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Risco ocupacional em fumicultores : genotoxicidade associada à suscetibilidade genéticaSilva, Fernanda Rabaioli da January 2011 (has links)
Agricultores envolvidos no cultivo do tabaco estão constantemente expostos a uma grande variedade de químicos. O uso de agrotóxicos em larga escala tem provocado danos à saúde destes trabalhadores assim como a manipulação das folhas de fumo úmidas, pois além de substâncias antropogênicas persistentes outros compostos orgânicos com potencial pesticida estão presentes nas folhas do tabaco. A nicotina, através do contato dermal com as folhas do fumo, tem causado um envenenamento agudo nos trabalhadores da lavoura. O conjunto de sintomas desta exposição é conhecido como doença da folha verde. Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito genotóxico em fumicultores expostos ocupacionalmente a agroquímicos e nicotina. A instabilidade genômica, a morte celular, a dosagem de colinesterase, cotinina e marcadores de estresse oxidativo bem como o conteúdo de elementos traço foram analisados nas células destes trabalhadores. Para verificar a possível modulação de genes de suscetibilidade com os resultados dos biomarcadores, os polimorfismos dos genes GSTT1, GSTM1, GSTP1, CYP2A6, PON, OGG1, RAD51, XRCC1 e XRCC4 foram avaliados. No primeiro momento, amostras de sangue periférico foram coletadas de 30 indivíduos expostos e de 30 indivíduos não expostos com o intuito de investigar o risco ocupacional em três diferentes períodos da safra de fumo (entresafra, aplicação intensa de pesticidas e na colheita da folha). Neste estudo foi observado aumento significativo de dano ao DNA, avaliado pelo ensaio Cometa, em fumicultores comparados ao grupo não exposto em todos os períodos da safra e, um significante aumento nas frequência de células micronucleadas na entresafra. Correlação entre idade e tempo de exposição em relação aos resultados do ensaio Cometa e do teste de MN não foi encontrado. O dano ao DNA foi maior em homens comparado a mulheres, mas diferença significativa foi observada apenas na entresafra. Não houve diferença na atividade da colinesterase entre os grupos estudados. Elevado nível de cotinina foi observado na colheita da folha de fumo, demonstrando exposição à nicotina. Em um segundo momento, amostras de sangue periférico e de mucosa oral foram coletadas de aproximadamente 111 agricultores em dois períodos da safra (na aplicação intensa de pesticidas e na colheita) e de 56 indivíduos não expostos. Os resultados destes testes demonstraram anomalias nucleares nas células de fumicultores expostas a misturas de substâncias com potencial genotóxico e citotóxico. Diferença nos resultados foi percebida entre os dois momentos da safra de fumo investigados. Modulação no dano ao DNA e na morte celular em células da mucosa oral foi observada nos genes PON1 e CYP2A6. Diferença entre gênero e tempo de exposição não foi encontrada nos diferentes parâmetros analisados. Houve correlação entre idade e os resultados obtidos no teste de MN em linfócitos no grupo não exposto e no momento da aplicação de pesticidas. Em relação ao uso do equipamento de proteção individual, diferença na frequência de MN no momento da aplicação de pesticidas foi observada. Dos nove marcadores de suscetibilidade estudados, somente GSTM1 nulo e CYP2A6*9, demonstraram associação com os resultados obtidos pelo teste de MN em linfócitos. Diferença na atividade da colinesterase e nos níveis de cotinina não foi observada em relação aos diferentes genótipos de PON1 e de CYP2A6, respectivamente. Aumento de cromo, magnésio, alumínio, cloro, zinco e potássio foram percebidos no momento da aplicação de pesticidas em relação ao grupo não exposto e à colheita. Maior atividade da superóxido dismutase no grupo exposto em relação ao grupo não exposto foi observada. Atividade da catalase e a medida de TBARS apresentaram aumento significativo na colheita da folha de fumo em relação ao grupo não exposto e ao momento da aplicação de pesticidas. Finalmente, esta investigação sugere níveis maiores de dano ao DNA avaliados pelo ensaio Cometa e pelo teste de MN em linfócito e em mucosa oral, nos diferentes momentos da safra do fumo (aplicação de pesticides e colheita), chamando a atenção o significativo aumento de dano ao DNA no momento da entresafra. Modulação dos genes de metabolismo foi observada, onde GSTM1 nulo e PON1 Gln/Gln tiveram maiores níveis de dano ao DNA, em linfócitos e em células da mucosa oral respectivamente, no momento da aplicação de pesticidas e CYP2A6*1/*1 e CYP2A6*9/- tiveram maiores níveis de dano ao DNA (em linfócitos) e de morte celular (em células da mucosa oral) na colheita. Não houve influência dos genes envolvidos no reparo em relação aos diferentes biomarcadores no grupo exposto. Os resultados indicam que exposição crônica a pesticidas, tanto químicos sintéticos como natural, pode ativar o sistema de enzimas antioxidantes. Por fim, nosso estudo chama a atenção à necessidade de formação profissional e informação sobre práticas seguras no uso de pesticidas e, além disso, na fumicultura, na manipulação das folhas fumo. / Agricultural workers engaged in tobacco cultivation are constantly exposed to large amounts of pesticides as well as to the nicotine present in raw tobacco leaves. Pesticides have been considered potential chemical mutagens. Studies have assumed that nicotine absorbed through the skin results in the characteristic green tobacco sickness (GTS), an occupational illness reported by tobacco workers. This study sought to determine genotoxic effects in farm workers occupationally exposed to agrochemicals and nicotine. The genomic instability, cell death as well as cholinesterase and cotinine levels in the blood of tobacco farmers were investigated. In order to verify relation of genetic susceptibility with biomarkers results, GSTT1, GSTM1, GSTP1, CYP2A6, PON, OGG1, RAD51, XRCC1 and XRCC4 genes polymorphisms was evaluated. Determination of oxidative stress markers and trace elements content was accomplished. In the first moment, peripheral blood samples were collected from 30 agricultural workers and 30 non-exposed subjects to investigate occupational exposure in three different crop times (off-season, during pesticides application and leaf harvest). In this study a significant increase in DNA damage, assessed by Comet assay, was observed in tobacco farmers compared to the nonexposed group, for all different crop times, and a significant increase in micronucleated cells was detected in the off-season group. No correlation was found between age and exposure time in relation to biomarker tests. The DNA damage was greater in males than in females, but with a significant difference only in off-season group. No difference, in cholinesterase activity, was seen among the group of farmers and non-exposed group. Increased level of cotinine was observed in leaf harvest group. In the second moment, peripheral blood and buccal cells samples were collected about from 111 agricultural workers, at two different crop times (during pesticides application and leaf harvest), and 56 non-exposed individuals. Results showed nuclear anomalies in the blood and buccal cells in tobacco farmers exposed to mixture of the substances with genotoxic and cytotoxic potential. Difference in blood and buccal micronucleus cytome assay results was found among two different times in the tobacco crop. Effects of PON1 and CYP2A6 genetic polymorphisms on the modulation of DNA damage induced by pesticides and cell death were observed in buccal micronucleus cytome (BMNcyt) assay. No statistically significant difference was found between genders and exposure time for all parameters analyzed. No difference was observed in hematocrit values between the groups. Correlation was observed in age and cytokinesis-blocked micronuclei (CBMN) assay results in nonexposed and pesticide application group. In relation to personal protective equipment (PPE) use, increased MN frequency in pesticide application was observed. From the nine markers of individual susceptibility studied in the CBMN assay, only GSTM1 null and CYP2A6*9, showed significant associations with results in farmers cells. Increase in cotinine level was observed in leaf harvest, when compared to non-exposed group. Cholinesterase (BChe) level was similar in the farmer and non-exposed group. No significant effect on the BChe activity and cotinine level was observed in exposed group with reference to different PON1 and CYP2A6 genotypes, respectively. In pesticide application was found increase in chromiun, magnesium, aluminum, chloride, zinc and potassium, when compared to non-exposed and leaf harvest group. Superoxide dismutase (SOD) activity presented a significant increase in exposed groups (pesticide application and leaf harvest) in relation to non-exposed group, and pesticide application presented higher values than leaf harvest group. The catalase (CAT) activity and TBARS presented a significant increase in leaf harvest than non-exposed group and pesticide application. Finally, this investigation suggests that DNA damage increases, analyzed by Comet, CBMN and BMNcyt assays, at different tobacco crop stages (pesticides application and tobacco leaf harvest), calling attention to the significant increase in the DNA damage during the off-season. Effect of individual genotype of the metabolism genes on the level of different biomarkers evaluated in exposed group demonstrated an influence on increase in damage of GSTM1 null (blood cells) and PON1 Gln/Gln (buccal cells) on pesticides application group, and a influence of CYP2A6*1/*1 (blood cells) and CYP2A6*9/- (buccal cells) on tobacco leaf harvest group. Individual genotype of the DNA repair genes of exposed groups did not show influence on the different biomarkers in this study. In pesticide application was found increase of trace elements content. The results also indicated that chronic exposure to pesticides, synthetic and natural, can influence antioxidant enzymes activity. Our study drives the attention once more to the need for occupational training on safe working practices and safe work environment for farm workers. Developing countries should use such data to establish safety occupational rules during the use of pesticides and mainly during tobacco leaf harvest.
