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Aprazamento das visitas domiciliares dos agentes comunitários de saúde a partir do olhar da equidade / Scheduling of home visits by Community Health Workers from the perspective of equity

Renata Casagrande Guzella 15 December 2015 (has links)
Introdução: A Estratégia de Saúde da Família, a partir de 2009, se tornou a principal proposta de modelo de Atenção Primária no Brasil. Tem ocupado uma posição de centralidade no sistema de saúde, não só como porta de entrada, mas também como coordenadora do cuidado. Através da estruturação deste nível de atenção há maior possibilidade de efetividade e equidade nos serviços de saúde. Este estudo foi realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da Zona Leste do município de São Paulo com um quantitativo de famílias maior do que o preconizado pelos documentos oficiais. Objetivo Geral: Propor critérios para priorizar a realização das visitas domiciliarias dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) a partir da identificação da vulnerabilidade familiar. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso, em que os dados foram coletados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) para aplicação da Escala de Risco Familiar de Coelho- Savassi. Posteriormente, os dados foram tabulados no Programa do Software Microsoft Excel® e analisados após a criação de um escore, que sistematizou a dimensão quantitativa e qualitativa das necessidades desta população. A partir do referencial teórico da equidade, foi sugerido um aprazamento das visitas domiciliares (VD) dos ACS considerando as vulnerabilidades familiares apresentados e posteriormente, foi produzido uma ferramenta para o planejamento das visitas nas diferentes realidades. Neste estudo, o termo risco foi interpretado como vulnerabilidade dado que a escala considera, além das perspectivas epidemiológicas, os aspectos voltados para as condições sociais de vida dos sujeitos. Resultados: A população atendida por esta UBS é 2611 famílias com 9265 pessoas, em que 97,5% são dependentes exclusivamente do SUS. A totalidade das famílias foi avaliada sendo que, 1350 (52%) apresentaram risco familiar habitual (R0), 599 (23%) foram classificadas com risco baixo (R1), 341 (13%) risco médio (R2) e 321 (12%) risco alto (R3). A Equipe 1 apresentou maior número de famílias em risco em comparação com a Equipe 2, evidenciando a heterogeneidade dentro da mesma UBS, padrão que se repetiu ao analisar as microáreas separadamente. Por exemplo, a microárea 3 apresentou maior proporção de famílias classificadas com maior risco, diferentemente da microárea 7, que tem a menor quantidade de famílias e menor proporção de risco familiar. Assim, partindo das singularidades, foram propostos cinco clusters de microáreas para diferentes aprazamentos de visita. Os cronogramas tiveram o tempo fixado em trinta minutos por VD, não ultrapassando a 101 horas mensais para esta atividade, e sendo fixadas em visitas quinzenais para as famílias em R3. A fim de reproduzir este estudo nas diferentes realidades, uma planilha no Software Microsoft Excel® está disponibilizada para a realização do aprazamento das visitas domiciliares a partir dos distintos riscos familiares. Conclusões: Para um atendimento que respeite o princípio do SUS da equidade, é necessário identificar as condições de vulnerabilidade das famílias para o enfermeiro planejar em conjunto com o ACS as visitas domiciliares, de forma a atender as necessidades de saúde da população considerando as várias dimensões individuais e coletivas do processo saúdedoença. / Introduction: The Family Health Strategy, since 2009, became the main proposal for primary care model in Brazil. It has occupied a position of centrality in the health system, not only as a gateway but also as care coordinator. Through the organization of this level of attention there is a greater chance of effectiveness and equity in health services. This study was conducted in a primary care unit (PCU) in eastern São Paulo area with a number of families higher than recommended by official documents. General Objective: To develop criteria for prioritizing Community Health Workers (CHW) from the identification of familial risk. Methodology: This was a case study, in which data were collected from the Primary Care Information System (PCIS) for implementation of the Coelho-Savassis Family Risk Scale, tabulated in Microsoft ExcelTM program and analyzed after the creation of a score, which systematized the quantitative and qualitative dimension of the needs of this population. From the theoretical framework of equity, it was suggested the scheduling of home visits (HV) of the ACS considering the risks presented family and later was made a tool for planning visits in the different realities. In this study, the term \"risk\" was interpreted as vulnerability for the scale to consider, addition to the epidemiological perspective, the targeted aspects as social living conditions of the subjects. Results: The population served by this PCU were 2,611 families with 9,265 people, of which 97.5% depends exclusively of the public health system. All of the families were assessed and, in 1,350 (52%) the family risk was usual (R0), 599 (23%) were classified as low risk (R1), 341 (13%) as medium risk (R2) and 321 (12 %) as high risk (R3). Team 1 had more risk in families compared to Team 2, showing the heterogeneity within the same PCU pattern that was repeated to analyze the micro areas separately. For example, the micro area 3 showed a higher proportion of families classified as high risk, unlike micro-area 7, which has the smallest number of households and smaller proportion of familial risk. Thus, based on the singularities we proposed five clusters of micro areas for different scheduling visit. Schedules have time set at thirty minutes per VD, not to exceed 101 hours per month for this activity, and biweekly visits for families in R3. In order to reproduce this study in the different realities, a Microsoft ExcelTM spreadsheet is available to carry out the scheduling home visits from different family risks. Conclusions: For a service that respects the Unified Health Systems principle of equity, its important to identify the risks and the most vulnerable families for nurses to plan together with the CHW home visits in order to meet the health needs of the population considering the various individual and collective dimensions of the health- disease process.
