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Literaturas subterrâneas e formação-artista: biografização, escrita e experiência / Subterranean literature and artist-formation

Olinda, Sahmaroni Rodrigues de January 2016 (has links)
OLINDA, Sahmaroni Rodrigues de. Literaturas subterrâneas e formação-artista: biografização, escrita e experiência. 2016. 194f. – Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira, Fortaleza (CE), 2016. / Submitted by Gustavo Daher (gdaherufc@hotmail.com) on 2016-11-07T12:14:37Z No. of bitstreams: 1 2016_tese_srolinda.pdf: 1863104 bytes, checksum: 49e9d522541ae75e7cf14b489c36f4d5 (MD5) / Approved for entry into archive by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2016-11-07T14:45:47Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2016_tese_srolinda.pdf: 1863104 bytes, checksum: 49e9d522541ae75e7cf14b489c36f4d5 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-11-07T14:45:47Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2016_tese_srolinda.pdf: 1863104 bytes, checksum: 49e9d522541ae75e7cf14b489c36f4d5 (MD5) Previous issue date: 2016 / Reading – as a braconnage – of the biographical process of the experience of the agents self-called writers, “sons of a sheet”, this study aims at comprehending, from the self-figuring along the biographical narrations about the way some social agents, who do not “depend” on editorial market – the “market order of the books” – to make their artistical-literary works come out become writers (process of subjectivity, immersion of existential territories). The objective is to enlighten a huge production of some subterranean literature which bathe and drop in pubs, streets, cafes, culture points, among other zones of meeting and sharing. Our theoretical support is upon the following postulates and authors: Roger Chartier (2003, 2005, 2009) and the studies about reading as a culture practice; Michel de Certeau and the microbial practices of the invention of the ordinary life; Jorge Larossa (1998, 2002, 2004) and the relation between formation and experience; Jacques Rancière (1987, 1995, 2000) and his conceptions about the sharing of the sensitive and his method of equality, Guatari (2011, 2012) and Guatari & Deleuze (1990, 2011) and their conception about subjectivity. As a methodological perspective, we made use of the Biographical Research on Education (DELORY-MOMBERGER, 2015). We also made use of the narrative interview and the journals of the researcher and the researched as “techniques” of producing data. We produced a way of reading the data which respected the singularities of the per-courses and the territories studied. The study made evident a huge production and circulation of literary printed-objects (fanzines, hand-made books, loose sheets etc.) and the difficulty of separation between screen/page as a way to promote the literary writing as well as the ways of being, making and acting of the interviewed writers – their artist-formation – to become “sons of a sheet”. / Leitura – como braconnage – da biografização da experiência de agentes que se dizem escritores, filhos da pauta, este estudo objetiva compreender, a partir da figuração de si nos relatos biográficos sobre como agentes sociais que não “dependem” do mercado editorial – a “ordem mercadológica dos livros” – para fazerem circular seus trabalhos artístico-literários formam-se “escritores/as” (processo de subjetivação, imersão de territórios existenciais). Trata-se de evidenciar uma caudalosa produção de literaturas subterrâneas que banham e escorrem em bares, ruas, bosques, centros culturais, dentre outras zonas de encontro e partilha. Para tanto, contou com o apoio teórico de Roger Chartier (2003, 2005, 2009) e os estudos sobre a leitura como prática cultural, Michel de Certeau (1990) e as práticas microbianas de invenção do cotidiano, Jorge Larossa (1998, 2002, 2004) e a relação entre formação e experiência, Jacques Rancière (1987, 1995, 2000) e suas concepções de partilha do sensível e método da igualdade, Guattari (2011, 2012) e Guattari & Deleuze (1990, 2011) e sua concepção sobre subjetivação. Como perspectiva metodológica, foi utilizada a Pesquisa Biográfica em Educação (DELORY-MOMBERGER, 2015). Foram utilizadas a entrevista narrativa, o diário de campo e o diário de participante como “técnicas” de produção de dados. Produzimos então uma forma de ler os dados que respeitasse as singularidades dos percursos e territórios estudados. O estudo evidenciou uma proliferação de produção e circulação de objetos-impressos literários (zines, livros feitos à mão, folhas avulsas etc) e a dificuldade de separação entre tela/página como modo de divulgação de escritos literários por parte dos artistas da palavra entrevistados, como também seus modos de fazer, ser e agir – sua formação-artista – para se tornarem filhos da pauta.