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Risco ocupacional em fumicultores : genotoxicidade associada à suscetibilidade genéticaSilva, Fernanda Rabaioli da January 2011 (has links)
Agricultores envolvidos no cultivo do tabaco estão constantemente expostos a uma grande variedade de químicos. O uso de agrotóxicos em larga escala tem provocado danos à saúde destes trabalhadores assim como a manipulação das folhas de fumo úmidas, pois além de substâncias antropogênicas persistentes outros compostos orgânicos com potencial pesticida estão presentes nas folhas do tabaco. A nicotina, através do contato dermal com as folhas do fumo, tem causado um envenenamento agudo nos trabalhadores da lavoura. O conjunto de sintomas desta exposição é conhecido como doença da folha verde. Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito genotóxico em fumicultores expostos ocupacionalmente a agroquímicos e nicotina. A instabilidade genômica, a morte celular, a dosagem de colinesterase, cotinina e marcadores de estresse oxidativo bem como o conteúdo de elementos traço foram analisados nas células destes trabalhadores. Para verificar a possível modulação de genes de suscetibilidade com os resultados dos biomarcadores, os polimorfismos dos genes GSTT1, GSTM1, GSTP1, CYP2A6, PON, OGG1, RAD51, XRCC1 e XRCC4 foram avaliados. No primeiro momento, amostras de sangue periférico foram coletadas de 30 indivíduos expostos e de 30 indivíduos não expostos com o intuito de investigar o risco ocupacional em três diferentes períodos da safra de fumo (entresafra, aplicação intensa de pesticidas e na colheita da folha). Neste estudo foi observado aumento significativo de dano ao DNA, avaliado pelo ensaio Cometa, em fumicultores comparados ao grupo não exposto em todos os períodos da safra e, um significante aumento nas frequência de células micronucleadas na entresafra. Correlação entre idade e tempo de exposição em relação aos resultados do ensaio Cometa e do teste de MN não foi encontrado. O dano ao DNA foi maior em homens comparado a mulheres, mas diferença significativa foi observada apenas na entresafra. Não houve diferença na atividade da colinesterase entre os grupos estudados. Elevado nível de cotinina foi observado na colheita da folha de fumo, demonstrando exposição à nicotina. Em um segundo momento, amostras de sangue periférico e de mucosa oral foram coletadas de aproximadamente 111 agricultores em dois períodos da safra (na aplicação intensa de pesticidas e na colheita) e de 56 indivíduos não expostos. Os resultados destes testes demonstraram anomalias nucleares nas células de fumicultores expostas a misturas de substâncias com potencial genotóxico e citotóxico. Diferença nos resultados foi percebida entre os dois momentos da safra de fumo investigados. Modulação no dano ao DNA e na morte celular em células da mucosa oral foi observada nos genes PON1 e CYP2A6. Diferença entre gênero e tempo de exposição não foi encontrada nos diferentes parâmetros analisados. Houve correlação entre idade e os resultados obtidos no teste de MN em linfócitos no grupo não exposto e no momento da aplicação de pesticidas. Em relação ao uso do equipamento de proteção individual, diferença na frequência de MN no momento da aplicação de pesticidas foi observada. Dos nove marcadores de suscetibilidade estudados, somente GSTM1 nulo e CYP2A6*9, demonstraram associação com os resultados obtidos pelo teste de MN em linfócitos. Diferença na atividade da colinesterase e nos níveis de cotinina não foi observada em relação aos diferentes genótipos de PON1 e de CYP2A6, respectivamente. Aumento de cromo, magnésio, alumínio, cloro, zinco e potássio foram percebidos no momento da aplicação de pesticidas em relação ao grupo não exposto e à colheita. Maior atividade da superóxido dismutase no grupo exposto em relação ao grupo não exposto foi observada. Atividade da catalase e a medida de TBARS apresentaram aumento significativo na colheita da folha de fumo em relação ao grupo não exposto e ao momento da aplicação de pesticidas. Finalmente, esta investigação sugere níveis maiores de dano ao DNA avaliados pelo ensaio Cometa e pelo teste de MN em linfócito e em mucosa oral, nos diferentes momentos da safra do fumo (aplicação de pesticides e colheita), chamando a atenção o significativo aumento de dano ao DNA no momento da entresafra. Modulação dos genes de metabolismo foi observada, onde GSTM1 nulo e PON1 Gln/Gln tiveram maiores níveis de dano ao DNA, em linfócitos e em células da mucosa oral respectivamente, no momento da aplicação de pesticidas e CYP2A6*1/*1 e CYP2A6*9/- tiveram maiores níveis de dano ao DNA (em linfócitos) e de morte celular (em células da mucosa oral) na colheita. Não houve influência dos genes envolvidos no reparo em relação aos diferentes biomarcadores no grupo exposto. Os resultados indicam que exposição crônica a pesticidas, tanto químicos sintéticos como natural, pode ativar o sistema de enzimas antioxidantes. Por fim, nosso estudo chama a atenção à necessidade de formação profissional e informação sobre práticas seguras no uso de pesticidas e, além disso, na fumicultura, na manipulação das folhas fumo. / Agricultural workers engaged in tobacco cultivation are constantly exposed to large amounts of pesticides as well as to the nicotine present in raw tobacco leaves. Pesticides have been considered potential chemical mutagens. Studies have assumed that nicotine absorbed through the skin results in the characteristic green tobacco sickness (GTS), an occupational illness reported by tobacco workers. This study sought to determine genotoxic effects in farm workers occupationally exposed to agrochemicals and nicotine. The genomic instability, cell death as well as cholinesterase and cotinine levels in the blood of tobacco farmers were investigated. In order to verify relation of genetic susceptibility with biomarkers results, GSTT1, GSTM1, GSTP1, CYP2A6, PON, OGG1, RAD51, XRCC1 and XRCC4 genes polymorphisms was evaluated. Determination of oxidative stress markers and trace elements content was accomplished. In the first moment, peripheral blood samples were collected from 30 agricultural workers and 30 non-exposed subjects to investigate occupational exposure in three different crop times (off-season, during pesticides application and leaf harvest). In this study a significant increase in DNA damage, assessed by Comet assay, was observed in tobacco farmers compared to the nonexposed group, for all different crop times, and a significant increase in micronucleated cells was detected in the off-season group. No correlation was found between age and exposure time in relation to biomarker tests. The DNA damage was greater in males than in females, but with a significant difference only in off-season group. No difference, in cholinesterase activity, was seen among the group of farmers and non-exposed group. Increased level of cotinine was observed in leaf harvest group. In the second moment, peripheral blood and buccal cells samples were collected about from 111 agricultural workers, at two different crop times (during pesticides application and leaf harvest), and 56 non-exposed individuals. Results showed nuclear anomalies in the blood and buccal cells in tobacco farmers exposed to mixture of the substances with genotoxic and cytotoxic potential. Difference in blood and buccal micronucleus cytome assay results was found among two different times in the tobacco crop. Effects of PON1 and CYP2A6 genetic polymorphisms on the modulation of DNA damage induced by pesticides and cell death were observed in buccal micronucleus cytome (BMNcyt) assay. No statistically significant difference was found between genders and exposure time for all parameters analyzed. No difference was observed in hematocrit values between the groups. Correlation was observed in age and cytokinesis-blocked micronuclei (CBMN) assay results in nonexposed and pesticide application group. In relation to personal protective equipment (PPE) use, increased MN frequency in pesticide application was observed. From the nine markers of individual susceptibility studied in the CBMN assay, only GSTM1 null and CYP2A6*9, showed significant associations with results in farmers cells. Increase in cotinine level was observed in leaf harvest, when compared to non-exposed group. Cholinesterase (BChe) level was similar in the farmer and non-exposed group. No significant effect on the BChe activity and cotinine level was observed in exposed group with reference to different PON1 and CYP2A6 genotypes, respectively. In pesticide application was found increase in chromiun, magnesium, aluminum, chloride, zinc and potassium, when compared to non-exposed and leaf harvest group. Superoxide dismutase (SOD) activity presented a significant increase in exposed groups (pesticide application and leaf harvest) in relation to non-exposed group, and pesticide application presented higher values than leaf harvest group. The catalase (CAT) activity and TBARS presented a significant increase in leaf harvest than non-exposed group and pesticide application. Finally, this investigation suggests that DNA damage increases, analyzed by Comet, CBMN and BMNcyt assays, at different tobacco crop stages (pesticides application and tobacco leaf harvest), calling attention to the significant increase in the DNA damage during the off-season. Effect of individual genotype of the metabolism genes on the level of different biomarkers evaluated in exposed group demonstrated an influence on increase in damage of GSTM1 null (blood cells) and PON1 Gln/Gln (buccal cells) on pesticides application group, and a influence of CYP2A6*1/*1 (blood cells) and CYP2A6*9/- (buccal cells) on tobacco leaf harvest group. Individual genotype of the DNA repair genes of exposed groups did not show influence on the different biomarkers in this study. In pesticide application was found increase of trace elements content. The results also indicated that chronic exposure to pesticides, synthetic and natural, can influence antioxidant enzymes activity. Our study drives the attention once more to the need for occupational training on safe working practices and safe work environment for farm workers. Developing countries should use such data to establish safety occupational rules during the use of pesticides and mainly during tobacco leaf harvest.
