (agramaticalidade para testes 3,5 e 6). Há verbos que participam e não participam de alternâncias (gramaticalidade e agramaticalidade para testes 1 e 2) e, por fim, há um grupo de verbos em que uma acepção remete a uma etapa nominal e outra acepção remete a ausência de etapa nominal. Após observar alternativas de análise em teorias lexicalistas de regras de formação de palavras (Basílio, 1993) e sintaxe-lexical (Hale & Keyser, 2002), conseguimos diferenciar estruturas com uma etapa nominal (denominais) de estruturas derivadas diretamente da raiz com base nos pressupostos da teoria da Morfologia Distribuída (Halle & Marantz, 1993; Harley & Noyer, 1999), mais especificamente Arad (2003), Marantz (2008) e Harley (2005). Conseguimos representar estruturalmente os diferentes tipos de (supostos) VDs no que se refere ao seu comportamento sintático e sua relação semântica com os (supostos) nomes formadores. Em primeiro lugar, tratamos dois grandes grupos: o primeiro contém os verbos que são formados a partir da categorização de uma raiz por um nome (n) e, em seguida, por um verbo (v) (estruturas denominais sincrônicas) e o segundo por verbos que são formados pela categorização direta de uma raiz () por um verbo (v) (estruturas não-denominais). No primeiro grupo, o dos denominais, observamos diferenças no comportamento sintático e sugerimos para eles diferentes tipos de estruturas: de alternância, de não-alternância e location/locatum. Em seguida, discutimos dois tipos de fenômenos que culminam na formação tanto de verbos denominais quanto de verbos derivados diretamente da raiz para aqueles que parecem, em princípio, tratar-se de um só verbo (verbos com estruturas denominais e estruturas de maneira e Mesmo verbo com comportamentos opostos). Por fim, a maior contribuição teórica deste trabalho está em que avançamos no esclarecimento da diferença entre uma formação sincrônica e diacrônica de palavras, mostrando que nem sempre a explicação histórica é a única possível. / From an etymologycal point of view, the Denominal Verb is the one that derives historically from a nominal base. Dictionaries consider a verb as denominal when its cognate nominal form is older than the verbal one in language records. Thus, there are two ways of treating what is called denominal verb, regarding the relation between the noun and the verb: from a synchronic or from a dyachronic perspective. Since the description of this class is rather misleading, it is necessary to make a distinction between etymological and synchronic criteria in the definition of what a denominal verb is. For these reasons, the aim of this work is i) to find out synchronic and formal criteria to know which denominal verbs, from a diachronic point of view, can also be considered as such under a synchronic analysis of word formation and ii) in which cases can real reasons be found for the abandonment of the label denominal. We started from a sample of 4.548 etymologically denominal verbs in Portuguese, collected from Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, and, due to a frequency criteria, we reduced it to 95 verbs that constitute, in fact, the object of this study. We submmited all the verbs to structural tests of sentence formation suggested by Kyparsky (1987), Hale & Keyser (2002) and Arad (2003), namely: Inchoative- Causative Alternation (Test 1); Middle Alternation (Test 2); Presence of Periphrastic Expression (Test 3); Presence of Cognate Object (Test 4); Presence of Cognate Adjunct (Test 5); Presence of Hiponimous and Hiperonimous Adjunction (Test 6).The sentences were submitted to the judgement of 40 native speakers of Brazilian Portuguese. The results pointed to heterogeneity in the behaviour of the general class of denominal verbs. To sum up, there is a group of verbs to which the tests indicated a nominal stage in the derivation of the verb (grammaticality for tests 3 (4), 5 and 6) and another group of verbs to which the tests did not indicate the presence of that nominal stage (agrammaticality for tests 3, 5 and 6). There are verbs that do and do not participate in alternations (gramaticality and agramaticality for tests 1 and 2) and, finally, there is a group of verbs for which one meaning indicates a nominal stage and the other meaning indicates the absence of such a nominal stage. After observing some analysis under lexicalist theories based on word formation rules (Basílio, 1993) or under lexico-syntactic approaches such as Hale & Keyser (2002), we could offer an analysis under which it is possible to distinguish the so-called denominal verbs in two classes: i) those represented by structures that include a nominal stage in the derivation (denominals), ii) those represented by structures in which the verb is derived directly from roots. This analysis is based on the Distributed Morphology model (Halle & Marantz, 1993; Harley & Noyer, 1999), more specifically, on Arad (2003), Marantz (2008) and Harley (2005). Our first step was to separate the two big groups: the first containing verbs that are derived from the categorization of a root () by a noun (n) and, then, by a verb (v) (synchronic denominal structures), and the second group containing verbs that are derived from the direct categorization of a root () by a verb (v) (non-denominal structures). In the first group, the denominal one, we observed that the sentences containing such verbs presented different syntactic behaviors and we suggested different kinds of structures: alternating, non-alternating and location/locatum. In sequence, we discussed some verbs that led us to suggest that they can be formed either as denominal verbs or as root-derived ones. We could then represent the structure of different types of so-called denominal verbs regarding their syntactic behavior and the relation they establish with the noun formed by the same root. Finally, the major theoretic contribution of this work is that we improved in clarifying the difference between a synchronic and a dyachronic word formation process, showing that the historical explanation is not always the single possibility.