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Sem título, à Hilda Hilst

Alexandrini, Camila January 2013 (has links)
Cette dissertation commence avec les questions et les inquiétudes qui émergent de la lecture de l’oeuvre de Hila Hilst et aussi d'un désir théorique qui traverse mon chemin académique. Quand je mets les textes de l'auteur face au concept de la dispersion de Maurice Blanchot, je n'ai pas l'intention de m'enfermer dans une analyse littéraire dépliée en ses genres, ici ou ailleurs. Où va Hilda Hilst ? Où va la théorie littéraire? À son disparition, comme Blanchot dit en réponse à la question: “Où va la littérature?" Dans ce sens je m'inquiète de m’éloigner du vouloir-saisir des théories, pour que les mots de Hilst apparaissent dans l'état de devenir poétique, comme en fait ils le sont. Alors, les choix que j'ai faits des textes littéraires de Hilst ont suivi deux critères : le plaisir de la lecture et le désir de la dispersion. D’ailleurs je me sers de la possibilité de la pluralité de l'objet littéraire dans la postmodernité pour apporter aux textes des réflexions qui surgissent pas seulement de la littérature mais aussi comme de possibles dépliements de ces textes dans le théâtre et dans les arts plastiques. De cette façon, par l'intersection des théories, étant elles surtout la théorie littéraire et la théorie théâtrale, je cherche d'autres voies pour la compréhension des textes de Hilda Hilst, bien comme de l'objet de la littérature. Sous l'inclination du critique littéraire Roland Barthes, mon écriture est construite à travers les notions d'écriture et de fragment. C'est en raison d'une envie de déplacement que la disposition de ces éléments dans un ensemble devient possible. De l'immensité au geste, la littérature d'Hilst s'échappe d'une représentation et est conduite à ce que je comprends par théâtralité. Ainsi le déplacement est aperçu au long d'un parcours instable et inachevé d'une analyse littéraire et y compris d'un corps qui se promène pour d'autres langages, où il est possible de se retrouver au bord de ce chemin Walter Benjamin. Le « je » qui traverse mon écriture n'es pas effacé, puisque pour que je devienne une autre il est nécessaire détendre ce « je » à travers des langages qui le constituent. Parmi les divers faits et gestes de la littérature comparée, rien ne m'intéresse autant que les traces d'une liberté qui est là offerte au domaine théorique de la littérature, même devant beaucoup d'impasses. La liberté qui est ici assumée dans son écriture et dans son responsabilité. / Esta dissertação parte dos questionamentos e das inquietudes que surgem da leitura da obra de Hilda Hilst e de um pulsar teórico que transpassa minha trajetória acadêmica. Uma vez que coloco os textos da autora diante do conceito de dispersão de Maurice Blanchot, não intento me delimitar a uma análise literária desdobrada em seus gêneros, nesse ou naquele lugar. Para onde vai Hilda Hilst? Para onde vai a teoria literária? Ao seu desaparecimento, como diz Blanchot em resposta à pergunta: “Para onde vai a literatura?” Nesse sentido, preocupo-me em distanciar-me do querer-agarrar das teorias, para que as palavras de Hilst apareçam em estado de devir poético, como de fato elas são. Sendo assim, as escolhas que fiz dos textos literários de Hilst levaram em conta dois critérios: o prazer na leitura e o desejo de dispersão. Além disso, utilizo-me da possibilidade de pluralidade do objeto literário na pós-modernidade para trazer ao texto reflexões que surgem não só da literatura, mas também de seus possíveis desdobramentos no teatro e nas artes plásticas. De tal modo, através do entrecruzamento de teorias, sendo elas, principalmente, a literária e a teatral, busco outras vias à compreensão dos textos literários da autora, bem como do objeto da literatura. Sob o viés da crítica literária de Roland Barthes, minha escrita é construída por meio dos conceitos de escritura e fragmento. É devido a um anseio de deslocamento que a disposição desses elementos em conjunto torna-se possível. Da imensidão ao gesto, a literatura hilstiana escapa de uma representação e é conduzida ao que entendo por teatralidade. Assim, o deslocamento é percebido no percurso instável e inconcluso de uma análise literária e, inclusive, de um corpo que passeia por outras linguagens, onde Walter Benjamin aparece à margem desse caminho. O eu que atravessa minha escrita não é obliterado, já que, para tornar-me outra, é necessário distender esse eu através das linguagens que o constituem. Entre os diversos fazeres da literatura comparada, nada me interessa tanto quanto os rastros de uma liberdade que ali é disposta ao teórico da literatura, mesmo que diante de tantos impasses. Liberdade que é aqui assumida em sua escrita e também em sua responsabilidade.