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Risco ocupacional em fumicultores : genotoxicidade associada à suscetibilidade genéticaSilva, Fernanda Rabaioli da January 2011 (has links)
Agricultores envolvidos no cultivo do tabaco estão constantemente expostos a uma grande variedade de químicos. O uso de agrotóxicos em larga escala tem provocado danos à saúde destes trabalhadores assim como a manipulação das folhas de fumo úmidas, pois além de substâncias antropogênicas persistentes outros compostos orgânicos com potencial pesticida estão presentes nas folhas do tabaco. A nicotina, através do contato dermal com as folhas do fumo, tem causado um envenenamento agudo nos trabalhadores da lavoura. O conjunto de sintomas desta exposição é conhecido como doença da folha verde. Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito genotóxico em fumicultores expostos ocupacionalmente a agroquímicos e nicotina. A instabilidade genômica, a morte celular, a dosagem de colinesterase, cotinina e marcadores de estresse oxidativo bem como o conteúdo de elementos traço foram analisados nas células destes trabalhadores. Para verificar a possível modulação de genes de suscetibilidade com os resultados dos biomarcadores, os polimorfismos dos genes GSTT1, GSTM1, GSTP1, CYP2A6, PON, OGG1, RAD51, XRCC1 e XRCC4 foram avaliados. No primeiro momento, amostras de sangue periférico foram coletadas de 30 indivíduos expostos e de 30 indivíduos não expostos com o intuito de investigar o risco ocupacional em três diferentes períodos da safra de fumo (entresafra, aplicação intensa de pesticidas e na colheita da folha). Neste estudo foi observado aumento significativo de dano ao DNA, avaliado pelo ensaio Cometa, em fumicultores comparados ao grupo não exposto em todos os períodos da safra e, um significante aumento nas frequência de células micronucleadas na entresafra. Correlação entre idade e tempo de exposição em relação aos resultados do ensaio Cometa e do teste de MN não foi encontrado. O dano ao DNA foi maior em homens comparado a mulheres, mas diferença significativa foi observada apenas na entresafra. Não houve diferença na atividade da colinesterase entre os grupos estudados. Elevado nível de cotinina foi observado na colheita da folha de fumo, demonstrando exposição à nicotina. Em um segundo momento, amostras de sangue periférico e de mucosa oral foram coletadas de aproximadamente 111 agricultores em dois períodos da safra (na aplicação intensa de pesticidas e na colheita) e de 56 indivíduos não expostos. Os resultados destes testes demonstraram anomalias nucleares nas células de fumicultores expostas a misturas de substâncias com potencial genotóxico e citotóxico. Diferença nos resultados foi percebida entre os dois momentos da safra de fumo investigados. Modulação no dano ao DNA e na morte celular em células da mucosa oral foi observada nos genes PON1 e CYP2A6. Diferença entre gênero e tempo de exposição não foi encontrada nos diferentes parâmetros analisados. Houve correlação entre idade e os resultados obtidos no teste de MN em linfócitos no grupo não exposto e no momento da aplicação de pesticidas. Em relação ao uso do equipamento de proteção individual, diferença na frequência de MN no momento da aplicação de pesticidas foi observada. Dos nove marcadores de suscetibilidade estudados, somente GSTM1 nulo e CYP2A6*9, demonstraram associação com os resultados obtidos pelo teste de MN em linfócitos. Diferença na atividade da colinesterase e nos níveis de cotinina não foi observada em relação aos diferentes genótipos de PON1 e de CYP2A6, respectivamente. Aumento de cromo, magnésio, alumínio, cloro, zinco e potássio foram percebidos no momento da aplicação de pesticidas em relação ao grupo não exposto e à colheita. Maior atividade da superóxido dismutase no grupo exposto em relação ao grupo não exposto foi observada. Atividade da catalase e a medida de TBARS apresentaram aumento significativo na colheita da folha de fumo em relação ao grupo não exposto e ao momento da aplicação de pesticidas. Finalmente, esta investigação sugere níveis maiores de dano ao DNA avaliados pelo ensaio Cometa e pelo teste de MN em linfócito e em mucosa oral, nos diferentes momentos da safra do fumo (aplicação de pesticides e colheita), chamando a atenção o significativo aumento de dano ao DNA no momento da entresafra. Modulação dos genes de metabolismo foi observada, onde GSTM1 nulo e PON1 Gln/Gln tiveram maiores níveis de dano ao DNA, em linfócitos e em células da mucosa oral respectivamente, no momento da aplicação de pesticidas e CYP2A6*1/*1 e CYP2A6*9/- tiveram maiores níveis de dano ao DNA (em linfócitos) e de morte celular (em células da mucosa oral) na colheita. Não houve influência dos genes envolvidos no reparo em relação aos diferentes biomarcadores no grupo exposto. Os resultados indicam que exposição crônica a pesticidas, tanto químicos sintéticos como natural, pode ativar o sistema de enzimas antioxidantes. Por fim, nosso estudo chama a atenção à necessidade de formação profissional e informação sobre práticas seguras no uso de pesticidas e, além disso, na fumicultura, na manipulação das folhas fumo. / Agricultural workers engaged in tobacco cultivation are constantly exposed to large amounts of pesticides as well as to the nicotine present in raw tobacco leaves. Pesticides have been considered potential chemical mutagens. Studies have assumed that nicotine absorbed through the skin results in the characteristic green tobacco sickness (GTS), an occupational illness reported by tobacco workers. This study sought to determine genotoxic effects in farm workers occupationally exposed to agrochemicals and nicotine. The genomic instability, cell death as well as cholinesterase and cotinine levels in the blood of tobacco farmers were investigated. In order to verify relation of genetic susceptibility with biomarkers results, GSTT1, GSTM1, GSTP1, CYP2A6, PON, OGG1, RAD51, XRCC1 and XRCC4 genes polymorphisms was evaluated. Determination of oxidative stress markers and trace elements content was accomplished. In the first moment, peripheral blood samples were collected from 30 agricultural workers and 30 non-exposed subjects to investigate occupational exposure in three different crop times (off-season, during pesticides application and leaf harvest). In this study a significant increase in DNA damage, assessed by Comet assay, was observed in tobacco farmers compared to the nonexposed group, for all different crop times, and a significant increase in micronucleated cells was detected in the off-season group. No correlation was found between age and exposure time in relation to biomarker tests. The DNA damage was greater in males than in females, but with a significant difference only in off-season group. No difference, in cholinesterase activity, was seen among the group of farmers and non-exposed group. Increased level of cotinine was observed in leaf harvest group. In the second moment, peripheral blood and buccal cells samples were collected about from 111 agricultural workers, at two different crop times (during pesticides application and leaf harvest), and 56 non-exposed individuals. Results showed nuclear anomalies in the blood and buccal cells in tobacco farmers exposed to mixture of the substances with genotoxic and cytotoxic potential. Difference in blood and buccal micronucleus cytome assay results was found among two different times in the tobacco crop. Effects of PON1 and CYP2A6 genetic polymorphisms on the modulation of DNA damage induced by pesticides and cell death were observed in buccal micronucleus cytome (BMNcyt) assay. No statistically significant difference was found between genders and exposure time for all parameters analyzed. No difference was observed in hematocrit values between the groups. Correlation was observed in age and cytokinesis-blocked micronuclei (CBMN) assay results in nonexposed and pesticide application group. In relation to personal protective equipment (PPE) use, increased MN frequency in pesticide application was observed. From the nine markers of individual susceptibility studied in the CBMN assay, only GSTM1 null and CYP2A6*9, showed significant associations with results in farmers cells. Increase in cotinine level was observed in leaf harvest, when compared to non-exposed group. Cholinesterase (BChe) level was similar in the farmer and non-exposed group. No significant effect on the BChe activity and cotinine level was observed in exposed group with reference to different PON1 and CYP2A6 genotypes, respectively. In pesticide application was found increase in chromiun, magnesium, aluminum, chloride, zinc and potassium, when compared to non-exposed and leaf harvest group. Superoxide dismutase (SOD) activity presented a significant increase in exposed groups (pesticide application and leaf harvest) in relation to non-exposed group, and pesticide application presented higher values than leaf harvest group. The catalase (CAT) activity and TBARS presented a significant increase in leaf harvest than non-exposed group and pesticide application. Finally, this investigation suggests that DNA damage increases, analyzed by Comet, CBMN and BMNcyt assays, at different tobacco crop stages (pesticides application and tobacco leaf harvest), calling attention to the significant increase in the DNA damage during the off-season. Effect of individual genotype of the metabolism genes on the level of different biomarkers evaluated in exposed group demonstrated an influence on increase in damage of GSTM1 null (blood cells) and PON1 Gln/Gln (buccal cells) on pesticides application group, and a influence of CYP2A6*1/*1 (blood cells) and CYP2A6*9/- (buccal cells) on tobacco leaf harvest group. Individual genotype of the DNA repair genes of exposed groups did not show influence on the different biomarkers in this study. In pesticide application was found increase of trace elements content. The results also indicated that chronic exposure to pesticides, synthetic and natural, can influence antioxidant enzymes activity. Our study drives the attention once more to the need for occupational training on safe working practices and safe work environment for farm workers. Developing countries should use such data to establish safety occupational rules during the use of pesticides and mainly during tobacco leaf harvest.