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A estratégia de saúde da família em sua micropolítica: um estudo de caso sobre a Humanização nos processos de trabalho / Family Health Strategy in its micropolitics: a case study about Humanization in work processes

Lucas Vinco de Oliveira Campos 29 July 2011 (has links)
A temática deste estudo trata do trabalho cotidiano produzido em uma equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF), na perspectiva da humanização, como disposta da Política Nacional de Humanização (PNH). Foi desenvolvido junto a todos os trabalhadores de uma equipe de ESF do município de Ribeirão Preto - São Paulo, com os objetivos de mapear os modos de produção e captura dos movimentos de humanização que se constituem na micropolítica do processo de trabalho desta equipe, interpretar as práticas no trabalho da ESF considerando as dimensões constituídas nos temas fundamentais da PNH e analisar os modos de produção das realidades/subjetividades no contexto da ESF que podem ser incorporativas de humanização. Constituiu-se um estudo de abordagem qualitativa, caracterizado como estudo de caso, utilizando a cartografia como método de pesquisa. Optou-se pela observação participante como instrumento para a coleta de dados. Através das análises dos dados foi possível identificar que os processos de humanização ainda encontram resistências. As possibilidades de mudanças anunciadas pela PNH, no que tange à autonomia, criatividade, responsabilização e trabalho em equipe, encontram-se atravessadas por linhas de força historicamente instituídas, como policiamento, hierarquia verticalizada, fragmentação do processo de trabalho, primazia do saber científico, isolamento, burocratização e desarticulação política, tanto nas relações estabelecidas entre os trabalhadores, quanto entre trabalhadores e usuários. Como consquência de tais atravessamentos, estas relações constituem-se enquanto relações de poder. A partir disso, pode-se perceber, por vezes, a produção de apatia e o sentimento de desvalorização, principalmente entre os trabalhadores de nível médio, e de impotência, entre os de nível superior. No entanto, os temas fundamentais da PNH se produzem em algumas brechas da instituição. Ainda que pontualmente marcados, em espaços não considerados oficiais dentro da equipe, que nas análises foram identificados como estando do lado de fora, em guetos, observaram-se intervenções de alguns trabalhadores em que emergiam principalmente a criatividade e autonomia. Estes momentos apontam que há muita potência para a produção do cuidado humanizado no conhecimento informal, no acúmulo de experiência dos trabalhadores e nos momentos de proximidade com os usuários. Faz-se necessário, portanto, um uso dos espaços institucionais que vise a inclusão, em todo o processo de trabalho cotidiano da equipe, destes movimentos de humanização, para que seja possível, assim, articular autonomia e criatividade com a responsabilização dos seus agentes, e a inserção efetiva no trabalho em equipe. / The subject of this study regards the daily work performed by a team in Family Health Strategy (FHS), in the perspective of humanization, as provided by the Humanization National Policy (HNP). It was carried out by workers of a FHS team from the region of Ribeirão Preto - São Paulo, aiming to map out the ways of producing and capturing the humanization movements that are established in micropolitics of this team\'s work process, to interpret the FHS\' work practices considering the dimensions founded in the HNP fundamental subjects, and to analyze the modes of production of realities/subjectivities in the FHS\' context that may incorporate humanization. A study of qualitative approach was carried out, which was characterized as a case study, using cartography as a research method. Participant observation was used as a tool for data collection. Through the data analyses it was possible to identify that humanization processes still find resistance. The possibilities for change announced by the HNP - those that regard autonomy, creativity, responsibilization, and team work - are crossed by lines of force that are historically instituted, such as monitoring, vertical hierarchy, fragmentation in work process, primacy of scientific knowledge, isolation, bureaucratization, and political disarticulation, both in established relations among workers and among workers and users. As a consequence of such intersections, these relations stand as power relations. Hence, what can sometimes be seen is the feeling of apathy and belittling, especially among high school leveled workers, and that of powerlessness among workers with higher educational level. However, the HNP\'s fundamental topics are produced in some gaps of the institution. Although accurately pointed out, in settings that were considered to be unofficial inside the team, which were identified in the analyses as being outside, in ghettos, some workers\' interventions were observed from which mainly creativity and autonomy came out. Those moments show that there is a lot of power for the production of humanized care within informal knowledge, in the workers\' experience accumulation and in moments of closeness to the users. It is necessary, hence, that institutional settings are used aiming inclusion along all daily team process of these humanization movements, so that it is possible, thus, to articulate autonomy and creativity with their agents\' responsibilization and the effective insertion in team work.
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A contribuição do programa nacional de melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica (PMAQ-AB), no processo de trabalho das equipes de saúde da família / The contribution of national program of improvement of access and quality of basic care (PMAQ-AB), on work process of family health staffs

Bertusso, Francielle Regina 14 July 2017 (has links)
Submitted by Edineia Teixeira (edineia.teixeira@unioeste.br) on 2018-02-26T14:34:59Z No. of bitstreams: 2 Francielle_Bertusso2017.pdf: 1809461 bytes, checksum: 3cc3ca1412654846cc7679ba80866b83 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Made available in DSpace on 2018-02-26T14:34:59Z (GMT). No. of bitstreams: 2 Francielle_Bertusso2017.pdf: 1809461 bytes, checksum: 3cc3ca1412654846cc7679ba80866b83 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Previous issue date: 2017-07-14 / Basic care (AB) is the main entrance for Sistema Único de Saúde (Brazil’s public health system) and must guide care on other levels of the system. In 2011, Brazilian Ministry of Health launched PMAQ-AB- Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (National program for improvement of access and quality to basic care) with the intention of promoting changes in the working process of basic care staff to make it more efficient and accurate. PMAQ-AB has three stages: admission and contracting; external assessment and qualification; and re-contracting, as well as a transverse development axis which contains: self-assessment, monitoring of indicators, ongoing training, institutional support and horizontal cooperation. A complete cycle average duration is two years and, since its creation, there were two complete cycles – 2012/2013 and 2014/2015 – while the third, ongoing, started in 2016. At Parana state’s tenth regional section of public health, 27 staffs of ESF - Estratégia de Saúde da Familia (Family health strategy program), participated in the two first cycles. Present field and document research, aims at analyzing possible changes occurred in the working process of ESF staffs who took part in the first and second cycles PMAQ-AB, in cities covered by the same Regional section of public health. To all universities that participated in the gathering of data at this stage of the program, it was possible to use the data bank of external assessments, on which the documental part of this research based itself. Field research consisted of a semi-structured interview with 21 ESF professionals who participated in the two first cycles of the programs. Quantitative data were analyzed according to simple descriptive statistics while the analysis of qualitative ones considered their content. Results showed both positive and negative effects of the program. As positive changes, it is possible to mention a better comprehension on PMAQ by basic care staffs, which reduced distress after external assessment process; organizing and registration of information generated by the staff; territorializing area of influence; scheduled client service and reception. However, when it comes to protocol use; staff meetings