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O mecanismo sacrificial em Poemas malditos, gozosos e devotos de Hilda Hilst

Sampaio, Higor Alberto [UNESP] 15 March 2013 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2014-06-11T19:29:50Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2013-03-15Bitstream added on 2014-06-13T19:18:27Z : No. of bitstreams: 1 sampaio_ha_me_sjrp.pdf: 424248 bytes, checksum: e510be6337cbb550bfd06cb4cb9c2069 (MD5) / O objetivo da pesquisa é propor uma leitura de Poemas malditos, gozosos e devotos (1984), de Hilda Hilst, a partir do tema e do paradigma do sacrifício. Segundo Hubert e Mauss (2005), o sacrifício é uma dádiva, um presente, que o homem religioso oferece a seres superiores aos quais lhe convém se ligar. Em todo o sacrifício, um objeto (a vítima) passa do domínio comum ao domínio sagrado. Bataille (1987) estabeleceu uma similitude entre o ato erótico e o sacrificial. O ato amoroso, segundo ele, não desintegra menos o ser que o sacrificante ao imolar sua vítima. O domínio do erotismo torna-se o domínio da violência, da violação. A parte feminina, enquanto vítima, se dissolve e a parte masculina toma o lugar do sacrificador, e ambos se perdem, durante a consumação do ato erótico, numa continuidade estabelecida por um ato que se fundamenta na destruição. Nesse sentido, uma vez que a obra de Hilda Hilst, desde seu surgimento, perscruta o Sagrado (COELHO, 1993), a relação entre erotismo e sacrifício é uma via privilegiada de leitura para essa poesia. Considerando-se o modo de representação do discurso poético hilstiano, que encena o jogo entre eu e tu, a leitura do conjunto evidencia a anulação do sujeito poético, configurando-se como vítima, e a figuração do Outro como grande sacrificador. O tema do sacrifício conteria em si uma possibilidade de elucidação do sentido estético dessa poesia, como a admissão mais radical de sua lógica contraditória, na qual a retórica místico-religiosa convive com o sensualismo mais desbravado. Nesse contexto, os paradoxos sobejam, fazendo comunicar o mais alto e o mais baixo, seja tematicamente, seja linguisticamente / The objective of this reflection is to scrutinize one of the topics dear to Hilda Hilst’s poetic: the representation of the Sacred, in order to establish a knowledge about the construction of the lyrical subjectivity in such poetry. According to Hubert and Mauss (2005), the sacrifice is a gift that religious man offers to the gods. In every sacrifice, an object becomes sacred. Bataille (1987) has established a similarity between the act erotic and the sacrificial. The loving act, according to him, not least disintegrates the being that sacrificer to slay his victim. The field of eroticism becomes the field of violence and violation. The female part, as victim, is dissolved and the male part takes the place of the sacrificer. Since Hilda Hilst’s poetic scrutinizes the Sacred (COELHO, 1993), the relationship between eroticism and sacrifice is a privileged way of reading for this poetry. The theme of sacrifice would contain within itself a possibility of elucidation of aesthetic sense that poetry, such as the admission more radical in its contradictory logic, in which the rhetoric mystical-religious coexists with the sensuality more uncovered. In this context, the paradoxes were stationed, and communicate the ‘highest’ and the ‘lowest’, thematically and linguistically
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Sem título, à Hilda Hilst

Alexandrini, Camila January 2013 (has links)
Cette dissertation commence avec les questions et les inquiétudes qui émergent de la lecture de l’oeuvre de Hila Hilst et aussi d'un désir théorique qui traverse mon chemin académique. Quand je mets les textes de l'auteur face au concept de la dispersion de Maurice Blanchot, je n'ai pas l'intention de m'enfermer dans une analyse littéraire dépliée en ses genres, ici ou ailleurs. Où va Hilda Hilst ? Où va la théorie littéraire? À son disparition, comme Blanchot dit en réponse à la question: “Où va la littérature?" Dans ce sens je m'inquiète de m’éloigner du vouloir-saisir des théories, pour que les mots de Hilst apparaissent dans l'état de devenir poétique, comme en fait ils le sont. Alors, les choix que j'ai faits des textes littéraires de Hilst ont suivi deux critères : le plaisir de la lecture et le désir de la dispersion. D’ailleurs je me sers de la possibilité de la pluralité de l'objet littéraire dans la postmodernité pour apporter aux textes des réflexions qui surgissent pas seulement de la littérature mais aussi comme de possibles dépliements de ces textes dans le théâtre et dans les arts plastiques. De cette façon, par l'intersection des théories, étant elles surtout la théorie littéraire et la théorie théâtrale, je cherche d'autres voies pour la compréhension des textes de Hilda Hilst, bien comme de l'objet de la littérature. Sous l'inclination du critique littéraire Roland Barthes, mon écriture est construite à travers les notions d'écriture et de fragment. C'est en raison d'une envie de déplacement que la disposition de ces éléments dans un ensemble devient possible. De l'immensité au geste, la littérature d'Hilst s'échappe d'une représentation et est conduite à ce que je comprends par théâtralité. Ainsi le déplacement est aperçu au long d'un parcours instable et inachevé d'une analyse littéraire et y compris d'un corps qui se promène pour d'autres langages, où il est possible de se retrouver au bord de ce chemin Walter Benjamin. Le « je » qui traverse mon écriture n'es pas effacé, puisque pour que je devienne une autre il est nécessaire détendre ce « je » à travers des langages qui le constituent. Parmi les divers faits et gestes de la