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Avaliação da ADAMTS13 e de marcadores inflamatóriosem pacientes com Tromboembolismo venoso / Evaluation of ADAMTS13 and inflammatory markers in patients with venous thromboembolism

Fonseca, Bruna de Moraes Mazetto, 1987- 20 August 2018 (has links)
Orientador: Joyce Maria Annichino-Bizzacchi / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas / Made available in DSpace on 2018-08-20T16:00:11Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Fonseca_BrunadeMoraesMazetto_M.pdf: 657024 bytes, checksum: 715789e040378f27c5de278879f4535b (MD5) Previous issue date: 2011 / Resumo: Níveis elevados de marcadores inflamatórios e fatores de coagulação têm sido relacionados com a patogênese do TEV. Particularmente, a relação inversa entre o FVW e a atividade da ADAMTS13 já foi previamente descrita em pacientes com trombose arterial. Níveis de FVW também mostraram-se elevados durante processos inflamatórios e portanto, poderiam desempenhar um papel de ligação entre inflamação e coagulação nos pacientes com TEV. Objetivo: Avaliar a atividade da ADAMTS13 e do FVW e sua associação com marcadores inflamatórios e evolução clínica pós-trombótica em pacientes com TEV. Pacientes e Métodos: Setenta e sete pacientes com TEV, entre sete meses e seis anos após o episódio agudo, atendidos no Hemocentro de Campinas - UNICAMP foram incluídos neste estudo e 77 indivíduos normais foram selecionados como controles, pareados por idade, gênero, etnia e grupo sanguíneo. A atividade da ADAMTS13 e do FVW foram avaliados pela ligação do FVW ao colágeno, o dímero-D por turbidimetria, a PCR por nefelometria, TNF-'alfa', IL-6, IL-8, antígeno do FVW e da ADAMTS13 foram determinados por ELISA. A presença de trombo residual foi avaliada por ultrassom com Doppler e a SPT através da escala Villalta. Resultados: Trinta pacientes (39%) tiveram TEV causado por fatores de risco transitórios, especialmente pelo uso de anticoncepcional e 47 pacientes tiveram TVE espontâneo. A atividade inflamatória estava aumentada nos pacientes em comparação aos controles, demonstrada pelo aumento significativo dos níveis séricos de TNF-'alfa' and IL-6 nos primeiros (mediana= 2,25 vs 1,59pg/mL, P?0,001; 1,16 vs 0,98pg/ml, P=0,013, respectivamente). Os níveis de IL-8 e PCR foram similares entre os 2 grupos (mediana= 18,3 vs 18,27pg/mL, P=0,47; 0.21 vs 0,17mg/dL, P=0,29, respectivamente). Trinta e dois pacientes (42,8%) foram definidos como tendo um aumento da atividade coagulante, expressa pelo dímero-D > 0,55mg/dL. Nesse grupo de pacientes todos os marcadores inflamatórios como TNF-'alfa', IL-6, IL-8 and PCR, estavam significativamente aumentados quando comparados aos pacientes com dímero-D ? 0,55 mg/L (P=0,0057; 0,001; 0,0093 e 0,0075; respectivamente). A presença de SPT e trombo residual não foram associados ao aumento da atividade coagulante. A atividade da ADAMTS13 e os níveis séricos de IL-8 estavam aumentados em pacientes com SPT quando comparados aos pacientes sem SPT. Todos os marcadores inflamatórios e parâmetros da coagulação estudados foram similares em pacientes independentemente da presença do trombo residual. Conclusão: Este estudo sugere que exista atividade inflamatória e procoagulante nos pacientes mesmo após o episódio agudo do TEV, que, entretanto, não se mostrou estar relacionada com a persistência das seqüelas clínicas e radiológicas da TVP. Além disso, o aumento do FVW nos pacientes corrobora a hipótese de ativação crônica da inflamação. Neste contexto, o aumento observado da ADAMTS 13 poderia ser compensatório frente ao aumento crônico do FVW e poderia inclusive atuar com um mecanismo protetor contra a atividade pró-trombótica observada nestes pacientes / Abstract: Introduction: Increased levels of inflammatory markers and clotting factors have been related to the pathogenesis of VTE. Particularly, the inverse relation between VWF and ADAMTS13 activity has been previously described in patients with arterial thrombosis. VWF levels are also known to be increased during inflammatory processes and therefore could play a role linking the inflammatory and coagulation systems activities in patients with VTE. Objective: To evaluate the activity of ADAMTS13 and VWF in patients with VTE and its association with inflammatory markers and clinical outcome of post-thrombotic syndrome. Patients and methods: Seventy-seven patients with VTE, 7 months to six years after the acute episode, attended at the Hemocentro of Campinas - UNICAMP, were included in this study and 77 normal subjects were selected as controls, matched by gender, age, ethnicity and ABO blood group. The activity of ADAMTS 13 was performed by VWF collagen binding, D-dímer by turbidimetry, CRP by nephelometry , and TNF-'alpha', IL-6 and IL-8, VWF and ADAMTS13 antigen by ELISA. The presence of RVO was investigated by duplex examination and PTS by Villalta scale. Results: Thirty patients (39%) had VTE caused by transient risk factors, mainly the use of oral contraceptives, and 47 patients had spontaneous VTE. Serum levels of TNF-'alpha' and IL-6 were significantly increased in patients when compared to controls (median= 2.25 vs 1.59pg/mL, P?0.001; 1.16 vs 0.98pg/ml, P=0.013, respectively) whereas levels of IL-8 and CRP were similar among the groups (median= 18.3 vs 18.27pg/mL, p=0.47; 0.21 vs 0.17mg/dL, P=0.29, respectively). Thirty-two patients (42,8%) had D-dimer > 0.55 mg/L and were defined as having increased coagulation activity. Inflammatory markers, such as TNF-'alpha', IL-6, IL-8 and CRP, were significantly higher in those patients, comparing to patients with D-dimer ? 0.55 mg/L (P=0.0057, 0.001, 0.0093 and 0.0075, respectively). The presence of PTS or RVO were not associated with increased inflammatory or coagulation activity. Only ADAMTS13-CBA and plasma levels of IL-8 were higher in patients with PTS comparing to patients without PTS. All inflammatory markers and coagulation parameters studied were similar in patients regardless the presence of RVO. Conclusion: Our findings suggest that there is an inflammatory and pro-coagulant activity in patients even after the acute episode of VTE, however, these activities were not related to the persistence of clinical and radiological sequels of DVT. Moreover, the increasing levels of VWF, observed in patients, support the hypothesis that the inflammation is chronically activated. In this context, the increasing levels of ADAMTS13, also observed in patients, could be explained as a compensatory mechanism and maybe act as a protection against pro-thrombotic activity seen in these patients / Mestrado / Biologia Estrutural, Celular, Molecular e do Desenvolvimento / Mestre em Fisiopatologia Médica
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Avaliação da expressão proteica e de alterações moleculares do receptor hepático LRP1 e sua correlação com os níveis plasmáticos de fator VIII / Evaluation of protein expression and molecular changes of hepatic LRP1 receptor and its correlation with plasma levels of factor VIII

Bittar, Luis Fernando, 1980- 24 August 2018 (has links)
Orientador: Joyce Annichino-Bizzacchi / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas / Made available in DSpace on 2018-08-24T06:24:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Bittar_LuisFernando_D.pdf: 2765667 bytes, checksum: 034770d407c1c68eebc65646b23b7cc9 (MD5) Previous issue date: 2013 / Resumo: Introdução: Aumento dos níveis de fator VIII (FVIII) é um fator de risco prevalente e independente para tromboembolismo venoso (TEV). Síndrome pós-trombótica (SPT) é uma complicação a longo prazo da trombose venosa profunda (TVP) de membros inferiores, que está presente em 20% -50% dos pacientes, e podem ser associados a um processo inflamatório crônico. O receptor low density lipoprotein receptor-related protein 1 (LRP1) tem sido associado ao catabolismo do FVIII. Metodologia: Após uma mediana de 10 anos do primeiro episódio trombótico, avaliamos os níveis de FVIII em 68 pacientes com TEV e níveis elevados prévios deste fator, e 67 controles saudáveis. Posteriormente, foi analisada a presença de SPT em pacientes e sua relação com os níveis plasmáticos de FVIII. Além disso, foram avaliadas as regiões dos genes do FVIII e do LRP1 que codificam as regiões de afinidade entre eles, com o objetivo de verificar se essas alterações moleculares estão associadas aos níveis plasmáticos de FVIII, e com o TEV. Por último, foi avaliada a expressão proteica de LRP1 no fígado de 20 pacientes cirúrgicos. Resultados: Após 10 anos do primeiro episódio de TEV, os níveis de FVIII foram significativamente maiores em pacientes quando comparados aos controles (158,0 UI / dL vs 126,1 UI / dL, p <0,001]. Pacientes com SPT grave apresentaram níveis aumentados de FVIII (182,0 UI / dL) quando comparados aos pacientes com SPT moderada (155,5 UI / dL, p <0,001) ou sem PTS (154,0 UI / dL, p <0,001). Apesar de encontrarmos 14 alterações moleculares