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A estrutura argumental da língua karitiana: desafios descritivos e teóricos / Argument structure in Karitiana: theoretical and descriptive challengesSilva, Ivan Rocha da 13 September 2011 (has links)
Esta dissertação tem por objetivo descrever a estrutura argumental da língua Karitiana (grupo Tupi, família Arikém, aproximadamente 400 falantes) em uma perspectiva descritiva e teórica. Nesse trabalho, buscou-se o desafio de descrever as classes verbais da língua com base em uma teoria formal: a teoria de estrutura argumental de Hale e Keyser (2002). O trabalho encontra-se dividido em duas partes. Na parte I, descreve-se a morfossintaxe das classes verbais. Na parte II, foram analisadas, em termos de estrutura argumental, as evidências morfossintáticas notadas no padrão verbal. A segunda parte, ainda, oferece uma análise preliminar para a estrutura passiva impessoal em Karitiana, dentro da teoria Gerativa. A transitivização, a passivização, a construção de cópula e o padrão de concordância funcionam como evidências morfossintáticas para descrever classes verbais na língua. Todos os verbos intransitivos podem ser afetados pela causativização sintética (transitivização) através de um morfema causativo que permite a adição de um argumento externo (o sujeito agente ou causa) a uma sentença intransitiva, tornando-a transitiva. Através do morfema de passiva impessoal em Karitiana, é possível transformar um verbo biargumental em monoargumental, apagando o sujeito original da sentença transitiva. O morfema de passiva é adicionado apenas a um verbo minimamente biargumental ou a um verbo intransitivo que tenha sido antes transitivizado via . A construção de cópula nesta língua apresenta uma estrutura bioracional (S Copula minioração) em que a cópula toma como complemento uma minioração. No núcleo desta minioração, pode entrar apenas um verbo intransitivo, um adjetivo ou um nome. O padrão de concordância ergativo-absolutiva é o último diagnóstico utilizado como evidência de valência na língua. Com base nestas evidências, foram descritas três classes verbais: uma classe de verbos intransitivos (formada por 3 subclasses: composta de intransitivos comuns, de intransitivos com objeto oblíquo e sujeito experienciador e, por último, a subclasse de intransitivos locativos), uma classe de verbos transitivos e uma terceira classe composta por verbos bitransitivos. Esta última tem um objeto direto com papel semântico ALVO e um objeto indireto, marcado obliquamente (com a posposição ty) com papel TEMA. Os verbos intransitivos com objeto oblíquo apresentam um comportamento especial, comportando-se, morfossintaticamente e em termos de alternância, como os demais intransitivos, mas projetando em sua estrutura um complemento oblíquo, o que leva a considerar que eles são sintaticamente intransitivos e semanticamente transitivos. Concluimos que todos os verbos intransitivos nesta língua têm o comportamento de verbos inacusativos do tipo alternante. Na proposta de Hale e Keyser, os verbos são formados, estrutural e hierarquicamente, a partir de duas estruturas básicas (monádica e diádica) nucleadas pelos núcleos verbais (V1 e V2). Deste modo, os verbos do Karitiana descritos como intransitivos são analisados como verbos diádicos compostos, em conformidade com suas propriedades alternantes. Os verbos intransitivos com objeto oblíquo e aqueles verbos intransitivos locativos foram analisados como verbos diádicos compostos com complemento oblíquo (P-complemento). Os verbos bitransitivos são analisados como diádicos básicos. Apenas os verbos transitivos em Karitiana podem ser analisados como verbos monádicos. / This masters thesis aims to describe the argument structure in Karitiana (Tupi branch, Arikém family, about 400 speakers) both in a theoretical and in a descriptive perspective. In this work, the challenge is to describe the verb classes identified in Karitiana in the formal theory of argument structure proposed by Hale and Keyser (2002). The work is divided in two parts. In Part I, the morphosyntax of the verb classes is described. In Part II, the verb patterns were analyzed in terms of their argument structure. Still in this part, a preliminary analysis of the structure of the impersonal passive is presented, inside the Generativist framework. All instransitive verbs may be affected by the synthetic causativization (transitivization) in which a causative morpheme allows the addition of an external argument (the subject) to an intransitive sentence, transitivizing it. By the use of the impersonal passive in Karitiana it is possible to turn a bi-argumental verb into a mono-argumental one, causing the demotion of the initial subject and the promotion of the initial object to subject of the passive. The passive morpheme is added only to a transitive verb or to an intransitive verb which has been first transitivized via . The copular construction in Karitiana presents a biclausal structure (Subject + copular verb + small clause) in which the copular verb selects a small clause as its complement. Copular