littérature comparée, rien ne m'intéresse autant que les traces d'une liberté qui est là offerte au domaine théorique de la littérature, même devant beaucoup d'impasses. La liberté qui est ici assumée dans son écriture et dans son responsabilité. / Esta dissertação parte dos questionamentos e das inquietudes que surgem da leitura da obra de Hilda Hilst e de um pulsar teórico que transpassa minha trajetória acadêmica. Uma vez que coloco os textos da autora diante do conceito de dispersão de Maurice Blanchot, não intento me delimitar a uma análise literária desdobrada em seus gêneros, nesse ou naquele lugar. Para onde vai Hilda Hilst? Para onde vai a teoria literária? Ao seu desaparecimento, como diz Blanchot em resposta à pergunta: “Para onde vai a literatura?” Nesse sentido, preocupo-me em distanciar-me do querer-agarrar das teorias, para que as palavras de Hilst apareçam em estado de devir poético, como de fato elas são. Sendo assim, as escolhas que fiz dos textos literários de Hilst levaram em conta dois critérios: o prazer na leitura e o desejo de dispersão. Além disso, utilizo-me da possibilidade de pluralidade do objeto literário na pós-modernidade para trazer ao texto reflexões que surgem não só da literatura, mas também de seus possíveis desdobramentos no teatro e nas artes plásticas. De tal modo, através do entrecruzamento de teorias, sendo elas, principalmente, a literária e a teatral, busco outras vias à compreensão dos textos literários da autora, bem como do objeto da literatura. Sob o viés da crítica literária de Roland Barthes, minha escrita é construída por meio dos conceitos de escritura e fragmento. É devido a um anseio de deslocamento que a disposição desses elementos em conjunto torna-se possível. Da imensidão ao gesto, a literatura hilstiana escapa de uma representação e é conduzida ao que entendo por teatralidade. Assim, o deslocamento é percebido no percurso instável e inconcluso de uma análise literária e, inclusive, de um corpo que passeia por outras linguagens, onde Walter Benjamin aparece à margem desse caminho. O eu que atravessa minha escrita não é obliterado, já que, para tornar-me outra, é necessário distender esse eu através das linguagens que o constituem. Entre os diversos fazeres da literatura comparada, nada me interessa tanto quanto os rastros de uma liberdade que ali é disposta ao teórico da literatura, mesmo que diante de tantos impasses. Liberdade que é aqui assumida em sua escrita e também em sua responsabilidade.
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Economia simbólica dos acervos literários : itinerários de Cora Coralina, Hilda Hilst e Ana Cristina César

Britto, Clovis Carvalho 03 June 2011 (has links)
Dissertação (monografia)—Universidade de Brasília, Departamento de Sociologia, 2011. / Submitted by Shayane Marques Zica (marquacizh@uol.com.br) on 2011-09-05T18:05:09Z No. of bitstreams: 1 2011_ClovisCarvalhoBritto.pdf: 1570264 bytes, checksum: 7d810915adbc09261409d9aa202413d3 (MD5) / Approved for entry into archive by Jaqueline Ferreira de Souza(jaquefs.braz@gmail.com) on 2011-10-13T14:18:38Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2011_ClovisCarvalhoBritto.pdf: 1570264 bytes, checksum: 7d810915adbc09261409d9aa202413d3 (MD5) / Made available in DSpace on 2011-10-13T14:18:38Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2011_ClovisCarvalhoBritto.pdf: 1570264 bytes, checksum: 7d810915adbc09261409d9aa202413d3 (MD5) / Este trabalho tem como horizonte temático as trajetórias e estratégias mobilizadas poralgumas escritoras para a inserção e reconhecimento no campo literário brasileiro ao longo doséculo XX a partir do que definimos como uma sociologia dos/nos acervos lit erários.Mediante os procedimentos teórico -metodológicos de Pierre Bourdieu observamosespecificidades e estratégias comumente utilizadas pelas poetisas Cora Coralina, Hilda Hilst eAna Cristina César para obter sua inserção e distinção no campo de produç ão simbólico,notadamente no que diz respeito ao modo como seus acervos integram as tramas de umaeconomia simbólica. A partir desse contorno, destacamos como os acervos pessoais consistemem nichos para a manipulação do capital e moeda valiosa na economia de trocas simbólicas,especialmente na configuração dos trajetos e memórias das mulheres escritoras. O recursometodológico ao acervo das autoras contribuiu para a visualização de seus projetos estéticos,biográficos e políticos, já que por meio dos docum entos construíram determinadas imagens desi e de suas obras para a posteridade, herança mobilizada pelas titulares e herdeiros simbólicosno intuito de produzir e sustentar determinadas crenças em seus nomes. A partir dos acervosfoi possível reconstruir relações promovidas por e em nome das poetisas, explicitandovinculações hierarquizantes entre suas trajetórias e os registros produzidos na batalha peladistinção no campo literário. A visualização das diferentes posições e das tentativas deprofissionalização das escritoras em um período marcado por um maior processo demercantilização cultural é apresentada em cinco capítulos, distribuídos em três partes. Aprimeira empreende um esboço do que definimos como uma sociologia dos acervos eestabelece possíveis caminhos para a utilização dos acervos pessoais como objeto sociológico.A segunda contempla a análise dos registros documentais cujo intuito é reconstruir astrajetórias das autoras, suas incursões e estratégias no espaço de possíveis expressivos,demonstrando como suas obras incorporaram marcas e/ou apresentaram resistência à inserçãomarginal a que foram submetidas em uma arena de poder marcadamente masculina. Já aúltima parte avalia como os acervos contribuem para a manutenção e reinvenção das cren çasem obras