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O cultivo do fumo e condições de saúde e segurança dos trabalhadores ruraisHeemann, Fabiane January 2009 (has links)
O setor fumageiro no Brasil vem contribuindo expressivamente para o crescimento da economia nacional, em especial para o desenvolvimento da região do Vale do Rio Pardo, no estado do Rio Grande do sul. No entanto, os pequenos fumicultores desta região carecem de mais atenção no que se refere a sua saúde. Para atingir o nível de qualidade exigido, o trabalho desenvolvido nestas lavouras expõe estes trabalhadores a intempéries climáticas, a adoção de posturas desfavoráveis, exigindo também o emprego de grande esforço físico. A associação destes fatores de risco podem favorecer o surgimento de problemas de saúde, além de alterações no desempenho funcional, que em curto ou longo prazo podem levar ao afastamento do trabalho. Este estudo buscou levantar dados a respeito da situação atual de saúde dos fumicultores, bem como mapear o processo produtivo de fumo nestas pequenas propriedades e realizar uma análise ergonômica deste. Através da comparação dos dados coletados com os encontrados na literatura, foi possível verificar que as condições de trabalho podem estar influenciando nas condições de saúde e segurança desta população. A partir de então, foram formuladas propostas de ações que visam melhorar estas condições laborais, assim como diminuir sua influência na saúde e segurança destes trabalhadores. / The tobacco sector in Brazil has grown in recent years, contributing significantly to the growth of national economy, specially the development of Vale do Rio Pardo, in state of Rio Grande do Sul. However, the small tobacco growers in this region require further attention regarding to their health, because to achieve the required quality, the work developed in these crops exposes these workers to bad weather, the adoption of awkward postures and required the use of excessive physical efforts. The association of these risk factors can favor the appearance of health problems, changes in performance, that in short or long term can lead to a great absenteeism. This study aimed to collect data about the current health state of local tobacco growers, map the production process of tobacco in these smaller properties and perform an ergonomic analysis. By comparing the data collected with the data found in the literature it was concluded that working conditions can be influencing the health and safety of this population. From then, there were formulated proposals of actions that aim to improve the work conditions, as well as to reduce his influence in the health and security of these workers.
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O cultivo do fumo e condições de saúde e segurança dos trabalhadores ruraisHeemann, Fabiane January 2009 (has links)
O setor fumageiro no Brasil vem contribuindo expressivamente para o crescimento da economia nacional, em especial para o desenvolvimento da região do Vale do Rio Pardo, no estado do Rio Grande do sul. No entanto, os pequenos fumicultores desta região carecem de mais atenção no que se refere a sua saúde. Para atingir o nível de qualidade exigido, o trabalho desenvolvido nestas lavouras expõe estes trabalhadores a intempéries climáticas, a adoção de posturas desfavoráveis, exigindo também o emprego de grande esforço físico. A associação destes fatores de risco podem favorecer o surgimento de problemas de saúde, além de alterações no desempenho funcional, que em curto ou longo prazo podem levar ao afastamento do trabalho. Este estudo buscou levantar dados a respeito da situação atual de saúde dos fumicultores, bem como mapear o processo produtivo de fumo nestas pequenas propriedades e realizar uma análise ergonômica deste. Através da comparação dos dados coletados com os encontrados na literatura, foi possível verificar que as condições de trabalho podem estar influenciando nas condições de saúde e segurança desta população. A partir de então, foram formuladas propostas de ações que visam melhorar estas condições laborais, assim como diminuir sua influência na saúde e segurança destes trabalhadores. / The tobacco sector in Brazil has grown in recent years, contributing significantly to the growth of national economy, specially the development of Vale do Rio Pardo, in state of Rio Grande do Sul. However, the small tobacco growers in this region require further attention regarding to their health, because to achieve the required quality, the work developed in these crops exposes these workers to bad weather, the adoption of awkward postures and required the use of excessive physical efforts. The association of these risk factors can favor the appearance of health problems, changes in performance, that in short or long term can lead to a great absenteeism. This study aimed to collect data about the current health state of local tobacco growers, map the production process of tobacco in these smaller properties and perform an ergonomic analysis. By comparing the data collected with the data found in the literature it was concluded that working conditions can be influencing the health and safety of this population. From then, there were formulated proposals of actions that aim to improve the work conditions, as well as to reduce his influence in the health and security of these workers.
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O cultivo do fumo e condições de saúde e segurança dos trabalhadores ruraisHeemann, Fabiane January 2009 (has links)
O setor fumageiro no Brasil vem contribuindo expressivamente para o crescimento da economia nacional, em especial para o desenvolvimento da região do Vale do Rio Pardo, no estado do Rio Grande do sul. No entanto, os pequenos fumicultores desta região carecem de mais atenção no que se refere a sua saúde. Para atingir o nível de qualidade exigido, o trabalho desenvolvido nestas lavouras expõe estes trabalhadores a intempéries climáticas, a adoção de posturas desfavoráveis, exigindo também o emprego de grande esforço físico. A associação destes fatores de risco podem favorecer o surgimento de problemas de saúde, além de alterações no desempenho funcional, que em curto ou longo prazo podem levar ao afastamento do trabalho. Este estudo buscou levantar dados a respeito da situação atual de saúde dos fumicultores, bem como mapear o processo produtivo de fumo nestas pequenas propriedades e realizar uma análise ergonômica deste. Através da comparação dos dados coletados com os encontrados na literatura, foi possível verificar que as condições de trabalho podem estar influenciando nas condições de saúde e segurança desta população. A partir de então, foram formuladas propostas de ações que visam melhorar estas condições laborais, assim como diminuir sua influência na saúde e segurança destes trabalhadores. / The tobacco sector in Brazil has grown in recent years, contributing significantly to the growth of national economy, specially the development of Vale do Rio Pardo, in state of Rio Grande do Sul. However, the small tobacco growers in this region require further attention regarding to their health, because to achieve the required quality, the work developed in these crops exposes these workers to bad weather, the adoption of awkward postures and required the use of excessive physical efforts. The association of these risk factors can favor the appearance of health problems, changes in performance, that in short or long term can lead to a great absenteeism. This study aimed to collect data about the current health state of local tobacco growers, map the production process of tobacco in these smaller properties and perform an ergonomic analysis. By comparing the data collected with the data found in the literature it was concluded that working conditions can be influencing the health and safety of this population. From then, there were formulated proposals of actions that aim to improve the work conditions, as well as to reduce his influence in the health and security of these workers.