and local planning, very few changed. The adoption of PMAQ-AB, mostly results from the fact that it is linked to transfers of Federal funds to the cities, which represents an important input of funds to basic care, then it must be kept as well as expanded. The suggestion, therefore, is that there is bigger involvement of the staffs on the process of contracting of indicators alongside with new empirical studies. These should collate secondary data with field research data, to identify both convergent and different points and to reassess aspects of the program itself. / A Atenção Básica (AB) é a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) e deve ser a ordenadora do cuidado nos outros níveis do sistema. Em 2011, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), com o objetivo de induzir mudanças nos processos de trabalho das equipes de AB, visando qualificar a atenção. O Programa possui três fases: adesão e contratualização; avaliação externa e certificação; e recontratualização, além de um eixo transversal de desenvolvimento que compreende: autoavaliação, monitoramento de indicadores, educação permanente, apoio institucional e cooperação horizontal. Um ciclo completo possui duração média de dois anos e desde sua criação foram realizados dois ciclos completos – 2012/2013 e 2014/2015 – e o terceiro, em curso, iniciou-se em 2016. Na 10ª Regional de Saúde do Paraná, 27 equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF), participaram dos dois primeiros ciclos. A presente pesquisa, de natureza documental e de campo, tem como objetivo geral analisar as possíveis mudanças ocorridas no processo de trabalho das equipes da ESF que participaram do primeiro e do segundo ciclos do PMAQ-AB, em municípios da 10ª Regional de Saúde do Paraná. Para a pesquisa documental, utilizaram-se os bancos de dados das avaliações externas, disponibilizados para as universidades que participaram da coleta de dados nesta fase do programa. A pesquisa de campo foi realizada por meio de entrevista semiestruturada com 21 profissionais de ESF, que participaram dos dois ciclos e aceitaram fazer parte da pesquisa. Os dados quantitativos foram analisados com base na estatística descritiva simples e os qualitativos, na análise temática de conteúdo. Os resultados indicam continuidades e mudanças induzidas pelo Programa. As mudanças positivas estão relacionadas a uma melhor compreensão do PMAQ, por parte das equipes de AB, o que reduziu o desconforto com o processo de avaliação externa; organização e registro das informações geradas pela equipe; territorialização da área de abrangência; agenda programada e acolhimento, mas pouco avançou em termos de uso de protocolos; reunião de equipes e planejamento local. A adesão ao PMAQ-AB, em grande medida, resulta de sua vinculação ao repasse de recursos do Governo Federal para os municípios, o que representa um importante aporte de recursos à AB, devendo, portanto, ser mantido e ampliado. Sugere-se, assim, um maior envolvimento das equipes no processo de contratualização dos indicadores e a realização de outros estudos empíricos, que cotejem os dados secundários com dados de pesquisa de campo, para identificar as convergências e divergências, bem como para contribuir com a reavaliação de aspectos do próprio Programa.
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A FAMÍLIA COMO CENÁRIO DE CUIDADO FORMAL: como os enfermeiros percebem o seu cuidado à família na Estratégia Saúde da Família? / THE FAMILY AS A FORMAL CARE SETTING: how the nurses realize family care in the Family Health Strategy?

Aragão, Mónica Andréa Miranda 12 September 2014 (has links)
Made available in DSpace on 2016-08-18T17:27:38Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Monica Andrea Miranda Aragao.pdf: 1476090 bytes, checksum: e7c1e10799ea316f7e1279c254f268a5 (MD5) Previous issue date: 2014-09-12 / The nurses of the Family Health Strategy should build with families in a cooperative relationship - professional / family, based on a theoretical grounding, allied the technological and scientific knowledge with observation skills, communication and intuition. Aimed to with this work understanding the practice of nurses of the Family Health Strategy in family care. This is a descriptive study with a qualitative approach, done in eight basic health units, with nurses of the Family Health Strategy. The semi-structured interview was used. The data collection survey was conducted in the period February to May 2014, with analysis of data from the thematic analysis. After analytical-reflective process of interviews, emerged 640 (six hundred and forty) nucleus of meaning, which have been grouped into seventeen (17) provisional themes and 03 (three) final themes: knowing the families served; featuring your work process in the family health strategy; and taking care of the family on the family health strategy. These themes reflect that nurses know the characteristics of families served, a fact that helps the family in the care process. Featuring the work process in the strategy as a reflection of the guidelines recommended by the Ministry of Health, but with little effectiveness in caring for families served. Conceptualize the family as a group of people united by kinship or not, who perceive themselves as a family, that have common objectives and mutually care if. The family care despite believing that exceeded the model and focusing on individuals who can take care of the family as the context of health and disease, do not have the methodologies for assessment and intervention of families do not know and do not use this for care tools, focus is the individual in the family; reported that family care is not put into practice due to structural problems, such as lack of car for home visits, view this as a major tool for approaching families. Show that they feel frustrated and distressed for not realizing their professional value and recognition of their work on strategy. It is concluded that formal care practiced by nurses to families, requires a reflection on what is actually working toward families, adopting methodological strategies for the effective planning of actions directed to the care of families. / O enfermeiro da Estratégia Saúde da Família deve construir com as famílias um relacionamento cooperativo profissional/família, aliando os conhecimentos científicos e tecnológicos às habilidades de observação, comunicação e intuição. Objetivou-se com este trabalho compreender como os enfermeiros da Estratégia Saúde da Família percebem seu cuidado familiar. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, feito em oito unidades básicas de saúde, com oito enfermeiros da Estratégia Saúde da Família. Foi utilizada a entrevista semi-estruturada. A coleta de dados foi realizada no período de fevereiro a maio de 2014, com análise dos dados a partir da Análise Temática. Após processo analítico-reflexivo das entrevistas, emergiram 640 (seiscentos e quarenta) núcleos de sentido, que foram agrupados em 17 (dezessete) temas provisórios e 03 (três) temas definitivos: conhecendo as famílias atendidas; caracterizando seu processo de trabalho na Estratégia Saúde da Família; e cuidando da família na Estratégia Saúde da Família. Estes temas refletem que os enfermeiros conhecem as características das famílias atendidas, fato que auxilia no processo do cuidado. Interpretam o seu processo de trabalho na estratégia como um reflexo das diretrizes preconizadas pelo Ministério da Saúde, porém com pouca efetividade no cuidado às famílias atendidas. Conceituam família como um grupo de pessoas unidas por laços de parentesco ou não, que se percebem como família, que possuem objetivos comuns, e que se cuidam mutuamente. Apesar de acreditarem que ultrapassaram o modelo centrado no indivíduo e que conseguem cuidar da família como contexto de saúde e doença, não apresentam as metodologias aplicadas para avaliação e intervenção das famílias, não conhecem e não utilizam ferramentas paras esse cuidado, o foco é o indivíduo na família; relatam que o cuidado à família não é colocado em prática devido às dificuldades estruturais, como a falta de carro para visita domiciliar, esta vista como uma das principais ferramentas para abordagem às famílias. Evidenciam que sentem-se frustrados e angustiados por não perceberem seu valor profissional e reconhecimento de seu trabalho na estratégia. Conclui-se que o cuidado formal praticado pelo enfermeiro às famílias, necessita de uma reflexão acerca do que é realmente o trabalho voltado para as famílias, com adoção de estratégias metodológicas para o efetivo planejamento de ações direcionadas para o cuidado às famílias.