nos genes do FVIII e do LRP1, não foi encontrada nenhuma relação entre essas alterações moleculares e os níveis plasmáticos de FVIII ou com o TEV. Além disso, não foi observada correlação entre a expressão do LRP1 nas células hepáticas e os níveis plasmáticos de FVIII. Conclusões: Nós demonstramos um aumento persistente dos níveis de FVIII em um subgrupo de pacientes com TEV, mas de uma magnitude muito menor após 10 anos do primeiro episódio de TEV. Além disso, observamos uma associação significativa entre o aumento dos níveis plasmáticos de FVIII e SPT grave / Abstract: Introduction: Increased levels of factor VIII (FVIII) are a prevalent and independent risk factor for venous thromboembolism (VTE). Post-thrombotic syndrome (PTS) is a long-term complication of deep venous thrombosis (DVT) of the lower limbs that is present in 20%-50% of patients and can be associated to a chronic inflammatory process. The low density lipoprotein receptor-related protein 1 (LRP1) has been associated with FVIII catabolism. Methodology: After a median of 10 years of the first thrombotic episode, we evaluated FVIII coagulation levels in 68 patients with VTE and previous high levels of FVIII and in 67 healthy controls. Subsequently, we analyzed the presence of PTS in patients and its relationship with plasma levels of FVIII. Moreover, we evaluated the regions of FVIII and LRP1 genes encoding regions of affinity between these proteins, with the objective of determining whether these molecular changes are associated with plasma levels of FVIII and VTE. Finally, we evaluated the protein expression of LRP1 in the liver of 20 surgical patients. Results: After 10-years median of the first VTE episode, FVIII levels were significantly higher in patients when compared to controls (158.0 IU/dL vs. 126.1 IU/dL; p<0.001]. Patients with severe PTS showed increased levels of FVIII (182.0 IU/dL) when compared to patients with moderate PTS (155.5 IU/dL; p<0.001) or no PTS (154.0 IU/dL; p<0.001). Despite we have found 14 molecular changes in the FVIII and LRP1 genes, no relationship was found between these molecular alterations and FVIII levels or VTE. Moreover, no correlation was observed between LRP1 expression in the liver cells and plasma FVIII levels. Conclusions: We demonstrated a persistent increase of FVIII levels in a subset of patients with VTE, but in a much lower magnitude after 10 years of the first VTE episode. Moreover, we observed a significant association between increased plasma FVIII levels and severe PTS / Doutorado / Biologia Estrutural, Celular, Molecular e do Desenvolvimento / Doutor em Fisiopatologia Medica
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O fator de von Willebrand, ligação com fator VIII e estudo da atividade da ADAMTS-13 em pacientes com síndrome antifosfolípide primária / Study of von Willebrand factor activity, binding with factor VIII and ADAMTS-13 activity in patients with primary antiphospholipid syndrome

Vita, Natalia Mastantuono Nascimento de 09 December 2014 (has links)
A Síndrome Antifosfolípide (SAF) é uma doença autoimune na qual há presença de anticorpos antifosfolípides [anticoagulante lúpico (AL), anticardiolipina (ACL), anti-beta2glicoproteína I (a-beta2GPI)]. É caracterizada por eventos trombóticos e/ou perdas gestacionais de repetição. Existe um ambiente pró-coagulante na SAF, pois os antifosfolípides (AFL) são capazes de induzir disfunção endotelial aumentando a expressão de moléculas de adesão como o fator de von Willebrand (FVW). Entre os inúmeros elementos envolvidos neste processo, o FVW e a relação com: sua principal enzima proteolítica, a ADAMTS-13, e com o FVIII são relativamente menos conhecidos. Os objetivos deste estudo foram: 1-verificar alterações no endotélio de pacientes com SAF primária (SAFP), através do marcador de lesão endotelial, o FVW, da ADAMTS-13 e do FVIII, avaliando a concentração antigênica, a atividade e a correlação entre estas proteínas; 2- Verificar se alguma destas variáveis é capaz de diferenciar os tipos de eventos trombóticos ocorridos nestes pacientes e se a presença dos AFL influenciam estas proteínas. O estudo, do tipo transversal, envolveu 39 pacientes com SAF primária, com idade mediana de 43 anos, em tratamento no ambulatório de Reumatologia do Hospital das Clínicas, e 39 controles sadios doadores da Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, pareados por sexo e idade com os pacientes. Os títulos de ACL e a-beta2GPI, as determinações antigênicas e de atividade das proteínas FVW, ADAMTS-13, FVIII e PF4 foram realizados por ELISA, e a atividade do FVIII foi determinada pelo método cromogênico. A análise das subunidades do FVW foi realizada por Western immunoblotting. AL foi detectado utilizando ensaios de coagulação de acordo com as recomendações da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia. Os resultados foram apresentados em: 1- pacientes SAFP e controles, e 2- pacientes SAFP agrupados em relação ao tipo de evento e ao tipo de AFL presente. Os pacientes apresentaram aumento da concentração antigênica do FVW (74±6 x 69±11 UI/dL; p=0,016), ADAMTS-13 (1,3±0,34 x 0,82±0,12 Ug/mL; p < 0,0001), FVIII (106±19 x 91±15 UI/dL; p=0,0003),da ligação FVW:FVIII (144±17 x 134±20%; p=0,082) e da atividade do FVIII (117±38 x 98±30%; p=0,0021) comparado aos controles. O PF4 apresentou-se diminuído nos pacientes em relação aos controles (96±12 x 101±8 UI/mL; p=0,014). Os pacientes com trombose arterial apresentaram correlação positiva e significante entre a atividade e o antígeno do FVW (r=0,468; p=0,028) e da ADAMTS-13 (r =0,635; p=0,001); os pacientes com trombose venosa apresentaram esta correlação positiva e significante na ADAMTS-13 (r=0,635; p=0,001). Quando os pacientes foram analisados pelo tipo de antifosfolípide, não se observou diferenças nas variáveis estudadas. Os pacientes com SAFP parecem apresentar disfunção endotelial. No entanto, aparentemente existe um mecanismo de equilíbrio para evitar a formação de um novo trombo. O papel do FVW e a sua relação com a ADAMTS-13, em diferentes doenças, ainda é relativamente pouco conhecido, mas está sendo apontado como importante na patogênese de estados pró-trombóticos como os presentes em pacientes com SAF / Antiphospholipid syndrome (APS) is an autoimmune disease, characterized by vascular thrombosis and /or pregnancy morbidity, in association with antiphospholipid antibodies (aPL) (lupus anticoagulant (LA), anticardiolipin (ACL), anti-beta2glicoprotein I (a-beta2GPI). Antiphospholipid (APL) seems to induce endothelial dysfunction by increasing the expression of adhesion molecules such as von Willebrand factor (VWF). This results in a prothrombotic state in APS. Among the several elements involved in this process, some are relatively less known, such as VWF and its relationship with ADAMTS-13, its main proteolytic enzyme. The aim of this study was to evaluate endothelial dysfunctions in patients with primary APS (PAPS), by examining correlation among the soluble endothelial marker, VWF, the enzyme ADAMTS-13, and FVIII protein. The relationship of these proteins and the presence of arterial and/or venous thrombosis, and presence of APL was also evaluated. This cross-sectional study involved 39 PAPS patients, with a median age of 43 years, who have been treated in the Outpatient Clinics, Department of Rheumatology, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, and 39 healthy subjects blood donors from the Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, matched for sex and age with patients. Levels of APL (ACL and a-beta2GPI), concentration and activities of VWF, ADAMTS-13, FVIII and PF4 proteins were measured with ELISA. LA was detected with coagulation assays according to updated guidelines from the International Society on Thrombosis and Haemostasis, and FVIII activity was measured by chromogenic method. Analysis of VWF subunits was performed by Western immunoblotting. The results were evaluated according to:1- PAPS patients and controls, and2- PAPS patients grouped in relation to type of event and the type of APL. Patients showed higher VWF antigen concentration (74±6 x 69±11 IU/dL, p=0.016), ADAMTS-13 (1.3±0.34 x 0.82±0.12 Ug/mL, p < 0.0001), FVIII (106±19 x 91 ± 15 IU/dL, p=0.0003), VWF binding to FVIII (144±17 x 134 ± 20%, p=0.082) and activity of FVIII (117±38 x 98±30%, p=0.0021) than controls. The PF4 was decreased in patients compared to controls (96±12 vs. 101±8 IU/mL, p=0.014). VWF antigen and activity correlated well (Pearson´s r =0.468; p=0.028) as well as ADAMTS-13(Pearson´s r=0.635; p=0.001) in patients with arterial thrombosis. However, in patients with venous thrombosis only ADAMTS-13 had a good correlation (Pearson´s r =0.492; p=0.045). When patients were analyzed by the type of aPL, no differences in the studied variables were observed. Patients with PAPS seem to present endothelial dysfunction. However, apparently there is an attempt to balance mechanism to prevent a new thrombus formation. The role of VWF and its relation with ADAMTS-13 in different diseases is still relatively unknown. However it has been considered as important in the pathogenesis of prothrombotic states such as those present in patients with APS