e autoras, confluindo para a compreensão de algumas práticas defabricação/consagração de legados, de encenação da imortalidade e do entrosamento entre ossubsistemas cultural e econômico. _______________________________________________________________________________ ABSTRACT / This work aim for trajectories and strategies that some writers used in order to be part of theBrazilian literary field in the XX century and be recognised on it as well. It was defined by usas a sociology from/about literary's heap. Considering the Pierre Bourdieu's theoretical -methodological frame, we observed characteristics and strategies often used by female poetssuch as Cora Coralina, Hilda Hilst and Ana Cristina César in order to get their place anddistinction in the field of symbolic production. We observed the way in w hich heaps are ableto integrate the symbolic economy. From this point -of-view, we highlighted that personal'sheaps can be thought as a niche for the manipulation of "capital" and be considered as avaluable "coin" in the symbolic economy, especially in the configuration of paths andmemories from the female writers. Choosing female writers' heaps as a methodological sourcehelped to visualize their aesthetical projetcs, both political and biographic, since theybuilt through these documents some images a bout themselves and their works to the posterity- a heritage mobilised by their holders and heirs in order to produce and sustain some beliefsabout their names. Through these heaps it was possible to rebuild relations promoted by thesefemale poets - by them/ and in their names -, and to explicit hierarchizing connections betweentheir individual trajectories and registers made during their battle to get distinction in theliterary field. The visualization of their different positions and attempts of profe ssionalizationin a period marked by a shift in the cultural mercatilisation process - is presented here in 5chapters, distributed in three parts. The first part outlines what we have defined as a sociologyfrom/about literary's heap. Also, it stat es possible ways to use personal's heaps as asociological object. The second part contemplates an analysis of documental registers in orderto rebuild their trajectories, incursions and strategies in the "space of possibles expressives";demonstrating how their works have incorporated marks and/or presented resistance to themarginal incursion under which they were submitted in the "stadium of male power". In thelast part, it evaluates how heaps contribute to the maintenance and reinvention of beliefs inthe authors and their works, converging to the comprehension of some practices offabrication/ consecration of legacies, immortalit performance and fit in the cultural andeconomics subsystem. _______________________________________________________________________________ RÉSUMÉ / Ce travail a pour horizon thématique les trajectoires et stratégies déployées par certainesécrivaines pour leur insertion et leur reconnaissance dans le domaine litt éraire brésilien, aucours du XXème siècle, à partir de ce que nous définissons comme une sociologie des / dansles collections littéraires. Grâce aux procédures théoriques et méthodologiques de PierreBourdieu, nous observons des spécificités et stratégies couramment utilisées par les poétessesCora Coralina, Hilda Hilst et Ana Cristina César pour obtenir leur insertion et leur distinctiondans le domaine de la production symbolique, notamment en ce qui concerne la façon dontleurs collections intègrent les trames d'une économie symbolique. A partir de ce contour, nousmontrerons comment les collections personnelles se composent de niches pour lamanipulation du « capital » et de « monnaie précieuse » dans l'économie des échangessymboliques, en particulier dans la configuration des chemins et des souvenirs des écrivaines.Le recours méthodologique à la collection des auteures a contribué à la compréhension deleurs projets esthétiques, biographique s et politiques, puisque, par le biais de documents , ellesont construit des images d'elles -mêmes et de leurs oeuvres, pour la postérité, héritage mobilisépar les propriétaires et leurs héritiers symboliques, en vue de produire et de maintenircertaines croyances en leurs noms. Il a été possible, à partir des collections, de reconstruiredes relations promues par et au nom des po étesses, explicitant des liens de hiérarchies entreleurs trajectoires et les documents produits dans la bataille pour la distinction dans le domainelittéraire. La visualisation des différentes positions et d es tentatives de professionnalisationdes écrivaines dans une période marquée par un processus plus large de marchandisationculturelle est présentée dans cinq chapitres, distribués en trois parties. La première entreprendune ébauche de ce que nous définissons comme une sociologie des collections et offre despistes possibles pour l'utilisation des collections personnelles comme objet sociolo gique. Ladeuxième consiste à analyser des archives documentaires qui visent à reconstruire lestrajectoires des auteures, leurs incursions et leurs stratégies dans l'espace d'expression spossibles, en montrant comment leurs oeuvres ont été constituées de marques et / ou ontprésenté des résistances à l'insertion marginale à laquelle elles ont été soumises, dans unearène du pouvoir fortement masculine. La dernière partie examine, quant à elle, de quellemanière les collections contribuent au maintien et à la réinvention de croyances dans lesoeuvres et dans les auteures, convergeant vers la compréhension de certaines pratiques defabrication / consécration de legs, de la mise en scène de l'immortalité et de l´harmonisationentre les sous-systèmes culturel et économique.