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O trabalho do agente comunitário de saúde: concepções de profissionais e usuários / The work of Community Health Agents: the conceptions of workers and clients.

Viviane Milan Pupin Andrade 20 June 2013 (has links)
O Agente Comunitário da Saúde (ACS) compõe a equipe mínima da Estratégia Saúde da Família e teve sua profissão reconhecida recentemente. Tem como especificidades o fato de atuar na mesma comunidade em que vive e não ter como exigência para o ingresso na profissão a conclusão prévia de curso técnico na área da saúde. O presente estudo teve como objetivo analisar as concepções de usuários e profissionais da equipe mínima da Estratégia Saúde da Família a respeito do trabalho do ACS. Trata-se de um estudo descritivo que utilizou o método qualitativo em pesquisa. Foram realizadas no contexto de duas Unidades de Saúde da Família: 1) entrevistas semiestruturadas com dezoito usuários e com sete profissionais (dois médicos, duas enfermeiras, duas auxiliares de enfermagem e uma dentista); 2) observações participantes, ao longo de seis meses, do trabalho do ACS especialmente das visitas domiciliares e das reuniões de equipe. O material da pesquisa, composto pelas transcrições das entrevistas e pelos registros das observações participantes, foi analisado através dos princípios da Análise de Conteúdo Temática, que possibilitou a descrição de dois temas: \"Processo de trabalho do Agente Comunitário de Saúde\" e \"Identidade do Agente Comunitário de Saúde: origem e formação de um trabalhador em suas especificidades\". A análise apontou que o \"processo de trabalho\" do ACS, segundo as concepções de profissionais e usuários, encontra-se centrado na realização das visitas domiciliares, que tem como finalidades: levar informações aos usuários, entregar produtos e/ou serviços a domicílio, escutar o usuário e fiscalizar o cumprimento de prescrições. Destacamos o predomínio, na perspectiva dos participantes, de uma concepção das visitas domiciliares centrada em uma prática individual, que focaliza os aspectos técnicos do trabalho em saúde e, portanto, reducionista. Além disso, a inserção do ACS em outras atividades laborais, como grupos com a comunidade e participações em reuniões de equipe, dá-se com o intuito de que o mesmo aprenda conteúdos e práticas do trabalho em saúde, ou seja, o \"saber/fazer\", apontando para uma desvalorização deste profissional em suas especificidades. Apesar dos participantes referirem à origem comunitária do ACS como forma de compartilhar vivências com os usuários da ESF, valoriza-se o conhecimento biomédico como viabilizador de práticas do ACS e como meio de diferenciá-lo de um \"leigo\". Deste modo, o estudo permitiu descrever e refletir acerca das contradições que perpassam o processo de trabalho do ACS e a construção de sua identidade profissional, bem como a captura do trabalho do ACS pela lógica reducionista/biomédica e a consequente desvalorização de tal profissional em suas especificidades. Apontamos a importância do resgate dos fundamentos filosóficos que possibilitaram a inserção do ACS enquanto um profissional da saúde no intuito de ressaltar suas especificidades e valorizá-las no seu fazer cotidiano, recuperando, assim, sua atuação comunitária/política e reconfigurando o lugar/papel do ACS na equipe e na comunidade em que atua. / The Community Health Agent (CHA) is a member of the minimal composition of the Family Health Team, whose profession has been recently acknowledged. The specificities of CHAs are that they must work in the same community in which they live, and that it is not necessary for them to complete any technical health course. The objective of the present study was to analyze the conceptions of workers and clients of the Family Health Team, in its minimal composition, regarding the work of the CHA. This descriptive study was performed using a qualitative research method. The following activities were performed within the environment of two Family Health Units: 1) semi-structured interviews with eighteen clients and seven workers (two physicians, two nurses, two nursing aides and one dentist); 2) participant observation of the CHA\'s work for six months, particularly of home visits and team meetings. The research material, comprised of the transcribed interviews and the records from the participant observations, was analyzed according to the principles of Thematic Content Analysis, which enabled the description of two themes: \"The Working Process of the Community Health Agent\" and \"The Identity of the Community Health Agent: the origin and development of a worker considering particular specificities\". The analysis revealed that the \"working process\" of the CHA, according to the conceptions of workers and clients, currently focuses on performing home visits, which aim at: bringing information to clients, delivering products and/or services at home, listening to the client, and supervising the clients\' compliance to drug treatments. We highlight the predominance, from the participants\' perspective, of a conception of home visits centered on an individual practice, focused on the technical aspects of health work; hence, reductionist. Furthermore, the inclusion of the CHA in other work activities, such as community groups and their participation in team meetings, occurs with the purpose of offering the CHA the chance to learn contents and practices of health work; i.e., the \"know/do\", which reveals an undervaluing of this profession and its particular specificities. Although the participants referred to the CHA being from the community originally as a way to share the experiences of the FHT clients, biomedical knowledge is valued as the foundation of the work of the CHA, and as the factor that differentiates a CHA from ordinary \"laymen\". Therefore, the present study permitted to describe and reflect upon the contradictions that permeate the working process of the CHA, and the construction of the professional identity of the CHA. Furthermore, this study allowed understanding the work of the CHA from the reductionist/biomedical rationale and the consequent undervaluation of this profession and its specificities. We highlight it is important to recover the philosophical foundations that allowed including the CHA as a health professional with the purpose to outline the specificities of this profession and value them in everyday practice, thus rescuing their community/political participation and reestablishing the position/role of the CHA in the team and community in which they work.