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Envolvimento do fator de von Willebrand na plaquetopenia do envenenamento experimental pela serpente Bothrops jararaca: participação  da botrocetina  e metaloproteinases do veneno / Involvement of von Willebrand factor in the plaquetopenia of experimental poisoning by the Bothrops jararaca snake: participation of botrocetin and venom metalloproteinases

Thomazini, Camila Martos 02 May 2018 (has links)
Pacientes envenenados pela serpente Bothrops jararaca manifestam uma tendência hemorrágica em que a plaquetopenia é um achado consistente. Manifestações clínicas sistêmicas, como sangramento de mucosas e microangiopatia trombótica em alguns pacientes, apresentam similaridades com sinais clínicos de doença de von Willebrand e púrpura trombocitopênica trombótica. Algumas proteínas do veneno - como a botrocetina (uma proteína relacionada às lectinas do tipo C) e as metaloproteinases do veneno (SVMP) - interferem direta ou indiretamente na interação entre plaquetas e o fator de von Willebrand (vWF) in vitro e in vivo. E dessa forma, podem contribuir para os sangramentos induzidos pelo envenenamento devido à importância que o vWF tem para a hemostasia primária. Pensando em compreender a participação do vWF do organismo e a botrocetina e as SVMP do veneno bruto de B. jararaca (BjV) na plaquetopenia induzida pelo envenenamento, utilizamos dois modelos experimentais: ratos Wistar heterogênicos e camundongos nocautes do gene Vwf (Vwf-/-). No modelo em ratos, o BjV foi pré-incubado com salina (controle positivo), um inibidor de metaloproteinases (Na2-EDTA), anticorpos policlonais anti-botrocetina, glicerol (veículo dos anticorpos), ou a combinação do Na2-EDTA e anticorpos anti-botrocetina; o grupo controle negativo foi injetado somente com salina. Após a administração subcutânea (s.c.) dos venenos tratados (1,6 mg/kg), amostras de sangue foram coletadas após 3, 6 ou 24 h, e analisaram-se a contagem de plaquetas, quantificação antigênica (vWF:Ag) e da atividade de ligação do vWF ao colágeno (vWF:CB), a atividade de ADAMTS13, a distribuição multimérica de vWF, e a atividade coagulante de fator VIII (FVIII). Para explorar a participação do vWF na plaquetopenia, camundongos nocautes de vWF (Vwf-/-) e camundongos controles (C57BL/6) foram injetados s.c. com BjV incubado com salina (grupo positivo do envenenamento) ou apenas salina (grupo controle negativo). As injeções dos tratamentos, bem como os períodos analisados foram idênticos aos dos ratos. Em nossos resultados, todos os ratos injetados com algum tratamento de BjV, inclusive nos animais que receberam veneno pré-tratado com anticorpo anti-botrocetina e/ou Na2-EDTA, apresentaram plaquetopenia, com maior intensidade em 6 h. Na avaliação do vWF foi encontrada uma grande variação individual nos grupos de tratamentos, porém ainda assim houve uma tendência a redução nos níveis de vWF:Ag em 3 e 6 h nos ratos que receberam BjV sem inibidores. A administração de BjV tratado somente com anticorpo anti-botrocetina promoveu uma maior redução nos níveis de vWF:Ag em 3 h, com retorno aos níveis semelhantes aos de controle negativo em 6 h e 24 h. A inibição sozinha das metaloproteinases não promoveu efeito importante, porém em 6 h, potencializou a ação do anticorpo anti-botrocetina na inibição conjunta do decréscimo de vWF:Ag e vWF:CB. A análise dos multímeros do vWF mostrou perfis bastante variáveis individualmente, porém os multímeros de alto peso molecular e intermediário tenderam a diminuir e os de baixo peso a aumentar nos animais que receberam algum tratamento com BjV, especialmente em 24 h. Na dosagem de FVIII, houve redução em 3 e 6 h em todos os ratos que receberam qualquer tratamento de BjV, sem grandes variações entre esses grupos. A atividade de ADAMTS13 apresentou uma redução dos valores em 3 e 6 h, que foi revertida pela inibição das metaloproteinases do veneno. Já nos camundongos, a plaquetopenia esteve presente em todos os animais nocautes e controles que receberam BjV, mostrando ser independente da presença de vWF. Nos camundongos controles (C57BL/6), não houve alterações evidentes em vWF:Ag durante o envenenamento, porém em 3 h houve uma tendência a sua diminuição. Em conjunto, nossos resultados mostram que a presença da botrocetina no veneno bruto não afeta a plaquetopenia desencadeada pelo envenenamento, porém influencia o vWF plasmático quantitativa e funcionalmente. As metaloproteinases do veneno têm forte efeito sobre a enzima fisiológica reguladora da atividade biológica do vWF, a ADAMTS13, que indiretamente pode afetar os níveis de vWF. Ademais, a intensidade da plaquetopenia durante o envenenamento de B. jararaca não depende da presença de vWF, e tendo em conta o caráter multifatorial do consumo plaquetário durante o envenenamento, sugerimos que outros mecanismos possam ser responsáveis pela plaquetopenia induzida pelo BjV. Com isso, concluímos que o consumo de vWF no envenenamento por B. jararaca é um fator contribuinte, porém não determinante, para as alterações da contagem plaquetária / Patients bitten by Bothrops snakes manifest a bleeding tendency in which thrombocytopenia is consistently observed. Systemic clinical manifestations, such as mucous bleeding and thrombotic microangiopathy in some patients, share similarities with symptoms of von Willebrand disease and thrombotic thrombocytopenic purpura. Some venom proteins - e.g. botrocetin (a C-type lectin-related protein) and snake venom metalloproteinases (SVMP) - disturbs, direct or indirectly, the interaction between platelets and von Willebrand factor (vWF) in vitro and in vivo, and may contribute thereby to snakebite-induced bleedings, once vWF is required for primary hemostasis. To better understand the relation between plasma vWF, and botrocetin and SVMPs from B. jararaca crude venom (BjV) in the thrombocytopenia induced by envenomation, we used two experimental models: Wistar heterogenic rats and vWF knockout mice (Vwf-/-). In the rat model, BjV was pre-incubated with saline (positive control), metalloproteinase inhibitor (Na2-EDTA), polyclonal anti-botrocetin antibodies, glycerol (antibody vehicle), or the combination of Na2-EDTA and anti-botrocetin antibodies; the negative control group was injected with saline only. After subcutaneous injection (s.c.) of treated venom (1.6 mg/kg), blood samples were collected after 3, 6 or 24 h, and platelet count, vWF antigen (vWF:Ag) and collagenbinding activity (vWF:CB), ADAMTS13 activity, vWF multimer distribution, and factor VIII (FVIII) coagulant activity were analyzed. To investigate the participation of vWF in thrombocytopenia, vWF knockout mice (Vwf-/-) and control mice (C57BL/6) were injected s.c. with saline only (negative control group) or BjV pre-incubated with saline (positive control group). The same protocols used for rats were accomplished in mice. Our results showed that all rats injected with any BjV treatment, including animals which received anti-botrocetin antibodies and/or Na2-EDTA-treated BjV, showed thrombocytopenia, with the nadir at 6h. vWF analysis exhibited a large individual variation among treatment groups, but there was a tendency to reduce vWF:Ag levels at 3 and 6 h in rats that received BjV pre-incubated with saline (without any inhibitor). Administration of BjV pre-incubated only with anti-botrocetin antibodies evoked a large reduction in vWF:Ag levels at 3 h, which returned to levels similar to those of the negative control group at 6 and 24 h. SVMP inhibition alone did not induce an important effect, but potentialized the activity of anti-botrocetin antibodies to inhibit the fall in both vWF:Ag and vWF:CB levels at 6 h. VWF multimer analysis had a large individual profile variation, although animals that received any BjV treatment tended to decrease the high and intermediate molecular weight multimers and to increase the low ones, especially at 24 h. FVIII showed diminished levels in all rats that received any BjV treatment at 3 and 6 h, without important variations among groups. Decreased levels of ADAMTS13 activity were noticed at 3 and 6 h, which were reverted by SVMP inhibition. In mice, thrombocytopenia was present in all control and knockout mice that received BjV, demonstrating independence of vWF presence. In control mice (C57BL/6), there were no relevant alterations in vWF:Ag during envenomation, although at 3 h there was a tendency to decrease it. Al together, our results showed that botrocetin present in crude venom does not affect thrombocytopenia induced by envenomation, but it changes the levels and function of plasma vWF. SVMP had a marked effect in ADAMTS13, the physiological enzyme that regulates vWF biological activity, which may affect vWF levels indirectly. In addition, thrombocytopenia during B. jararaca envenomation is independent of vWF, and considering the multifactorial features of platelet consumption during envenomation, we suggest that other mechanisms might account for BjV-induced thrombocytopenia. Therefore, we conclude that vWF consumption during B. jararaca envenomation is an ancillary mechanism, but not the main one to decrease platelet counts