verbs can only select complements headed by nouns, adjectives or intransitive verbs. If a transitive verb is added to the head of the small clause, the sentence is ungrammatical. However, if a transitive verb has undergone a passivization process via , that verb may be the head of the small clause. The ergative-absolutive agreement pattern is also used as evidence of valency in Karitiana. Based on this evidence, three verbal classes were described: a large class of intransitive verbs (with three subclasses, one of common intransitive verbs, another of intransitive verbs with oblique objects and experiencer subjects, and one of intransitive locatives), a class of transitive verbs, and a third class of ditransitive verbs. The latter presents a direct object with the semantic role GOAL, whereas the indirect object is a THEME, marked as oblique (with the postposition ty). These intransitive verbs with an oblique object are part of a special subclass of intransitives because they behave, in terms of morphosyntax and valency, as other intransitive verbs, but they also project in their structure an oblique complement; it seems to be the case that they are syntactically intransitive and semantically transitive. We conclude that all intransitive verbs in Karitiana have the behavior of unaccusative verbs that may alternate. In Hale and Keysers proposal, verbs are formed, in structural and hierachical terms, from two basic structures (monadic and dyadic) headed by the verbal heads (V1 and V2). Thus, the Karitiana verbs described as common intransitives are analyzed as dyadic because of their alternation properties. The intransitives with oblique objects and the locative intransitives were analyzed as composite dyadic with oblique complements (P-complements). The ditransitive verbs are analyzed as basic dyadic, and only the transitive verbs in Karitiana may be analyzed as projecting monadic argument structures.
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Formação e interpretação dos verbos denominais do português do Brasil / Training and interpretation of the denominal verbs of the portuguese of BrazilIndaiá de Santana Bassani 01 July 2009 (has links)
Em uma visão etimológica, o Verbo Denominal (VD) é aquele verbo que surgiu historicamente a partir de uma base nominal. Os dicionários consideram que um verbo é denominal quando sua forma nominal cognata tem uma datação anterior nos registros da língua. Há, dessa forma, duas maneiras de tratar a relação entre nome e verbo: em uma perspectiva sincrônica ou diacrônica. Como há certa mistura no tratamento do fenômeno, faz-se necessária uma distinção entre critérios etimológicos e sincrônicos para a determinação do que é um verbo denominal. No presente trabalho, buscamos encontrar critérios formais e sincrônicos para saber quais verbos diacronicamente considerados como denominais podem também ser assim considerados em uma análise sincrônica de formação das palavras e em quais casos há razões comprovadas para propor o abandono do rótulo denominal. Partimos de uma amostra de 4.548 verbos etimologicamente denominais do português, retirados do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, e a restringimos por critérios de frequência a 95 verbos, que constituíram de fato o objeto de análise do estudo. Submetemos todos os verbos a testes estruturais de formação de sentenças sugeridos por Kyparsky (1987), Hale & Keyser (2002) e Arad (2003), a saber: Alternância Causativo-incoativo (Teste1); Alternância Média (Teste 2); Presença de Expressão Perifrástica (Teste 3); Presença de Objeto Cognato (Teste 4); Presença de Adjunto Cognato (Teste 5); Presença de Adjuntos Hipônimos e Hiperônimos (Teste 6). As sentenças foram submetidas a julgamento de 40 falantes nativos de português brasileiro. Os resultados apontaram para uma heterogeneidade no comportamento da classe geral dos VDs. Em suma, há um grupo para os quais os testes indicam uma etapa nominal (gramaticalidade para testes 3,(4),5 e 6) e um outro grupo para os quais os testes não indicam a presença de uma etapa nominal na formação (agramaticalidade para testes 3,5 e 6). Há verbos que participam e não participam de alternâncias (gramaticalidade e agramaticalidade para testes 1 e 2) e, por fim, há um grupo de verbos em que uma acepção remete a uma etapa nominal e outra acepção remete a ausência de etapa nominal. Após observar alternativas de análise em teorias lexicalistas de regras de formação de palavras (Basílio, 1993) e sintaxe-lexical (Hale & Keyser, 2002), conseguimos diferenciar estruturas com uma etapa nominal (denominais) de estruturas derivadas diretamente da raiz com base nos pressupostos da teoria da Morfologia Distribuída (Halle & Marantz, 1993; Harley & Noyer, 1999), mais especificamente Arad (2003), Marantz (2008) e Harley (2005). Conseguimos representar estruturalmente os diferentes tipos de (supostos) VDs no que se refere ao seu comportamento sintático e sua relação semântica com os (supostos) nomes formadores. Em primeiro lugar, tratamos dois grandes grupos: o primeiro contém os verbos que são formados