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Sem título, à Hilda Hilst

Alexandrini, Camila January 2013 (has links)
Cette dissertation commence avec les questions et les inquiétudes qui émergent de la lecture de l’oeuvre de Hila Hilst et aussi d'un désir théorique qui traverse mon chemin académique. Quand je mets les textes de l'auteur face au concept de la dispersion de Maurice Blanchot, je n'ai pas l'intention de m'enfermer dans une analyse littéraire dépliée en ses genres, ici ou ailleurs. Où va Hilda Hilst ? Où va la théorie littéraire? À son disparition, comme Blanchot dit en réponse à la question: “Où va la littérature?" Dans ce sens je m'inquiète de m’éloigner du vouloir-saisir des théories, pour que les mots de Hilst apparaissent dans l'état de devenir poétique, comme en fait ils le sont. Alors, les choix que j'ai faits des textes littéraires de Hilst ont suivi deux critères : le plaisir de la lecture et le désir de la dispersion. D’ailleurs je me sers de la possibilité de la pluralité de l'objet littéraire dans la postmodernité pour apporter aux textes des réflexions qui surgissent pas seulement de la littérature mais aussi comme de possibles dépliements de ces textes dans le théâtre et dans les arts plastiques. De cette façon, par l'intersection des théories, étant elles surtout la théorie littéraire et la théorie théâtrale, je cherche d'autres voies pour la compréhension des textes de Hilda Hilst, bien comme de l'objet de la littérature. Sous l'inclination du critique littéraire Roland Barthes, mon écriture est construite à travers les notions d'écriture et de fragment. C'est en raison d'une envie de déplacement que la disposition de ces éléments dans un ensemble devient possible. De l'immensité au geste, la littérature d'Hilst s'échappe d'une représentation et est conduite à ce que je comprends par théâtralité. Ainsi le déplacement est aperçu au long d'un parcours instable et inachevé d'une analyse littéraire et y compris d'un corps qui se promène pour d'autres langages, où il est possible de se retrouver au bord de ce chemin Walter Benjamin. Le « je » qui traverse mon écriture n'es pas effacé, puisque pour que je devienne une autre il est nécessaire détendre ce « je » à travers des langages qui le constituent. Parmi les divers faits et gestes de la littérature comparée, rien ne m'intéresse autant que les traces d'une liberté qui est là offerte au domaine théorique de la littérature, même devant beaucoup d'impasses. La liberté qui est ici assumée dans son écriture et dans son responsabilité. / Esta dissertação parte dos questionamentos e das inquietudes que surgem da leitura da obra de Hilda Hilst e de um pulsar teórico que transpassa minha trajetória acadêmica. Uma vez que coloco os textos da autora diante do conceito de dispersão de Maurice Blanchot, não intento me delimitar a uma análise literária desdobrada em seus gêneros, nesse ou naquele lugar. Para onde vai Hilda Hilst? Para onde vai a teoria literária? Ao seu desaparecimento, como diz Blanchot em resposta à pergunta: “Para onde vai a literatura?” Nesse sentido, preocupo-me em distanciar-me do querer-agarrar das teorias, para que as palavras de Hilst apareçam em estado de devir poético, como de fato elas são. Sendo assim, as escolhas que fiz dos textos literários de Hilst levaram em conta dois critérios: o prazer na leitura e o desejo de dispersão. Além disso, utilizo-me da possibilidade de pluralidade do objeto literário na pós-modernidade para trazer ao texto reflexões que surgem não só da literatura, mas também de seus possíveis desdobramentos no teatro e nas artes plásticas. De tal modo, através do entrecruzamento de teorias, sendo elas, principalmente, a literária e a teatral, busco outras vias à compreensão dos textos literários da autora, bem como do objeto da literatura. Sob o viés da crítica literária de Roland Barthes, minha escrita é construída por meio dos conceitos de escritura e fragmento. É devido a um anseio de deslocamento que a disposição desses elementos em conjunto torna-se possível. Da imensidão ao gesto, a literatura hilstiana escapa de uma representação e é conduzida ao que entendo por teatralidade. Assim, o deslocamento é percebido no percurso instável e inconcluso de uma análise literária e, inclusive, de um corpo que passeia por outras linguagens, onde Walter Benjamin aparece à margem desse caminho. O eu que atravessa minha escrita não é obliterado, já que, para tornar-me outra, é necessário distender esse eu através das linguagens que o constituem. Entre os diversos fazeres da literatura comparada, nada me interessa tanto quanto os rastros de uma liberdade que ali é disposta ao teórico da literatura, mesmo que diante de tantos impasses. Liberdade que é aqui assumida em sua escrita e também em sua responsabilidade.