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Estudo de marcadores de disfunção endotelial e de inflamação em portadores de hipertensão arterial pulmonar: implicações terapêuticas e prognósticas / Markers of endothelial dysfunction and inflammatory mediators in pulmonary arterial hypertension: therapeutic and prognostic implications

Barreto, Alessandra Costa 01 December 2011 (has links)
A disfunção microvascular, envolvendo células endoteliais, plaquetas e leucócitos, está presente na hipertensão arterial pulmonar (HAP), associando-se a risco aumentado de trombose e menor sobrevida. Estudos sobre disfunção microvascular são escassos em outras formas da doença que não a idiopática. Os objetivos do estudo foram: caracterizar a disfunção microvascular em diferentes formas de HAP através da dosagem de marcadores bioquímicos, avaliando possíveis correlações com índices de gravidade; investigar os efeitos da administração de rosuvastatina em níveis circulantes de marcadores de disfunção microvascular nesses pacientes; e investigar possível associação entre o nível plasmático dos marcadores e prognóstico. Foram incluídos sessenta pacientes: 14 com HAP idiopática ou hereditária, e 46 com HAP associada a cardiopatia congênita (HAPCCg) sem hipoxemia (N=18) ou com hipoxemia (N=28), com idades entre 13 e 60 anos. Foram dosados os níveis plasmáticos circulantes do antígeno do fator de von Willebrand (vWF:Ag), ativador tecidual do plasminogênio (t-PA); inibidor do ativador do plasminogênio (PAI-1), fator de necrose tumoral (TNF-), proteína C reativa (PCR), selectina-P; interleucina-6 (IL-6); e interleucina-10 (IL -10), na condição basal e após 30, 60 e 180 dias de tratamento, por método imunoenzimático. Após randomização, administrouse placebo (N=30) ou dose única oral diária (10mg) de rosuvastatina (N=30), por seis meses. Dados demográficos e funcionais como idade, distância caminhada em seis minutos, saturação periférica de oxigênio em repouso e após esforço, bem como hematócrito, também foram registrados. Pacientes com HAPCCg foram acompanhados por um período de 0,7 a 4,0 anos (mediana de 3,6 anos). Na condição basal, excetuando-se TNF- e PCR, todas as proteínas apresentaram-se significantemente elevadas em relação aos controles (p<0,001), havendo correlação com índices de gravidade clínica. No estudo com rosuvastatina, houve redução significante nos níveis de selectina-P em relação ao placebo (p=0,037), ao longo do tratamento. Houve melhora na saturação periférica de oxigênio após seis minutos de caminhada, no grupo estatina, em pacientes com HAPCCg com hipoxemia, em relação ao placebo. Considerando-se o período de acompanhamento, em portadores de HAPCCg, níveis plasmáticos persistentemente elevados do vWF:Ag (média de quatro determinações), acima do nível correspondente ao percentil 95 dos controles (139 U/d/L) associaram-se maior risco de morte (razão de risco 6,56, IC 95% 1,46 a 29,4, p=0.014), sem alteração após ajustamento para variáveis demográficas, funcionais e de tratamento, à análise multivariada. Assim, a disfunção microvascular está presente em indivíduos com HAP idiopática, hereditária ou associada a cardiopatias congênitas. Na HAP, o uso crônico de rosuvastatina em dose baixa associase à redução do nível circulante de selectina-P, e propicia aumento na saturação periférica de oxigênio ao final do exercício, em indivíduos com HAPCCg e hipoxemia. Em indivíduos portadores de HAPCCg, níveis plasmáticos persistentemente elevados do vWF:Ag são indicativo de pior prognóstico / Microvascular dysfunction, involving endothelial cells, platelets and leukocytes, is present in pulmonary arterial hypertension (PAH), and is associated to higher risk to thrombotic complications and mortality. Most data about microvascular dysfunction in PAH do not include other forms of the disease beyond idiopathic PAH. The present study was planned to measure plasma levels microvascular dysfunction markers in two different forms of PAH, and investigate possible correlations with indices of severity of the disease; to investigate the effects of chronic rosuvastatin administration versus placebo on the circulating levels of these markers; and to investigate possible associations between levels of these parameters and prognosis. Sixty patients (aged 13 to 60 years) were included, 14 with idiopathic or hereditary PAH, and 46 with congenital heart disease-associated PAH (CHDPAH), in the absence (N=18) or presence (N=28) of hypoxemia. Plasma levels of von Willebrand factor antigen (vWF:Ag), tissue-plasminogen activator (t-PA), plasminogen activator inhibitor-1 (PAI-1), tumor necrosis factor alpha (TNF-), reactive C protein (RCP), P-selectin, interleukin-6 (IL- 6), and interleukin-10 (IL-10) were measured before treatment and 30, 90, and 180 days on treatment using high-sensitivity enzyme-linked immunosorbent assay kits. Patients were randomly assigned to placebo (N=30) or a single oral dose of rosuvastatin (N=30), 10mg/day, for six months. Demographic and functional data such as age, six-minute walk distance, peripheral oxygen saturation at rest and at the end of the six-minute walk, as well as the hematocrit, were recorded. Patients with CHDPAH were followed-up for 0.7 to 4.0 years (median 3.6 years). At baseline, levels of all proteins (except TNF- and RCP) were significantly increased in patients versus controls (p<0,001), and correlated significantly with indices of severity of the disease. P-selectin level was lower in the rosuvastatin group compared with placebo throughout the treatment (p = 0.037). In hypoxemic CHDPAH patients, the peripheral oxygen saturation, at the end of the six-minute walk, was higher in the rosuvastatin group, compared with placebo. During the follow-up of patients with CHDPAH, an average vWF:Ag (mean of four determinations) above the level corresponding to the 95th percentile of controls (139 U/dL) was associated with a high risk of death (hazard ratio 6.56, 95% CI 1.46 to 29.4, p=0.014). This was not modified after adjustment for demographic, functional and treatment-related variables in multivariate analysis. In conclusion, microvascular dysfunction is present in individuals with idiopathic, hereditary and the congenital heart disease-associated PAH. The chronic use of low-dose rosuvastatin is associated to reduction of circulating levels of P-selectin. In patients with CHDPAH with hypoxemia, rosuvastatin also increases peripheral oxygen saturation during exercise. In CHDPAH patients, a sustained increase in plasma vWF:Ag is indicative of poor prognosis
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Envolvimento do fator de von Willebrand na plaquetopenia do envenenamento experimental pela serpente Bothrops jararaca: participação  da botrocetina  e metaloproteinases do veneno / Involvement of von Willebrand factor in the plaquetopenia of experimental poisoning by the Bothrops jararaca snake: participation of botrocetin and venom metalloproteinases

Camila Martos Thomazini 02 May 2018 (has links)
Pacientes envenenados pela serpente Bothrops jararaca manifestam uma tendência hemorrágica em que a plaquetopenia é um achado consistente. Manifestações clínicas sistêmicas, como sangramento de mucosas e microangiopatia trombótica em alguns pacientes, apresentam similaridades com sinais clínicos de doença de von Willebrand e púrpura trombocitopênica trombótica. Algumas proteínas do veneno - como a botrocetina (uma proteína relacionada às lectinas do tipo C) e as metaloproteinases do veneno (SVMP) - interferem direta ou indiretamente na interação entre plaquetas e o fator de von Willebrand (vWF) in vitro e in vivo. E dessa forma, podem contribuir para os sangramentos induzidos pelo envenenamento devido à importância que o vWF tem para a hemostasia primária. Pensando em compreender a participação do vWF do organismo e a botrocetina e as SVMP do veneno bruto de B. jararaca (BjV) na plaquetopenia induzida pelo envenenamento, utilizamos dois modelos experimentais: ratos Wistar heterogênicos e camundongos nocautes do gene Vwf (Vwf-/-). No modelo em ratos, o BjV foi pré-incubado com salina (controle positivo), um inibidor de metaloproteinases (Na2-EDTA), anticorpos policlonais anti-botrocetina, glicerol (veículo dos anticorpos), ou a combinação do Na2-EDTA e anticorpos anti-botrocetina; o grupo controle negativo foi injetado somente com salina. Após a administração subcutânea (s.c.) dos venenos tratados (1,6 mg/kg), amostras de sangue foram