a partir da categorização de uma raiz por um nome (n) e, em seguida, por um verbo (v) (estruturas denominais sincrônicas) e o segundo por verbos que são formados pela categorização direta de uma raiz () por um verbo (v) (estruturas não-denominais). No primeiro grupo, o dos denominais, observamos diferenças no comportamento sintático e sugerimos para eles diferentes tipos de estruturas: de alternância, de não-alternância e location/locatum. Em seguida, discutimos dois tipos de fenômenos que culminam na formação tanto de verbos denominais quanto de verbos derivados diretamente da raiz para aqueles que parecem, em princípio, tratar-se de um só verbo (verbos com estruturas denominais e estruturas de maneira e Mesmo verbo com comportamentos opostos). Por fim, a maior contribuição teórica deste trabalho está em que avançamos no esclarecimento da diferença entre uma formação sincrônica e diacrônica de palavras, mostrando que nem sempre a explicação histórica é a única possível. / From an etymologycal point of view, the Denominal Verb is the one that derives historically from a nominal base. Dictionaries consider a verb as denominal when its cognate nominal form is older than the verbal one in language records. Thus, there are two ways of treating what is called denominal verb, regarding the relation between the noun and the verb: from a synchronic or from a dyachronic perspective. Since the description of this class is rather misleading, it is necessary to make a distinction between etymological and synchronic criteria in the definition of what a denominal verb is. For these reasons, the aim of this work is i) to find out synchronic and formal criteria to know which denominal verbs, from a diachronic point of view, can also be considered as such under a synchronic analysis of word formation and ii) in which cases can real reasons be found for the abandonment of the label denominal. We started from a sample of 4.548 etymologically denominal verbs in Portuguese, collected from Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, and, due to a frequency criteria, we reduced it to 95 verbs that constitute, in fact, the object of this study. We submmited all the verbs to structural tests of sentence formation suggested by Kyparsky (1987), Hale & Keyser (2002) and Arad (2003), namely: Inchoative- Causative Alternation (Test 1); Middle Alternation (Test 2); Presence of Periphrastic Expression (Test 3); Presence of Cognate Object (Test 4); Presence of Cognate Adjunct (Test 5); Presence of Hiponimous and Hiperonimous Adjunction (Test 6).The sentences were submitted to the judgement of 40 native speakers of Brazilian Portuguese. The results pointed to heterogeneity in the behaviour of the general class of denominal verbs. To sum up, there is a group of verbs to which the tests indicated a nominal stage in the derivation of the verb (grammaticality for tests 3 (4), 5 and 6) and another group of verbs to which the tests did not indicate the presence of that nominal stage (agrammaticality for tests 3, 5 and 6). There are verbs that do and do not participate in alternations (gramaticality and agramaticality for tests 1 and 2) and, finally, there is a group of verbs for which one meaning indicates a nominal stage and the other meaning indicates the absence of such a nominal stage. After observing some analysis under lexicalist theories based on word formation rules (Basílio, 1993) or under lexico-syntactic approaches such as Hale & Keyser (2002), we could offer an analysis under which it is possible to distinguish the so-called denominal verbs in two classes: i) those represented by structures that include a nominal stage in the derivation (denominals), ii) those represented by structures in which the verb is derived directly from roots. This analysis is based on the Distributed Morphology model (Halle & Marantz, 1993; Harley & Noyer, 1999), more specifically, on Arad (2003), Marantz (2008) and Harley (2005). Our first step was to separate the two big groups: the first containing verbs that are derived from the categorization of a root () by a noun (n) and, then, by a verb (v) (synchronic denominal structures), and the second group containing verbs that are derived from the direct categorization of a root () by a verb (v) (non-denominal structures). In the first group, the denominal one, we observed that the sentences containing such verbs presented different syntactic behaviors and we suggested different kinds of structures: alternating, non-alternating and location/locatum. In sequence, we discussed some verbs that led us to suggest that they can be formed either as denominal verbs or as root-derived ones. We could then represent the structure of different types of so-called denominal verbs regarding their syntactic behavior and the relation they establish with the noun formed by the same root. Finally, the major theoretic contribution of this work is that we improved in clarifying the difference between a synchronic and a dyachronic word formation process, showing that the historical explanation is not always the single possibility.