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Reabilitação psicossocial e estratégia saúde da família: desafios no cuidado à saúde mental / Psychosocial Rehabilitation and Family Health Strategy: Challenges in mental health care.

Mara Soares Frateschi 04 December 2014 (has links)
A Estratégia Saúde da Família (ESF) tem se destacado como uma importante alternativa para a (re)inserção da pessoa em sofrimento mental na sociedade, em conformidade com a Reforma Psiquiátrica. A Reabilitação Psicossocial é compreendida como uma abordagem que visa a emancipação da pessoa, a redução da discriminação, a valorização das capacidades individuais e sociais e a criação de um sistema de apoio de longa duração. Este estudo objetivou conhecer e compreender as ações desenvolvidas pela ESF no que se refere à Reabilitação Psicossocial em saúde mental, a partir da perspectiva dos profissionais, usuários e familiares. A coleta de dados foi realizada em duas Unidades de Saúde da Família (USF) de Ribeirão Preto-SP e os participantes foram 26 profissionais, 3 usuárias e 2 familiares. Os instrumentos utilizados para a coleta foram a entrevista individual aberta e a observação participante. O material foi submetido à análise seguindo a abordagem qualitativa e utilizou-se como ferramenta a Análise de Conteúdo Temática. A análise possibilitou a construção de seis categorias temáticas, a saber: 1) Contextos e relações: Necessidades apontadas como sendo o motivo pela procura por ajuda na USF; 2)Ações: o desafio de cuidar da saúde mental no território- indica as ações desenvolvidas pelas USFs, ou seja, estratégias tradicionais, escuta qualificada, cuidado longitudinal, trabalho em equipe e estratégias coletivas; 3) O contato com o sofrimento mental e o preparo para o trabalho: caminhos para a transformação das práticas - sugere que o olhar para a pessoa em sofrimento mental, em sua múltipla e complexa existência, oportuniza transformações das práticas por meio da desmistificação da loucura; 4) Dificuldades encontradas no processo de cuidado da saúde mental - aponta a falta de preparo técnico e psicológico, o excesso de demanda e a insuficiência da rede, como possíveis entraves dos processos de trabalho; 5) Avaliação do cuidado ofertado em saúde mental pelas USFs - indica que, numa perspectiva clínica tradicional, os serviços foram considerados efetivos e adequados, entretanto, os entrevistados evidenciaram um processo de transformação das práticas, indicando a necessidade de avançar em estratégias psicossociais; 6) Transformações do cuidado em saúde mental: Concepções dos participantes acerca da pessoa em sofrimento mental e da viabilização da desinstitucionalização e da Reabilitação Psicossocial - aborda os significados atribu¬ídos pelos entrevistados ao sofrimento mental e aos processos de cuidado, indicando que tais compreensões interferem nas práticas e posturas instituídas. Os resultados apontaram que o sofrimento mental é correlato ao contexto e às relações estabelecidas pelas pessoas. Destaca-se que os serviços estão avançando em direção a estratégias mais dialógicas e espontâneas, todavia, estas ainda são colocadas em prática de forma individual. Conclui-se que o processo de transformação das práticas é lento e implica a superação de armadilhas cotidianas que dificultam o investimento em ações que transcendam as estratégias tradicionais, avançando para o coletivo, buscando novas formas de pensar e fazer saúde. Neste sentido, este estudo traz avanços relativos à viabilização das práticas de cuidado em saúde mental no território visando o comprometimento com a pessoa em seu percurso de vida. / The Family Health Strategy (FHS) has stood out as an important alterative for (re)inserting people in mental suffering into society, in accordance with the Brazilian Psychiatric Reform. Psychosocial rehabilitation is understood as an approach aiming at the subjects emancipation, reduction of discrimination, appreciation of individual and social capabilities and the creation of a long-term support system. The objective of this study was to learn and understand the actions developed by the FHS in terms of psychosocial rehabilitation in mental health, from the perspective of professionals, users and families. Data were collected from two Family Health Units (FHUs) in Ribeirão Preto, São Paulo state, and study participants were 26 professionals, 3 users and 2 family members. Open individual interviews and participant observation were the instruments used for data collection. The material was submitted to analysis following the qualitative approach, and the Thematic Content Analysis was used. The analysis allowed for the construction of six categories, namely: 1) Contexts and relationships: Needs pointed as being the reason for reaching the FHS for help; 2)Actions: the challenge of delivering mental health care in the units territory- indicating the actions developed by the FHUs, that is, traditional strategies, qualified listening, longitudinal care, teamwork, and collective strategies; 3) The contact with mental suffering and the training for this work: paths to transform the practices suggesting that looking at the person in mental suffering, in his/her multiple and complex existence, enables transformations in the practices by demystifying madness; 4) Difficulties found in the mental health care process pointing to the lack of technical and psychological preparation, the excessive demand and the insufficient network as possible hindrances in the work processes; 5) Evaluation of the mental health care provided by the FHUs indicating that, from a traditional clinical perspective, the services were considered effective and appropriate, however, the interviewees evidenced a process of transformation of the practices, demonstrating the need for making progress in psychosocial strategies; 6) Transformations in mental health care: Conceptions of the participants regarding the person in mental suffering and the process of making deinstitutionalization and psychosocial rehabilitation feasible approaching the meanings attributed by the interviewees to mental suffering and to the care processes, showing that such understandings interfere in the established practices and conducts. The results showed that mental suffering is correlated to the context and to the relationships established among people. Services are advancing towards more dialogical and spontaneous strategies, however, these strategies are still placed into practice individually. In conclusion, the process of transforming practices is slow and implies overcoming the daily traps that make it difficult to invest in actions that transcend traditional strategies, advancing towards the collective and searching for new ways of thinking and doing health. In this sense, this study provides progress regarding the feasibility of care practices in mental health in the territory of FHUs, aiming at committing to people throughout their life journey.