coletadas após 3, 6 ou 24 h, e analisaram-se a contagem de plaquetas, quantificação antigênica (vWF:Ag) e da atividade de ligação do vWF ao colágeno (vWF:CB), a atividade de ADAMTS13, a distribuição multimérica de vWF, e a atividade coagulante de fator VIII (FVIII). Para explorar a participação do vWF na plaquetopenia, camundongos nocautes de vWF (Vwf-/-) e camundongos controles (C57BL/6) foram injetados s.c. com BjV incubado com salina (grupo positivo do envenenamento) ou apenas salina (grupo controle negativo). As injeções dos tratamentos, bem como os períodos analisados foram idênticos aos dos ratos. Em nossos resultados, todos os ratos injetados com algum tratamento de BjV, inclusive nos animais que receberam veneno pré-tratado com anticorpo anti-botrocetina e/ou Na2-EDTA, apresentaram plaquetopenia, com maior intensidade em 6 h. Na avaliação do vWF foi encontrada uma grande variação individual nos grupos de tratamentos, porém ainda assim houve uma tendência a redução nos níveis de vWF:Ag em 3 e 6 h nos ratos que receberam BjV sem inibidores. A administração de BjV tratado somente com anticorpo anti-botrocetina promoveu uma maior redução nos níveis de vWF:Ag em 3 h, com retorno aos níveis semelhantes aos de controle negativo em 6 h e 24 h. A inibição sozinha das metaloproteinases não promoveu efeito importante, porém em 6 h, potencializou a ação do anticorpo anti-botrocetina na inibição conjunta do decréscimo de vWF:Ag e vWF:CB. A análise dos multímeros do vWF mostrou perfis bastante variáveis individualmente, porém os multímeros de alto peso molecular e intermediário tenderam a diminuir e os de baixo peso a aumentar nos animais que receberam algum tratamento com BjV, especialmente em 24 h. Na dosagem de FVIII, houve redução em 3 e 6 h em todos os ratos que receberam qualquer tratamento de BjV, sem grandes variações entre esses grupos. A atividade de ADAMTS13 apresentou uma redução dos valores em 3 e 6 h, que foi revertida pela inibição das metaloproteinases do veneno. Já nos camundongos, a plaquetopenia esteve presente em todos os animais nocautes e controles que receberam BjV, mostrando ser independente da presença de vWF. Nos camundongos controles (C57BL/6), não houve alterações evidentes em vWF:Ag durante o envenenamento, porém em 3 h houve uma tendência a sua diminuição. Em conjunto, nossos resultados mostram que a presença da botrocetina no veneno bruto não afeta a plaquetopenia desencadeada pelo envenenamento, porém influencia o vWF plasmático quantitativa e funcionalmente. As metaloproteinases do veneno têm forte efeito sobre a enzima fisiológica reguladora da atividade biológica do vWF, a ADAMTS13, que indiretamente pode afetar os níveis de vWF. Ademais, a intensidade da plaquetopenia durante o envenenamento de B. jararaca não depende da presença de vWF, e tendo em conta o caráter multifatorial do consumo plaquetário durante o envenenamento, sugerimos que outros mecanismos possam ser responsáveis pela plaquetopenia induzida pelo BjV. Com isso, concluímos que o consumo de vWF no envenenamento por B. jararaca é um fator contribuinte, porém não determinante, para as alterações da contagem plaquetária / Patients bitten by Bothrops snakes manifest a bleeding tendency in which thrombocytopenia is consistently observed. Systemic clinical manifestations, such as mucous bleeding and thrombotic microangiopathy in some patients, share similarities with symptoms of von Willebrand disease and thrombotic thrombocytopenic purpura. Some venom proteins - e.g. botrocetin (a C-type lectin-related protein) and snake venom metalloproteinases (SVMP) - disturbs, direct or indirectly, the interaction between platelets and von Willebrand factor (vWF) in vitro and in vivo, and may contribute thereby to snakebite-induced bleedings, once vWF is required for primary hemostasis. To better understand the relation between plasma vWF, and botrocetin and SVMPs from B. jararaca crude venom (BjV) in the thrombocytopenia induced by envenomation, we used two experimental models: Wistar heterogenic rats and vWF knockout mice (Vwf-/-). In the rat model, BjV was pre-incubated with saline (positive control), metalloproteinase inhibitor (Na2-EDTA), polyclonal anti-botrocetin antibodies, glycerol (antibody vehicle), or the combination of Na2-EDTA and anti-botrocetin antibodies; the negative control group was injected with saline only. After subcutaneous injection (s.c.) of treated venom (1.6 mg/kg), blood samples were collected after 3, 6 or 24 h, and platelet count, vWF antigen (vWF:Ag) and collagenbinding activity (vWF:CB), ADAMTS13 activity, vWF multimer distribution, and factor VIII (FVIII) coagulant activity were analyzed. To investigate the participation of vWF in thrombocytopenia, vWF knockout mice (Vwf-/-) and control mice (C57BL/6) were injected s.c. with saline only (negative control group) or BjV pre-incubated with saline (positive control group). The same protocols used for rats were accomplished in mice. Our results showed that all rats injected with any BjV treatment, including animals which received anti-botrocetin antibodies and/or Na2-EDTA-treated BjV, showed thrombocytopenia, with the nadir at 6h. vWF analysis exhibited a large individual variation among treatment groups, but there was a tendency to reduce vWF:Ag levels at 3 and 6 h in rats that received BjV pre-incubated with saline (without any inhibitor). Administration of BjV pre-incubated only with anti-botrocetin antibodies evoked a large reduction in vWF:Ag levels at 3 h, which returned to levels similar to those of the negative control group at 6 and 24 h. SVMP inhibition alone did not induce an important effect, but potentialized the activity of anti-botrocetin antibodies to inhibit the fall in both vWF:Ag and vWF:CB levels at 6 h. VWF multimer analysis had a large individual profile variation, although animals that received any BjV treatment tended to decrease the high and intermediate molecular weight multimers and to increase the low ones, especially at 24 h. FVIII showed diminished levels in all rats that received any BjV treatment at 3 and 6 h, without important variations among groups. Decreased levels of ADAMTS13 activity were noticed at 3 and 6 h, which were reverted by SVMP inhibition. In mice, thrombocytopenia was present in all control and knockout mice that received BjV, demonstrating independence of vWF presence. In control mice (C57BL/6), there were no relevant alterations in vWF:Ag during envenomation, although at 3 h there was a tendency to decrease it. Al together, our results showed that botrocetin present in crude venom does not affect thrombocytopenia induced by envenomation, but it changes the levels and function of plasma vWF. SVMP had a marked effect in ADAMTS13, the physiological enzyme that regulates vWF biological activity, which may affect vWF levels indirectly. In addition, thrombocytopenia during B. jararaca envenomation is independent of vWF, and considering the multifactorial features of platelet consumption during envenomation, we suggest that other mechanisms might account for BjV-induced thrombocytopenia. Therefore, we conclude that vWF consumption during B. jararaca envenomation is an ancillary mechanism, but not the main one to decrease platelet counts
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Estudo de marcadores de disfunção endotelial e de inflamação em portadores de hipertensão arterial pulmonar: implicações terapêuticas e prognósticas / Markers of endothelial dysfunction and inflammatory mediators in pulmonary arterial hypertension: therapeutic and prognostic implications

Alessandra Costa Barreto 01 December 2011 (has links)