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Sentenças bitransitivas do português do Brasil revisitas à luz da teoria de núcleos funcionais aplicativos / Ditransitive sentences of Portuguese in Brazil Revisited in the Light of the Theory of Functional Core ApplicationsArmelin, Paula Roberta Gabbai 03 February 2011 (has links)
Este trabalho revisita as sentenças bitransitivas do Português do Brasil (PB) a partir de dois aspectos que consideramos ser fundamentais para descrever e explicar a bitransitividade nessa língua: (a) a possibilidade de alternância entre as preposições a e para na introdução do elemento indireto e (b) a possibilidade de alternância na ordem dos complementos do predicado verbal. Nesse mesmo sentido, surgem como questão os dados do dialeto falado no português da Zona da Mata Mineira (PBM), já atestado e investigado em Scher (1996), em que verificamos a possibilidade de omissão da preposição, mas uma manutenção da possibilidade de alternância da ordem dos complementos verbais. Para dar conta do primeiro aspecto em questão, apoiamo-nos na proposta de núcleos funcionais Aplicativos introdutores de argumento nos moldes de Pylkkänen (2002). A escolha teórica se justifica pelo fato de a presença da preposição a gerar sentenças não-ambíguas em que uma relação semântica de transferência de posse, representada por um Aplicativo Baixo, nos termos de Pylkkänen (2002), é estabelecida entre os dois complementos verbais. A escolha da preposição para, por outro lado, gera sentenças ambíguas entre essa mesma relação de transferência de posse e o estabelecimento de uma espécie de beneficiário do evento, esse último representado por um Aplicativo Alto, também nos termos de Pylkkänen (2002). A partir daí, propomos que os argumentos de um verbo bitransitivo são inseridos via uma projeção funcional que licencia ambos os elementos e estabelece a relação semântica adequada entre eles. Para o PB, a nossa proposta é a de que a preposição seja a realização fonológica do núcleo da projeção Aplicativa. Mais especificamente para a variante do PBM, a nossa análise é a de que o mesmo núcleo Aplicativo esteja presente, sem a realização fonológica da preposição, mas com a mesma constituição de traços formais das sentenças do PB. A hipótese que daí se segue é que uma operação morfológica, sem consequências sintáticas, seja responsável pela ausência dessa preposição. Um modelo teórico separacionista, em que a sintaxe trabalha com traços formais e não fonológicos e em que a inserção de fonologia acontece depois de operações sintáticas e morfológicas, tal como a Morfologia Distribuída (Halle & Marantz, 1993), surge, então, como perspectiva de análise. Para dar conta da possibilidade de alternância na ordem dos complementos em sentenças bitransitivas do PB e do PBM, propomos, então, que aspectos informacionais sejam responsáveis pelo licenciamento dessas estruturas. Sugerimos, com Scher (1996), que a ordem VPPNP, no PB e, possivelmente, VNPNP, no PBM, em entonação normal, revela o caráter de Tópico do elemento colocado entre o verbo e o objeto direto e, assim, finalizamos nossa proposta apoiadas em Armelin (2009), em especial, no quadro teórico do modelo cartográfico, nos moldes de Rizzi (1997) e Belletti (2002). Esses autores, explodindo respectivamente CP e a periferia de VP, encontram aí crucialmente posições informacionais de Foco e Tópico. A nossa proposta, nesse sentido, é a de que o aspecto informacional, a saber, a movimentação de um elemento para a posição de especificador da projeção de Tópico, será responsável pelo licenciamento da ordem VPPNP nos dados do PB. / This work revisits ditransitive sentences in Brazilian Portuguese (BP) guided by two fundamental aspects on the description and explanation of the ditransitivity in this language: (a) the possibility of the alternation between the prepositions a (to) and para (for) in the introduction of the indirect element and (b) the possibility of alternation in the order of the verbal predicate complements. In this sense, the data of a Brazilian dialect spoken at the Zona da Mata Mineira (PBM), attested and investigated in Scher (1996), emerge as a question. In this dialect it is possible to omit the preposition even if the possibility of verbal complements order alternation is maintained. The investigation of the first aspect is based in the theory of functional Applicative heads proposed by Pylkkänen (2002). This theoretical choice is justified by the fact that the a (to) preposition creates non ambiguous sentences in which a semantic relation of possession transference, represented by a Low Applicative (Pylkkänen, 2002), is established between the two complements of a ditransitive predicate. The presence of the para (for) preposition, creates ambiguous sentences between the possession transference relation and the establishment of an event beneficiary, this last one represented, in Pylkkänen (2002), by a High Applicative. This work proposes that the arguments of a ditransitive predicate is inserted by a functional projection