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A prática do agente comunitário de saúde com redes sociais na Estratégia Saúde da Família / The practice of the communitarian health agent with social networks at Family Health Strategy

Ricardo Lana Pinheiro 20 April 2012 (has links)
PINHEIRO, R. L. A prática do agente comunitário de saúde com redes sociais na Estratégia Saúde da Família. 2012. 124 f. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2012. As políticas públicas de saúde brasileiras decorrem de um movimento de transformação que, problematizando o modelo biomédico de saúde, busca uma atenção baseada em uma concepção de saúde ampliada, que engloba não apenas seus determinantes biológicos, mas também psicológicos e sociais. Sensível a esse movimento, o Brasil tem investido na Atenção Primária à Saúde, com destaque para a Estratégia Saúde da Família (ESF). Um conceito que pode contribuir com o desenvolvimento de novas práticas nesse campo é o de rede social, que entendemos como o conjunto de pessoas com quem interagimos de forma regular e que consideramos como diferenciadas em relação às demais. Esse trabalho tem por objetivo discutir a relação entre redes sociais e a prática de agentes comunitários de saúde (ACS) no cotidiano da ESF, a partir dos sentidos construídos por ACS da cidade de Altinópolis (SP). Com esse objetivo, a pesquisa contou com a participação de 28 ACS de seis equipes de ESF. A construção do corpus incluiu a realização de dois grupos de discussão em cada equipe. No primeiro encontro se buscou conhecer a compreensão dos ACS sobre rede social, discutindo-se sua definição, funções e importância na vida das pessoas. O segundo encontro visou conhecer a constituição da rede social dos ACS por meio da construção de um instrumento denominado \"mapa mínimo de relações\", e discutir as relações por eles percebidas entre suas redes e saúde. As conversas foram pautadas pelas práticas profissionais dos ACS e possibilidades de cuidado considerando redes sociais. Os grupos foram gravados em áudio e transcritos na íntegra. As transcrições foram analisadas por procedimentos qualitativos de análise temática, com base nas contribuições do movimento construcionista social em Ciência, privilegiando a compreensão dos processos relacionais de produção dos sentidos. Em nossa análise, construímos quatro eixos temáticos para a reflexão acerca do trabalho dos ACS: 1) Sentidos de rede social e implicações para o trabalho dos ACS; 2) A valorização/desvalorização do trabalho dos ACS; 3) Funções do ACS no trabalho com redes sociais em saúde; e 4) O mapa mínimo como ferramenta para o trabalho com redes sociais em saúde. Com base nesses resultados, discutimos a fertilidade de se incluir as redes sociais no trabalho da ESF, considerando-se as implicações de sua utilização a partir de diálogo com a teoria e com os relatos dos ACS. Também tecemos discussões sobre o mapa mínimo de relações como instrumento útil para esse campo de trabalho. A partir de nossas análises, discutimos que a utilização de redes sociais no contexto da ESF pode contribuir para práticas ancoradas em uma concepção ampla de saúde, que inclui, além dos aspectos físicos do processo saúde/doença, aspectos sociais, econômicos e psicológicos, valorizando a integralidade e a territorialidade no atendimento às famílias, considerando a comunidade e os ACS como parceiros no cuidado em saúde. Palavras-chave: Redes sociais. Estratégia Saúde / PINHEIRO, R. L. The practice of the communitarian health agent with social networks at Family Health Strategy. 2012. 124 f. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2012. The Brazilian public policies for health came from a movement of transformation that, questioning the biomedical model of health care, search for an attention based on a broad concept of health, that embraces not only its biological determinants, but also psychological and social ones. Working towards the same direction, Brazil has invested in Primary Health Care, especially in the Family Health Strategy (FHS). \"Social network\" is a concept that may contribute to the development of new practices in this field. As we understand it, social network is the set of people with whom we interact on a regular basis and that we consider as different from the others. This research aims to discuss the relation between social networks and the practice of Communitarian Health Agents (CHAs) in the context of FHS, drawing from the meanings constructed by the CHAs of the town of Altinópolis (São Paulo, Brazil). With that aim, 28 CHAs from six FHS teams participated of the research. The construction of the research corpus included two discussion groups on each team. The first meeting aimed to know what the CHAs comprehended about social network, discussing its definition, functions and importance on people\'s lives. The second meeting aimed to know the structure of the CHAs social networks through the construction of an instrument called \"social network map\", and also to discuss the relations they perceived between their own social networks and health. The conversations were guided by the CHA\'s professional practices and by possibilities for health care considering social networks. The meetings were audio-recorded and integrally transcribed. These transcripts were analyzed by means of qualitative procedures of thematic analysis, based on the contributions of the social constructionist movement in Science. In our analysis, we constructed four thematic axis for reflections on the CHA\'s work: 1) Meanings of social network and implications for the work of the CHAs; 2) The appreciation/depreciation of the work of the CHAs; 3) Functions of the CHA in the work with social networks in health; and 4) The social network map as a tool for working with social networks in health. Based on these results, we discuss the fertility of including social networks in FHS practices, considering the implications of its use through a dialogue with both theory and the reports of the CHAs. We also discuss the social network map as a useful tool for this field. From our analysis, we discuss that the use of social networks in the FHS context can contribute to practices anchored in a broad concept of health, which includes, in addition to physical aspects of the health/disease process, social, economical and psychological aspects, valuing both the principles of integrality and territoriality in the assistance to families, considering the community and the CHAs as partners on the health care process.