A disfunção microvascular, envolvendo células endoteliais, plaquetas e leucócitos, está presente na hipertensão arterial pulmonar (HAP), associando-se a risco aumentado de trombose e menor sobrevida. Estudos sobre disfunção microvascular são escassos em outras formas da doença que não a idiopática. Os objetivos do estudo foram: caracterizar a disfunção microvascular em diferentes formas de HAP através da dosagem de marcadores bioquímicos, avaliando possíveis correlações com índices de gravidade; investigar os efeitos da administração de rosuvastatina em níveis circulantes de marcadores de disfunção microvascular nesses pacientes; e investigar possível associação entre o nível plasmático dos marcadores e prognóstico. Foram incluídos sessenta pacientes: 14 com HAP idiopática ou hereditária, e 46 com HAP associada a cardiopatia congênita (HAPCCg) sem hipoxemia (N=18) ou com hipoxemia (N=28), com idades entre 13 e 60 anos. Foram dosados os níveis plasmáticos circulantes do antígeno do fator de von Willebrand (vWF:Ag), ativador tecidual do plasminogênio (t-PA); inibidor do ativador do plasminogênio (PAI-1), fator de necrose tumoral (TNF-), proteína C reativa (PCR), selectina-P; interleucina-6 (IL-6); e interleucina-10 (IL -10), na condição basal e após 30, 60 e 180 dias de tratamento, por método imunoenzimático. Após randomização, administrouse placebo (N=30) ou dose única oral diária (10mg) de rosuvastatina (N=30), por seis meses. Dados demográficos e funcionais como idade, distância caminhada em seis minutos, saturação periférica de oxigênio em repouso e após esforço, bem como hematócrito, também foram registrados. Pacientes com HAPCCg foram acompanhados por um período de 0,7 a 4,0 anos (mediana de 3,6 anos). Na condição basal, excetuando-se TNF- e PCR, todas as proteínas apresentaram-se significantemente elevadas em relação aos controles (p<0,001), havendo correlação com índices de gravidade clínica. No estudo com rosuvastatina, houve redução significante nos níveis de selectina-P em relação ao placebo (p=0,037), ao longo do tratamento. Houve melhora na saturação periférica de oxigênio após seis minutos de caminhada, no grupo estatina, em pacientes com HAPCCg com hipoxemia, em relação ao placebo. Considerando-se o período de acompanhamento, em portadores de HAPCCg, níveis plasmáticos persistentemente elevados do vWF:Ag (média de quatro determinações), acima do nível correspondente ao percentil 95 dos controles (139 U/d/L) associaram-se maior risco de morte (razão de risco 6,56, IC 95% 1,46 a 29,4, p=0.014), sem alteração após ajustamento para variáveis demográficas, funcionais e de tratamento, à análise multivariada. Assim, a disfunção microvascular está presente em indivíduos com HAP idiopática, hereditária ou associada a cardiopatias congênitas. Na HAP, o uso crônico de rosuvastatina em dose baixa associase à redução do nível circulante de selectina-P, e propicia aumento na saturação periférica de oxigênio ao final do exercício, em indivíduos com HAPCCg e hipoxemia. Em indivíduos portadores de HAPCCg, níveis plasmáticos persistentemente elevados do vWF:Ag são indicativo de pior prognóstico / Microvascular dysfunction, involving endothelial cells, platelets and leukocytes, is present in pulmonary arterial hypertension (PAH), and is associated to higher risk to thrombotic complications and mortality. Most data about microvascular dysfunction in PAH do not include other forms of the disease beyond idiopathic PAH. The present study was planned to measure plasma levels microvascular dysfunction markers in two different forms of PAH, and investigate possible correlations with indices of severity of the disease; to investigate the effects of chronic rosuvastatin administration versus placebo on the circulating levels of these markers; and to investigate possible associations between levels of these parameters and prognosis. Sixty patients (aged 13 to 60 years) were included, 14 with idiopathic or hereditary PAH, and 46 with congenital heart disease-associated PAH (CHDPAH), in the absence (N=18) or presence (N=28) of hypoxemia. Plasma levels of von Willebrand factor antigen (vWF:Ag), tissue-plasminogen activator (t-PA), plasminogen activator inhibitor-1 (PAI-1), tumor necrosis factor alpha (TNF-), reactive C protein (RCP), P-selectin, interleukin-6 (IL- 6), and interleukin-10 (IL-10) were measured before treatment and 30, 90, and 180 days on treatment using high-sensitivity enzyme-linked immunosorbent assay kits. Patients were randomly assigned to placebo (N=30) or a single oral dose of rosuvastatin (N=30), 10mg/day, for six months. Demographic and functional data such as age, six-minute walk distance, peripheral oxygen saturation at rest and at the end of the six-minute walk, as well as the hematocrit, were recorded. Patients with CHDPAH were followed-up for 0.7 to 4.0 years (median 3.6 years). At baseline, levels of all proteins (except TNF- and RCP) were significantly increased in patients versus controls (p<0,001), and correlated significantly with indices of severity of the disease. P-selectin level was lower in the rosuvastatin group compared with placebo throughout the treatment (p = 0.037). In hypoxemic CHDPAH patients, the peripheral oxygen saturation, at the end of the six-minute walk, was higher in the rosuvastatin group, compared with placebo. During the follow-up of patients with CHDPAH, an average vWF:Ag (mean of four determinations) above the level corresponding to the 95th percentile of controls (139 U/dL) was associated with a high risk of death (hazard ratio 6.56, 95% CI 1.46 to 29.4, p=0.014). This was not modified after adjustment for demographic, functional and treatment-related variables in multivariate analysis. In conclusion, microvascular dysfunction is present in individuals with idiopathic, hereditary and the congenital heart disease-associated PAH. The chronic use of low-dose rosuvastatin is associated to reduction of circulating levels of P-selectin. In patients with CHDPAH with hypoxemia, rosuvastatin also increases peripheral oxygen saturation during exercise. In CHDPAH patients, a sustained increase in plasma vWF:Ag is indicative of poor prognosis
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O fator de von Willebrand, ligação com fator VIII e estudo da atividade da ADAMTS-13 em pacientes com síndrome antifosfolípide primária / Study of von Willebrand factor activity, binding with factor VIII and ADAMTS-13 activity in patients with primary antiphospholipid syndrome

Natalia Mastantuono Nascimento de Vita 09 December 2014 (has links)
A Síndrome Antifosfolípide (SAF) é uma doença autoimune na qual há presença de anticorpos antifosfolípides [anticoagulante lúpico (AL), anticardiolipina (ACL), anti-beta2glicoproteína I (a-beta2GPI)]. É caracterizada por eventos trombóticos e/ou perdas gestacionais de repetição. Existe um ambiente pró-coagulante na SAF, pois os antifosfolípides (AFL) são capazes de induzir disfunção endotelial aumentando a expressão de moléculas de adesão como o fator de von Willebrand (FVW). Entre os inúmeros elementos envolvidos neste processo, o FVW e a relação com: sua principal enzima proteolítica, a ADAMTS-13, e com o FVIII são relativamente menos conhecidos. Os objetivos deste estudo foram: 1-verificar alterações no endotélio de pacientes com SAF primária (SAFP), através do marcador de lesão endotelial, o FVW, da ADAMTS-13 e do FVIII, avaliando a concentração antigênica, a atividade e a correlação entre estas proteínas; 2- Verificar se alguma destas variáveis é capaz de diferenciar os tipos de eventos trombóticos ocorridos nestes pacientes e se a presença dos AFL influenciam estas proteínas. O estudo, do tipo transversal, envolveu 39 pacientes com SAF primária, com idade mediana de 43 anos, em tratamento no ambulatório de Reumatologia do Hospital das Clínicas, e 39 controles sadios doadores da Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, pareados por sexo e idade com os pacientes. Os títulos de ACL e a-beta2GPI, as determinações antigênicas e de atividade das proteínas FVW, ADAMTS-13, FVIII e PF4 foram realizados por ELISA, e a atividade do FVIII foi determinada pelo método cromogênico. A análise das subunidades do FVW foi realizada por Western immunoblotting. AL foi detectado utilizando ensaios de coagulação de acordo com as recomendações da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia. Os resultados foram apresentados em: 1- pacientes SAFP e controles, e 2- pacientes SAFP agrupados em relação ao tipo de evento e ao tipo de AFL presente. Os pacientes apresentaram aumento da concentração antigênica do FVW (74±6 x 69±11 UI/dL; p=0,016), ADAMTS-13 (1,3±0,34 x 0,82±0,12 Ug/mL; p < 0,0001), FVIII (106±19 x 91±15 UI/dL; p=0,0003),da ligação FVW:FVIII (144±17 x 134±20%; p=0,082) e da atividade do FVIII (117±38 x 98±30%; p=0,0021) comparado aos controles. O PF4 apresentou-se diminuído nos pacientes em relação aos controles (96±12 x 101±8 UI/mL; p=0,014). Os pacientes com trombose arterial apresentaram correlação positiva e significante entre a atividade e o antígeno do FVW (r=0,468; p=0,028) e da ADAMTS-13 (r =0,635; p=0,001); os pacientes com trombose venosa apresentaram esta correlação positiva e significante na ADAMTS-13 (r=0,635; p=0,001). Quando os pacientes foram analisados pelo tipo de antifosfolípide, não se observou diferenças nas variáveis estudadas. Os pacientes com SAFP parecem apresentar disfunção endotelial. No entanto, aparentemente existe um mecanismo de equilíbrio para evitar a formação de um novo trombo. O papel do FVW e a sua relação com a ADAMTS-13, em diferentes doenças, ainda é relativamente pouco conhecido, mas está sendo apontado como importante na patogênese de estados pró-trombóticos como os presentes em pacientes com SAF / Antiphospholipid syndrome (APS) is an autoimmune disease, characterized by vascular thrombosis and /or pregnancy morbidity, in association with antiphospholipid antibodies (aPL) (lupus anticoagulant (LA), anticardiolipin (ACL), anti-beta2glicoprotein I (a-beta2GPI). Antiphospholipid (APL) seems to induce endothelial dysfunction by increasing the expression of adhesion molecules such as von Willebrand factor (VWF). This results in a prothrombotic state in APS. Among the several elements involved in