that licenses both elements and performs the right semantic relation between then. For the PB, its proposed that the preposition is the head of such functional projection. Specifically for the PBM data, this work proposes that the very same functional projection is present, without the phonological realization of the preposition, but with the same morphosyntactic traces constitution. A morphological operation, without syntactic consequences, is responsible for the absence of this preposition The investigation of the possible alternation in the order of the complements in the PB and PBM ditransitive sentences is based on informational aspects. It is suggested, with Scher (1996), that de VPPNP order revels the Topic function of the element located between the verb and the direct object. The structre proposed to this word order is based in the cartographic model, specifically in Rizzi (1997) and Belletti (2002). These authors, exploding CP and the periphery of VP respectively, propose the existence of informational positions, like Focus and Topic. Our hypothesis, then, is that the movement of an element to the Topic specifier position is responsible for the grammaticality of the order VPPNP in BP data.
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Introduzindo argumentos: uma proposta para as sentenças ditransitivas do português brasileiro / Introducing arguments: the case of ditransitives in Brazilian PortugueseCalindro, Ana Regina Vaz 03 November 2015 (has links)
O objetivo desta tese é discutir uma mudança diacrônica na introdução dos argumentos indiretos das sentenças ditransitivas do português brasileiro (PB). Desde o século XIX, o PB iniciou uma reanálise das estratégias possíveis para a introdução de seus objetos indiretos (OI), generalizando o uso da preposição lexical para em detrimento da preposição a, nos contextos de verbos ditransitivos de movimento, transferência e criação dar, enviar, preparar, respectivamente. Ao mesmo tempo em que essa mudança ocorreu, a expressão morfológica do argumento dativo representada pelo clítico dativo de terceira pessoa lhe(s) também foi substituída por outras estratégias, tais como objetos pronominais para / a ele(s)/ ela(s) (cf. Gomes, 2003; Freire, 2005; Torres Morais & Berlinck, 2006, 2007; Torres Morais & Salles 2010). Com o intuito de apresentar uma análise abrangente desse processo de mudança histórica no PB, analisei um corpus jornalístico composto por 223 primeiras capas da Folha de São Paulo escritas entre as décadas de 1920 e 2010, recolhidas do livro 90 anos de história nas capas mais importantes da Folha. Dessa forma, o PB não possui mais a expressão de caso dativo, nem através da preposição funcional a, nem do clítico dativo lhe(s), portanto assumo nesta tese que, diferentemente do PE, a introdução dos argumentos indiretos em PB não pode ser feita através de núcleos aplicativos. Assim sendo, o PB passou de um tipo de língua que apresentava evidência de Caso dativo para uma variante na qual apenas Caso oblíquo é atribuído ao OI por meio de preposições transitivas lexicais. Desse modo, proponho que os argumentos indiretos em PB são introduzidos por uma projeção pP (cf. Svenonius 2003, 2004, 2007; Wood 2012). / The aim of this paper is to discuss a diachronic change in the introduction of indirect arguments in Brazilian Portuguese (BP). Since the 19th century, BP has initiated a reanalysis of the possible strategies to head indirect objects (IO) by generalizing the use of the full preposition para to instead of the preposition a in ditransitive sentences with verbs of movement, transfer and creation as dar give, enviar send and preparar prepare, respectively. Alongside with the substitution of the prepositions stated above, the morphological notation of the dative argument - represented by the third person clitic lhe(s) has also been replaced by other strategies, such as 3rd person pronouns preceded by para - para ele(s)/ ela(s) to him/ her/ them (cf. Gomes, 2003; Freire,2005; Torres Morais & Berlinck, 2006, 2007; Torres Morais & Salles 2010). Hence, in order to make a more thorough analysis of this historical change in BP, I analyzed a corpus of first pages from a Brazilian newspaper, Folha de São Paulo collected in the monograph 90 anos de história nas capas mais importantes da Folha (90 years of History through the most important cover pages of Folha), which spans the 20th century with 223 covers from 1920 to 2010. Hence, as BP cannot express the dative case anymore, nor via a functional preposition, nor by its morphologic counterpart (the dative clitic lhe), it has also lost the possibility of introducing dative elements in its argument structure by an applicative head. Thus, BP has shifted from a type of language which has evidence for Case, as EP, to one where Case is assigned via lexical prepositions. Consequently, I assume that the indirect arguments in BP are always headed by a lexical preposition and are introduced in the argument structure via a p head (cf. Svenonius 2003, 2004, 2007 and Wood 2012).