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Caminhos e possibilidades de ação do psicólogo junto aos agentes comunitários de saúde: uma compreensão fenomenológica / Psychologist action´s ways and possibilities along comunity health agents: a phenomenological understanding

Pedro Vitor Barnabé Milanesi 11 May 2017 (has links)
A presente pesquisa situa-se no âmbito das práticas em Saúde, mais especificamente no modo como a Estratégia Saúde da Família (ESF) organiza a Política Nacional de Atenção Básica em Saúde (PNAB); orienta-se pela questão: Como seria possível uma ação do psicólogo junto aos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs)?; e pelo objetivo de compreender a supervisão como uma possibilidade de ação do psicólogo junto aos ACSs. Entendendo supervisão como prática mestiça e argilosa, que se molda às necessidades da ação. O sentido de supervisão foi sendo desvelado na experiência vivida no trabalho junto aos ACSs, nas entrevistas e reuniões gravadas e transcritas. Assim, a pesquisa desenvolveu-se como narrativa metafórica e alegórica organizada a partir da contação de histórias, tão comum e frequente no campo. Conduzindo-se sempre pelas histórias contadas e testemunhadas no decorrer da investigação, as reuniões, então batizadas pela equipe de reunião de contação de causo, deram a toada compreensivo-interpretativa da história da equipe narrada na pesquisa. Por esta via, a contação de história se mostrou como modo predominante de cuidado da equipe para com os munícipes e para consigo mesma, bem como abriram novas perspectivas de compreensão e ação. Finalmente, discute-se a relação entre contação de histórias e práticas em saúde na ESF; e como a noção gadameriana de conversação ilumina essa especificidade da supervisão nesse campo e, portanto, como possibilidade de ação do psicólogo junto ao ACS / The present research is within Health practice scope, specificaly within the way that Family Health Strategy (ESF) arrange the National Primary Health Care Policy (PNAB); the research guide itself by the question: How would be possible a psychologist action along Comunity Health Agents (ACSs)?; and by the aim of the understanding of supervision as a psychologist action along ACSs. Reading supervision as a hybred and cleyey practice, able to be shaped to action necessities. Supervision meaning was uncovered through experience during the work along ACSs, as well as recorded and transcript interviews and meetings. Thus, the research developed as a story telling organized metaphorical and allegorical narrative, as commom and usual in the countryside. The meetings carried itself by the story telled and testifyed during the investigation, witch were then called by the team as story telling meeting. Such meeting tuned the team´s history narrated on the research as comprehensiv-interpretativ. By this way, the story telling revealed itself as the team´s attention prevailing way towards citizens and towards itself. The story telling also opened new understanding and action perspectives. Lastly, the research discuss the relation between story telling and health practices within ESF; and how the gadamerian approach of the conversation enlights the supervision specificity on this field, therefore, as a psychologist action´s possibility along ACS
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Medicalização de crianças com queixa escolar e o núcleo de apoio à saúde da família (NASF): uma análise crítica

Luiz Fernando Lopes 05 April 2013 (has links)
Esta dissertação teve por objetivo realizar uma análise crítica da medicalização no atendimento das queixas escolares que têm lugar na Estratégia Saúde da Família (ESF). A medicalização da sociedade é um processo que instala a partir de um saber científico comprometido com a visão utilitária da civilização industrial-capitalista, que pretende manter as classes subalternas engajadas na produção de riqueza material em benefício das classes dominantes. Esse controle é operacionalizado através do biopoder e da biopolítica, que deslocam as discussões político-sociais para o território médico, silenciando os tensionamentos provocados pelo embate de classes. Como a medicalização constitui uma invasão não autorizada do saber médico em todos os quadrantes sociais, essa infiltração lesiva também ocorre no campo educacional com a pretensão de eleger supostas patologias individuais como explicações para os denominados problemas de aprendizagem, menosprezando uma gama de fatores de ordem político-pedagógica que são mais frequentes e mais significativos nas vicissitudes da escolarização. Os profissionais comprometidos com uma educação libertadora, lastreada em uma abordagem emancipadora do sujeito, devem estar atentos aos processos de humilhação e exclusão social catalizados pela medicalização da educação. O serviço de saúde da família tem um papel preponderante no manejo dos casos de queixa escolar. Após a implantação do NASF esses casos parecem aumentar de forma exponencial nas Unidades Básicas de Saúde, segundo constatação do autor com base em sua própria experiência de trabalho. A partir do estreitamento das relações UBS-Escola tanto os profissionais de saúde quanto os educadores parecem não estar cientes das implicações da medicalização da queixa escolar, conforme se depreende da análise descritivo-reflexiva de três casos atendidos pela equipe NASF em que o autor trabalhou. Nesse contexto os psicofármacos surgem como elementos de grande poder simbólico-resolutivo no imaginário dos educadores e da população usuária dos serviços de saúde. A Psicologia Escolar e Educacional, articulada com os princípios de Humanização da Saúde, torna-se fundamental para que a interface Saúde-Educação seja orientada por uma práxis interdisciplinar destinada ao enfrentamento dos danos produzidos pela educação medicalizada, garantindo que o sistema educacional brasileiro e o SUS se mantenham radicalmente compromissados com a inclusão social / This research aimed at conducting a critical analysis of medicalization in attendance of school complaints that take place in the Family Health Strategy (ESF). The medicalization of society is a process that originates from a scientific knowledge committed to the utilitarian view of the industrial-capitalist civilization. This view aims at keeping the subaltern social classes engaged in the production of material wealth for the benefit of the ruling social classes. This control is operationalized through biopower and biopolitics, shifting the political and social discussions for medical territory, silencing the tensions caused by the clash of social classes. Since medicalization is an unauthorized intrusion of medical knowledge in all walks of society, this harmful infiltration also occurs in the educational field with the intention of electing individual disorders alleged as explanations for the so-called learning problems, disregarding a range of political & pedagogical factors that are more frequent and more significant in the vicissitudes of schooling. Professionals committed to a liberating education, based on the emancipatory approach of the individuals, should be alert to the processes of social exclusion and humiliation catalyzed by the medicalization of education. The health family service has an important role in the handling of cases of school complaints. After the implementation of the NASF these cases seem to have increased exponentially in Basic Health Units, according to the author\'s conclusion based on his own work experience. With the close relationship between UBS and the School neither health professionals nor educators seem to be aware of the implications of the medicalization of school complaints, as evident from the descriptive and reflective analysis of three cases treated by the team members at NASF, where the author worked. In this context, the psychotropics emerge as elements of great symbolic-resolutive power in the imaginary of educators and of the users of health services. The Educational and School Psychology, combined with the principles of Humanization of Health, are essential in order for the Health-Education interface be guided by an interdisciplinary praxis which aims at addressing the damage caused by the medicalized education, ensuring that the Brazilian educational system and SUS remain radically committed to social inclusion