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De tua sábia ausência = a poesia de Hilda Hilst e a tradição lírica amorosa / Your wise absence : the poetry of Hilda Hilst and the lyric tradition of love poems

Destri, Luisa 16 August 2018 (has links)
Orientador: Antonio Alcir Bernárdez Pécora / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-16T03:36:18Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Destri_Luisa_M.pdf: 705745 bytes, checksum: 628bf16009e622f745950a38a05129b3 (MD5) Previous issue date: 2010 / Resumo: Partindo de observações aceitas pela crítica em relação à obra de Hilda Hilst (1930 - 2004) segundo as quais o livro Júbilo, memória, noviciado da paixão (1974) representaria um marco em sua produção, este trabalho propõe uma leitura da poesia amorosa da autora, elegendo-o como corpus principal e se guiando a partir dos seguintes objetivos: investigar o modo como se dá o diálogo com a tradição, cuja presença é patente desde os títulos das obras, tais como "Sonetos que não são" (Roteiro do silêncio - 1959) e Ode fragmentária (1961); identificar e descrever a forma particular como o eu lírico retrata a experiência amorosa e reflete sobre ela; compreender como o livro de poemas amorosos se encaminha para um último conjunto de poemas engajados; analisar a relação desse livro com toda a produção hilstiana / Abstract: Taking from observations of Hilda Hilst's work generally accepted by the critics, and according to which the book Júbilo, memória, noviciado da paixão (1974) represented a milestone in the writer's body of work, this essay proposes an analysis of the author's love poems. Those poems, thus, will be the main corpus, guiding us through the following goals: to investigate the dialogue with tradition, which can be observed as early as in the titles themselves, such as in "Sonetos que não são" (Roteiro do silêncio - 1959 - a title which brings forth the sonnet form, only to deny it) and Ode fragmentária (1961 - a title that exposes the fragmentation of the ode compositions); to identify and describe the unique way in which the lyric self portrays the amorous experience and thinks about it; to understand how the book of love poems refers to a last ensemble of engaged poems; to analyze the book's relations with the whole of Hilda Hilst's body of work / Mestrado / Teoria e Critica Literaria / Mestre em Teoria e História Literária
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Paris era bom quando eu @§#!$... = uma seleção de entrevistas e depoimentos de Hilda Hilst = Paris was good when I @§#!$...: a selection of Hilda Hilst's interviews and testimony / Paris was good when I @§#!$... : a selection of Hilda Hilst's interviews and testimony

Diniz, Cristiano, 1974- 21 August 2018 (has links)
Orientador: Eric Mitchell Sabinson / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-21T14:58:23Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Diniz_Cristiano_M.pdf: 2308544 bytes, checksum: a738dacf8717ff4931c92a90408ac489 (MD5) Previous issue date: 2012 / Resumo: Hilda Hilst (1930-2004) é considerada pela crítica uma das maiores expressões da literatura brasileira contemporânea. São quase cinco décadas de produção poética e três de prosa de ficção, além de oito peças teatrais e um conjunto de crônicas publicadas no jornal Correio Popular de Campinas entre 1992 e 1995. A escritora concedeu quase uma centena de entrevistas durante sua trajetória literária. Esses diálogos começaram logo no início de sua carreira nos anos cinquenta e foram até poucos meses antes de seu falecimento. O objetivo principal desta dissertação foi reunir um conjunto dessas entrevistas e analisar as imagens construídas por Hilst em torno de si mesma e de seus escritos. Devido ao longo período que a autora se dedicou à literatura, a dissertação destacou, principalmente, as mudanças ocorridas em seu discurso. Para tanto, procurou reunir entrevistas que buscaram ir além da publicidade e da divulgação de uma obra específica, ou seja, que tentou explorar de maneira mais ampla a experiência pessoal da escritora, sua visão de mundo, da história e da literatura contemporânea e dos sujeitos que as compõem. A reunião se inicia em 1952, quando Hilst contava apenas com dois livros publicados, mas, já tinha o reconhecimento da crítica, e termina com uma entrevista realizada em 2003 / Abstract: Hilda Hilst is considered by critics as one of the greatest voices of contemporary Brazilian literature. The author's work consists of almost five decades of poetry production and three of prose fiction, plus eight theatrical plays and a set of chronicles published in the newspaper Correio Popular (Campinas, São Paulo), between 1992 and 1995. The author gave almost a hundred interviews during her literary career. These dialogues started early in her career in the fifties and lasted until few months before her death. The main objective of this dissertation was to gather a set of these interviews and analyze the images constructed by Hilst around herself and her writings. Due to the long period the author devoted herself to the literature, the dissertation points out the changes in her discourse. To do so, it has gathered interviews that went beyond the promotion and dissemination of a particular work that is those that tried to explore more fully the author's personal experience, her world view of the history and contemporary literature and the individuals who compose it. The collection begins with interviews from 1952, when Hilst had only two published books. She had, however, already won the critical acclaim. Her last interview was conceded in 2003 / Mestrado / Teoria Literaria / Mestre em Teoria e História Literária
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Fiandeira de versos: o imaginário do tecer poético de Hilda Hilst