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A expressão da estrutura argumental dos nomes derivadosSantana, Liliane [UNESP] 17 January 2005 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2014-06-11T19:22:20Z (GMT). No. of bitstreams: 0
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santana_l_me_sjrp.pdf: 435036 bytes, checksum: 18518bf24753faa20811f2e12e9ec63a (MD5) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Com base num baixo preenchimento argumental nas construções derivadas, este trabalho busca explicações para essa natureza controversa da estrutura argumental das nominalizações mediante análise da relação entre propriedades sintático-semânticas decorrentes da estrutura valencial das nominalizações e a natureza informacional de seus constituintes argumentais. O universo de investigação consiste num corpus constituído por inquéritos de Elocução Formal (EF), Diálogo entre Informante e Documentador (DID) e Diálogos entre Dois Informantes (D2) do Projeto NURC-SP (Castilho & Preti, 1986), e o processamento quantitativo dos dados é feito eletronicamente mediante o uso do pacote estatístico VARBRUL. Os resultados obtidos confirmam o baixo preenchimento argumental da nominalização; entretanto, mostram que o que determina a expressão argumental não é nenhum fator necessariamente formal, mas o estatuto informacional dos referentes envolvidos. Com efeito, caso sirva para introduzir um novo referente no discurso, o argumento respectivo deverá vir expresso; caso a função do nome derivado seja retomar uma informação, os argumentos da predicação input poderão ser expressos ou não, dependendo das condições textuais. Trata-se afinal de formas alternativas de expressão formal motivada por necessidades comunicativas de natureza pragmática. Com relação à expressão argumental, os resultados mostram que os argumentos recebem preferentemente o formato de um sintagma-de, e, havendo dois argumentos para serem expressos, é A2 na forma de sintagma-de que predomina. Uma vez mais, a confirmação desse fato tem um forte correlato pragmático, já que o argumento interno é normalmente dotado de informação nova e o argumento externo, de informação dada. / On the basis of a real low frequency of argument structure filling, this work aims at explaining this controversial nature of argument structure of nominalizations by analyzing the relationship between the syntactic-semantic properties of valential structure of nominalizations and the informational status of its argumental constituents. The data consist of a sample extracted from the spoken material recorded from graduate informants by Urban Standard Norm Project (Projeto NURC)/Brasil) constituted by Formal Elocutions (EF), Dialogue between Informant and Documenter (DID) and Dialogue between Two Informants (D2) (Castilho & Preti, 1986) and the quantitative processing of data is made electronically by means of VARBRUL Program. The results confirm the low argument filling of nominalization; however they show that the argument expression it is not necessarily determined by a formal factor, but by the informational status of referents involved. In fact, if the function of the derived noun is to introduce a new referent in the discourse, the respective argument should be expressed; if its function is to resume an information, the arguments of the input predication may be expressed or not, depending on the textual conditions. They consist of alternative formal expressions which are motivated by communicative needs of pragmatic nature. As to the argument expression, the results additionally show that the arguments preferentially take the form of an of-phrase, and if there are two arguments to be expressed, it is the second one in the of-phrase form which stays on. Once again the confirmation of this fact has a strong pragmatic correlation, since the internal argument usually presents a new information, and the external argument, a given information.