this process, some are relatively less known, such as VWF and its relationship with ADAMTS-13, its main proteolytic enzyme. The aim of this study was to evaluate endothelial dysfunctions in patients with primary APS (PAPS), by examining correlation among the soluble endothelial marker, VWF, the enzyme ADAMTS-13, and FVIII protein. The relationship of these proteins and the presence of arterial and/or venous thrombosis, and presence of APL was also evaluated. This cross-sectional study involved 39 PAPS patients, with a median age of 43 years, who have been treated in the Outpatient Clinics, Department of Rheumatology, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, and 39 healthy subjects blood donors from the Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, matched for sex and age with patients. Levels of APL (ACL and a-beta2GPI), concentration and activities of VWF, ADAMTS-13, FVIII and PF4 proteins were measured with ELISA. LA was detected with coagulation assays according to updated guidelines from the International Society on Thrombosis and Haemostasis, and FVIII activity was measured by chromogenic method. Analysis of VWF subunits was performed by Western immunoblotting. The results were evaluated according to:1- PAPS patients and controls, and2- PAPS patients grouped in relation to type of event and the type of APL. Patients showed higher VWF antigen concentration (74±6 x 69±11 IU/dL, p=0.016), ADAMTS-13 (1.3±0.34 x 0.82±0.12 Ug/mL, p < 0.0001), FVIII (106±19 x 91 ± 15 IU/dL, p=0.0003), VWF binding to FVIII (144±17 x 134 ± 20%, p=0.082) and activity of FVIII (117±38 x 98±30%, p=0.0021) than controls. The PF4 was decreased in patients compared to controls (96±12 vs. 101±8 IU/mL, p=0.014). VWF antigen and activity correlated well (Pearson´s r =0.468; p=0.028) as well as ADAMTS-13(Pearson´s r=0.635; p=0.001) in patients with arterial thrombosis. However, in patients with venous thrombosis only ADAMTS-13 had a good correlation (Pearson´s r =0.492; p=0.045). When patients were analyzed by the type of aPL, no differences in the studied variables were observed. Patients with PAPS seem to present endothelial dysfunction. However, apparently there is an attempt to balance mechanism to prevent a new thrombus formation. The role of VWF and its relation with ADAMTS-13 in different diseases is still relatively unknown. However it has been considered as important in the pathogenesis of prothrombotic states such as those present in patients with APS
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Contribuição à investigação das alterações hemostáticas induzidas pelo veneno da serpente Bothrops jararaca em coelhos: estudo das glicoproteínas da membrana, função, secreção e sobrevivência plaquetárias. / Contribution to the investigation of hemostatic disturbances induced by Bothrops jararaca snake venom in rabbits: study of platelet membrane glycoproteins, function, secretion and survival.

Santoro, Marcelo Larami 15 May 2002 (has links)
Que o envenenamento pela serpente Bothrops jararaca causa distúrbios hemorrágicos sistêmicos, com alteração da coagulação e fibrinólise sangüíneas, é notório. Contudo, pouco se sabe sobre a ação in vivo desse veneno sobre as plaquetas. Em estudos recentes, demonstrou-se que esse veneno causa trombocitopenia, distúrbios da agregação e diminuição do número de corpos densos plaquetários, que, dessarte, sugeriam a ativação das plaquetas circulantes. Com o escopo de comprovar esta hipótese e melhor caracterizar as ações in vivo desse veneno sobre as plaquetas, serviu-se de um modelo experimental que empregava coelhos para o envenenamento pela B. jararaca. No grupo experimental, os animais foram injetados i.v. com o veneno da B. jararaca (60 µg/kg) e no grupo controle com salina. Previamente à administração de salina ou veneno, os coelhos tiveram suas plaquetas marcadas ex vivo com NHS-biotina. Para a avaliação das alterações plaquetárias, amostras de sangue foram coletadas seqüencialmente, em intervalos de tempo que variaram de 1 a 144 horas após a administração do veneno ou salina. Durante o envenenamento, houve trombocitopenia, hipofibrinogenemia, elevação dos níveis plasmáticos do fator de von Willebrand, diminuição da função plaquetária no sangue total induzida pela botrocetina e pelo colágeno e diminuição da secreção de ATP. Não obstante, os níveis plasmáticos de fator plaquetário 4, um marcador específico da ativação plaquetária in vivo, e os níveis intraplaquetários de serotonina se mantiveram constantes. Pela citometria de fluxo, observou-se um decréscimo significativo da expressão do epítopo da GPIIb-IIIa reconhecido pelo anticorpo monoclonal P2, porém isso não foi observado ao utilizar-se anticorpos policlonais. A expressão de fibrinogênio ou dos produtos de degradação do fibrinogênio/fibrina (PDF) na membrana plaquetária também não sofreu alteração significativa ao longo do tempo. Houve, todavia, elevações significativas da P-selectina plaquetária, um receptor cuja expressão é indicativa de ativação plaquetária, e do epítopo induzido por ligantes (LIBS1) da GPIIIa. A porcentagem de plaquetas reticuladas na circulação, assim como os tempos de sobrevivência plaquetária, não foram estatisticamente diferentes entre os dois grupos. As análises histológicas e imuno-histoquímicas dos órgãos dos coelhos mostraram que as plaquetas circulantes são retidas entre redes de fibrina nos capilares pulmonares. Os resultados obtidos sugerem que a trombina engendrada pelos componentes pró-coagulantes deste veneno desempenha uma função essencial na patogenia dos distúrbios da coagulação e plaquetários observados neste modelo de envenenamento. O aumento da expressão de P-selectina no grupo experimental comprovou a hipótese inicial de que as plaquetas dos coelhos envenenados são verdadeiramente ativadas na circulação. Os dados ora apresentados demonstram definitivamente que a diminuição do fibrinogênio ou o aumento dos PDF não são a causa fundamental da disfunção plaquetária observada no envenenamento botrópico e que outro(s) composto(s) parece(m) estar envolvido(s) com estes distúrbios plaquetários. / In spite of being well established that Bothrops jararaca snake venom causes blood coagulation and fibrinolysis disturbances in patients, scant information about blood platelet disorders during envenomation is available. In recent investigations, thrombocytopenia, platelet aggregation disturbances and decreased numbers of platelet dense bodies were observed following venom administration, suggesting that circulating platelets had been activated. In order to prove this hypothesis and to gain a better characterization of the in vivo role of this venom on platelets, an experimental model of B. jararaca envenomation was utilized. Rabbits were injected i.v. either with B. jararaca venom (60 µg/kg) (experimental group) or saline (control group). Previously to saline or venom administration, rabbit platelets were labeled ex vivo with NHS-biotin. To evaluate platelet disturbances, blood samples were collected consecutively, at time intervals that varied from 1 to 144 hours after venom or saline administration. During envenomation, there were thrombocytopenia, hypofibrinogenemia, elevation of von Willebrand factor plasma levels, reduced botrocetin- and collagen-induced platelet aggregation in whole blood, and decreased ATP secretion. However, plasma levels of platelet factor 4, a specific marker of in vivo platelet activation, and intraplatelet serotonin levels remained constant. By flow cytometry, a significant decrease on the expression of GPIIb-IIIa epitope recognized by P2 monoclonal antibody was observed; however, this was not observed when polyclonal antibodies were employed. Fibrinogen or fibrin(ogen) degradation product (FDP) expression on platelet surface showed no significant alteration. Nonetheless, significant elevations of platelet P-selectin, a receptor whose expression is indicative of platelet activation, and of ligand-induced binding sites (LIBS1) of GPIIIa were noted. The percentage of circulating reticulated platelets, as well as platelet survival times, were not statistically different between the two groups. Histopathological and immunohistochemical analyses of rabbit organs demonstrated that circulating platelets were sequestered among fibrin deposits in pulmonary capillaries. These results suggest that thrombin generated by procoagulating components of B. jararaca venom has an essential role in the pathogenesis of platelet and coagulation disorders in this experimental model. Increased expression of P-selectin in the experimental group proves the initial hypothesis that platelets of envenomed rabbits are indeed activated in the circulation. The data presented herein demonstrate definitively that decreased fibrinogen or increased FDP levels are not the primary cause of the platelet dysfunction observed in bothropic envenomation, but other substances seem to be responsible for it.