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Precarização da organização do trabalho: vivências de prazer e sofrimento no cultivo do fumoCastro, Laura Silva Peixoto de 15 March 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013 / Nenhuma / Alguns fatores contribuem significativamente para a precarização da organização do
trabalho na fumicultura, destacando-se: a exploração do produtor de tabaco pela
empresa fumageira; a desproteção social destes trabalhadores pelo Estado; a intensificação do trabalho em consonância com a lógica de acumulação de capital,
colocando em risco a saúde dos profissionais; a proposta de diminuição do plantio e do
consumo do tabaco em todo território nacional. Resistindo a estas adversidades, os
produtores de fumo procuram sobreviver em um cenário econômico que não lhes é
favorável. Esta pesquisa objetivou conhecer a percepção destes profissionais acerca do
reflexo da organização do trabalho sobre suas vivências de prazer e sofrimento no
trabalho. Participaram desta investigação 15 fumicultores, homens e mulheres que
desenvolvem o cultivo do fumo como sua principal fonte de renda. Todos os
participantes são munícipes de Dom Feliciano/RS, cidade referência nacional no cultivo
do tabaco. A pesquisa foi desenvolvida conforme o método exploratório descritivo, a
partir de uma perspectiva qualitativa, sendo o instrumento de pesquisa empregado a
técnica de grupos focais. Um roteiro de questões norteadoras, elaborado de acordo com
os pressupostos teóricos da Psicodinâmica do Trabalho e com a revisão bibliográfica
sobre o tema, auxiliou a pesquisadora na condução dos encontros. Para a análise
interpretativa, optou-se pelo modelo misto proposto por Bardin, tendo sido
estabelecidas categorias a priori e a posteriori, estas para contemplar, inclusive, os
conteúdos inéditos emergidos nos grupos. Esta Dissertação apresenta e discute, em dois
artigos empíricos, os resultados obtidos nesta pesquisa. A primeira sessão expõe o
artigo intitulado “O fumicultor adverte: a causa do seu sofrimento é o homem, não o
fumo”, tendo como principais achados o sofrimento experimentado pelos fumicultores
em decorrência da organização alienante do trabalho e da ansiedade destes profissionais
frente à ameaça do desemprego em massa, obrigando-os a considerar alternativas de
fonte de renda, como a diversificação rural, o que, ao seu julgo, não lhes favorece. Os
produtores de fumo retratam a situação que o Homem os coloca, sendo este
representado, em sua ótica: pelas empresas fumageiras, pelo Estado, e pelos próprios
fumicultores, que não mobilizam-se de forma efetiva para impedir a injustiça social que
acomete sua classe profissional. Na segunda sessão, apresenta-se o artigo intitulado
“Não adoece só quem fuma, mas também quem planta”. Este aponta que o desprazer e o
sofrimento são vivenciados diariamente pelos fumicultores e pouca menção se faz ao
prazer no trabalho e aos raros momentos de lazer. O sofrimento e o adoecimento são
decorrentes da precarização das condições de trabalho, causados, principalmente, pela
intensificação deste. Entretanto, é comum o fumicultor se culpabilizar pelos agravos a
sua saúde, admitindo cometer excessos e não tomar as precauções necessárias para
evitar o adoecimento. O entendimento destes trabalhadores, acerca das consequências
da exploração de que são vítimas, é limitado. Estes agricultores não compreendem que
os “erros” e “exageros” que percebem cometer, são reflexos de uma organização do
trabalho alienante. Almeja-se, com esta investigação: atentar para a importância da
participação efetiva dos fumicultores nos espaços públicos de discussão sobre a
proposta de diversificação rural; esclarecer a relação de dominação entre os
fumicultores e as empresas fumageiras; contextualizar a emergência da intervenção do
Estado para garantir os direitos à saúde e previdenciários dos trabalhadores rurais;
possibilitar aos profissionais de saúde mental, conhecer a perspectiva dos fumicultores
quanto ao seu sofrimento e adoecimento, favorecendo o entendimento de que os agravos
que acometem estes agricultores, não devem ser resumidos a uma descrição de sintomas ou diagnósticos, mas prevenidos, problematizados como um problema social que exige a interlocução de diversas áreas do conhecimento. / Some factors contribute significantly to the deterioration of the organization of work in tobacco farming: exploitation of the tobacco farmers by the tobacco industry; the lack of social care by the government; the intensification of the work in addition to the logic of accumulation of capital, which interferes in the health of these professionals; diminish tobacco farming and consumption policies throughout national territory. In order to resist against these setbacks, tobacco farmers try to survive in such unfavourable economical scenery. The objective of this research was to get to know the perception of these professionals towards the results of the organization of work over the way they experience pleasure and suffering in work. Fifteen tobacco farmers, men and women who live in Don Feliciano/RS, national reference in tobacco farming, participated in this study. The research was carried out according to the descriptive and exploratory method
with a qualitative perspective. The instrument of research was focus groups. In the meetings it was used a list of leading questions elaborated in accordance to the themes in the psychodynamics of work. For the interpretative analysis, it was used Bardin’s model with a priori and a posteriori categories (BARDIN), being the last used to complement the contents that emerged from the groups. This dissertation, divided into two empirical articles, presents and debates the results of this research. The first section exhibits the article “Tobacco growers warn: the cause to your suffering is the Man, not the tobacco”. Its main finding is the suffering of tobacco growers which is caused by an alienating organization of work and fear of massive unemployment threats, which make them consider other ways of making money such as rural diversification that, for them, is not worthwhile. The tobacco farmers portray the situation that the Man puts them
into. He is represented, according to them, by the tobacco industry, the Estate, and the tobacco farmers themselves who do nothing to prevent social mistreat that undermines this professional category. In the second section, it is presented the article “Both tobacco smokers and tobacco farmers fall ill”. It points out that displeasure and suffering are experienced by tobacco farmers daily, but little is mentioned about pleasure and rare moments of leisure in work. Both suffering and falling ill happen due to bad work conditions, caused by its intensification. However, it is common to find tobacco farmers taking blame for their lack of health, admitting overworking and not taking right precautions. Their understanding of the consequences of the conditions they are is limited. These farmers do not understand that the “errors” and “exaggerations” that they admit making are the consequences of an alienating organization of work. The objectives of this investigation are: to highlight the importance of the participation of tobacco farmers in forums to debate over the rural diversification proposal; elucidate the relation of domination between tobacco industries and farmers; contextualise the urgency for interventions of the Estate in order to warrant health and pension to farmers; allow mental health professionals to get to know tobacco farmers’ perspective in terms of suffering and falling ill, as well as helping them to understand that the conditions of these farmers may not be just summed up to the point of just describing symptoms or diagnosis, but be prevented, problematised and considered as a social issue that needs the interlocution of various areas of knowledge.