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Anemia e alimentação em crianças atendidas pela Estratégia de Saúde da Família no Maranhão / Anemia and feeding in children attended by Family Health Strategy in Maranhão

Luciana Galve Alleo 07 February 2018 (has links)
Introdução - A anemia é um problema de saúde pública dos mais relevantes pela elevada frequência com que ocorre e pelas consequências deletérias decorrentes. A alimentação insuficiente e/ou inadequada em ferro é seu principal determinante. Objetivos - Avaliar a prevalência de anemia e seus determinantes entre crianças de 2 a 5 anos de idade, atendidas pelo programa Estratégia Saúde da Família (ESF); analisar a prática alimentar maranhense por meio de marcadores de alimentação saudável e não saudável; avaliar a sensibilidade e a especificidade de fatores alimentícios associados à deficiência de ferro (carnes, feijão, alimentos fortificados com ferro) bem como fatores sociais que interferem no consumo alimentar (inserção no programa Bolsa Família, insegurança alimentar e número de filhos menores do que 5 anos) para identificar a anemia diagnosticada pela concentração da hemoglobina. Método - Estudo transversal, de base populacional, com amostra representativa de famílias com filhos com idades entre 2 e 5 anos, atendadas pela ESF no Estado do Maranhão. A amostra foi composta por 568 crianças cujo consumo alimentar foi obtido de inquéritos alimentares de frequência alimentar e recordatório de 24 horas. Foram calculadas médias e desvios padrão de variáveis que caracterizam a criança, sociodemográficas e de consumo. Realizaram-se regressão de Poisson e testes de sensibilidade e especificidade entre variáveis que interferiram na absorção de ferro em relação à anemia. Resultados - Observou-se que 42 por cento das crianças estudadas eram anêmicas. Pela razão de prevalência, verificou-se associação da anemia com escolaridade materna, mais de uma crianças menor de 5 anos na residência, inserção no Bolsa Família e índice antropométrico peso para a idade (p>0,05). A dieta das crianças apresentou frequência insignificante de verduras e hortaliças, frutas sem presença rotineira e o feijão como único marcador de alimentação saudável frequente (77 por cento dos questionários). Alimentos não saudáveis tiveram aumento nas referências conforme a idade, mostrando a influência da transição celular já na infância. Os valores de sensibilidade e especificidade encontrados para diferentes fatores dietéticos e sociodemográficos não permitiram utilizá-los como indicadores precoces da anemia. Conclusão - Fatores sociodemográficos são indicadores importantes na determinação da ocorrência da anemia. Escolaridade da mãe, receber Bolsa Família e ausência de anemia na mãe foram fatores de proteção contra a anemia. Morar na capital e ter mais de um filho aumentaram o risco da desnutrição. A qualidade alimentar avaliada por marcadores de dieta saudável e não saudável mostra que a transição alimentar esteve presente mesmo entre a população infantil: baixo consumo de frutas, verduras e hortaliças e consumo cada vez mais frequente de alimentos processados, ricos em sal, gorduras e açúcar. A educação alimentar é destacada como indispensável, juntamente da suplementação de ferro para lactentes na expectativa de intervenções mais efetivas para o controle da anemia. Consumo de alimentos fontes de ferro, Bolsa Família, número de filhos e insegurança alimentar não foram indicadores da anemia, possivelmente porque a deficiência marcial é um fenômeno multifatorial, que envolve situações fisiológicas, socioeconômicas, bioquímicas que interagem num mesmo tempo. / Introduction - Anemia is a relevant public health problem because of its high frequency and due to its deleterious consequences. An inadequate and/or inadequate diet in iron is its main determinant. Objectives - To evaluate the prevalence of anemia and its determinants among children 2 to 5 years of age, assisted by the Family Health Strategy (FHS) program; analyze the food practice in the State of Maranhão through healthy and unhealthy food markers; to evaluate sensitivity and specificity of food factors associated with iron deficiency (meat, beans, and fortified foods with iron) as well as social factors that interfere with food consumption (inclusion in the Bolsa Família program, food insecurity and number of children under 5 years at home) to identify anemia diagnosed by hemoglobin concentration. Method - A cross-sectional, population-based study with a representative sample of families with children between the ages of 2 and 5, attended by the FHS in the state of Maranhão. The sample consisted of 568 children whose food intake was obtained through food surveys of food frequency and 24-hour recall. Means and standard deviations of variables that characterized the child, sociodemographic variables and consumption variables were calculated. Poisson regression, and sensitivity and specificity tests were performed between variables that interfered with iron absorption in relation to anemia. Results - We observed that 42 per cent of the children studied were anemic. For the prevalence ratio, there was an association of anemia with: maternal schooling, more than one child under 5 years of age at residence, insertion into the Bolsa Família Program and weight-for-age anthropometric index (p>0.05). The children\'s diet presented insignificant frequency of vegetables; fruits without a routine presence; and beans as the only marker of frequent healthy eating (77 per cent of the questionnaires). Unhealthy foods had an increase in the references according to age, showing the influence of cellular transition already in childhood. The sensitivity and specificity values found for different dietary and sociodemographic factors did not allow them to be used as early indicators of anemia. Conclusion - Socio-demographic factors are important indicators in determining the occurrence of anemia. Schooling of the mother, receiving Bolsa Família Program and absence of anemia in the mother were protective factors against anemia. Living in the capital and having more than one child increased the risk of malnutrition. Food quality evaluated by healthy and unhealthy diet markers shows that the food transition was present even among children: low consumption of fruits, vegetables and increasingly frequent use of processed foods rich in salt, fats and sugar. Food education is highlighted as indispensable, as well as iron supplementation for infants in the expectation of more effective interventions to control anemia. Food consumption of iron sources, Bolsa Família Program, number of children and food insecurity were not indicators of anemia, possibly because martial deficiency is a multifactorial phenomenon, involving physiological, socioeconomic, biochemical situations that interact at the same time.

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