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Contribuição à investigação das alterações hemostáticas induzidas pelo veneno da serpente Bothrops jararaca em coelhos: estudo das glicoproteínas da membrana, função, secreção e sobrevivência plaquetárias. / Contribution to the investigation of hemostatic disturbances induced by Bothrops jararaca snake venom in rabbits: study of platelet membrane glycoproteins, function, secretion and survival.

Marcelo Larami Santoro 15 May 2002 (has links)
Que o envenenamento pela serpente Bothrops jararaca causa distúrbios hemorrágicos sistêmicos, com alteração da coagulação e fibrinólise sangüíneas, é notório. Contudo, pouco se sabe sobre a ação in vivo desse veneno sobre as plaquetas. Em estudos recentes, demonstrou-se que esse veneno causa trombocitopenia, distúrbios da agregação e diminuição do número de corpos densos plaquetários, que, dessarte, sugeriam a ativação das plaquetas circulantes. Com o escopo de comprovar esta hipótese e melhor caracterizar as ações in vivo desse veneno sobre as plaquetas, serviu-se de um modelo experimental que empregava coelhos para o envenenamento pela B. jararaca. No grupo experimental, os animais foram injetados i.v. com o veneno da B. jararaca (60 µg/kg) e no grupo controle com salina. Previamente à administração de salina ou veneno, os coelhos tiveram suas plaquetas marcadas ex vivo com NHS-biotina. Para a avaliação das alterações plaquetárias, amostras de sangue foram coletadas seqüencialmente, em intervalos de tempo que variaram de 1 a 144 horas após a administração do veneno ou salina. Durante o envenenamento, houve trombocitopenia, hipofibrinogenemia, elevação dos níveis plasmáticos do fator de von Willebrand, diminuição da função plaquetária no sangue total induzida pela botrocetina e pelo colágeno e diminuição da secreção de ATP. Não obstante, os níveis plasmáticos de fator plaquetário 4, um marcador específico da ativação plaquetária in vivo, e os níveis intraplaquetários de serotonina se mantiveram constantes. Pela citometria de fluxo, observou-se um decréscimo significativo da expressão do epítopo da GPIIb-IIIa reconhecido pelo anticorpo monoclonal P2, porém isso não foi observado ao utilizar-se anticorpos policlonais. A expressão de fibrinogênio ou dos produtos de degradação do fibrinogênio/fibrina (PDF) na membrana plaquetária também não sofreu alteração significativa ao longo do tempo. Houve, todavia, elevações significativas da P-selectina plaquetária, um receptor cuja expressão é indicativa de ativação plaquetária, e do epítopo induzido por ligantes (LIBS1) da GPIIIa. A porcentagem de plaquetas reticuladas na circulação, assim como os tempos de sobrevivência plaquetária, não foram estatisticamente diferentes entre os dois grupos. As análises histológicas e imuno-histoquímicas dos órgãos dos coelhos mostraram que as plaquetas circulantes são retidas entre redes de fibrina nos capilares pulmonares. Os resultados obtidos sugerem que a trombina engendrada pelos componentes pró-coagulantes deste veneno desempenha uma função essencial na patogenia dos distúrbios da coagulação e plaquetários observados neste modelo de envenenamento. O aumento da expressão de P-selectina no grupo experimental comprovou a hipótese inicial de que as plaquetas dos coelhos envenenados são verdadeiramente ativadas na circulação. Os dados ora apresentados demonstram definitivamente que a diminuição do fibrinogênio ou o aumento dos PDF não são a causa fundamental da disfunção plaquetária observada no envenenamento botrópico e que outro(s) composto(s) parece(m) estar envolvido(s) com estes distúrbios plaquetários. / In spite of being well established that Bothrops jararaca snake venom causes blood coagulation and fibrinolysis disturbances in patients, scant information about blood platelet disorders during envenomation is available. In recent investigations, thrombocytopenia, platelet aggregation disturbances and decreased numbers of platelet dense bodies were observed following venom administration, suggesting that circulating platelets had been activated. In order to prove this hypothesis and to gain a better characterization of the in vivo role of this venom on platelets, an experimental model of B. jararaca envenomation was utilized. Rabbits were injected i.v. either with B. jararaca venom (60 µg/kg) (experimental group) or saline (control group). Previously to saline or venom administration, rabbit platelets were labeled ex vivo with NHS-biotin. To evaluate platelet disturbances, blood samples were collected consecutively, at time intervals that varied from 1 to 144 hours after venom or saline administration. During envenomation, there were thrombocytopenia, hypofibrinogenemia, elevation of von Willebrand factor plasma levels, reduced botrocetin- and collagen-induced platelet aggregation in whole blood, and decreased ATP secretion. However, plasma levels of platelet factor 4, a specific marker of in vivo platelet activation, and intraplatelet serotonin levels remained constant. By flow cytometry, a significant decrease on the expression of GPIIb-IIIa epitope recognized by P2 monoclonal antibody was observed; however, this was not observed when polyclonal antibodies were employed. Fibrinogen or fibrin(ogen) degradation product (FDP) expression on platelet surface showed no significant alteration. Nonetheless, significant elevations of platelet P-selectin, a receptor whose expression is indicative of platelet activation, and of ligand-induced binding sites (LIBS1) of GPIIIa were noted. The percentage of circulating reticulated platelets, as well as platelet survival times, were not statistically different between the two groups. Histopathological and immunohistochemical analyses of rabbit organs demonstrated that circulating platelets were sequestered among fibrin deposits in pulmonary capillaries. These results suggest that thrombin generated by procoagulating components of B. jararaca venom has an essential role in the pathogenesis of platelet and coagulation disorders in this experimental model. Increased expression of P-selectin in the experimental group proves the initial hypothesis that platelets of envenomed rabbits are indeed activated in the circulation. The data presented herein demonstrate definitively that decreased fibrinogen or increased FDP levels are not the primary cause of the platelet dysfunction observed in bothropic envenomation, but other substances seem to be responsible for it.

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