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Sentenças bitransitivas do português do Brasil revisitas à luz da teoria de núcleos funcionais aplicativos / Ditransitive sentences of Portuguese in Brazil Revisited in the Light of the Theory of Functional Core ApplicationsPaula Roberta Gabbai Armelin 03 February 2011 (has links)
Este trabalho revisita as sentenças bitransitivas do Português do Brasil (PB) a partir de dois aspectos que consideramos ser fundamentais para descrever e explicar a bitransitividade nessa língua: (a) a possibilidade de alternância entre as preposições a e para na introdução do elemento indireto e (b) a possibilidade de alternância na ordem dos complementos do predicado verbal. Nesse mesmo sentido, surgem como questão os dados do dialeto falado no português da Zona da Mata Mineira (PBM), já atestado e investigado em Scher (1996), em que verificamos a possibilidade de omissão da preposição, mas uma manutenção da possibilidade de alternância da ordem dos complementos verbais. Para dar conta do primeiro aspecto em questão, apoiamo-nos na proposta de núcleos funcionais Aplicativos introdutores de argumento nos moldes de Pylkkänen (2002). A escolha teórica se justifica pelo fato de a presença da preposição a gerar sentenças não-ambíguas em que uma relação semântica de transferência de posse, representada por um Aplicativo Baixo, nos termos de Pylkkänen (2002), é estabelecida entre os dois complementos verbais. A escolha da preposição para, por outro lado, gera sentenças ambíguas entre essa mesma relação de transferência de posse e o estabelecimento de uma espécie de beneficiário do evento, esse último representado por um Aplicativo Alto, também nos termos de Pylkkänen (2002). A partir daí, propomos que os argumentos de um verbo bitransitivo são inseridos via uma projeção funcional que licencia ambos os elementos e estabelece a relação semântica adequada entre eles. Para o PB, a nossa proposta é a de que a preposição seja a realização fonológica do núcleo da projeção Aplicativa. Mais especificamente para a variante do PBM, a nossa análise é a de que o mesmo núcleo Aplicativo esteja presente, sem a realização fonológica da preposição, mas com a mesma constituição de traços formais das sentenças do PB. A hipótese que daí se segue é que uma operação morfológica, sem consequências sintáticas, seja responsável pela ausência dessa preposição. Um modelo teórico separacionista, em que a sintaxe trabalha com traços formais e não fonológicos e em que a inserção de fonologia acontece depois de operações sintáticas e morfológicas, tal como a Morfologia Distribuída (Halle & Marantz, 1993), surge, então, como perspectiva de análise. Para dar conta da possibilidade de alternância na ordem dos complementos em sentenças bitransitivas do PB e do PBM, propomos, então, que aspectos informacionais sejam responsáveis pelo licenciamento dessas estruturas. Sugerimos, com Scher (1996), que a ordem VPPNP, no PB e, possivelmente, VNPNP, no PBM, em entonação normal, revela o caráter de Tópico do elemento colocado entre o verbo e o objeto direto e, assim, finalizamos nossa proposta apoiadas em Armelin (2009), em especial, no quadro teórico do modelo cartográfico, nos moldes de Rizzi (1997) e Belletti (2002). Esses autores, explodindo respectivamente CP e a periferia de VP, encontram aí crucialmente posições informacionais de Foco e Tópico. A nossa proposta, nesse sentido, é a de que o aspecto informacional, a saber, a movimentação de um elemento para a posição de especificador da projeção de Tópico, será responsável pelo licenciamento da ordem VPPNP nos dados do PB. / This work revisits ditransitive sentences in Brazilian Portuguese (BP) guided by two fundamental aspects on the description and explanation of the ditransitivity in this language: (a) the possibility of the alternation between the prepositions a (to) and para (for) in the introduction of the indirect element and (b) the possibility of alternation in the order of the verbal predicate complements. In this sense, the data of a Brazilian dialect spoken at the Zona da Mata Mineira (PBM), attested and investigated in Scher (1996), emerge as a question. In this dialect it is possible to omit the preposition even if the possibility of verbal complements order alternation is maintained. The investigation of the first aspect is based in the theory of functional Applicative heads proposed by Pylkkänen (2002). This theoretical choice is justified by the fact that the a (to) preposition creates non ambiguous sentences in which a semantic relation of possession transference, represented by a Low Applicative (Pylkkänen, 2002), is established between the two complements of a ditransitive predicate. The presence of the para (for) preposition, creates ambiguous sentences between the possession transference relation and the establishment of an event beneficiary, this last one represented, in Pylkkänen (2002), by a High Applicative. This work proposes that the arguments of a ditransitive predicate is inserted by a functional projection that licenses both elements and performs the right semantic relation between then. For the PB, its proposed that the preposition is the head of such functional projection. Specifically for the PBM data, this work proposes that the very same functional projection is present, without the phonological realization of the preposition, but with the same morphosyntactic traces constitution. A morphological operation, without syntactic consequences, is responsible for the absence of this preposition The investigation of the possible alternation in the order of the complements in the PB and PBM ditransitive sentences is based on informational aspects. It is suggested, with Scher (1996), that de VPPNP order revels the Topic function of the element located between the verb and the direct object. The structre proposed to this word order is based in the cartographic model, specifically in Rizzi (1997) and Belletti (2002). These authors, exploding CP and the periphery of VP respectively, propose the existence of informational positions, like Focus and Topic. Our hypothesis, then, is that the movement of an element to the Topic specifier position is responsible for the grammaticality of the order VPPNP in BP data.
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