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Perfil demográfico, socioeconômico e de saúde de famílias de fumicultores de um município da região sul do BrasilCargnin, Marcia Casaril dos Santos January 2013 (has links)
A produção de tabaco no Brasil tem importância considerável na atividade econômica e social pelas altas arrecadações de impostos e tributos. No entanto, para os trabalhadores rurais que cultivam o tabaco e para os tabagistas, tal cultura tem contribuído negativamente na qualidade de sua saúde, expondo os fumicultores a constantes riscos, devido a fatores como intenso contato com agrotóxicos, exposição à doença da folha verde e radiação solar. O objetivo geral deste trabalho foi analisar o perfil demográfico, socioeconômico e de saúde de famílias fumicultoras de um município da região Sul do Brasil. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, do tipo transversal, realizado em 2012 com famílias fumicultoras. A coleta de dados foi por inquérito domiciliar através de entrevista com instrumento contendo questões relacionadas à caracterização das famílias, situação socioeconômica, estado de saúde e status tabágico. Além disso, foram aplicados o Inventário de Depressão de Beck e a Escala de Fagerström. Os dados foram analisados por meio do programa estatístico SPSS versão 18. O projeto foi aprovado pela Comissão de Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pelo Comitê de Ética da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. Participaram do estudo 100 famílias fumicultoras, totalizando 366 pessoas, das quais 283(77,3%) adultos e 83(22,7%) crianças e adolescentes. As famílias vivem com renda mensal de 1.500,00 reais (1.000,00-2.500,00), sendo o tabaco responsável por 45,9±22,4% dessa renda e trabalham com a cultura há 19,5(10,5-20,7) anos. Constatou-se que 20(20%) dos que auxiliam na cultura do tabaco apresentaram sintomas de intoxicação e 81(81%) das famílias fazem uso parcial dos equipamentos de proteção individual. No núcleo familiar, os responsáveis pela produção de tabaco eram em sua maioria 82(82%) pais, 72(72%) de cor branca, 90(90%) casados, com média de idade de 46,9 anos, mediana de 3,0(1,0-3,0) filhos e média de 6,0±2,5 anos de estudo. Observou-se que 67(67%) referiram apresentar sinais e sintomas durante a cultura do tabaco, principalmente nas etapas de colheita e preparo das folhas. São fumantes 17(17%) indivíduos, os quais iniciaram o uso com média de 16±4,8 anos, apresentando mediana de 4,0(2,0-5,5) para dependência da nicotina, considerada baixa, e 90(90%) deles fazem uso de bebida alcoólica. Quanto à cultura do tabaco, 84(84%) referiram ter vontade de parar de cultivá-lo, sendo que 61(61%) estão pouco satisfeitos ou não satisfeitos. Após a análise multivariada, fatores como problemas de saúde, satisfação com a cultura do tabaco e baixa renda permaneceram associados com tempo (em anos) na cultura do tabaco (p=0,001); sinais e sintomas durante a cultura do tabaco (p=0,027) e vontade de parar com a cultura do tabaco (p<0,001); e contribuição do tabaco na renda familiar (p<0,001). Os resultados evidenciam os prejuízos desse produto na saúde dos fumicultores e sua insatisfação com a cultura, razão pela qual as famílias estão diversificando suas áreas em busca de menor dependência do tabaco, o que consequentemente poderá refletir em melhor qualidade de vida dessas famílias, havendo menor exposição a fatores causadores de doenças ocupacionais. / Tobacco production in Brazil is considerably important in economic and social activity due to high taxes. However, for rural workers who grow tobacco and smokers, this culture has negatively affected the quality of their health, exposing growers to constant risks due to factors such as intense contact with pesticides, exposure to green tobacco sickness and solar radiation. The following research aimed to analyze the demographic, socioeconomic and health of tobacco growing families in a city in southern Brazil. This is an epidemiological, descriptive, cross-sectional, conducted in 2012 with tobacco growing families. Data collection was by household survey through an interviewing instrument with questions related to the characterization of families, socioeconomic status, health status, and smoking status. Beck’s Depression Inventory and the Fagerström Scale have been applied. Data were analyzed using SPSS version 18. The project has been approved by the Research Commission of the Nursing School at the Universidade Federal do Rio Grande do Sul and the Ethics Committee of the Universidade Federal Integrada do Alto Uruguai e das Missões. The study included 100 tobacco growing families, at a total of 366 people, of which 283(77.3%) adults and 83 (22.7%) children and adolescents. The families live on a monthly income of about U$ 750.00 (U$ 500.00 to U$ 1250.00), and tobacco accounted for 45.9, about 22.4% of that income. Families working with growing is 19.5(10.5 to 20.7) years. It was found that 20(20%) assisting tobacco cultivation showed symptoms of intoxication and 81(81%) of families make partial use of personal protective equipment. In the household, people in charge of the production of tobacco were mostly 82(82%) parents, 72(72%) were Caucasian, 90(90%) were married, with a mean age of 46.9 years, average of 3.0(1.0 to 3.0) children and average 6.0, about 2.5 years of study. It was observed that 67(67%) reported signs and symptoms present during the growing of tobacco, especially in the stages of harvesting and preparation of the leaves. 17(17%) of the individuals are smokers, who started using it at 16 ± 4.8 years, average of 4.0(2.0 to 5.5) for nicotine dependence, considered low, and 90(90%) of them make use of liquor. As for tobacco, 84(84%) reported willingness to stop cultivating it, and 61(61%) are somewhat satisfied or not satisfied. In multivariate analysis, factors such as health problems, satisfaction with tobacco growing and low income remained associated with time (in years) of tobacco growing (p = 0.001); signs and symptoms during tobacco growing (p = 0.027 ) and will to stop growing tobacco (p <0.001), and contribution of tobacco in household income (p <0.001). The results show that product losses in the health of growers and their dissatisfaction with the culture, which is why families are diversifying their areas in search of lower tobacco dependence, which in turn may reflect better quality of life for these families, with lower exposure to factors causing occupational diseases. / La producción de tabaco en Brasil tiene importancia considerable en la actividad económica y social por las altas recaudaciones de impuestos y tributos. Sin embargo, para los trabajadores rurales que cultivan el tabaco y para los estanqueros, tal cultura ha contribuido negativamente en la calidad de su salud, exponiendo los fumicultores a constantes riesgos, debido a factores como intenso contacto con venenos agrícolas, exposición a la enfermedad de la hoja verde y radiación solar. El objetivo general de este trabajo fue analizar el perfil demográfico, socioeconómico y de salud de familias fumicultoras de un municipio de la región Sur de Brasil. Se trata de un estudio epidemiológico, descriptivo, del tipo transversal, realizado en 2012 con familias fumicultoras. La colecta de datos fue por interrogatorio domiciliar a través de entrevista con instrumento contiendo cuestiones relacionadas a la caracterización de las familias, situación socioeconómica, estado de salud y estatus tabágico. Además de eso, fueron aplicados el Inventario de Depresión de Beck y a Escala de Fagerström. Los datos fueron analizados por medio del programa estadístico SPSS versión 18. El proyecto fue aprobado por la Comisión de Investigación de la Escuela de Enfermería de la Universidad Federal de Rio Grande do Sul y por el Comité de Ética de la Universidad Regional Integrada del Alto Uruguay y de las Misiones. Participaron del estudio 100 familias fumicultoras, totalizando 366 personas, de las cuáles 283(77,3%) adultos y 83(22,7%) niños y adolescentes. Las familias viven con renta mensual de 1.500,00 reales (1.000,00-2.500,00), siendo el tabaco responsable por 45,9±22,4% de esa renta. Las familias trabajan con la cultura hace 19,5(10,5-20,7) años. Se constató que 20(20%) de los que auxilian en la cultura del tabaco presentaron síntomas de intoxicación y 81(81%) de las familias hacen uso parcial de los equipamientos de protección individual. En el núcleo familiar, los responsables por la producción de tabaco eran en su mayoría 82(82%) padres, 72(72%) de piel blanca, 90(90%) casados, con media de edad de 46,9 años, mediana de 3,0(1,0-3,0) hijos y media de 6,0±2,5 años de estudio. Se observó que 67(un67%) refirieron presentar señales y síntomas durante la cultura del tabaco, principalmente en las etapas de cosecha y preparo de las hojas. Son fumadores 17(17%) individuos, los cuales iniciaron el uso con media de 16±4,8 años, presentando mediana de 4,0(2,0-5,5) para dependencia de la nicotina, considerada baja, y 90(90%) de ellos hacen uso de bebida alcohólica. Cuanto a la cultura del tabaco, 84(84%) refirieron que tienen voluntad de parar de cultivarlo, siendo que 61(61%) están poco satisfechos o no satisfechos. Después el análisis multivariada, factores como problemas de salud, satisfacción con la cultura del tabaco y baja renta permanecieron asociados con tiempo (en años) en la cultura del tabaco (p=0,001); señales y síntomas durante la cultura del tabaco (p=0,027) y ganas de parar con la cultura del tabaco (p<0,001); y contribución del tabaco en la renta familiar (p<0,001). Los resultados evidencian los perjuicios de ese producto en la salud de los fumicultores y su insatisfacción con la cultura, razón pela cual las familias están diversificando sus áreas en búsqueda de menor dependencia del tabaco, lo que consecuentemente podrá reflejar en mejor calidad de vida de esas familias, habiendo menor exposición a factores causantes de enfermedades ocupacionales.