Morais, Aline Pires de 16 July 2010 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The lyric production of Hilda Hilst (1930 - 2004) is marked by the use of symbolic images that amplify endlessly the possibilities of reading her poems. In her knowledge about the world, the poet discovers the cosmos that surround the time which presents her views recast by the poetic reverie. The symbols used by Hilst are expressions of a soul that made the poetry her life during the search of the color, of the link, the wire, the motion of the shuttle, the precision, the texture of the line, finally, of the exact moment of manipulation the wired-word‟. According to this, the eyes of search return to the study of images made by the author, mainly, from the universe weaver. During the investigation of the poetic figurations imagery in the Hilst‟s text, we will consider the imagination like a creative dynamism in the corpus of selected poems from the books: Júbilo, memória, noviciado da paixão and Exercícios. These productions of Hilst legacy show images of the inspired poet and the weaver poet in verses guidelines that combine the strength of the intellect and the need for expression, linked to the poet desire to make the experience of living the raw material of her poems. Thus, the analytical work of the critical myths in the Hilst‟s poems plans to mark the divine nature of human existence, because the poet is spinner, and wired-words‟ are handled under the gift of art, sometimes under the prophetic gift, or under the simultaneous combination of both, the inspiration and work. The Hilda Hilst‟s poetry, connection between prophecy and incantation, it is a mediator between the sphere of the profane and the sacred, capable of making stocks and destinations by the incantation of her corner that leads and snatch. Thus, the voice of Hilst‟s poetry, symbolic representation of the alliance of the words in the fabric of poetic images, protest as an oracle of life that, sanction the reality, can lead to the rapture of the tangent experience to the sacred and, getting to the unflagging unity between poetry and music, can promote the man catharsis in front of his simple reality. / A produção lírica de Hilda Hilst (1930 2004) é marcada pelo uso de imagens simbólicas que amplificam incessantemente as possibilidades de leitura do seu verso. Em sua mundividência, a poeta descobre o cosmo circundante ao tempo em que apresenta suas impressões refundidas pelo devaneio poético. Os símbolos usados por Hilst são expressões de uma alma que fez do ato poético um ofício de vida na busca da cor, do enlace, do fio, do movimento da lançadeira, da precisão, da textura da linha, enfim, dos instantes exatos de manipulação do fio-palavra. Nessa perspectiva, o olhar da pesquisa volta-se para o estudo das imagens tecidas pela autora, principalmente, a partir do universo tecelão. Ao investigar as figurações do imaginário no texto poético hilstiano, considera-se a imaginação como dinamismo criador no corpus dos poemas selecionados das obras Júbilo, memória, noviciado da paixão e Exercícios. Tais produções do legado hilstiano exibem imagens do poeta inspirado e do poeta tecelão em versos que conjugam a força diretriz do intelecto e a necessidade de expressão, ligados ao anseio da poeta de fazer da experiência de vida a matéria prima dos seus poemas. Assim sendo, o trabalho analítico de mitocrítica dos poemas hilstianos tenciona demonstrar o florescente diálogo que a poeta empreende com os mitos ancestrais do tecer como o de Penélope, das Parcas e de Aracne. A poeta é fiandeira, e seus fios-palavras são manipulados ora sob o dom da técnica, ora sob o dom profético, ou ainda sob a combinação simultânea de ambos, da inspiração e do trabalho. A poética hilstiana, conjunção entre profecia e encantamento, vale-se ainda da inspiração órfica, apresentando-se como mediadora entre a esfera do profano e a do sagrado, capaz de transformar existências e destinos pelo poder encantatório do seu canto que inebria e arrebata. Desse modo, a voz da poesia hilstiana, representação da aliança simbólica das palavras no tecido poético das imagens, insurge como um oráculo de vida que, ao sacralizar a realidade, pode levar ao arrebatamento da experiência tangente ao sagrado e que, ao buscar a inquebrantável unidade entre poesia e música, pode promover a catarse do homem frente à sua comezinha realidade. / Mestre em Teoria Literária
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O sagrado como busca em Poemas malditos, gozosos e devotos, de Hilda Hilst

Souza, Luciane Noronha do Amaral de [UNESP] 26 February 2008 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2014-06-11T19:26:54Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2008-02-26Bitstream added on 2014-06-13T18:55:31Z : No. of bitstreams: 1 souza_lna_me_sjrp.pdf: 459476 bytes, checksum: 8ef7ff93bc4e74ea26fc38076128ba2e (MD5) / Este trabalho desenvolve uma análise sobre o livro Poemas malditos, gozosos e devotos (1984) da escritora paulista Hilda Hilst (1930-2004). Para tanto, realiza-se um estudo da busca devota, maldita e gozosa empreendida pelo sujeito poemático no intuito de obter o conhecimento de si mesmo e do sagrado representado pela idéia de Deus. Nas análises dos poemas, procura-se desvelar o modo como essa tentativa de relação do eu frente ao objeto é construída através da linguagem a partir da tensão instituída entre busca/distanciamento e carne/espírito, uma vez que nos poemas Deus é o amante desejado, mas completamente distante e alheio aos apelos de quem o busca ininterrupta e sacrificialmente. / The aim of this work is to analyze the book Poemas malditos, gozosos e devotos (1984) of the Brazilian writer Hilda Hilst (1930 – 2004). The study searches the devoted, cursed and joyful search done by the subject in the poem who aims to obtain the knowledge about himself and about the sacred, represented by the idea of God. In the analyses of the poems it is unveiled the way that this attempt of relationship of “I” facing the object is constructed through the language, from the tension between search and distance and between flesh and spirit, given that in the poems God is the desired lover, but is completely distant and ignores the cries of those who search Him interruptedly and with sacrifice.

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