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Perfil demográfico, socioeconômico e de saúde de famílias de fumicultores de um município da região sul do BrasilCargnin, Marcia Casaril dos Santos January 2013 (has links)
A produção de tabaco no Brasil tem importância considerável na atividade econômica e social pelas altas arrecadações de impostos e tributos. No entanto, para os trabalhadores rurais que cultivam o tabaco e para os tabagistas, tal cultura tem contribuído negativamente na qualidade de sua saúde, expondo os fumicultores a constantes riscos, devido a fatores como intenso contato com agrotóxicos, exposição à doença da folha verde e radiação solar. O objetivo geral deste trabalho foi analisar o perfil demográfico, socioeconômico e de saúde de famílias fumicultoras de um município da região Sul do Brasil. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, do tipo transversal, realizado em 2012 com famílias fumicultoras. A coleta de dados foi por inquérito domiciliar através de entrevista com instrumento contendo questões relacionadas à caracterização das famílias, situação socioeconômica, estado de saúde e status tabágico. Além disso, foram aplicados o Inventário de Depressão de Beck e a Escala de Fagerström. Os dados foram analisados por meio do programa estatístico SPSS versão 18. O projeto foi aprovado pela Comissão de Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pelo Comitê de Ética da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. Participaram do estudo 100 famílias fumicultoras, totalizando 366 pessoas, das quais 283(77,3%) adultos e 83(22,7%) crianças e adolescentes. As famílias vivem com renda mensal de 1.500,00 reais (1.000,00-2.500,00), sendo o tabaco responsável por 45,9±22,4% dessa renda e trabalham com a cultura há 19,5(10,5-20,7) anos. Constatou-se que 20(20%) dos que auxiliam na cultura do tabaco apresentaram sintomas de intoxicação e 81(81%) das famílias fazem uso parcial dos equipamentos de proteção individual. No núcleo familiar, os responsáveis pela produção de tabaco eram em sua maioria 82(82%) pais, 72(72%) de cor branca, 90(90%) casados, com média de idade de 46,9 anos, mediana de 3,0(1,0-3,0) filhos e média de 6,0±2,5 anos de estudo. Observou-se que 67(67%) referiram apresentar sinais e sintomas durante a cultura do tabaco, principalmente nas etapas de colheita e preparo das folhas. São fumantes 17(17%) indivíduos, os quais iniciaram o uso com média de 16±4,8 anos, apresentando mediana de 4,0(2,0-5,5) para dependência da nicotina, considerada baixa, e 90(90%) deles fazem uso de bebida alcoólica. Quanto à cultura do tabaco, 84(84%) referiram ter vontade de parar de cultivá-lo, sendo que 61(61%) estão pouco satisfeitos ou não satisfeitos. Após a análise multivariada, fatores como problemas de saúde, satisfação com a cultura do tabaco e baixa renda permaneceram associados com tempo (em anos) na cultura do tabaco (p=0,001); sinais e sintomas durante a cultura do tabaco (p=0,027) e vontade de parar com a cultura do tabaco (p<0,001); e contribuição do tabaco na renda familiar (p<0,001). Os resultados evidenciam os prejuízos desse produto na saúde dos fumicultores e sua insatisfação com a cultura, razão pela qual as famílias estão diversificando suas áreas em busca de menor dependência do tabaco, o que consequentemente poderá refletir em melhor qualidade de vida dessas famílias, havendo menor exposição a fatores causadores de doenças ocupacionais. / Tobacco production in Brazil is considerably important in economic and social activity due to high taxes. However, for rural workers who grow tobacco and smokers, this culture has negatively affected the quality of their health, exposing growers to constant risks due to factors such as intense contact with pesticides, exposure to green tobacco sickness and solar radiation. The following research aimed to analyze the demographic, socioeconomic and health of tobacco growing families in a city in southern Brazil. This is an epidemiological, descriptive, cross-sectional, conducted in 2012 with tobacco growing families. Data collection was by household survey through an interviewing instrument with questions related to the characterization of families, socioeconomic status, health status, and smoking status. Beck’s Depression Inventory and the Fagerström Scale have been applied. Data were analyzed using SPSS version 18. The project has been approved by the Research Commission of the Nursing School at the Universidade Federal do Rio Grande do Sul and the Ethics Committee of the Universidade Federal Integrada do Alto Uruguai e das Missões. The study included 100 tobacco growing families, at a total of 366 people, of which 283(77.3%) adults and 83 (22.7%) children and adolescents. The families live on a monthly income of about U$ 750.00 (U$ 500.00 to U$ 1250.00), and tobacco accounted for 45.9, about 22.4% of that income. Families working with growing is 19.5(10.5 to 20.7) years. It was found that 20(20%) assisting tobacco cultivation showed symptoms of intoxication and 81(81%) of families make partial use of personal protective equipment. In the household, people in charge of the production of tobacco were mostly 82(82%) parents, 72(72%) were Caucasian, 90(90%) were married, with a mean age of 46.9 years, average of 3.0(1.0 to 3.0) children and average 6.0, about 2.5 years of study. It was observed that 67(67%) reported signs and symptoms present during the growing of tobacco, especially in the stages of harvesting and preparation of the leaves. 17(17%) of the individuals are smokers, who started using it at 16 ± 4.8 years, average of 4.0(2.0 to 5.5) for nicotine dependence, considered low, and 90(90%) of them make use of liquor. As for tobacco, 84(84%) reported willingness to stop cultivating it, and 61(61%) are somewhat satisfied or not satisfied. In multivariate analysis, factors such as health problems, satisfaction with tobacco growing and low income remained associated with time (in years) of tobacco growing (p = 0.001); signs and symptoms during tobacco growing (p = 0.027 ) and will to stop growing tobacco (p <0.001), and contribution of tobacco in household income (p <0.001). The results show that product losses in the health of growers and their dissatisfaction with the culture, which is why families are diversifying their areas in search of lower tobacco dependence, which in turn may reflect better quality of life for these families, with lower exposure to factors causing occupational diseases. / La producción de tabaco en Brasil tiene importancia considerable en la actividad económica y social por las altas recaudaciones de impuestos y tributos. Sin embargo, para los trabajadores rurales que cultivan el tabaco y para los estanqueros, tal cultura ha contribuido negativamente en la calidad de su salud, exponiendo los fumicultores a constantes riesgos, debido a factores como intenso contacto con venenos agrícolas, exposición a la enfermedad de la hoja verde y radiación solar. El objetivo general de este trabajo fue analizar el perfil demográfico, socioeconómico y de salud de familias fumicultoras de un municipio de la región Sur de Brasil. Se trata de un estudio epidemiológico, descriptivo, del tipo transversal, realizado en 2012 con familias fumicultoras. La colecta de datos fue por interrogatorio domiciliar a través de entrevista con instrumento contiendo cuestiones relacionadas a la caracterización de las familias, situación socioeconómica, estado de salud y estatus tabágico. Además de eso, fueron aplicados el Inventario de Depresión de Beck y a Escala de Fagerström. Los datos fueron analizados por medio del programa estadístico SPSS versión 18. El proyecto fue aprobado por la Comisión de Investigación de la Escuela de Enfermería de la Universidad Federal de Rio Grande do Sul y por el Comité de Ética de la Universidad Regional Integrada del Alto Uruguay y de las Misiones. Participaron del estudio 100 familias fumicultoras, totalizando 366 personas, de las cuáles 283(77,3%) adultos y 83(22,7%) niños y adolescentes. Las familias viven con renta mensual de 1.500,00 reales (1.000,00-2.500,00), siendo el tabaco responsable por 45,9±22,4% de esa renta. Las familias trabajan con la cultura hace 19,5(10,5-20,7) años. Se constató que 20(20%) de los que auxilian en la cultura del tabaco presentaron síntomas de intoxicación y 81(81%) de las familias hacen uso parcial de los equipamientos de protección individual. En el núcleo familiar, los responsables por la producción de tabaco eran en su mayoría 82(82%) padres, 72(72%) de piel blanca, 90(90%) casados, con media de edad de 46,9 años, mediana de 3,0(1,0-3,0) hijos y media de 6,0±2,5 años de estudio. Se observó que 67(un67%) refirieron presentar señales y síntomas durante la cultura del tabaco, principalmente en las etapas de cosecha y preparo de las hojas. Son fumadores 17(17%) individuos, los cuales iniciaron el uso con media de 16±4,8 años, presentando mediana de 4,0(2,0-5,5) para dependencia de la nicotina, considerada baja, y 90(90%) de ellos hacen uso de bebida alcohólica. Cuanto a la cultura del tabaco, 84(84%) refirieron que tienen voluntad de parar de cultivarlo, siendo que 61(61%) están poco satisfechos o no satisfechos. Después el análisis multivariada, factores como problemas de salud, satisfacción con la cultura del tabaco y baja renta permanecieron asociados con tiempo (en años) en la cultura del tabaco (p=0,001); señales y síntomas durante la cultura del tabaco (p=0,027) y ganas de parar con la cultura del tabaco (p<0,001); y contribución del tabaco en la renta familiar (p<0,001). Los resultados evidencian los perjuicios de ese producto en la salud de los fumicultores y su insatisfacción con la cultura, razón pela cual las familias están diversificando sus áreas en búsqueda de menor dependencia del tabaco, lo que consecuentemente podrá reflejar en mejor calidad de vida de esas familias, habiendo menor exposición a factores causantes de enfermedades ocupacionales.
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Perfil demográfico, socioeconômico e de saúde de famílias de fumicultores de um município da região sul do BrasilCargnin, Marcia Casaril dos Santos January 2013 (has links)
A produção de tabaco no Brasil tem importância considerável na atividade econômica e social pelas altas arrecadações de impostos e tributos. No entanto, para os trabalhadores rurais que cultivam o tabaco e para os tabagistas, tal cultura tem contribuído negativamente na qualidade de sua saúde, expondo os fumicultores a constantes riscos, devido a fatores como intenso contato com agrotóxicos, exposição à doença da folha verde e radiação solar. O objetivo geral deste trabalho foi analisar o perfil demográfico, socioeconômico e de saúde de famílias fumicultoras de um município da região Sul do Brasil. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, do tipo transversal, realizado em 2012 com famílias fumicultoras. A coleta de dados foi por inquérito domiciliar através de entrevista com instrumento contendo questões relacionadas à caracterização das famílias, situação socioeconômica, estado de saúde e status tabágico. Além disso, foram aplicados o Inventário de Depressão de Beck e a Escala de Fagerström. Os dados foram analisados por meio do programa estatístico SPSS versão 18. O projeto foi aprovado pela Comissão de Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pelo Comitê de Ética da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. Participaram do estudo 100 famílias fumicultoras, totalizando 366 pessoas, das quais 283(77,3%) adultos e 83(22,7%) crianças e adolescentes. As famílias vivem com renda mensal de 1.500,00 reais (1.000,00-2.500,00), sendo o tabaco responsável por 45,9±22,4% dessa renda e trabalham com a cultura há 19,5(10,5-20,7) anos. Constatou-se que 20(20%) dos que auxiliam na cultura do tabaco apresentaram sintomas de intoxicação e 81(81%) das famílias fazem uso parcial dos equipamentos de proteção individual. No núcleo familiar, os responsáveis pela produção de tabaco eram em sua maioria 82(82%) pais, 72(72%) de cor branca, 90(90%) casados, com média de idade de 46,9 anos, mediana de 3,0(1,0-3,0) filhos e média de 6,0±2,5 anos de estudo. Observou-se que 67(67%) referiram apresentar sinais e sintomas durante a cultura do tabaco, principalmente nas etapas de colheita e preparo das folhas. São fumantes 17(17%) indivíduos, os quais iniciaram o uso com média de 16±4,8 anos, apresentando mediana de 4,0(2,0-5,5) para dependência da nicotina, considerada baixa, e 90(90%) deles fazem uso de bebida alcoólica. Quanto à cultura do tabaco, 84(84%) referiram ter vontade de parar de cultivá-lo, sendo que 61(61%) estão pouco satisfeitos ou não satisfeitos. Após a análise multivariada, fatores como problemas de saúde, satisfação com a cultura do tabaco e baixa renda permaneceram associados com tempo (em anos) na cultura do tabaco (p=0,001); sinais e sintomas durante a cultura do tabaco (p=0,027) e vontade de parar com a cultura do tabaco (p<0,001); e contribuição do tabaco na renda familiar (p<0,001). Os resultados evidenciam os prejuízos desse produto na saúde dos fumicultores e sua insatisfação com a cultura, razão pela qual as famílias estão diversificando suas áreas em busca de menor dependência do tabaco, o que consequentemente poderá refletir em melhor qualidade de vida dessas famílias, havendo menor exposição a fatores causadores de doenças ocupacionais. / Tobacco production in Brazil is considerably important in economic and social activity due to high taxes. However, for rural workers who grow tobacco and smokers, this culture has negatively affected the quality of their health, exposing growers to constant risks due to factors such as intense contact with pesticides, exposure to green tobacco sickness and solar radiation. The following research aimed to analyze the demographic, socioeconomic and health of tobacco growing families in a city in southern Brazil. This is an epidemiological, descriptive, cross-sectional, conducted in 2012 with tobacco growing families. Data collection was by household survey through an interviewing instrument with questions related to the characterization of families, socioeconomic status, health status, and smoking status. Beck’s Depression Inventory and the Fagerström Scale have been applied. Data were analyzed using SPSS version 18. The project has been approved by the Research Commission of the Nursing School at the Universidade Federal do Rio Grande do Sul and the Ethics Committee of the Universidade Federal Integrada do Alto Uruguai e das Missões. The study included 100 tobacco growing families, at a total of 366 people, of which 283(77.3%) adults and 83 (22.7%) children and adolescents. The families live on a monthly income of about U$ 750.00 (U$ 500.00 to U$ 1250.00), and tobacco accounted for 45.9, about 22.4% of that income. Families working with growing is 19.5(10.5 to 20.7) years. It was found that 20(20%) assisting tobacco cultivation showed symptoms of intoxication and 81(81%) of families make partial use of personal protective equipment. In the household, people in charge of the production of tobacco were mostly 82(82%) parents, 72(72%) were Caucasian, 90(90%) were married, with a mean age of 46.9 years, average of 3.0(1.0 to 3.0) children and average 6.0, about 2.5 years of study. It was observed that 67(67%) reported signs and symptoms present during the growing of tobacco, especially in the stages of harvesting and preparation of the leaves. 17(17%) of the individuals are smokers, who started using it at 16 ± 4.8 years, average of 4.0(2.0 to 5.5) for nicotine dependence, considered low, and 90(90%) of them make use of liquor. As for tobacco, 84(84%) reported willingness to stop cultivating it, and 61(61%) are somewhat satisfied or not satisfied. In multivariate analysis, factors such as health problems, satisfaction with tobacco growing and low income remained associated with time (in years) of tobacco growing (p = 0.001); signs and symptoms during tobacco growing (p = 0.027 ) and will to stop growing tobacco (p <0.001), and contribution of tobacco in household income (p <0.001). The results show that product losses in the health of growers and their dissatisfaction with the culture, which is why families are diversifying their areas in search of lower tobacco dependence, which in turn may reflect better quality of life for these families, with lower exposure to factors causing occupational diseases. / La producción de tabaco en Brasil tiene importancia considerable en la actividad económica y social por las altas recaudaciones de impuestos y tributos. Sin embargo, para los trabajadores rurales que cultivan el tabaco y para los estanqueros, tal cultura ha contribuido negativamente en la calidad de su salud, exponiendo los fumicultores a constantes riesgos, debido a factores como intenso contacto con venenos agrícolas, exposición a la enfermedad de la hoja verde y radiación solar. El objetivo general de este trabajo fue analizar el perfil demográfico, socioeconómico y de salud de familias fumicultoras de un municipio de la región Sur de Brasil. Se trata de un estudio epidemiológico, descriptivo, del tipo transversal, realizado en 2012 con familias fumicultoras. La colecta de datos fue por interrogatorio domiciliar a través de entrevista con instrumento contiendo cuestiones relacionadas a la caracterización de las familias, situación socioeconómica, estado de salud y estatus tabágico. Además de eso, fueron aplicados el Inventario de Depresión de Beck y a Escala de Fagerström. Los datos fueron analizados por medio del programa estadístico SPSS versión 18. El proyecto fue aprobado por la Comisión de Investigación de la Escuela de Enfermería de la Universidad Federal de Rio Grande do Sul y por el Comité de Ética de la Universidad Regional Integrada del Alto Uruguay y de las Misiones. Participaron del estudio 100 familias fumicultoras, totalizando 366 personas, de las cuáles 283(77,3%) adultos y 83(22,7%) niños y adolescentes. Las familias viven con renta mensual de 1.500,00 reales (1.000,00-2.500,00), siendo el tabaco responsable por 45,9±22,4% de esa renta. Las familias trabajan con la cultura hace 19,5(10,5-20,7) años. Se constató que 20(20%) de los que auxilian en la cultura del tabaco presentaron síntomas de intoxicación y 81(81%) de las familias hacen uso parcial de los equipamientos de protección individual. En el núcleo familiar, los responsables por la producción de tabaco eran en su mayoría 82(82%) padres, 72(72%) de piel blanca, 90(90%) casados, con media de edad de 46,9 años, mediana de 3,0(1,0-3,0) hijos y media de 6,0±2,5 años de estudio. Se observó que 67(un67%) refirieron presentar señales y síntomas durante la cultura del tabaco, principalmente en las etapas de cosecha y preparo de las hojas. Son fumadores 17(17%) individuos, los cuales iniciaron el uso con media de 16±4,8 años, presentando mediana de 4,0(2,0-5,5) para dependencia de la nicotina, considerada baja, y 90(90%) de ellos hacen uso de bebida alcohólica. Cuanto a la cultura del tabaco, 84(84%) refirieron que tienen voluntad de parar de cultivarlo, siendo que 61(61%) están poco satisfechos o no satisfechos. Después el análisis multivariada, factores como problemas de salud, satisfacción con la cultura del tabaco y baja renta permanecieron asociados con tiempo (en años) en la cultura del tabaco (p=0,001); señales y síntomas durante la cultura del tabaco (p=0,027) y ganas de parar con la cultura del tabaco (p<0,001); y contribución del tabaco en la renta familiar (p<0,001). Los resultados evidencian los perjuicios de ese producto en la salud de los fumicultores y su insatisfacción con la cultura, razón pela cual las familias están diversificando sus áreas en búsqueda de menor dependencia del tabaco, lo que consecuentemente podrá reflejar en mejor calidad de vida de esas familias, habiendo menor exposición a factores causantes de enfermedades ocupacionales.
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